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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE RORAIMA

CAMPUS BOA VISTA


CURSO DE MEDICINA

ÍCARO ARRUDA FREIRE DE SOUZA


JOÃO MATHEUS MARTINS MELO
MARIA CLARA
MARIA VITÓRIA MATOS MESSIAS

MIGRAÇÃO VENEZUELANA PARA O BRASIL: Uma auto percepção de bem estar


da população migrante.

BOA VISTA - RR
2022
ÍCARO ARRUDA FREIRE DE SOUZA
JOÃO MATHEUS MARTINS MELO
MARIA CLARA
MARIA VITÓRIA MATOS MESSIAS

MIGRAÇÃO VENEZUELANA AO BRASIL: Uma auto percepção de bem estar da


população migrante.

Projeto de Pesquisa apresentado ao curso de


Medicina da Universidade Estadual de Roraima
(UERR), como requisito parcial para aprovação na
disciplina de Metodologia do Trabalho Científico 2.

Orientador: Prof. Dr. Loeste Arruda.

BOA VISTA - RR
2022
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

UERR Universidade Estadual de Roraima


OMS Organização Mundial da Saúde
ACNUR Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados
BEP Bem-estar psicológico
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................5
2 OBJETIVOS ...............................................................................................7
2.1 GERAL ........................................................................................................ 7
2.2 ESPECÍFICOS ............................................................................................7
3 METODOLOGIA .........................................................................................8
REFERÊNCIAS ........................................................................................10
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1 INTRODUÇÃO

A crise migratória global intensificou o fluxo migratório para o Brasil. Nesse


cenário, estimasse que 1.1 milhão de imigrantes entraram no Brasil entre 2000 e julho
de 2018 (CAVALCANTI et al., 2018). Dentre os diversos fluxos migratórios de entrada
ao Brasil destaca-se a crise migratória venezuelana, o número de solicitantes de
refúgio venezuelanos era de 829 em 2015 e aumentou mais que 9 vezes chegando a
7600 em 2017 (SIMÕES, 2017). Essa crise migratória tem início em 2014 quando a
crise interna da Venezuela se agravou, devido a baixa no preço do petróleo
comprometendo o principal produto de exportação venezuelano (Bastos et al., 2018).
As causas para a crise venezuelana são diversas, porém, segundo Paiva:
[...] a principal causa da crise econômica na Venezuela é interna e decorre
da manipulação irresponsável da taxa de câmbio como mecanismo de
controle de preços sem respaldo das políticas monetária e fiscal, agravando
a crônica dependência do petróleo do país. Os controles de preços são uma
tentativa desesperada e inócua de adiar ajustes inevitáveis, que
provavelmente levarão a uma hiperinflação. [...] (PAIVA, 2017).
A população venezuelana desprovida de produtos básicos como: leite, ovos,
farinha, sabão e papel higiênico por exemplo se vê na necessidade de migrar em
busca de melhores condições de vida. Nesse contexto, o Brasil é um dos principais
destinos desse fluxo migratório por ter uma fronteira sem obstáculos naturais entre a
cidade brasileira de Pacaraima e a venezuelana Santa Elena de Uairén (JÚNIOR,
2019).
O processo de migração pode ser dividido em duas etapas, pré e pós-migração.
A pós-migração, que é objeto desse estudo, ocorre após a chegada ao país destino,
consiste na adaptação à cultura local (Tempany, 2009). Esse período pode causar
sofrimento ao sujeito devido a ausência de apoio social em contraste com seu país de
origem (OMS e ACNUR, 2015).
Este estudo busca coletar dados da autopercepção dos imigrantes
venezuelanos sobre o bem-estar psicológico (BEP), os dados serão analisados a
partir da perspectiva da pirâmide de necessidades de Maslow (1968) e posteriormente
serão utilizados alguns pontos de BEP como relacionamento positivo com outras
pessoas e o domínio do ambiente a partir das definições de Ryff (1995).
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As análises buscam entender melhor a autopercepção do imigrante


venezuelano: suas necessidades e dificuldades que possam impedi-lo de alcançar a
autorrealização e a sensação de bem-estar psicológico. Assim, será possível propor
políticas públicas para a humanização do processo de imigração, trazendo saúde e
bem-estar a população migrante.
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2 OBJETIVOS

2.1 GERAL

Coletar dados da autopercepção dos imigrantes venezuelanos no estado de


Roraima sobre seu bem-estar psicológico e os principais problemas que os imigrantes
enfrentam para se adaptar ao Brasil.

2.2 ESPECÍFICOS

Compreender melhor a perspectiva dos imigrantes diante dos problemas do


processo migratório e de adaptação.
Disponibilizar dados para o desenvolvimento de políticas públicas que visem
adaptar a logística local para atender a demanda do aumento da população geral e
da nova população.
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3 METODOLOGIA

O tipo de pesquisa utilizada no presente projeto será descritivo e exploratório


em relação aos objetivos, visto que, segundo Gil (1996), proporciona uma proximidade
com a questão a ser estudada. Neste sentido, a fim de esclarecer os dados coletados
mediante avaliação fenomenológica, a metodologia envolverá entrevistas com
pessoas com o perfil de experiências diretamente ligado com o tema pesquisado, em
sumo, os problemas que os imigrantes enfrentam para se adaptar ao Brasil.
Os procedimentos de coleta de dados citados, serão realizados sob perspectiva
qualitativa, através de embasamento teórico-bibliográfico e por meio de questionários
com o intuito de relacioná-los para melhor interpretação.
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Referencial Teórico

A migração não é considerada um fenômeno novo na história da humanidade.


As pessoas por vários motivos migraram, mas o que mais se destaca no processo
migratório é a busca de melhores condições de vida em outro território. Para Morales
(2009, p. 44): A migração está associada de maneira indissolúvel ao movimento e ao
deslocamento espacial e, nesse sentido, é uma característica nata nos seres
humanos. Entretanto, sua organização necessita na formação e reestruturação
continua das delimitações territoriais, formando processos de identidade social no
interior das mesmas e da diferenciação em relação aos espaços externos. Um dos
pontos principal do processo migratório, é a busca de melhoria de vida em outro
território.
O informe da ONU aponta também 16 países que nos 10 qüinqüênios - entre
1950 e 2000 - tiveram saldo migratório sempre negativo e 7 países que, nos mesmos
períodos, tiveram saldo migratório positivo. A maioria dos países, todavia, intercala
saldos negativos, positivos ou saldo zero. O World Economic and Social Survey
200411[11] aponta que 17512[12] milhões de pessoas vivem fora do país em que
nasceram. Isso significa que uma em cada 35 pessoas é migrante, o que corresponde
a 2,9% da população mundial. A intensidade do fenômeno pode ser elucidada levando
em conta que, em 1910, o número de emigrantes era de 33 milhões, ou seja, 2,1% da
população planetária.

Os impactos regionais da crise venezuelana se relacionam diretamente com as


cidades de fronteira que recebem um grande número de população migrante,
apresentando-se, transformações na cotidianidade dos cidadãos fronteiriços e a
necessidade de intervenção pública não só dos governos locais, mas principalmente
dos governos centrais, devido a que a migração venezuelana passou a ser um assunto
nacional. Com a migração venezuelana dos últimos anos, percebe-se uma
convivência mais intensa entre os fronteiriços – ou a população que mora nas cidades
de fronteira faz vários anos – e os fronteiriços internacionais – ou migrantes, ou seja,
os venezuelanos que atravessam as fronteiras fugindo da crise econômica e social.
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REFERÊNCIAS

CAVALCANTI, Leonardo; OLIVEIRA, Tadeu; MACEDO, Marília. Migrações e mercado


de trabalho no Brasil. Relatório anual, 2018.

DA FROTA SIMÕES, Gustavo; CAVALCANTI, Leonardo; DE OLIVEIRA, Antônio


Ribeiro. Imigração venezuelana no Brasil: perfil sociodemográfico e laboral. JOSÉ
KOECHLIN/JOAQUÍN EGUREN, p. 115, 2018.

BASTOS, Julia Pedroni Batista; OBREGÓN, Marcelo Fernando Quiroga. Venezuela


em crise: o que mudou com Maduro. Derecho y Cambio Social, v. 52, p. 1-16, 2018.

PAIVA, Rafael Bianchini Abreu. A tragédia econômica venezuelana. Carta Capital, 30


de outubro de 2017. Disponível em:
https://www.cartacapital.com.br/blogs/conjunturando/a-tragedia-economica-
venezuelana. Acesso em 26/03/2022.

JUNIOR, Sidmar José Cruz. A operação acolhida e a imigração venezuelana em


Roraima. Pensar Acadêmico, v. 17, n. 3, p. 430-447, 2019.

file:///C:/Users/jhlmt/Downloads/MIGRA%C3%87%C3%83O-NO-MUNDO.pdf

https://escola.mpu.mp.br/h/rede-de-capacitacao-a-refugiados-e-migrantes/atividade-
em-recife/apresentacoes/migracao-e-saude-mental.pdf

9058-Texto do artigo-38178-1-10-20180305.pdf

file:///C:/Users/jhlmt/Downloads/29956-92303-2-PB.pdf

World Health Organization and United Nations High Commissioner for Refugees
(2015). mhGAP Humanitarian Intervention Guide (mhGAP-HIG): Clinical management
of mental, neurological and substance use conditions in humanitarian emergencies.
Geneva: WHO.

Tempany, M. (2009). What Research tells us about the Mental Health and
Psychosocial Wellbeing of Sudanese Refugees: A Literature Review. Transcultural
Psychiatry , 46(2), 300-315. doi: 10.1177/1363461509105820

Ryff, C. D. & Keyes, C. L. M. (1995). The structure of psychological


well being revisited. Journal of Personality and Social
Psychology, 69, 719-727.

Maslow, A. (1968). Toward a psychology of being (2“ ed.). New


York: Van Nostrand. Comentado [ÍAFdS1]: Ainda vou adaptar às normas da
NBR 6023

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