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Sumário

3 Apresentação
4 A história da vida na Terra
6 Lobo frontal: somos seres pensantes
8 O nosso percurso – da fecundação ao nascimento
10 Entendendo o cérebro
12 A Zebra e o Leão - O medo no mundo animal
13 O que são as doenças?
18 A hipnoterapia e o tratamento de doenças
20 Estudo de caso
23 Conclusão
24 Sobre o autor
25 Sobre a OMNI Brasil

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Apresentação
Desde o fim da década de 1990, a hipnoterapia é reconhecida pelo Conselho
Federal de Medicina do Brasil como ferramenta de apoio ao tratamento
médico. Essa certificação veio após a realização de estudos e pesquisas que
comprovaram a eficácia dos resultados alcançados por profissionais da área.

Como médico neurocirurgião, posso destacar a importância desse


reconhecimento. O tratamento com a hipnoterapia se mostra mais eficiente
que os convencionais por focar na resolução da causa do problema e não no
controle dos sintomas. O foco do seu método é a nossa mente subconsciente
(que será discutida em mais detalhes adiante), que é responsável por grande
parte de quem somos e como nos comportamos. Nela, ficam armazenados
todos os nossos sentimentos e emoções, positivas e negativas.

Muitas dessas emoções negativas, causadas por acontecimentos da nossa


vida, nos afetam de modo que acabam gerando transtornos que parecem ter
surgido sem uma nenhuma razão aparente.

Depressão, ansiedade, fobias, traumas, alergias, dores crônicas, compulsões,


tabagismo e vários outros problemas de saúde são na realidade sintomas,
causados por eventos que muitas vezes o indivíduo nem se recorda que
ocorreram. O papel da hipnoterapia é identificar esses eventos e auxiliar no
seu tratamento para, assim, resolver de forma eficiente o problema em sua
causa..

O meu objetivo neste livro é apresentar a possibilidade do apoio ao


tratamento de doenças através da hipnoterapia. Para que cheguemos nesse
ponto, precisamos entender como funciona o nosso cérebro e como surgem
as nossas doenças. Mas antes disso, vamos entender como se deu o processo
evolutivo da vida no planeta.

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A história da vida na Terra
Antes de começarmos a falar sobre a hipnoterapia como ferramenta de apoio
à medicina, é importante abordarmos o surgimento e evolução da vida no
planeta. Isso nos permite compreendermos o desenvolvimento dos
mecanismos biológicos de sobrevivência que asseguraram a perpetuação das
espécies ao longo dos séculos, sem o respaldo de médicos e veterinários.

Essa leitura abrangente nos permitirá conhecer melhor o cérebro (o


protagonista do apoio ao tratamento terapêutico por meio da
hipnoterapia) e seu funcionamento, crucial tanto no surgimento das
doenças, quanto nos processos de auxílio ao tratamento.

1,5 bi
de anos
1,7 bi
de anos Surge o
3,5 bi primeiro ser
de anos pluricelular,
Aparecem as
4,5 bi células
denominado
cnidário, que
de anos Surgem os eucariontes, aptas
já apresentava
13,5 bi primeiros seres a se reproduzirem
o esboço de um
de anos vivos, as células sexualmente,
Surge a Terra, sistema
procariontes, permitindo o
em condições nervoso
organismos desenvolvimento e
Big Bang – inapropriadas rudimentar;
incapazes de se adaptação em um
Surgem os para a vida, mas
reproduzir menor espaço de
planetas, sofrendo
sexualmente, tempo;
constelações e inúmeras
modificações; tornando lento
galáxias, o processo
muitas ainda evolutivo;
inacessíveis ao
nosso
conhecimento
atual;

4
30 mil
anos
4 mi
de anos Surge o Homo
400 mi sapiens
sapiens, a
de anos Somente aqui, nossa espécie,
700 mi é que surgem única dotada
os vertebrados de uma
de anos Aparecem os superiores. A consciência
vertebrados evolução racional.
inferiores continua até
Os vermes (peixes,
passam a surgirem os
anfíbios, seres que nos
existir, com répteis, aves e
sistemas mais deram origem
mamíferos) e, propriamente
complexos, junto deles, o
como o dita;
cérebro
digestório, emocional
locomotor e (sistema
outros, límbico) e o
responsáveis sistema
pela nervoso;
sobrevivência;

A consciência racional do Homo sapiens sapiens é proporcionada pelo lobo


frontal. Para compreendermos como várias doenças surgem, precisamos
entender melhor essa parte do cérebro, o que faremos no próximo capítulo.

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Lobo frontal: somos seres pensantes
Observando a evolução apresentada no capítulo anterior, notamos que se
passaram 3 milhões e 970 mil anos desde o surgimento dos vertebrados
superiores até o surgimento de nossa espécie! Esse foi o tempo necessário
para o desenvolvimento do lobo central, área que responde pelo
planejamento de ações e movimento, bem como pelo pensamento.

Diante disso, precisamos pensar um pouco sobre o surgimento da


individualidade e como realmente tomamos consciência de que existimos.

Não é possível saber exatamente como se deu essa transição da


não-consciência para a consciência. O que se tem de registro é que do Homo
habilis até o Homo sapiens sapiens, houve um crescimento muito grande de
massa encefálica, algo em torno de 800 cm3, o que corresponde a 46,6%. E
associado a esse aumento está o desenvolvimento do lobo frontal.

Sabemos que a linguagem foi o grande diferencial que definitivamente


tornou os humanos seres únicos e capazes de atitudes extremamente sábias e
ao mesmo tempo insensatas. E é também no lobo frontal que se encontra a
chamada área de Broca, responsável pela palavra falada. Lá, também
podemos encontrar estruturas como o giro pré-central: que nos possibilita
analisar, raciocinar a achar estratégias diante dos problemas.

Aqui fica mais uma questão: qual a real necessidade desse processo
evolutivo? Quais necessidades ambientais nos fizeram dar esse salto? Para
essas questões, existem várias teorias que vão desde a criacional até a teoria
da possibilidade de manipulações genéticas por seres extraterrestres, como
pode-se ler nas interpretações dos escritos sumerianos.

Fica, então, a grande dúvida...

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Mas independente da explicação dada, o que temos de real e concreto é que
houve, sim, o chamado Big Bang cerebral. E é nesse ponto que começa a
comunicação por meio da linguagem, graças ao gene Fox P2, que passa a ser
encontrado na raça humana.

Gene Fox P2
Chipanzés, os mais próximos de nós na cadeia animal, não falam. Já os
humanos falam. Por quê? Em 2009, a revista Nature publicou um artigo
sobre isso. Nele, há informações sobre a descoberta da mutação em um
gene, que teria sido fundamental para o desenvolvimento da fala. A ele
deram o nome de Fox P2.

Ou seja, da primeira manifestação de vida até nós, seres pensantes, foram


necessários mais de 3 bilhões e meio de anos de evolução. E ao longo desse
tempo, houve a memorização e transmissão de programas biológicos de
sobrevivência que hoje nos mantêm vivos, apesar de não termos
consciência do funcionamento e gerenciamento dos sistemas digestório,
cardiovascular, respiratório, hormonal, entre outros.

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O nosso percurso –
da fecundação ao nascimento
Uma vez que compreendemos o processo evolutivo ocorrido ao longo de
bilhões de anos, vamos discutir como a evolução se dá em cada indivíduo.

Se pararmos para pensar, é interessante observar que a natureza não dá


saltos. O processo evolutivo ocorre vagarosamente, e mesmo que
continuemos em busca de respostas de como realmente a vida se faz, ainda
estamos longe dessa descoberta.

Em nível individual, o que sabemos é que no momento em que um


espermatozoide fecunda um óvulo, nos tornamos seres unicelulares (células
eucariontes). E através dos processos de divisão e multiplicação celular, uma
por uma, essas células totipotentes (capazes de se transformar em qualquer
outra do corpo) vão se transformando. Nesse processo, elas dão origem a
outras, diferenciadas, formando os órgãos e tecidos de forma ordenada,
coordenada e perfeita, até que, aproximados 9 meses depois, nasce um novo
SER HUMANO.

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Veja a complexidade e a beleza desse processo. Em apenas alguns meses,
saímos de um ser unicelular e nos tornamos um complexo ser humano, uma
transferência de bilhões de anos de evolução.

Inevitavelmente, surgem as perguntas sobre como esse processo acontece:


quais os mecanismos envolvidos? Quais moldes são usados para que esse
processo ocorra? Como as células sabem a quais órgãos devem dar origem?
Como essas células se comunicam de uma forma perfeita para que essa
harmonia se faça?

Mais uma vez, existem várias teorias que procuram responder a essas
questões, inclusive as dos campos morfogenéticos de Deepak Chopra.
Porém, limito-me aqui a aguçar a sua curiosidade sobre isso.
O importante é ter em mente que, com essa evolução, programas biológicos
de sobrevivência foram aprendidos e passados de espécie a espécie até
chegarem até nós. Desse modo, eles nos mantiveram vivos por tantos anos
através do equilíbrio interno denominado homeostase.

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Entendendo o cérebro
Uma vez que compreendemos o processo de evolução, passamos a entender
que o mesmo não dá saltos, e que para chegarmos onde estamos, houve um
desenvolvimento da vida em paralelo ao desenvolvimento do sistema
nervoso central.

Isso tornou o cérebro humano algo bastante complexo. Ele se divide em 03


partes, cada uma das quais com um papel específico:

Cérebro Inconsciente

O tronco cerebral (ou cérebro reptiliano) foi o primeiro a surgir. Nele,


encontramos todo o gerenciamento dos sistemas, órgãos e vísceras do nosso
corpo (sistema nervoso autônomo, que é responsável pelos mecanismos de
luta e fuga, pela homeostase e pelo sistema imunológico).

Cérebro Subconsciente

Depois, surgem o diencéfalo e o tálamo, além do circuito de Papez (área


pré-septal, giro do cíngulo, amígdalas cerebrais e hipocampo), estruturas
gerenciadoras das emoções.

Cérebro Consciente

Por último, surge o lobo frontal, o Cérebro Consciente, gerenciador de nossos


pensamentos. Como vimos, uma aquisição que tem menos de 30 mil anos!

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Cérebro
Consciente

Cérebro
Subconsciente

Cérebro
Inconsciente

Certamente, o pensamento e as emoções foram aquisições excelentes. Mas,


consequentemente, vieram também a capacidade de imaginar e sentir os
eventos cotidianos sem, muitas vezes, termos condição de discernir se os
estamos vivendo no plano real ou no imaginário.

É aí que nos diferenciamos dos animais e desenvolvemos as doenças,


conforme explico a seguir.

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A zebra e o leão – O medo no mundo animal
Imagine que uma zebra está pastando tranquilamente em uma savana e, por
meio do olfato, percebe a presença de um leão. Isso faz com que todos os seus
mecanismos biológicos a preparem para a fuga e, nessa caçada, todas as
forças são empregadas para que ela consiga escapar.

Caso não dê certo, a morte (real) acontece e nada mais pode ser feito. Do
contrário, se a zebra conseguir se safar, ela vai checar se ainda existe algum
risco (real). Se não detectar uma ameaça, voltará a pastar como se nada
tivesse acontecido. Assim, os programas biológicos que foram ativados para a
sua sobrevivência/fuga são desativados e a regeneração corporal acontece
normalmente.

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O que são as doenças?
Nos seres humanos, esses programas de defesa também são ativados fora da
consciência, no cérebro inconsciente. Devido à capacidade de sentir medo e
pensar, instalamos em nosso cérebro subconsciente, de forma involuntária,
uma emoção, um hábito, uma crença e até mesmo uma memória de longo
prazo de que o “leão” pode nos pegar a qualquer momento.

Ficamos então preparados para o ataque, mesmo sem termos certeza de que
ele acontecerá, impossibilitando nosso sistema nervoso autônomo de
alcançar o equilíbrio por meio da homeostase. É isso que gera a doença.

Essa emoção atuará através do sistema nervoso autônomo em um dos tecidos


embrionários (endoderma, mesoderma ou ectoderma), fazendo com que ele
multiplique ou reduza células com o único objetivo de prolongar a vida. Isso
ocorrerá até o ponto em que essas informações contínuas levem ao que
chamamos de “doença”.

Sendo assim, podemos dizer que a “doença” é a ativação de um programa


biológico de sobrevivência que se mantém ativado continuamente através da
influência do cérebro subconsciente. Ela pode também ocorrer quando há
desativação desses programas e o corpo não tem as condições ideais de
retornar ao funcionamento correto.

Podemos agora direcionar nossa discussão para uma parte um pouco mais
prática e vermos de que forma podemos fazer a leitura das doenças em
associação com os programas herdados.

O nariz, por exemplo, além da função de filtrar, purificar e umedecer o ar que


respiramos, tem uma função primordial de perceber a presença de uma
ameaça que se aproxima, assim como a zebra percebe o leão e consegue fugir.

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A grande diferença, como já foi dito, é que após o evento, a zebra volta a
pastar saindo imediatamente do conflito, enquanto nós ficamos farejando o
perigo do leão durante um tempo, mesmo que não exista nenhum sinal de
que ele se encontre por perto. Isso fará com que se manifestem em nosso
corpo rinites e sinusites.

Outro exemplo seria o que chamamos de alergias. O que elas são? Por que
usamos ou ingerimos uma substância por tanto tempo em nossas vidas e em
um determinado momento passamos a ter alergia a ela?

Considero que a alergia seja o que chamamos de raio do conflito. Isso quer
dizer que quando nós passamos por eventos traumáticos, automaticamente o
cérebro “tira uma foto” ou “grava na mente subconsciente” tudo o que
aconteceu com a função de autoproteção. Como, por exemplo, quando
sofremos um assalto a mão armada e sempre lembramos do ocorrido quando
passamos pelo local onde o fato aconteceu.

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Dessa forma, o dito agente causador da alergia faz o cérebro se lembrar
inconscientemente dos traumas e ativa os programas de sobrevivência que
chamamos de “doença”, para impedir que sejamos expostos novamente ao
estresse.

Imagine uma criança acostumada a comer frutos do mar e que durante


alguns momentos de sua vida presenciou grandes discussões de seus
familiares nas refeições, colocando-a em grande estresse devido ao medo do
ocorrido. O cérebro gravou o que ocorreu na íntegra e essa criança se torna
um adulto que acaba tendo uma discussão intensa com a esposa na mesa
comendo frutos do mar. Nesse momento, o cérebro chega ao limite de sua
capacidade de adaptação, manifestando uma alergia intensa e a pessoa tem
que se dirigir para um hospital com urgência.

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O mais interessante é que se pegarmos dez pessoas que possuem alergia a
frutos do mar, cada uma vai manifestá-la de forma diferente. Uns com edema
de glote (garganta fechada), outros com coceira, inchaço nos olhos ou
vermelhidão em parte do corpo. Isso nos faz concluir que a percepção e
individualidade de cada um faz com que adoeçamos de formas diferentes.

Temos que lembrar aqui que a vida começa, teoricamente, na fecundação e


que durante o desenvolvimento do embrião no útero materno, mãe e filho
vivem como um só e passam por muitas experiências juntos.

Dessa forma, podemos dizer que durante a gestação, principalmente após os


3 meses, a criança já está sendo programada para perceber o mundo e
senti-lo, baseada nas experiências vividas pela mãe. Esse período vai até
próximo dos 3 anos de idade, quando ela se torna mais independente e passa
a iniciar suas próprias percepções do mundo externo.

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Dessa forma, a criança já pode nascer com algumas “doenças”, como asma,
bronquite, alergias e outros problemas devido ao ocorrido durante sua vida
intrauterina.

Enfim, para que o sistema nervoso autônomo gerencie o funcionamento


correto do corpo, promovendo o equilíbrio de suas funções e com isso a
auto-cura, é necessário que o deixemos funcionar sem a interferência de
nossa mente subconsciente, assim como os animais na natureza.

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A hipnoterapia e o apoio ao tratamento de
doenças
Uma vez que discutimos sobre a parte anatômica do cérebro, gostaria que
você entendesse um pouco sobre o que chamamos de modelo da mente, ou
seja, como funcionamos na prática. No entanto, não quero aqui dizer que isso
seja a verdade absoluta e que não existam outras teorias a respeito.

Como vimos acima, o cérebro inconsciente tem funções biológicas puras. Já a


mente subconsciente é o local onde armazenamos todas as experiências
vividas durante a nossa vida. Lá podemos encontrar os hábitos, as crenças, as
emoções e a memória de longo prazo de tudo que se torna automático. Nela
também encontramos todos os mecanismos de autoproteção. Em geral, é
aqui onde precisamos realmente trabalhar para que as mudanças realmente
aconteçam.

Por que, então, a cura se torna tão difícil, tanto das doenças crônicas como
das doenças emocionais? Para explicar isso, preciso que antes você entenda
como funciona a mente consciente.

Essa mente (mais recente na evolução) nos dá a capacidade de analisar as


situações e de raciocinar sobre as melhores soluções. É com ela que somos
capazes de lembrar de atividades funcionais, como tarefas que precisamos
fazer no dia seguinte.

Aqui também se encontra a força de vontade para lutarmos contra o que não
queremos. Como essa é uma atividade que se desgasta com o tempo, algumas
vezes acabamos fracassando. Podemos ver isso nas várias dietas que
começamos e deixamos de lado, nas várias vezes em que dizemos que vamos
fazer academia, pagamos 6 meses e não vamos nem um mês completo.

Encontramos aqui o Fator Crítico, talvez uma das funções mais importantes
da mente. Ele é o responsável por analisar o que vai realmente passar para o
subconsciente.

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Para ocorrer a auto-cura, precisaríamos eliminar os medos, crenças,
emoções, hábitos e memórias de longo prazo, instalados no subconsciente e
envolvidos com o que chamamos de Efeito Causador Inicial. Dessa forma,
deixaríamos os mecanismos biológicos trabalharem no reequilíbrio das
funções.

O problema é que é quase impossível usarmos nosso conhecimento (mente


consciente) para resolvermos as coisas que estão tão profundas no
subconsciente. Com ele, não conseguimos atravessar o fator crítico e
modificar os acontecimentos. Por isso é tão difícil se chegar em uma cura
para as doenças.

Esse processo pode ser apoiado pela hipnose, uma das ferramentas capazes
de permitir o bloqueio temporário do Fator Crítico. Ela abre acesso à mente
subconsciente, nos dando condições de ajudar as pessoas a ressignificarem as
informações nela contidas, permitindo que o cérebro inconsciente fique
“livre” para funcionar e restabelecer a saúde.

Se partirmos do princípio de que não nascemos doentes e de que essas


doenças surgiram em um determinado momento de nossas vidas, elas devem
ter tido um Efeito Causador Inicial para seu surgimento.

Na medicina tradicional, não sabemos, na maioria das vezes, qual a causa de


uma enfermidade. Em muitas situações, são tratadas as consequências e
realizadas tentativas de inibir a evolução delas como sintomas.

Um das poucas maneiras que temos disponíveis para apoiar o tratamento


dessas doenças do cérebro é a hipnoterapia. Por ter a capacidade de investigar
as causas profundas e instalar sugestões positivas em sua mente
subconsciente a partir de técnicas de hipnose, a hipnoterapia abre a
possibilidade de encontrarmos o fator desencadeante de um problema e
neutralizá-lo. Por isso, trata-se de uma excelente ferramenta no auxílio ao
tratamento das doenças.

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Estudo de caso
Com o objetivo de ilustrar a possibilidade do uso da hipnoterapia como apoio
ao tratamento de doenças, vamos analisar um estudo de caso de um cliente
meu que tinha uma lesão tumoral e se submeteu a um tratamento com a
hipnose clínica.

Cliente R.D.N, 36 anos, com histórico de dor intensa na perna esquerda, que o
impedia de andar sem incômodo.

Submetido a um exame de Ressonância Nuclear Magnética (RNM), foi


observada a presença de uma lesão tumoral associada ao nervo fibular
profundo da perna esquerda. Além disso, uma eletroneuromiografia revelou
uma lesão moderada nesse nervo, como mostrado a seguir:

O cliente foi submetido a um procedimento cirúrgico para a retirada da lesão


e diagnóstico patológico. Durante a cirurgia, não foi possível a retirada
completa, devido ao risco de paralisia completa do nervo e subsequente
paralisia de alguns músculos da perna.

Foi feita a análise do material e diagnosticado um tumor benigno


denominado Schwannoma, que é um tumor da bainha do nervo, conforme
laudo a seguir:

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O cliente permaneceu com dores intensas na perna com uso contínuo de
medicamento analgésico, sem melhora do quadro da dor.
Após isso, ele foi submetido ao tratamento com hipnoterapia. Durante a
consulta, foi observado um conflito em que ele se encontrava paralisado
diante de várias situações em sua vida. Nessas situações, ele se sentia
impotente e desvalorizado diante da escolha da direção e do caminho a
seguir.

Houve melhora significativa da dor já na primeira sessão. Na segunda sessão,


trabalhamos mais um pouco e demos informações a ele para o controle da
dor.

O cliente evoluiu com melhora completa da dor, e após 6 meses de


tratamento foi solicitada uma nova RNM. O resultado mostrou o
desaparecimento completo da lesão, como visto no laudo a seguir:

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Conclusão
Apesar de ser reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina e pelo Conselho
Federal de Odontologia, a hipnoterapia é pouco utilizada e ainda
desconhecida por vários profissionais de saúde.

A partir da argumentação e do material apresentado no estudo de caso deste


e-book, podemos observar sua eficácia no apoio ao tratamento de doenças.
Como pudemos ver, houve contribuição ativa no processo de controle da dor
e, posteriormente, no desaparecimento completo da lesão no cliente.

A hipnoterapia foge do padrão terapêutico convencional e tem foco em


identificar e tratar a raiz do problema, não em minimizar os sintomas dos
transtornos. Resultados como o apresentado mostram que ela pode ser uma
poderosa aliada de médicos, odontólogos e outros profissionais de saúde.

Recomendamos que os interessados busquem programas de formação


profissionais conduzidos por instrutores experientes e certificados. Isso
garantirá maior assertividade e efetividade na condução dos tratamentos,
proporcionando maior segurança e confiança aos pacientes.

23
Sobre o Autor

Dr. Carlos Alberto Afonso Ribeiro é médico neurocirurgião e hipnoterapeuta.

Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Espírito Santo,


especialização em neurocirurgia no Hospital Beneficência Portuguesa de SP e
pós-graduação na Universidade de IOWA nos Estados Unidos, com
subespecialização em cirurgia da coluna vertebral.

Dr. Carlos é especialista na aplicação do protocolo OMNI como ferramenta no


tratamento de doenças físicas e criador da técnica Decodificação Mente Corpo
(DMC), que adapta os protocolos da Hipnoterapia OMNI à Nova Medicina
Germânica.

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Sobre a OMNI Brasil
A OMNI Hypnosis Training Center® é um dos mais antigos institutos de
hipnoterapia do planeta, criado em 1979 na Flórida/EUA, por Gerald F. Kein
(Jerry). Ele foi o último discípulo de Dave Elman, considerado por muitos o
hipnoterapeuta mais renomado do mundo, e foi o responsável por manter
vivas as técnicas do mestre.

Os processos OMNI de Hipnoterapia foram refinados durante décadas por


Jerry, e, em 2012, Hans se tornou seu sucessor oficial. Ele foi o responsável
pela expansão da OMNI em mais de 17 países e pela certificação ISO 9001 do
treinamento e do processo terapêutico, a qual garante a qualidade e
consistência de resultados. O instituto é reconhecido mundialmente por
oferecer treinamentos exclusivos, com forte embasamento teórico, foco na
prática e alta efetividade dos resultados.

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O instituto iniciou as atividades no Brasil em 2015, presidido por Michael
Arruda, hipnoterapeuta OMNI há mais de 9 anos, primeiro instrutor
certificado OMNI na América Latina e treinado diretamente por Jerry e Hans.
O centro de treinamento é considerado um dos institutos de hipnose mais
renomados do Brasil. Grandes profissionais como Rafael Baltresca, Pyong
Lee e Issao Imamura já passaram pelos treinamentos oficiais da OMNI
Hypnosis Training Center® no país.

Gerald F. Kein Hanruedi Wipf Michael Arruda


(Jerry) (Hans)

Conheça mais sobre hipnoterapia e o trabalho desenvolvido pela OMNI Brasil:


www.omnihypnosis.com.br.

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Créditos
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OMNI HYPNOSIS TRAINING CENTER

(11) 3075-2899

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