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ENGENHARIA CIVIL
Dezembro de 2005
KLEBER APARECIDO GOMIDE
AGRADECIMENTOS
Em especial ao meu orientador Prof. Dr. Armando Lopes Moreno Jr., pela especial
atenção.
Ao Prof. Msc. Flávio de Oliveira Costa, pela colaboração com o projeto para análise.
A Profª. Msc. Ana Paula Almeida Abreu, pela ajuda na resolução das equações de
equilíbrio.
v
SUMÁRIO
3.1.1 Concreto................................................................................................... 19
3.1.2 Aço............................................................................................................ 21
3.2 Classificação das Edificações................................................................... 23
3.3 Tempos Requeridos de Resistência ao Fogo – TRRF............................. 24
3.4 Compartimentação...................................................................................... 24
3.5 Isolamento de Risco................................................................................... 27
3.6 Normatização............................................................................................... 28
3.7 Métodos de Dimensionamento.................................................................. 30
3.7.1 Métodos Tabulares.................................................................................. 30
3.7.2 Método Simplificado de Cálculo............................................................. 33
3.7.2.1 Método de Hertz.................................................................................... 36
3.7.2.2 Método dos 500 ºC................................................................................ 40
3.7.3 Métodos Gerais de Cálculo..................................................................... 41
3.7.4 Método Experimental............................................................................... 41
4 APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE DIMENSIONAMENTO............................. 41
4.1 Verificação das Lajes.................................................................................. 45
4.2 Verificação da Viga..................................................................................... 47
4.3 Verificação do Pilar..................................................................................... 48
5 CONCLUSÕES................................................................................................ 51
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................... 52
APÊNCIDE A – OBTENÇÃO DOS MOMENTOS RESISTENTES DO PILAR
P5........................................................................................................................ 55
ANEXO A – CLASSIFICAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES QUANTO À
OCUPAÇÃO....................................................................................................... 58
ANEXO B – TEMPOS REQUERIDOS DE RESISTÊNCIA AO FOGO.............. 62
ANEXO C – ÁREAS MÁXIMAS DE COMPARTIMENTAÇÃO.......................... 63
ANEXO D – MÉTODO TABULAR ABNT (NBR 15200:2004)........................... 65
ANEXO E – MÉTODO TABULAR – EUROCODE 2 (2002)............................... 69
vii
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
RESUMO
1 INTRODUÇÃO
A segurança contra incêndios não pode ser absoluta. Ela consiste em reduzir os
riscos mediante a adoção de uma série de medidas que tomadas isoladamente são
insuficientes, mas que, quando aplicadas em conjunto permitem obter uma melhor
segurança, havendo integração dos sistemas de proteção, sejam eles sistemas de
proteção passiva ou ativa. (CÁNOVAS, 1988)
A medida mais efetiva para combater os danos causados pela ação fogo é a
construção de edifícios utilizando materiais resistentes a esta ação, considerando-se
que mesmo que os agentes de proteção ativa sejam suficientes para rápida extinção
do fogo, a estrutura não entre em colapso devido ao aquecimento dos elementos
estruturais. (CÁNOVAS, 1988)
1.2 Normatização
Nos países desenvolvidos, onde foram relatados vários casos de incêndios, foram
elaboradas normas mais eficazes e rígidas para proteção das estruturas em situação
de incêndio. Atualmente, esta preocupação se estende a todos países devido ao
conhecimento mais apurado sobre os efeitos do fogo sobre as estruturas.
1.3 Objetivo
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Vários fatores influem sobre a intensidade e a extensão dos incêndios, bem como
sobre seus efeitos sobre as estruturas, tais como a qualidade e natureza dos
materiais combustíveis, as cinzas resultantes do incêndio e a água, seja ela presente
na estrutura ou aquela utilizada para apagar o fogo.
Incêndio Natural é o incêndio para o qual se admite que as temperaturas dos gases
gerados pela combustão respeitem as curvas de temperatura-tempo naturais, ou
seja, obtidas através de ensaios de laboratório que simulam uma situação real de
incêndio.
Nas Figs. 2.2 e 2.3 são apresentadas as variações da temperatura máxima (qmáx) e
da duração do incêndio (tmáx) em função da ventilação e da carga de incêndio
específica em relação à área total, tendo por base as hipóteses do modelo do
incêndio natural de Petterson apud Silva (2001).
A partir dos ensaios para obtenção das curvas de incêndio natural, pode-se concluir,
com base no modelo de Pettersson, que a temperatura máxima de um incêndio se
eleva com o aumento da carga de incêndio específica e com o aumento do grau de
ventilação, e que a duração de um incêndio cresce com o aumento da carga de
incêndio específica e diminui com o aumento do grau de ventilação.
Em um terceiro método a duração da resistência ao fogo, pode ser obtida por meio
do isolamento térmico, submetendo uma face do elemento ao incêndio padrão e
verificando o aquecimento da outra face não exposta, devendo limitar a temperatura
média desta face em 140 ºC e em 180 ºC em qualquer ponto medido, acima da
temperatura inicial, evitando a ignição de outros materiais.
9
Segundo a ABNT (NBR 14432:2000), carga de incêndio é definida como a soma das
energias caloríficas que poderiam ser liberadas pela combustão completa de todos
os materiais combustíveis em um espaço, inclusive os revestimentos das paredes
divisórias, pisos e tetos.
10
Segundo Landi (1986) são diversos os fatores que podem influir sobre a resistência
a altas temperaturas dos elementos estruturais, cabendo destacar: a forma
geométrica e as dimensões dos elementos estruturais, o revestimento e a proteção
da armadura, a natureza dos agregados, o tipo de armadura e a natureza dos aços,
o tipo da construção e a vinculação da estrutura.
O concreto submetido a ação do fogo perde água por evaporação aos 100 ºC, sendo
que esta temperatura só é superada no incêndio após a extinção de toda a umidade
livre presente no concreto. A partir de 100 ºC a água adsorvida e água quimicamente
combinada ao cimento começam a evaporar-se, desidratando os silicatos de cálcio
hidratados que são responsáveis pela maior parte da resistência do concreto.
(COSTA & SILVA, 2002)
11
Dos 300 aos 400 ºC, há perda da água do gel do cimento e aparecimento de fissuras
superficiais no concreto. Aos 400 ºC uma parte do hidróxido de cálcio procedente da
hidratação dos silicatos transforma-se em cal viva.
No intervalo de 400 à 600 ºC, ocorre expansão diferencial dos agregados, iniciando
a desagregação do concreto e baixando a resistência a compressão até valores de
50% do seu valor original. Nesta faixa o módulo de elasticidade chega a 20% do
valor inicial.
Entre 600 e 950 ºC, o concreto apresenta-se com alta friabilidade e alta sucção de
água, sendo a resistência a compressão praticamente nula. De 950 a 1000 ºC o
concreto começa a sintetizar-se. Entre 1000 e 1200 ºC o concreto sintetiza-se e sua
resistência é nula, restando apenas uma material calcinado e mole.
200 Cinza 95 70
300 Rosa 95 50
400 Rosa 88 38
500 Rosa 75 35
600 Vermelho 55 20
Segundo Costa, et al. (2002) o resfriamento rápido por água, na ação de combate ao
incêndio produz uma reidratação destrutiva da cal, causando uma expansão
abrupta, e podendo danificar o concreto endurecido, levando a desagregação após o
incêndio.
Portanto, o efeito da água de resfriamento pode ser tão destrutivo como o do próprio
fogo, afetando os materiais estruturais e as superfícies. (CÁNOVAS, 1988)
13
O Eurocode 2 (2002) apud Costa, et al. (2003) admite que a resistência do aço se
anula completamente aos 1200 ºC. À medida que a temperatura se eleva, a taxa de
redução do módulo de elasticidade do aço é maior que a observada na resistência.
Segundo Quirós (1996) apud Costa & Silva (2002) o aço é um bom condutor térmico,
com isso o calor se propaga mais rápido ao longo das ferragens enquanto o
14
concreto permanece com uma temperatura média mais baixa. A temperatura do aço
aquecido se uniformiza rapidamente e as armaduras se dilatam mais que o concreto.
Aos 600 ºC há perda completa de aderência do aço com o concreto, podendo levar a
estrutura rapidamente ao colapso.
Os aços laminados a quente, conhecidos por tipo “A”, são produzidos sob
temperaturas superiores a 700 ºC, apresentando patamar de escoamento bem
definido e as suas propriedades elásticas dependem unicamente de sua composição
química, além de apresentarem grande ductilidade.
Após aquecidos até 1100 ou 1200 ºC, os aços laminados a quente recuperam suas
propriedades quando resfriados em seguida. Verifica-se um aumento de
aproximadamente 30% na resistência de aços laminados a quente, para
temperaturas entre 250 e 400 ºC, a partir daí há uma progressiva redução da sua
resistência, sendo que em torno de 800 ºC o aço amolece.
Para aços tipo “B”, encruados a frio afim de melhorar as características do material,
como aumento da dureza e das tensões de escoamento e ruptura, nota-se
diminuição da ductilidade e aumento da fragilidade.
Neste caso, um edifício projetado com aço CA 50B, sob efeito de um incêndio com
temperaturas superiores a 600 ºC recuperam apenas 50% da sua resistência inicial,
transformando-se em aço CA 25A.
Embora não se produzam mais aços tipo “B” para concreto armado, inúmeras
edificações foram projetadas e executadas com tal tipo de aço, estando estas
sujeitas à eventualidade de um incêndio. A Fig. 2.5 apresenta uma relação da
tensão de ruptura do aço com a elevação da temperatura, para aços laminados a
quente e a frio.
Os aços para concreto protendido também são produzidos por trefilação a frio a fim
de se obterem grandes resistências à tração. As alterações em sua microestrutura
ocorrem em temperaturas próximas de 400 ºC quando sua tensão de ruptura reduz-
se a 50% da inicial a temperatura ambiente.
Entre concreto e aço, o material que apresenta uma temperatura crítica menor é o
aço, sendo mais sensível a ação do fogo. Temperatura crítica é a temperatura na
qual a resistência mecânica de um elemento estrutural é igualada aos esforços
solicitantes as quais está submetida, estando sua estabilidade não assegurada.
(CÁNOVAS, 1988)
2.4.3.1 Spalling
Ainda, segundo o Eurocode 2 (2002) apud Costa, et al. (2003), para elementos
estruturais com cobrimento de armaduras superior a 70 mm devem ser adotadas
uma armadura de pele com barras de diâmetro 4 mm e espaçamento de 100 mm. A
utilização de agregados calcários também minimizam o risco de spalling.
2.4.3.3 Corrosão
O efeito do fogo é diferenciado para cada elemento estrutural, sendo estudados com
mais detalhes nos tópicos a seguir.
2.5.1 Pilares
2.5.2 Vigas
Devido ao uso de aços encruados a frio (tipo “B”), em construções mais antigas, o
efeito do fogo sobre lajes e placas torna-se mais preocupante, pois, conforme citado
19
anteriormente, a perda de resistência para aços tipo “B” é de cerca de 50%, mesmo
para incêndios que atinjam baixas temperaturas.
No caso de peças protendidas sob o efeito do fogo ocorre ruína prematura por conta
do aço utilizado, que é muito sensível ao fogo, conforme citado. As perdas das
tensões de protensão provocam danos irreversíveis ao concreto. Encontram-se
perdas de até 20% nas forças de protensão, para aumentos de temperatura de
apenas 150 ºC (CÁNOVAS, 1988).
3 METODOLOGIA E DIMENSIONAMENTO
3.1.1 Concreto
Tabela 3.1 – Valores das relações fc,θ/fck (kc,θ) e Ec,θ/Ec (kcE,θ) para concretos de
massa específica normal preparados predominantemente com agregados
silicosos ou calcáreos
Temperatura do Agregado silicoso Agregado calcáreo
concreto, θ (°°C) fc,θ/fck Ec,θ/Ec fc,θ/fck Ec,θ/Ec
1 2 3 4 5
20 1,00 1,00 1,00 1,00
100 1,00 1,00 1,00 1,00
200 0,95 0,90 0,97 0,94
300 0,85 0,72 0,91 0,83
400 0,75 0,56 0,85 0,72
500 0,60 0,36 0,74 0,55
600 0,45 0,20 0,60 0,36
700 0,30 0,09 0,43 0,19
800 0,15 0,02 0,27 0,07
900 0,08 0,01 0,15 0,02
1 000 0,04 0,00 0,06 0,00
1 100 0,01 0,00 0,02 0,00
1 200 0,00 0,00 0,00 0,00
FONTE: ABNT (NBR 15200:2004)
onde:
onde:
21
3.1.2 Aço
Tabela 3.2 – Valores das relações fy,θ/fyk e Es,θ/Es para aços de armadura passiva
Temperatura do fy,θ/fyk Es,θ/Es
aço, θ (°°C) Tração Compressão
CA-50 CA-60 CA-50 ou CA-50 CA-60
CA-60
1 2 3 4 5 6
20 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
100 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
200 1,00 1,00 0,89 0,90 0,87
300 1,00 1,00 0,78 0,80 0,72
400 1,00 0,94 0,67 0,70 0,56
500 0,78 0,67 0,56 0,60 0,40
600 0,47 0,40 0,33 0,31 0,24
700 0,23 0,12 0,10 0,13 0,08
800 0,11 0,11 0,08 0,09 0,06
900 0,06 0,08 0,06 0,07 0,05
1 000 0,04 0,05 0,04 0,04 0,03
1 100 0,02 0,03 0,02 0,02 0,02
1 200 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
FONTE: ABNT (NBR 15200:2004)
onde:
onde:
23
3.4 Compartimentação
A distância horizontal entre aberturas situadas na mesma fachada deve ser de 2,00
m, caso contrário, a parede de compartimentação deve ser prolongada em no
mínimo 0,90 m na direção perpendicular a fachada, como pode-se ver na Fig. 3.5.
26
O isolamento de risco pode ser obtido com base nas recomendações normativas da
Instrução Técnica n.º 07 (IT:07, 2004) do Corpo de Bombeiros do Estado de São
Paulo, através de distâncias de segurança entre fachadas de edificações adjacentes
e entre a cobertura de edificação de menor altura e uma fachada de uma edificação
adjacente, ao ainda por paredes corta-fogo de compartimentação entre edificações
contíguas.
3.6 Normatização
Para isso, as estruturas devem ser projetadas de forma a reduzir o risco de incêndio,
controlar o fogo em estágios iniciais, limitar a área exposta ao fogo, ou seja,
proceder a compartimentação, criar rotas de fuga, facilitar o combate ao incêndio e
evitar a ruína prematura da estrutura.
onde:
Ψ2,,j = coeficiente de redução para as ações variáveis diretas, seus valores são
apresentados na Tab. 3.4.
3.9. O valor de µfi geralmente é simplificado por 0,70, segundo a ABNT (NBR
15200:2004).
∑c 1v i ⋅ A si
i =1
n
∑A
i =1
si
c 1m < m (3.8)
∑c 1h i ⋅ A si
j =1
m
∑A
j =1
si
onde:
c1vi = distância entre o centro geométrico da barra “i” e a face inferior da viga,
exposta ao calor;
c1hi = distância entre o centro geométrico da barra “i” e a face lateral da viga,
exposta ao calor;
As tabelas foram elaboradas para armaduras passivas de aço CA-25, CA-50 ou CA-
60, procurando-se evitar que a temperatura do aço chegasse a 500 ºC, temperatura
a qual foi definida como temperatura crítica do aço.
N Sd, fi (3.9)
µfi =
N Rd
onde:
O Eurocode 2 (2002) apud Costa & Silva (2005a) apresenta dois métodos tabulares
para dimensionamento de pilares, que levam em conta além das dimensões da
seção transversal, o comprimento de flambagem, a excentricidade de 1ª ordem em
situação de incêndio, a taxa de armadura real e o nível de carregamento.
A s ⋅ f yd
ω= ; (3.10)
A c ⋅ f cd
N Sd,fi (3.11)
ηf i =
0,7.N Sd
onde:
Para o caso específico de pilares, os esforços devem ser distribuídos em uma seção
reduzida, obtida através da literatura técnica. Os coeficientes de ponderação a
serem aplicados em todos os casos correspondem às combinações excepcionais de
ações, isto é, 1,2 para o concreto e 1,0 para o aço.
Para vigas e lajes hiperestáticas, bem como para os pilares, a zona comprimida do
concreto pode estar sujeita a ação do incêndio, havendo, portanto, a necessidade da
redução da área da seção transversal, bem como a minoração das resistências
características dos materiais.
onde:
positivos. Os momentos resistentes das seções são apresentados nas Eqs. 3.13 e
3.14.
onde:
w= hlaje w= ½ . b w w= bw w= bw w= ½ . w= ½ .
largura do menor
pilar dimensão
Figura 3.7 – Espessura fictícia “az” para redução da seção transversal para vigas e
lajes em concreto silicoso
FONTE: EUROCODE 2 (2002) apud COSTA & SILVA (2005b)
Figura 3.8 – Espessura fictícia “az” para redução da seção transversal para pilares e
paredes em concreto silicoso
FONTE: EUROCODE 2 (2002) apud COSTA & SILVA (2005b)
O Eurocode 2 (2002) apud Costa & Silva (2005b) apresenta um diagrama para
determinação do fator de redução kc,θM da resistência do concreto (Fig. 3.9). O
cálculo da resistência do concreto à compressão é dada pelas Eq. 3.15 e 3.16.
onde:
A posição da linha neutra para vigas e lajes é determinada pelas Eqs. 3.17 e 3.18,
assumindo-se que o concreto esteja solicitado no domínio 3 de deformação e o
diagrama tensão-deformação do concreto seja retangular. (COSTA & SILVA, 2005b)
39
onde:
onde:
Tabela 3.7 – Largura Mínima dos elementos, em função do TRRF, para uso do
“método dos 500 ºC”
TRRF (min) bw,mín (mm)
60 90
90 120
120 160
180 200
240 280
onde:
41
Para verificação dos esforços atuantes nos elementos estruturais foram utilizados os
coeficientes de majoração dos esforços segundo a combinação excepcional de
ações apresentada pela ABNT (NBR 8681:2003) apud Costa & Silva (2005b) e para
redução das capacidades resistentes dos materiais foi utilizada a ABNT (NBR
15200:2004), variando a resistência do material em função da temperatura.
fyd,θ = 235 MPa (*) fyd = 500 MPa (*) fcd = 20,8 MPa (*)
NOTA: (*) Os coeficientes de minoração das resistências do aço e do concreto, são respectivamente,
1,0 e 1,2.
Mxd= 0,431 Mxd= 0,473 xfi,x= 0,003 m Mrx= 0,378 Não resiste
Myd= 0,289 Myd= 0,318 xfi,y= 0,002 m Mry = 0,262 Não resiste
Os esforços resistentes da viga foram obtidos a partir do método de Hertz para cada
tramo da viga na zona comprimida e também na zona tracionada. A espessura az,
segundo o método de Hertz, é de 37 mm, sendo a largura da viga em situação de
incêndio, bw,fi=12,6cm.
Armadura Adotada
Momentos Negativos de Cálculo 200/41,3
(NBR 6118:2003)
Os valores dos esforços atuantes calculados pela ABNT (NBR 8681:2003) e pela
ABNT (NBR 15200:2004) diferem-se bastante, devido à consideração da ação do
vento na viga, resultando em valores de esforços atuantes, em alguns casos, bem
48
menores pela ABNT (NBR 8681:2003) que diferencia os coeficientes das cargas
permanentes e das cargas variáveis, e em valores maiores pela ABNT (NBR
15200:2004) que considera o esforço atuante como 70% das solicitações normais,
independentemente do tipo de carregamento.
8681:2003 15200:2004
NOTA: (*) Os coeficientes de minoração das resistências do aço e do concreto, são respectivamente,
1,0 e 1,2.
O pilar verificado apresenta seção de 20x70 cm, com 8 ø 20,0 mm, dispostos em
quatro camadas eqüidistantes, o comprimento de flambagem é de 3,19 m e sua
excentricidade de cálculo de 5,76 cm, tratando-se de flexão reta.
Nsd,fi = 184,93 tf (*) µ,fi = 0,51 ηfi = 0,74 lfl= 319 cm ei = 34,2 mm
Os valores dos esforços atuantes no pilar são apresentados na Tab. 4.7, utilizando-
se a excentricidade igual a excentricidade de cálculo em situação normal. Os efeitos
de segunda ordem foram desconsiderados para verificação deste elemento.
Tabela 4.7 – Esforços Atuantes no Pilar P5
Esforços Atuantes devido ao
Esforços Normais Atuantes no pilar
Momento no pilar
Nd,fi= 184,93 tf Nd,fi= 178,38 tf Md,fi= 1065,2 tf.cm Md,fi= 1027,5 tf.cm
50
A partir da interpretação dos dados obtidos no ábaco, pode-se afirmar que, segundo
o método simplificado, o pilar resiste aos esforços em situação de incêndio,
contrariando os resultados obtidos nos métodos tabulares descritos na Tab. 4.6.
5 CONCLUSÕES
Para efeito de comparação neste trabalho, além do método tabular apresentado pela
ABNT (NBR 15200:2004), foi descrito, também, o método tabular do Eurocode 2
(2002) apud Costa & Silva (2005a) e, também os métodos simplificados
apresentados pelo Eurocode 2 (2002) apud Costa & Silva (2005b).
A partir dos resultados obtidos pode-se afirmar que o método simplificado deveria
ser detalhado pela ABNT em uma revisão da NBR 15200:2004, por tratar-se de um
método mais preciso, que leva em consideração além das características
dimensionais do elemento, as características e dimensões da área de aço, as
características do concreto utilizado e a variação dos carregamentos.
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
57
58
58
59
Divi
Grupo Ocupação/Uso Descrição Exemplos
são
Escolas de primeiro, segundo e
E-1 Escolas em geral terceiro graus, cursos supletivos
e pré-universitário e outros
Escolas de artes e artesanato,
E-2 Escolas especiais de línguas, de cultura geral, de
cultura estrangeira e outras
Locais de ensino e/ou práticas
de artes marciais, ginástica
(artística, dança, musculação e
Espaço para outros) esportes coletivos (tênis,
E-3
Educacional e cultura física futebol e outros que não
E
cultura física estejam incluídos em F-3),
sauna, casas de fisioterapia e
outros
Centros de
E-4 treinamento Escolas profissionais em geral
profissional
Creches, escolas maternais,
E-5 Pré-escolas
jardins-de-infância
Escolas para Escolas para excepcionais,
E-6 portadores de deficientes visuais e auditivos e
deficiências outros
Locais onde há
Museus, centro de documentos
F-1 objetos de valor
históricos e outros
inestimável
Templos e Igrejas, sinagogas, templos e
F-2
Auditórios auditórios em geral
Estádios, ginásios e piscinas
Centros
F-3 cobertas com arquibancadas,
esportivos
arenas em geral
Estações e Estações rodoferroviárias,
F-4 terminais de aeroportos, estações de
passageiros transbordo em geral e outros
Locais de
Locais de
F Reunião Teatros em geral, cinemas,
produção e
Pública F-5 óperas, auditórios de estúdios
apresentação de
de rádio e televisão e outros
artes cênicas
Boates e clubes noturnos em
geral, salões de baile,
F-6 Clubes sociais
restaurantes dançantes, clubes
sociais e assemelhados
Construções
F-7 Circos e assemelhados
provisória
Restaurantes, lanchonetes,
Locais para
F-8 bares, cafés, refeitórios,
refeição
cantinas e outros
59
60
Divi
Grupo Ocupação/Uso Descrição Exemplos
são
Garagens sem
acesso de público
G-1 Garagens automáticas
e sem
abastecimento
Garagens coletivas sem
Garagens com
automação, em geral, sem
G-2 acesso de público
abastecimento (exceto veículos
e sem
de carga e coletivos)
abastecimento
Locaisl dotados Postos de abastecimento e
Serviços G-3 de abastecimento serviço, garagens (exceto
G automotivos de combustível veículos de carga e coletivos)
Postos de serviço sem
Serviços de
abastecimento, oficinas de
conservação,
G-4 conserto de veículos (exceto de
manutenção e
carga e coletivos), borracharia
reparos
(sem recauchutagem)
Serviços de
manutenção em Oficinas e garagens de veículos
veículos de de carga e coletivos, máquinas
G-5
grande porte e agrícolas e rodoviárias,
retificadoras em retificadoras de motores
geral
Hospitais, clínicas e
Hospitais consultórios veterinários e
H-1 veterinários e assemelhados (inclui-se
assemelhados alojamento com ou sem
adestramento)
Local onde
pessoas
Serviços de requerem Asilos, orfanatos, abrigos
H saúde e H-2 cuidados geriátricos, reformatórios sem
institucionais especiais por celas e outros
limitações físicas
ou mentais
60
61
Divi
Grupo Ocupação/Uso Descrição Exemplos
são
Prédios e
instalações
Quartéis, centrais de polícia,
vinculadas às
H-4 delegacias distritais, postos
forças armadas,
Serviços de policiais e outros
polícias civil e
H saúde e militar
institucionais
Locais onde a
Hospitais psiquiátricos,
liberdade das
H-5 reformatórios, prisões em geral
pessoas sofre
e instituições assemelhadas.
restrições
Locais onde as
atividades
exercidas e os
materiais
Locais onde a carga de incêndio
I-1 utilizados ou
não atinja 1200 MJ/m²
depositados
apresentem
Industrial, médio potencial
comercial de de incêndio.
I médio e alto
risco, Locais onde as
atacadista atividades
exercidas e os
materiais
Locais onde a carga de incêndio
I-2 utilizados e/ou
ultrapassa 1200 MJ/m²
depositados
apresentem
grande potencial
de incêndio
61
ANEXO B – TEMPOS REQUERIDOS DE RESISTÊNCIA AO FOGO
62
ANEXO C – ÁREAS MÁXIMAS DE COMPARTIMENTAÇÃO
62
Notas específicas:
1) A área de compartimentação pode ser aumentada em 100%, caso haja sistema de detecção de
fumaça (IT nº 19) e controle de fumaça (IT nº 15).
2) A edificação destinada a clínica com internação (divisão H-6) será enquadrada como H-3, de acordo
com o exigido no Decreto Estadual nº 46.076/01.
3) CT - Comissão Técnica.
Notas genéricas:
c) Não será considerada a compartimentação vertical nos casos de interligação de pisos ou pavimentos
consecutivos, por intermédio de átrio, escadas, rampas de circulação ou escadas rolantes, desde que o
somatório de área dos pavimentos não ultrapasse os valores estabelecidos para cada grupo e tipo de
edificação, limitando-se no máximo a 3 pisos. Esta exceção não se aplica para as compartimentações
das fachadas e selagens dos shafts e dutos de instalações.
d) No caso desta IT, as edificações térreas dotadas de subsolo para cálculo de área máxima de
compartimentação deverão ser enquadradas na classe II desta tabela, caso esse subsolo não seja
compartimentado em relação ao térreo.
63
ANEXO D – MÉTODO TABULAR ABNT (NBR 15200:2004)
30 60 10 10 10
60 80 10 15 20
90 100 15 20 30
120 120 20 25 40
* Dimensões mínimas para garantir a função corta-fogo.
FONTE: ABNT (NBR 15200:2004)
63
Tabela 3 – Dimensões mínimas para lajes nervuradas biapoiadas
Nervuras
Capa*
TRRF Combinações de bmin/c1 (1)
h/c1
(min) (mm/mm)
(mm/mm)
1 2 3
30 80/15 80/10
60 100/35 120/25 190/15 80/10
90 120/45 160/40 250/30 100/15
120 160/60 190/55 300/40 120/20
1)
bmin corresponde à largura mínima da nervura.
2)
h corresponde à altura da laje.
* Dimensões mínimas para garantir a função corta-fogo.
FONTE: ABNT (NBR 15200:2004)
64
Tabela 5 – Dimensões mínimas para vigas biapoiadas
Combinações de bmin/c1
(mm/mm) bwmin
TRRF
(min) 1 2 3 4
(mm)
30 80/25 120/20 160/15 190/15 80
60 120/40 160/35 190/30 300/25 100
90 140/55 190/45 300/40 400/35 100
120 190/65 240/60 300/55 500/50 120
FONTE: ABNT (NBR 15200:2004)
65
Tabela 8 – Dimensões mínimas para pilares-parede
Combinações de bmin/c1
(mm/mm)
TRRF µfi = 0,35 µfi = 0,7
(min) Uma face Duas faces Uma face Duas faces
exposta expostas exposta expostas
1 2 3 4
30 100/10 120/10 120/10 120/10
60 110/10 120/10 130/10 140/10
90 120/20 140/10 140/25 170/25
120 140/25 160/25 160/35 220/35
FONTE: ABNT (NBR 15200:2004)
TRRF (mm/mm)
(min) 1 2
30 80/25 200/10
60 120/40 300/25
90 140/55 400/45
66
ANEXO E – MÉTODO TABULAR – EUROCODE 2 (2002)
67
Combinações de bmin e c1
Uma face
Mais de uma face exposta
Taxa exposta
TRRF
mecânic n = 0,15 n = 0,3 n = 0,5 n = 0,7
(min)
a (ω) 1 2 3 4
bmín c1 bmín c1 bmín c1 bmín c1
(mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
200 30 300 30
0,1 150 25* 150 25*
250 25* 350 25*
200 30
30 0,5 150 25* 150 25* 150 25*
250 25*
200 30
1,0 150 25* 150 25* 150 25
300 25
150 30 200 40 300 40
0,1 500 25*
200 25* 300 25* 500 25*
150 35 250 35 350 40
60 0,5 150 25*
200 25* 350 25* 550 25*
150 30 250 40 300 50
1,0 150 25*
200 25* 400 25* 600 30
200 40 300 40 500 50 550 40
0,1
250 25 400 25* 550 25* 600 25*
150 35 200 45 300 45 550 50
90 0,5
200 25* 300 25* 550 25* 600 40
200 40 250 40 500 50
1,0 200 25*
300 25* 550 25* 600 45
250 50 400 50 550 60
0,1 550 25*
350 25* 550 25* 600 45
200 45 300 45 450 50 500 60
120 0,5
300 25* 550 25* 600 25 600 50
200 40 250 50 450 45
1,0 600 60
250 25* 400 25* 600 30
400 50 500 60 550 60
0,1 (1)
500 25* 550 25* 600 30
300 45 450 50 500 60
180 0,5 600 75
450 25* 600 25* 600 50
300 35 450 50 500 60
1,0 (1)
400 25* 550 25* 600 45
500 60 550 40
0,1 600 75 (1)
550 25* 600 25*
450 45 550 55
240 0,5 600 70 (1)
500 25* 600 25*
400 45 500 40
1,0 600 60 (1)
500 25* 600 30
NOTAS: * O cobrimento da armadura apropriado apenas para a situação normal é suficiente.
(1) A largura mínima deve ser superior a 600 mm
FONTE: EUROCODE (2002) apud COSTA & SILVA (2005a)
Tabela 3 – Dimensões mínimas para pilares de seções retangular e circular com
taxa mecânica de armadura ω=1 (valores moderados para momentos de 1ª
ordem, excentricidade e=0,5.b ≤ 200 mm)
68
Combinações de bmin e c1
índice de
TRRF n = 0,15 n = 0,3 n = 0,5 n = 0,7
esbeltez
(min) 1 2 3 4
(λ)
bmin c1 bmin c1 bmin c1 bmin c1
200 30 500 30
30 150 25* 150 25*
300 25* 550 25
250 30 500 40
40 150 25* 150 25*
450 25* 600 30
150 30 300 35
50 150 25* 550 35
200 25* 500 25*
30
200 30 350 40
60 150 25* 550 50
250 25* 500 25*
200 30 450 50
70 150 25* (1)
300 25* 550 25*
250 30 500 35
80 150 25* (1)
350 25* 600 30
200 35 350 40 550 45
30 150 25*
450 25* 600 30 600 40
150 30 200 40 450 50
40 600 40
200 25* 500 25* 500 35
150 35 250 40 500 40
50 600 60
250 25* 550 25* 600 35
60
200 30 300 40 500 50
60 (1)
350 25* 600 25* 600 40
250 30 350 40 550 50
70 (1)
450 25* 600 30 600 45
250 55 450 40
80 600 70 (1)
500 25* 500 35*
69
(λ) 1 2 3 4
bmin c1 bmin c1 bmin c1 bmin c1
200 35 250 50 500 50
30 600 70
300 25* 550 25* 600 40
200 40 300 50 500 55
40 (1)
450 25* 600 30 600 45
200 45 350 50
50 550 50 (1)
500 25* 600 35
90
200 50 450 50
60 600 60 (1)
550 25* 600 40
250 45 500 50
70 600 80 (1)
600 30 600 45
250 50 500 55
80 (1) (1)
500 35 600 45
200 50 450 45 550 55
30 (1)
450 25* 600 25* 600 50
250 50 500 40
40 600 65 (1)
500 25* 600 30
300 40 500 50
50 (1) (1)
550 25* 600 35
120
350 45 500 60
60 (1) (1)
550 25* 600 40
450 40 550 60
70 (1) (1)
600 30 600 50
450 45
80 600 65 (1) (1)
600 30
NOTAS: * O cobrimento da armadura apropriado apenas para a situação normal é suficiente.
(1) A largura mínima deve ser superior a 600 mm
FONTE: EUROCODE (2002) apud COSTA & SILVA (2005a)
70