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Na aula de segunda feira (dia 16/05) após ouvirmos a síntese do Laurant

debruçamo-nos sobre o Hedonismo de Mill.


Ainda que possamos discordar da forma como ele a justifica, as suas ideias
merecem ser examinadas por si mesmas.
Assim para compreendermos melhor a teoria do valor de Mill é fundamental
perceber o que este entende pelo termo felicidade ou (bem-estar).
Nas suas palavras: “Por felicidade, entende-se o prazer e a ausência de dor;
pelo contrário, infelicidade entende-se a dor e a privação do prazer.”
Deste modo podemos considerar que Mill é um hedonista.
Então e o que é o hedonismo?
-O hedonismo é a perspetiva de que apenas o prazer e a ausência de dor têm
valor intrínseco.

Após sabermos o que é o hedonismo debruçamo-nos sobre:


O hedonismo quantitativo de Bentham e o hedonismo qualitativo de Mill.
Hedonismo quantitativo de Bentham.
 De acordo com esta perspetiva, para calcular a felicidade, ou bem-estar,
causada por uma dada ação, temos de ver como ela afeta cada um dos
indivíduos envolvidos, subtraindo a quantidade de dor à quantidade de
prazer que ela provoca. Essas quantidades seriam calculadas com base
na sua intensidade e duração.
 Por exemplo: Benthan diria, por exemplo, que uma dolorosa visita ao
dentista poderia ainda assim revelar-se a coisa certa a fazer, desde que a
dor intensa, mas de curta duração, provocada por essa experiência fosse
suplantada por um bem-estar futuro bastante prolongado no tempo.
Mill concordava apenas parcialmente com o seu antecessor. Na sua opinião,
além da quantidade de prazeres era fundamental ter em conta a sua
qualidade. Isto significa que, contrariamente ao seu antecessor, Mill defendeu
uma versão qualitativa de hedonismo. Segundo Mill, existem prazeres
qualitativamente superiores a outros, ou seja, há prazeres intrinsecamente
melhores do que outros.
Na sua opinião, os prazeres superiores correspondem aos prazeres
intelectuais/espirituais, ou seja, correspondem à satisfação das nossas
necessidades mentais/espirituais, como a fruição da beleza, do conhecimento,
da amizade e do amor. Por outro lado, os prazeres inferiores correspondem
aos prazeres corporais, ou seja, correspondem à satisfação das nossas
necessidades primárias, como a comida, a água e o sexo.
Depois lemos um texto em que a ideia chave era: Os prazeres espirituais são
qualitativamente melhores do que os corporais.
Mill argumenta ainda que é melhor ser um ser humano insatisfeito do que um
porco satisfeito.
Ou seja, Mill argumenta que quem quer que tenha a experiência tanto de
prazeres intelectuais/espirituais como de prazeres corporais não trocaria a
oportunidade de fruir dos primeiros por nenhuma quantidade imaginável dos
segundos. Ora, isso indica que os prazeres intelectuais/espirituais são
qualitativamente superiores aos prazeres corporais e, por conseguinte,
devemos dar-lhes preferência, recusando-nos a trocá-los por uma quantidade
idêntica, ou mesmo maior, de prazeres corporais. Por exemplo, se tivéssemos
de escolher entre comer doces ou ler um livro, Mill defende que o prazer
proporcionado pela experiência de ler um livro é de uma qualidade superior e,
por isso, deve ser preferido, quando comparado com o prazer proporcionado
pela experiência de comer doces.
Depois analisamos o Laboratório mental da página 200 em que se perguntava
se é preferível ser um ser humano com alguma insatisfação ou uma ostra
plenamente satisfeita e com uma vida bastante longa.
A opinião da maioria era que é preferível ser um ser humano mesmo com
algumas insatisfações. Que é a mesma opinião de Mill.
Fizemos o agora pensa da página 201.
Depois vimos o porquê de a ética de Mill ser considerada Consequencialista.
E então é assim considerada porque defende que o valor moral de uma ação
depende das suas consequências.
É boa a ação que tem boas consequências ou, dadas as circunstâncias,
melhores consequências do que ações alternativas.
A ação é avaliada pelas suas consequências e o motivo ou a intenção não são
decisivos porque se referem ao caracter do agente e não à ação em si mesma.

O padrão da maior felicidade não se refere apenas à maior felicidade do


próprio agente, mas sim à maior felicidade geral, ou seja, à felicidade de todos
os seres sencientes (incluindo animais não- humanos) afetados pela nossa
ação.
Isto significa que, para Mill, sacrificar o bem pessoal tem sentido, se, e só se,
aumentar a quantidade total de felicidade.
O utilitarismo de Mill defende que a ação correta é aquela que mais promove o
bem-estar agregado isto é, aquela que corresponde a um maior total de bem-
estar depois de descontar a dor à soma do prazer de todos os envolvidos,
independentemente da forma como esse bem-estar se encontra distribuído
pelos diferentes indivíduos.
Portanto, o utilitarismo de Mill é uma teoria agregacionista. Uma teoria é
agregacionista se, e só se, considera que um determinado estado de coisas é
melhor do que outro, no caso de ter um maior total de bem,
independentemente da forma como este se encontra distribuído.
Mill destaca ainda que outra coisa que não é importante para o cálculo da
maior felicidade é a espécie a que pertencem os indivíduos afetados pelas
nossas ações.
Ou seja, o fim último da ação humana é garantir a todos os seres sencientes
uma existência recheada de prazeres e livre de dores (incluindo os animais
não-humanos).
Depois fizemos o Agora pensa da página 204.
Para Mill, mentir, por exemplo, é normalmente incorreto – porque mentir
provoca mais infelicidade se minimiza do que felicidade ou aumenta
Mas mentir é sempre incorreto?
Mill responde que não.
Considera que em determinadas situações mentir pode ser a ação correta,
desde que ao mentir se esteja a maximizar a felicidade.
Uma mesma ação pode ser incorreta numa determinada situação e correta
noutra, o que faz com que não existam deveres absolutos - ao contrário do que
Kant defende.
Resta acrescentar que, apesar de encarar o princípio da utilidade (ou da maior
felicidade) como fundamento de toda a moralidade, Mill não pensava que
deveríamos orientar toda a nossa conduta diretamente por esse princípio.
Frequentemente, não há tempo, antes de uma dada ação, para calcular e
avaliar os efeitos que esta terá na felicidade geral.
Contudo, isso não significa que a ética utilitarista se revela incapaz de fornecer
qualquer orientação prática para a nossa conduta. A humanidade tem vindo a
aprender por experiência a tendência que certas ações têm para produzir
felicidade, ou infelicidade e, com base nisso, podemos adotar certos princípios
secundários e utilizá-los como guias para a nossa conduta.
Por exemplo, quando alguém se sente tentado a roubar, ou a matar, não é
como se tivesse de considerar pela primeira vez se o roubo ou o homicídio são
benéficos ou prejudiciais para a felicidade humana. Dada a tendência geral
dessas ações para produzir mais infelicidade do que felicidade, podemos
assumir como regra geral que não devemos roubar, nem devemos matar
ninguém.
Contudo, estes princípios secundários não devem ser encarados como regras
morais absolutas, que devemos respeitar em toda e qualquer situação.
Desde logo, porque as peculiaridades de cada circunstância assim o exigem.
No caso de dois princípios fornecerem recomendações contraditórias, por
exemplo, temos de recorrer ao princípio da utilidade (ou da maior felicidade)
para saber qual delas deverá prevalecer sobre a outra.
Sem poder recorrer ao padrão da utilidade, qualquer teoria moral tornar-se-ia
incapaz de nos orientar nestes casos.
Para Mill o fim- a felicidade geral- justifica frequentemente os meios. Na
teoria utilitarista, há um primado dos fins da ação em relação aos meios.
Para Mill, é suficiente que a felicidade produzida com a ação seja superior ao
sofrimento eventualmente provocado com a sua realização para que a ação
tenha valor moral.
É neste sentido que há um primado dos fins da ação (da maximização da
felicidade para o maior número) sobre os meios mesmo que a ação produza
sofrimento a algumas pessoas).
Por último a diferença entre o egoísmo e o utilitarismo.
EGOÍSMO
1. Teoria consequencialista
- uma ação é boa ou má consoante satisfaz ou não os nossos próprios
interesses.
UTILTARISMO
1. Teoria consequencialista - uma ação é boa ou má consoante satisfaz ou não
os interesses do agente e também das pessoas a quem a ação diz respeito.

Fim

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