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Anais

Francisco Thiago de Albuquerque Aragão


Ademir Silva Menezes
Marcos Aurélio Araújo Lima
Rafaela Vieira Façanha
V SEMANA DA ENGENHARIA
AGRÍCOLA E AMBIENTAL: Recursos
Hídricos e Meio Ambiente

Anais
Francisco Thiago de Albuquerque Aragão
Ademir Silva Menezes
Marcos Aurélio Araújo Lima
Rafaela Vieira Façanha

Faculdade Ieducare – FIED


Tianguá-CE
2021
V SEMANA DA ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL: Recursos hídricos e meio ambiente

Realização
Coordenação do Curso de Engenharia Agrícola e Ambiental
Faculdade Ieducare – FIED

Comissão Organizadora
Francisco Thiago de Albuquerque Aragão
Ademir Silva Menezes
Marcos Aurélio Araújo Lima
Rafaela Vieira Façanha
Damiana Ferreira da Silva Dantas

Comissão Científica
Ademir Silva Menezes
Aldênia Mendes Masceno de Almeida
Carlos Henrique Carvalho de Sousa
Damiana Ferreira da Silva Dantas
Deylane Menezes Teles e Oliveira
João Paulo Cajazeira
José Souza da Costa
Jéssica Cristina Oliveira Frota
Josele Gleissiane Nobre Azevedo
Juscilânia Furtado Araújo
Jaqueline Gomes de Negreiros
Maria Nágila Carneiro Matos
SUMÁRIO

Identificação e caracterização de nascentes no entorno do parque nacional de Ubajara


Karolina P. Fontenele; Gilson L. S. Mota; Nágila M. P. Campos; Clemilton da S.
Ferreira........................................................................................................................................... 06
Medição de vazão em um trecho do rio Tabocas em Ubajara, Ceará, utilizando o método
do flutuador
Karolina P. Fontenele..................................................................................................................... 13
Impactos dos aerogeradores e o desenvolvimento no município de Tianguá
Karolina P. Fontenele..................................................................................................................... 14
Densidade do solo pelo método do anel volumétrico em área sob cultivo de feijão e
cana de açúcar em Viçosa do Ceará
Mariana da Silva; Márcia M. Nascimento; João V. M. Mendes; Francisco R. S. Sousa; Vanessa
L. Pontes; Ademir S. Menezes....................................................................................................... 15
Análise da percepção de profissionais da saúde sobre resíduos hospitalares: uma
análise em um município do Rio Grande do Norte
Dany G. Kramer; Joéssika E. S. Paiva; Darlyane B. Cavalcante; Ana Nataly da S. Melo;
Priscilla S. L. Gadelha; André
Nagalli............................................................................................................................................ 16
Desenvolvimento de jogo educacional para atividades de extensão na temática de
polímeros e meio ambiente
Vivian R. M. de Almeida; Francisco C. da Silva; Dany G. Kramer................................................. 17
Educação ambiental: incentivo ao cultivo de hortaliças e a propagação de boas práticas
de conservação ao meio ambiente
Roberto da S. Vieira; William R. do Carmo; Sângela R. de Oliveira; Tatiana M. F. Pinto; Maria
N. C. Matos.................................................................................................................................... 18
Indicadores da fertilidade de substrato utilizado na produção de mudas frutíferas em
viveiro na Ibiapaba, Ceará
Laísa R. Vieira; Ademir S. Menezes; Damiana F. S. Dantas; João P.
Cajazeira........................................................................................................................................ 22
Influência do potássio no crescimento inicial da pitaia branca (Hylocereus undatus)
João P. Cajazeira; Edmilson I. B. Almeida; Márcio C. de M. Corrêa; Ronialison F. Queiroz;
Francisco T. de A. Aragão; Laísa R. Vieira.................................................................................... 23
Influência do potássio no crescimento inicial da pitaia vermelha (Hylocereus sp.)
João P. Cajazeira; Edmilson I. B. Almeida; Márcio C. de M. Corrêa; Ronialison F. Queiroz;
William R. do Carmo; Roberto da S. Vieira.................................................................................... 28
Variabilidade espacial de atributos associados a compactação de um Argissolo Amarelo
no Estado do Ceará
João P. Cajazeira; Raimundo N. de Assis Júnior; Helon H. de F. Sousa; Ademir S. Menezes;
Jefferson P. R. Soares; Paulo S. L. Furtado.................................................................................. 33
Aplicação de jogo educativo sobre agrotóxicos em uma intervenção de extensão: um
relato de experiência
Dany G. Kramer; Vivian R. de M. Almeida..................................................................................... 38
Avaliação de pH em solo cultivado com Vigna unguiculta e Saccharum officinarum em
Viçosa do Ceará
Vanessa L. Pontes1; João V. M. Melo; Emanuel R. Silva; Francisco R. S. Sousa; Márcia M.
Nascimento; Ademir S. Menezes................................................................................................... 39
Alterações físicas no solo em área de descarte de resíduos da produção de cachaça no
Vale do Lambedouro – Viçosa do Ceará
Francisco R. S. de Sousa; Vinícius da C. Lino; João V. M. de Melo; Márcia M. do Nascimento; 40
Ademir S. Menezes; Carlos H. C. de Sousa..................................................................................
Velocidade de infiltração básica de água em solo com presença de resíduos da
produção de cachaça
Francisco R. S. de Sousa; Mariana da Silva; Vanessa L. Ponte; Emanuel R. da Silva; Ademir
S. Menezes; Carlos H. C. de Sousa.............................................................................................. 45
Parametrização de sensor para captação de níveis de umidade no solo
Sângela R. de Oliveira; João V. M. Melo; Vanessa L. Ponte; Oseias de S. Mourão; Tatiana M.
F. Pinto........................................................................................................................................... 46
Impacto Ambiental e classificação da nascente da Pedra do Itagurussu no Município de
Viçosa do Ceará
Mariana da Silva; Jefferson P. R. Soares; João P. Cajazeira........................................................ 50
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos na empresa Frut Gold
Jéssica S. Nogueira; Leonardo O. Fernandes; Tatiana M. F. Pinto; Jéssica C. O. Frota; Maria
N. C. Matos.................................................................................................................................... 55
Avaliação de duas variedades de alface: BRS Leila/BRS Mediterrânea da Agrocinco na
Serra da Ibiapaba
Ivan Â. P. Francisco; Luis C. F. Rodrigues.................................................................................... 56
O uso de plataformas digitais no combate ao desperdício de alimentos
Danley E. O. Ramos; Francisco das C. F. Siqueira; Iara da S. Lopes; Vanessa L. Ponte; Felipe
J. N. Brito; Maria N. C. Matos........................................................................................................ 57
Diagnóstico sobre utilização e destinação final dos óleos automotivos nas oficinas
mecânicas da cidade de São Benedito, Estado do Ceará
Danley E. de O. Ramos; Sângela R. de Oliveira; Tatiana M. F. Pinto; Oseias de S. Mourão;
Maria N. C. Matos; Raulzito F. Moreira.......................................................................................... 58
Avaliação da evaporação da água no solo através de células de carga sob diferentes
condições de sombreamento
Aloys E. Epondina; Juliana A. Costa; José V. de Figueiredo; Lucas M. Vellame; Carlos A. G.
Costa.............................................................................................................................................. 62
Avaliação de gestão sobre o descarte correto dos óleos lubrificantes nas oficinas
mecânicas da cidade de Tianguá, Estado do Ceará
Sângela R. de Oliveira; Danley E. de O. Ramos; Tatiana M. F. Pinto; Oseias de S. Mourão;
Maria N. C. Matos; Raulzito F. Moreira.......................................................................................... 67
Calibração de quatro sensores de umidade do solo para o monitoramento do conteúdo
de água
Aloys E. Epondina; Juliana A. Costa; José V. de Figueiredo; Lucas M. Vellame; Carlos A. G.
Costa........................................................................................................... 71
Avaliação de Impacto Ambiental da nascente localizada na rua Francisco Correia
Vasconcelos em Ibiapina-CE
Iandara R. Paiva; Jefferson P. R. Soares...................................................................................... 72
Controle da movimentação do volume de “entrada” do pimentão na CEASA de Tianguá
– Ceará
Felipe F. F. Menezes; Emanuel R. da Silva; Francisco T. de A. Aragão; Eriberto de S. Ponte
Junior............................................................................................................................................. 76
Dificuldades na implantação de um projeto de coleta seletiva de pilhas e baterias na
cidade Ibiapina - CE.
Eriberto de S. Ponte Junior; Emanuel R. da Silva; Felipe F. F. Menezes; Francisco T. de A.
Aragão............................................................................................................................................ 77
Agronegócio na Serra da Ibiapaba: Os problemas encontrados na produção agrícola
Francisco R. S. de Sousa; Felipe de A. Moita; Pedro H. G. Pereira; Maria N. C. Matos;
Francisco T. de A. Aragão............................................................................................................. 78
Openbord e mesa digitalizadora uma dupla que mudou a matemática no período remoto
na disciplina de cálculo II
Francisco das C. O. dos Santos.................................................................................................... 82
As dificuldades na implementação da permacultura como forma de conter as mazelas
ambientais na região Norte
Paulo S. L. Furtado........................................................................................................................ 86
Atributos químicos do solo irrigado com efluente de esgoto tratado na cultura do sorgo
(Sorghum bicolor L. Moech)
Maria G. S. de Santana; Tiago C. da Silva; Francisco M. L. Bezerra; Keivia L. Chagas;
Francisco T. de A. Aragão............................................................................................................. 90
Infiltração de água no solo com uso do cilindro único em área cultivada com feijão
sempre verde
João V. M. de Melo; Mariana da Silva; Vanessa L. Ponte; Marcia M. do Nascimento; Carlos H.
C. de Sousa; Ademir S. Menezes.................................................................................................. 94
Composição química de três espécies de pitaias sob adubação potássica
João P. Cajazeira; Edmilson I. B. Almeida; Márcio C. de M. Corrêa; William Natale; Carlos H.
C. de Sousa; Marcos A. A. Lima.................................................................................................... 95
Densidade de plantio de coentro em caixa de leite em pequeno espaço
Damiana F. da S. Dantas1; Tony A. G. Dantas2, João P. Cajazeira; Francisco T. de A. Aragão;
Marcos A. A. Lima; Ademir S. Menezes........................................................................................ 100
Identificação de populações de Meloidogyne spp. associadas a cultura de tomate em
Ibiapina, Ceará
Luis C. F. Rodrigues; Francisco J. C. Souza Junior...................................................................... 101
Levantamento da devolução de embalagens de defensivos vazias na região da Serra da
Ibiapaba – Ceará
Felipe F. F. Menezes; Eriberto de S. Ponte Junior; Francisco T. de A. Aragão; Luiz de M.
Gomes; Antônio de P. M. Holanda Junior...................................................................................... 102
Importância do nitrogênio na cultura do milho
Belmiro S. Shimada; Marcos V. Simon.......................................................................................... 106
Alternativa para determinação da densidade de partículas do solo arenoso
Ademir S. Menezes; João V. M. Melo; Márcia. M. Nascimento; Francisco R. S. Sousa;
Francisco T. A. Aragão; Vanessa L. Ponte.................................................................................... 110
Nitrogênio na produção vegetal
Belmiro S. Shimada....................................................................................................................... 114
A agricultura e o manejo de doenças
Belmiro S. Shimada....................................................................................................................... 118

Todos os textos foram selecionados por meio de pareceristas da Comissão Científica por avaliação
cega.

Os conceitos e definições emitidos na presente publicação são de inteira responsabilidade de seus


autores, não refletindo necessariamente o pensamento da Coordenação do Curso de Engenharia
Agrícola e Ambiental, bem como da Instituição realizadora.

É permitida a reprodução, desde que citada a fonte e para fins não comerciais.
APRESENTAÇÃO

A V Semana da Engenharia Agrícola e Ambiental com tema recursos hídricos e meio ambiente
teve como objetivo proporcionar a discussões de assuntos que possam contribuir para com o
conhecimento de todos os participantes, além da divulgação científica sobre os temas relevantes no
contexto da agricultura, educação contextualizada e ambiental, ademais, articular o intercâmbio de
palestrantes/pesquisadores que se debruçam sobre as temáticas abordadas neste evento.
Nesta quinta edição, realizou-se discursões sobre recursos hídricos e meio ambiente, por meio
de palestras, mesas redondas, minicursos, apresentação de trabalhos e visita técnica guiada, realizado
entre os dias 25 e 29 de outubro de 2021, no Ibiapaba Shopping e Campus Sede da Faculdade
Ieducare – FIED, na cidade de Tianguá – CE.
O evento mostrou a importância da inserção da ciência e tecnologia dentro da região
Ibiapabana, levando para além dos muros da universidade o conhecimento, a pesquisa e extensão,
através da exposição de trabalhos desenvolvidos em sua grande maioria na região supracitada.

Francisco Thiago de Albuquerque Aragão


Coordenador do Curso de Engenharia Agrícola e Ambiental
Faculdade Ieducare – FIED
Identificação e caracterização de nascentes no entorno do parque nacional de Ubajara

Karolina Paulino Fontenele1; Gilson Luiz Souto Mota2; Nágila Maria Pereira Campos2;
Clemilton da Silva Ferreira3
1
Discente de Engenharia Agrícola e Ambiental, Faculdade Ieducare (FIED), Tianguá/CE. E-mail:
karolina.fontenele@hotmail.com;
2
Analistas Ambientais do ICMBio-Ubajara, Rodovia da Confiança CE 187, Zona Rural, Ubajara -CE.
3
Docente Doutor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), Campus
Tianguá. CE 187 S/N – Tianguá/CE.

Área temática: Ecologia e recursos naturais

RESUMO: O parque Nacional de Ubajara está situado na Serra da Ibiapaba na região norte do
Estado do Ceará e se encontra em uma região de diversos tipos de vegetação, que
compreendendo desde uma área de platô até uma área de semiárido. Essas características e
localização, permite a formação de várias nascentes, as quais vem sofrendo com o processo de
urbanização e uso da agricultura e pecuária, e passando diversos e intensos processos de
degradação. Assim, o objetivo deste trabalho é identificar nascentes e diagnosticar o nível de
degradação e conservação de nascente no entorno do Parque nacional de Ubajara. Foram
realizadas as identificações e classificações das nascentes no entorno do Parque Nacional de
Ubajara e aplicação de questionário para caracterização e uso das nascentes. As nascentes do
entorno do parque são as principais responsáveis pela manutenção de cachoeiras e córregos
d`água no interior do parque, que servem como atrativo turístico e manutenção da flora e fauna
do PNU. Observaram-se que as principais causas de degradação das nascentes é a pressão
urbana, desmatamento para implantação de pastagens e a criação de animais. A identificação e
caracterização do nível de degradação pode servir como instrumento de políticas públicas para
conservação das nascentes no entorno do PNU.

PALAVRAS-CHAVE: Manejo de nascentes, classificação de nascentes, degradação


ambiental, unidades de conservação.

INTRODUÇÃO: O Parque Nacional de Ubajara (PNU), está localizado à leste da serra da


Ibiapaba e atingindo o topo de uma encosta a barlavento, a área caracteriza-se por apresentar
dois períodos climáticos bem distintos: um chuvoso e com temperaturas relativamente mais
baixas, que ocorre nos meses de janeiro a junho e outro, praticamente sem chuvas que se
prolonga de julho a dezembro (ICMBIO, 2019). Essa privilegiada localização, fatores
geológicos e climáticos, permite a formação de três subáreas: uma área de chapada ou platô,
uma faixa denominada de “cinta”, onde é interrompido o talude, e uma faixa de faixa de
encosta, de inclinação menos abrupta, com relevo dissecado e apresentando, em diversos
pontos (PNU, 2020). Essas formações tem um papel relevante no surgimento de nascentes ou
olho d`água no PNU e no seu entorno. As nascentes são consideradas como todo e qualquer
afloramento de água na superfície do solo. Essas, por sua vez, estão muito presentes no entorno
do PNU. De acordo com Lourenço e Caracristi (2019), o entorno do PNU apresenta de um lado
uma mata úmida chamada popularmente de “cinturão verde”, vegetação de características da

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Floresta Ombrófila Aberta e outra situa-se na depressão sertaneja, clima semiárido. A região
de vegetação ombrófila sofre um intenso processo de ocupação urbana, avançando de maneira
desordenada e sem planejamento, impactando diretamente as nascentes nesse local, pois, essas
inúmeras nascentes são essenciais para manutenção dos recursos hídricos no interior do parque
e da população do entorno. Ubiali et al. (2019) consideram que:

“Um dos maiores desafios para a sobrevivência das


comunidades rurais tradicionais do Brasil relaciona-
se com o acesso à água em quantidade e qualidade
para atender necessidades de consumo humano,
dessedentação animal e produção agrícola” (UBIALI
et al., 2019, p. 4).

De acordo com Lourenço e Caracristi (2019), a outra parte do entorno do PNU, na depressão
sertaneja, que está inserido parte dos municípios de Frecheirinha, Ibiapina, Tianguá e Ubajara,
com altitude inferior a 400 metros, clima semiárido, é a região que apresenta os maiores
impactos com uso intensivo do solo pela atividade agrícola, pecuária extensiva e o extrativismo
florestal predatório. Não obstante, considerando as características e os impactos no entorno do
PNU, o objetivo deste trabalho é identificar nascentes e diagnosticar o nível de degradação e
conservação de nascente no entorno do Parque nacional de Ubajara.

MATERIAL E MÉTODOS: O trabalho teve início em 2013 e consiste na identificação e


monitoramento constante das nascentes no entorno do Parque nacional de Ubajara (PNU),
principalmente, na região conhecida como “cinturão verde”, visto que é onde se encontra o
maior número de nascentes. O monitoramento foi realizado com visitas “in loco” e aplicação
de questionários e registros fotográficos da situação das nascentes. O questionário era
composto de questões objetivas e subjetivas dentre outros aspectos. Localização das nascentes
foi feita com base na disposição da rede de drenagem na imagem e com a ajuda de agricultores
familiares locais em saídas a campo. Com base nas coordenadas geográficas obtidas com GPS
para nascentes, e, na análise visual, utilizando o programa GPS Trackmaker, foi gerado um
mapa com a localização de cada nascente, figura 1.

Figura 1. Localização das nascentes no entorno do Parque Nacional de Ubajara (PNU),


pontilhados de azul e vermelho, da região de mata úmida “cinturão verde”. Ubajara-CE. Fonte:
Autores 2020.
7
As nascentes foram classificadas segundo a metodologia proposta por Pinto et al. (2004):
Degradada: pouco vegetada, presença de gado, solo compactado, altamente impactada pela
presença de gado e com erosões ou voçorocas ao redor; Perturbada: possui menos de 50 metros
de vegetação nativa ao redor, mas em bom estado de conservação; Conservada: possui 50
metros ou mais de vegetação nativa ao redor, em bom estado de conservação. Foram avaliados
em campo outros parâmetros associados às nascentes e feitas observações sobre o seu estado
de conservação e os impactos detectados (UBIALI et al., 2019): Uso por animais: presença /
não detectado; Uso por humanos: presença / não detectado; Uso da terra no entorno: solo
exposto / pastagem / agricultura (qual cultura) / vegetação nativa; Fluxo de água a jusante:
canal está seco / possui água parada / possui fluxo visível de água; Proteção: não possui cerca
/ possui ao redor do minadouro / possui ao redor da mata ciliar. Após aplicação do questionário
foi realizada análise descritiva, quantitativa, para organizar, resumir e descrever os aspectos
importantes das características observadas ou comparar tais características entre dois ou mais
conjuntos utilizando gráficos ou a partir dos resultados obtidos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com a figura 2, 80% das nascentes no entorno


do PNU sofre processo de degradação. As degradações mais presentes são despejo de esgotos,
uso intensivo de cultivo agrícola, falta de cobertura vegetal e assoreamento. Pode ser observado
as imagens na figura 3.

Figura 2. Classificação das nascentes no entorno do Parque Nacional de Ubajara (PNU), da região de mata úmida
“cinturão verde”. Ubajara-CE. Fonte: Autores 2020.

Ubiali et al., (2019), destacam que a degradação ambiental, pode afetar atingir os lenções
freáticos, comprometendo o abastecimento, possivelmente pelas irregularidades da distribuição
temporal das chuvas em épocas de baixa pluviosidade. Na região da Serra da Ibiapaba, o
período de baixa precipitação ocorre de julho a dezembro. Na figura 3, observa-se os principais
tipos de degradação nas nascentes georreferenciadas no entorno do PNU. A ausência de
vegetação florestal é bem características. Segundo alguns proprietários o principal motivo é
que as arvores chupam a água, secando as nascentes. Barros et al., (2017), trabalhando em
recuperação de nascente em Carajás-PA, destacaram que segundo os produtores os principais
motivos é necessidade da população em modificar as áreas de vegetação nativa para o uso
alternativo do solo e implantação de pastagens.

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Figura 3. Principias tipos de degradação encontradas em nascentes entorno do Parque Nacional de Ubajara (PNU),
da região de mata úmida “cinturão verde”. (A) – despejo de esgoto; (B) – construção de cacimba para irrigação;
(C) – Uso para lavagem de roupas; (D) – Uso de barramento com manilhas; (E) – Implantação de pastagem para
alimentação animal; (F) – uso de animais para uso da água. Ubajara-CE. Fonte: Autores 2020.

O esgoto e o lixo doméstico podem ser encarados como uma outra preocupação, pois, de acordo
com os dados do trabalho o esgoto sanitário e lavagem de roupa, juntos, correspondem por
79% do total, isso se deve principalmente por essa região do PNU de Ubajara está em pleno
crescimento de área para loteamento ou até mesmo áreas habitadas por ocupação do tipo
invasão. Para os agentes de fiscalização do ICMBio, um dos principias entraves para
acompanhar esse crescimento é a falta de recursos humanos, tanto por parte das prefeituras
como também pelo próprio ICMBio.

Figura 4. Degradação e uso das nascentes no entrono Parque Nacional de Ubajara. Ubajara-CE, 2020. Fonte:
autores.

A região por ter uma vocação agrícola é muito comum a criação extensiva de animais de grande
porte no entorno do PNU, causando compactação do solo e exigindo que moradores derrubem
as arvores para implantação de pastagens. De acordo com Dias et al., (2011).

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“as nascentes necessitam de proteção para evitar o
desmatamento, que as deixa desprotegidas, e para
evitar que sejam pisoteadas por animais (vacas,
cavalos, etc.).” (DIAS et al., 2011, p. 19).

A conservação de espécies vegetais no entorno das nascentes é essencial para a manutenção


dos mananciais e dos recursos hídricos. Na figura 5, observa-se as principais espécies
encontradas próximo às áreas de nascente, com destaque especial para o buriti (Mauritia
flexuosa L.). De acordo com CFB de 2012, ás áreas no entorno das nascentes depende das
condições de uso do solo. Áreas desmatadas antes de 08 de junho de 2008, são consideradas
áreas consolidadas, precisando ter no mínimo 15 metros no entorno das nascentes ou olho
d`água. E no caso de áreas desmatadas após 2008 há uma necessidade de uma área de 50 metros
de raio. (BRASIL, 2012). Caso haja a necessidade recompor a vegetação nativa isso nos mostra
quais as espécies devem ser multiplicadas.

Figura 5. Principais espécies florestais nativas encontradas no entorno de nascentes do Parque Nacional de
Ubajara. Ubajara-CE, 2020. Fonte: autores.

De acordo com as características edafoclimáticas ocorre o surgimento de várias espécies


vegetais, sendo as mais representativas pertencentes às seguintes famílias botânicas: Fabaceae,
Caesalpinaceae, Mimosaceae, Asteraceae, Euphorbiaceae e Apocynaceae, as quais são
essências na conservação de nascentes e olhos d`água (ICMBio, 2020). Após todo o processo
de identificação, classificação e monitoramento, vem a etapa principal que é fazer plano de
manejo de recuperação das áreas degradadas ou em processo de erosão. Dentre os
entrevistados, figura 6, podemos observar que menos de 50% dos entrevistados tem interesse
em recuperar as nascentes.

10
Figura 6. Principais espécies florestais nativas encontradas no entorno de nascentes do Parque Nacional de
Ubajara. Ubajara-CE, 2020. Fonte: autores.

As áreas no entorno do PNU são geralmente pequenas áreas, assim, a recuperação de uma
nascente pode exigir que perpasse por mais de uma propriedade a área a ser recuperada. Barroa
et al., (2017), relatam que a parte de sensibilização por meiode educação ambiental, constituiu-
se sobre a promoção da recuperação ambiental, integrando todos os elementos envolvidos na
problemática e se mostra a mais eficaz no sucesso de conservação de nascentes.

CONCLUSÕES: A identificação e classificação quanto ao nível de degradação pode ser um


instrumento para gerar políticas públicas de manutenção e conservação das nascentes. O
crescimento demográfico e ocupação das zonas de amortecimentos no entorno das unidades de
conservação pode gerar um alto nível de degradação. A realização de atividades de educação
ambiental e a sensibilização das comunidades do entorno do Parque Nacional de Ubajara pode
ser uma alternativa para conservação das nascentes no entorno.

AGRADECIMENTOS: ICMBio; Instituto Federal do Ceará Campus Tianguá; Uninta; Fied.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARROS, A. M.; CHAVES, C. O.; PEREIRA, G. M. Recuperação de nascentes: Formação de


multiplicadores ambientais em área degradada de Assentamento rural, Eldorados dos Carajás, Pará.
Revista Verde. Pombal – PB, v. 12, n.4, p.814-819, 2017.

DIAS, H. C.T.; SILVA, A. P. S.; TONELLO, A. C.; CARDOSO, C.A.; ALVES, M. R.; OLIVEIRA
JR. J. C. Proteção de nascentes. 3. ed. Brasília-DF: SENAR, 2011. 110 p. (Coleção SENAR, ISSN
1676-367x, 103)

ICMBio – Análise da Unidade de Conservação: Plano de manejo, fase 2. Encarte 5, p. 58. Disponível
em: <http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/imgs-unidades-coservacao/encarte5_u.pdf.>.
Acesso em 8 de março de 2020.

LOURENÇO, BENEDITO FRANCISCO MOREIRA. CARACRISTI, ISORLANDA. Uso dos


recursos naturais: desafios das populações do entorno do Parque Nacional de Ubajara (CE). Revista de
Geociências do Nordeste, v. 2, p. 1279-1288, 27 out. 2016.

11
P. N. U. Parque Nacional de Ubajara. Vegetação. Disponível em:
<http://www.icmbio.gov.br/parnaubajara/atributosaturais.html?id=33:vegetacao&catid=13:atributos-
naturais>. Acesso em 8 de março de 2020.

PINTO, V. A. P.; BOTELHO, S.A.; OLIVEIRA FILHO, A. T.; DAVIDE. Estudo da vegetação como
subsídios para propostas de recuperação das nascentes da bacia hidrográfica do Ribeirão Santa
Cruz, Lavras, MG. Revista Árvore, v. 29, n.5, 2005.

UBIALI, B. G.; ROMANO, M. R.; CARVALHO, R. S.; CARVALHO, J. E. B. Mapeamento e análise


ambiental de nascentes e cursos d’água da sub-bacia hidrográfica do Tuá, Cruz das Almas, Bahia:
um estudo de caso. Cruz das Almas, BA: Embrapa Mandioca e Fruticultura, 2019. 40 p. (Documentos/
Embrapa Mandioca e Fruticultura, 229).

12
Medição de vazão em um trecho do rio Tabocas em Ubajara, Ceará, utilizando o
método do flutuador

Karolina Paulino Fontenele1

E-mail: karolina.fontenele@hotmail.com; 1FIED/UNINTA.

Área temática: Recursos hídricos, hidrologia, hidráulica, irrigação e drenagem.

Introdução – a gestão equilibrada dos recursos hídricos é imprescindível em qualquer


ambiente, e se faz mais ainda em um ambiente com restrições hídricas como o semiárido
brasileiro. Assim o levantamento das características hidrológicas é imprescindível para o
gerenciamento adequado de uma bacia hidrográfica. Levando esses preceitos em conta é que
foi aferido a vazão de um trecho do rio Tabocas em Ubajara/CE por meio do método do
flutuador, afim de subsidiar o uso e gerenciamento dos recursos hídricos desse afluente. Sua
medição é importante porque influência a qualidade da água, os organismos que nela vivem e
seus habitats. A vazão é influenciada pelo clima, aumentando durante os períodos chuvosos e
diminuindo durante os períodos secos. Métodos – a escolha do método de medição de vazão
depende: do volume do fluxo de água; das condições locais, da precisão pretendida e do custo,
já que existem equipamentos variados tanto em relação a precisão quanto ao custo. Com base
nesses fatores o método escolhido, realizou-se cálculos e aplicado na área de estudo foi o
método do flutuador. Resultados – obteve-se como resultado que o trecho do rio Tabocas
localizado nas coordenadas (Latitude: 3°48’35.82’’ S e Longitude: 40°57’24.84” W), foi
aferida uma vazão no mês de maio de 2019 de 1,242 m³ s-1, vazão suficiente para suprir as
necessidades hídricas de pequenos agricultores que vivem nas imediações do rio Tabocas.
Conclusões – Esta pesquisa foi realizada com sucesso, resultando que o uso dos métodos
flutuadores escolhidos demonstrarem grande desempenho. Com relação ao tempo dos métodos,
chegou à conclusão que a bola obteve em resultado em maior comparado a garrafa.

Palavras-Chave: Hidrometria, vazão, gerenciamento.

13
Impactos dos aerogeradores e o desenvolvimento no município de Tianguá

Karolina Paulino Fontenele1

E-mail: karolina.fontenele@hotmail.com; 1FIED/UNINTA.

Área temática: Gestão ambiental

Introdução – contextualização da energia eólica sobre os impactos dos e o desenvolvimento


no Município de Tianguá. Pois, é um equipamento que tem se popularizado rapidamente e
trazendo benefícios, por ser uma fonte de energia renovável e não poluente. O trabalho tem
como objetivo geral demonstrar na área do município de Tianguá, como os aerogeradores
causam impactos ambientais mesmo diante de tantos benefícios por seu desenvolvimento.
Métodos – para a realização do estudo, foi feito um levantamento de dados bibliográficos,
como encontrados em artigos e reportagens com relação a este tema proposto. Sites
especializados, bem como pesquisadores do tema também foram consultados. Além disso,
foram consultados e incorporados ao trabalho os relatórios ambientais, tais como o Estudo de
Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). Foram realizados por
visita no local para melhor validar os aspectos detectados em consonância com o tema.
Resultados – no parque eólico de Tianguá, a energia eólica mostra-se promissora quanto aos
benefícios apresentados. Contudo, como toda forma de energia existente, possui pontos
negativos como detectada poluição sonora devido ao ruído produzido, poluição visual, uso de
terras, entre outros impactos ambientais que causa sobre o espaço a ser instalados os
equipamentos e a utilização dos aerogeradores. Conclusões – os impactos ambientais causados
pela fonte energética eólica não estão em grau de menor relevância. São indiretos, desde a fase
de preparação do sítio eólico, instalação dos aerogeradores e sua atividade propriamente dita.
Dessa forma, a recuperação das áreas desmatadas por conta do desenvolvimento dos
aerogeradores no local é de fato um ponto essencial para diminuição de um dos impactos
caudados por aerogeradores. Criando estratégias para utilizar o local sem causar mais danos e
sim benefícios, como por exemplo área de lazer e plantações.

Palavras-Chave: Aerogerador, energia eólica, impactos, meio ambiente.

14
Densidade do solo pelo método do anel volumétrico em área sob cultivo de feijão e cana
de açúcar em Viçosa do Ceará

Mariana da Silva¹; Márcia M. Nascimento¹; João V. M. Mendes¹; Francisco R. S.


Sousa¹; Vanessa L. Pontes¹; Ademir S. Menezes²

E-mail: mariana.eng1405@gmail.com; ¹, 2FIED/UNINTA.

Área temática: Física e mecânica do solo

Introdução – Quando se trata de assuntos acerca do solo para a humanidade não é referido
apenas a respeito da sua importância para as práticas agrícolas, mas sim, para a manutenção da
vida. Dessa forma, é importante conservar e utilizá-lo de forma proveitosa e menos prejudicial
possível, a fim de que seja conservado suas características naturais. Estar atento aos aspectos
físicos e químicos do solo é necessário para que se saiba qual o melhor manejo a ser utilizado,
facilitando assim, o momento da tomada de decisão. Tendo em vista a importância que os
atributos físicos como a densidade do solo têm para averiguar se há compactação do solo
provocada pelas práticas agrícolas, objetivou-se avaliar a densidade do solo em área cultivada
com feijão verde e cana de açúcar no sítio Campo do Meio, no município de Viçosa do Ceará.
Métodos ー O experimento foi realizado no sítio Campo do Meio, no município de Viçosa do
Ceará. Selecionou se uma área cultivada com feijão verde (Vigna unguiculata) e cana de açúcar
(Saccharum officinarum) de aproximadamente um hectare, em solo de textura arenosa, a qual
é submetida a uma agricultura de sequeiro com o tipo de manejo convencional para coletar 6
amostras indeformadas, utilizando-se o método do anel volumétrico, em um transecto de 100
m. A amostragem do solo foi realizada entre a camada de 00 – 20 cm do solo. Sendo
posteriormente encaminhadas ao laboratório de química e bioquímica da Faculdade Ieducare
em Tianguá/CE para a determinação da densidade média do solo, densidade mediana,
densidade máxima e densidade mínima do solo. Os dados foram submetidos a análise
estatística descritiva com nível de confiança de 95%. Resultados – A área cultivada com feijão
e cana de açúcar apresentaram densidade média, mediana, máxima e mínima de 1,36, 1,38,
1,46 e 1,22 g cm-з, respectivamente. Observou-se que houve uma variância de 0,0122, o erro
padrão da média de 0,11, portanto estes valores podem ser justificados pela própria
característica do solo, já que este apresenta textura arenosa. Ao observar os resultados
individualmente por ponto amostrado, notou-se que na área de cana de açúcar, nos primeiros
50 m do transecto a densidade do solo foi mais elevada, cujo valor foi de 1,46 g cm-з, conforme
a literatura, essas faixas de valores estão dentro do aceitável para solos de textura arenosa, os
quais podem apresentar valores de até 1,7 g cm-з. Conclusão – A área estudada não apresenta
sinal de compactação do solo, uma vez que os valores de densidade do solo encontram-se
dentro da faixa para solos de textura arenosa.

Palavras-Chave: amostras indeformadas, compactação do solo, textura do solo

15
Análise da percepção de profissionais da saúde sobre resíduos hospitalares: uma análise
em um município do Rio Grande do Norte

Dany G. Kramer1; Joéssika E. S. Paiva2; Darlyane B. Cavalcante2; Ana Nataly da S. Melo2;


Priscilla S. L. Gadelha2; André Nagalli
1
E-mail: dgkcs@yahoo.com.br; PPGSF/DET-UFRN; 2UNP;

Área temática: Extensão rural e educação ambiental;

Introdução – As instituições de saúde podem ser caracterizadas como locais onde os serviços
de prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação são realizados. Em vista do tamanho, da
complexidade e do tipo de serviço realizado, estas instituições podem apresentar a produção
de refugos (resíduos hospitalares ou resíduos de serviços de saúde) com características e
quantidades variadas. Estes resíduos podem ser classificados em cinco grupos: Grupo A:
Resíduos Potencialmente Perigosos; Grupo B: Resíduos Químicos; Grupo C: Rejeitos
Radioativos; Grupo D: Resíduos equiparados aos Resíduos Domiciliares e Grupo E: Materiais
perfurocortantes. Assim, buscou-se analisar a percepção de funcionários e de gestores acerca
da gestão de resíduos dos serviços de saúde em um município do Rio Grande do Norte.
Métodos – O presente estudo caracterizou-se como quantitativo e exploratório, sendo realizado
em um município potiguar (14.526 habitantes; 07 estabelecimentos de saúde e 120 servidores
da saúde). A coleta de dados foi realizada através da aplicação de questionários junto a
profissionais de saúde, no modelo escala de likert estruturado em dados socioeconômicos e
análise de conhecimento sobre resíduos de serviços de saúde. Foram coletados 28 questionários
junto a esses profissionais. Resultados – Observou-se que a maioria dos participantes foram
profissionais nível médio (92,00%); 53,57% apresentam baixo conhecimento sobre os Planos
de Gestão de Resíduos do Serviço de Saúde; 78,57% desconhecem acerca da legislação da
ANVISA sobre Resíduos do Serviço de Saúde; 57,14% acreditam que a gestão adequada destes
resíduos não reduziria infecções hospitalares e impactos ambientais; 75,00% indicaram não
receber treinamento contínuo sobre o tema; 67,85% apontaram que a instituição oferece
recipientes adequados para perfurocortantes; 75,00% apontaram o reconhecimento correto do
símbolo para os resíduos químicos; 60% associaram equivocadamente o símbolo de risco
químico ao da reciclagem. Conclusões – A partir dos dados supracitados, conclui-se que os
profissionais precisam de atualização sobre a presente temática, de forma que o Plano de
Gestão de Resíduos do Serviço de Saúde no município possa ser adequadamente implantado,
possibilitando-se a redução de riscos ocupacionais, ambientais e de saúde pública.

Palavras-Chave: Resíduos, impacto ambiental, serviço de saúde.

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Desenvolvimento de jogo educacional para atividades de extensão na temática de
polímeros e meio ambiente

Vivian Rayane M. de Almeida1; Francisco Claudivan da Silva 2; Dany Geraldo Kramer3

E-mail: dgkcs@yahoo.com.br; 1UFRN; 2DET-UFRN; 3PPGSF/DET-UFRN.

Área temática: Extensão rural e educação ambiental

Introdução – Os polímeros podem ser naturais ou sintéticos e estão presentes em nossas vidas
nas mais diferentes formas, incluso com aplicações ambientais. Assim, jogos educativos para
a disseminação de conhecimento sobre esse tema, polímeros e meio ambiente, para
intervenções em ação de extensão, se faz importante junto às comunidades escolares. Assim,
objetivou-se desenvolver o jogo educacional, na plataforma Scratch para aplicação em escolas
públicas com a temática polímeros e meio ambiente. Métodos – O jogo descrito foi elaborado
na plataforma Scratch, onde criação de jogos usa algoritmos lógicos em blocos. Foram
abordadas questões, sobre origem, classificação dos polímeros e as questões ambientais
associadas a estes. Foram elaboradas 10 questões que continham respostas de múltipla escolha
e de verdadeiro ou falso, onde cada erro ou acerto contabiliza ou subtrai pontos, para que ao
fim do jogo, o participante obtenha uma pontuação. O intuito do jogo é abordar de maneira
simples, algumas informações acerca dos polímeros, química e questão ambiental, a fim de que
os professores compartilhem o conhecimento adquirido, gerando maior alcance na esfera da
educação ambiental. Resultados – Observa-se ainda nas escolas a persistência de uma modelo
rígido tradicional, de aulas expositivas, sem interação dinâmica entre os alunos e os
professores, onde o aluno é um mero espectador, exigindo-se dele a cópia, a memorização e a
reprodução dos conteúdos. As metodologias ativas constituem uma estratégia de ensino-
aprendizagem de forma a incitar a participação ativa dos discentes, contando com a presença
de recursos lúdicos e interativos que facilitem a construção de conhecimentos, principalmente
em temas mais complexos, acerca de polímeros, aplicações e sua relação com o ambiente.
Assim, o jogo poderá ser aplicado por meio de uma reunião virtual ou presencial, com os
alunos, possibilitando interações dinâmicas e aprendizado sobre química, polímeros e meio
ambiente junto a comunidades escolares. Conclusões – A tecnologia pode contribuir na
melhoria da educação, para tanto, a elaboração de animações e jogos educacionais foi facilitada
pela interface do SCRATCH. Assim, possibilitou-se a produção do jogo educativo, integrando-
se conceitos básicos sobre polímeros, química e meio ambiente.

Palavras-Chave: Scratch, educação ambiental, polímeros, escolas.

17
Educação ambiental: incentivo ao cultivo de hortaliças e a propagação de boas práticas
de conservação ao meio ambiente

Roberto da Silva Vieira¹; William Ribeiro do Carmo¹; Sângela Ramos de Oliveira¹; Tatiana
Maria Farias Pinto2; Maria Nagila Carneiro Matos²

1 Discentes de Engenharia Agrícola e Ambiental, Faculdade Ieducare (FIED), Tianguá/CE. E-mail:


roberto.agro91@gmail.com;
2 Docentes do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental, Faculdade Ieducare (FIED), Tianguá/CE.

Área temática: Educação ambiental

RESUMO: A abordagem das questões ambientais relacionadas à percepção dos alunos exige
a necessidade de serem trabalhadas nas escolas, atentando para atividades de educação
ambiental que promovam o exercício de cidadania, fortalecendo o processo de ensino e
aprendizagem para melhorar a qualidade de vida e que proteja o meio ambiente. A proposta
deste trabalho é trabalhar as boas práticas de plantio, educação ambiental no âmbito escolar,
visando estimular os alunos a conscientização ambiental e a inserção de hábitos para uma
alimentação saudável por meio das descobertas. Este trabalho foi realizado palestras através da
plataforma Google Meet para alunos de uma escola de Ensino Fundamental e Médio, localizado
no município de Tianguá, Ceará. Participaram da apresentação 40 alunos com média de idade
de 15 anos. Com a realização deste trabalho foi percebido o interesse, curiosidade e
participação dos alunos no decorrer dos assuntos abordados, deixando o andamento da
apresentação bastante produtiva tanto para o conhecimento dos educandos quanto para o
desenvolvimento da palestra. Foi observado que os alunos já tinham um conhecimento prévio
a respeito de plantio e reciclagem. Isso mostra a relevância de abordar temáticas importantes
em um contexto atual tão globalizado que é a educação ambiental.

PALAVRAS-CHAVE: Educação ambiental, horta na escola, meio ambiente

INTRODUÇÃO: Conforme a Lei n. 9.795 de 1999, em seu art. 4°, a Educação Ambiental é o
processo pelo qual os indivíduos e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos e
habilidades, tais como: a construção e manutenção de hortas; incentivo a sensibilização em
relação a conservação ambiental; estímulo a competências voltadas para a conservação do meio
ambiente que é o bem de uso comum do povo, essencial à qualidade de vida e sua
sustentabilidade (BRASIL, 1999). As escolas são espaços privilegiados na execução de ações
que propiciem essa reflexão sobre as questões ambientais, pois isso necessita de atividades de
sala de aula e atividades de campo, com ações orientadas em projetos e processos de
participação que levem à autoconfiança, às atitudes positivas e ao comprometimento pessoal
com a proteção ambiental implementados de modo interdisciplinar (DIAS, 2004). No
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) do Ministério da Educação
(MEC) (BRASIL, 1998), o cultivo de hortas nas escolas é indicado para que as crianças possam

18
conhecer e aprender a cuidar de pequenos animais e vegetais, conteúdos essenciais do
aprendizado desta fase. A observância do princípio de educação democrática quanto ao acesso
e permanência do aluno pressupõe, entre outras coisas, garantir ambiente agradável nas
unidades escolares. O plantio de hortas e jardins torna a escola mais agradável permitindo
transformar o espaço físico árido em espaço verde. E particularmente, as hortas permitem aos
alunos e à comunidade escolar vivenciarem os ciclos vitais da natureza, o cuidado com os seres
vivos, e atentarem para a importância de uma alimentação saudável. As unidades escolares,
além da função básica de socialização, devem também ser geradoras de atitudes. Mesmo
quando os valores de respeito a todos os seres vivos não são abordados explicitamente, eles
devem impregnar a prática educativa (CARVALHO, 2004). Assim, é necessário trabalhar boas
práticas ambientais de sustentabilidade, como forma veicular para a sensibilização de uma
responsabilidade com o meio no qual vivemos, buscando uma mudança de valores, atitudes e
comportamentos, onde deixamos de pensar apenas em nós e no presente e passamos a nos
preocupar eticamente com todas as espécies que habitam o planeta, incluído o seu bem-estar e
o das futuras gerações. Contudo, a proposta deste trabalho é estimular as boas práticas de
plantio através da educação ambiental no âmbito escolar, visando incentivar os alunos a
mudança de hábitos e valores.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: O trabalho foi iniciado com uma visita a uma


escola de ensino fundamental e médio na cidade de Tianguá, Ceará, objetivando o contato
inicial com a direção, posteriormente foi apresentada a ideia do projeto proposto pela equipe.
Após a aprovação da direção foi realizado um estudo de caso para saber a real demanda da
escola e dos alunos juntamente com o corpo docente. Foi realizado palestras abordando os
seguintes assuntos: educação ambiental, adubação, controle alternativo de pragas e doenças,
solo, água, fatores que afetam o desenvolvimento das plantas e ideias de como fazer uma horta
em casa. A apresentação aos alunos aconteceu de maneira virtual, via vídeo conferência através
da plataforma Google Meet onde ocorreu a explanação dos tópicos citados acima.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Diante do trabalho realizado na escola foi percebido o


interesse, curiosidade e participação dos alunos no decorrer dos assuntos abordados, deixando
o andamento da apresentação bastante produtiva tanto para o conhecimento dos educandos
quanto para o desenvolvimento da palestra. Durante a apresentação estiveram presentes
aproximadamente 40 participantes com idade média de 15 anos de idade. Tanto a quantidade
de alunos presentes quanto à interação chamou bastante atenção dos professores, pois tratava-
se de um evento facultativo na escola. Para Oliveira (2001) a temática da educação ambiental
no ensino fundamental auxilia para que cada aluno busque uma expansão para o crescimento,
aprendendo a ser crítico, aperfeiçoando suas habilidades e ocupando um espaço no mundo de
forma com que a sociedade aprenda a ter uma conduta construtiva respeitando e procurando
proporcionar a interação com o meio em que vive, possibilitando preservar os recursos para
uma nova sociedade. Ressalta-se que em função de sua idade a criança tem situação favorável
ao aprendizado de acordo com seu nível de desenvolvimento orgânico. Ao longo da
apresentação foram surgindo dúvidas dos alunos relacionados com a dessalinização,
quantidade de água a ser aplicada na planta, quantidade de adubo, como fazer o próprio adubo,
elementos nutricionais importantes para as plantas, controle de pragas e como reaproveitar
embalagens que geralmente são descartadas. Quando abordado sobre os modelos de hortas na

19
escola e hortas em casa, foi percebido o grande interesse dos alunos e professores para que
futuramente seja feito um treinamento prático para a criação de uma horta na escola com a
participação de todos. Ainda para os autores Medeiros et al (2011). As práticas de educação
ambiental nas escolas estão fundamentadas na construção de sociedades justas e sustentáveis,
nos valores da liberdade, igualdade, solidariedade, democracia, justiça social, responsabilidade,
sustentabilidade e educação como direito de todos e todas. Entretanto o conhecimento tem mais
valor quando construído coletivamente, no qual ocorre uma troca de saberes, com que sabemos
e o que aprendemos. É com esta construção coletiva que o ensino deve se preocupar mais.

CONCLUSÃO: Com a experiência adquirida por meio de realização deste trabalho percebeu-
se a importância de se trabalhar o incentivo a educação ambiental, pois foi nítido o despertar
do interesse e curiosidade dos alunos diante dos assuntos abordados. Contudo, o incentivo de
boas práticas ambientais e a ideia de se trabalhar hortas nas escolas fez-se algo dinâmico e
positivo para os alunos, os instigando a praticar a educação ambiental com as ideias
apresentadas sobre diversos temas abordados que variaram desde plantios até preservação do
meio ambiente.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério de Educação e do Desporto. Referencial curricular nacional para


educação infantil. Brasília, DF: MEC, 1998.

BRASIL. Lei Nº. 9795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui
a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm> Acesso em: 20.05.21

CARVALHO, I. S. de M. Educação Ambiental: a formação do sujeito ecológico. São Paulo:


Cortez, 2004.

DIAS, G. F. Educação ambiental, princípios e práticas. 9. ed. São Paulo: Gaia, 2004

DIAS, R. Sustentabilidade: Origem e Fundamentos; Educação e Governança Global;


Modelo de Desenvolvimento. 1 ed. São Paulo; Atlas, 2015, p.16.

LOUREIRO, C.F.B.; COSSIO, M.F.B. “Um olhar sobre a educação ambiental nas escolas:
considerações iniciais sobre os resultados do projeto "O que fazem as escolas que dizem
que fazem educação ambiental". IN: Mello, S.S.& Trajber, R. (orgs.) Vamos cuidar do
Brasil: conceitos e práticas em educação ambiental. MEC/CGEA, MMA/DEA: UNESCO,
2007. pp. 57-63.

MEDEIROS, A. B.; MENDONÇA, M. J. S. L.; SOUSA, G. L.; OLIVEIRA, I. P. A


Importância da educação ambiental na escola nas séries iniciais. Revista Faculdade Montes
Belos, v. 4, n. 1, 2011. Disponível: <http://www.terrabrasilis.org.br/ecotecadigital/pdf/a-
importancia-da-educacao-ambiental-na-escola-nas-series-iniciais.pdf> Acesso em: 08/06/21.

20
OLIVEIRA, M. F. Saberes e práticas sobre o meio ambiente entre professores das séries
iniciais do ensino fundamental: Reflexões para o desenvolvimento de uma consciência
ambiental. 2021. 77 f. monografia (Graduação em Pedagogia) – Centro de Ciências Humana
e Educação da UNAMA, Belém, Pará. Acesso em: 08/06/21.

21
Indicadores da fertilidade de substrato utilizado na produção de mudas frutíferas em
viveiro na Ibiapaba, Ceará

Laísa R. Vieira1; Ademir S. Menezes1; Damiana F. S. Dantas1; João P. Cajazeira1

E-mail: laisavieirar@gmail.com; 1FIED/UNINTA.

Área temática: Fertilidade do solo, nutrição de plantas e correção de solos

Introdução – é importante conhecer a qualidade dos substratos utilizados na produção de


mudas frutíferas, pois os indicadores de fertilidade do mesmo, influenciam diretamente no
crescimento e desenvolvimento das plantas, principalmente na fase inicial, bem como na sua
qualidade. Portanto, é imprescindível a utilização das fontes com palha de carnaúba e resto de
palhadas como fontes orgânica de baixo custo. Considerando que a análise química dos
substratos é importante para essa atividade, objetivou-se verificar os teores dos elementos no
substrato utilizado na produção de mudas frutíferas em viveiro, no sentido de conhecer a
composição destes substratos com vistas a fertilidade do mesmo. Métodos – a “pilha” de
composto cujo material orgânico é a base de bagana de carnaúba e esterco bovino, foi coletado
no Sítio Cajueiro no município de Ibiapina-CE. Coletou-se uma amostra de substrato utilizado
para enchimento dos sacos de polietileno para a formação das principais mudas frutíferas
comercializadas na região como abacateiro, aceroleira, goiabeira, mangueira e citrus. Após a
coleta, o substrato foi acondicionado em saco plástico e encaminhado ao laboratório de solos
UFC/FUNCEME para determinação dos macronutrientes como N, P, K, Ca e Mg, além dos
micronutrientes como Fe, Cu, Zn e Mn, os quais são importantes para o crescimento e
desenvolvimento das plantas. Após a obtenção dos resultados, efetuou-se sua interpretação.
Resultados – foi observado os seguintes resultados: macronutrientes (N = 4,8; P2O5 = 1,05
K2O = 0,65, Ca = 0,15 e Mg = 0,21 g kg-1); micronutrientes (Fe = 851,73, Cu = 3,28, Zn =
31,32 e Mn = 117,9 mg kg-1). s teores de cálcio e magnésio são importantes para as culturas
que são mais exigentes, tais como tomate, citrus, amendoim e outras, deste modo, podendo ser
atendidas logo durante a formação da muda, já que nos solos ácidos aqueles elementos estarão
em baixos, uma vez que os teores de Ca e Mg estão relacionados com o índice de acidez. Uma
das formas de N no solo é por meio da matéria orgânica na forma de variados compostos e
radicais importantes para as mudas. solo e atenção para o fracionamento das adubações
nitrogenadas e/ou potássicas em ambas as áreas cultivadas. O P2O5 = 1,105 g kg-1 indicam
bons teores que estão disponíveis na solução para as mudas proveniente do composto orgânico.
O potássio do composto será absorvido da solução pelas plantas, na forma iônica de K+, assim
garantido a boa formação das mudas em crescimento. Os teores de Fe, Cu, Zn e Mn exercem
importâncias na formação das mudas frutíferas, absorvidos como micronutrientes catiônicos
por meio da solução, neste caso quando existentes no substrato, evita a aplicação via
pulverizações. Apesar dos teores de macro e micronutrientes indicados no substrato, em caso
de necessidade é preciso complementar a deficiência destes elementos via adubação foliar.
Conclusões – o substrato analisado apresenta tores de macro e micronutrientes ideais para
formação, crescimento e desenvolvimento das mudas de frutíferas, garantido assim, mudas
vigorosas por ocasião do transplantio no campo.

Palavras-Chave: Análise de química, macro e micronutrientes, interpretação.

22
Influência do potássio no crescimento inicial da pitaia branca (Hylocereus undatus)

João Paulo Cajazeira1; Edmilson Igor Bernardo Almeida2; Márcio Cleber de Medeiros Corrêa3;
Ronialison Fernandes Queiroz4; Francisco Thiago de Albuquerque Aragão1; Laísa Rodrigues
Vieira5
1
Docentes do Curso de Engenharia Agrícola e Ambiental, Faculdade Ieducare (FIED), Tianguá/CE. E-
mail: joao.cajazeira@fied.edu.br
2
Docente do Centro de Ciências Agrárias e Ambientais, Universidade Federal do Maranhão/UFMA,
Campus de Chapadinha, Chapadinha-MA.
3
Docente do Curso de Agronomia do Departamento de Fitotecnia, Centro de Ciências Agrárias,
Universidade Federal do Ceará/UFC.
4
Departamento de Fitotecnia, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Ceará/UFC.
5
Discente do Curso de Engenharia Agrícola e Ambiental, Faculdade Ieducare (FIED), Tianguá/CE

Área temática: Fertilidade do solo, nutrição de plantas e correção de solos;

RESUMO: O objetivo foi a avaliação biométrica da espécie Hylocereus undatus, em resposta


a cinco doses de potássio. A pitaia branca apresentou o maior número de brotações em relação
ao tempo, com interação entre os fatores para o somatório do comprimento dos cladódios.
Avaliou-se o crescimento inicial número de cladódios; somatório do comprimento dos
cladódios; diâmetro dos cladódios; espessura dos cladódios, em função do tempo e das doses
de K. Para a avaliação das variáveis de crescimento inicial, utilizou-se o delineamento
experimental em DBC com quatro repetições, no esquema de parcelas subdivididas, utilizando-
se como fatores as doses de K (0, 80, 160, 240 e 320 mg dm-3) e o tempo (180 e 270 dias).

PALAVRAS-CHAVE: Cactaceas, frutas exóticas; Hylocereus, nutrição mineral.

INTRODUÇÃO: A pitaia é uma cultura exótica na qual os preços praticados no mercado


interno estimulam a extensão e a intensificação do cultivo dessas plantas que, no Brasil,
encontram-se, predominantemente em pequenos cultivos, cuja comercialização está restrita a
mercados com maior poder aquisitivo (ORTIZ-HERNANDEZ; CARRILO-SALAZAR, 2012).
Além dos preços expressivos atualmente alcançados por esta fruta, a cultura apresenta algumas
vantagens agronômicas, como tolerância ao déficit hídrico, precocidade quanto ao início da
produção de frutos, custos de implantação e manutenção do pomar relativamente mais baixo,
se comparado a outras frutíferas. Entretanto, a cultura da pitaia, apesar da expansão nos últimos
anos no Brasil e em outros países, necessita de dados referenciais, os quais devem ser obtidos
em pesquisas que subsidiem os produtores, inclusive para a concessão de crédito em projetos
de financiamento agrícola. Diante da possibilidade da exploração mais adequada da cultura,
visto seu potencial produtivo que oscila entre 10 e 30 t ha-1 (LE BELLEC et al., 2006) e
adaptativo, em virtude da rusticidade, além de seu alto valor comercial, faz-se necessário estudo
mais detalhado em relação à morfologia da parte aérea de diferentes espécies comerciais de
pitaias. Assim, objetivou-se com este trabalho avaliar a morfologia da espécie Hylocereus
undatus em resposta a cinco doses de potássio em ambiente protegido.

23
MATERIAL E MÉTODOS: O experimento foi conduzido em casa de vegetação, pertencente
ao Setor de Horticultura do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal do Ceará,
situada nas coordenadas 3o44’25” S e 38o34’30” W. De acordo com a classificação de Köppen,
o clima é do tipo Aw’ (ALVARES et al., 2014). O material vegetal utilizado foi obtido pelo
enraizamento de frações de cladódios (estacas) coletados em plantas matrizes com 380 dias, de
acordo com Pontes Filho et al. (2014). As padronizações destes materiais foram realizadas
mediante o comprimento e o diâmetro na porção mediana do cladódio primário. O material foi
lavado em água corrente e posto à secagem ambiente (± 25 ºC e 70% de UR) durante 60 min;
em seguida foram plantadas para enraizamento e cultivo em vasos com capacidade para 11
dm3, preenchidos com 10 dm3 de substrato. O delineamento estatístico utilizado para avaliação
do crescimento inicial (número de cladódios – NCL, soma do crescimento dos cladódios –
SCC, diâmetro – DCL e espessura dos cladódios – ECL) foi em blocos completos ao acaso,
com quatro repetições, no esquema de parcelas subdivididas, utilizando-se como fatores as
doses de K (0, 80, 160 240 e 320 mg dm-3) e o tempo (180 e 270 dias). Cada parcela foi
composta por um vaso contendo uma planta. As doses experimentais testadas (0, 80, 160, 240
e 320 mg K dm-3) foram parceladas em três vezes iguais, sendo cada parcelamento de 0,53;
1,07; 1,6; 2,14 g de KCl por vaso, respectivamente às doses experimentais, excetuando-se a
testemunha. O parcelamento se deu com o propósito de atenuar as eventuais perdas por
lixiviação, bem como os efeitos salinizantes do cloreto. Foram realizadas mensurações do
crescimento das plantas de pitaia aos 180 e 270 dias após a aplicação dos tratamentos. Foram
medidas as variáveis: NCL, feito por contagem (un); SCC, com o auxílio de fita métrica, sendo
o valor obtido pelo somatório de todas as medidas (cm); DCL e ECL, determinados com
paquímetro digital, de uma margem a outra do cladódio, denominando-se de diâmetro; a
espessura foi determinada pela distância de uma face a outra da costilla do cladódio, ambas
medidas em mm. Realizou-se teste de normalidade Shapiro-Wilk, a 5% de significância para
avaliar a distribuição dos dados. Aceitando-se H0, os dados foram submetidos à análise de
variância, teste F com nível de significância p<0,05, de modo a avaliar os efeitos principais dos
fatores e de sua interação. Foi realizado teste de comparação de médias pelo teste de Tukey
para o fator qualitativo (p<0,05) e ajuste de regressão para o fator quantitativo (modelo linear:
Y = a + bx; modelo quadrático: Y = a + bx + cx2). Havendo interação significativa, fez-se o
desdobramento das médias entre os fatores.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com a tabela 1, é possível observar que o tempo


influenciou na emissão e no comprimento dos cladódios para pitaia branca. Para estas duas
variáveis houve significância (p<0,01) neste fator, não apresentando significância estatística
para os demais. Entretanto, as doses de potássio foram altamente significativas para o
somatório do comprimento e espessura dos cladódios. O tempo, as doses testadas de K e a
interação não apresentaram qualquer efeito sobre o diâmetro dos cladódios na pitaia branca.

24
Tabela 1 –. Quadrados médios da ANOVA para o número de cladódios (NCL), somatório do
comprimento dos cladódios (SCC), diâmetro dos cladódios (DCL) e espessura dos cladódios
(ECL) de pitaia branca, no intervalo de 90 dias após a implantação do experimento.
FV GL ...........................................Quadrados médios......................................
NCL SCC DCL ECL
ns ns ns
Bloco 3 4,0250 485,6493 29,9794 0,1183ns
Dose K 4 2,2875ns 1903,2103** 10,4019ns 1,4788**
Erro1 12 2,8375 180,6303 22,0706 0,2338
** ** ns
Tempo 1 60,0250 6151,6000 4,6922 0,6325ns
DoseKxTempo 4 2,0875ns 582,9193* 33,9372ns 0,2292ns
Erro2 15 0,9416 130,9181 13,8912 0,2475
C.V. 1(%) 40,3 21,0 14,8 16,4
C.V. 2(%) 23,2 17,9 11,7 17,2
FV – Fonte da variação; GL – Grau de liberdade; C.V. – Coeficiente de variação; – Significativo a 5% *

de probabilidade; ** – Significativo a 1% de probabilidade; ns – Não significativo até 5% de probabilidade.

Pode-se observar na figura 1A, o NCL apresentou incremento de aproximadamente 45,4% em


comparação com o número contado aos 180 dias, apontando que no intervalo de 90 dias houve
aumento significativo na biomassa da planta, independentemente da dose de adubo aplicada.
Esse comportamento ajuda a reforçar o objetivo do trabalho que é estudar as espécies em
virtude de sua adaptabilidade e rusticidade, pois a mesma não diferiu nas maiores doses de K
e da dose controle (0 mg K dm-3) para o número de cladódios emitidos. Trabalhando com palma
forrageira, outra cactácea economicamente importante, Dubeux Júnior et al. (2010)
encontraram resultados semelhantes para a emissão dos artículos, em relação à diferentes doses
de potássio aplicadas.

Figura 1 – Número de cladódios (NCL) e Somatório do comprimento dos cladódios (SCC)


para pitaia branca, aos 180 e 270 dias após a aplicação das doses experimentais. Fortaleza, CE,
2014.

Para o somatório do comprimento dos cladódios, em relação ao tempo de avaliação, houve


diferença significativa para as doses 160, 240 e 320 mg K dm-3. A tabela 2, expressa o
comportamento da variável tempo (qualitativa), em relação às doses aplicadas. A pitaia branca
começou a diferir entre os tempos a partir da terceira maior dose, indicando que a cultura

25
responde positivamente às doses crescentes de potássio para o acúmulo de massa fresca. Neste
contexto, Silva (2014), estudando quatro espécies de pitaias, dentre as quais a Hylocereus
undatus, observou valores médios de 22,6 cm aos 180 dias de cultivo; no presente trabalho, o
valor médio encontrado foi de 51,5 cm. Essa diferença de desenvolvimento foi atribuída ao
ambiente onde foram conduzidos os experimentos, com a provável maior disponibilidade de
luz e calor durante a condução do presente trabalho, comparativamente ao experimento de Silva
(2014), realizado em Jaboticabal-SP. A melhor resposta da pitaia branca, em relação a dose
aplicada de K, foi de 240 mg dm-3, com incremento de 46,5 cm de comprimento de cladódios.

Tabela 2 – SCC da pitaia branca, entre tempos de avaliação, dentro de cada dose de potássio.
Potássio (mg dm-3)
Tempo
0 80 160 240 320
SCC (cm)
180 dias 31,2 a 57,7 a 54,7 b 53,3 b 61,0 b
270 dias 46,5 a 61,0 a 91,0 a 99,8 a 82,6 a
dms tempo 17,94
Médias seguidas pela mesma letra, nas colunas, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey
(p=5%).

Quando se analisa o comportamento do SCC, em relação as doses de K aplicadas (figura 1B),


nota-se o aumento entre a testemunha e a dose 80 mg dm-3; a partir desta dose ocorre
estabilização para o primeiro período (180 dias). Aos 270 dias o incremento no SCC é evidente,
principalmente nas doses intermediárias (160 e 240 mg dm-3), sendo que esta última apresenta
os maiores comprimentos. É possível que o aumento nas doses de K tenha influenciado a
disponibilidade de N, pois, segundo Xu et al. (2002), o metabolismo de nitrogênio nas plantas
requer adequadas quantidades de potássio no citoplasma, sendo importante para a produção de
aminoácidos e produtividade das culturas. Resultados semelhantes foram obtidos por
Cavalcante et al. (2011), avaliando o crescimento de cladódios secundários com a mesma
espécie de pitaia, na concentração de 30 mg de K dm-3.

CONCLUSÕES: As doses recomendadas nas condições deste estudo, para as variáveis


morfométricas citadas são 320 mg K dm-3 e 240 mg K dm-3 para o tempo 1 e 2, respectivamente.

AGRADECIMENTOS: A Capes pela concessão de bolsa ao primeiro autor.

REFERÊNCIAS

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DUBEUX JÚNIOR, J.C.B.; ARAÚJO FILHO, J.T.; SANTOS, M.V.F. dos; LIRA, M. de A.;
SANTOS, D.C. dos; PESSOA, R.A.S. Adubação mineral no crescimento e composição

26
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ORTIZ-HERNÁNDEZ, Y. D.; CARRILO-SALAZAR, J. A. Pitahaya (Hylocereus spp.): a


short review. Comunicata Scientiae, v.3, n.4, p.220-237, 2012. Disponível em
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PONTES FILHO, F.S.T.; ALMEIDA, E.I.B.; BARROSO, M.M.A.; CAJAZEIRA, J.P.;


CORRÊA, M.C. de M. Comprimento de estacas e concentrações de ácido indolbutírico (AIB)
na propagação vegetativa de pitaia. Revista Ciência Agronômica, v. 45, n. 4, p. 788-793,
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SILVA, A.C.C. Pitaya: melhoramento e produção de mudas. São Paulo: Universidade Estadual
Paulista, 2014. 143 p. Tese (doutorado) – Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita
Filho, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, 2014.

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of Plant Nutrition, v.25, n.4, p.719-734, 2002. http://dx.doi.org/10.1081/PLN-120002954.

27
Influência do potássio no crescimento inicial da pitaia vermelha (Hylocereus sp.)

João Paulo Cajazeira1; Edmilson Igor Bernardo Almeida2; Márcio Cleber de Medeiros Corrêa2;
Ronialison Fernandes Queiroz4; William Ribeiro do Carmo5; Roberto da Silva Vieira5
1
Docente do Curso de Engenharia Agrícola e Ambiental, Faculdade Ieducare (FIED), Tianguá/CE. E-
mail: joao.cajazeira@fied.edu.br
2
Docente do Centro de Ciências Agrárias e Ambientais, Universidade Federal do Maranhão/UFMA,
Campus de Chapadinha, Chapadinha-MA.
3
Docente do Curso de Agronomia do Departamento de Fitotecnia, Centro de Ciências Agrárias,
Universidade Federal do Ceará/UFC.
4
Departamento de Fitotecnia, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Ceará/UFC.
5
Discente do Curso de Engenharia Agrícola e Ambiental, Faculdade Ieducare (FIED), Tianguá/CE

Área temática: Fertilidade do solo, nutrição de plantas e correção de solos

RESUMO: Avaliou-se o crescimento inicial da espécie Hylocereus sp., utilizando-se como


referência as variáveis: número de cladódios; somatório do comprimento dos cladódios;
diâmetro dos cladódios; espessura dos cladódios, em função do tempo e das doses de K. Para
a avaliação das variáveis de crescimento inicial, utilizou-se o delineamento experimental em
DBC com quatro repetições, no esquema de parcelas subdivididas, utilizando-se como fatores
as doses de K (0, 80, 160, 240 e 320 mg dm-3) e o tempo (180 e 270 dias). O objetivo foi a
avaliação biométrica da espécie Hylocereus sp. em resposta a cinco doses de potássio em
função do tempo. O número de brotações em relação ao tempo foi a variável que mais se
destacou entre os fatores morfométricos avaliados, junto com o somatório do comprimento dos
cladódios, sendo esta espécie a apresentar efeito dos tratamentos em relação ao diâmetro do
cladódio.

PALAVRAS-CHAVE: Dragon fruit; Frutas exóticas; Hylocereus polyrhizus; Polpa vermelha.

INTRODUÇÃO: A pitaia é uma Cactácea, material genético com elevado potencial agrícola
abundante na região Semi Árida. A pitaia vermelha é descrita por Cajazeira (2016) como uma
espécie exótica promissora com potencial adaptativo às diferentes condições edafoclimáticas
da região nordestina, porém, ainda são incipientes os estudos realizados a nível Brasil sobre
técnicas de manejo da cultura que visem o aumento da produtividade. Entretanto, a cultura da
pitaia, apesar da expansão nos últimos anos no Brasil e em outros países, necessita de dados
referenciais, os quais devem ser obtidos em pesquisas que subsidiem os produtores, inclusive
para a concessão de crédito em projetos de financiamento agrícola. Assim, objetivou-se com
este trabalho avaliar a morfologia da espécie Hylocereus sp., em resposta a cinco doses de
potássio em ambiente protegido.

MATERIAL E MÉTODOS: O experimento foi conduzido em casa de vegetação do


Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal do Ceará, situada nas coordenadas
3o44’25”S e 38o34’30”W. De acordo com a classificação de Köppen, o clima é do tipo Aw’. O
material vegetal utilizado foi obtido pelo enraizamento de frações de cladódios (estacas)

28
coletados em plantas matrizes com 380 dias, de acordo com Pontes Filho et al. (2014). O
material foi lavado em água corrente e posto à secagem ambiente (± 25 ºC e 70% de UR)
durante 60 min; em seguida foram plantadas para enraizamento e cultivo em vasos com
capacidade para 11 dm3, preenchidos com 10 dm3 de substrato. O delineamento estatístico
utilizado para avaliação do crescimento inicial (número de cladódios – NCL, soma do
crescimento dos cladódios – SCC, diâmetro – DCL e espessura dos cladódios – ECL) foi em
blocos completos ao acaso, com quatro repetições, no esquema de parcelas subdivididas,
utilizando-se como fatores as doses de K (0, 80, 160 240 e 320 mg dm-3) e o tempo (180 e 270
dias). Cada parcela foi composta por um vaso contendo uma planta. As doses experimentais
testadas (0, 80, 160, 240 e 320 mg K dm-3) foram parceladas em três vezes iguais, sendo cada
parcelamento de 0,53; 1,07; 1,6; 2,14 g de KCl por vaso, respectivamente às doses
experimentais, excetuando-se a testemunha. O parcelamento se deu com o propósito de atenuar
as eventuais perdas por lixiviação, bem como os efeitos salinizantes do cloreto. Foram
realizadas mensurações do crescimento das plantas de pitaia aos 180 e 270 dias após a aplicação
dos tratamentos. Foram medidas as variáveis: NCL, feito por contagem (un); SCC, com o
auxílio de fita métrica, sendo o valor obtido pelo somatório de todas as medidas (cm); DCL e
ECL, determinados com paquímetro digital, de uma margem a outra do cladódio,
denominando-se de diâmetro; a espessura foi determinada pela distância de uma face a outra
da costilla do cladódio, ambas medidas em mm. Realizou-se teste de normalidade Shapiro-
Wilk, a 5% de significância para avaliar a distribuição dos dados. Aceitando-se H0, os dados
foram submetidos à análise de variância, teste F com nível de significância p<0,05. Foi
realizado teste de comparação de médias pelo teste de Tukey para o fator qualitativo (p<0,05)
e ajuste de regressão para o fator quantitativo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Para a pitaia vermelha observou-se, para as variáveis NCL


e SCC, em que o tempo foi significativo para o primeiro (p<0,01) e houve interação
significativa (p<0,05) para o segundo, bem como dos fatores isolados. Além disso, o DCL
também foi significativo para os fatores isolados e na sua interação. A ECL foi afetada apenas
pelo tempo e não pelas doses de K (tabela 1). Para o NCL houve incremento de 38,8% com o
passar do tempo de avaliação. No entanto, este aumento foi suficiente para diferir entre os
tempos. A pitaia vermelha também se mostrou responsiva ao tempo, ocorrendo aumento
significativo, mesmo não diferindo em relação às doses de K (figura 1A). Almeida et al. (2014),
trabalhando com a mesma espécie e doses próximas de K (0, 75, 150, 225 e 300 mg dm-3),
obtiveram valores para o NCL em torno de 2,4; no presente experimento foram encontrados
valores médios de 2,0 unidades.

29
Tabela 1. Quadrados médios da ANOVA para o número de cladódios (NCL), somatório do
comprimento dos cladódios (SCC), diâmetro dos cladódios (DCL) e espessura dos cladódios
(ECL) de pitaia vermelha, no intervalo de 90 dias após a implantação do experimento.
Fortaleza, CE, 2014.
FV GL ....................................Quadrados médios......................................
NCL SCC DCL ECL
Bloco 3 4,2000ns 49,6133ns 3,8563ns 0,0938ns
Dose K 4 0,2875ns 418,7258** 31,3508** 0,1194ns
Erro1 12 0,3875 11,8785 5,1924 0,3015
Tempo 1 16,9000** 3207,6810** 62,7753** 1,6974**
DoseKxTempo 4 0,2125ns 112,7341* 29,8928* 0,4099ns
Erro2 15 0,2833 24,9235 6,9087 0,0991
C.V. 1(%) 23,1 7,1 6,8 16,0
C.V. 2(%) 19,7 10,3 7,8 9,2
FV – Fonte da variação; GL – Grau de liberdade; C.V. – Coeficiente de variação; * – Significativo a 5%
de probabilidade; ** – Significativo a 1% de probabilidade; ns – Não significativo até 5% de probabilidade.

Conforme a tabela 2, o SCC para pitaia vermelha as plantas responderam positivamente ao


aumento das doses de K, havendo diferença estatística entre os tempos para todas as doses. A
diferença média entre os 180 dias e 270 dias foi de 17,9 cm, mostrando que houve aporte de
material vegetal com o passar do tempo. Numa breve comparação com trabalho de Cajazeira
(2016), a pitaia branca apresentou valores médios para SCC aos 180 dias em torno de 51,5 cm;
enquanto que para a pitaia vermelha, no mesmo período, esse valor foi de 39,6 cm, indicando
um decréscimo de 23,1 pontos percentuais. Aos 270 dias, a diferença foi de 24,3%. Estes dados
são indicativos de que a pitaia branca respondeu melhor às doses de K aplicadas.

Tabela 2. SCC da pitaia vermelha entre tempos de avaliação, dentro de cada dose de potássio.
Potássio (mg dm-3)
Tempo
0 80 160 240 320
SCC (cm)

180 dias 31,9 b 38,3 b 35,8 b 45,9 b 46,5 b


270 dias 44,3 a 51,0 a 65,9 a 66,1 a 60,6 a
dms tempo 6,34
Médias seguidas pela mesma letra, nas colunas, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey
(p=5%).

Quando se compara as doses dentro de cada tempo (Figura 1B), é possível notar que houve
interação significativa a 1% para ambos. Aos 180 dias houve resposta linear positiva com o
aumento das doses de K, obtendo os maiores valores na dose 240 mg K dm-3. Ao comparar
com o segundo tempo (270 dias), observa-se a função quadrática, com aumento do SCC até a
dose a 240 mg K dm-3, com R2 = 0,907. O DCL teve o mesmo comportamento que o SCC,
apresentando interação significativa entre os fatores. Conforme a Tabela 3, os valores do
diâmetro no tempo 270 dias foram ligeiramente menores que no primeiro, provavelmente
devido ao aumento da transpiração da cultura em relação à idade. Em relação às doses de K, as
medidas do diâmetro dos cladódios foram ajustadas à equação de regressão polinomial de 2ª

30
ordem para o tempo 1 e, linear para o tempo 2 (figura 1C). Nela observa-se que com o aumento
das doses de potássio há aumento do DCL. Segundo Porto et al. (2013), a aplicação de doses
satisfatórias de potássio aumenta a eficiência de uso do nitrogênio pela planta, estimulando a
emissão de raízes e brotos mais vigorosos, o que pode explicar, ao menos em parte, os
resultados obtidos. No caso do elemento nitrogênio a dose foi padrão em todos os tratamentos,
o que indica que a diferença significativa entre as espécies para essa variável se deve ao
potencial genético de cada uma. Para a pitaia vermelha, a ECL foi afetada apenas pelo tempo
(tabela 1), apresentando efeito significativo (p<0,01), em que ocorreu incremento de 11,3% na
espessura dos cladódios do tempo 1 para o tempo 2 (figura 1D).

Tabela 3. DCL da pitaia vermelha entre tempos de avaliação, dentro de cada dose de potássio.
Potássio (mg dm-3)
Tempo
0 80 160 240 320
DCL (mm)

180 dias 34,9 a 35,3 a 31,8 a 32,7 a 39,6 a


270 dias 28,8 b 31,3 b 34,9 a 32,5 a 34,4 b
dms tempo 3,59
Médias seguidas pela mesma letra, nas colunas, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey (p=5%).

Figura 1. NCL, SCC, DCL e ECL para pitaia vermelha; aos 180 e 270 dias após a aplicação
das doses experimentais.

CONCLUSÕES: Em relação ao NCL, SCC, DCL e ECL, houve incremento do tempo 1 (180
dias) para o tempo 2 (270 dias). Neste contexto, as doses que apresentaram os maiores valores

31
para as referidas medidas foram 320 mg K dm-3 e 240 mg K dm-3 para o tempo 1 e 2,
respectivamente.

AGRADECIMENTOS: A Capes pela concessão de bolsa ao primeiro autor.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, E.I.B.; CORRÊA, M. C. de M.; CRISÓSTOMO, L.A.; ARAÚJO, N.A.; SILVA,


J.C. do V. Nitrogênio e potássio no crescimento de mudas de pitaia [Hylocereus undatus (Haw)
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http://dx.doi.org/10.1590/0100-2945-296/13.

CAJAZEIRA, J. P. Crescimento e ecofisiologia de pitaias cultivadas em vasos submetidas


a diferentes doses de K e Ca. 2016. 142p.Tese (Doutorado em Agronomia) – Departamento
de Fitotecnia, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2016.

PONTES FILHO, F.S.T.; ALMEIDA, E.I.B.; BARROSO, M.M.A.; CAJAZEIRA, J.P.;


CORRÊA, M.C. de M. Comprimento de estacas e concentrações de ácido indolbutírico (AIB)
na propagação vegetativa de pitaia. Revista Ciência Agronômica, v. 45, n. 4, p. 788-793,
2014. http://ccarevista.ufc.br/seer/index.php/ccarevista/article/view/3399/1017.

PORTO, R. de A.; SILVA, E.M.B.; SOUZA, D.S. de M.; CORDOVA, N.R.M.; POLLYZEL,
A.C.; SILVA, T.J.A. da. Adubação potássica em plantas de rúcula: produção e eficiência no
uso da água. Revista Agro@mbiente On-line, v.7, n.1, p.28-35, 2013.
http://dx.doi.org/10.18227/1982-8470ragro.v7i1.760.

32
Variabilidade espacial de atributos associados a compactação de um Argissolo Amarelo
no Estado do Ceará.
João Paulo Cajazeira1; Raimundo Nonato de Assis Júnior2; Helon Hébano de Freitas Sousa2;
Ademir Silva Menezes1; Jefferson Paulo Ribeiro Soares1; Paulo Sérgio Lima Furtado3

1
Docente do Curso de Engenharia Agrícola e Ambiental, Faculdade Ieducare (FIED), Tianguá/CE. E-
mail: joao.cajazeira@fied.edu.br
2
Docente do Departamento de Ciências do Solo, Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza/CE
3
Discente do Curso de Engenharia Agrícola e Ambiental, Faculdade Ieducare (FIED), Tianguá/CE

Área temática: Física e mecânica dos solos

RESUMO: O objetivo do trabalho foi caracterizar e determinar a variabilidade espacial de


atributos físicos de um Argissolo Amarelo, utilizando métodos geoestatísticos e confecção de
mapas de superfície pelo método da Krigagem, em duas profundidades. Foram realizadas
coletas de solo em intervalos regulares de 2,5 m, numa área de 400 m2, sendo 81 pontos (0-0,2
m e 0,2-0,4 m), totalizando 162 amostras que foram submetidas às determinações de densidade
do solo (Mg m-3), densidade das partículas (Mg m-3), porosidade total, macro e
microporosidade (m3 m-3), os dados obtidos foram analisados pela estatística descritiva para
verificar a normalidade e posteriormente submetidos a geoestatística. O modelo que melhor se
ajustou à curva do semivariograma, na maioria das variáveis, foi o esférico. No entanto, para a
variável densidade das partículas, na profundidade de 0-0,2 m e densidade do solo na
profundidade de 0,2-0,4 m o modelo que melhor se ajustou foi o exponencial. O efeito pepita
relativo para a densidade do solo e densidade das partículas foi de 100%, caracterizando o
efeito pepita puro, confirmando a aleatoriedade dos dados. Os maiores alcances foram
observados para as variáveis macro e microporosidade.

PALAVRAS-CHAVE: Dependência espacial; Geoestatística; Krigagem; Semivariograma.

INTRODUÇÃO: A qualidade do solo demanda atenção de pesquisadores devido auxiliar na


prática de uma agricultura viável, para isto, é necessário compreender a variabilidade espacial
que apontam para tal índice. Estes atores buscam medidas para otimizar a produção com a
diminuição das perdas, aumentando a capacidade produtiva (CAJAZEIRA; ASSIS JÚNIOR,
2011). A estatística é uma ferramenta bastante utilizada no sentido de verificar as similaridades
e dissimilaridades dos atributos do solo. Devido às exigências da estatística clássica
dificilmente serem atendidas em condições de campo, já que a maioria das propriedades do
solo varia no espaço e no tempo (anisotropia), tornou-se necessário ferramentas estatísticas
adicionais que considerem essas variações. Deste modo, a aplicação das técnicas de
geoestatística permite análise de dependência espacial, como estimativa de dados, para locais
não amostrados. A utilização da geoestatística apresenta grande importância econômica, pois
auxilia na malha amostral. O trabalho teve o objetivo principal de avaliar a variabilidade

33
espacial de atributos físicos do solo usando métodos geoestatísticos, a fim de fornecer subsídios
para a escolha dos pontos amostrais, amparado pela teoria das variáveis regionalizadas.

MATERIAL E MÉTODOS: O trabalho foi realizado em área da Universidade Federal do


Ceará com dimensão de 20 x 20 m. As coordenadas geográficas do primeiro ponto são 3º
44’39,7” S e 38º34’51,1” W, numa altitude de 19,6 m. De acordo com a classificação de
Köppen, o clima é do tipo Aw’ (ALVARES et al., 2014). A classificação do solo é Argissolo
Amarelo Eutrófico abrúptico, textura arenosa/média, A moderado, mesoeutrófico (PAe)
(EMBRAPA, 2018), com declividade média determinada pelo clinômetro de ABNEY de 3%,
a área encontrava-se em pousio coberta por plantas ruderais. A área foi demarcada em pontos
equidistantes de 2,5 m, totalizando 81 pontos em uma área de 400 m2. Em cada ponto foram
realizadas duas coletas, com estrutura deformada e indeformada, nas profundidades, 0-0,2 m e
0,2-0,4 m (162 amostras); as amostras com estrutura natural foram utilizadas nas determinações
da densidade do solo, porosidade total, macro e microporosidade. As amostras com estrutura
deformada foram usadas para densidade das partículas. Para determinação da densidade do
solo, utilizou-se a metodologia do anel volumétrico. A densidade das partículas foi determinada
seguindo a metodologia do balão volumétrico. A porosidade total foi calculada usando-se
volumes da densidade do solo e da densidade das partículas. A microporosidade foi
determinada pela mesa de tensão, mediante tensão de 0,006 MPa. Em seguida, as amostras
foram pesadas e levadas à estufa a 105ºC até peso constante (após a última tensão 0,009 MPa)
e, por diferença de massa de água, foi estimada a microporosidade. A macroporosidade foi
calculada pela diferença da porosidade total e microporosidade. Os dados foram submetidos à
estatística descritiva, posteriormente a geoestatística. Para cada variável, foram determinados,
modelo sugerido, classe espacial de dependência, efeito pepita (Co), patamar (Co+C), alcance
e efeito pepita relativo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: As variáveis do solo mostraram diferenças na dependência


espacial com determinadas análises de semivariância. Os modelos esférico e exponencial foram
os que melhor se ajustaram à curva, sendo o primeiro mais utilizado (tabela 1). Esta seleção
está de acordo com Carvalho et al. (2003), que encontraram estes mesmos modelos para
variabilidade espacial de atributos físicos do solo.

Tabela 1 – Parâmetros dos semivariogramas isotrópicos dos atributos físicos analisados.


Atributos do solo Classea Modelo Efeito Pepita Patamar Alcance ERb
Co Co + C Ao (m) (%)
Densidade do solo (Mg m-3)
0–0,2 m I EPPc 0,0039 0,0039 - 100,00
0,2–0,4 m F Exponencial 0,0009 0,0044 0,87 20,45
Densidade partículas (Mg m-
3)

0–0,2 m F Exponencial 0,0004 0,0018 1,63 22,22


0,2–0,4 m I EPP 0,0024 0,0024 - 100,00
Porosidade Total (m3 m-3)
0–0,2 m F Esférico 0,0001 0,0006 3,78 16,66
0,2–0,4 m F Esférico 0,0001 0,0007 2,98 14,28
Macroporosidade (m3 m-3)
0–0,2 m M Esférico 0,0007 0,0018 16,69 38,88
0,2–0,4 m M Esférico 0,0006 0,0017 16,69 35,29
Microporosidade (m3 m-3)
0–0,2 m M Esférico 0,0002 0,0006 17,54 33,33
0,2–0,4 m F Esférico 0,0002 0,0010 27,83 20,00

34
a
Classe Espacial: F, forte dependência; M, moderada dependência; I, ausência de dependência (epp). b
Efeito Pepita Relativo “Nugget ratio” = [Co/Co+C] x 100. c EPP = Efeito Pepita Puro.

Para as variáveis porosidade total, macro e microporosidade, em ambas profundidades, o


melhor modelo de ajuste foi o esférico. Para a variável densidade das partículas na
profundidade de 0-0,2 m e densidade do solo na profundidade de 0,2-0,4 m, o melhor ajuste
foi com o modelo exponencial. Isto está em acordo com Kiliç et al. (2004) que, estudando a
variabilidade de atributos físicos, encontraram para a densidade do solo o mesmo modelo.
Neste sentido, Souza et al. (2004), encontraram para as variáveis porosidade total, macro e
microporosidade um melhor ajuste com o modelo esférico. A variável densidade do solo, para
0-0,2 m de profundidade e densidade das partículas na profundidade de 0,2-0,4 m,
apresentaram uma relação efeito pepita-patamar de 100%, ou seja, os valores do efeito pepita
e do patamar coincidiram, caracterizando o efeito pepita puro (EPP), onde o alcance é nulo e
não há dependência espacial entre as amostras, podendo-se inferir que a variabilidade é máxima
para estas variáveis e que os pontos são independentes entre si. Tanto a densidade do solo
quanto a das partículas tiveram os menores alcances, sendo 0,87 m para 0,2-0,4 m e 1,63 m
para 0-0,2 m. Isto se deve ao fato do efeito pepita e o patamar apresentarem uma estreita relação
de 0,0009 e 0,0044 para a densidade do solo e 0,0004 e 0,0018 para a densidade das partículas.
A densidade das partículas, na camada de 0-0,2 m (figura 1a), foi a variável que mais
uniformemente se distribui na área, tendo seus valores variando entre 2,49 e 2,70 Mg m-3, para
0-0,2 m de profundidade e 2,50 e 2,69 Mg m-3, para 0,2-0,4 m de profundidade (figura 1b). A
densidade do solo (figura 2a e 2b) apresentou uma relação inversamente proporcional para as
variáveis porosidade total (figura 3a e 3b) e macroporosidade (figura 4a e 4b) e diretamente
proporcional para a variável microporosidade (figura 5a e 5b). Com o aumento da densidade,
suas partículas tendem a aproximar-se umas das outras, diminuindo assim o espaço poroso do
solo, afetando os poros de aeração, e isso foi observado para ambas profundidades. O mesmo
que ocorreu entre a densidade e a porosidade total do solo pode ser aplicado para a
macroporosidade, já que há também uma correlação negativa entre ambas. Percebe-se na figura
2a e 4a, também na figura 2b e 4b que os picos da densidade correspondem à depressão da
macroporosidade.

(a) (b)

Figura 1. Distribuição espacial da Densidade das Partículas (Mg m-3) em 0-0,2 (a) e 0,2-0,4 (b)
m.

35
(a) (b)

Figura 2. Distribuição espacial da Densidade do Solo (Mg m-3) em 0-0,2(a) e 0,2-0,4(b) m.

(a) (b)

Figura 3. Distribuição espacial da Porosidade Total (m3 m-3) em 0-0,2(a) e 0,2-0,4(b) m.


(a) (b)

Figura 4. Distribuição espacial da Macroporosidade (m3 m-3) em 0-0,2(a) e 0,2-0,4(b) m.

(a) (b)

Figura 5. Distribuição espacial da Microporosidade (m3 m-3) em 0-0,2(a) e 0,2-0,4(b) m.

CONCLUSÕES: 1. Há independência dos pontos amostrados para as variáveis densidade do


solo (0-0,2 m) e densidade das partículas (0,2-0,4 m) devido ao efeito pepita puro (EPP). 2. O
manejo conferiu maior homogeneidade nas propriedades estruturais, implicando em menor
número de amostras para representar a área.

AGRADECIMENTOS: Ao CNPq, pela concessão de bolsa ao primeiro autor.

36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVARES, C. A. et al. Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische
Zeitschrift, v. 22, n. 6, p. 711-728, 2014.

CAJAZEIRA, J. P.; ASSIS JÚNIOR, R. N. Variabilidade espacial das frações primárias e


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37-47, 2011.

CARVALHO, M. P.; TAKEDA, E. Y. & FREDDI, O. S. Variabilidade espacial de atributos


de um solo sob videira em Vitória Brasil (SP). Revista Brasileira de Ciência do Solo, 27:695-
703, 2003.

CRUZ, J.S. Variabilidade espacial de atributos físicos de um Argissolo cultivado com


cana-de-açúcar. 2005. 61 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Universidade Federal
do Ceará, Fortaleza, 2005.

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUARIA- EMBRAPA. Serviço de


Produção de Informação – SPI. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 5.ed.
Brasília,DF, 2018. 356p.

KILIC, K.; OZGOZ, E.; AKBAS, F. Assessment of spatial variability in penetration resistence
as related to some soil physical of two fluvents in Turkey. Soil & Tillage Research, v.76, p.1-
11, 2004.

SOUZA, Z.M.; MARQUES JÚNIOR, J. & PEREIRA, G.T. Variabilidade espacial da


estabilidade de agregados e matéria orgânica em solos de relevos diferentes. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, 28:491-499, 2004.

37
Aplicação de jogo educativo sobre agrotóxicos em uma intervenção de extensão: um
relato de experiência

Dany G. Kramer1; Vivian Rayane de Morais Almeida

E-mail: dgkcs@yahoo.com.br; 1 PPGSF/DET-UFRN; 2UNP;

Área temática: Extensão rural e educação ambiental;

Introdução – O uso inadequado de agrotóxicos tem relação direta com problemas


socioambientais em diversas regiões do Brasil. Nessa conjuntura, foi desenvolvido um jogo,
abordando-se conceituações, classificações, questões ambientais e toxicológicas associadas aos
agrotóxicos, de forma a se promover ações de educação ambiental de forma dinâmica e ativa.
Assim, realizou-se uma atividade de educação ambiental sobre temática, englobando-se
profissionais e discentes de graduação. Métodos – A atividade foi realizada de forma digital,
com 30 participantes, aproximadamente, sendo apresentado o jogo criado na plataforma
Scratch. Este foi composto de questionamentos sobre conceitos e classificações sobre
agrotóxicos e relações em tópicos ambientais e toxicológicos. Na sequência, realizou-se uma
apresentação dialogada e participativa sobre a temática. Sendo finalizada com a apresentação
do jogo. Resultados – Observou-se que a maioria dos participantes, desconheciam informações
sobre a temática, sendo que 78% destes não haviam estudado sobre o assunto. Durante a
apresentação do tema, observou-se participação efetiva e dinâmica dos ouvintes. Na sequência
da reaplicação do jogo, verificou-se a consolidação do conteúdo. Conclusões – A partir dos
dados supracitados, conclui-se que a atividade de educação ambiental proposta facilitou a
compreensão, a problematização e a contextualização da temática de agrotóxicos,
possibilitando ao participante a obtenção de informações e formar ideias critico-reflexivas
sobre a temática, emitindo opiniões de forma segura e consciente.

Palavras-Chave: Educação ambiental, agrotóxicos, jogo educativo.

38
Avaliação de pH em solo cultivado com Vigna unguiculta e Saccharum officinarum em
Viçosa do Ceará

Vanessa L. Pontes1; João V. M. Melo 1; Emanuel R. Silva1; Francisco R. S. Sousa1; Márcia M.


Nascimento1; Ademir S. Menezes1

E-mail: vanesssa4584@gmail.com;1FIED/UNINTA.

Área temática: Fertilidade do solo, nutrição de plantas e correção de solos

Introdução – As práticas de manejo incorreto do solo provocam alterações em seus atributos


químicos, físicos e biológicos, podendo afetar a sustentabilidade dos sistemas produtivos. O
conhecimento das características do solo para adequação das culturas cultiváveis é fundamental
para garantir o sucesso da produtividade. Desta forma o presente trabalho teve como objetivo
avaliar o potencial hidrogeniônico (pH) em solo cultivado com Vigna unguiculata e Saccharum
officinarum em área de produção agrícola da agricultura familiar. Métodos – Selecionou uma
área cuja mão de obra é predominantemente familiar, no Sítio Campo do Meio, situado no
município de Viçosa do Ceará. Coletou-se amostras de solo numa área de aproximadamente
um hectare, em solo de textura arenosa, cultivada com feijão sempre verde (Vigna unguiculata)
e cana de açúcar (Saccharum officinarum) no sistema convencional. As amostras de solo foram
coletadas em um transecto de 100 m de comprimento definido perpendicularmente ao rio que
corta a propriedade, na profundidade de 00 – 20 cm, totalizando 10 amostras de solo mais uma
testemunha, esta coletada fora da área (mata contornando a área cultivada) em cultivo. As
amostras foram encaminhadas ao laboratório de química e bioquímica da Faculdade Ieducare
– FIED em Tianguá/CE para determinação do potencial hidrogeniônico - pH. Os dados foram
submetidos à estatística descritiva com nível de confiança de 95%. Resultados – Observaram-
se na área restos culturais provenientes do plantio de milho, sendo feijão considerado plantio
sucessivo. Resumo da estatística descritiva para os valores encontrados para a análise do pH
do solo, observou-se os seguintes valores: média de 6,21; mediana 6,22; os valores máximo e
mínimo de pH do solo foram 6,49 e 5,90, respectivamente. A literatura reporta que o pH do
solo adequado para uma boa produção de feijão é em torno de 6,20, desta forma, conforme os
valores encontrados na presente pesquisa, variam de 5,90 a 6,49, solo apresenta um pH dentro
das condições exigidas pela cultura do feijão. Com relação a cana de açúcar, o solo também
apresenta condições de pH adequado, já que esta espécie consegue se desenvolver tanto em
solos ácidos quanto alcalinos, ou seja, pH entre 4 a 8,5, porém, o ideal é em torno de 6,5.
Conclusões – Os valores de pH do solo estão dentro da faixa exigidas pela maioria das culturas,
sem risco de prejudicar a absorção dos nutrientes do solo, isto é, nas condições adequadas tanto
para o cultivo de feijão quanto para a cana de açúcar, portanto, com base no pH deste solo, não
necessitando de calagem.

Palavras-Chave: Vigna unguiculata, Saccharum officinarum, qualidade química do solo.

39
Alterações físicas no solo em área de descarte de resíduos da produção de cachaça no
Vale do Lambedouro – Viçosa do Ceará.

Francisco R. S. de Sousa1; Vinícius da C. Lino1; João V. M. de Melo1; Márcia M. do


Nascimento1; Ademir S. Menezes2; Carlos H. C. de Sousa2.
1
Discentes de Engenharia Agrícola e Ambiental, Faculdade Ieducare (FIED), Tianguá/CE. E-mail:
90raniere@gmail.com;
2
Docentes do Curso de Engenharia Agrícola e Ambiental, Faculdade Ieducare (FIED), Tianguá/CE.

Área temática: Física e mecânica dos solos.

RESUMO: A produção de cachaça no Brasil também gera resíduos sólidos e líquidos, como
bagaço, cinzas, ponteiras, vinhaça, dentre outros. O descarte inadequado desses resíduos causa
alterações físicas, químicas e biológicas ao meio ambiente. Objetivou-se identificar as
alterações físicas no solo em área de descarte dos resíduos provenientes da produção de cachaça
no Vale do Lambedouro, município de Viçosa do Ceará. O estudo aconteceu em duas áreas
diferentes, sendo uma área de descarte dos resíduos, na qual está situado o engenho produtor
de cachaça e a outra que não possui a presença de engenho (referência). Coletou-se amostras
de solo deformadas para análise de densidade do solo, densidade de partículas e porosidade
total do solo em DIC, sendo duas áreas de coleta (área de descarte de resíduos e de referência)
com dez repetições no transecto em direção ao curso d’água, na profundidade de 0 - 20 cm. Os
dados foram submetidos aos testes de normalidade e F a 5% de probabilidade e à análise de
variância. Os resultados mostraram diferenças significativas entre as duas áreas,
principalmente nos atributos de densidade de partículas e porosidade total, levando a conclusão
que o descarte indevido de resíduos da produção de cachaça/vinhaça não causou alterações na
densidade do solo, no entanto, causou alterações na densidade de partículas e na porosidade
total do solo.

PALAVRAS-CHAVE: produção de cachaça, resíduos, atributos físicos do solo.

INTRODUÇÃO: O Brasil possui muitos produtores de cachaça espalhados pelo país, com
diferentes níveis tecnológicos de produção. De acordo com o BRASIL (2020), o número de
produtores de aguardente e cachaça sofreu um decréscimo de 22,26% no ano de 2019 quando
comparado ao ano de 2018. Como todo processo de produção gera uma série de resíduos, a
produção de cachaça não é diferente, o processo gera resíduos sólidos e líquidos, que vão desde
as ponteiras da cana-de-açúcar, as quais não são utilizadas, à vinhaça, obtida no final dele.
Esses resíduos causam alterações físicas, químicas e biológicas ao meio ambiente,
principalmente quando não têm o seu destino final adequado. Solo e água sofrem diretamente
essas modificações, por terem contato direto com esses resíduos, logo fauna e flora sofrem
indiretamente, já que retiram nutrientes e alimentos deles. O destino final indevido desses
resíduos contamina e altera as características do solo e da água. A densidade do solo se eleva
e os poros são obstruídos. Nesse contexto, dada a importância desempenhada pela produção
de cachaça, em seu viés cultural e econômico, torna-se relevante a elaboração de estudos que
busquem avaliar os impactos da geração de resíduos por ela no meio ambiente. Dentre os
resíduos se destaca a vinhaça, esta altera atributos físico-hídrico e químicos do solo, também

40
contamina os recursos hídricos superficiais e subterrâneos se disposta de forma inadequada
(FREIRE, 2000). Diante do exposto, objetivou-se identificar as alterações físicas no solo em
área de descarte dos resíduos provenientes da produção de cachaça no Vale do Lambedouro,
município de Viçosa do Ceará.

MATERIAL E MÉTODOS: coletou-se amostras de solo deformadas, por caminhamento


transecto (100 m), manualmente com auxílio de uma cavadeira tipo “boca de lobo”, na
profundidade de 0 – 20 cm em duas áreas diferentes (área de descarte de resíduos provenientes
da produção de cachaça e área de referência), visando uma comparação entre elas, a primeira
fica na localidade de Lagoa do Barros dos Nogueiras, uma área de 03 ha-1, onde localiza-se um
engenho e a segunda área de aproximadamente 01 ha fica localizada na localidade de Sítio
Campo do Meio, em uma área que não possui engenho. As áreas ficam no distrito de
Lambedouro, com aproximadamente 3,5 km de distância entre elas. As coletas seguiram em
delineamento inteiramente casualisado (DIC), sendo (duas áreas de coleta com 10 repetições)
levando em consideração as características geomorfológicas da área. Na área de descarte a
coleta foi no ponto inicial a partir do local de descarga da vinhaça e demais resíduos até o final
do transecto em direção ao canavial. Já na área de referência a coleta foi feita em uma área de
agricultura familiar de subsistência, com o manejo reduzido, sem queimadas ou presença de
maquinário agrícola. O transecto se deu no sentido perpendicular ao curso do rio, passando por
uma pequena área de plantio de feijão. No laboratório de química e bioquímica da Faculdade
Ieducare – FIED determinou-se as análises físicas: densidade do solo (método da proveta),
densidade de partículas (método do balão volumétrico) e porosidade total do solo a partir dos
resultados de densidade do solo e de partículas conforme Embrapa (2017). Os dados obtidos
foram submetidos aos testes de normalidade e F (5% de probabilidade e à análise de variância
usando o software InfoStat (DI RIENZO et al. 2013) e Microsoft Excel®.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: As tabelas 01, 02 e 03 mostram os resultados da análise de


variância de cada atributo físico avaliado, com um coeficiente de variação (CV) adequado para
as condições de campo, cujo valor é de 8,52%. Para os resultados (tabela 01) da análise de
variância, observa-se que houve significância estatística apenas para os blocos, evidenciando
que não ocorreu alterações na densidade do solo nas duas áreas analisadas. Tal comportamento,
possivelmente esteja relacionado à forma de manejo da área de referência, embora esta área
não tenha ocorrido descarte de resíduos da produção de cachaça, há alterações antrópicas, ainda
que sem uso de maquinários e/ou queimadas no cultivo de feijão caupi. O solo também está
sujeito a alterações físicas, tal atividade pode alterar a estabilidade de agregados, a dispersão
de argila e a densidade do solo (SILVA, 2006; CAMILOTTI et al., 2006; BEBÉ et al., 2009).

41
Tabela 01 – Resumo da análise de variância para densidade do solo da área de descarte do
resíduo da produção de cachaça da Lagoa do Barro dos Nogueiras e da área de referência Sítio
Campo do Meio, Viçosa do Ceará.
FV GL SQ QM F
Tratamentos 3 0,003128 0,001043 0,10ns
Bloco 4 0,151328 0,037832 3,72*
Área de descarte (A) 1 0,002065 0,002 0,20ns
Área de referência (B) 1 0,000428 0,000428 0,042ns
AxB 1 0,000635 0,000635 0,062ns
Erro 16 0,162366 0,010148
Total 19 0,316822
*significativo a 5% de probabilidade; ns – não significativo a 5% pelo teste F.
Fonte: Autor;

Com a utilização do solo para as atividades agrícolas, é comum serem encontradas camadas
mais compactadas na parte superior do seu perfil. Nessas áreas intensivamente utilizadas para
a produção agrícola, os valores de densidade do solo são mais elevados, afetando
negativamente a aeração e prejudicando a penetração e proliferação de raízes no solo
(CORSINI, 1992; CORSINI e FERRAUDO, 1999). No entanto, o descarte indevido de vinhaça
sobre o solo não implica negativamente para a densidade do solo, pois não houve diferença
significativa (Tabela 01) para a interação entre as áreas (A x B). Com relação a densidade de
partículas do solo observa-se que entre a áreas de descarte e de referência diferiram
estatisticamente (Tabela 02), cuja diferença se deve a variação espacial do solo na região, sendo
que na área de descarte o solo na camada onde foi retirada as amostras apresenta uma menor
quantidade de areia comparada a área de referência. Observa-se ainda significância a 5% entre
os tratamentos e não significativo para a interação entre as áreas, coeficiente de variação destes
atributos foi de 4,68%, indicando um controle local.

Tabela 02 – Resumo da análise de variância para densidade de partículas da área de descarte


do resíduo da produção de cacha da Lagoa do Barro dos Nogueiras e da área de referência Sítio
Campo do Meio, Viçosa do Ceará.
FV GL SQ QM F
Tratamentos 3 0,386798 0,128933 9,141*
Bloco 4 0,120613 0,030153 2,137ns
Área de descarte (A) 1 0,358364 0,358 25,407*
Área de referência (B) 1 0,026282 0,026282 1,863ns
AxB 1 0,002152 0,002152 0,152ns
Erro 16 0,225674 0,014105
Total 19 0,733085
*significativo a 5% de probabilidade; ns – não significativo a 5% pelo teste F.
Fonte: Autor

42
Tabela 03 – Resumo da análise de variância para porosidade total do solo da área de descarte
do resíduo da produção de cacha da Lagoa do Barro dos Nogueiras e da área de referência Sítio
Campo do Meio, Viçosa do Ceará. (CV = 5,16%)
FV GL SQ QM F
Tratamentos 3 0,017869 0,005956 7,873*
Bloco 4 0,011359 0,00284 3,753*
Área de descarte (A) 1 0,015723 0,016 20,784*
Área de referência (B) 1 0,001608 0,001608 2,125ns
AxB 1 0,000538 0,000538 0,711ns
Erro 16 0,012104 0,000757
Total 19 0,041333
*significativo a 5% de probabilidade; ns – não significativo a 5% pelo teste F.
Fonte: Autor

Nota-se a partir da tabela 3, que os tratamentos, blocos e área de descarte, foram significativos
a 5% de probabilidade, demonstrando que a porosidade total do solo é sensível as modificações
do no solo. As mudanças na porosidade do solo promovidas pelo descarte da vinhaça podem
alterar a estabilidade de agregados a diminuição do tamanho dos poros e a redução da
condutividade hidráulica (KLEIN e LIBARDI, 2002), uma vez que o resíduo líquido poderá se
alojar no espaço poroso. Influenciando no aumento da umidade do solo, pois pode estar
relacionado também com a porosidade total do solo, uma vez que esta característica contribui
para a retenção de água no solo, no entanto, pode trazer prejuízo quanto a infiltração da água
no solo.

CONCLUSÕES: O descarte inadequado de vinhaça no solo não interfere na densidade do


solo, no entanto, apresenta alterações na porosidade total do solo na área de descarte de resíduos
provenientes da produção de cachaça do sítio Lagoa do Barro dos Nogueiras.

AGRADECIMENTOS: A Deus, que é dono de tudo, à família, aos professores Ademir,


Carlos Henrique e Thiago, aos amigos e colegas de curso, ao Engenho Nogueira e à madrinha
Soraya, que cederam suas áreas para o estudo.

REFERÊNCIAS

BEBÉ, F. V.; ROLIM, M. M.; PEDROSA, E. M. R.; SILVA, G. B.; OLIVEIRA, V. S.


Avaliação de solo sob diferentes períodos de aplicação com vinhaça. Revista Brasileira de
Engenharia Agrícola e Ambiental, v.13, n.6, p.781-187, 2009.

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de registro de cachaças aguardentes. Secretaria de Defesa Agropecuária. 2. Ed. Brasília:
MAPA/AECS, 2020.

43
CAMILOTTI, F.; ANDRIOLI, I.; MARQUES, M. O.; SILVA, A. R.; TASSO JÚNIOR, L. C.;
NOBILE, F. O. Atributos físicos de um latossolo cultivado com cana-de-açúcar após aplicações
de lodo de esgoto e vinhaça. Engenharia Agrícola, v.26, n.3, p.738-747, 2006.

CORSINI, P. C. Problemas causados pela compactação dos solos. STAB, v.18, p.8-12, 1992.

CORSINI, P. C.; FERRAUDO, A. S. Efeitos de sistemas de cultivo na densidade e na


macroporosidade do solo e no desenvolvimento radicular do milho em Latossolo Roxo.
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EMBRAPA. Manual de métodos de análise de solo. 3. ed. rev. e ampl. – Brasília, DF:
Embrapa, 2017. 574 p.

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Latossolo Vermelho, sob diferentes sistemas de uso e manejo. Revista Brasileira de Ciência
do Solo, v.26, p.857-867, 2002.

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Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP, Campinas, 1997. Disponível em:
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MOITINHO, M. R.; PADOVAN, M. P.; PANOSSO, A. R.; LA SCALA JR, N. Efeito do


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NEGI, S.C et al. Crop performance as affected by traffic and tillage in a clay soil. Transactions
of the ASAE, American Society of Agricultural and Biological Engineers, St. Joseph, v.23,
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de uso e manejo. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.10, n.1, p.76–
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44
Velocidade de infiltração básica de água em solo com presença de resíduos da produção
de cachaça.

Francisco R. S. de Sousa1; Mariana da Silva1; Vanessa L. Ponte1; Emanuel R. da Silva1; Ademir


S. Menezes2; Carlos H. C. de Sousa2.
1
Discentes de Engenharia Agrícola e Ambiental, Faculdade Ieducare (FIED), Tianguá/CE. E-mail:
90raniere@gmail.com;
2
Docentes do Curso de Engenharia Agrícola e Ambiental, Faculdade Ieducare (FIED), Tianguá/CE.

Área temática: Física e mecânica dos solos

Introdução – o Brasil é um grande produtor de cachaça, essa produção gera resíduos sólidos
e líquidos, o descarte inadequado desses resíduos causa alterações físicas, químicas e
biológicas ao meio ambiente. Objetivou-se avaliar a velocidade de infiltração básica de água
em solo com a presença de descarte de resíduos da produção de cachaça no Vale do
Lambedouro – Viçosa do Ceará. Métodos – coletou-se amostras deformadas de solo na
profundidade de 0 – 20 cm em uma área onde acontece o descarte inadequado de vinhaça no
solo, as amostras foram submetidas às determinações de densidade do solo (ρs), de partículas
(ρp) e porosidade total (α) através do método do balão volumétrico conforme Embrapa (2017).
O teste de infiltração foi feito pelo método dos anéis concêntricos conforme Embrapa (2017).
Para quantificar a associação entre a velocidade de infiltração básica e determinações físicas
avaliadas, os dados foram submetidos às análises estatísticas e regressão linear. Resultados –
foi observada lenta a velocidade de infiltração da água, apresentando uma queda na velocidade
no decorrer dos minutos analisados, isso se dá pelo fato da velocidade de infiltração ser bastante
influenciada pelas condições da superfície, do perfil e conteúdo inicial de água do solo
(PANACHUKI et al., 2006). Os dados obtidos a partir do método do infiltromêtro de anel,
proporcionaram os gráficos de Infiltração acumulada (Ia) e de Velocidade de Infiltração (VI),
notando-se que a infiltração acumulada (Ia) aumenta com o decorrer tempo, e a velocidade de
infiltração (VI) diminui, aproximando-se de uma estabilidade em relação aos centímetros
infiltrados. O resultado da determinação da Velocidade de Infiltração Básica (VIB) da área
apresentou uma VIB de 17,0 mm/h-1, sendo classificadas segundo Bernardo et al. (2006) como
VIB alta. Esse resultado sugere que o solo da área estudada é de textura franco-arenosa-
argilosa, já que a VIB está relacionada com a textura e estrutura do solo, uma vez que, os
valores de VIB segundo a textura do solo podem ser: arenosa quando de 25 a 250 mm/h; franco-
arenosa de 13 a 76 mm/h; franco-arenosa-argilosa de 5 a 20 mm/h e franco-argilosa: 2,5 a 15
mm/h (BERNARDO et al., 2006). Conclusões A presença de resíduos da produção de cachaça,
principalmente a vinhaça, não influenciaram negativamente na velocidade de infiltração de
água no solo.

Palavras-Chave: descarte, vinhaça, estrutura do solo, porosidade.

45
Parametrização de sensor para captação de níveis de umidade no solo

Sângela Ramos de Oliveira1; João Victor Mendes Melo1; Vanessa Lima Ponte1 Oseias de Sousa
Mourão2; Tatiana Maria Farias Pinto2
1
Discentes de Engenharia Agrícola e Ambiental, Faculdade Ieducare (FIED), Tianguá/CE. E-mail:
sangelaramos1@gmail.com;
2
Docentes do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental, Faculdade Ieducare (FIED), Tianguá/CE.

Área temática: Automação, instrumentação e sensores nas ciências agrárias e ambientais

RESUMO: Medidas instantâneas de condições do ambiente são essenciais para a automação


da produção Agrícola. Neste contexto, este trabalho apresenta uma maneira de parametrizar
um programa baseado em C++ que viabiliza a leitura da umidade instantânea do solo por um
sensor de umidade do tipo resistivo. Com o esquema elétrico, a estrutura lógica do programa e
demais parâmetros exibidos nesta pesquisa é possível configurar e programar uma interface
Arduino para registros da umidade de um substrato. Os resultados dos sensores podem ser
muito úteis para aferição instantânea da umidade de um substrato, mas é imprescindível a
calibração do dispositivo.

PALAVRAS-CHAVE: calibração; automação; sensor resistivo.

INTRODUÇÃO: As ações de sustentabilidade para o uso racional e eficiente da água exigem


aplicação da pesquisa, ciência e tecnologia em uma perspectiva inovadora (TUNDISI, 2011).
Uma tecnologia contemporânea capaz de favorecer o uso eficiente da irrigação é o
sensoriamento da umidade do solo (AMBROSINI, 2008). Dispositivos sem fio podem ser
instalados em pontos estratégicos na região de cultivo, enquanto o monitoramento pode ocorrer
remotamente e com controle automático da irrigação baseado na leitura e resposta de sensores
e atuadores, respectivamente (TEIXEIRA, 2017). Neste viés, o presente trabalho objetiva
apresentar uma maneira de parametrizar um programa baseado em C++ que viabiliza a leitura
da umidade instantânea do solo por um sensor do tipo resistivo. Com os dados desta pesquisa
é possível configurar, programar uma interface Arduino para registros da umidade do solo e
finalmente propiciar a correlação com medidas da umidade fundamentadas no método
termogravimétrico utilizado (Caputo, 2017)

MATERIAL E MÉTODOS: O experimento foi conduzido no laboratório de Física/Química


da Faculdade Ieducare (FIED) no Município de Tianguá, no Estado do Ceará. Foi utilizado um
sensor de umidade resistivo com Chip comparador LM393 acoplado a entrada analógica A15
de um Arduino Mega 2560 para aferição da umidade de solo. As medidas relativas à umidade
foram determinadas pela tensão elétrica lidas na entrada analógica A15 do Arduino Mega, com
mínimo de 0 volt e máximo de 5 volts. A resolução entre as leituras é de 0,0049 volts,
totalizando 1024 leituras distintas (ARDUINO, 2021). O esquema de montagem do circuito,
com as devidas conexões, é apresentado na figura 1. Para facilitar a leitura e programação, os
valores lidos foram expressos entre 0 e 1023 unidades. Estes extremos serviram para
estabelecer os limites máximos e mínimos de umidade. As medidas encontradas para a

46
parametrização do programa e futura calibração quantitativa do sensor foram feitas em 60g de
substrato comercial de fibra de coco e vermiculita, secos ao sol.

Figura 1 - Esquema - Note a conexão do pino da esquerda do LM393 no pino A15 do


arduino. Pode ser usado outro pino analógico, com a devida alteração no programa.

Fonte: elaborada pelos autores, 2021

RESULTADOS E DISCUSSÃO: No quadro 1 há a fração do código importante para a


parametrização das medidas da umidade. No experimento, foi registrado o mínimo de 1022
unidades na entrada analógica para o substrato seco. Assim foi estabelecido o seguinte
parâmetro condicional, onde, quaisquer valores entre 1022 e 1024 caracterizam o solo seco.
Nestas condições a notificação “Solo seco” é exibida no monitor serial da plataforma IDE de
programação do Arduino.

Quadro 1 – Parâmetros para substrato seco.

if (valor_analogico > 1022 && valor_analogico < 1024)

Serial.println(" Status: Solo seco");

Programa IDE arduino.


Conforme necessite inserir outros parâmetros condicionais, como por exemplo, “solo com
umidade moderada” ou “solo úmido”, basta inserir novos argumentos como o do quadro 1, que
define o status de umidade do solo a partir da faixa de valores apropriadas. A determinação das
faixas de valores pode ser obtida executando-se no IDE Arduino o código do quadro 2.

47
Quadro 2 – Algoritmo para leituras analógicas no IDE Arduino.

int analogPin = A15;// informar entrada analógica

int val = 0; // variável para guardar o valor lido

void setup() {

Serial.begin(9600); // configura a porta serial

void loop() {

val = analogRead(analogPin); // lê o pino de entrada

Serial.println(val); // imprime o valor no monitor


serial

Programa IDE arduino.


Um estudo para o sensor higrômetro, similar ao deste trabalho, feito por SILVA et al (2019),
aponta maior correlação das medidas do sensor para a faixa de umidade de 0 a 40%,
recomendando o uso do sensor apenas para essa faixa.

CONCLUSÕES: A utilização do sensor pode ser muito útil para aferição instantânea da
umidade de um substrato, mas é imprescindível a calibração do dispositivo. A inserção dos
parâmetros para calibração pode ser feita usando-se os códigos dos quadros 1 e 2, associada às
medidas termogravimétricas para a umidade de um mesmo substrato. Assim, há perspectivas
futuras de obtenção da correlação estatística entre as medidas do sensor e medidas obtidas pelo
método padrão de estufa (EMBRAPA, 1997) para o substrato comercial fibra de coco com
vermiculita.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos aqui a oportunidade promovida pela direção da


Faculdade Ieducare - FIED e a Coordenação de Pesquisa e extensão- COPEEX em apoiar a
pesquisa de iniciação científica que gerou este trabalho.

REFERÊNCIAS

AMBROSINI, L.B.; FILIPPI, E.E. ‘Território’, um diálogo multidisciplinar, a partir da


economia-ecológica, na legitimação de sistemas de produção territoriais em áreas rurais
marginalizadas. In: CONGRESO EUROPEO DE LATINOAMERICANISTAS, 5,
Bruxelas. Anais... Bruxelas: CEISAL, 2007.

48
ARDUINO. Getting Started: What is Arduino? © 2021. Página inicial. Disponível em:
<https://www.arduino.cc>. Acesso em 20 de jun. de 2021.

CAPUTO, H. P.; CAPUTO, A. N.; Mecânica dos solos e suas aplicações. 7. ed. rev. e ampl.
Rio de Janeiro: LTC, 2017.

EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Manual de métodos de análises


de solo. Rio de Janeiro: Centro Nacional de Pesquisa de Solos, p.15-21, 1997.

SILVA, J. A.G; et al. Calibração de sensores de umidade em substrato de casca de pinus


utilizando Arduino. CONBEA 2019. Disponível em:
<https://www.conbea.org.br/anais/publicacoes/conbea-2019/anais-2019/iar-instrumentacao-
automacao-e-robotica-12/207-calibracao-de-sensores-de-umidade-em-substrato-de-casca-de-
pinus-utilizando-arduino/file> Acesso em 25 de jun. de 2021.

TEIXEIRA, G.; ALMEIDA, J. V. P. Rede LoRa® e protocolo LoraWAN® aplicados na


agricultura de precisão no brasil. 2017. 76 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia
Eletrônica) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Ponta Grossa, 2017.

TUNDISI, J. G.; MATSUMURA-TUNDISI, T. Recursos hídricos no século XXI. Oficina de


Textos, 2011.

49
Impacto Ambiental e classificação da nascente da Pedra do Itagurussu no Município de
Viçosa do Ceará

Mariana da Silva1; Jefferson Paulo Ribeiro Soares²; João Paulo Cajazeira²


1
Discente de Engenharia Agrícola e Ambiental, Faculdade Ieducare (FIED), Tianguá/CE. E-mail:
mariana.eng1405@gmail.com;
2
Docentes do Curso de Engenharia Agrícola e Ambiental da FIED/UNINTA

Área temática: Gestão Ambiental

RESUMO: Dentre os recursos naturais, a água possui um destaque, pois a sua disponibilidade
é um fator limitante à vida terrestre, ou seja, a água é indispensável para a manutenção da vida
dos seres vivos. As nascentes apresentam grande importância, quando se diz respeito a
manutenção da vida útil dos corpos hídricos, uma vez que sem uma proteção e conservação
adequada, há uma interferência no abastecimento de água causando um estado de degradação
ambiental e social. Tendo em vista a importância da conservação das nascentes, objetivou-se
avaliar a classificação da nascente da Pedra do Itagurussu de acordo com o grau de preservação,
a partir da avaliação dos impactos ambientais. A nascente avaliada está localizada na zona
urbana do município de Viçosa do Ceará. Em primeira instância foram coletadas informações
a respeito da nascente por meio de visita técnica, em seguida foi tomado como base a proposta
metodológica de Gomes et al (2005), os quais desenvolveram o índice de impacto ambiental
em nascentes, atribuindo notas de acordo com o índice de impacto ambiental e, por fim
classificando a nascente de acordo com o seu grau de preservação. Foi possível constatar na
pesquisa por meio da metodologia empregada que a área onde se encontra a nascente apresenta
vários problemas relacionados a preservação do meio ambiente, uso inadequado e falta de
proteção. Após a análise observou-se que a nascente se encontra em estado degradante, sendo
classificada com o grau de preservação ruim (classe D).

PALAVRAS-CHAVE: Conservação, recursos naturais, conservação de nascentes

INTRODUÇÃO: Dentre tantos recursos naturais, a água possui um destaque, pois a sua
disponibilidade é um fator limitante a vida na terra, ou seja, a água é indispensável para a
manutenção da vida dos seres vivos, como também está envolvida em praticamente todas as
etapas de produção (SARDINHA et al., 2008). De acordo com Tundisi (1999), alterações na
qualidade, quantidade e distribuição dos recursos hídricos ameaçam a sobrevivência humana,
assim como das demais espécies, além de afetar o desenvolvimento econômico e social, já que
a disponibilidade de água de boa qualidade foi reduzida, da mesma forma que sua capacidade
de sua conservação e proteção. Nesse tocante, as nascentes apresentam grande importância,
quando se diz respeito a manutenção da vida útil dos corpos hídricos, uma vez que sem uma
proteção e conservação adequada, há uma interferência no abastecimento de água e causa um
estado de degradação, tanto da nascente como também do rio abastecido por ela (EUGENIO et
al., 2011). Essa afirmação se torna mais clara a partir do momento em que se entende a
definição de uma nascente. Estas nada mais são do que o local onde se inicia um curso d’água,
independentemente das suas dimensões. Localizam-se, geralmente, em encostas ou depressões
do terreno ou ainda no nível de base representado pelo curso d’água local, e podem ser perenes

50
(de fluxo contínuo), temporárias (de fluxo apenas na estação chuvosa) ou ainda efêmeras,
quando surgem durante a chuva, permanecendo por apenas alguns dias ou horas (LOZINSKI
et al., 2010). No Brasil, são previstos atualmente alguns critérios qualitativos para a
classificação das águas naturais, a exemplo disso temos a Resolução CONAMA nº 357/2005,
que preceitua para determinação da qualidade da água a observação da mesma quanto a
presença de materiais flutuantes, óleos e graxas, substâncias que comuniquem gosto ou odor,
corantes provenientes de fontes antrópicas e resíduos sólidos objetáveis (BRASIL, 2005).
Assim o presente trabalho ancorado nos preceitos supracitados objetivou avaliar o nível de
conservação, vulnerabilidade ambiental e também realizar a classificação da nascente
localizada na Pedra do Itagurussu, no município de Viçosa do Ceará.

MATERIAL E MÉTODOS: Para persecução do objetivo deste trabalho realizou-se


inicialmente o levantamento de informações a respeito da nascente. Tais informações foram
coletadas por meio de visitas de campo realizadas nos dias 25/09/2021 e dia 05/10/2021. Onde
foi possível aferir que a nascente do localizada na Pedra do Itagurussu, tem como localização
geográfica (-3.564877, -41.084373) a nascente localiza-se dentro do perímetro urbano da
cidade de Viçosa no Ceará, como pode ser visto por meio das figuras 1A e 1B.

Figura 1A e 1B: mosaico de imagens com o ponto de localização da nascente na rocha.

Após a realização da devida localização da nascente foi feito a inventariação dos dados
referentes à mesma, tendo como roteiro norteador a proposta metodológica de Gomes et al
(2005), os quais desenvolveram o índice de impacto ambiental em nascentes com os seguintes
critérios de avaliação elencados na tabela 1:

51
Posteriormente após coletado os dados, os mesmos foram tabulados e enquadrados na proposta
de valoração elaborada por Gomes et al (2005) e em seguida de acordo com a pontuação obtida
foi aferido o nível de vulnerabilidade e conservação ambiental da nascente.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foi possível constatar na pesquisa por meio da metodologia


empregada que a área onde se encontra a nascente, apresenta vários problemas relacionados a
preservação do meio ambiente, uso inadequado e falta de proteção, assim como indica a
literatura acerca dos parâmetros de conservação das nascentes. A partir do cálculo do índice do
impacto ambiental em nascentes, pôde-se observar que o resultado obtido pela nascente na
tabela de valoração e sua consequente classificação coadunam com a realidade da mesma.
Sobre a situação ambiental e os pontos obtidos pela nascente da Pedra do Itagurussu na tabela
de valoração, a tabela 2 os explícita como pode ser visto a seguir:

52
Tabela 2. Notas atribuídas a nascente pedra do Itagurussu no cálculo do Índice de Impacto
Ambiental em Nascentes
Item Descrição
1 2 3
Coloração aparente da água Escura Clara Transparente
Odor da água Forte Fraco Ausente
Lixo ao redor Muito Pouco Ausente
Materiais flutuantes Muito Pouco Ausente
Espumas Muito Pouco Ausente
Óleos Muito Pouco Ausente
Esgoto
Esgoto doméstico Fluxo superficial Ausente
Degradação da vegetação Muito Pouco Ausente
Uso por animais Presença Apenas marcas Ausente
Uso antrópico Presença Apenas marcas Ausente
Proteção Nenhuma Com acesso Sem acesso
Residências < 50m Entre 50 a 100m > 100m
Tipo de área de inserção Ausente Privada Protegida TOTAL
Pontos 3 6 21 30

Este fato em grande parte se deve a supressão da vegetação, impermeabilização do solo nas
proximidades da nascente e utilização inapropriada da nascente, além disso a mesma não possui
nenhum controle de uso e acesso. Tais fatores colocam em risco a nascente que é perene, porém
que devido ao seu manejo está seriamente ameaçada. Após a atribuição das notas somou-se os
pontos e se obteve que a determinada nascente é classificada como pertencendo a classe D, ou
seja, a nascente apresenta um grau de preservação ruim, como é mostrado na tabela 3.

Tabela 3. Classificação da nascente quanto ao grau de preservação


Classe Grau de preservação Pontuação
A Ótimo De 37 a 39 pts.
B Bom De 34 a 36 pts.
C Razoável De 31 a 33 pts.
D Ruim De 28 a 30 pts.
E Péssimo Abaixo de 28 pts.

CONCLUSÕES: De posse dos dados elencados pode-se concluir que a nascente em análise
apresenta uma situação ambiental degradante tendo em vista que a mesma foi classificada como
grau de preservação ruim (Classe D).

53
REFERÊNCIAS

BOLLMANN, H. A.; EDWIGES, T. Avaliação da qualidade das águas do Rio Belém, Curitiba-
PR, com o emprego de indicadores quantitativos e perceptivos. Eng. Sanit. Ambient., n. 13,
v. 4, p, 443 – 452, 2018

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA.


Resolução nº 357, de 18 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e
diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões
de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Executivo,
Brasília, DF, 2005.

EUGENIO, F. C. et al. Identificação das áreas de preservação permanente no município de


Alegre utilizando geotecnologia. Cerne, v.17, n.4, p.563-571, 2011.

GOMES, P. M.; MELO, C.; VALE, V. S. Avaliação dos impactos ambientais em nascentes na
cidade de Uberlândia-MG: análise macroscópica. Sociedade & Natureza, v.17, n.32, p.103-
120, 2005.

GUERRA, A. J. T.; SILVA, A. S.; BOTELHO, R. G. M. Erosão e conservação dos solos:


conceitos, temas e aplicações. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999. 340p.

LOZINSKI, M. A. et al. Diagnóstico das áreas de preservação permanente de nascentes na área


urbana do município de Irati-PR. Floresta, Curitiba, v.40, n.1, p. 63-70, 2010.

SEMA. Nascentes protegidas e recuperadas. Curitiba. 2010. 24 p.

TUNDISI, J.G. Limnologia do século XXI: perspectivas e desafios. São Carlos: Suprema
Gráfica e Editora, 1999. 24 p.

54
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos na empresa Frut Gold

Jéssica S. Nogueira1; Leonardo O. Fernandes 1; Tatiana M. F. Pinto; Jéssica C. O. Frota; Maria


N. C. Matos

E-mail: jesssn39@gmail.com; 1FIED/UNINTA; 2USDA; 3UBC.

Área temática: Gestão ambiental

Introdução – O consumo de polpas de frutas vem crescendo consideravelmente nos últimos


anos, devido a facilidade e a praticidade que traz para o dia a dia das famílias. A produção de
polpas de frutas no Brasil vem se destacando bastante, sendo considerado o terceiro maior
produtor mundial de frutas. No entanto, no período de produção ocorre um grande desperdício
das cascas das frutas, dentre outros resíduos gerados na produção de polpas nas empresas de
pequeno, médio e grande porte. Nesse sentido, é de grande importância adotar práticas
sustentáveis nas empresas, afim de minimizar os impactos ambientas. Desta forma a elaboração
de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) se faz necessáriol, tendo em vista
que o mesmo, nos mostra que é essencial para reduzir, reciclar e reutilizar os resíduos gerados
nas fábricas de polpas de frutas. Diante do exposto o presente trabalho tem como objetivo trazer
para empresa a implantação do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos com o intuito de
reduzir os impactos na fábrica de polpas de frutas e consequentemente beneficiar agricultores
e empresas de reciclagem da região. Métodos – Os dados do PGRS, em estudo foram obtidos
por meio de visitas técnicas realizadas na fábrica Frut Gold, localizada no município de
Tianguá, Ceará. Em seguida foi realizado um treinamento com os funcionários e gestores da
empresa, sobre os meios de redução na fonte geradora, armazenamento, destinação final dos
resíduos, reciclagem e reaproveitamento e a importância da coleta seletiva dentro da empresa.
Além disso, foram avaliados os processos de fabricação das polpas de frutas, do recebimento
das frutas até a expedição das polpas prontas. Contendo as seguintes avaliações: o produto,
processo de fabricação e o processo de destinação final dos resíduos gerados. Desta forma,
foram seguidas as etapas do fluxograma de produção do PGRS. Resultados – Diante do
treinamento e capacitação realizada com os funcionários para implantação do PGRS, pode-se
observar que, a empresa obteve um ganho significativo no quesito sustentabilidade e educação
ambiental dentro da fábrica. Através do PGRS a empresa Frut Gold, obteve um aproveitamento
em relação aos resíduos recicláveis (plástico e papelão) utilizados nas embalagens do produto
e resíduos orgânicos (refugos de frutas), reutilizando os mesmos e/ou dando a destinação
correta. Os resíduos recicláveis foram destinados a uma empresa especializada que realiza a
reciclagem dos mesmos, sendo eles reaproveitados em organizações que buscam a
minimização de impactos ambientais e os resíduos orgânicos foram destinados a produtores da
região, servindo como ração na alimentação de suínos. Conclusões - Desta forma, observou-
se que o PGRS, trouxe para fábrica de polpas, um grande benefício em âmbito geral, tornando
a empresa sustentável e proporcionando para empresas de reciclagem e produtores, uma
excelente logística reversa, sem custo algum para ambos.

Palavras-Chave: Plano de gerenciamento de resíduos, Reaproveitamento, polpa de frutas

55
Avaliação de duas variedades de alface: BRS Leila/BRS Mediterrânea da Agrocinco na
Serra da Ibiapaba.

Ivan Â. P. Francisco¹; Luis C. F. Rodrigues¹

E-mail: angelo1916@hotmail.com 1FIED/UNINTA.

Área temática: produção de vegetal.

Introdução – Devido um amplo mercado de variedades de hortifruti presentes na Serra da


Ibiapaba, a Tema Agricultura, juntamente com empresas parceiras, busca desenvolver e
propagar novos materiais geneticamente melhorados que venham suprir as carências existentes
pelos produtores em quaisquer ambientes, trazendo elevados índices produtivos e fazendo com
que seu trabalho seja valorizado principalmente no quesito custo/benefício. Tendo em vista que
essas variedades possam ser comercializadas na região após o teste ser efetivo, mostrando
devidamente resultados promissores no desenvolvimento e manejo. Métodos – Os testes foram
realizados no Sítio Viado Seco - Tianguá, do proprietário Francisco, no qual se destaca na
produção de folhosas na região. Foram cultivados no sistema convencional 250 sementes de
cada variedade, os dois testes vão ser comparados a uma variedade “check” (Vanda-Sakata) já
produzida comercialmente na propriedade. Resultado – Foi observado massa foliar, sanidade
peso médio, vigor e melhor desenvolvimento das variedades teste em relação a “check” na
avaliação a alface BRS MEDITERRÂNEA apresentou a folha mais fina. Todas as variedades
avaliadas apresentaram boa sanidade, sem queima de borda. A alface BRS MEDITERRÂNEA
apresentou coloração verde mais escura comparada as outras variedades, essa avaliação foi
realizada pela comparação entre as cultivares. A “check” é mais crespa que a BRS
MEDITERRÂNEA e BRS LEILA. Uma observação importante levantada pelo produtor é que
a comercialização da alface é por caixa, sendo frequentemente comercializado 20 pés de alface
por caixa, porém a BRS MEDITERRÂNEA e BRS LEILA se destacaram por completar a caixa
com apenas 15 pés por caixa, isso devido sua maior cobertura foliar. Conclusão - As variedades
BRS MEDITERRÂNEA e BRS LEILA se desenvolveram bem na região, apresentando bom
desenvolvimento, boa massa foliar por pé, se adaptando de forma ideal na região, não
apresentaram queimadura nas folhas, um dos fatores de prejuízo na produção de folhosa, é
possível obter maior produtividade por área devido a maior massa foliar. Logo mais será
iniciado a comercialização dessas duas novas variedades na Serra da Ibiapaba.

Palavras-Chave: desenvolvimento, produção vegetal, sanidade.

56
O uso de plataformas digitais no combate ao desperdício de alimentos

Danley E. O. Ramos1 ; Francisco das C. F. Siqueira1; Iara da S. Lopes1; Vanessa L. Ponte1;


Felipe J. N. Brito1; Maria N. C. Matos1

E-mail: danleyerlen10@gmail.com; 1FIED/UNINTA

Área temática: Extensão rural e educação ambiental

Introdução – O desperdício de alimentos é um problema global que constantemente é


discutido, pois muitos alimentos são jogados no lixo, contribuindo para a geração de resíduos
que são responsáveis por ocasionar diversos problemas ambientais. O aproveitamento desses
resíduos alimentícios é fundamental, pois pode promover a sustentabilidade da agricultura e
conservação do meio ambiente. O objetivo desse trabalho foi informar e conscientizar jovens
sobre a temática do desperdício de alimentos, sugerindo a produção de adubo orgânico via
compostagem como uma alternativa para redução desses resíduos. Métodos – Foi utilizado a
plataforma Anchor, procurando ter uma comunicação mais próxima do público jovem. Na
Anchor foi publicado podcasts com três episódios iniciando em abril de 2021 e finalizando em
maio do mesmo ano, com o nome titulado PG3, além disso foi criado uma cartilha ilustrativa
e educativa abordando a importância da compostagem. Resultados – O desempenho do
podcast foi satisfatório, obtendo um retorno do público a cada semana que um novo episódio
era lançado. O primeiro episódio enviado na plataforma foi sobre o desperdício de alimentos e
seu impacto no meio ambiente que alcançou uma audiência de 37 visualizações, na semana
seguinte o segundo episódio abordava o processo que envolvia a compostagem tendo um total
de 31 visualizações e como último episódio os benefícios da adubação orgânica com 16
visualizações. Foi verificado que os ouvintes deste conteúdo são oriundos de vários estados do
país. Deve-se ressaltar a importância que os meios digitais representam na atualidade, sendo
ferramentas necessárias no compartilhamento de informações e dos mais variados assuntos,
especificamente este que vem para agregar conhecimento na vida das pessoas. A faixa etária
dos ouvintes foi bem diversificada, o público alvo do podcast eram jovens, porém acabou
abrangendo um público mais adulto. Sendo que de 18-22 anos de idade corresponderam a
29% dos ouvintes, de 28-34 apresentou um total de 43% sendo esses a maior parte dos ouvintes,
e de 34-44 com 29%. Observando-se que independentemente da idade o tema desperta interesse
por parte dos ouvintes. As cartilhas educativas foram divulgadas simultaneamente com os
episódios do podcast via WhatsApp para uma melhor fixação de informações dos ouvintes.
Conclusões – Conclui-se que, através da comunicação digital e da cartilha educativa foi
possível atingir o nicho proposto e ambos os métodos trouxeram resultados significativos e
exitosos. Percebeu-se ainda um interesse e preocupação dos jovens em relação a preservação
do meio ambiente, pelas dicas repassadas como solução do desperdício de alimentos através
da compostagem.

Palavras-Chave: desperdício de alimentos, compostagem, ferramenta digital.

57
Diagnóstico sobre utilização e destinação final dos óleos automotivos nas oficinas
mecânicas da cidade de São Benedito, Estado do Ceará.

Danley Erlen de Oliveira Ramos1 ; Sângela Ramos de Oliveira1; Tatiana Maria Farias Pinto2 ;
Oseias de Sousa Mourão2; Maria Nágila Carneiro Matos2; Raulzito Fernandes Moreira 3
1
Discentes de Engenharia Agrícola e Ambiental, Faculdade Ieducare (FIED), Tianguá/CE. E-mail:
danleyerlen10@gmail.com;
2
Docentes do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental, Faculdade Ieducare (FIED), Tianguá/CE.
3
Docente do curso de Biologia do Instituto de Pesquisa Vale do Acaraú (IVA) - Sobral/CE.

Área temática: Gestão Ambiental.

RESUMO: As preocupações com a preservação do meio ambiente e o descarte correto de


resíduos gerados têm sido evidenciadas nos últimos anos; sobretudo no setor de manutenção
automotivo quanto ao descarte dos óleos lubrificantes. O objetivo desse estudo de caso é avaliar
o uso e os cuidados quanto à destinação correta dos óleos utilizados nas principais oficinas
mecânicas da cidade de São Benedito- CE. Inicialmente foi realizada uma revisão bibliográfica
sobre o assunto e a escolha de 10 oficinas considerada de grande porte, em seguida fez-se uma
coleta de dados in loco com questionário de 10 perguntas ao proprietário ou funcionário. Os
resultados foram analisados pelo Software Excel usando estatística básica descritiva e
quantitativa para construção de gráfico, onde se verificou dados relevantes quanto ao cenário
atual e possível melhorias a serem consideradas em projetos futuros que possa contribuir para
as melhorias de conscientização e preservação do meio ambiente.

PALAVRAS-CHAVE: Óleo lubrificante, descarte, meio ambiente.

INTRODUÇÃO: No Brasil, o setor automotivo desempenha um importante papel na


economia, contribuindo com cerca de 22% no PIB industrial (BRASIL, 2020) sendo referência
no ramo e, de acordo a associação nacional dos fabricantes de veículos automotores,
ANFAVEA (2021), o setor de manutenção automotiva tem se mostrado relevante para a
economia, sendo responsável por movimentar aproximadamente 67,6 bilhões de reais no ano
de 2019. São Bendito é um município do estado do Ceará, com população total
de 44.178 habitantes, de acordo com a última estimativa do IBGE 2018, possui uma crescente
demanda do setor de oficinas mecânicas com um total de 80 registradas legalmente segundo
informações do setor de arrecadação e tributos do município. Uma fonte de preocupação do
setor são os impactos ambientais onde oferecerem diversos riscos com destaque ao uso e
destinação inadequados de óleos lubrificantes, se tornando um desafio para aos donos dos
empreendimentos. No que diz respeito aos impactos gerados neste ambiente, (RAMM et al.,
2015) destacam: contaminação e ocupação do solo, contaminação da água e do lençol freático,
degradação da flora e da fauna, alteração da qualidade do ar e riscos à saúde humana. Segundo
a norma ABNT NBR 10.004/2004, que classifica os resíduos quanto aos seus riscos potenciais
ao meio ambiente e à saúde pública, o óleo lubrificante e os materiais contaminados por ele
pertencem à classe I, oferecendo perigo e consequentemente devendo ser destinados de maneira
adequada. A Resolução n. 362/05 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) dispõe
sobre o recolhimento, coleta e destinação final de óleo lubrificante usado ou contaminado. A

58
resolução considera o processo de refino, o método ambientalmente mais seguro para a
reciclagem do óleo lubrificante usado ou contaminado, e, portanto, a melhor alternativa de
gestão ambiental deste tipo de resíduo. O objetivo desse estudo é avaliar o nível de
conhecimento quanto ao uso e cuidados no manuseio e destinação adequada dos óleos
utilizados nas principais oficinas mecânicas da cidade de São Benedito- CE.

MATERIAL E MÉTODOS: Foram selecionadas dez oficinas mecânicas de grande porte do


município, para o método de coleta de informações, que consistiu na aplicação de um
questionário a preferência é que se possível o entrevistado fosse o proprietário e caso não, foi
o funcionário responsável pelo estabelecimento. Vale ressaltar que todos os entrevistados
responderam de forma espontânea na própria oficina, a fim de contribuir com os dados da
pesquisa. Para interpretação e análise das respostas, foi utilizado o software Excel, que permitiu
organizar os resultados em tabelas e gráficos. Após a tabulação dos dados foi possível mensurar
de forma quantitativa os níveis de conhecimentos sobre o assunto proposto e as formas de
utilização e destinação dos óleos lubrificantes usados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com a figura 1, na questão 1 sobre o


conhecimento da legislação específica do CONAMA e o uso e destinação dos óleos
lubrificantes, 8 dos 10 entrevistados não conhecia, esse mesmo quantitativo encontramos na
questão 3 que questionava se eles já fizeram algum tipo de treinamento formal sobre a
destinação final dos óleos. Esses resultados são semelhantes por Ribeiro et al. (2017)
constataram que as maiores dificuldades apresentadas pelos proprietários de oficinas, quanto
ao atendimento da legislação, consistem na falta de pessoas capacitadas.

FIGURA 1 – Respostas dos questionários aplicados.

Fonte: elaborada pelos autores.

Já nas questões 2 e 4 podemos observar uma contradição nas respostas quanto ao quesito
reciclagem de matérias, onde 8 dos 10 entrevistados em resposta a questão 2 afirmam
armazenar o óleo para reciclagem, entretanto em resposta a questão 4 onde 10 afirmam que os
utensílios utilizados nas lubrificações e limpezas dos óleos são jogados no lixo comum, outro
dado correlacionado foi na questão 8 quando indagados se as oficinas possuem recipiente

59
especifico para armazenar o óleo usado pelos seus clientes, nove das oficinas já armazenam em
recipiente adequado. Corroborando com nossos resultados Linhares et al. (2019) relataram no
estudo de caso nas oficinas mecânicas da cidade de Caraúbas no estado do Rio Grande do
Norte, onde demonstraram que 100% das oficinas analisadas não faziam o armazenamento
correto e os utensílios como as estopas sujas de óleos eram jogadas na coleta de lixo comum.
Uma observação importante foi na questão 6 que a maioria dos clientes atendidos pelos
estabelecimentos não tem interesse em saber qual o destino final do óleo lubrificante
representando sete das 10 das oficinas consultadas. Com relação ao conhecimento dos impactos
ambientais provocados por causa do uso e destinação inadequados do óleo foi abordado na
questão 8, onde nove oficinas se declaram conhecedora da problemática, entretanto apenas sete
das oficinas têm interesse em participar de projetos futuros que visão melhorias de utilização,
reciclagem e conscientização ambiental esse dado está representado na 10 questão. Foi possível
observar a nítida consciência ambiental da maioria dos proprietários, corroborando com o
resultado obtido por Paulino (2009) onde a maior parte dos entrevistados acredita que a
adequação ambiental pode ser um diferencial de mercado.

CONCLUSÕES: Com base no levantamento de informações realizadas in loco nas oficinas


mecânicas da cidade de São Bendito – Ce foi possível identificar o nível de conhecimento e
cuidados no manuseio dos óleos e lubrificantes. Através dos dados obtidos será possível
desenvolver projetos futuros e parcerias visando melhorias de armazenagem, reciclagem e
desenvolver suas atividades que minimize os impactos ambientais.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos aqui a oportunidade promovida pela direção da


Faculdade Ieducare – FIED, a cada empresa que aceitou participar desse estudo, aos alunos do
Curso da Engenharia Agrícola e Ambiental e aos professores por sua contribuição para a
realização dessa pesquisa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS FABRICANTES DE VEÍCULOS AUTOMOTORES.


Anuário da Indústria Automobilística Brasileira. São Paulo: Anfavea, 2021. 148 p.

BRASIL. Ministério da Economia. Governo Federal. Setor automotivo. Disponível em:


<http://www.mdic.gov.br/index.php/competitividade-industrial/setor-automotivo>. Acesso
em: 30 de nov. 2020.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução n. 362, de 23 de junho de 2005. Diário


Oficial da União, Brasília, DF, 27 jun. 2005. Seção 1. p.128-130. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br>. Acesso em: 01 ago 2021.

LINHARES, E. L. R.; PAULA, E. A. O.; LUCAS FILHO, A. Estudo sobre armazenamento e


descarte dos resíduos gerados nas oficinas mecânicas da cidade de Caraúbas-RN. X Congresso
Brasileiro de Gestão Ambiental Fortaleza/CE – 04 a 07/11/2019.

60
PAULINO, P. F. Diagnóstico dos resíduos gerados nas oficinas mecânicas de veículos
automotivos do município de São Carlos - SP. Universidade Estadual Paulista. São Carlos.
2009.74p.

RAMM, N. E.; SILVA, C. S.; KOHL, C. A. Avaliação do gerenciamento dos resíduos de


oficinas mecânicas localizadas na cidade de Esteio/Rs. Fórum Internacional de Resíduos
Sólidos, São José dos Campos, v. 6, n. 1, p. 1-10, jun. 2015.

RIBEIRO, C. S.; AGUIAR, A. O.; CORTESE, T. T. P. Relatos Técnicos - Requisitos Legais


Ambientais e a Gestão Ambiental em Oficina Mecânica de Pequeno Porte: Relato de um Caso.
Revista da Micro e Pequena Empresa, v. 11, n. 2, p. 105–118, 2017.

61
Avaliação da evaporação da água no solo através de células de carga sob diferentes
condições de sombreamento

Aloys Edilon Epondina1, Juliana Alcântara Costa2, José Vidal de Figueiredo3, Lucas Melo
Vellame4, Carlos Alexandre Gomes Costa5
1
Mestrando do PPG em Engenharia Agrícola na Universidade Federal do Ceará (UFC).
E-MAIL: edilonaloys7@gmail.com;
2
Doutoranda do PPG em Engenharia Agrícola na UFC.
3
Professor do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia (IFCE), Campus Juazeiro do Norte.
4
Prof. da Universidade Federal da Recôncavo da Bahia (UFRB), Núcleo de Engenharia de Água e
Solo (NEAS).
5
Prof. de Departamento de Engenharia Agrícola (DENA) da UFC.

Área temática: Manejo, Conservação do Solo e Água

RESUMO: A alta demanda atmosférica nas regiões semiáridas faz com que a parcela de água
evaporada do solo seja um elemento importante no balanço hídrico na escala de uma
microbacia hidrográfica. Portanto, a compreensão desse fenômeno, aliada ao uso de
tecnologias de baixo custo, é um importante desafio para a ciência. Objetiva-se, dessa forma,
avaliar a depleção água em um solo Luvissólico típico do semiárido utilizando micro-
lisímetros. Para análise da depleção da água no solo foram utilizadas duas amostras
indeformadas de solo Luvissolo típico provenientes da Bacia Experimental de Aiuaba postas
sob plataformas de pesagem conectadas a sistemas dataloggers. Foram utilizados dois micro-
lisímetros com 200 mm de diâmetro e 400 mm de comprimento. As amostras foram saturadas,
submetidas ao secamento em condição de sombreamento, em casa de vegetação, e a pleno sol.
Dados de evaporação em dias chuvosos devem ser desconsiderados posto que o volume de
chuva aportado pelo ML nestes dias não é evaporado completamente no mesmo dia, segue
sendo perdido nos dias seguintes, e isso é um fator não considerado pela equação diária de
evaporação. Os lisímetros de pesagem têm sensibilidade suficiente para detecção de mudanças
de massa de 0,1 mm, em intervalos de tempo de no mínimo três minutos.

PALAVRAS-CHAVE: conservação do solo; lisimetria; conteúdo de água no solo

INTRODUÇÃO: A evapotranspiração é um importante processo do ciclo hidrológico e sua


quantificação é fundamental principalmente em regiões semiáridas (JIAO et al., 2018). A
evapotranspiração ocorre no estado gasoso, sua mensuração e estimativa são mais difíceis
quando comparadas com a precipitação e do fluxo dos cursos hídricos (MCMAHON et al.,
2016). A quantificação desse processo é vital no gerenciamento dos recursos hídricos,
sobretudo em áreas de reconhecida escassez de água, visto que são necessárias informações
precisas e distribuídas espacialmente sobre o uso da água em uma ampla gama de aplicações
(SENAY et al., 2016). O monitoramento de variáveis hidrológicas tem se intensificado em
diversas regiões do planeta buscando-se a compreensão de vários processos, com destaque para
a relação da dinâmica da água no sistema solo-planta-atmosfera. Devido à complexidade destes
processos naturais, é relativamente difícil avaliar o valor representativo das variáveis desses

62
processos in situ em uma escala detalhada. A análise particionada dos fluxos de água em
sistemas vegetativos é capaz de fornecer informações valiosas, visto que, o fator evaporação e
transpiração diferem em suas respostas às condições ambientais. Os componentes individuais
da evapotranspiração incluem a transpiração das plantas (T) e a evaporação do solo (E), e em
alguns casos considera-se também a evaporação da água interceptada (I) pelo dossel vegetativo
e pela camada de serrapilheira sob o solo. Em regiões áridas e semiáridas o fator evaporação é
potencialmente substancial devido à alta demanda atmosférica (ETo) (KOOL et al., 2016). A
evapotranspiração (ET) é uma variável envolvida no entendimento de sistemas ecohidrológicos
que pode chegar a representar 95% do balanço hídrico em áreas secas (WILCOX et al., 2003).
Objetiva-se, dessa forma, avaliar a depleção água em um solo Luvissólico típico do semiárido
utilizando micro-lisímetros.

MATERIAL E MÉTODOS: Os solos utilizados no estudo de evaporação foram coletados na


Bacia Experimental de Aiuaba, Ceará (BEA, 12 km²), integralmente composta por Caatinga
preservada e localizada no município de Aiuaba. Constitui parte da Bacia Hidrográfica do Alto
Jaguaribe, na região do Estado do Ceará denominada Inhamuns. O clima da região de acordo
com a classificação de Koppen é BSh (semiárido tropical), com evaporação potencial anual de
2500 mm, precipitação média anual de 549 mm e temperatura média anual de 26 ºC
(PINHEIRO et al., 2016). A bacia localiza-se no setor sudoeste da Estação Ecológica (ESEC)
de Aiuaba. Os micro-lisímetros (ML), contendo as amostras indeformadas de luvissolo
coletado na BEA, foram instalados na estação meteorológica da Universidade Federal do
Ceará, Campus do Pici, Fortaleza. Foram utilizados dois ML de pesagem. Um dos ML foi
instalado em casa de vegetação com cobertura de sombrite de 75% de interceptação luminosa
e o outro a pleno solo. Os ML foram compostos por tubos de 20 cm de diâmetro e 40 cm de
profundidade, construídos de PVC rígido do tipo Defofo e postos sob uma plataforma de
pesagem construída com célula de carga de capacidade de 50 kg. As plataformas de pesagem
foram conectadas a um sistema de aquisição e armazenamento de dados, datalogger. As
dimensões dos ML foram definidas conforme revisão de literatura (CHANG et al., 2017; JIAO
et al., 2018; KOOL et al., 2016; LI et al., 2018; QIN et al., 2018; RAN et al., 2017; YANG et
al., 2018). Antes do início do experimento os ML passaram por processo de calibração.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os dados de evaporação em dias chuvosos devem ser


desconsiderados posto que o volume de chuva aportado pelo ML nestes dias não é evaporado
completamente no período de 24h, segue sendo perdido nos dias seguintes, e isso é um fator
não considerado pela equação diária de evaporação. Na Figura 1, apresenta-se o resultado do
processo de calibração dos Micro- lisímetros. As equações apresentadas nessa figura foram
obtidas a partir dos dados de descarregamento de massa, uma vez que a evaporação representa
diminuição da massa do conjunto. Apesar disso, os coeficientes de determinação para as duas
curvas apresentaram valores semelhantes. Observa-se maior variação no coeficiente linear
entre as duas equações.

63
50000 50000
y = 25465.163x - 5749.369 y = 25426.353x - 3432.819
40000 40000 R² = 1.000
R² = 1.000
Peso (g)

Peso (g)
30000 30000
20000 20000
10000 10000
0 0
0 0.5 1 1.5 2 0 0.5 1 1.5 2
Diferença de voltagem (mV) Diferença de voltagem (mV)

Figura 1 – Curva de calibração para o micro-lisimetro (A) localizado a pleno sol e (B) em casa
de vegetação. FONTE: Autoria própria

Na figura 2 temos a curva de permanência da umidade do solo nos micro-lisímetros de


pesagem. No eixo x temos a umidade volumétrica do solo medida pelos micro-lisímetros de
pesagem e no eixo y temos os valores da permanência expressa em %. Podemos observar que
à medida que a umidade do solo aumenta devido ao aumento da água nas amostras de solo
Luvissolos a permanência das partículas de água vai caindo, ou seja vai diminuindo. Portanto,
podemos dizer que quanto mais água temos numa amostra de solo menos permanente ela se
torna na amostra de solo Luvissolo. Já quanto menos água ou menos partículas de água temos
nas amostras de solo Luvissolo mais permanência ou mais aderência ela adquira nesta amostra
de solo. E isso se explica pelo fato que quando a água reduz nestas amostras de solo o ar se
infiltra entre as partículas granular (macro poros do solo) fazendo com que as partículas de
água ficam presas nas partes chamada micro poros do solo Luvissolo favorecendo sua
aderência naquele solo. Assim conseguimos determinar o ponto em que a água deixa de
responder a demanda atmosférica devido a sua forte aderência com o solo. Que segundo esse
gráfico esse ponto é quando a umidade do solo reduz até 0,1 m3.m-3. E também podemos dizer
que as características do Luvissolos influenciam positivamente a retenção da água neste solo.
Pois se obser no gráfico abaixo que durante o período em que ocorreu a depleção da água neste
solo, água permaneceu nas amostras de solo por mais tempo.

64
Figura 2 - Curva de permanência da umidade do solo nos micro-lisímetros de pesagem
submetidos à casa de vegetação com sombrite de 75% e a pleno solo. FONTE: Autoria própria

CONCLUSÕES: Os protótipos do micro-lisímetros foram instalados e calibrados


adequadamente, apresentando boas condições de funcionamento e permitindo a obtenção de
medidas sub-horárias de evaporação com maior confiabilidade nas medições e armazenamento
de dados. Os micro-lisímetros de pesagem têm sensibilidade suficiente para detecção de
mudanças de massa de 0,1 mm, em intervalos de tempo de no mínimo três minutos. Embora
os lisímetros possuam vantagens como automação e armazenamento de dados, estão sujeitos a
erros e variações muito elevadas de dados durante a medição. Por outro lado, a metodologia
empregada na calibração dos lisímetros é tecnicamente adequada, obtendo-se coeficiente de
determinação de 0,99 na equação de calibração. A evaporação medida pelos micro-lisímetros
de pesagem foi entorno de 0,178 mm/h ao longo do experimento, variando entre 0,16 e 0,18
mm h-1. Com evaporação na amostra de solo Luvissolo na casa de vegetação igual a 1,75
mm/dia (0,07mm h-1) e uma evaporação máxima na amostra de solo Luvissolo a pleno sol igual
a 2,6 mm/dia (0,108 mm h-1).

REFERÊNCIAS

CHANG, X. et al. Can forest water yields be increased with increased precipitation in a Qinghai
spruce forest in arid northwestern China? Agricultural and Forest Meteorology, v. 247, n.
January, p. 139–150, 2017.

ARAÚJO, J. C.; PIEDRA, J. I. G. Comparative hydrology: analysis of a semiarid and a humid


tropical watershed. Hydrological Processes, v. 23, n. 8, p. 1169–1178, 15 abr. 2009.

JIAO, L. et al. Forest Ecology and Management Evapotranspiration partitioning and its
implications for plant water use strategy : Evidence from a black locust plantation in the semi-

65
arid Loess. Forest Ecology and Management, v. 424, n. April, p. 428–438, 2018.

KOOL, D. et al. A review of approaches for evapotranspiration partitioning. Agricultural and


Forest Meteorology, v. 184, p. 56–70, 2014.

KOOL, D. et al. Energy and evapotranspiration partitioning in a desert vineyard. Agricultural


and Forest Meteorology, v. 218, p. 277–287, 2016.

LI, H. et al. Effects of water collection and mulching combinations on water infiltration and
consumption in a semiarid rainfed orchard. Journal of Hydrology, v. 558, p. 432–441, 2018.
https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&
ved=2ahUKEwimqq_hxeHzAhW5LLkGHa7QBzYQFnoECA4QAQ&url=http%3A%2F%2F
www.ufrrj.br%2Finstitutos%2Fit%2Fdeng%2Fleonardo%2Fdownloads%2FAPOSTILA%2F
HIDRO-Cap7-ES.pdf&usg=AOvVaw05MFCOHzwHLRKCzcVxssye

LOPES, J. W. B.; COSTA, C. A. G.; PINHEIRO, E. A. R.; TOLEDO, C. E.; de ARAÚJO, J.


C. Calibração in loco de sensor de umidade do solo sob vegetação de caatinga preservada.
Anais... In: IX Congresso Latinoamericano y del Caribe de Ingeniería
https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&
ved=2ahUKEwjE5OTtweHzAhWoH7kGHQlzAK8QFnoECAkQAQ&url=http%3A%2F%2F
www.repositorio.ufc.br%2Fbitstream%2Friufc%2F40035%2F7%2F2018_tese_jvfigueiredo.p
df&usg=AOvVaw0xGfrtKdM-tASY58U3mYG-

66
Avaliação de gestão sobre o descarte correto dos óleos lubrificantes nas oficinas
mecânicas da cidade de Tianguá, Estado do Ceará

Sângela Ramos de Oliveira1; Danley Erlen de Oliveira Ramos1; Tatiana Maria Farias Pinto2;
Oseias de Sousa Mourão2; Maria Nágila Carneiro Matos2; Raulzito Fernandes Moreira3

1 Discentes de Engenharia Agrícola e Ambiental, Faculdade Ieducare (FIED), Tianguá/CE. E-mail:


Sangelaramos1@gmail.com;
2 Docentes do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental, Faculdade Ieducare (FIED),
Tianguá/CE.
3 Docente do curso de Biologia do Instituto de Pesquisa Vale do Acaraú (IVA)Sobral/CE.

Área temática: Ecologia e recursos naturais, Gestão ambiental.

RESUMO: O presente trabalho avalia o modelo de gestão do descarte dos óleos lubrificantes
nas oficinas da cidade de Tianguá-CE. Inicialmente foi realizada uma revisão bibliográfica
sobre o assunto, em seguida, fez-se uma pesquisa de campo, que consistiu na aplicação de um
questionário em oficinas mecânicas. Com os resultados obtidos verificou-se que os
estabelecimentos consultados têm uma gestão inadequada, outro dado relevante é que os
participantes demonstraram interesse em participar de melhorias, mediante desenvolvimento
de atividades para conscientização dos envolvidos.

Palavras-Chave: Resíduo automotivo.Meio ambiente.Sensibilização.

INTRODUÇÃO: Tianguá é um município do Estado do Ceará. Localizado na microrregião


da Ibiapaba, com uma população estimada de 77.111 habitantes segundo o último censo do
IBGE em 2018, possui uma economia e comércio em destaque, sobretudo no setor automotivo.
Um grande desafio no setor automotivo é minimizar os impactos ambientais oriundos da gestão
de suas atividades e produtos. Segundo Matiollo (2012), a gestão ambiental é importante para
a organização manter-se consciente das interações que seus produtos, processos e atividades
têm com o meio ambiente, bem como para atingir e melhorar o desempenho. O consumidor
consciente tem buscado cada vez mais empresas com responsabilidades socioambientais que
possua selos ou certificação ambiental, no setor de oficinas e reparação automotiva é o Selo
Verde, concedido pelo Instituto da Qualidade Automotiva (IQA). Outra etapa crucial no
planejamento de gestão é a avaliação dos impactos observados, que tem o objetivo de mensurar
o risco que causa danos ao meio ambiente. Essa fase fornece informações da Alta Direção de
oportunidades e ameaças, fazendo com que seja possível a tomada de medidas de controle
estratégicas (ABNT, 2015). São preocupantes os impactos gerados por uma gestão ineficiente
para descarte correto dos óleos lubrificantes e a abrangência e consequências ao meio ambiente.
Quando os óleos lubrificantes usados são lançados diretamente no ambiente (nos cursos d’água,
nas redes de esgotos e solo) ou quando queimados de forma não controlada provocam graves
problemas de poluição do solo, das águas e do ar. (SILVEIRA et al., 2006). O presente trabalho
teve como objetivo descrever o modelo de gestão adotado para o descarte de óleo lubrificante
automotivo nas principais oficinas mecânicas na cidade de Tianguá-CE.

67
MATERIAL E MÉTODOS: Foram selecionadas as dez oficinas mecânicas entre o dia 10 de
outubro ao dia 15 de outubro de 2021, são consideradas de grande porte do município, para o
método de coleta de informações, que consistiu na aplicação de um questionário, a preferência
é que se possível o entrevistado fosse o proprietário do estabelecimento, não sendo possível,
entrevistou-se o funcionário responsável pelo estabelecimento. Vale ressaltar que todos os
entrevistados responderam de forma espontânea na própria oficina, a fim de contribuir com os
dados da pesquisa. Para interpretação, foi utilizado o software Excel, que permitiu organizar
os resultados em tabelas e gráficos. Após a tabulação dos dados foi possível verificar
quantitativamente as falhas de gestão e descarte de formas inadequadas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A partir da aplicação do questionário, foi possível a síntese


do gráfico da figura 1 que apresenta as respostas em números inteiros dos donos de oficinas
mecânicas que participaram da pesquisa. Conseguiu-se observar que 9 oficinas têm
conhecimento da resolução Conama n° 362 de junho de 2005. Além disso, as questões 2
abordavam sobre o armazenamento do óleo lubrificante usado e destina-o para reciclagem. 6
oficinas já fazem essa prática, no item 8 relacionado a ter recipiente específico de
armazenamento, foi observado em 9 das 10 oficinas. Contudo, o dado é confrontado pela
questão seguinte, onde apenas 5 oficinas receberam ou realizaram treinamento formal sobre o
descarte correto deste tipo de material. Além disso, 6 oficinas destinam no lixo comum os
utensílios usados durante a realização dos trabalhos. O questionamento 6 evidencia o nível de
conscientização dos clientes tendo em vista a análise dos entrevistados das oficinas, pois em 6
oficinas os clientes não apresentaram interesse na destinação final dos óleos lubrificantes. Nas
perguntas 9 e 10 relacionadas ao interesse dos donos de oficinas e seus fornecedores em
melhorias de gestão, descarte correto e projetos futuros de conscientização obtivemos um
quantitativo de 8 a 9 oficinas respectivamente. (Figura 1).

Figura 1 – Respostas dos questionários aplicados.

Souza e Ramos (2020) ao realizarem estudo sobre óleos lubrificantes e outros resíduos da classe
III em organizações militares, concluíram que seriam necessárias melhorias em ações de gestão
ambiental. Contextualizando com a sociedade civil e empresas, é possível que ações

68
semelhantes sejam necessárias, principalmente em oficinas mecânicas. De acordo com o autor
Rodrigo Mendes Macuco (2021), publicou-se estudo em que elaborou Sistema de Gestão
Ambiental (SGA) com base na ISO 14.001 focada para oficinas mecânicas de pequeno porte.
Embora seja desafiador do ponto de vista financeiro, o autor ressalta a importância do SGA
para proteção ambiental e mudança de comportamento dos funcionários. Desde a realização da
conferência de Estocolmo na década de 80, os países têm tornado a questão ambiental central
no desenvolvimento econômico sustentável e na garantia da dignidade humana. Do ponto de
vista das empresas, a gestão ambiental deve ser tratada em sua visão estratégica, com ganhos e
melhorias em seu processo (BARBIERI, 2016). A busca pela preservação do meio ambiente
por meio de ações como a SGA, que permita às empresas inserção competitiva e tornarem-se
diferenciadas perante o olhar da sociedade e gestores públicos.

CONCLUSÕES: Este trabalho científico demonstrou a importância de avaliar o modelo de


gestão ao descarte dos óleos e lubrificantes adotadas pelas oficinas automotivas da cidade de
Tianguá – CE. O levantamento da gestão e descartes de óleos lubrificantes indicam que é
possível desenvolver projetos futuros e parcerias entre os estudantes do curso de engenharia
agrícola ambiental da FIED e os proprietários das oficinas viabilizando conhecimentos técnicos
e científicos que possam contribuir com melhorias da gestão e conscientização ambiental neste
setor.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos aqui a oportunidade promovida pela direção da


Faculdade Ieducare – FIED, a cada empresa que aceitou participar desse estudo, aos alunos do
Curso de Engenharia Agrícola e Ambiental e aos professores por sua contribuição na realização
dessa pesquisa.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 14.001 Sistema


de gestão ambiental: Requisitos com orientações para uso. ABNT, Rio de Janeiro, 2015.

BARBIERI, J. C. Gestão Ambiental Empresarial: Conceitos, Modelos e Instrumentos. 4 ed,


São Paulo: Saraiva, 2016.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução n. 362, de 23 de junho de 2005. Diário


Oficial da União, Brasília, DF, 27 jun. 2005. Seção 1. p.128-130. Disponível em:
&lt;http://www.mma.gov.br&gt;. Acesso em: 01 ago 2021.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução n. 362, de 23 de junho de 2005. Diário


Oficial da União, Brasília, DF, 27 jun. 2005. Seção 1. p.128-130. Disponível em:
&lt;http://www.mma.gov.br&gt;. Acesso em: 01 ago 2021.

MACUSO, R. M. Sistema de Gestão Ambiental (SGA) em oficinas mecânicas de pequeno


porte: Estudo de caso em uma oficina no município de São José, SC. Monografia de
graduação, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2021.

69
MATTIOLO, S. R. Diretrizes para implantação de um sistema de gestão ambiental no
ciclo do combustível nuclear: estudo de caso da USEXA - CEA. 2012. Tese (Doutorado em
Tecnologia Nuclear - Materiais) - Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, Universidade
de São Paulo, São Paulo, 2012.

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Oficina mecânica:


como tornar sua oficina sustentável. São Paulo: 2017.

SOUZA, L. A.; RAMOS, L. F. G. Análise de gestão ambiental em relação ao descarte de


resíduos classe III nas organizações Militares do Comando Militar do Nordeste (CMNE).
Espacialização, Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, Rio de Janeiro, 2020.

70
Calibração de quatro sensores de umidade do solo para o monitoramento do conteúdo
de água

Aloys Edilon Epondina1; Juliana Alcântara Costa2; José Vidal de Figueiredo3; Lucas Melo
Vellame4; Carlos Alexandre Gomes Costa5
1
mestrando do PPG em Engenharia Agrícola na Universidade Federal do Ceará (UFC).
E-mail: edilonaloys7@gmail.com;
2
doutoranda do PPG em Engenharia Agrícola na UFC.
3
professor do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia (IFECE), Campus Juazeiro do
Norte.
4
prof. da Universidade Federal da Recôncavo da bahia (UFRB), núcleo de engenharia de água e solo
(NEAS).
5
prof. Do departamento de Engenharia Agrícola (DENA) da UFC.

Área temática: manejo, conservação do solo e água

Resumo: a alta demanda atmosférica nas regiões semiáridas faz com que o conteúdo de água
no solo seja um elemento importante no balanço hídrico na escala de uma microbacia
hidrográfica. Portanto, a compreensão desse fenômeno, aliada ao uso de tecnologias de baixo
custo, é um importante desafio para a ciência. Assim, o trabalho objetivou-se em: (i) calibrar,
gerar e comparar um modelo representativo e eficiente para leitura da umidade do solo com os
sensores e (ii) avaliar a eficiência desses sensores na determinação da permanência da água em
duas amostras de solo luvissolos crômicos pálico planossólicos postas numa plataforma de
pesagem (micro-lisímetro). Para realizar a calibragem dos sensores de umidade do solo foram
utilizadas quatro amostras indeformadas de solo luvissolos crômicos pálico planossólicos
provenientes da bacia experimental de Aiuaba (BEA, 12 Km2), integralmente composta por
Caatinga preservada e localizada no município de Aiuaba. Com as seguintes coordenadas, 6º
34’ 26’’ S e 40º 07’ 26’’ O. Foram utilizados quatro tubos de policloreto de vinila (pvc) para a
retirada das amostras de solo, com o auxílio de um martelo e um pedaço de madeira os tubos
de pvc foram enfiados no solo e em seguida foram retiradas as amostras. Os tubos de pvc
tinham 20 cm de comprimento e 5 cm de diâmetro. As amostras foram saturadas, submetidas
à secagem em condição de sombreamento, em laboratório, e ao final do experimento foram
secadas na estufa para obter-se o peso seco das amostras. Os resultados indicaram altos
coeficientes de determinação na calibração dos quatros sensores. A maior variação do erro
padrão da umidade ocorreu no instante em que o solo apresentava o maior teor de água. A
aplicação de uma equação geral de calibração dos sensores apresentou baixas variações do erro
padrão da umidade. Os sensores, quando calibrados para o solo específico, podem ser utilizados
para fins de manejo do solo e da água.

Palavras-chave: conservação do solo; sensores de umidade; conteúdo de água no solo.

71
Avaliação de Impacto Ambiental da nascente localizada na rua Francisco Correia
Vasconcelos em Ibiapina-CE

Iandara Ribeiro Paiva1; Jefferson Paulo Ribeiro Soares2


1
Discentes de Engenharia Agrícola e Ambiental, Faculdade Ieducare (FIED), Tianguá/CE. E-mail:
iandara18@outlook.com
2
Doutor em Geografia e Docente do Curso de Engenharia Agrícola e Ambiental, Faculdade Ieducare
(FIED), Tianguá/CE. E-mail: jefferson.paulo@fied.edu.br

Área temática: Gestão ambiental

RESUMO: Em vista das mudanças climáticas e a demanda crescente por recursos hídricos, há
a necessidade cada vez maior de desenvolver ações visando a conservação e proteção. Nesse
sentido o presente trabalho foi desenvolvido tendo como objetivo de realizar uma avaliação
ambiental da nascente da rua Francisco Correia Vasconcelos em Ibiapina-CE. Para tanto
utilizou-se uma metodologia para a classificação de nascentes, com o intuito de avaliar os
parâmetros de qualidade da água, como resultado da metodologia aplicada constatou-se que a
nascente da rua Francisco Correia Vasconcelos em Ibiapina-CE tem um grau de preservação
ruim (classe D).

PALAVRAS-CHAVE: Conservação de nascentes, vulnerabilidade ambiental, classificação.

INTRODUÇÃO: Sabe-se que a água é um dos elementos naturais mais importantes que existe,
pois a partir dela os seres humanos, a fauna e a flora são dependentes para a sobrevivência.
Haja vista que as alterações na quantidade e qualidade da água ameaçam a sobrevivência
humana e as demais espécies do planeta. Diante disso há uma necessidade do desenvolvimento
de métodos e técnicas que visem a conservação e recuperação dos corpos hídricos. Desse modo
se faz necessário a promoção de ações que visem a proteção e conservação das nascentes. Vale
ressaltar que as nascentes são definidas como o local no qual se inicia um curso de água,
independentemente das dimensões. Localizam-se em encostas ou depressões do terreno ou
ainda no nível de base representado pelo curso d’água local, e podem ser perenes (de fluxo
contínuo), temporárias (de fluxo apenas na estação chuvosa) ou ainda efêmeras, quando surgem
durante a chuva, permanecendo por apenas alguns dias ou horas (LOZINSKI et al., 2010). O
uso da água pelo ser humano para qualquer que seja a finalidade resulta na deterioração de sua
condição natural, limitando geralmente seu potencial de uso (Machado; Torres, 2012). Vale
ressaltar que a expressão "qualidade da água" não se refere a um grau de pureza absoluto ou
mesmo próximo disso, mas sim a um padrão o mais próximo possível do "natural", isto é, como
a água se encontra originalmente nos rios e nascentes, antes do contato antrópico. Assim, o
trabalho em questão visa avaliar o nível de impacto ambiental presente na nascente localizada
ao lado da rua Francisco Correia de Vasconcelos no município de Ibiapina-CE

MATERIAL E MÉTODOS: Inicialmente buscou-se dados a respeito de nascentes perenes


localizadas no município de Ibiapina-CE, sendo que por meio de relatos de populares foi
possível chegar à nascente fruto desse trabalho veio a ser objeto de pesquisa de campo em visita

72
in loco realizada nos dias 29/09/2021 e 07/10/2021. Onde nessas visitas foram coletadas
informações e realizados registros que podem ser vistos na figura 1

Figura 1: Imagens da nascente localizada na rua Francisco C. de Vasconcelos em Ibiapina-CE

As informações coletadas utilizadas para a aplicação da metodologia do índice de impacto


ambiental em nascentes desenvolvida por Gomes et al. (2005) a qual traz os seguintes critérios
de avaliação, expostos na tabela 1:

Em seguida, as informações coletadas foram enquadradas na tabela de valoração de notas do


índice de impacto ambiental proposto por Gomes et al (2005). Que por meio da aplicação dessa
metodologia se fez possível chegar na determinação do grau de vulnerabilidade da nascente.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A nascente aqui analisada e localizada dentro do perímetro


urbano de Ibiapina-CE, encontra-se em situação de abandono, sem o devido isolamento e
proteção, onde foi possível observar uma grande quantidade de resíduos sólidos na margem
podendo da mesma, uso doméstico inapropriado e supressão de parte da vegetação do seu

73
entorno para a construção de uma estrada pavimentada. Diante de tais informações foi possível
realizar a valoração da nascente na tabela 2, que traz os itens utilizados para o cálculo do índice
de impacto ambiental em nascentes, proposto por Gomes et al (2005).

Tabela 2. Descrição dos itens utilizados para o cálculo do Índice de Impacto Ambiental em
Nascentes
Item Descrição
1 2 3
Coloração aparente
da água Escura Clara Transparente
Odor da água Forte Fraco Ausente
Lixo ao redor Muito Pouco Ausente
Materiais
flutuantes Muito Pouco Ausente
Espumas Muito Pouco Ausente
Óleos Muito Pouco Ausente
Esgoto Esgoto doméstico Fluxo superficial Ausente
Degradação da
vegetação Muito Pouco Ausente
Uso por animais Presença Apenas marcas Ausente
Uso antrópico Presença Apenas marcas Ausente
Proteção Nenhuma Com acesso Sem acesso
Residências < 50m Entre 50 a 100m > 100m
Tipo de área de
inserção Ausente Privada Protegida TOTAL
Pontos 3 6 21 30

CONCLUSÕES: Nota-se que a nascente apresenta fragilidade em conservação, pois os órgãos


públicos ainda não adotaram medidas protetivas sobre a área. No entanto, foi feito uma análise
da área onde foi possível observar os parâmetros de qualidade da água fazendo uma
classificação onde pode-se observar que a nascente tem um manejo inadequado. Fato
confirmado por meio do resultado obtido na aplicação da metodologia norteadora do trabalho,
onde tal metodologia indicou que a nascente estudada tem um nível de preservação ruim, classe
(D).

REFERÊNCIAS

BUSS, D. F.; BAPTISTA, D. F.; NESSIMIAN, J. L. Bases conceituais para a aplicação de


biomonitoramento em programas de avaliação da qualidade da água de rios. Cad. Saúde
Pública, Rio de Janeiro, v.19, n.2, p. 465-473, 2003

74
FELIPE, M, F; JUNIOR, A, P, M. Conflitos conceituais sobre nascentes de cursos d’água e
propostas de especialistas. Belo Horizonte, 17 de janeiro - 06 de junho de 2013. Vol. 9, nº 1,
2013.

Secretaria de Estado do Meio Ambiente de São Paulo, Departamento de Proteção da


Biodiversidade – Cadernos da Mata Ciliar N 1. São Paulo: SMA, 2009.

75
Controle da movimentação do volume de “entrada” do pimentão na CEASA de Tianguá
– Ceará.

Felipe Fontenele Frota Menezes1; Emanuel Rodrigues da Silva1; Francisco Thiago de


Albuquerque Aragão²; Eriberto de Sá Ponte Junior2

¹Discente do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental (FIED), E-mail:


felipefontenelefrotam@gmail.com
² Docente do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental (FIED)

Área temática: Produção Vegetal

Introdução – A região da Ibiapaba, no estado do Ceará se caracteriza por apresentar um


elevado e diversificado volume de produção agrícola, um destaque da produção é voltado aos
produtos hortícolas, entre eles uma hortaliça de muita importância produtiva e econômica para
a região, o pimentão. Esse produto, por sua vez, é um que possui maiores índices de resíduos
de agrotóxicos, segundo o último levantamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento – MAPA. A importância do levantamento quantitativo sobre a rotatividade do
produto dentro de centros de distribuição, ajudam a rastrear a origem dos produtos. Métodos
– Para mensurar as quantidades de pimentão que transitaram dentro dos galpões da CEASA de
Tianguá, coletou-se dados com a gerência regional da CEASA – Tianguá – CE. Estes dados
estão referenciados entre os meses de janeiro a dezembro dos anos de 2013 a 2020. Calculou-
se as médias matemáticas mensais e seus respectivos desvios. Resultados – Na CEASA de
Tianguá-CE, a média mensal de entrada do volume de pimentão é de 283,8 T/mês, tendo os
meses de JULHO e AGOSTO os com maior movimentação de entrada (com médias de 307,38
e 312,69 T). Os meses de FEVEREIRO e MAIO, os de menores entradas (com 270,45 e 263,24
T). O pimentão tem sua comercialização caracterizada por caixas de 12 kg, e apresenta-se com
três classificações específicas: primeira, segunda e extra. Conclusões – O produto que “entra”
na CEASA, é bastante produzido nos municípios da Ibiapaba e, também, vindo de outras
cidades e estados, à exemplo de Sergipe, Bahia e Maranhão, dentre outros. Têm-se
conhecimento de que o mês ideal para o plantio de pimentão, segundo as bibliografias
estudadas, é inicio de novembro, com características de que a colheita seria por volta de
fevereiro que é o mês onde se apresenta bem próximo da menor oferta desta cultura, podendo
interferir na busca de obtenção de melhores ofertas de venda aliada aos preços de venda.

Palavras-chave: Controle comercializado; produção agrícola, produtividade.

76
Dificuldades na implantação de um projeto de coleta seletiva de pilhas e baterias na
cidade Ibiapina - CE.

Eriberto de Sá Ponte Junior1; Emanuel Rodrigues da Silva2; Felipe Fontenele Frota Menezes2;
Francisco Thiago de Albuquerque Aragão1
1
Docente do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental (FIED), E-mail: erds1994@gmail.com
²Discente do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental (FIED)

Área temática: Educação Ambiental; Gestão Ambiental

Introdução – Em meio a tantas tecnologias, é inevitável a presença de equipamentos elétricos


e eletrônicos. Atualmente, é perceptível, a presença de, a cada dia que se passa, novas
tecnologias como brinquedos e aparelhos digitais cada vez mais sofisticados que tendem à
oferecer sentimentos de prazer e bem-estar, tecnologias estas, que fazem uso de pilhas e
baterias, com frequência. Mediante leitura, é possível conhecer as variadas composições das
pilhas e baterias, dentre elas estão zinco, carbono e manganês, ressaltando também que em suas
composições aparecem metais pesados, como cádmio, mercúrio e chumbo, dentre outros. Uma
grande preocupação ambiental atual, é o descarte totalmente inadequado desses resíduos.
Métodos – Este trabalho, tratou-se de uma pesquisa aplicada e qualitativa, buscando obter os
principais problemas que se enfrenta na busca de uma elevação do conceito geral e comunitário,
do nível de conscientização no descarte destes resíduos sólidos, de alto nível de contaminação
ambiental, em se tratando de descarte de pilhas e baterias. O público envolvido, foi a
comunidade da área de educação pública do município de Ibiapina, na Serra da Ibiapaba -
Ceará. Resultados – Observou-se, claramente, grandes obstáculos na implantação deste
Projeto, dentre eles: a falta de interesse na implantação do Projeto; a falta de infraestrutura
veicular; a falta de cultura por parte da direção pública do município; a falta de conhecimento
dos contaminantes e respectivas problemáticas, em se tratando de elementos químicos e seus
efeitos na saúde; a falta de intercâmbio na relação de gestores públicos e diretores escolares; a
falta de conhecimento do termo logística reversa; a falta de incentivo educacional da gestão
para diretores e professores escolares de fundamental I e II; ausência de vontade política por
parte dos gestores; a falta de conhecimento da parte ambiental; falta de observação do termo
“saber e ouvir” das lideranças públicas. Conclusões – Tendo em vista que pilhas e baterias,
são artefatos muito utilizados no cotidiano de todos que utilizam os meios eletrônicos e que
por meio de dados estatísticos publicados, pudemos perceber o quanto estes materiais são
descartados de forma incorreta por falta de interesse, de vontade e de conhecimento da área
ambiental. Portanto, se faz necessário, uma grande campanha associada a uma forte
fiscalização, por parte dos órgãos ambientais maiores para um início de conscientização sobre
o assunto e, busca nas mudanças de comportamentos individuais e coletivos, ambiental, na área
de educação pública do município de Ibiapina, na Serra da Ibiapaba – Ceará.

Palavras-Chave: Educação ambiental; gestão ambiental; logística reversa.

77
Agronegócio na Serra da Ibiapaba: Os problemas encontrados na produção agrícola.

Francisco Raniere Silva de Sousa¹; Felipe de Andrade Moita¹; Pedro Henrique Gomes Pereira¹;
Maria Nágila Carneiro Matos2; Francisco Thiago de Albuquerque Aragão²
1
Discentes de Engenharia Agrícola e Ambiental, Faculdade Ieducare (FIED), Tianguá/CE. E-mail:
90raniere@gmail.com
2
Docentes do Curso de Engenharia Agrícola e Ambiental, Faculdade Ieducare (FIED).

Área temática: Manejo, Conservação do Solo e Água

RESUMO: O Brasil possui muitas riquezas, o agronegócio é uma delas, ele tem papel
fundamental na economia do país e está presente na vida de todos os brasileiros, direta ou
indiretamente, sendo produtores ou consumidores. O agronegócio, principalmente no setor
agrícola, que é um dos seus segmentos, passa por constante mudança e evolução, no entanto,
muitos produtores agrícolas não conseguem adaptar-se, isso faz com que enfrentem diversos
problemas, esses entraves causam grandes perdas em sua produtividade e produção. Esses
prejuízos não afetam somente o produtor, mas também, todo o mercado. A agricultura familiar,
composta pelos pequenos e médios produtores, é a base do agronegócio brasileiro,
normalmente são eles os que mais sofrem com os problemas enfrentados. Este estudo objetivou
visa identificar, listar e classificar os principais problemas encontrados no agronegócio na Serra
da Ibiapaba. Esses problemas afetam os pequenos, médios e grandes produtores da Serra da
Ibiapaba, dos municípios de Viçosa do Ceará, Tianguá, Ubajara, Ibiapina, São Benedito,
Carnaubal e Guaraciaba do Norte. De natureza qualitativa e quantitativa, esta pesquisa obteve
seus dados por meio de questionário aplicado remotamente via Google Forms. Os resultados
obtidos mostraram a realidade dos produtores da Serra da Ibiapaba, eles enfrentam problemas
no pré-porteira, dentro da porteira e pós-porteira, tais dificuldades vão desde a compra dos
insumos e sementes até a comercialização. Através das respostas obtidas concluiu-se que a falta
de assistência técnica é a fonte geradora dos demais problemas encontrados pelos produtores
agrícolas na Serra da Ibiapaba.

PALAVRAS-CHAVE: agronegócio. produtores agrícolas. produtividade.

INTRODUÇÃO: É indubitável que o agronegócio tenha um destaque importante na economia


brasileira, principalmente no interior do Brasil, onde a maioria da população vive dele. O
agronegócio é um grande setor que vai desde o pequeno ao grande produtor, no interior envolve
a agricultura familiar como sua base. Segundo Soares e Jacometti (2015), o agronegócio tem
importância vital para a economia brasileira e a identificação das estratégias presentes nesse
segmento, mediante uma abordagem fundamentada em casos reais, boas práticas e indicadores
de qualidade revela-se pertinente. De acordo com o IBGE (2016), o Brasil é o 5º maior país do
mundo em extensão, detentor de grandes riquezas naturais e matérias primas que fomentam o
extrativismo mundial, além de extensas áreas férteis e clima tropical apropriado ao
desenvolvimento da agricultura e pecuária, que por motivos históricos, socioeconômicos e
geográficos, mantém-se como atividades de grande importância no cenário nacional. Soares e
Jacometti (2015) afirmam que o agronegócio é uma agregação de atividades divididas em, no
mínimo, quatro segmentos, compreendendo os fornecedores de insumos; as atividades que

78
gravitam em torno da agropecuária; os processos de transformação da agroindústria; as
operações de armazenagem, transporte e distribuição. Sendo assim, este conjunto de atividades
chamado agronegócio, compreende toda a produção agrícola e pecuária, que se estende desde
a produção de grãos e animais, expandindo-se pela produção de insumos, têxteis e
biocombustíveis. O agronegócio é uma atividade essencial para o desenvolvimento econômico
e social do Brasil, portanto, necessita-se de políticas públicas voltadas às etapas do
agronegócio, ações adequadas a cada tipo de produtor, atendendo suas necessidades e seus
objetivos. Embora o agronegócio esteja passando por grandes avanços e inovações, muitos
problemas ainda são encontrados. A falta de tecnologia ou a presença dela, sem a devida
capacitação são problemas presentes. A falta de apoio e investimento por parte do Estado no
pequeno produtor, o agricultor familiar, também é bastante recorrente. Tais condições
acarretam grandes perdas para o agronegócio. No Brasil, o Ceará se destaca nesse segmento,
tendo por base a agricultura irrigada, além de contribuir em emprego e renda no campo, tem
melhorado o desempenho da balança comercial através do incremento das exportações
(ADECE, 2020). Nesse contexto, dada a importância desempenhada pelo segmento do
agronegócio cearense, torna-se relevante a elaboração de estudos que busquem avaliar dados
do desempenho de produtores nas áreas que influenciem sua produção reduzindo os gargalos
existentes, e consequentemente aumentando a produção e a competitividade quanto aos
principais produtos que fazem parte desse setor por meio da mensuração dos indicadores de
desempenho. A construção desses indicadores é fundamental para a formulação de estratégias
competitivas e políticas governamentais que visem melhorar a participação dos produtos do
agronegócio. Este trabalho está focado nos problemas que produtores agrícolas de hortaliças e
frutíferas enfrentam ao longo da sua cadeia produtiva. Problemas “pré-porteira”, “dentro da
porteira” e “pós-porteira”. Desta forma, objetivou-se comeste artigo identificar, listar e
classificar os principais problemas encontrados no agronegócio na Serra da Ibiapaba. Tais
problemas que afetam os pequenos, médios e grandes produtores da Serra da Ibiapaba, dos
municípios de Viçosa do Ceará, Tianguá, Ubajara, Ibiapina, São Benedito, Carnaubal e
Guaraciaba do Norte.

MATERIAL E MÉTODOS: O estudo realizado neste artigo é de natureza qualitativa,


quantitativa, com pesquisa bibliográfica e de campo, através de aplicação de questionário on-
line via plataforma Google Forms para coleta de dados. A pesquisa, que contou com a
participação de 20 (vinte) produtores da Serra da Ibiapaba, distribuídos entre os municípios de
Viçosa do Ceará, Tianguá, Ubajara, Ibiapina, São Benedito, Carnaubal e Guaraciaba do Norte,
foi realizada pelos acadêmicos do Curso de Engenharia Agrícola e Ambiental da Faculdade
IEducare – Tianguá – CE. Os objetos de estudos foram abordados por meio de questionários
fechados baseados em diversos autores que abordam o tema agronegócio em suas publicações.
Os resultados obtidos foram organizados, contabilizados e analisados, a fim de serem utilizados
de maneira positiva visando proporcionar bons resultados para a pesquisa, bem como melhorias
para o agronegócio local.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Dentre os 20 (vinte) produtores entrevistados das cidades


em estudo, apenas um se considerou um grande produtor, o restante dos entrevistados se
considera pequenos e médios produtores, uma vez que a maioria considera fazer parte do
agronegócio da Serra Ibiapaba. A produção agrícola da Serra da Ibiapaba é bastante

79
diversificada, um mesmo produtor utiliza sistemas de cultivos diferentes e produz tipos de
cultivos e culturas diferentes em sua área de produção. O destaque maior se dá às hortaliças,
que são as mais produzidas pelos entrevistados, frutíferas e grãos também são produzidos.
Muitos problemas são encontrados no processo de produção agrícola, alguns encontrados antes
da porteira, dentro da porteira e depois da porteira, sendo que muitos desses entraves são de
fácil resolução e outros não (Figura 1). A ausência de assistência técnica é o principal problema
encontrado pelos produtores. Tal problema interfere diretamente na produção, desde o
planejamento, escolha dos insumos e sementes, execução das ações até a comercialização,
gerando muitos prejuízos aos produtores, pois a ausência de um planejamento, ou um
planejamento mal feito, por conta da ausência de uma assistência, gera muitas perdas,
principalmente pelo desperdício causado pela má execução das ações, sobretudo no
armazenamento, transporte e comercialização.

Figura 1 – Problemas encontrados na produção.

Fonte: Autores, 2021.

A produção de hortaliças no Brasil é uma atividade relevante para a economia no agronegócio


do país. Esse tipo de cultivo faz parte da produção de grande parte dos produtores da Serra da
Ibiapaba, onde a principal maneira escoamento de grande parte da produção de hortaliça é a
comercialização em feiras livres e nos mercados locais. De acordo com Dias et. al. (2012) “A
produção de hortaliças é uma atividade quase sempre presente em pequenas propriedades
familiares, seja como atividade de subsistência ou com a finalidade da comercialização do
excedente agrícola em pequena escala”. Segundo Melo e Vilela (2007), a produção de
hortaliças não requer uma grande extensão de terras, nem tão pouco um alto nível de
investimento e conhecimento técnico. Vale ressaltar que mesmo sendo uma prática simples e
fácil acesso, muitos fatores prejudicam a produção de hortaliças, sendo assim, o planejamento
é indispensável, principalmente para a tomada de decisões, uma vez que, são atitudes tomadas
ao longo da produção. Essas atitudes são geradas por fatores de difícil controle, como variações
climáticas. A presença de uma assistência técnica no campo é indispensável, os grandes
produtores, em sua maioria, possuem essa regalia, logo, conseguem bons resultados em sua
produção. No entanto, os pequenos e médios produtores não possuem essa assistência, seja por

80
falta de interesse e informação, por falta de capital, ou por falta de apoio do Estado. Esse
segmento foi negligenciado pelas diferentes esferas governamentais. Essa escassez de apoio
era generalizada para todos os aspectos dos processos produtivos agrícolas, desde o acesso à
terra até a comercialização da produção (Castro et al., 2014).

CONCLUSÕES: Os resultados da pesquisa mostraram que a Serra da Ibiapaba é composta,


em sua maioria, por pequenos e médios produtores, que enfrentam diversos problemas em sua
produção agrícola, principalmente na ausência de assistência técnica, que por sua vez, é a
grande geradora dos demais entraves encontrados.

REFERÊNCIAS

ADECE - Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará. Agronegócio. Disponível em:


http://investeceara.adece.ce.gov.br/agronegocio/. Acesso em: 10 de nov. 2020.

CASTRO, N. Desafios da agricultura familiar: o caso da assistência técnica e extensão rural.


Boletim regional, urbano e ambiental, n. 12, 2015.

DIAS, R. dos S; FERREIRA; D. de J; ARAÚJO, W. K. O; SANTOS, R.L. A produção de


hortaliças pela agricultura familiar no município de Humildes – BAHIA. Anais: ENGA, 2012.
Disponível em: http://www.lagea.ig.ufu.br/xx1enga/anais_enga_2012/eixos/1416_1.pdf.
Acesso em 25 de nov. 2020.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Território. Disponível em:


http://brasilemsintese.ibge.gov.br/territorio.html. Acesso em: 10 de nov. 2020.

MELO, P. C. T. de; VILELA, N. J.. A importância da Cadeia Produtiva Brasileira de hortaliças.


Palestra apresentada pelo 1º autor na 13ª Reunião Ordinária da Câmara Setorial da
Cadeia Produtiva de Hortaliças/MAPA, Brasília-DF, 2007. Disponível em:
http://www.abhorticultura.com.br/downloads/cadeia_produtiva.pdf. Acesso 26 de nov. 2020.

SOARES, Tamires C; JACOMETTI Márcio. Estratégias que agregam valor nos segmentos do
agronegócio no Brasil: um estudo descritivo. Revista Eletrônica de Estratégia & Negócios,
Florianópolis, v.8, n.3, set./dez. 2015.

81
Openbord e mesa digitalizadora uma dupla que mudou a matemática no período
remoto na disciplina de cálculo II

Francisco das Chagas Oliveira dos Santos1


1
Me. em Educação Matemática, docente do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental, Faculdade
Ieducare (FIED), Tianguá/CE. E-mail: francisco.chagas@fied.edu.br

Área temática: Extensão rural e educação ambiental

RESUMO: A disciplina de Cálculo II é uma disciplina que engloba a Potenciação, a


Radiciação, os Produtos Notáveis, Estudo da Reta entre outros. Segundo Stewart (2013, p.131)
a reta tangente à curva em um ponto P(a, f(a)) é a reta passando por P com a inclinação, desde
que esse limita exista. É notável que a fração que compõe o limite está agregada ao valor
numérico de uma função. A experiência ocorreu na disciplina de Cálculo II com a turma do 3º
período dos Cursos de Engenharia Agrícola e Ambiental e Sistemas de Informação da FIED
(Tianguá) no semestre 2021.1. O objetivo do trabalho é apresentar os benefícios da dupla mesa
digitalizadora e lousa virtual Openboard utilizadas no ensino e aprendizagem da turma,
buscando assim facilitar o aprendizado dos estudantes na disciplina de cálculo II. Após a
compra da mesa digitalizadora e instalar o aplicativo da openbord no PC, vários tutoriais foram
vistos no youtube para configurar a mesa, ajustar a espessura da caneta, as cores na lousa e as
ferramentas que a lousa disponibiliza para contribuir com o professor. Após 42 dias usando as
duas ferramentas anexadas a outros equipamentos eletrônicos, o professor foi surpreendido
com um feedback da turma de tirar o fôlego, elogios e comentários que deram vida a disciplina
e que em suas considerações finais foi possível perceber que o professor passou a ser modelo
e exemplo para outros professores da área de Matemática no período das aulas remotas.

PALAVRAS-CHAVE: Cálculo II; Openbord; Mesa Digitalizadora.

INTRODUÇÃO: Durante o período de pandemia as aulas remotas passaram a ser uma


realidade no cenário da educação nacional e o presente trabalho destaca a atuação de um
professor de Cálculo II usando duas ferramentas durante as aulas remotas: a mesa digitalizadora
e a lousa interativa virtual Openboard com a interação de outros equipamentos eletrônicos.
(KAMMI, 1995), diz que as aulas de matemática para serem inovadas precisam de ferramentas
tecnológicas para complementar o trabalho do professor fortalecendo o aprendizado dos
estudantes dentro dos conteúdos didáticos e dar autonomia a eles, a fim de que possam ter uma
visão interativa e autônoma e que sejam capazes de racionar de forma independente com
participação e criatividade. Com a entrada da pandemia na sociedade, o espaço físico da
instituição de ensino foi substituído pelas as aulas remotas e a partir de então vieram às
dificuldades para os professores de matemática principalmente, perguntas e questionamentos
foram indagados pelos professores dessa disciplina. Perguntas como: Como vou conseguir uma
lousa em casa? Como vou trabalhar online? Como vou fazer os cálculos sem os pincéis das
aulas presenciais? Como convencer os alunos a participarem das aulas? O que vou usar? Onde
vou conseguir equipamento para trabalhar? Existe lousa virtual? Existe algum software para
escrita? Sem medo de errar a resposta é sim.

82
Diante dos questionamentos (SCALABRIN, 2016) diz que o professor precisa dedicar algum
tempo para pesquisar ferramentas digitais, porém, sem capacitações, mesmo o professor tendo
tempo o desafio é grande. O foco central da pesquisa é mostrar como fazer os cálculos na lousa
interativa como se estivesse nas aulas presenciais usando a mesa digitalizadora e a lousa virtual
Openboard; Facilitar a compreensão e fortalecer o aprendizado na disciplina de Cálculo II;
mostrar aos acadêmicos que mesmo virtual o aprendizado pode ser eficaz e consistente; avaliar
o rendimento dos estudantes após as avaliações e receber o feedback dos estudantes após o
térmico da disciplina.

MATERIAL E MÉTODOS: A experiência ocorreu na disciplina de Cálculo II com a turma


do 3º período dos Cursos de Engenharia Agrícola e Ambiental e Sistemas de Informação da
FIED no semestre 2021.1. Os slides com o conteúdo da disciplina eram produzidos diariamente
sempre em formatos diferentes para não tornar cansativa a visão dos estudantes e após a
confecção dos mesmos o professor treinava a escrita através da dupla: mesa digitalizadora e
lousa virtual Openbord. O professor treinava fazendo a apresentação para ele mesmo exercendo
a função de professor e aluno ao mesmo tempo. Durante as aulas remotas a mesa digitalizadora
era conectada em um PC através de um cabo USB e o aplicativo da lousa virtual Openboard já
havia sido instalado também no PC gratuitamente. No momento das aulas online os slides eram
apresentados aos acadêmicos através da plataforma Google Meet. Na proporção em que os
slides eram apresentados aos estudantes o professor acionava o aplicativo da lousa virtual e a
partir do momento em que a lousa era acionada o professor de posse da caneta da mesa
digitalizadora explanava o conteúdo através dos slides usando o laser da mesa e as questões
que exigiam a presença do cálculo eram copiadas através da mesa e expostas na lousa virtual
para que os cálculos fossem executados com a mesma precisão das aulas presenciais. A
variação de correspondência entre os slides apresentados e a lousa virtual é de apenas um clic
com a caneta da mesa, é algo encantador. A dupla era acionada em todas as aulas da disciplina
de Cálculo II e os estudantes acompanhavam em tempo real a execução dos cálculos. A figura
abaixo mostra um momento de explanação do professor nas aulas virtuais da disciplina.

No formato acima citado, as aulas passaram a ser um remoto com cara de presencial, visto que
as perguntas e questionamentos levantados pelos estudantes eram respondidos
simultaneamente, a partir de então, lousa e a mesa digitalizadora anexada à didática do
professor causou repercussão entre os estudantes do curso, visto que explanar os limites, as
derivadas e o cálculo integral sem ser em uma lousa no presencial é algo bem desafiador.

83
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Após decorrer 42 dias do início das aulas, mais
precisamente na aula no dia 17 de março de 2021 fazendo uso da mesa digitalizadora com o
aplicativo da Openbord anexada a outros componentes eletrônicos, quando a aula se
encaminhava para o seu término, já tinha decorrido uma hora e vinte minutos de aula
(1:20h/min), o professor foi surpreendido com o depoimento de alguns alunos em função das
aulas ocorridas até a presente data. Neste link se encontra alguns dos depoimentos:
https://drive.google.com/file/d/1tOZJ6-SCa7N_rjwpx_rvh4j_IMTyUjeV/view?usp=sharing.
Os comentários dos estudantes é após decorrer 1:20h/min de aula, um feedback de tirar o
fôlego. No momento de explanação das aulas fomos fazendo observações sobre o andamento
da turma, a participação em massa chamou a atenção do professor em virtude dos
questionamentos indagados. Durante as avaliações, por ser uma disciplina bem exigente
algebricamente e geometricamente, as provas eram elaboradas com oito perguntas em função
do tempo didático da disciplina e composta de 60% de questões objetivas e 40% de questões
discursivas. A avaliação era elaborada e postada no ambiente virtual do acadêmico (AVA). As
questões objetivas eram compostas de 5 alternativas, das quais somente uma alternativa era
correta, porém, nas questões discursivas os cálculos eram exigidos com mesma dinâmica e
eficácia da transmissão nas aulas via Google Meet. Os estudantes tinham a opção de dissertar
os cálculos através do teclado do comutador ou optar em enviar a resposta como figura para
uma caixa de texto no local disponível no ambiente de prova. O cálculo integral tem suas
peculiaridades no universo matemático, porém, já na AP1 os estudantes mostram um
rendimento espetacular, uma vez que a média geral da turma ficou acima de 75%. A P2
manteve o rendimento similar a AP1 e a surpresa maior ocorreu na AP3 quando o cálculo
integral exige dos estudantes uma aplicação dobrada e quando foi extraída a média geral da
turma o resultado ficou na casa de 80%. Um rendimento acima da expectativa prevista para a
disciplina. Abaixo está um anexo de um dos estudantes.

Todos os anexos apresentavam características similares ao anexo citado, deixando uma certeza:
o uso da mesa digitalizadora em parceria com o uso da lousa virtual Openbord foram suportes
que contribuíram de maneira fabulosa ao aprendizado da turma na disciplina de Cálculo II no
3º período do semestre 2021.1 dos cursos de Engenharia Agrícola e Ambiental e Ambiental e
Sistemas de Informação da faculdade FIED (Tianguá).

CONCLUSÕES: Após decorrer 5 meses fazendo uso da lousa virtual Openbord com a mesa
digitalizadora, foi notável a satisfação dos estudantes em relação ao aprendizado da turma na
disciplina de Cálculo II, além do feedback dos estudantes, as avaliações comprovaram esse

84
feedback, principalmente a AP3, onde mais de 80% da turma conseguiu desempenho
satisfatório, deixando claro que usando a mesa digitalizadora e a lousa virtual Openbord como
parceiras, a matemática poderá ser prazerosa e ao mesmo tempo gostosa de se aprender. Após
a experiência vivida pelo professor, como sugestão é claro, ele indicaria para qualquer
professor de matemática independente ser do Ensino Fundamental, Médio ou Superior adquirir
uma mesa digitalizadora e fazer uso da lousa virtual Openbord nas aulas virtuais de matemática.

AGRADECIMENTOS: Em especial aos estudantes da disciplina de Cálculo II dos cursos de


Engenharia Agrícola e Ambiental e Sistemas de Informação da FIED (Tianguá) 3º período
2021.1 e aos coordenadores Thiago Aragão e Silas Lima pela parceria.

REFERÊNCIAS

FAGUNDES, L. P. O Uso da lousa digital interativa em uma prática pedagógica.


Campinas- SP, 2008.

KAMMI, C. Desvendando a aritmética: implicações na teoria de Piaget. Campinas, SP:


Papirus, 1995.

MELO, A. de; URBANETZ, S.T. Fundamentos da Didática. Curitiba: Ibpex, 2008.

STEWART, James. Cálculo. V. 1, 7. ed. São Paulo, 2013.

SCALABRIN, T. C. A lousa digital: reflexões sobre suas possibilidades de uso para a


promoção do ensino no município de Fraiburgo. Santa Catarina, 2016.

85
As dificuldades na implementação da permacultura como forma de conter as mazelas
ambientais na região Norte

Paulo Sérgio Lima Furtado¹

¹Discente do Curso de Engenharia Agrícola e Ambiental, Faculdade Ieducare (FIED), Tianguá/CE. E-


mail: paulotribos88@hotmail.com

Área temática: Extensão rural e educação ambiental.

RESUMO: O objetivo do trabalho foi mostrar as dificuldades encontradas para as práticas


ambientais através da Permacultura, buscando amenizar e muitas vezes, sanar problemas
ambientais de resíduos e sanitários na região da Ibiapaba. Usamos como cidade piloto Tianguá,
cidade polo na qual resido e que, trabalhei no período de um ano em sua prefeitura, na
SEINFRA (Secretaria de infraestrutura) ao qual a secretaria de meio ambiente estava atrelada
como uma pasta apenas, e onde constatei as diversas nuances do poder e da má administração
pública afim de se evitar ou sanar todas as mazelas ambientais decorrentes de uma má gestão
ambiental, na época apresentamos técnicas Permaculturais como remediação, a ponto de
melhorar o ambiental e o social, a saúde e a economia já que todos estamos vinculados, sendo
esses os pilares das qualidades de uma sociedade justa e ambientalmente sustentável.
Apresentou-se na época técnicas de saneamento ambiental, gestão de resíduos, produção de
alimentos, produção de energia limpa, construção habitacional, reflorestamento e educação
ambiental e social voltadas ao resgate da cultura local e o melhor e digno de destaque, sem
altos honorários ao município e muitas vezes apenas, com custos básicos de condução e
alimentação dos envolvidos. Com a atual situação, agravada desde a revolução agrícola feroz
estabelecida na Ibiapaba desde a década de 80, e consequentemente, o crescimento dos
municípios por falta de adequações nos planos pilotos e o êxodo urbano, faz se urgente políticas
públicas voltadas a preservação do nosso bioma e consequentemente, garantindo o que é
previsto no Art. 225 da constituição federal.

PALAVRAS-CHAVE: Permacultura, Resíduos, Ibiapaba, PNRS.

INTRODUÇÃO: Técnicas Permaculturais são alternativas que vêm sendo desenvolvidas, com
o intuito de produzir uma cultura permanente que reintegra o ser humano ao ambiente, levando
em consideração a observação do meio natural e a experimentação no sentido de aprimorar os
diversos fatores de modo a auxiliar a não degradação da vida e da natureza. A falta de
saneamento básico assim como o correto gerenciamento dos resíduos sólidos tem trazido
muitas consequências negativas, tanto à saúde humana quanto a biota, deste modo, gerenciá-
los, como proposto nas leis ambientais específicas, deveria ser prioridade nas três esferas do
poder. Como em regiões rurais há menos investimentos nesta área que nos centros urbanos,
ações que diminuam tais impactos no sentido de eliminar as fontes de poluição e desperdícios
difusas dos recursos não renováveis naturais se fazem urgentes. A Permacultura trabalha e usa
os conceitos ancestrais, tecnológicas e naturais, imitando a natureza e otimizando seus padrões
com equilíbrio cíclico sem o desequilíbrio das ações consideradas tradicionais, a fim de usar e
integra-se ao que o ambiente possa nos oferecer, a fim de melhorá-lo para nutrir a capacidade
humana sem transformá-lo negativamente, retirando e retribuindo recursos renováveis ou não,

86
conceituando-se como um sistema único de habitação, produção, cuidados e proteção a terra e
ao próximo, num movimento cíclico e eterno sem burlar as Leis naturais vigentes que
sustentam o equilíbrio natural e realmente sustentável. Para Bill Mollison: “A maior mudança
que temos que fazer é ir de consumo para a produção, mesmo que numa pequena escala em
nossos jardins, daí a futilidade de revolucionários sem jardins, que dependem do próprio
sistema que atacam”, com base em suas palavras nos faz perceber a grandiosidade das práticas
permaculturais, uma vez que estas nos faz conviver em harmonia com a natureza, produzir
nosso próprio alimento, além de não degradar ou poluir o meio ambiente. De acordo com Bill
Mollison: “Permacultura é o planejamento e a manutenção conscientes de ecossistemas
agriculturalmente produtivos, que tenham diversidade, estabilidade e resistência dos
ecossistemas naturais. É a integração harmoniosa das pessoas e a paisagem, provendo alimento,
energia, abrigo e outras necessidades, materiais ou não, de forma sustentável.

MATERIAL E MÉTODOS: Primeiramente, identificamos os pontos críticos e passíveis de


intervenções, tentando remediá-los através de estudos oficinas e cursos, muitas vezes urgentes,
é preciso analisar tais questões ambientais baseada nas leis vigentes e adequadas a cada
situação. Após a análise, levamos cada situação documentada e apresentada em várias formas
de mídias para as autoridades municipais naquela gestão apresenta-se também uma espécie de
PRAD com soluções viáveis e permaculturais ao qual, tivemos todo o cuidado de seguir as
normas de orçamento, viabilidade, leis, instâncias jurídicas, climáticas, materiais físicos e
humanos, seguindo todas as normas possíveis a fim de facilitar tais implementações sem correr
riscos salubres e técnicos e evitando descredibilizar a Permacultura, mostrando-a ineficiente e
insegura. Como se fosse um modo operandi social pontual para o não bem estar de um povo,
as mazelas observadas e apresentadas foram: falta de saneamento ambiental, desabastecimento
de água potável em muitas localidades, poluição hídrica e do solo, além do seu
empobrecimento, gestão inexistente de todos os tipos de resíduos seguindo normas das
Políticas Nacionais de Resíduos Sólidos (PNRS), falta de incentivos fiscais e técnicos da pasta,
no qual, da secretaria de meio ambiente, ausência de exemplo pela não prática da Agenda
Ambiental da Administração Pública ou A3P, problemas habitacionais persistentes nas
camadas mais vulneráveis, falta de arborização urbana que obviamente aumenta a temperatura
da região, aumento de queimadas, supressão vegetais destinados à agricultura e loteamentos
respectivamente, que na maioria das vezes, sem os Estudos de Impactos Ambientais (EIA)
obrigatórios, desperdício de resíduos orgânicos de podas e feiras livres, CEASA e limpeza
pública, descaso total com o bioma da região, inexistência de renda aos mais vulneráveis que
poderiam sair dessa situação usando práticas sustentáveis viáveis, e principalmente falta de
educação ambiental nas escolas públicas e municipais que são garantidas na Lei 9.767/99,
sendo essa uma solução revolucionária caso fosse bem ministrada e compatível com os anseios
da demanda do bem estar ambiental, medida preventiva eficaz para o não desperdício de
recursos naturais, materiais e econômicos vide a remediação desses problemas após seu
acontecido. Através de todo esse conhecimento, catalogação e mapeamento dos crimes e
problemas ambientais, foram propostas soluções com base permaculturais, passíveis e
possíveis de serem aplicada no conceito espaço tempo, com o auxílio técnico a base de
parcerias e com voluntários vide, IFCE, estudantes e população em geral afim de, satisfazer os
anseios dos atores sociais envolvidos direta ou indiretamente, as ações propostas foram;
primeiramente cobrar através da gestão municipal baseado nas leis vigentes, ações de

87
reciprocidade ambiental para determinada causa específica, visto que tais ações remediativas
com base na Permacultura não tinham o porquê de não acontecer pois estavam em
conformidade com o orçamento da pasta, ações como, oficinas para saneamento ecológico as
comunidades por meio da execução de Bacia de evapotranspiração ou (BET), Círculo de
bananeiras, banheiros secos e sua compostagem, captação de água para amenizar a falta de
recursos hídricos para os que necessitam desse bem em épocas de escassez, reuso de resíduos
orgânicos dos locais já citados para a produção de composto orgânico, visando a diminuição
de resíduos nos lixões existentes na região, para seu uso em hortas comunitárias, produção de
mudas para o reflorestamento de árvores nativas e urbanas a fim de evitar o desiquilíbrio
térmico, implementação de biodigestores sendo mais uma opção para esses resíduos,
produzindo energia por meio de gás natural a fim de diminuir os custos com gás de cozinha e
diminuir os impactos causados pelos mesmo, via resíduos ou fossas, também na questão de sua
gestão adequada, catalogar e dar assistência técnica aos catadores dos mesmos, assim
como auxiliá-los na criação de uma cooperativa e produção de alimentos através das SAFs ou
Sistema Agroflorestais, gerando assim produtos de qualidade, revitalizando nosso ecossistema
e revertendo a falta de envolvimento homem/natureza, que certamente é um entrave para a falta
de noção do cidadão como agente participativo e criador, implementação de hortas
comunitárias, farmácias vivas, na questão habitacional utilizando técnicas de bioconstrução
para amenizar a falta ou a qualidade de moradias dos mais oprimidos e servir, assim como
todas as técnicas citadas, de ensinamento e envolvimento entre o poder público/escola/cidadão,
iniciar a revitalização de matas ciliares com mudas de nativas e práticas ecológicas e pontuais
e minimizando impactos de ações não sustentáveis, adotarmos parcerias com empresas vide a
cumprir a logística reversa para pô-los como agentes sociais e responsáveis na questão residual
e consequentemente, social, servindo até para alavancar sua empresa como modelo de negócio
sustentável levantando o seu patamar em seus produtos e serviços, além dessas principais ações
propostas ao secretário municipal da SEINFRA e ao prefeito, outras ações secundárias
provenientes das realizações dessas ações primárias iriam surgir de acordo com suas
implementações ostensivas. Mapear, catalogar, e defender as nossas nascentes e os demais
recursos hídricos como os rios, lagos, brejos, revitalizando-os com auxílio de alunos das
escolas púbicas e privadas como também através de mutirões de limpezas, uma forma de Eco
limpeza nos nossos pontos turísticos, sendo as mesmas, parte da grade curricular, criar uma
Unidade de Conservação Municipal para que possamos manter e proteger o pouco que resta da
nossa biota e deixarmos um futuro menos hostil e menos favorável para os nossos semelhantes.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A implementação deste projeto traria benefícios


econômicos e sociais como o aumento da qualidade de vida e de renda aos mais vulneráveis
através do turismo ecológico e sustentável, regulação das altas temperaturas, equilíbrio da biota
local e regional e dos recursos hídricos, educação ambiental funcional, intimidade com nossas
raízes no aspecto cultural afim de florescer um senso de cidadania e coletividade, reativando o
orgulho de nossa região e deixando para as atuais e futuras gerações um ambiente menos
insalubre e consequentemente, diminuindo a desigualdade social existente em cada setor da
sociedade, e, consequentemente, fazer parte dos municípios que tenham o Selo Verde, através
da a implementação do Conselho Municipal de Meio Ambiente e através do auxílio das
secretarias de meio ambiente de cada município.

88
Figura 1-Castelo de pedra como área de conservação municipal

Fonte: Paulo Sérgio Lima Furtado. Fonte: Google imagens.

CONCLUSÃO: Com todas as normas fiscais, com base nas leis vigentes e atuais, estudos e
reuniões acerca de cada situação referente a sua localidade, simulações e documentos
assinados, pouco foi feito e aprovado com base em nossas propostas, observação ou teses, a
nossa luta e as nossas ações solitárias, quase que na sua totalidade, sem nenhum apoio da gestão
atual na época, teve o impacto nos atores que participaram e nos observadores que não
acreditavam que junto somos mais fortes, através do nosso engajamento junto a câmara
municipal e gestores, fincamos a possibilidade da criação de uma Secretaria Municipal do Meio
Ambiente na época e que hoje, criada, atua de forma tímida perante a maioria do casos, uma
faca de dois gumes que precisa da manifestação pública para que não haja facilidades em casos
específicos já que hoje, a mesma, faz um pífil papel de regulamentação ambiental municipal,
faz-se urgente que todos os atores envolvidos atuem diretamente nesse e nos demais anseios
para uma sociedade justa e ambientalmente, sustentável.

REFERÊNCIAS
HOLMGREN, David.Fundamentos da Permacultura, 1993.

SEYMOUR,John. O livro da auto-suficiência. Licença editorial por cortesia de perspectiva e


realidades, Artes gráficas, Limitada.

GOVERNO DO ESTADO SÂO PAULO, Secretaria do meio ambiente. Município Verde


Azul-A responsabilidade do legislativo local. pág-48 Guia de permacultura, Disponível em:
WWW.prefeitura.sp.gov.br/svma

89
Atributos químicos do solo irrigado com efluente de esgoto tratado na cultura do sorgo
(Sorghum bicolor L. Moech)

Maria Gabrielle Sousa de Santana1; Tiago Cavalcante da Silva2; Francisco Marcus Lima
Bezerra3; Keivia Lino Chagas4; Francisco Thiago de Albuquerque Aragão5
1
Doutora em Ciência do Solo, Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza/CE
2
Doutorando em Ciência do Solo, Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Recife/PE.
E-mail: tiago.cavalcantesilva@hotmail.com
3
Docente aposentado, Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza/CE
4
Doutoranda em Engenharia Agrícola, Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza/CE
5
Docente, Faculdade Ieducare (FIED), Tianguá/CE

Área temática: Fertilidade do solo, nutrição de plantas e correção de solos

RESUMO: Como fonte alternativa de água para a irrigação, a recuperação de águas residuais,
constituem uma prática crescente em áreas de déficit hídrico, além do fornecimento de
nutrientes essências para o desenvolvimento das plantas. O sorgo (Sorghum bicolor L. Moech)
é uma cultura relevante na agricultura familiar na região semiárida. Cultivada em condições de
sequeiro, o uso da irrigação torna-se uma alternativa para estabilidade na produção. O objetivo
do estudo foi avaliar o efeito do reúso de água de efluente tratado nos atributos químicos do
solo. A pesquisa foi realizada na Estação Agrometeorológica da Universidade Federal do Ceará
(UFC). O efluente utilizado no estudo foi coletado na Estação de Tratamento de Esgotos do
Campus do Pici (ETE-PICI). Foram utilizados 10 tratamentos em delineamento inteiramente
casualizado com 4 repetições, sendo esses combinados com água de abastecimento, adubação
mineral e efluentes de esgoto. Foram avaliados os teores de P, K e Na do solo no início e ao
final do ciclo da cultura. Os maiores teores de P foram observados quando se aplicou água de
efluente com a maior dose de NPK (100%). O K apresentou incremento nas suas concentrações
mediante as variáveis analisadas, mas abaixo da análise inicial. Já o Na expressou um
comportamento crescente aos tratamentos aplicados, com redução de sua concentração apenas
na dose de NPK (100%). O aumento do Na ainda não demonstra um indicativo de salinização
do solo. O efluente de esgoto tratado pode ser utilizado na irrigação das culturas desde que de
forma controlada e bem manejada.

PALAVRAS-CHAVE: Agricultura irrigada, nutrição organomineral, química do solo

INTRODUÇÃO: Segundo a FAO (2007), o consumo de água dobrou em relação ao


crescimento populacional no último século e a irrigação para cultivos agrícolas atualmente
responde por mais de dois terços de toda água retirada de lagos, rios e reservatórios
subterrâneos. Como fonte alternativa de água para a irrigação, a recuperação de águas residuais
e reutilização (reciclagem de água), constituem uma prática crescente em áreas de déficit
hídrico. Essa prática, além de reduzir significativamente o uso de água de boa qualidade,
também pode reduzir o volume de esgoto a ser descarregado para o meio ambiente (PEDRERO
et al., 2010). O reúso de água apresenta algumas vantagens dentre elas: assegura o uso
sustentável de recursos hídricos, reduz a poluição dos mananciais, promove o uso racional de
águas de boa qualidade, gera economia de dispêndios com fertilizantes e matéria orgânica, e
aumenta a produtividade agrícola (BERNARDI, 2003). No entanto, alguns impactos negativos

90
do reúso de efluentes são observados, dentre eles: salinização, sodicidade ou alcalinização do
solo e alterações estruturais. Esses processos podem reduzir o rendimento das culturas (BIGGS;
JIANG, 2009). Portanto, o objetivo do estudo foi avaliar o efeito do reúso de água de efluente
tratado nos atributos químicos do solo (Sorghum bicolor L. Moech).

MATERIAL E MÉTODOS: A pesquisa foi realizada na Estação Agrometeorológica da UFC,


situada no município de Fortaleza (CE). O solo utilizado no experimento foi coletado no
Laboratório de Hidráulica da UFC, e classificado como Argissolo Vermelho-Amarelo
(SANTOS et al., 2006). As características químicas do solo são apresentadas na tabela 1. O
efluente utilizado no estudo foi coletado na Estação de Tratamento de Esgotos do Campus do
Pici (ETE-PICI) da UFC. As doses de adubação foram calculadas de acordo com a análise
química do solo e nas exigências nutricionais da cultura. A semeadura foi realizada em
ambiente protegido utilizando vasos plásticos com capacidade para 10 kg, sendo semeadas 4
sementes por vaso.

Tabela 1. Resultado da análise física e química do solo utilizado no estudo, Fortaleza, CE.

A aplicação da água no experimento foi realizada através de regador manual, a lâmina aplicada
foi 85% da evaporação diária do tanque classe A, localizado na região do estudo. Foram
utilizados 10 tratamentos em delineamento inteiramente casualizado com 4 repetições. Sendo:
T1- Água de abastecimento sem adubação mineral; T2 - Água de abastecimento com 25 % da
adubação mineral recomendada; T3 - Água de abastecimento com 50% da adubação mineral
recomendada T4 - Água de abastecimento com 75% da adubação mineral recomendada; T5 -
Água de abastecimento com 100% da adubação mineral recomendada T6 - Água de efluente
sem adubação mineral; T7 - Água de efluente com 25% da adubação mineral recomendada; T8
- Água de efluente com 50% da adubação mineral recomendada; T9 - Água de efluente com
75% da adubação mineral recomendada e T10 - Água de efluente com 100% da adubação
mineral recomendada. Foram avaliados os teores de P, K e Na do solo de todos os vasos no
início e ao final do ciclo da cultura (DONAGEMA et al., 2011). Para determinação do fósforo
(P), foi feita extração através de Mehlich-1 e determinado por espectrometria. Já o potássio (K)
e o sódio (Na) foram extraídos com solução de acetado de amônio (C2H7NO2) e determinado
por fotometria de chama. Os dados foram submetidos a análise de variância, considerando o
delineamento inteiramente casualisado em quatro repetições e as médias para cada variável
avaliadas sendo comparadas entre si pelo teste Tukey, a um nível de 5% de probabilidade de
erro.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os valores do teor de fósforo no solo podem ser


visualizados na figura 1A. Observa-se variação entre os teores de fósforo e as doses de N, P e
K aplicadas no estudo, as doses de 0, 25 e 50% apresentaram resultados semelhantes para os
dois tipos de água, com o uso da dose de 75% da dose N, P e K observou-se que o solo irrigado

91
com a água de abastecimento promoveu um maior teor de fósforo e posteriormente com a
aplicação de 100% de N, P e K um decréscimo desses teores na aplicação da água de
abastecimento, resposta contrária a irrigação com efluente.

Figura 1. Curva de regressão para teores de P, K e Na no solo, em função da irrigação com


água abastecimento e reúso e aplicação de doses de N, P e K, aos 40 dias de semeadura.
1A 1B

1C

Marcolan (2006) relata que os solos diferem quanto à sensibilidade do fósforo lábil a alterações
do fósforo da solução; essa resistência é denominada poder tampão ou fator capacidade de
fósforo do solo. Solos com maior poder tampão, mantêm constantes os valores de P da solução
quando submetidos à retirada do mesmo. Os teores de potássio contidos no solo apresentaram
interação quanto aos tipos de água aplicada e as doses de N, P e K (figura 1B). O teor de K no
solo antes da realização do experimento era de 0,15 cmolc kg-1 e após o experimento a
quantidade desse nutriente no solo variou de 0,08 a 0,11 cmolc kg-1, podemos observar a
redução desse nutriente no solo. Isso pode ter ocorrido devido ao fato de parte considerável do
adubo ser convertido inicialmente em formas não trocáveis e a passagem da forma de K não
trocável para formas trocáveis estão sujeitas a lixiviação rápida (COSTA et al., 2012). Os teores
de Na no solo mostraram interação significativa entre o tipo de água utilizado (abastecimento
ou reúso) e as doses de N, P e K aplicadas (figura 1C). Antes do experimento a teor de Na+ no
solo era de 0,06 cmolc kg-1, após o experimento os teores variaram entre 0,48 a 0,78 cmolc kg-
1
, observando um aumento considerável nos teores de Na no solo independentemente do tipo
de água aplicada no experimento, com valores superiores para a água de abastecimento.
Constata-se, também, o aumento progressivo dos valores de Na cujo excesso pode diminuir a
permeabilidade do solo, reduzindo o processo de infiltração de água e sua absorção pela planta,
e podendo acelerar o processo de salinização do solo (VARALLO et al., 2010).

CONCLUSÕES: A irrigação com água de efluente de esgoto tratado gerou aumentos em


alguns parâmetros químicos no solo. O efluente de esgoto tratado pode ser aplicado na irrigação

92
do sorgo desde que utilizando um manejo adequado, observando principalmente possíveis
deficiências de fósforo e acúmulo de sódio no solo.

REFERÊNCIAS

BERNARDI, C. C. Reúso de água para a agricultura. Monografia (Especialização Lato


Sensu, com área de concentração em planejamento estratégico) – ISEA/ECOBUSINESS
SCHOOL, BRASÍLIA, 625p, 2003.

BIGGS, T. W.; JIANG, B. B. Soil salinity and exchangeable cations in a wastewater irrigated
area, India. Journal of Environmental Quality, v.38, p.887–896, 2009.

COSTA, L. R.; GURGEL, M. T.; ALVES, S. M. C.; MOTA, A. F.; AZEVEDO, J.; ALMEIDA,
J. P. N. Crescimento de mudas de cajueiro anão precoce irrigado com efluente doméstico
tratado. Revista Brasileira de Ciências Agrárias. v.7, n.3, p.421-426, 2012.

DONAGEMA, G. K.; CAMPOS, D. V. B.; CALDERANO, S. B.; TEIXEIRA, W. G.; VIANA,


J. H. M. Manual de métodos de análise de solo. 2ª.ed. Rio de Janeiro: Embrapa-Solos; 2011.
230p.

FAO. Situacion de los bosques no mundo. Roma, p.144, 2007.

MARCOLAN A. L. Suprimento e absorção de fósforo em solos submetidos a


diferentes sistemas de preparo. Tese. Programa de Pós-graduação em ciência do solo
Faculdade Agronomia. Universidade Federal do Rio Grande Sul. Porto Alegre, p.107, 2006.

PEDRERO, F.; KALAVROUZIOTIS, I.; ALARCÒN, J. J.; KOUKOULAKIS, P.; ASANO,


T. Use of treated municipal wastewater inirrigated agriculture: review of some practices in
Spain and Greece. Agricultural Water Management, v.9, p.233–1241, 2010.

SANTOS, H. G.; JACOMINE, P. K. T.; ANJOS, L. H. C.; OLIVEIRA, V. A.; OLIVEIRA, J.


B.; COELHO, M. R.; LUMBRERAS, J. F.; CUNHA, T. J. F. (Ed.). Sistema brasileiro de
classificação de solos. 2.ed. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2006. 306p.

VARALLO, A. C. T.; CARVALHO, L.; SANTORO, B. L.; SOUZA, C. F. Alterações


nos atributos de um Latossolo Vermelho-amarelo irrigado com água de reúso. Revista
Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 14, n. 4, p. 372–377,
2010.

93
Infiltração de água no solo com uso do cilindro único em área cultivada com feijão
sempre verde

João Victor Mendes de Melo1; Mariana da Silva1; Vanessa Lima Ponte1; Marcia Manso do
Nascimento1; Carlos Henrique Carvalho de Sousa2; Ademir Silva Menezes2
1
Discentes de Engenharia Agrícola e Ambiental, Faculdade Ieducare (FIED), Tianguá/CE. E-mail:
joaovictormendesmelo@gmail.com
2
Docentes do Curso de Engenharia Agrícola e Ambiental, Faculdade Ieducare (FIED), Tianguá/CE.

Área temática: Manejo, Conservação do Solo e Água

Introdução – o processo de infiltração e das suas relações com as propriedades do solo é de


fundamental importância para o eficiente manejo do solo e da água, sobretudo para áreas que
fazem o uso da irrigação. Portanto, o conhecimento da velocidade de infiltração é de grande
importância para o planejamento e execução de projetos de sistemas de irrigação e drenagem,
bem como contribui com a conservação dos recursos solo e água. Objetivou-se com este
trabalho avaliar a velocidade de infiltração de água no solo com o uso do cilindro único.
Métodos – testou-se um infiltrômetro de cilindro único com 7,5 cm de diâmetro e 25 cm de
altura. O cilindro foi cravado no solo até 10 cm de profundidade com auxílio de marreta e uma
prancha de madeira e nivelado. O volume de água utilizado foi calculado de acordo com o
volume suportado pelos cilindros a fim de que não ocorresse o transbordamento de água
durante a realização do teste. O tempo para que a água infiltrasse por completo foi contabilizado
com auxílio de um cronômetro. O procedimento foi repetido até que a taxa de infiltração
observada nos cilindros se tornasse constante com o tempo. O tempo acumulado e o intervalo
de tempo foram contabilizados, juntamente com os valores da lâmina de infiltração que foi
calculada, em mm. Resultados – de acordo com os dados coletados durante o ensaio de
infiltração, observou-se uma velocidade de infiltração estimada de 765 mm h-1 no início do
teste e de 98 mm h-1, quando houve a estabilização, sendo então este o valor denominado de
VIB (Velocidade de Infiltração Básica do solo). De acordo com BERNARDO et al., (2006) o
solo pode ser classificado de acordo com a sua velocidade de infiltração básica em: (VIB muito
alta) > 30 mm h-1, (VIB alta) de 15-30 mm h-1, (VIB média) de 5-15 mm h-1 e (VIB baixa) < 5
mm h-1. Ainda de acordo com os mesmos autores, sugere-se que o solo apresente uma textura
arenosa quando a VIB pode variar de 25 a 250 mm h-1. Em teste realizado na mesma área com
o uso dos cilindros concêntricos foram observados valores dentro da mesma faixa apresentada
pelo cilindro único. Conclusão - a velocidade de infiltração determinada pelo cilindro único
apresentou resultado compatível com valores determinados por outros métodos de estimativa
sendo o solo classificado como VIB muito alta (> 30 mm h-1).

Palavras-Chave: Infiltração, Água, Solo, Manejo do solo.

94
Composição química de três espécies de pitaias sob adubação potássica

João Paulo Cajazeira1; Edmilson Igor Bernardo Almeida2; Márcio Cleber de Medeiros Corrêa3;
William Natale4; Carlos Henrique Carvalho de Sousa5; Marcos Aurélio Araújo Lima6
1
Docente do Curso de Engenharia Agrícola e Ambiental, Faculdade Ieducare (FIED), Tianguá/CE. E-
mail: joao.cajazeira@fied.edu.br
2
Docente do Centro de Ciências Agrárias e Ambientais, Universidade Federal do Maranhão/UFMA,
Campus de Chapadinha, Chapadinha-MA.
3
Docente do Curso de Agronomia do Departamento de Fitotecnia, Centro de Ciências Agrárias,
Universidade Federal do Ceará/UFC.
4
Professor visitante do Departamento de Ciências do Solo, CCA, Universidade Federal do Ceará/UFC.
5
Docente do Curso de Engenharia Agrícola e Ambiental, Faculdade Ieducare (FIED), Tianguá/CE. E-
mail: carloshenrique@fied.edu.br
6
Docente do Curso de Engenharia Agrícola e Ambiental, Faculdade Ieducare (FIED), Tianguá/CE. E-
mail: marcosaurelio@fied.edu.br

Área temática: Fertilidade do solo, nutrição de plantas e correção de solos

RESUMO: Avaliou-se os teores do elemento potássio nas espécies estudadas e substrato de


cultivo. Utilizou-se o delineamento em blocos casualizados no esquema 3 x 5, como fatores as
espécies e as doses de K. O objetivo foi a avaliação das espécies Pitaia Branca (Hylocereus
undatus), Pitaia Vermelha (Hylocereus sp.) e Pitaia do Cerrado (Hylocereus setaceus), em
resposta a cinco doses de potássio e mensurar o teor deste elemento no tecido vegetal. O maior
acúmulo de K nos tecidos ocorreu na pitaia do Cerrado, com valores de 57,9 g de K kg-1 para
os cladódios e 5,8 g de K kg-1 nas raízes. Portanto, a espécie que se destacou quimicamente foi
a do Cerrado, sendo a vermelha intermediária em todas as avaliações.

PALAVRAS-CHAVE: Fruticultura; Nutrição mineral; Pitaya; Potássio; Hylocereus.

INTRODUÇÃO: A pitaia é tida como uma fruta exótica, porém, há materiais nativos de pitaia
no Cerrado que, apesar do grande potencial comercial, ainda são escassos os estudos de
caracterização físico-química (LIMA et al., 2013). Embora se encontrem no estado do Ceará
áreas comerciais de produção de pitaias, ainda são raros os trabalhos de pesquisa voltados para
a caracterização química dos tecidos da cultura em condições nordestinas. Sendo assim, o que
se faz é uma aproximação dos tratos culturais embasados em outras regiões que, muitas vezes
apresentam características ambientais diferentes. De acordo com Oliveira et al. (2004), a
disponibilidade do K depende de sua difusão no solo; além disso, sua concentração na solução
e a capacidade de adsorção são fatores fundamentais para esta difusão (PHILLIPS; BURTON,
2005). Assim, objetivou-se com este trabalho avaliar a absorção do potássio na parte aérea e
radicular das espécies Hylocereus undatus, Hylocereus sp. e Hylocereus setaceus, em resposta
a cinco doses de potássio em ambiente protegido.

MATERIAL E MÉTODOS: O experimento foi conduzido em casa de vegetação do


Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal do Ceará, nas coordenadas 3 o44’25”S e
38o34’30”W. A classificação de Köppen, define o clima do tipo Aw’ (ALVARES et al., 2014).

95
O material vegetal utilizado foi obtido pelo enraizamento de estacas coletados em plantas
matrizes com 380 dias, de acordo com Pontes Filho et al. (2014). Os materiais selecionados
foram pitaia branca (H. undatus), pitaia vermelha (Hylocereus sp.) e pitaia-do-Cerrado (H.
setaceus). As padronizações destes materiais foram realizadas mediante o comprimento e o
diâmetro na porção mediana do cladódio, os valores médios de comprimento e diâmetro: 29,8
cm e 5,6 cm; 29,4 cm e 3,8 cm; 44,4 cm e 2,5 cm para pitaia branca, vermelha e do Cerrado,
respectivamente. O material foi lavado em água corrente e posto à secagem ambiente (± 25 ºC
e 70% de UR) durante 60 min; em seguida foram plantadas para enraizamento em vasos com
capacidade de 10 dm3 de substrato, com as características: pH (H2O) = 5,3; M.O. (g dm-3) =
3,31; P-Mehlich (mg dm-3) = 2,0; K+ (mg dm-3) = 0,1; Ca+++Mg++ (cmolc dm-3) = 0,9; Na+
(cmolc dm-3) = 0,17; Al trocável (cmolc dm-3) = 0,20; H + Al (cmolc dm-3) = 1,49; S = 1,1
(cmolc dm-3); T = 2,6 (cmolc dm-3); V(%) = 42; m (%) = 7,0; C (g dm-3) = 1,92; N (g dm-3) =
0,17. Para caracterização química do tecido vegetal, trabalhou-se num DBC no arranjo fatorial
3 x 5, com quinze tratamentos e quatro repetições, utilizando-se como fatores as espécies H.
undatus, Hylocereus sp. e H. setaceus e as doses de potássio (0, 80, 160 240 e 320 mg dm-3).
Antes foi realizada a adubação fosfatada básica, homogeneizando-se 160 mg P dm-3 na forma
de superfosfato simples (18% P2O5), o que corresponde a 20,35 g por vaso; 25,40 mg dm-3 de
micronutrientes na forma de FTE BR 12 (0,254 g por planta); e 375 mg N dm-3, parcelado em
3x mantendo-se a mesma proporção, na forma de sulfato de amônio (20% N), correspondendo
a 6,25 g por vaso. As doses experimentais testadas foram parceladas em três vezes iguais, sendo
cada parcelamento de 0,53; 1,07; 1,6; 2,14 g de KCl por vasos. O parcelamento se deu com o
propósito de atenuar as perdas por lixiviação e minimizar os efeitos salinizantes do cloreto.
Após a retirada da planta o material foi separado; a seguir, colocados em estufa sob circulação
forçada de ar à temperatura de 65 ºC (72 h). Em seguida, o material foi moído (Willey) e
enviado ao Laboratório de Solo da Embrapa/CNPAT para a realização das análises químicas
dos tecidos. Realizou-se digestão a seco e filtrado em filtro de velocidade rápida com adição
de 50 mL de HNO3 1M para dissolução das cinzas. O extrato obtido da filtragem foi utilizado
para análise. A determinação do elemento foi realizada por fotometria de chama, em g kg-1.
Realizou-se teste de normalidade Shapiro-Wilk, a 5% de significância, aceitando-se H0, os
dados foram submetidos à análise de variância, teste F com nível de significância p<0,05, de
modo a avaliar os efeitos principais dos fatores e de sua interação. Foi realizado teste de
comparação de médias pelo teste de Tukey para o fator qualitativo (p<0,05) e ajuste de
regressão.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A tabela 1 reuniu os quadrados médios para os teores de


potássio nos cladódios, nas raízes e no substrato. Nota-se que as espécies estudadas e as doses
de K aplicadas interagiram significativamente no tecido vegetal, a 5% para a parte aérea e 1%
para o sistema radicular, ao passo que para o substrato apenas a dose diferiu (p<0,01); este
último dado aponta que todos os vasos receberam de forma homogênea suas respectivas doses
de adubo.

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Tabela 1. Quadrados médios da análise de variância para o teor de potássio nos cladódios,
sistema radicular e substrato para três espécies de pitaia aos 270 dias após a implantação do
experimento.
FV GL ...................................Quadrados médios....................................
Teor de K
Teor de K Cladódio Teor de K Raízes
Substrato
Espécies 2 297,7268** 37,4854** 1,9506ns
** **
Dose K 4 395,2113 31,2130 86,3122**
* **
Espécie x Dose 8 39,9210 1,4826 0,7465ns
Resíduo 42 15,5385 0,3966 0,6520
C.V.(%) 12,7 14,3 16,7
FV – Fonte da variação; GL – Grau de liberdade; C.V. – Coeficiente de variação; * – Significativo a 5%
de probabilidade; ** – Significativo a 1% de probabilidade; ns – Não significativo até 5% de probabilidade.

De acordo com a tabela 2, encontrou-se maior teor de K nos cladódios para a pitaia do Cerrado.
Das espécies analisadas, esta foi numericamente a maior, diferindo das outras duas nas doses
80 e 320 mg dm-3. Quando se compara as espécies em relação às doses de K, observa-se que
todas apresentaram crescimento linear positivo (figura 1A). De maneira geral, as três espécies
se comportaram de forma semelhante com pequeno aumento no teor de K nos tecidos da pitaia
do Cerrado. Trabalhando com a espécie Hylocereus undatus, Almeida (2013), encontrou
valores para o teor de K na parte aérea que variaram de 12,8 a 46,0 g kg-1, nesta pesquisa a
variação para a mesma espécie foi de 21,4 a 32,8 g kg-1.

Tabela 2. Teor de potássio nos cladódios das três espécies de pitaia, em função das doses de
potássio.
Potássio, mg dm-3
Tempo
0 80 160 240 320
Teor K Cladódios, g kg-1
P. Branca 21,4a 27,5b 25,1b 28,3b 32,8b
P. Vermelha 21,8a 25,4b 36,1a 35,8a 35,3b
P. Cerrado 22,7a 34,3a 36,2a 37,7a 42,8a
dms espécie 6,7
Médias seguidas pela mesma letra, nas colunas, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey (p=5%)

A exemplo dos cladódios, a pitaia do Cerrado apresentou maior teor de K nas raízes, se
comparada à branca e à vermelha, diferindo estatisticamente em todas as doses de K aplicadas,
mostrando que nesta espécie também foram encontrados os maiores teores de K na massa das
raízes. De acordo com observações fisiológicas descritas por Bredemeier & Mundstock (2000),
maiores valores foram mensurados no crescimento dos cladódios da pitaia do Cerrado, se
comparado às demais pitaias; a demanda pelo K na parte aérea foi superior, conforme mostra
a tabela 3 e a figura 1B. Esta última mostra crescimento linear, altamente significativo paras as
três espécies em resposta as doses aplicadas de K. Observou-se, ainda, incremento de 2,7; 4,2
e 5,7 g kg-1 para as espécies branca, vermelha e Cerrado, respectivamente, se comparado a
testemunha.

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Tabela 3. Teor de potássio no sistema radicular das três espécies de pitaia, em função das doses
de potássio.
Potássio (mg dm-3)
Tempo
0 80 160 240 320
Teor K Raízes (g kg-1)
P. Branca 1,3 b 2,8 b 4,0 b 4,1 b 4,0 c
P. Vermelha 1,6 ab 3,4 b 3,7 b 5,0 b 5,8 b
P. Cerrado 2,6 a 5,7 a 5,8 a 7,0 a 8,3 a
dms espécie 1,0
Médias seguidas pela mesma letra, nas colunas, não diferem estatisticamente pelo teste de
Tukey (p=5%).

Conforme a tabela 1, o teor de K no substrato diferiu estatisticamente apenas entre as doses;


assim, procedeu-se à regressão, sendo o melhor ajuste o modelo linear positivo. Comparando a
dose controle com a maior dose de K aplicada, houve disponibilidade deste elemento para a
planta de quase sete vezes, conforme mostra a figura 1C.

Figura 1. Teor de potássio nos cladódios, raízes das três espécies de pitaia e substrato, em
relação às doses de potássio (mg dm-3), aos 180 e 270 dias após a aplicação dos tratamentos.

CONCLUSÕES: Os maiores teores de K no tecido vegetal foram encontrados na pitaia do


Cerrado, seguida da vermelha e da branca. Pode ser indicativo de maior exigência de K por
esta espécie.

AGRADECIMENTOS: A Capes, pela concessão de bolsa ao primeiro autor. A Embrapa


Agroindústria Tropical/CNPAT pelo apoio nas análises.

98
REFERÊNCIAS

ALMEIDA, E.I.B. Crescimento inicial de pitaia (Hylocereus undatus) em função de


combinações de doses de fósforo-zinco e nitrogênio-potássio. Fortaleza: Universidade Federal
do Ceará, 2013. 85p. Tese Doutorado.

ALVARES, C.A.; STAPE, J.L.; SENTELHAS, P.C.; GONÇALVES, J.L. de M.;


SPAROVEK, G. Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift,
Stuttgart, v.22, n.6, p.711-728, 2014.

BREDEMEIER, C.; MUNDSTOCK, C. M. Regulação da absorção e assimilação do nitrogênio


nas plantas. Ciência Rural, v.30, n.2, p.365-372. 2000.

LIMA, C.A. de; FALEIRO, F.G.; JUNQUEIRA, N.T.V.; COHEN, K. de O.; GUIMARÃES,
T.G. Características físico-químicas, polifenóis e flavonóides amarelos em frutos de espécies
de pitaias comerciais e nativas do Cerrado. Revista Brasileira de Fruticultura, v.35, n.2, p565-
570, 2013.

OLIVEIRA, R.H.; ROSOLEM, C.A.; TRIGUEIRO, R.M. Importância do fluxo de massa e


difusão no suprimento de potássio ao algodoeiro como variável de água e potássio no solo.
Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 28, p. 439-445, 2004.

PHILLIPS, I.; BURTON, E. Nutrient leaching in undisturbed cores of an acidic Sandy podosol
following simultaneous potassium chloride and di-ammonium phosphate application. Nutr.
Cycling Agroecosyst., n. 73, p. 1385-1314, 2005.

PONTES FILHO, F.S.T.; ALMEIDA, E.I.B.; BARROSO, M.M.A.; CAJAZEIRA, J.P.;


CORRÊA, M.C. de M. Comprimento de estacas e concentrações de ácido indolbutírico (AIB)
na propagação vegetativa de pitaia. Revista Ciência Agronômica, v. 45, n. 4, p. 788-793, 2014.

99
Densidade de plantio de coentro em caixa de leite em pequeno espaço

Damiana F. da S. Dantas ; Tony A. G. Dantas , João P. Cajazeira; Francisco T. de A. Aragão;


1 2

Marcos A. A. Lima ; Ademir S. Menezes


1 1

E-mail: damiana@fied.edu.br; FIED/UNINTA; IFCE-Campus Tianguá


1 2

Área temática: Produção vegetal.

Introdução – O Coentro (Coriandrum sativum L.) é uma planta anual originária da Europa,
trazido pelos portugueses ao Brasil, que incorporou a culinária, principalmente nordestina.
Encontrar a densidade certa no seu cultivo tem papel importante no rendimento da lavoura,
uma vez que pequenas variações na densidade possuem grande influência no rendimento final
da cultura. Neste sentido o trabalho teve por objetivo avaliar a produção de coentro cultivados
em pequenos espaços (Caixa de leite). Métodos – Durante a pandemia, foi realizado na horta
doméstica da primeira autora, um experimento utilizado em caixa de leite de 1 L, preenchido
com substrato composto de 50% de solo de barranco e 50% de esterco bovino curtido, onde os
tratamentos foram: Tratamento 1 = 10 sementes por caixa , Tratamento 2 = 20 sementes por
caixa, Tratamento 3 = 30 sementes por caixa, Tratamento 4= 40 sementes por caixa,
Tratamento 5 = 50 sementes por caixa, Tratamento 6 = 60 sementes por caixa, semeado dia
29/10/2021, utilizando sementes de coentro verdão, sendo irrigado duas vezes por dia até o
solo apresentar leve drenagem e entrar em capacidade de campo. Algumas plantas espontâneas
que sugiram foram eliminadas das caixas, neste período não foram identificados ataque de
pragas ou doenças. Aos 35 dias após a semeadura as plantas foram colhidas, para obtenção
número de plantas por caixa, massa fresca da parte aérea e raiz e massa fresca da raiz. Os dados
foram submetidos à análise de variância e as médias serão comparadas pelo teste de Tukey ao
nível 5% de probabilidade. Resultados – O número de plantas por caixa aumentou de forma
quadrática atingindo a maior população com 40 sementes e uma população de 35 plantas, após
esse valor a população diminuiu devido possivelmente a limitação de espaço em maiores
número de sementes. A massa fresca da parte aérea respondeu de forma quadrática com maior
valor no tratamento com 40 e uma produção de biomassa fresca de 55 gramas, maiores
população ocasionou uma redução na produção de material verde, ocasionada possivelmente
por competição entre as plantas por luz, água e nutrientes. Esses valores mostram que o
aumento no número de sementes, não reflete aumento linear na produção de biomassa. A massa
fresca da raiz seguiu a mesma tendência da massa fresca aérea com aumento até as 50 sementes
por caixa. Conclusões – Para cultivo de coentro em caixa de leite com 1 litro de substrato,
recomenda-se 40 sementes de coentro para obter os melhores resultados agronômicos.

Palavras-Chave: Coriandrum sativum L., densidade, horta em pequenos espaços.

100
Identificação de populações de Meloidogyne spp. associadas a cultura de tomate em
Ibiapina, Ceará.

Luis C. F. Rodrigues1; Francisco J. C. Souza Junior2

E-mail: luiscarlos@grupocultivar.agr.br; 1FIED/UNINTA; 2UFRPE.

Área temática: Ecologia e recursos naturais

Introdução – Solanum lycopersicum L. é uma importante cultura no estado do Ceará,


ocupando o primeiro lugar no ranking das hortaliças mais produzidas no estado. A região da
Serra da Ibiapaba, localizada na região noroeste do estado, é um importante polo produtor de
tomate, com foco no consumo in natura. Um dos principais problemas fitossanitários na cultura
é os nematoides das galhas, portanto o objetivo desde estudo foi realizar a identificação de
populações de Meloidogyne spp. em área de produção de tomate no município de Ibiapina,
Ceará. Métodos – coletou-se amostras de solo (Neossolo Quartzarênico) em área cultivada
com fruticultura (Mangifera indica) e com olericultura (Sechium edule) em sistema
convencional somando 0,5 hectare pertencente a Faculdade Ieducare – FIED no município de
Tianguá, CE, situado no planalto da Ibiapaba. Efetuou-se uma a amostragem de solo na
profundidade de 00 – 20 cm em ambas as áreas em DIC e três repetições. Sendo posteriormente
encaminhada ao laboratório para determinação das seguintes análises: granulometria,
porosidade total, densidade do solo e de partículas. Os dados foram submetidos a estatística
descritiva com nível de confiança de 95%. As coletas das populações de nematoides foram
realizadas no mês de maio de 2021. Raízes e solo de áreas infestadas foram coletados, o
material foi acondicionado em duplo saco plástico. As amostras foram homogeneizadas e
processadas imediatamente para extração, a partir de 300 cm3 de solo e 10 g de raiz, utilizando-
se o método da flotação centrífuga. As identificações a nível de gênero dos fitonematoides
serão feitas com chave de identificação. Posteriormente, foi realizada a caracterização das
espécies de Meloidogyne por meio de análises morfológicas por meio de cortes perineais,
bioquímicas por meio do perfil da esterase, utilizando uma fêmea e moleculares utilizando dois
fragmentos do DNA ribossomal, a região D2-D3 do 28S e 18S. Resultados – De acordo com
os cortes perineais, perfil da esterase e as análises das sequências D2-D3 e 18S foram
identificadas duas espécies de Meloidogyne, com prevalência de M. incognita (IBT01) com
70% das ocorrências e 30% de M. javanica (IBT02) na área amostrada. Conclusões – A
presença das espécie M. incognita e M. javanica indica que estes fitonematoides como agente
indutor de danos na cultura, ressaltando os prejuízos causados na planta e na produção, devendo
assim, medidas de manejo serem adotadas com o intuito de minimizar as perdas, além de
manter as áreas de produção viáveis. Este estudo contribuiu para a atualização das informações
a respeito da ocorrência, distribuição e novos relatos desse nematóide no estado de Ceará, bem
como a necessidade de mais estudos envolvendo este patossistema para ampliar o
conhecimento nesta área.

Palavras-Chave: Solanum lycopersicum, Meloidogyne spp., filogenia, fitossanidade.

101
Levantamento da devolução de embalagens de defensivos vazias na região da Serra da
Ibiapaba – Ceará

Felipe Fontenele Frota Menezes¹; Eriberto de Sá Ponte Junior²; Francisco Thiago de


Albuquerque Aragão²; Luiz de Melo Gomes³; Antônio de Paulo Macedo Holanda Junior³;
1
Discente de Engenharia Agrícola e Ambiental, Faculdade Ieducare (FIED), Tianguá/CE. E-mail:
felipefontenelefrotam@gmail.com
2
Docentes de Ciência Agrícola e Ambiental, Faculdade Ieducare (FIED), Tianguá/CE.
3
Membros da Associação de Cooperação Agrícola do Estado do Ceará – ACACE.

Área temática: Gestão Ambiental

RESUMO: A agricultura é uma área com expansão intensa, pois as necessidades de alimentos,
roupas, e matéria prima para a produção de bens de consumo crescem a cada dia junto com o
crescimento populacional. A produção agrícola ocasionou o descarte inadequado de
embalagens de defensivos que vem se tornando um grande problema ao longo dos anos, pois
se descartadas em locais impróprios, causam riscos à saúde humana e ao meio ambiente. O
descarte e armazenamento das embalagens de defensivos agrícolas devem ser realizados de
acordo com as normas e legislações impostas após o seu uso, dentro do prazo de um ano a
partir da data da compra. Visto isso, objetivou-se com esse trabalho, realizar pesquisa
bibliográfica sobre devolução de embalagens vazias de defensivos agrícolas na região da Serra
da Ibiapaba, celeiro agrícola do estado do Ceará e expor a problemática do descarte inadequado
de embalagens vazias de defensivos agrícolas. Observou-se com o estudo que mesmo com o
Brasil realizando a destinação de 94% das embalagens de defensivos, o Estado do Ceará ainda
apresenta números inferiores, em especial a região da Serra da Ibiapaba. O crescimento do
volume recebido ao longo dos anos é relevante, mas longe de ser ideal.

PALAVRAS-CHAVE: Defensivos; Descarte; Logística Reversa.

INTRODUÇÃO: Esse trabalho teve como objetivo, expor a problemática do descarte


inadequado de embalagens vazias de defensivos agrícolas na região da Serra da Ibiapaba,
através de coleta de dados junto à ACACE (ASSOCIAÇÃO DO COMÉRCIO
AGROPECUÁRIO DO CEARÁ) em Ubajara-Ce, sobre volume em toneladas de embalagens
vazias devolvidas e quantidade de produtores que realizaram a destinação (2013 a 2020) de
embalagens de defensivos no posto de coleta em Ubajara – CE. A agricultura é uma área com
expansão intensa, pois as necessidades de alimentos, roupas, e matéria prima para a produção
de bens de consumo crescem a cada dia junto com o crescimento populacional. Por esse motivo
a demanda de alimentos e derivados agrícolas em geral, é alta, o que faz com que muitos
produtores escolham o estilo convencional (ao invés do orgânico), utilizando defensivos
agrícolas e adubos químicos, para assegurar a qualidade e quantidade de produção para suprir
a demanda elevada. A produção agrícola ocasiona o descarte inadequado de embalagens de
defensivos que vem se tornando um grande problema ao longo dos anos, pois se descartadas
em locais impróprios, causam riscos à saúde humana e ao meio ambiente. Além do mais,
algumas vezes essas embalagens são reutilizadas para armazenar, água, alimentos e ração de
animais (REZENDE; FLORESTA, 2018). Por estes problemas expostos, várias leis e decretos

102
foram criados a fim de regulamentar e normatizar a lavagem, armazenamento e destinação das
embalagens vazias utilizadas na agricultura. A maioria dos defensivos agrícolas é
comercializada em embalagens de plásticos de diferentes dimensões, e estas, apresentam riscos
de contaminação se descartados de maneira inadequada, onde é obrigação do agricultor realizar
a devolução de maneira correta. Na agricultura, grande parte dos defensivos é armazenada em
embalagens plásticas sendo classificadas em laváveis, não laváveis, flexíveis e rígidas. Os
recipientes flexíveis são utilizados para armazenagem de pós molháveis e os rígidos para
líquidos (GONÇALVES e ALMEIDA, 2017). O descarte e armazenamento das embalagens de
defensivos agrícolas devem ser realizados de acordo com as normas e legislações impostas
após o seu uso, dentro do prazo de um ano a partir da data da compra. O descarte fora do prazo
ou de maneira indevida pode acarretar multa e até detenção por crime ambiental dependendo
do nível de gravidade (RAMOS et al, 2016). A logística reversa controla e planeja o fluxo de
recebimento de embalagens do pós-consumo de defensivos agrícolas, aplicando leis de
responsabilidade entre os canais de recebimento e distribuição. A Lei Federal nº 9.974 de 2000
e o decreto Federal nº 4.074 de 2002 são responsáveis pela Logística Reversa das Embalagens
de defensivos no Brasil. Antes da devolução o agricultor deve fazer a lavagem das embalagens
por três vezes e perfurá-las para que não sejam reutilizadas. O produtor rural tem o prazo de
até um ano a partir da data da compra, para devolver as embalagens vazias (DA SILVA E
MAGALHÃES, 2017). O grande risco da não destinação ou descarte inadequado é a
contaminação do solo, da água e do ar, que por conter substâncias tóxicas podem causar
impactos na saúde humana, e no meio ambiente. Se essas embalagens não forem destinadas e
tratadas adequadamente, podem levar centenas de anos para se degradar na natureza (SINIR,
2018).

MATERIAL E MÉTODOS: Esse artigo foi embasado em pesquisa bibliográfica por meio de
artigos científicos, legislações consultadas nas páginas dos portais governamentais, revistas
cientificas, tese de doutorados e visita à ACACE com sede em Ubajara-CE, que realiza a coleta
das embalagens de defensivos agrícolas vazias na região da Serra da Ibiapaba. A abordagem
mostra as consequências do descarte inadequado das embalagens, o que realmente deveria ser
feito e as multas e consequências do descarte inadequado. O Artigo foi escrito com os dados
fornecidos pela ACACE, referente ao volume anual (2013 a 2020) de embalagens de defensivos
agrícolas vazios devolvidas (em toneladas, T) pelo posto de recolhimento de Ubajara, com foco
voltado para embalagens provenientes da região da serra da Ibiapaba-Ce.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A Associação iniciou suas atividades no ano de 2013, onde


o volume de recolhimento foi o menor dentre os anos registrados, provavelmente por conta dos
produtores locais ainda não tivessem tomado conhecimento do posto de recolhimento. No ano
seguinte houve aumento significativo, conforme é observado na Tabela 1.

Tabela 1. Volume(T)/Quantidade de produtores


2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Volumes (T) 7.800 23.236 16.850 14.295 22.190 28.675 18.786 13.279
Produtores 73 178 115 107 229 194 194 130
Fonte: ACACE, 2021.

103
Os anos de 2015 e 2016 apresentam declínio por conta da crise hídrica na região da Ibiapaba,
que comprometeu a produção agrícola na região. 2017 e 2018 apresentaram aclives, pois houve
chuvas regulares e abastecimento das reservas hídricas. 2019 e 2020 apresentam um segundo
declínio por se tratar dos anos referentes ao início da pandemia (COVID 19), onde houve
bastante redução de movimento, como é possível se observar nos gráficos 1 e 2.

Nesse período houve também bastante substituição da produção convencional por produção
orgânica ou livre de defensivos (telados e estufas). Há também o avanço tecnológico na
eficiência e concentração dos defensivos, que podem ser um dos motivos para tal redução.
A quantidade de produtores que realizaram a devolução de embalagens acompanha, quase que
fielmente, o volume de embalagens devolvidas pelos mesmos motivos citados no parágrafo
anterior.

CONCLUSÕES: Conclui-se que com o Brasil realizando a destinação de 94% das embalagens
de defensivos (INPEV 2020), o Estado do Ceará ainda apresenta números bem inferiores a esta
taxa, em especial a região da Serra da Ibiapaba. Ainda que sem termos dados para comparar a
taxa de destinação, é visível nos campos que a destinação na região ainda é muito falha. A
ACACE vem trabalhando de modo árduo para tentar reverter esta situação na Ibiapaba,
cumprindo ações de recebimentos itinerantes em várias cidades da região. O crescimento do
volume recebido ao longo dos anos é significativo, mas longe de ser ideal. O recebimento das
embalagens está diretamente ligado à fatores externos que influenciam diretamente a produção
agrícola.

REFERÊNCIAS

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1997.

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colhidos de 2013 a 2020. Visita Técnica 15/10/2021.

104
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2017. Tese de Doutorado. Universidade de Rio Verde.

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RAMOS, J. C.O. et al. Riscos do descarte inadequado de embalagens de agrotóxicos. Jales.


São Paulo, v. 6, 2016.

REZENDE, D. M. L. C.; FLORESTA, A. I. S., A logística reversa das embalagens de


defensivos agrícolas em Itumbiara–GO, 2018.

Sistema Nacional de Informações Sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (SINIR), 2018.
Disponível em: https://sinir.gov.br/component/content/article/63-logistica-reversa/124-
embalagens-de-agrotoxicos> Acessado em: 11/10/2021.

105
Importância do nitrogênio na cultura do milho

Belmiro Saburo Shimada1; Marcos Vinícius Simon2


1
Discente de mestrado em Agronomia, Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste),
Marechal Cândido Rondon/PR. E-mail: shimada.belmiro@gmail.com;
2
Discente de Agronomia, Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Marechal Cândido
Rondon/PR.

Área temática: Produção vegetal

RESUMO: O desenvolvimento da cultura do milho depende de uma série de fatores, sendo


uma delas a adubação nitrogenada. O objetivo do trabalho é realizar uma breve revisão de
literatura sobre a importância do nitrogênio para a cultura do milho. O presente estudo foi
desenvolvido com base na revisão de literatura e pesquisas relevantes sobre a importância do
nitrogênio na cultura do milho, com o intuito de caracterizar a importância do nitrogênio nas
plantas e demonstrar seu uso na cultura. Na cultura do milho a aqueda nutrição das plantas é
essencial tornando-as menos suscetíveis ao ataque de pragas e doenças, períodos de seca e
estresses, além de aumentar a produtividade e qualidade pelos benefícios proporcionados.
Dessa forma, necessita-se do fornecimento de nutrientes, sendo eles o nitrogênio e outros
nutrientes, por meio da adubação. O nitrogênio apresenta uma relação direta com o aumento
no rendimento de grãos, por participar de diversos processos químicos e físicos da planta,
fotossíntese, crescimento, desenvolvimento, grãos, susceptibilidade a pragas e doenças, entre
outros. Desse modo, evidencia-se a importância do nitrogênio na cultura do milho, além de ser
importante para as plantas em geral, tem destaque na cultura do milho, devido a sua grande
exigência pela planta de milho. A importância do nitrogênio está relacionada diretamente a
planta, no seu crescimento e desenvolvimento, composição química e física, ao seu uso pela
cultura do milho, aos benefícios proporcionados, seja de ganho de massa, caule, fotossíntese,
entre outros, incrementando-se os componentes de produção.

PALAVRAS-CHAVE: Adubação nitrogenada; Manejo; Nutrição; Produtividade.

INTRODUÇÃO: O milho (Zea mays L.) é o cereal mais produzido e consumido no mundo,
sendo classificado como a segunda commodity mais negociada, perdendo apenas para a cultura
da soja. O seu cultivo ocorre desde os primórdios do seu descobrimento, sendo considerada
uma das culturas com maior destaque e com importância em nosso país (MIRANDA et al.,
2018; CONAB, 2018; BERNARDI et al., 2020). Para o melhor desenvolvimento da cultura de
milho, muitos métodos e meios foram utilizados, empregando-se de melhores técnicas de
cultivo. Das técnicas e tecnologias utilizadas para melhor desenvolvimento da cultura é a
adubação, melhorando as condições do solo para aumentar a absorção de nutrientes (AMARAL
et al., 2017; GUIMARÃES et al., 2019; BERNARDI et al., 2020). Segundo Mortate et al.
(2018) e Guimarães et al. (2019) em decorrência da alta produção de biomassa pelo milho,
ocorre um alta extração e acúmulo de elementos do solo, tornando-se essencial a adubação para
suprir essas deficiências e vários trabalhos encontram grande extração de macronutrientes nas
cultivares de milho, com o nitrogênio um dos mais exportados para a planta de milho. Desse
modo, nota-se a que o nitrogênio é um dos elementos mais importantes para a cultura,

106
necessitando-se de sua utilização, fazendo-se necessário um estudo abrangente sobre esse tema,
para demonstrar e verificar a importância desse nutriente na cultura do milho. O objetivo do
trabalho é realizar uma breve revisão de literatura sobre a importância do nitrogênio para a
cultura do milho, demonstrando o quanto a adubação de nitrogênio na cultura é necessária para
seu desenvolvimento e produção.

MATERIAL E MÉTODOS: O presente estudo foi desenvolvido com base na revisão de


literatura e pesquisas relevantes sobre a importância do nitrogênio na cultura do milho, com o
intuito de caracterizar a importância do nitrogênio nas plantas e demonstrar seu uso na cultura.
Busca-se evidenciar como é importante o nitrogênio na cultura do milho, fazendo-se assim uma
reflexão sobre está problemática e mostrando como é importante o nitrogênio na agricultura.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na cultura do milho a nutrição adequada das plantas é


essencial para que fiquem menos suscetíveis ao ataque de pragas e doenças, períodos de seca
e estresses, além de aumentar a produtividade e qualidade pelos benefícios proporcionados
(FRANÇA et al., 2017; SANTOS et al., 2017). Dessa forma, para possibilitar a produção e o
aumento da produtividade, conforme Menezes et al. (2018), necessita-se do fornecimento de
nutrientes, sendo eles o nitrogênio e outros nutrientes, por meio da adubação do solo, que pode
ser de fonte mineral ou orgânica. Dessa forma, torna-se imprescindível a aplicação do
nitrogênio nos estádios de crescimento e desenvolvimento, para evitar a redução de
crescimento ou de formação, ajudando-a tornar mais saudável para não estar susceptível ao
clima, estresses, pragas e doenças (FRANÇA et al., 2017; FERREIRA et al., 2017; SANTOS
et al., 2017). Além disso, o nitrogênio apresenta uma relação direta com o aumento no
rendimento de grãos, pois é um elemento essencial no cultivo de milho, por participar de
diversos processos químicos e fisícos da planta, fotossíntese, crescimento, desenvolvimento,
grãos, susceptibilidade a pragas e doenças, entre outros (RODRIGUES et al., 2018;
PICAZEVICZ et al., 2019). Desse modo, o nitrogênio possui grande importância no sistema
de produção, porém a sua disponibilidade é muito variável, sendo influenciado pelo manejo,
sistema de cultivo, fonte do nutriente e pelas condições edafoclimáticas. Dessa forma, os efeitos
característicos do nitrogênio na planta podem ser variáveis, mudando a partir da dose, do local,
momento e todos os fatores relacionados a absorção do nitrogênio na planta (SANTOS et al.,
2017; RODRIGUES et al., 2018). Além disso, ao se tratar do uso do nitrogênio na cultura do
milho, muitos trabalhos apontam efeitos positivos nos componentes de rendimento e a
produtividade de grãos do milho com o uso do nitrogênio, mas os resultados podem variar,
sendo as diferenças ocasionadas por condições particulares em cada estudo, como clima, solo,
precipitação, nível de investimento, sistema de cultivo e manejo da cultura (FERREIRA et al.,
2017; COELHO et al., 2017; BATISTA et al., 2018). A importância do nitrogênio está
relacionada diretamente a planta, no seu crescimento e desenvolvimento, composição química
e física, ao seu uso pela cultura do milho, aos benefícios proporcionados, seja de ganho de
massa, caule, fotossíntese, entre outros. Além disso, trabalhos apresentaram efeitos positivos
com a adubação nitrogenada como o trabalho de Portugal et al. (2017) em que a adubação
nitrogenada aumentou a massa de mil grãos e a produtividade, Picazevicz et al. (2019)
aumentando a altura, massas secas da parte aérea, raiz e total das plantas, Batista et al. (2019)
aumentando a altura, e Neumann et al. (2019) na redução no número de folhas secas e elevou
os teores dos carboidratos fibrosos da planta. Desse modo, evidencia-se a importância do

107
nitrogênio na cultura do milho, além de ser importante para as plantas em geral, tem destaque
na cultura do milho, devido a sua grande exigência pela planta de milho. Assim, a aplicação de
nitrogênio possibilita um melhor crescimento e desenvolvimento, proporcionando benefícios a
cultura do milho, impactando no rendimento final do milho.

CONCLUSÕES: Na cultura do milho a nutrição adequada das plantas é essencial para que
fiquem menos suscetíveis ao ataque de pragas e doenças, períodos de seca e estresses, além de
aumentar a produtividade e qualidade pelos benefícios proporcionados. A importância do
nitrogênio está relacionada diretamente a planta, no seu crescimento e desenvolvimento,
composição química e física, ao seu uso pela cultura do milho, aos benefícios proporcionados,
seja de ganho de massa, caule, fotossíntese, entre outros, incrementando-se os componentes de
produção.

REFERÊNCIAS

AMARAL, L. A do.; ASCARI, J. P.; DUARTE, W. M.; MENDES, I. R. N.; SANTOS, E da


S.; JULIO, O. L. L de. Efeito de doses de gesso agrícola na cultura do milho e alterações
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BATISTA, V. V.; ADAMI, P. F.; FERREIRA, M. L.; GIACOMEL, C. L.; SILVA, J. S.;
OLIGINI, K. F. Ácidos húmicos/fúlvicos e nitrogênio na produtividade da cultura do milho,
Brazilian Journal of Biosystems Engineering, v. 12, n. 3, p. 257-267, 2018.

BATISTA, V. V.; OLIGINI, K. F.; GIARETTA, R.; RABELO, P. R.; ADAMI, P. F.; LINK,
L. Densidade de plantas e doses de nitrogênio no cultivo de milho safrinha no Paraná, Revista
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BERNARDI, G.; MARODIN, L. G.; PRAI, M. D.; SORDI, A. Crescimento do milho


submetido a aplicações de nitrogênio, Anuário Pesquisa e Extensão Unoesc São Miguel do
Oeste, v. 5, 2020.

COELHO, A. E.; TOCHETTO, C.; TUREK, T. L.; MICHELON, L. H.; FIOREZE, S. L.


Inoculação de sementes com Azospirillum brasilense em plantas de milho submetidas à
restrição hídrica, Scientia Agraria Paranaensis, v. 16, n. 2, p. 186-192, 2017.

CONAB. Boletim da Safra de Grãos. 2018. Disponível em: <https://www.conab.gov.br/info-


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FERREIRA, E. A.; PAIVA, M. C. G.; PEREIRA, G. A. M.; OLIVEIRA, M. C.; SILVA, E de


B. Fitossociologia de plantas daninhas na cultura do milho submetida à aplicação de doses de
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FRANÇA, S. C.; OLIVEIRA, A. C de.; FARIAS, G. A.; JUNIOR, L. F. C.; SILVA, V. L da.
Doses de nitrogênio no crescimento de porta-enxerto de goiabeira paluma amarela, Revista
Scientia Agraria, v. 18, n. 2, p. 54-65, 2017.

108
GUIMARÃES, L. R.; RAMOS, R. J. L.; MANTOVANELLI, B. C.; MENDES, R. F.;
SCHOSSLER, T. R.; PETRY, M. T.; TERRA, L. G.; WEILER, E. B. Crescimento de milho
sob adubação nitrogenada em um cambissolo háplico, Revista EDUCAZÔNIA, v. 23, n. 2, p.
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MIRANDA, P. S.; MORAES, T. R.; SANTOS, J. R. E dos.; CARVALHO, F. D.; VIANA, J.


P.; PÉREZ-MALUF, R. Aplicação de silício na cultura do milho, Revista de Ciências
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MORTATE, R. K.; NASCIMENTO, E. F.; GONÇALVES, E. G de S.; LIMA, M. W de P.


Resposta do milho (Zea mays L.) à adubação foliar e via solo de nitrogênio, Revista de
Agricultura Neotropical, v. 5, n. 1, p. 1-6, 2018.

NEUMANN, M.; HORST, E. H.; SOUZA, A. M de.; VENANCIO, B. J.; JUNIOR, E. S. S.;
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PICAZEVICZ, A. A. C.; KUSDRA, J. F.; MORENO, A de L. Crescimento do milho em


resposta à rizobactérias, molibdênio e nitrogênio, Revista Ibero-Americana de Ciências
Ambientais, v. 10, n. 4, p. 167-174, 2019.

PORTUGAL, J. R.; ARF, O.; PERES, A. R.; GITTI, D de C.; GARCIA, N. F. S. Coberturas
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RODRIGUES, F. J.; BARCAROL, M. A.; ADAMS, C. R.; KLEIN, C.; BERWANGER, A. L.


Eficiência agronômica da cultura do milho sob diferentes fontes de nitrogênio em Cobertura,
Uniciências, v. 22, n. 2, p. 66-70, 2018.

SANTOS, D. M da S.; BUSH, A.; SILVA, E. R da.; ZUFFO, A. M.; STEINER, F. Bactérias
fixadoras de nitrogênio e molibdênio no cultivo do amendoim em solo do Cerrado, Revista de
Agricultura Neotropical, v. 4, n. 1, p. 84-92, 2017.

109
Alternativa para determinação da densidade de partículas do solo arenoso

Ademir S. Menezes1; João V. M. Melo2; Márcia. M. Nascimento2; Francisco R. S. Sousa2;


Francisco T. A. Aragão1; Vanessa L. Ponte2
1
Docentes do Curso de Engenharia Agrícola e Ambiental, Faculdade Ieducare (FIED), Tianguá/CE.
E-mail: ademir.silva@fied.edu.br;
2
Discentes do Curso de Engenharia Agrícola e Ambiental, Faculdade Ieducare (FIED), Tianguá/CE.

Área temática: Física e mecânica dos solos

RESUMO: a densidade de partículas do solo é uma propriedade importante para o cálculo das
expressões de porosidade do solo e outras inferências. Porém, quando não determinada assume-
se um valor médio de 2,65 g cm-3 para solos minerais aráveis. Na hipótese que o método
alternativo usando uma proveta de 100 cm3 pode ser útil, fácil e prático para solos de textura
arenosa, assim permitir assumir valores mais próximo a condição real do solo a partir do
conteúdo de areia camada superficial do solo. Objetivou-se com o presente trabalho avaliar
uma possível alternativa para medição da densidade de partícula de um solo com textura
arenosa. Para tanto determinou-se a densidade de partículas do solo pelo método do balão
volumétrico (ρpBV) e um método alternativo (ρpP) utilizando-se uma proveta de 100 cm3 em
11 amostras de solos de textura arenosa em DIC com três repetições. Os resultados apontam
que não houve diferença estatística entre os métodos estudados, cujos valores médios foram
2,614 e 2,651 g cm-³ para o método alternativo da proveta e para o método do balão
volumétrico, respectivamente. Conclui-se que o método alternativo (ρpP) usando a proveta de
100 cm3 apresenta-se como opção empírica para determinação da densidade de partículas dos
solos com textura arenosa usando o mesmo volume de álcool etílico 92 °GL e mesma massa
de terra fina seca em estufa do método do balão volumétrico.

PALAVRAS-CHAVE: física do solo, metodologia, massa especifica, textura do solo.

INTRODUÇÃO: a densidade de partículas do solo (ρp) é um atributo físico do solo de grande


importância para a compressão dos minerais existentes, determinação indireta a porosidade
total do solo e de outros processos inerentes as propriedades dos solos. Conforme Hillel (1998),
se trata de um atributo que não se alterada com o manejo, mas na constante presença de matéria
orgânica. Sem a determinação da densidade de partícula do solo (ρp) é comum assumir como
uma constante, cujo valor é de 2,65 g cm-3, deste modo, as conclusões poderão ser errôneas a
respeito de um determinado solo, principalmente se valor de 2,65 g cm-3 for indicado para o
cálculo de porosidade total do solo, superestimando e/ou subestimando este atributo do solo.
Portanto, segundo Keller et al. (2011), estimativas confiáveis são importantes na interpretação
do comportamento mecânico do solo. Além disso, para interpretação dos processos e forma de
aeração do solo por difusão e convecção no espaço poroso (SCHJØNNING et al. 2013;
SCHJØNNING et al. 2017), assim também como a caracterização físico-hídrica do solo. O
material constituinte do solo tem grande influência sobre o valor da densidade de partículas,
por meio da composição mineralógica do solo, o qual estar relacionado aos processos
pedogenéticos do ambiente, bem como a evolução dos fenômenos físicos e químicos do solo
(BAMBERG et al., 2015). Entretanto, considerando que a (ρp) é comumente determinada na

110
camada mais superficial do solo, carece de estudos que relacione método alternativo e a textura
do solo, oferecendo rapidez e praticidade na determinação daquele atributo físico do solo. A
não medição da densidade de partículas do solo em muitos estudos de solo pode estar
relacionada ao procedimento de medição bastante trabalhoso (BLAKE; HARTGE, 1986),
portanto, objetivou-se com o presente trabalho avaliar uma possível alternativa para medição
da densidade de partícula de um solo com textura arenosa em comparação com o método
clássico do Balão Volumétrico.

MATERIAL E MÉTODOS: As amostras de solo foram coletadas numa área de solo


homogêneo quanto a cor de textura arenosa, no Sítio Campo do Meio em Viçosa do Ceará. O
clima do município é tropical quente semiárido brando de acordo com a classificação de
Köppen, com precipitação pluvial média anual normal de 1.349 mm e temperatura média anual
de 20 a 31 °C na maior parte do território. Coletou-se um total de 11 amostras de solo com
estrutura não preservada em um transecto de 120 m de comprimento, as coletadas foram
efetuadas na camada de 0 a 20 cm, o material foi encaminhado para o laboratório de química e
bioquímica da Faculdade Ieducare – FIED para efetuar análise. Para determinação da densidade
de partículas do solo utilizou-se cada método separadamente, em delineamento inteiramente
casualisado com três repetições. Primeiramente determinou-se a densidade de partículas do
solo pelo método do balão volumétrico (ρpBV), neste procedimento (KIEHL, 1979), o
princípio é determinar o volume de álcool utilizado para completar um balão volumétrico de
50 mL que contenha 20 g de terra fina seca em estufa (BLAKE; HARTGE, 1986). Para o
método alternativo (ρpP) utilizou-se uma proveta de 100 cm3 (ρpP), para tal procedimento, foi
efetuado a aferição da proveta, na sequência as etapas forma: adicionou-se álcool etílico 92
°GL na proveta de 100 cm3 até atingir 50 cm3, em seguida transferiu-se 20 g de terra fina seca
em estufa a 105 °C, seguido de uma agitação, por fim, observou-se o volume de álcool
deslocado, o qual por diferença corresponde ao volume de álcool entre as partículas sólidas do
solo. Os cálculos foram obtidos e conforme equação abaixo. Os dados foram tabulados e
submetidos a análise de variância (ANOVA) e aos testes de F e de Tukey todos a 5% de
probabilidade usando o software SISVAR 5.6 (FERREIRA, 2014).

20 g TFSE
ρpP = (01)
(50−Vad)

Em que: ρpP = densidade de partículas do solo pelo método alternativo proveta de 100 cm3 (g
cm-3); 20 g TFSE = 20 gramas de terra fina seca em estufa a 105 °C (g) e Vad = volume de
álcool etílico 92 °GL deslocado na proveta de 100 cm3 (cm³).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Conforme se observa na tabela 1, não houve significância


estatística entre os métodos analisados, pelo teste de F a 5% de probabilidade. Assim, permite
confirmar que não existe diferença para densidade de partículas determinada pelo método do
balão volumétrico (ρpBV) e o método alternativo (ρpP), usando a proveta de 100 cm3.

111
Tabela 1 - Resumo da ANOVA da densidade de partícula do solo usando o balão volumétrico
e proveta de 100 cm³ para solo de textura arenosa.
FV GL SQ QM F (5%)
Tratamento 1 0,01754 0,017540 1,79ns
Erro 20 0,19506 0,009753
Total 21 0,21261
ns – não significativo a 5% de probabilidade pelo teste de F.

No gráfico da figura 1, observa-se as médias da densidade partículas para o método do balão


volumétrico (ρpBV) com valor de 2,651 g cm-3 e para método alternativo da proveta de 100
cm3 (ρpP) foi de 2,614 g cm-3. Tal valores refletem a presença dos minerais quartzo e/ou
feldspato neste solo arenoso, os quais são resistentes ao intemperismo. Tais resultados
divergem dos encontrados por Bamberg et al. (2015), para algumas classes de solos em Minas
Gerais e nestes solos determinaram a densidade de partículas usando o balão volumétrico e
picnômetro, cujos valores encontrados por aqueles autores são elevados em ambos os métodos
em relação aos do presente trabalho. Para o presente trabalho, nota-se que não houve diferença
estatística entre os métodos testados, do mesmo modo, Bamberg et al. (2015), também não
observaram diferença entre os métodos para as classes de solos: Cambissolo Háplico Tb
Distrófico, Latossolo Vermelho Distroférrico e Nitossolo Vermelho Distroférrico.

Figura 1 – Densidade média de partículas do solo mensurada pelo método do balão


volumétrico (ρpBV) e método alternativo usando a proveta de 100 cm3 (ρpP). CV = 3,76%

Vale salientar que o método do picnômetro também leva em consideração o líquido deslocado,
utilizando água (FORSYTHE, 1975; KIEHL, 1979), neste caso, sugere-se um comparativo
entre este método e o alternativo usando a proveta de 100 cm3 aqui por ora testado, uma vez
que o método alternativo (ρpP) aqui denominado, refletiu igualdade estatisticamente em
relação ao balão volumétrico.

CONCLUSÕES: O método alternativo (ρpP) usando a proveta de 100 cm3 apresenta-se como
opção simplista para determinação da densidade de partículas dos solos com textura arenosa

112
usando o mesmo volume de álcool etílico 92 °GL e mesma massa de terra fina seca em estufa
do método do balão volumétrico.

REFERÊNCIAS

BAMBERG, S. M.; TEIXEIRA, A. F. S.; CARVALHO, J. M.; BERNARDES, L. F.;


TASSINARI, D.; DIAS JÚNIOR, M. S. Diferentes metodologias de densidade de partículas
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BLAKE, G. R.; HARTGE, K. H. Bulk density. In: KLUTE, A. (ed.) Methods of soil analysis.
2. ed. Madison, American Society of Agronomy, Soil Science Society of America, pt. 1, p. 62
363-375, 1986. (Agronomy Monography, 9).

FERREIRA, D. F. Sisvar: a guide for its bootstrap procedures in multiple comparisons. Ciência
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FORSYTHE, W. Física de suelos. Costa Rica: IICA, 1975. 212 p.

HILLEL, D. Fundamentals of soil physics. New York, Academic Press, 1988. 413p.

KELLER, T.; LAMANDÉ, M.; SCHJØNNING, P.; DEXTER, A. R. Analysis of soil


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KIEHL, E.J. Manual de edafologia: Relações solo-planta. São Paulo: Ceres, 1979. 262 p.

SCHJØNNING, P.; LAMANDÉ, M.; BERISSO, F. E.; SIMOJOKI, A.; ALAKUKKU, L.;
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113
Nitrogênio na produção vegetal

Belmiro Saburo Shimada1


1
Discente de mestrado em Agronomia, Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste),
Marechal Cândido Rondon/PR. E-mail: shimada.belmiro@gmail.com;

Área temática: Produção vegetal

RESUMO: As plantas necessitam de vários fatores para obter seu desenvolvimento e sua
produção, e uma delas é a nutrição da planta. O objetivo deste trabalho foi realizar uma breve
revisão de literatura sobre o nitrogênio na produção vegetal. O presente estudo foi desenvolvido
com base na revisão de literatura e pesquisas relevantes sobre o nitrogênio na produção vegetal,
com o intuito de caracterizar sua importância nas plantas e demonstrar seu uso na produção
vegetal. Dentre os nutrientes necessários para o crescimento e desenvolvimento da planta, o
nitrogênio é considerado um dos nutrientes de maior importância para as plantas, requerido em
maior quantidade em relação aos outros nutrientes, sendo essencial nos processos químicos e
físicos das culturas agrícolas. O nutriente é responsável por diversos processos químicos e
físicos da planta, na fotossíntese, respiração, absorção iônica, multiplicação e diferenciação
celular, impactando no aumento no número de folhas, diâmetro de caule e massa da matéria
fresca e seca, afetando a produtividade da planta. Desse modo, destaca-se como um dos
nutrientes mais importante para as culturas, além de ser o nutriente que tem grande impacto
nas produções. Além disso, é um dos nutrientes mais importantes para o desenvolvimento da
maior parte das plantas, compondo diversas funções químicas e físicas na planta,
proporcionando muitos benefícios a cultura e incrementando os componentes de produção. Por
ser muito importante nas culturas, sua aplicação é necessária para o aumento da produção na
agricultura, refletindo diretamente na produção vegetal.

PALAVRAS-CHAVE: Adubação; Fotossíntese; Nutrição; Produtividade.

INTRODUÇÃO: As plantas necessitam de vários fatores para obter seu desenvolvimento e


sua produção, e uma delas é a nutrição da planta que tem a finalidade de atender a demanda
nutricional com o suprimento de nutrientes. A nutrição adequada em plantas favorece sua
produção, pois ficam menos suscetíveis ao ataque de pragas e doenças, toleram melhor
períodos de seca e outros estresses, eleva a produtividade, qualidade dos frutos e início de
produção precoce (COELHO et al., 2017; FRANÇA et al., 2017). Dessa forma, para garantir
que a planta consiga se desenvolver é necessário a aplicação de fertilizantes durante seus
estádios iniciais de crescimento e desenvolvimento. O fornecimento de nutrientes geralmente
é mais necessário nos estádios iniciais, apresentando-se como possível limitante do
crescimento da planta, por qualquer deficiência nutricional, de modo que, as aplicações
posteriores não sejam capazes de reverter essa redução (FRANÇA et al., 2017; OLIVEIRA et
al., 2018). A adubação realizada para o fornecimento de nutrientes é um dos manejos realizados
nas culturas, buscando-se intensificar e aumentar as produções, para obter uma maior
produtividade. Um dos nutrientes mais importante nas produções é o nitrogênio, afetando
diretamente a produção vegetal. Desse

114
modo, é necessário atentar-se a nutrição da planta, realizando-se as adubações e suprindo
nitrogênio para garantir o desenvolvimento da planta. Assim, o objetivo deste trabalho foi
realizar uma breve revisão de literatura sobre o nitrogênio na produção vegetal, caracterizando
a relação que possuem, discutindo a importância de seu uso nas culturas.

MATERIAL E MÉTODOS: O presente estudo foi desenvolvido com base na revisão de


literatura e pesquisas relevantes sobre o nitrogênio na produção vegetal, com o intuito de
caracterizar a importância do nitrogênio nas plantas e demonstrar seu uso na produção vegetal.
Buscou-se evidenciar como o nitrogênio está ligado na produção vegetal e como seu uso é
importante para o desenvolvimento das culturas, fazendo assim uma reflexão sobre está
problemática e mostrando como é importante o nitrogênio na produção vegetal. Utilizou-se
dados de pesquisas na plataforma google acadêmico, com dados dos últimos seis anos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Dentre os nutrientes necessários para o crescimento e


desenvolvimento da planta, o nitrogênio é considerado um dos nutrientes de maior importância
para as plantas, requerido em maior quantidade em relação aos outros nutrientes, sendo
essencial nos processos químicos e físicos das culturas agrícolas (OLIVEIRA et al., 2018;
FERREIRA et al., 2019; BERNARDI et al., 2020). Segundo Bernardi et al. (2020) as plantas
respondem de forma diferente conforme as formas de nitrogênio aplicados e às condições
climáticas no momento de sua aplicação. Dessa forma, é necessário escolher uma fonte
adequada de nitrogênio, e que obtenha a melhor resposta as condições climáticas, para efetuar
a aplicação e evitar perdas do nutriente. De acordo com Cardoso et al. (2018) e Neumann et al.
(2019) o nitrogênio é importante para a planta, pois faz parte da constituição dos aminoácidos,
proteínas, DNA e RNA, pigmentos, hormônios, ácidos nucleicos, vitaminas. Além disso, o
nitrogênio atua sobre a divisão celular nos meristemas da planta, no aumento da área foliar da
planta, na taxa fotossintética e consequentemente na produtividade da cultura (OLIVEIRA et
al., 2018; PRADO et al., 2019). Dessa forma, sua deficiência irá limitar o crescimento e seu
desenvolvimento, causando assim, a queda na produtividade da cultura (BERNARDI et al.,
2020). O nitrogênio favorece o desenvolvimento das plantas e conforme Silva et al. (2018) e
Neumann et al. (2019), este nutriente é fundamental nos principais processos de
desenvolvimento da planta, na fotossíntese, respiração, absorção iônica, multiplicação e
diferenciação celular, impactando no aumento no número de folhas, diâmetro de caule e massa
da matéria fresca e seca, afetando a produtividade da planta. Desse modo, a aplicação de
nitrogênio é necessária para o desenvolvimento da cultura. As plantas absorvem o nitrogênio
preferencialmente na forma de nitrato ou amônio e sua eficiência de absorção do nitrogênio
normalmente é igual ou menor que 60%. Durante a aplicação e absorção do nitrogênio, as
transformações e perdas que ocorrem no solo são causados por processos de mineralização e
imobilização, nitrificação e desnitrificação, lixiviação e volatilização (OLIVEIRA et al., 2018;
GONÇALVES et al., 2020; SOARES et al., 2020). A recuperação do nitrogênio gasto pela
planta com a aplicação de fertilizantes nitrogenados é relativo, depende da volatilização de
amônia, da lixiviação e da desnitrificação do nitrato, destacando-se como um nutriente muito
suscetível a perdas no sistema, sendo necessário o devido cuidado na aplicação (PORTUGAL
et al., 2017; RODRIGUES et al., 2018). Os adubos nitrogenados são muito importantes na
produção vegetal, mas o uso de quantidades excessivas e/ou carência, dependendo da fonte do
nutriente, pode levar a degradação do solo, a acidificação do meio e a lixiviação de bases
(BATISTA et al., 2018; PICAZEVICZ et al., 2020). Desse modo, destaca-se o nitrogênio como

115
um dos nutrientes mais importante para as culturas, além de ser o nutriente que tem grande
impacto nas produções, sendo necessário à sua devida aplicação no solo, com os cuidados
necessários para evitar as perdas.

CONCLUSÕES: A adubação está ligada a diversos processos de crescimento e


desenvolvimento da planta, sendo necessário utilizar de uma nutrição adequada para o alcance
de maiores produtividades nas culturas. O nitrogênio é nutriente muito importante para cultura,
proporciona muitos benefícios a e incrementa os componentes de produção. Por ser muito
importante nas culturas a sua aplicação é necessária para o aumento da produção na agricultura,
refletindo diretamente na produção vegetal.

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16, n. 6, p. 1-9, 2020.

117
A agricultura e o manejo de doenças

Belmiro Saburo Shimada1


1
Discente de mestrado em Agronomia, Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste),
Marechal Cândido Rondon/PR. E-mail: shimada.belmiro@gmail.com;

Área temática: Produção vegetal

RESUMO: A agricultura é dependente de muitos fatores para obter suas produções, e um deles
é o manejo de doenças. O objetivo deste trabalho foi realizar uma breve revisão de literatura
sobre a agricultura e o manejo de doenças. O presente estudo foi desenvolvido com base na
revisão de literatura e pesquisas relevantes sobre a agricultura e o manejo de doenças, com o
intuito de caracterizar a importância do manejo de doenças na agricultura. O manejo envolve
uma dinâmica de aspectos técnicos, como a biotecnologia, o plantio direto, controle de pragas
e de doenças, a eficácia do uso de insumos agrícolas e tecnologias de precisão que garantem
um melhor aproveitamento na cultura. Para obter a produção de uma cultura, o controle de
doenças é fundamental, pois causam perdas significativas quantitativamente e
qualitativamente, até mesmo a perda total. Para isso, diversos métodos de controle de doenças
surgiram, sendo cada método mais efetivo para certas doenças, tornando-se necessário o
conhecimento da doença para realizar o melhor manejo na cultura. Dessa forma, o manejo de
doenças deve ser realizado com um bom diagnóstico, verificando as condições e meios de
sobrevivência e escolhendo a melhor forma de controle da doença, para que a cultura alcance
seu potencial produtivo, demonstrando assim, a importância do manejo das doenças na
agricultura.

PALAVRAS-CHAVE: Controle; Cultura; Produtividade.

INTRODUÇÃO: A agricultura é a soma de diversos fatores que afetam sua produção, e esses
fatores causam impactos na produtividade da cultura. Entender todos os fatores que afetam a
produção é necessário para obter a melhor ter tomada de decisão durante o cultivo de uma
cultura. Para que a produtividade agrícola alcance maiores valores de produção, deve-se atentar
aos fatores ambientais e ao manejo realizado, utilizando-se de técnicas e práticas, que vão
contribuir na produção vegetal no ciclo da cultura, durante seu cultivo e nos diferentes órgãos
das plantas (SANTOS et al., 2015; SILVA; SILVA, 2020). O manejo da cultura envolve
diversas técnicas e práticas, e para incrementar a produtividade é necessário intensificar a
produção agrícola e buscar soluções, como no combate de doenças, pragas e as plantas daninhas
que acometem as culturas, causam danos e diminuem a produção da cultura (BERNARDO et
al., 2019; SANTOS et al., 2018). Desse modo, deve-se melhor adequar os fatores, para
aumentar as produções das culturas, mas, para isso é essencial adotar manejos, e um manejo
importante é o que envolve o controle de doenças. As doenças de plantas podem trazer
prejuízos significativos no rendimento de várias culturas, até mesmo a perda total da cultura,
sem o devido manejo da doença, assim, torna-se necessário o conhecimento da doença, e
principalmente os meios de controle, para que por fim, obtenha um manejo adequado de
doenças (BELLÉ; FONTANA, 2018; UENO; COSTA, 2016). Assim, o objetivo deste trabalho
foi realizar uma breve revisão de literatura sobre a agricultura e o manejo de doenças,

118
caracterizando a relação que possuem, discutindo a importância do manejo de doenças nas
culturas.

MATERIAL E MÉTODOS: O presente estudo foi desenvolvido com base na revisão de


literatura e pesquisas relevantes sobre a agricultura e o manejo de doenças, com o intuito de
caracterizar a importância do manejo de doenças na agricultura e demonstrar todos os fatores
envolvidos no manejo de doenças. Buscando-se evidenciar como o controle de doenças pode
afetar a agricultura e como seu uso é importante para o desenvolvimento da cultura, fazendo
assim uma reflexão sobre está problemática e mostrando como é importante o manejo das
doenças. Para construção do trabalho utilizou-se dados de pesquisas na plataforma google
acadêmico, com os dados dos últimos seis anos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A produção da cultura é variável, e depende de muitos


fatores ambientais, locais e pelas técnicas básicas adotadas para a produção da cultura, sendo
influenciado pelas condições do ambiente e do manejo (ARTUZO et al., 2019). O manejo,
envolve uma dinâmica de aspectos técnicos, como a biotecnologia, o plantio direto, controle
de pragas e de doenças, a eficácia do uso de insumos agrícolas e tecnologias de precisão que
garantem um melhor aproveitamento na cultura (ARTUZO et al., 2019; LOPES SOBRINHO
et al., 2019). Para obter uma produção o controle de doenças é fundamental, pois muitas
doenças acometem as culturas, cada um ocasionando perdas significativas quantitativamente e
qualitativamente, até mesmo a perda total. Dessa forma, a utilização de um manejo de doenças
proporciona um melhor controle das doenças e atrelado aos métodos de controle aumenta a
possibilidade do controle efetivo da doença. No controle de doenças causados por fungos,
bactérias, vírus, nematoides e protozoários na agricultura diversos métodos surgiram, como o
controle físico, biológico, químico e cultural, sendo cada método mais efetivo para certas
doenças, sendo necessário o conhecimento da doença para realizar o manejo na cultura
(RUFINO et al., 2018; BELLÉ; FONTANA, 2018). Entretanto no manejo de doenças, há
diversidade e algumas com características bem específicas, outras mais gerais, mas que causam
danos a produção agrícola, assim, torna-se necessário o manejo das doenças para garantir que
a cultura expresse seu potencial de produção. Para obter a melhor manutenção do potencial
produtivo das plantas cultivadas, deve ser realizado o manejo das doenças, mesmo com as
dificuldades e implicações encontrados durante seu controle, é muito importante realizar o
devido controle da doença, e como estratégia deve ser realizado uma boa diagnose da doença
a ser controlada (FISCHER et al., 2018). Segundo Ueno e Costa (2016), uma doença só ocorre
em uma cultura quando há as condições propícias para seu desenvolvimento, para isso, é
necessário ter a presença do patógeno capaz de infectar a cultura, uma planta suscetível ao
patógeno e condições ambientais que favoreçam a multiplicação e a disseminação do patógeno
na planta. As doenças que acometem as culturas agrícolas podem ser agrupadas em doenças
fúngicas, bacterianas, viroses e fitonematoses, e o conhecimento sobre as condições básicas de
seu desenvolvimento e da sua presença nas culturas, como a presença do hospedeiro suscetível,
presença de inóculo do patógeno e um ambiente favorável a infecção, constitui a base do
controle integrado de doenças (BARROSO et al., 2017; FISCHER et al., 2018). Conforme
Silva et al. (2020) para o controle de doenças de plantas na agricultura, o MID (Manejo
Integrado de Doenças) é uma das técnicas recomendadas para o controle de fitopatógenos e
tem fundamentação na utilização de diversos métodos combinados que são capazes de evitar a

119
disseminação dos agentes fitopatológicos, ajudar a diminuir a possibilidade de seleção de
indivíduos resistentes e reduzir os danos na planta e no meio ambiente. A taxa de disseminação
de uma doença em plantas depende das condições atuais da cultura e da suscetibilidade à
infecção, dessa forma, depende do estado atual, e da reação da planta com o patógeno,
demonstrando que, o manejo de plantas é essencial para garantir que a planta esteja em
melhores condições na relação patógeno-planta, pois sua condição definirá o sucesso ou não
da doença na cultura (KAUFMAN; BOAS, 2019; BARROSO et al., 2017). Diversas doenças
acometem as culturas agrícolas e sua classificação depende do agente fitopatogênico e do local
afetado na planta, desse modo, é fundamental obter o conhecimento da doença para realizar o
melhor controle da doença. As doenças agrícolas são classificadas em grupos como: podridão
de órgãos de reserva; damping off; podridão de raiz e colo; sistêmicas; manchas, ferrugens,
oídio, míldio; e viroses, galhas, carvões (PAVAN; KUROZAWA, 1997). Assim, esses agentes
causais atuam em locais específicos, causando danos em diversos locais das plantas, afetando
a produção da cultura, quantitativamente e qualitativamente, sendo necessário o devido manejo
dessas doenças, independe do local que for acometer na planta. Dessa forma, no manejo de
doenças, as práticas de manejo devem ser realizadas conforme a presença no sistema de
produção, com o conhecimento da doença e adoção de métodos que possibilitem e melhorem
o controle da doença, garantindo um melhor manejo da cultura, possibilitando maiores
produções na agricultura (RUFINO et al., 2018; BARROSO et al., 2017).

CONCLUSÕES: A agricultura depende de muitos fatores de manejo, sendo o de doenças um


deles causando danos quantitativos e qualitativos, diminuindo sua produtividade. O manejo de
doenças deve ser realizado para o melhor controle dessas doenças, realizando-se o diagnóstico,
verificando as condições e meios de sobrevivência, para obter a melhor forma de controle da
doença. Com o melhor método de controle, irá garantir que a cultura se desenvolva e alcance
seu potencial produtivo, demonstrando a importância do manejo das doenças na agricultura.

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