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Presos à liberdade

Nelson Mandela

Nelson Mandela (1918-2013) nasceu a 18 de julho de 1918, numa aldeia


na África do Sul. Tinha muitos primos, tratava das vacas e brincava com os
cabelos brancos do pai. Foi a primeira criança da aldeia a ser matriculada
na escola. Era um aluno muito aplicado que aprendia rápido e bem. Nelson
sempre quis ir para a faculdade.
Em 1939, entrou no curso de Direito na primeira Universidade da África do
Sul a ministrar cursos para negros. Como não concordava com o facto de a
universidade ser exclusivamente para pessoas de raça negra, envolveu-se
em protestos, acabando por ser obrigado a abandonar o curso. Mudou-se
para outra cidade, onde voltou a enfrentar muitas dificuldades por ser de
raça negra, mas, mesmo assim, concluiu o curso de Artes. Só mais tarde é
que continuou os estudos de Direito noutra universidade.
No seu país, havia uma política que tirava os direitos civis das pessoas negras,
que era conhecida como “apartheid” (que significa “separação”). Pessoas de
diferentes raças não podiam casar umas com as outras, as pessoas de raça
branca e de raça negra tinham que viver em áreas separadas, havia hospi-
tais, escolas e praças diferentes para os brancos e para os negros… Mandela
quis lutar contra esta injustiça e acabar com o “apartheid”! Tornou-se o líder
do movimento negro da África do Sul.
Acontece que muitos líderes negros foram perseguidos, presos, torturados
e assassinados. Mandela, em 1964, foi condenado à prisão. Esteve preso
quase 30 anos! Quando foi libertado, Mandela disse que queria uma socie-
dade onde todas as pessoas vivem juntas em harmonia e com oportunida-
des iguais. A sua vontade era tão forte que chegou a dizer que, se fosse
necessário, estava disposto a morrer por este ideal. Entretanto, foi eleito o
primeiro presidente negro da África do Sul.
Foi homenageado com cerca de 250 prémios, incluindo o Nobel da Paz. Apesar
de ter sofrido muito, Mandela nunca respondeu ao racismo com a mesma
moeda e soube perdoar quem lhe fez mal. É uma verdadeira inspiração!
Presos à liberdade
Rosa Parks

Rosa Parks nasceu em 1913, nos Estados Unidos da América. Era uma
costureira negra e tornou-se o símbolo do movimento dos direitos civis dos
negros nos Estados Unidos.
Ao anoitecer do dia 1 de dezembro de 1955, aos 42 anos, Rosa teve um gesto
simples, mas de grande significado! Entrou num autocarro na avenida
Cleveland, no centro da cidade de Montgomery. Pagou o bilhete e sentou-se
na primeira fila de assentos reservados para negros no veículo. O autocarro
ia ficando cada vez mais cheio até que, numa determinada paragem,
entram vários passageiros. O motorista reparou que algumas pessoas
brancas estavam de pé. Então, exigiu que os passageiros negros sentados
se levantassem para que os brancos se pudessem sentar. Enquanto os
outros três negros se levantaram, Rosa r­ecusou-se. O motorista pergun-
tou-lhe “Porque é que não se levanta?” Ela respondeu: “Eu não tenho que
me levantar”. O homem chamou a polícia, que a mandou prender. Naquela
altura, havia leis norte-americanas que proibiam os negros de frequentar
alguns locais ou que restringiam o acesso a transportes.
Rosa Parks recebeu uma multa e foi presa por se recusar a levantar, mas
o seu gesto foi o pontapé de saída para que se organizasse um movimento
contra as companhias de transporte locais, iniciando uma grande reviravolta
na história dos EUA e do mundo todo.
Rosa teve que enfrentar ameaças de morte, humilhações e até teve de
mudar de estado por não conseguir arranjar emprego! Pelo seu ato de
coragem, ela é até hoje considerada a mãe do movimento moderno pelos
direitos civis.
Em 1999, Rosa recebeu das mãos do então presidente Bill Clinton a mais
alta condecoração oficial concedida pelo governo a um civil norte-americano,
a Medalha de Ouro do Congresso. Além deste, também recebeu outros
prémios e distinções.
Presos à liberdade
Malala Yousafzai

Malala Yousafzai nasceu em Mingora, Paquistão, em 1997. A situação geral


da educação no seu país é muito pobre e há milhões de crianças entre os 5 e
os 11 anos que não frequentam a escola, sobretudo as meninas. Em certas
regiões deste país, só se celebra o nascimento dos meninos e as meninas
são obrigadas a casar cedo, não podendo continuar a estudar.
A sua mãe vivia na cozinha e o seu pai, professor e dono de uma escola, viu
em Malala uma aluna perfeita. Ao contrário do que era hábito na sua terra,
depois de os dois irmãos de Malala se irem deitar, o pai ficava a conversar
com a filha, d­ espertando-lhe o gosto por várias matérias (física, literatura,
história, política, etc.). O pai de Malala sempre foi um defensor da educação
e transmitiu esta paixão à filha. Eles têm uma relação muito especial.
Quando tinha 10 anos, as escolas da sua região foram obrigadas a fechar as
portas. Nessa época, Malala estudava na escola do seu pai, que também foi
obrigada a fechar. Malala começou a defender, no seu blog, o direito de as
meninas frequentarem a escola. Com 12 anos, ela mudava o caminho para a
escola todos os dias, escondia os livros debaixo da roupa e deixou de usar o
uniforme para não chamar a atenção. Malala afirmava que queria ser médica
e, para isso, teria que continuar a estudar em qualquer outro lugar.
Em 2010, Malala passou a receber ameaças de morte. No dia 9 de outubro
de 2012, com 15 anos, Malala regressava para casa juntamente com outras
meninas, quando o autocarro escolar em que vinha foi mandado parar. Um
homem perguntou: “Quem é Malala?”. Quando as miúdas olharam para ela,
identificando-a sem querer, o homem disparou na sua direção. Atingiu-a na
cabeça e feriu ligeiramente duas amigas.
Malala foi socorrida e levada para um hospital especializado, em Birmingham,
na Inglaterra, onde ficou a viver e a estudar. Malala sobreviveu ao atentado,
recuperou-se e não recuou nas suas convicções. Tornou-se porta voz de
uma causa – o direito à educação! Tem como lema “Um livro, uma caneta,
uma criança e um ­professor podem mudar o mundo.”.
Com 17 anos, ganhou o Prémio Nobel da Paz.
Presos à liberdade
Os Apóstolos

Quando, na Galileia e na Judeia, no séc. I da Era Cristã, Jesus Se dedicou ao


anúncio do Reino, escolheu doze apóstolos para O acompanharem.
O nome Apóstolos significa “aqueles que são enviados em missão” e refere-se
a doze homens: Pedro; João; Tiago; André; Filipe; Tomé; Bartolomeu; Mateus;
Tiago, filho de Alfeu; Simão, o Zelota; Judas (Tadeu); e Judas Iscariotes.
Ao longo da missão pública de Jesus de Nazaré, estes discípulos tornaram-se
amigos muito especiais, que confiavam em Jesus e em quem Jesus confiava
muito. A tal ponto que deixaram os seus projetos e as suas ocupações ante-
riores para trabalharem no projeto de Deus: tornar todas as pessoas felizes
por causa de viverem como irmãs.
Todos os Apóstolos eram homens comuns: pescadores, revolucionários,
cobradores de impostos, pessoas simples. Todos eram pessoas comuns: com
fragilidades, falhas, dificuldades e dúvidas, mas também com qualidades,
talentos, capacidades e sonhos.
Sonhavam com um mundo ao jeito de Jesus, onde os últimos tivessem lugar
e ninguém fosse estrangeiro. Sonhavam com um mundo ao jeito de Jesus,
onde Deus fosse a Palavra de ordem.
Às vezes, não compreendiam bem o Mestre. Eram impacientes ou imaginavam
que tudo podia ser mudado à força e com poder. Outras vezes, distraíam-
-se com questões sem importância, a ver qual deles era o mais importante.
Mas… permaneciam com Jesus porque havia n’Ele razões de confiança.
Chegou um momento em que um deles traiu Jesus, primeiro. Esse, chamado
Judas Iscariotes, entregou-O e Ele foi condenado à morte. Durante a condena-
ção do Mestre, os outros também O traíram. Cheios de medo, esconderam-se.
Mas a história não acabou assim.
Sem Jesus, os Apóstolos estavam perdidos. Judas Iscariotes não suportou o
que tinha feito e morreu. Ficaram onze. Onze homens comuns a quem Jesus
tinha transformado: eram Apóstolos, missionários. E estavam fechados numa
casa, assustados.
Então… Deus ressuscitou Jesus! E o Mestre foi ao encontro dos seus mais
chegados amigos. Vendo-O, renovaram-se. Encheram-se de um dinamismo
que os fez permanecer com Ele para sempre. De outro jeito. Completaram o
grupo, chamando Matias e, como estavam no Espírito de Jesus, confiaram-se
a Ele. E entregaram-se à construção do Reino para sempre. Numa fidelidade
que nunca mais teve limites.

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