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Introdução

a Educação à Distância

Niltom Vieira Junior


Jefferson Rodrigues da Silva

Pós-Graduação em Docência
Pós-Graduação em Docência

Introdução a Educação à Distância

Niltom Vieira Junior

Jefferson Rodrigues da Silva

Departamento de Ciências Aplicadas


IFMG Arcos

niltom.vieira@ifmg.edu.br

jefferson.silva@ifmg.edu.br

Setembro, 2019.
© 2019 by Instituto Federal de Minas Gerais Campus Arcos
Todos os direitos autorais reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico
ou mecânico. Incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de
armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização por escrito do
Instituto Federal de Minas Gerais Campus Arcos.

Presidente do CEAD Arcos Jefferson Rodrigues da Silva

Coordenador do curso Niltom Vieira Junior

Revisor Niltom Vieira Junior

Arte gráfica Eduardo dos Santos Oliveira

FICHA CATALOGRÁFICA
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Índice para catálogo sistemático:
1. Educação: EaD: Docência

2019

Direitos exclusivos cedidos à


Instituto Federal de Minas Gerais Campus Arcos,
Avenida Juscelino Kubitschek, 485,
CEP 35588-000- Bairro Brasília, Arcos - MG - Brasil,
Telefone: (37) 3351-5173
cead.arcos@ifmg.edu.br
Palavra dos professores-autores

Colega professor(a) seja bem-vindo à disciplina Introdução a Educação à


Distância (EaD).

A EaD tem representado novos desafios e possibilidades à educação. Além


de dinamizar o processo educacional e atribuir novas responsabilidades a
cada um dos atores envolvidos no ensino-aprendizagem, essa modalidade
democratiza o acesso ao conhecimento e impõe, inclusive ao ensino
presencial, novas reflexões no que diz respeito às relações entre indivíduos e
instituições, a sala de aula e a atualização dos métodos.

Contrastando com as demais disciplinas estudadas no nosso curso, agora


adotaremos um enfoque mais prático. As duas primeiras semanas irão
apresentar o histórico da EaD, a expansão dessa modalidade de ensino e
alguns papéis nela envolvidos. Já as duas últimas etapas, serão dedicadas à
experimentação, prática, criação e configuração de recursos e atividades em
um Ambiente Virtual de Aprendizagem.

Após conhecer algumas configurações básicas do Moodle, vamos exercitar a


construção de uma sala virtual, desenvolvida por cada um dos alunos, no
nosso próprio ambiente Moodle.

Então, invertendo a ordem, boa leitura e mãos à obra!


Niltom Vieira Junior
Jefferson Rodrigues da Silva.
Apresentação da disciplina

Este curso está dividido em quatro semanas, cujos tópicos são apresentados
sucintamente a seguir.

Entender como surgiu a modalidade EaD, sua


SEMANA 1 expansão, evolução e alguns dos seus pressupostos
básicos.

Compreender os atores envolvidos na EaD e seus


SEMANA 2 papéis, além de perceber algumas características
especiais dessa modalidade.

Conhecer configurações e algumas funcionalidades de


SEMANA 3
Ambientes Virtuais de Aprendizagem.
Configurar, na prática, uma sala virtual utilizando a
SEMANA 4
plataforma Moodle.

Carga horária: 40 h.

Estudo proposto: 2h por dia em 5 dias por semana (10h semanais).


Apresentação de ícones

Os ícones são elementos gráficos para facilitar os estudos, fique atento


quando eles aparecem no texto, veja aqui os seus significados:

Atenção: indica pontos de maior importância


no texto.

Dica do professor: novas informações ou


curiosidades relacionadas ao tema em estudo.

Atividades: sugestão de tarefas e atividades


para o desenvolvimento da aprendizagem.

Mídias digitais: sugestão de recursos


audiovisuais para enriquecer a aprendizagem.
Sumário

1.1. Considerações iniciais ............................................................................................................ 1


1.2. Falando sobre EAD e EaD ..................................................................................................... 2
1.3. EaD: primeiros registros ......................................................................................................... 6
1.4. Expansão da EaD.................................................................................................................... 7
1.5. Expanção da EaD no IFMG Campus Arcos ......................................................................... 10
2.1. Progresso educacional ............................................................................................................ 13
2.2. A comunicação à distância ..................................................................................................... 14
2.3. Os atores envolvidos .............................................................................................................. 16
2.4. A democratização do conhecimento....................................................................................... 18
3.1. Ambientes Virtuais de Aprendizagem.................................................................................... 21
3.2. Algumas atividades e recursos do Moodle ............................................................................. 22
3.3. Configurações iniciais ............................................................................................................ 24
3.4. Editando questionários ........................................................................................................... 25
4.1. Trabalhando com banco de questões ...................................................................................... 31
4.2. Livro de notas ......................................................................................................................... 33
4.3. Atividade wiki ........................................................................................................................ 34
4.4. Definindo grupos .................................................................................................................... 35
4.5. Outras configurações .............................................................................................................. 36
4.6. Os desafios da EaD................................................................................................................. 39
Referências ....................................................................................................................................... 41
SEMANA 1 – Introdução a EaD
Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

Objetivos
Nesta semana você descobrirá como surgiu a Educação à Distância e
quais os impactos proporcionados por essa modalidade.

Mídias Digitais: Antes de começar a


leitura do conteúdo dessa semana na
apostila, assista ao vídeo de
apresentação da disciplina (português ou
libras).

1.1. Considerações iniciais

Embora não haja uma padronização universalmente aceita, vamos diferenciar no escopo do
nosso curso as siglas EAD e EaD. Assim, teremos “Educação Aberta e a Distância” (EAD) e
“Educação à Distância” (EaD). Quanto ao rigor da escrita, existem defensores (com certa
correção) do não uso de acento (crase) em “a distância”, vez que se trata de distância sem
especificação de medida. Contudo, pecando pelo excesso, nesta apostila ele será adotado
apenas como prevenção para toda e qualquer ambiguidade, eis que a educação é à distância e
não a “distância” é o objeto a ser educado1.
Finalizando esta conceituação inicial, não é raro que se encontrem na literatura críticas quanto
ao uso de “educação” ao invés de “ensino” à distância. A principal justificativa, de certo
modo compreensível, é que a EaD ainda se encontra em débito com a educação,
especialmente no que diz respeito a formação crítica e holística do aprendiz. Porém, o uso do
termo “educação” neste material traz um caráter de manutenção do otimismo e confiança na
potencialidade desta modalidade.

Leia-se no Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017 no Capítulo 1, nas Disposições Gerais, o


seguinte entendimento por EaD:

Art. 1º Para os fins deste Decreto, considera-se


educação a distância a modalidade educacional na qual
a mediação didático-pedagógica nos processos de
ensino e aprendizagem ocorra com a utilização de meios
e tecnologias de informação e comunicação, com
pessoal qualificado, com políticas de acesso, com
acompanhamento e avaliação compatíveis, entre outros,
e desenvolva atividades educativas por estudantes e

1
O uso do acento é também compartilhado pelo Professor Sérgio Rodrigues (download).

1
Niltom Vieira Junior e Jefferson Rodrigues da Silva

profissionais da educação que estejam em lugares e


tempos diversos.
Art. 2º A educação básica e a educação superior
poderão ser ofertadas na modalidade a distância nos
termos deste Decreto, observadas as condições de
acessibilidade que devem ser asseguradas nos espaços e
meios utilizados [1].

Considerando a história, relativamente recente, da EaD é possível que algumas experiências


pouco exitosas tenham tomado de fato (e equivocadamente) o princípio da “educação
bancária” de Paulo Freire, no sentido de apenas “transmitir” blocos de informação para o
“preenchimento” de saberes. Contudo, como já apresentado anteriormente em “Tecnologias e
Comunicação na Educação” o uso da tecnologia educacional deve basear-se num princípio
dialógico interacionista que permita um amplo aprender [2]. Maia e Mattar [3], nesse mesmo
sentido, sugerem que em “EaD, o educando não precisa estar distante, pedagogicamente, de
seus educadores, nem de seus colegas, muito menos do mundo que contextualiza seu
aprendizado”.

Atividade 1.1: Leia o texto a seguir


sobre a “Teoria da Distância
Transacional”, de Michael Moore
(download). Em seguida, associe os
conceitos da “distância transacional” à
“comunicação na educação”
(estudada anteriormente) e apresente
uma reflexão sobre a seguinte
questão: Como se comunicar e
educar à distância? Entregue este
trabalho, em formato.pdf, pela sala
virtual.

1.2. Falando sobre EAD e EaD

A Educação Aberta a Distância, em geral, inclui características mais flexíveis como, por
exemplo, maior amplitude na admissão de estudantes (Cursos Online Abertos e Massivos2),
atendimento de necessidades individuais (em alguns cursos os alunos podem escolher os
módulos a serem cursados) e a gratuidade nos estudos (embora hoje já existam exceções).
Uma das primeiras iniciativas na história é a The Open University, fundada em 1969 no Reino
Unido, que abriga simultaneamente centenas de milhares de estudantes no mundo todo.
Neste sentido, criou-se em 2006 a Universidade Aberta do Brasil (UAB3) que, embora tenha
vagas limitadas a cada seleção e se baseie em estruturas curriculares pré-estabelecidas (cursos
2
Conhecidos como MOOCs (Massive Open Online Courses).
3
Decreto n. 5.800 de 8 de junho de 2006.
3
Decreto n. 5.800 de 8 de junho de 2006.

2
Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

já ofertados presencialmente em universidades públicas), tem por objetivo principal expandir


e interiorizar a oferta de cursos superiores no país de forma gratuita. A UAB utiliza,
enquanto “ferramentas educacionais”, as tecnologias comunicacionais da Educação à
Distância (muitas das quais encontradas em diversos cursos online, de níveis e características
variados).

Mídias Digitais: Acesse o Decreto nº


9.057 de 25 de maio de 2017 para fazer
a leitura do documento na íntegra (link).

Atividade 1.2: Pesquise cursos online,


preferencialmente em instituições
estrangeiras, que possam ser feitos
gratuitamente à distância. Priorize
cursos que tenham relação com sua
área de formação ou com qualquer
tema relacionado à Docência.
Compartilhe com seus colegas, no
fórum obrigatório da semana, as
seguintes informações: nome do(s)
curso(s), características gerais,
processo de seleção/inscrição e o site
da instituição.

Além do uso das tecnologias da informação e processos comunicacionais específicos, os


cursos EaD têm como característica a flexibilidade de horários vez que, salvo nos cursos ou
situações em que são planejadas atividades assíncronas, é o próprio aluno quem planeja e
executa os seus horários de estudos. Porém, é importante que se estabeleça uma importante
distinção: um curso EaD é para quem precisa de flexibilidade de horários e não para quem,
definitivamente, não possui tempo! Isso porque estudar a distância requer comprometimento,
disciplina e dedicação iguais (ou maiores) às exigidas nos cursos presenciais de igual
qualidade.

Atenção: Educação à Distância não é


para quem não tem tempo! Faça a
leitura do texto complementar sobre o
tempo “Por favor, tem um minutinho?”.
O texto está disponibilizado a seguir.

3
Niltom Vieira Junior e Jefferson Rodrigues da Silva

Figura 1.1 – Relógio do museu Orsay, Paris. Fotografia de Valentin Simon.


Fonte: banco de imagens Pixabay. Disponível em http://pixabay.com/pt/photos/paris-museu-orsay-
rel%C3%B3gio-mulheres-846873/. Acessado dia 27/08/2019.

4
Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

Texto Complementar

Por favor, tem um minutinho?

Um minuto: sessenta vezes a duração de 9 192 631 770 períodos da radiação correspondente à transição entre os dois
níveis hiperfinos do estado fundamental do átomo de césio-133 (BIPM,1968). O número talvez assuste, mas
considerando a expectativa de vida (ou de morte) de um brasileiro em 75,5 anos, segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), tem-se uma vida com duração da ordem de grandeza de 10 19 períodos da referida
radiação.
E antes de pensar se tem ou não tempo para algo, talvez devesse se perguntar, como se fez Agostinho - O que é o tempo?

Se ninguém me pergunta, eu sei; mas se me perguntam, e quero explicar, não


sei mais.
[...] Ou, esses dois tempos, o passado e o futuro, como eles podem ser, se o
passado não é mais, e o futuro ainda não é? Pelo presente, se ele fosse sempre
presente sem voar ao passado, então não seria mais tempo; ele seria a
eternidade. [...] e podemos dizer, na verdade, que o tempo seja, senão que ele
tende a não ser?
[...] Mas o que agora parece claro e manifesto é que nem o futuro, nem o
passado existem, e nem se pode dizer com propriedade, que há três tempos: o
passado, o presente e o futuro. Talvez fosse mais certo dizer-se: há três tempos:
o presente do passado, o presente do presente e o presente do futuro, porque
essas três espécies de tempos existem em nosso espírito e não as vejo em outra
parte. O presente do passado é a memória; o presente do presente é a intuição
direta; o presente do futuro é a esperança (AGOSTINHO, 1964).

Zygmunt Bauman diz, em seu livro Modernidade Líquida, que no jogo da definição, a maioria das coisas que fazem parte
da vida cotidiana são compreendidas razoavelmente até que se precise defini-las.

Ainda, que se pessoas fossem instadas a explicar o que entendiam por


“espaço” e por “tempo”, poderiam ter dito que “espaço” é o que se percorre
em certo tempo, e que “tempo” é o que se precisa para percorrer certo espaço
(BAUMAN, 2000).

Na conquista do espaço, como Jules Vernes mostrou, dar a volta ao mundo em 80 dias parecia um sonho atraente. As
tecnologias evoluem: para chegar à informação, por exemplo, já não é necessário mais que se dê um passo rumo a uma
biblioteca ou banca de jornal. Ela está ali, na hora, ao alcance das mãos. Talvez Vernes não pudesse imaginar que as
facilidades, a instantaneidade, pudessem culminar no desinteresse: os pontos turísticos próximos de nossas casas sempre
podem ser visitados num depois que nunca tem pressa para acontecer.
Bauman explica que “a instantaneidade significa realização imediata, “no ato” – mas também exaustão e
desaparecimento do interesse. Ela faz com que cada momento pareça ter capacidade infinita”.

A distância que separa o começo do fim está diminuindo ou mesmo


desaparecendo; as duas noções eram usadas para marcar a passagem do
tempo, e, portanto calcular seu “valor perdido”. [...] Teria o tempo, depois de
matar o espaço, enquanto valor, cometido suicídio? (BAUMAN, 2000).

Provavelmente você não tenha tempo para muitas coisas, já foi exigido muito de você chegar até aqui nessa leitura. É
claro, agora está mais próximo da estatística do IBGE, mas não se preocupe, o césio-133 continua muito bem, obrigado!

Autoria de Jefferson Silva.

____________
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Trad. Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
AGOSTINHO, Santo. As confissões. Trad. Frederico Ozanam Pessoa de Barros. São Paulo: Edameris, 1964.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo 2010.
5 em
BIPM- Bureau International des Poids et Mesures. Treizième conference generale des poids et mesures. França 1968. Disponível
http://www.bipm.org/utils/common/pdf/CGPM/CGPM13.pdf#page=103 acessado dia 23/07/2019.
Niltom Vieira Junior e Jefferson Rodrigues da Silva

1.3. EaD: primeiros registros

No Brasil, os primeiros resquícios da EaD datam do final do século XIX, na década de 1850,
quando agricultores e pecuaristas aprendiam por correspondência técnicas de plantio e manejo
[4]. Posteriormente, tem-se notícia de um curso de datilografia por correspondência em 1904
[5]4. Já na década de 1920 surgiram as primeiras ofertas de cursos que, além de material
impresso, utilizava ondas de rádio. Nas décadas de 1940 e 1950 outras iniciativas se
difundiram, principalmente em instituições como Instituto Monitor, Instituto Universal
Brasileiro e Universidade do Ar. Tais ações se ampliaram nas décadas seguintes, com o
advento da TV e, posteriormente, internet. Em 1995 a Universidade Federal do Mato Grosso
ofereceu um dos primeiros cursos superiores à distância e, desde então, esta modalidade vem
crescendo em todos os níveis de educação no país [6].

Dica do professor: Acredita-se, no


âmbito dessa apostila, que alguns dos
primeiros cursos à distância no Brasil,
em especial de nível superior, sofreram
críticas em função do caráter mercantil
que pareciam ter. Porém, na medida
em que cada vez mais universidades
comprometidas com a qualidade
iniciaram suas ofertas nesta
modalidade, tal “má impressão” está
sendo vencida.

Atualmente diversos estudos atestam a qualidade dos cursos EaD comparando, por exemplo,
o desempenho de estudantes no ENADE (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes)
onde não se mostram diferenças significativas entre alunos oriundos de cursos presenciais e à
distância [7].

Atividade 1.3: Leia na íntegra o artigo


“Avaliação dos Cursos de Graduação:
Estudo Comparativo entre Cursos
Oferecidos nas Modalidades a Distância
e Presencial” (download).

4
Mundialmente um dos primeiros registros data de 1728, nos Estados Unidos, em um curso de taquigrafia por
correspondência [5].

6
Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

1.4. Expansão da EaD

De fato o Brasil vem acompanhando uma tendência mundial de crescimento na oferta de


cursos EaD. Porém, é preciso observar os dados com cautela e entender que existe uma
variação na força de crescimento dessa modalidade de ensino provocada tanto por aspectos
econômicos quanto pelas políticas públicas adotadas no país.

Atenção: Os cursos de Educação a


Distância (EaD) só crescem nos últimos
anos? Calma, não é bem assim!
Observa-se que há uma flutuação
sensível a mudanças econômicas e a
políticas públicas. Mas sim, grosso
modo, é uma modalidade de ensino em
crescimento.

Nesse tópico analisaremos alguns dos principais resultados do último censo da Associação
Brasileira de Educação a Distância (ABED). O documento é intitulado “Censo EAD.BR
2017: Relatório analítico da aprendizagem a distância no Brasil”. Ele será útil para uma
abordagem coerente com a realidade da EaD no Brasil, desvencilhando-se de achismos sobre
o tópico.

Carlos Longo, criador e diretor executivo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Online, explica
que o fortalecimento do Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) entre os anos de 2010 e
2015 provocou um crescimento médio expressivo no ensino superior na modalidade
presencial. Já a modalidade a distância experimentou entre 2012 e 2015, como pode ser
observado na Figura 1.2 um decrescimento no número de matrículas [8]. Ele atribui essa
desaceleração a entraves burocráticos:

[...] as instituições de ensino superior (IES) levavam em


média de três a quatro anos para obter credenciamento e
autorização para ofertar cursos na modalidade a
distância. As que já estavam credenciadas levavam até
cinco anos para expandir seus polos de apoio presencial.
Entre 2014 e 2017, eram necessários dois anos para a
obtenção de autorização de até 20 polos, conforme
calendário da Secretaria de Regulação e Supervisão da
Educação Superior (SERES) e após visita por
amostragem dos mesmos, dependendo do índice geral
de cursos (IGC) e do conceito institucional (CI) da IES
[8].

7
Niltom Vieira Junior e Jefferson Rodrigues da Silva

Figura 1.2 – Gráfico do número de número de matriculas em cursos EaD no Brasil.


Fonte: Censo EAD.BR 2017 [8].

Cristiana Mattos Assumpção, membro da ABED, fez uma análise sobre o crescimento do EaD
no Brasil no artigo “Vantagens e riscos de uma expansão acelerada de polos em 2017”.
Segundo ela, a expansão dos polos de atendimento EaD é atribuído principalmente à nova
regulamentação da educação a distância no país. O Ministério da Educação (MEC) por meio
do Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017, entre as principais mudanças, possibilitou a
criação de polos de EaD pelas próprias instituições e o credenciamento de instituições na
modalidade EaD para a oferta de cursos de graduação sem exigir o credenciamento prévio
para a oferta presencial. Pela mesma resolução, a existência dos polos de apoio presencial
deixou de ser obrigatória [8].

Dica do professor: Para melhor


compreensão, faça leitura do Decreto
nº 9.057, de 25 de maio de 2017 do
Ministério da Educação (MEC) (link).

Atenção: As novas regras facilitam a


criação de polos e ao mesmo tempo
desobrigam a existência deles. A
resolução tem, portanto, o potencial de
induzir tanto a redução quanto o
aumento de polos de apoio presencial
no Brasil.

O que de fato se observou, segundo o Censo da ABED, foi o aumento da quantidade de polos
em 2017, revelando que a oferta de polos faz parte da estratégia de ensino e de mercado das
instituições formadoras. Em 2017, foram criados 3.137 polos no país, conforme pode ser
observado na Figura 1.3 [8]. O mesmo censo observou que os polos exercem fortemente as

8
Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

funções de atendimento administrativo e pedagógico dos alunos, sendo um espaço para


interação social e de realização de trabalhos colaborativos.

Figura 1.3 – Gráfico do número polos de apoio a cursos a cursos EaD.


Fonte: Censo EAD.BR 2017 [8].

Uma questão importante é: onde esses polos foram criados? A proporção de polos de cidades
de interior subiu de 65% para 78% entre os censos da ABED de 2016 e 2017. No mesmo
período, o percentual de polos que estavam localizados em estados diferentes da sede também
subiu, e passou de 35% para 54%. Os dados possibilitam verificar que houve, portanto, uma
interiorização importante da EaD no Brasil no prazo de um ano [8].

Para a instituição de ensino, essa flexibilização permitiu


captar mais alunos tanto na cidade onde atua quanto em
outras regiões, ampliando sua presença geografcamente.
[...] aumentou o número de riscos que devem ser
examinados, principalmente no que se refere à
qualidade dos serviços oferecidos nos polos. [...] a
ampliação de polos trouxe uma demanda da contratação
de mão de obra qualificada para as funções designadas,
assim como infraestrutura adequada para permitir que
os alunos sejam bem-atendidos e possam realizar seus
trabalhos. Para as instituições privadas, é preciso
examinar se o aumento dos custos terá como
consequência o encarecimento dos cursos oferecidos.
No caso das instituições públicas, deve-se entender o
aumento de orçamento e como este será coberto [8].

9
Niltom Vieira Junior e Jefferson Rodrigues da Silva

O governo brasileiro deixa claro sua meta expansionista para a educação no Plano Nacional
de Educação (PNE):

META 12- Elevar a taxa bruta de matrícula na educação


superior para 50% (cinquenta por cento) e a taxa líquida
para 33% (trinta e três por cento) da população de 18
(dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos, assegurada a
qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40%
(quarenta por cento) das novas matrículas, no segmento
público [9].

Dica do professor: Para melhor


compreensão, conheça o Plano
Nacional de Educação (PNE) (link).

1.5. Expanção da EaD no IFMG Campus Arcos

Neste tópico será referenciada a Pós-


Graduação em Docência EaD do Instituto
Federal de Minas Gerais Campus Arcos,
tal como os demais cursos ofertados nessa
modalidade de ensino no contexto de
expansão da EaD no país.

A Engenharia Mecânica foi o primeiro


curso aberto do IFMG Campus Arcos,
tendo inicio em 2016 e já concebida em
um formato híbrido: ensino presencial nos
oito primeiros semestres e ensino à
distância nos dois últimos.

O primeiro curso 100% EaD do campus


foi a Pós-Graduação em Docência. Sua
turma pioneira iniciou os estudos em 2018
com 100 alunos matriculados.

Para a turma do ano seguinte estavam


previstas 60 novas vagas, mas o sucesso
das inscrições surpreendeu com uma
Figura 1.4 – IFMG Campus Arcos.
Fotografia de Guilherme Rohrmann. 10
Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

relação de 18 candidatos/vaga. Então, novos investimentos foram feitos para ampliar a


quantidade de vagas ofertadas, elas foram triplicadas para 180.

Ao mesmo tempo, a reitoria do IFMG investiu na abertura de uma turma interna exclusiva, na
Pós-Graduação em Docência, para capacitação dos seus próprios professores (bacharéis e
tecnólogos) que não possuíam licenciatura ou formação para a docência. Ofereceu-se, então,
outras 180 vagas – totalizando, no seu segundo ano de existência, 360 novas vagas. A medida
tomada pelo IFMG condiz com a estratégia de adequação para o atendimento à resolução
CNE 06/2012: documento trata das diretrizes curriculares para a educação profissional, com
referência à formação docente.

O curso oportuniza reflexões e debates importantes para a prática docente e cumpre um


relevante papel social para a educação do país. Há alunos que atuam como professores em
regiões afastadas dos grandes centros, em escolas indígenas, escolas rurais e em outras tantas
localidades onde o acesso ao conhecimento e a formação continuada é restrito.

No primeiro semestre de 2019, o IFMG Arcos também ofertou a primeira turma do curso de
Formação Continuada EaD: “Estratégias de Ensino e Aprendizagem”. Este curso contou com
1400 alunos matriculados. Já no segundo semestre do mesmo ano, os alunos tiveram a
possibilidade de prosseguir os seus estudos com outra Forrmação Continuada EaD:
“Tecnologias na Educação”, neste matricularam 2040 alunos.

O número de vagas novas em cursos EaD no IFMG Arcos, entre 2018 e 2019, passou de 100
para, aproximadamente, 3,8 mil alunos. Um crescimento de 38 vezes!

Mídias Digitais: Para encerrar a


primeira semana de estudos, assista à
série produzida pelo Jornal Nacional
sobre Educação à Distância. Embora, os
dados numéricos sejam da época e o
foco da reportagem seja, principalmente,
cursos e polos de ensino superior,
aspectos gerais importantes sobre a EaD
são apresentados:
Português (Parte 1);
Português (Parte 2);
Português (Parte 3);
Português (Parte 4);
Português (Parte 5);
ou Libras (todas as partes).

Até a próxima semana!

11
Niltom Vieira Junior e Jefferson Rodrigues da Silva

12
SEMANA 2 – Os atores e as características da EaD
Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

Objetivos
Nesta semana, você irá compreender quais os atores envolvidos na
EaD e o potencial da modalidade para democratização do
conhecimento.

Mídias Digitais: Antes de continuar a


leitura da apostila, assista ao vídeo do
professor da disciplina (português ou
libras).

2.1. Progresso educacional

Tem se debatido, em diversas ocasiões, a latente necessidade da evolução educacional, por


exemplo, comparando-se o desproporcional avanço ocorrido entre escolas e hospitais
apresentado por Seymour Papert [10]. Contudo, você percebeu que a EaD (ao contrário da
sala de aula convencional) tem experimentado várias mudanças na sua recente história?
Primeiro, cursos por correspondência, depois via rádio, telecursos, internet, ferramentas
multimídia variadas e assim por diante. Além do mais, trata-se de um campo em franco
desenvolvimento cujas potencialidades ainda têm muito por surpreender5.

No que diz respeito às suas gerações, considerando as formas de comunicação e os principais


recursos utilizados, notamos, até então, pelo menos cinco momentos desta modalidade, Na
Figura 2.1 é possível observar essas cinco gerações.
De igual maneira, a legislação tem se adaptado a essa nova necessidade. A Lei de Diretrizes e
Bases de 1996, oficializou a EaD como modalidade de ensino6 o que permitiu outros avanços
como, por exemplo, a autorização em 20047 (com nova redação dada em 20168) para que
cursos superiores presenciais ofertem até 20% da sua carga horária à distância.
Além disso, outros níveis de ensino também começaram a ter participação marcante nesta
modalidade. Em 2011, foi instituída a Rede e-Tec Brasil9, com a finalidade de desenvolver a
educação profissional e tecnológica também à distância. E em 2010 foi aprovado pela CAPES

5
Obviamente, muito ainda precisa ser feito, adaptado e aperfeiçoado, porém, é inegável que os progressos na
área têm ocorrido de modo incessante.
6
Decreto n 9.057 de 25 de maio de 2017.
7
Portaria n. 4.059 de 10 de dezembro de 2004.
8
Portaria n. 1134 de 10 de outubro de 2016.
9
Decreto n. 7.589 de 26 de outubro de 2011.

13
Niltom Vieira Junior e Jefferson Rodrigues da Silva

(Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) o primeiro mestrado


profissional em rede (para matemática) com características semipresenciais10.

Figura 2.1 – Gerações da EaD.


Fonte: Pereira e outros [11].

2.2. A comunicação à distância

Embora um curso EaD faça uso de variados recursos multimídia, a comunicação textual, na
maioria das vezes, é imprescindível. É importante, portanto, tomar muito cuidado com o uso
correto das palavras na troca de mensagens que, por estarem desconectas de outras
possibilidades de análise (expressão facial, tom de voz etc.), têm a sua interpretação “fria” a
cargo do leitor. Por essa razão, deve-se ler várias vezes um texto/mensagem antes de enviá-lo.
Além do cuidado com ortografia, gramática e objetividade na mensagem é preciso sempre
transparecer educação e gentileza. Como estratégia auxiliar, pode-se fazer uso de emoticons11
para expressar sentimentos, porém, cabe lembrar que se trata de um ambiente acadêmico e,
quando necessário, algum formalismo ou padrões adequados precisam ser mantidos12.

10
Nos anos seguintes outros cursos no mesmo formato foram também aprovados para variadas áreas.
11
Do inglês: emotion + icon.
12
Cuidados adicionais também precisam ser mantidos como, por exemplo: pessoas familiarizadas com o uso de
chats entendem que palavras integralmente escritas com letras maiúsculas significa elevação do tom de voz.

14
Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

Figura 2.2 – Emoticons.


Fonte: Banco de imagens Pixabay. Disponível em https://pixabay.com/pt/photos/smiley-emoticon-raiva-com-
raiva-2979107/.Acessado dia 27/08/2019.

Dica do professor: É importante também conhecer o


público envolvido, já que pode existir alguém não
familiarizado com esta modalidade de ensino ou com
o uso de recursos tecnológicos. Por essa razão,
alguns cursos realizam um “nivelamento” ou
“ambientação” no uso dos recursos importantes ao
seu desenvolvimento.

Ainda quanto a comunicação, a EaD divide-se basicamente em:


 Comunicação síncrona, aquela realizada em tempo real por meio de chat, telefone,
videoconferência etc.;
 Comunicação assíncrona, aquela realizada a qualquer tempo, não simultaneamente,
por meio de e-mail, fórum, videoaula etc.

Seja qual for o processo comunicativo em uso é importante que haja interação entre professor
e alunos, entre alunos e alunos, assim como, interatividade entre alunos e o material didático
e/ou o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA)13. Aliados aos momentos de estudo
individualizados devem existir também mecanismos (como por exemplo, fóruns ou chats)
onde os alunos participem ativamente, expressem suas opiniões e colaborem com a
construção coletiva dos saberes. Por outro lado, a participação presente do professor/tutor, via
respostas rápidas e feedbacks também é essencial, pois, reduz a distância envolvida e motiva o
engajamento dos estudantes no curso.

13
Em alguns contextos designados por “salas virtuais”.

15
Niltom Vieira Junior e Jefferson Rodrigues da Silva

2.3. Os atores envolvidos

Embora a composição dos cursos sofra alguma alteração, vez que em função do nível de
ensino a legislação pode oferecer mais ou menos exigências, em geral estes são os atores
diretamente envolvidos com as etapas de ensino:
 Professor conteudista, responsável pela produção do material didático (livro, caderno,
apostila etc.), elaboração do plano de ensino e proposição das atividades didáticas,
exercícios e avaliações para cada aula ou módulo;
 Professor formador, responsável por ministrar o curso elaborado pelo professor
conteudista, conduzir as atividades de ensino-aprendizagem, coordenar os tutores e
avaliar os estudantes;
 Tutor presencial (quando exigido pelo curso), faz o atendimento presencial nos polos,
recebe e distribui material aos alunos além de auxiliá-los quanto ao uso das
tecnologias necessárias a realização das atividades, dá suporte no âmbito geral aos
alunos e ao professor formador;
 Tutor à distância (quando exigido pelo curso), acompanha as atividades realizadas no
AVA, acompanha a frequência, regularidade e desempenho dos alunos, dá suporte no
âmbito geral aos alunos e ao professor formador.
 Aluno: é um ator de auto-aprendizagem. Na configuração EaD, segundo Faria
(2013), o aluno deixa de ser um receptor passivo e torna-se responsável por sua
aprendizagem, com direito a trabalhar em ritmo que respeite suas limitações
pessoais, sem perder a possibilidade de interagir com seus colegas e professores.
Portanto, é importante que o aluno tenha hábitos de estudo, habilidade de administrar
o tempo, organização, gostar de interagir, ser independente e autodisciplinado [12].

Assim como para a composição de equipes destinadas ao desenvolvimento de tecnologias


educacionais, apresentado em Vieira Junior [2], para a oferta de cursos EaD soma-se àqueles
saberes (domínio de conteúdo, pressupostos pedagógicos, linguagem de programação,
computação gráfica, semiótica etc.) o suporte de Tecnologia da Informação (TI), o suporte
técnico administrativo e o conhecimento teórico-metodológico específico que a educação à
distância requer, sugerindo novamente um grupo de trabalho multidisciplinar para que um
curso de boa qualidade seja ofertado.

Atividade 2.1: Para reforçar o papel


do Estudante à Distância, leia o
recorte do caderno “Metodologia em
EaD”, produzido por Medeiros e
outros [15] (download).

16
Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

Podem-se acrescentar, aos atores da EaD, diversos profissionais da área administrativa como,
por exemplo, o responsável pela documentação, matrícula, certificação, entre outros serviços
e que deve ser constituída por profissionais que contribuam, juntamente com professores e
tutores, na implementação das propostas do curso.
Quando as instituições oferecem cursos em diferentes polos ela precisa contar ainda com um
Coordenador de Polo, que é o responsável pela organização do polo e dos encontros
presencias, tendo sempre em vista o Projeto Político do Curso. O diagrama da Figura 2.3
proporciona uma visão geral dos atores, incluindo os processos gerenciais que compõem a
maioria das estruturas de Educação à distância:

Coordenação do polo e de curso de curso

Projeto Político Pedagógico

Professor Equipe de Design


conteudista Instrucional

Equipe Multimídia

Mídia impressa Tutor e professor Mídia digital


formador

Aluno

Figura 2.3 – Atores e gestão da EaD.


Fonte: Pós Estácio [13], adaptado.

17
Niltom Vieira Junior e Jefferson Rodrigues da Silva

2.4. A democratização do conhecimento

A concentração das principais instituições de ensino em grandes centros urbanos ou em áreas


específicas de uma cidade ou mesorregião, num país de ampla área territorial, impõe
dificuldades de logística que tornam inacessíveis a algumas pessoas determinados cursos.
Ademais, o desenvolvimento da educação sofre, por si só, com as barreiras sociais e
financeiras dada a grande desigualdade vista no Brasil.
Além de oferecer cursos mais acessíveis, a EaD pode atingir os locais mais longínquos ao
mesmo tempo em que amplia a possibilidade de estudos dada a flexibilização dos horários.
Numa pior situação, onde o acesso ao computador seja restrito, grande parcela da população
tem atualmente um computador portátil: o smartphone. Dados recentes da Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua TIC)14 mostraram que, em 2016, a
presença do telefone celular nas residências era de 92,6%, superando a presença dos aparelhos
de TV (em 71,5%). Embora a existência do equipamento não represente sozinha acesso a rede
de dados (64,7% da população possui acesso à internet), fica claro um cenário em que o
melhor direcionamento das políticas públicas, especialmente quanto ao acesso a web, é capaz
de produzir maior difusão do conhecimento15.

Atividade 2.2: Leia o texto “A EaD no


Brasil e o processo de democratização
do acesso ao ensino superior” de
Borges [16] (download).
Em seguida, assista ao documentário
produzido pela UEMA: “A diferença que
a EaD faz na vida das pessoas” (vídeo).
Associe esses dois materiais com sua
experiência como aluno à distância e
compartilhe no fórum obrigatório da
semana sua opinião sobre essas
questões: todo curso pode ser à
distância? Se sim, por quê? Se não,
quais podem e quais não podem?
Justifique (sinta-se a vontade para
argumentar segundo suas próprias
concepções).

14
Disponível em: <http://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-
noticias/releases/20073-pnad-continua-tic-2016-94-2-das-pessoas-que-utilizaram-a-internet-o-fizeram-para-
trocar-mensagens>. Acesso em: 24 set. 2018.
15
O mesmo levantamento mostrou que 94,6% dos usuários de internet com 10 anos ou mais se conectaram via
celular.

18
Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

Matias Gonzalez, em seu livro Fundamentos da Tutoria em Educação a Distância (2005),


apresenta algumas importantes técnicas e habilidades a serem trabalhadas tanto pelo professor
como pelo tutor, no que se refere às relações e à comunicação:

• Exercer continuamente o reforço positivo, principalmente


com os alunos com dificuldade de aprendizado. A eficácia do
reforço depende da proximidade estabelecida com os alunos.

• Promover recompensas positivas aos aprendizes, através de


um elogio de um trabalho entregue no prazo ou pela avaliação
acima da média ou, até mesmo, pelo esforço e dedicação
empreendidos. É importante elogiar o desempenho do
aprendiz, louvando a sua responsabilidade, pontualidade e
desempenho.

• Ter domínio das ferramentas de interatividade utilizadas no


curso.

• Estar disponível para ouvir e responder, tão logo que


solicitado, às dúvidas apresentadas pelos alunos.

• Manter um comportamento profissional e ético irrepreensível.


A falta de confiança ou desapontamento é uma das maiores
causas de evasão nos cursos a distância.

• Possuir habilidade de colocar-se no lugar do outro,


promovendo uma sintonia afetiva através da comunicação
expressa e na atitude de escutar respeitosamente o aluno.

• Manter a postura de condutor do conhecimento, e não agir


como detentor do conhecimento. Ainda que a sua experiência
profissional indique caminhos e soluções mais exatas, deve
estar aberto a novos conhecimentos e sugestões significativas
provindas dos alunos.

• Definir com clareza como avaliar a aprendizagem,


apresentando os objetivos propostos do conteúdo e do curso.

• Fornecer feedback aos alunos, inclusive das avaliações,


descrevendo comentários e sugestões claras.

19
Niltom Vieira Junior e Jefferson Rodrigues da Silva

• Elaborar comentários devolutivos, deve-se evitar expressões


que possam conter carga negativa ou depreciativa.

• Evitar as avaliações paternalistas e severas, não cedendo


pontos sem que o aluno tenha merecido ou exagerando no rigor
das correções. É importante estabelecer critérios uniforme nas
avaliações.

• Guardar conexão com os objetivos fixados pela disciplina.


Dessa forma, a resolução da avaliação definirá em que medida
o aluno alcançou o alvo proposto, ao iniciar o estudo.

• Combinar questões de fácil, média e difícil resolução, com o


intuito de detectar os distintos tipos de alunos, bem como o seu
aproveitamento [14].

As técnicas e habilidades propostas por Matias Gonzales ajudam para que a tutoria se torne
um “estar presente a distância”, situação imprescindível ao sucesso do processo de ensino e
aprendizagem na EaD.

Atividade 2.3: Faça um relato da sua


experiência neste curso a distância e o
entregue, no formato .pdf, na sala
virtual. Dentre outras coisas, procure
responder as seguintes questões: 1)
Por que você escolheu este curso? 2)
De que forma você alterou sua rotina
para conseguir cumprir com as
exigências do curso? 3) Você acha que
o fato de ser à distância prejudicou a
qualidade da sua formação? Agora, já
experiente com a modalidade EaD, o
que você faria de diferente se fosse
iniciar um novo curso nesse formato
(como aluno) e o que faria de diferente
se fosse atuar como
gestor/coordenador de um curso EaD a
ser ofertado para outras pessoas?
Justifique todos os comentários.
Obs.: sinta-se a vontade para exprimir
suas opiniões, em nenhuma hipótese
as análises críticas de caráter pessoal
serão alvo de avaliação nesta atividade.

Até a próxima semana!


20
SEMANA 3 – O Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle
Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

Objetivos
Conhecer algumas atividades e recursos disponíveis no
Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle.

Mídias Digitais: Antes de continuar a


leitura da apostila, assista o vídeo do
professor da disciplina (português ou
libras).

3.1. Ambientes Virtuais de Aprendizagem

Um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) é um sistema (ou software) que representa


uma abstração da sala de aula presencial, onde os conteúdos, os módulos e toda a estrutura de
um curso podem ser disponibilizados. Em geral, são vinculados a uma rede de computadores
e/ou à internet e permitem:

 A colaboração entre alunos e a criação de grupos de trabalho;


 A interação entre alunos, tutores e professores (via chats, fóruns e mensagens
privadas);
 A utilização de atividades ou recursos diversos (para mediação da aprendizagem ou
avaliação);
 A possibilidade de controle do ritmo de aprendizagem;
 O gerenciamento do curso quanto a tarefas, prazos e notas.

Suas características, em especial quanto à usabilidade, são importantes para cursos que
utilizam destas ferramentas, sejam presenciais ou à distância.

Dica do professor: A acessibilidade de


uma plataforma digital diz o quão
utilizável/acessível um sistema é perante
portadores de deficiência ou não, para
que se tenha igual acesso à informação
e funcionalidade. A usabilidade diz
respeito ao quão “amigável”, eficiente e
rápido é para que se aprenda usar um
sistema.

21
Niltom Vieira Junior e Jefferson Rodrigues da Silva

A qualidade do processo educativo depende do


envolvimento do aprendiz, da proposta pedagógica, dos
materiais veiculados, da estrutura e qualidade dos
professores, tutores, monitores e equipe técnica, assim
como das ferramentas e dos recursos tecnológicos
utilizados no ambiente (grifo nosso) [11].

Nesse sentido, todo o conjunto tecnológico utilizado no ensino, sejam os recursos internos
(inseridos pelo professor conteudista) em um AVA ou a própria estrutura do ambiente, deve
consideerar padrões de desenvolvimento didático pedagógicos (como aqueles já discutidos
nesse curso). Por essa razão a escolha do sistema a ser utilizado também é um fator
importante.

Atividade 3.1: O Moodle teve origem


com o projeto de doutorado de Martin
Dougiamas, intitulado “The use of Open
Source software to support a social
constructionist epistemology of teaching
and learning within Internet-based
communities of reflective inquiry", na
Curtin University of Technology, Austrália
(a tese não foi concluída justamente pela
alta popularidade do Moodle, o que
exigiu do autor maior dedicação).
Para melhorar sua compreensão a esse
respeito, faça as seguintes atividades:
- leia o artigo publicado por Dougiamas,
apresentando um resumo deste seu
projeto original (download);
- assista ao vídeo produzido pelo iGovSP
(vídeo).

Dica do professor: Em uma pesquisa


na internet é possível encontrar
hospedagens gratuitas para o Moodle
como, por exemplo, a disponibilizada
pelo Instituto Federal do Rio Grande do
Sul (link). (Acesso em: 06 set. 2019).

3.2. Algumas atividades e recursos do Moodle

A própria sala virtual utilizada neste curso é construída no ambiente Moodle com a diferença
de que, enquanto estudante, você só possuía (até agora) a visão do perfil de “aluno”.
Entretanto, além desse papel é possível que um usuário seja cadastrado também como

22
Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

moderador, professor ou administrador de cursos, o que faz com que cada tipo de usuário
possua diferentes permissões dentro da plataforma:

 Estudante: é o usuário que recebe o conteúdo, interage com colegas, envia material e
recebe avaliações;
 Moderador: geralmente atribuído ao professor-tutor que irá interagir com alunos,
avaliar atividades, responder dúvidas, emitir relatórios etc.;
 Professor: é quem produz o material, insere conteúdos e configura notas e o formato
da sala virtual;
 Administrador: além das salas virtuais, pode configurar todo o ambiente incluindo a
página inicial, as categorias de cursos e todos os cursos existentes na plataforma.

Dica do professor: Como referência,


sugerimos o ótimo material produzido
pelo CEAD do IFMG Ouro Preto, que
apresenta informações diversas sobre o
ambiente Moodle (download).

Além do material de consulta já disponibilizado, existem diversos tutoriais, fóruns e grupos


de discussão na internet que compartilham dúvidas e informações sobre as inúmeras
atividades e recursos disponíveis dentro do Moodle. Apenas para exemplificação, serão
apresentadas nos subtópicos a seguir algumas destas possibilidades, do ponto de vista do
usuário cadastrado com o perfil de “professor”.

Atividade 3.2: Dentro do Moodle do IFMG


Arcos, acesse a categoria “Laboratórios
de EaD”, utilizando as instruções dadas
no mural da nossa sala virtual.
Você poderá editar qualquer item dentro
do laboratório, portanto, durante a
realização das atividades tenha muito
cuidado para não alterar algum item em
criação por outro colega.
Para ajudar nessa organização, salve
toda atividade ou recurso que criar com o
seu próprio nome. Após testadas e
compreendidas, exclua todas suas
construções na sala virtual para que
possamos mantê-la mais organizada e
disponível para que outros colegas
também possam fazer testes.
As semanas 3 e 4 serão reservadas para
estas atividades práticas.

23
Niltom Vieira Junior e Jefferson Rodrigues da Silva

3.3. Configurações iniciais

Um professor pode, já na tela principal de sua sala virtual, ter acesso às configurações do
curso e ativar sua edição.

Figura 3.1 – Ativando a edição.


Fonte: o próprio autor.

Em se tratando de uma sala recém criada o professor pode ainda, através da opção “editar
configurações” definir detalhes preliminares como: o nome do curso, sua categoria (se
existirem, por exemplo, vários níveis de cursos16), data de início/término, formato de curso (as
salas virtuais da Pós-Graduação em Docência possuem o formato de “tópicos”) etc.
Uma vez ativada a edição, o professor tem acesso aos ícones de edição que permitem alterar
nomes dos tópicos e inserir informações textuais, visuais etc.

16
O Moodle usado pelo IFMG Arcos divide-se, por exemplo, nas seguintes categorias: “Pós-Graduação em
Docência”, “Engenharia Mecânica”, “Cursos Profissionais de Curta Duração” etc. Você, enquanto aluno, pode
ver a existência dessas categorias quando faz login na plataforma.

24
Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

Figura 3.2 – Ícones de edição.


Fonte: o próprio autor.

Além disso, os botões “editar” e “adicionar uma atividade ou recursos” permitem,


respectivamente, alterar a configuração de itens já criados ou criar novos itens.

3.4. Editando questionários

O questionário é uma atividade que permite, por exemplo, aplicar avaliações de modo que
cada estudante responda uma questão aleatoriamente escolhida pelo sistema. Em “adicionar
uma atividade ou recurso”, escolha a atividade “questionário” e preencha as informações
básicas solicitadas (nome, descrição, duração, layout etc.).

Uma vez criada a atividade “questionário” o sistema retornará para a tela principal. Quando o
professor clica no link com o nome do novo questionário, surge a página de edição do
questionário. Nesse local é possível, através do botão de configuração, acessar o “banco de
questões” onde novas perguntas podem ser inseridas.

25
Niltom Vieira Junior e Jefferson Rodrigues da Silva

Figura 3.3 – Banco de questões.


Fonte: o próprio autor.

Atenção: Ao se incluir uma questão, o


Moodle pede para que se escolha a
categoria (bando de questões) para
salvá-la. Via de regra, as opções são:
- padrão para “sistema”, salva a questão
em um banco de itens geral da
plataforma;
- padrão para “categoria”, salva a
questão em um banco de itens da
categoria do curso (Ex: Curso de Pós-
Graduação);
- padrão para “curso”, salva a questão
em um banco de itens acessível apenas
na sala em uso;
- padrão para “questionário”, salva a
questão em um banco de itens exclusivo
do questionário a ser criado (sugere-se
17
adotar essa opção ).

17
Para criar um questionário randômico é preciso informar de qual banco de itens as perguntas serão
escolhidas.

26
Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

Dica do professor: É possível criar uma


categoria ou um banco de questões
antes de se cadastrar um novo
questionário. Faremos isso na próxima
semana.

Existem muitos formatos de questões possíveis como: associação, verdadeiro/falso, respostas


numéricas etc. Apenas como exercício, para criação de um questionário randômico,
optaremos por questões de múltipla escolha (assim o Moodle pode corrigir automaticamente,
sem a intervenção futura do professor).
Após escolhida a categoria preencha os dados básicos da nova questão: nome, pergunta e
alternativas (sugere-se, neste exercício, escolher a nota “100%” para a alternativa correta e a
nota “nenhum” para as demais alternativas).

Figura 3.4 – Configurando múltipla escolha.


Fonte: o próprio autor.

Nem todos os campos de edição são obrigatórios. Por exemplo, durante a criação de novas
questões, é facultado ao professor o envio de feedback para cada alternativa e um decréscimo
de pontos para cada tentativa errada (caso a configuração permita mais de uma tentativa).
Uma vez criado o “banco de questões”, retornando para a página do questionário (o professor
pode acessá-la a qualquer momento clicando no seu link na página principal da sala) pode-se
utilizar a opção “editar questionário” para adicionar as perguntas.
Para concluir o exercício proposto, você deve optar por “adicionar questões aleatórias”,
escolher a categoria onde o banco de itens foi criado e, por último, definir o número de
questões a serem inseridas.
27
Niltom Vieira Junior e Jefferson Rodrigues da Silva

Figura 3.5 – Questões aleatórias.


Fonte: o próprio autor.

Dica do professor: Caso você queira


atribuir questões fixas ao questionário (e
não aleatórias a partir de um banco)
basta, na Figura 3.5 escolher a opção
“do banco de questões”.

O professor pode ainda, editar a nota máxima do questionário e as notas individuais de cada
uma das questões inseridas. Ao fim, no alto da tela principal, o professor pode mudar seu
“papel” temporariamente para o perfil de “estudante” e testar, sob a visão dos alunos, o
funcionamento da atividade.

Figura 3.6 – Mudança de papel.


Fonte: o próprio autor.

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Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

Para excluir sua própria tentativa (enquanto no perfil de estudante) ou para excluir a tentativa
de qualquer aluno, clique no nome do seu questionário na página principal da sala e siga até
“ver tentativas”.

Dica do professor: Em “ver tentativas”


também é possível avaliar questões
dissertativas (ou outros formatos), assim
como avaliar outras atividades (entrega
de arquivos etc.).

Atenção: Nesta semana não haverá


entregas. Como tarefa, treine no
laboratório as configurações já
apresentadas.

Até a próxima semana!

29
Niltom Vieira Junior e Jefferson Rodrigues da Silva

30
SEMANA 4 – Atividade prática: configurando uma sala virtual
Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

Objetivos
Configurar na prática uma sala virtual no Moodle e testar suas
diversas funcionalidades.

4.1. Trabalhando com banco de questões

Dando continuidade ao nosso treinamento, caso deseje criar um banco de questões antes de
incluir um questionário, na página principal da sala clique na engrenagem de
“Configurações”, procure por “Mais configurações” e, na próxima tela que se abrirá, por
“Categorias”.

Figura 4.1 – Acessando os bancos.


Fonte: o próprio autor.

Adicione uma categoria para o tema que desejar (por exemplo, questões de um mesmo
assunto). Posteriormente, clique no menu “questões” e escolha a categoria para a inserção.

31
Niltom Vieira Junior e Jefferson Rodrigues da Silva

Figura 4.2 – Criando questões.


Fonte: o próprio autor.

Após ter uma categoria e questões criadas, basta adicioná-las posteriormente quando da
criação de algum questionário.

Atividade 4.1: Dentro do laboratório crie


um novo questionário, agora com
questões de diversos tipos (V ou F, ensaio
etc.). Altere seu perfil para estudante e
teste todas as possibilidades.

32
Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

4.2. Livro de notas

O livro de notas permite ao professor variadas formas de avaliação perante cada uma das
atividades listadas na sala virtual. Ao seguir o link “Notas” e, em seguida, “Configuração do
livro de notas” é possível determinar os pesos de cada item.

Figura 4.3 – Pesos e notas.


Fonte: o próprio autor.

Uma vez no livro, em “Editar configurações”, pode-se escolher a forma de agregação das
notas (pode-se usar, por exemplo, uma “Soma natural” ou “Média ponderada das notas”).

Figura 4.4 – Agregação de notas.


Fonte: o próprio autor.

33
Niltom Vieira Junior e Jefferson Rodrigues da Silva

4.3. Atividade wiki

A atividade wiki (“rápido” no idioma havaiano) possibilita a construção coletiva de textos


(incluindo recursos multimídia) na web. Esse formato se popularizou, principalmente, com a
Wikipédia que é uma enciclopédia gratuita e colaborativa. Quando desenvolvida com cuidado
científico e metodológico pode ser uma interessante estratégia de construção colaborativa do
conhecimento.
No botão “adicionar uma atividade ou recurso”, pode-se incluir tal atividade que pode ser
individual ou coletiva (na forma de grupos). Após criar uma página principal, outras páginas
internas de conteúdo podem ser disponibilizadas e a navegação entre elas pode ser feita
mediante a inserção de links no formato “[[nome_da_página_wiki]]”. O editor HTML é
intuitivo e permite inserir ainda figuras, vídeos e outras mídias.

Figura 4.5 – Atividade wiki.


Fonte: o próprio autor.

34
Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

4.4. Definindo grupos

Caso você deseje separar uma turma em grupos para que a cada um sejam atribuídas tarefas
específicas, acione o menu secundário de configurações e, em seguida, clique na opção
“participantes” (Figura 11.2).

Figura 4.6 – Definindo participantes.


Fonte: o próprio autor.

Ao clicar na engrenagem de configurações e selecionar “grupos”, a plataforma permite que


você nomeie grupos e insira alunos específicos.

Figura 4.7 – Criando grupos.


Fonte: o próprio autor.

Uma vez criados grupos, para eles podem ser definidas restrições de acesso dentro de uma
mesma sala virtual (para criar restrições verifique o item 11.3).

35
Niltom Vieira Junior e Jefferson Rodrigues da Silva

Dica do professor: Nesta mesma


engrenagem de “configurações”, você
pode:
- inscrever usuários no seu curso (com
perfil de estudante ou professor), desde
que já estejam cadastrados na
plataforma ;
- escolhendo “métodos de inscrição”,
habilitar a auto inscrição (e configurar
uma chave de acesso para que apenas
usuários de posse dessa chave entrem
na sua sala – isto é útil para que alunos
não acessem turmas erradas).

4.5. Outras configurações

As configurações particulares de qualquer recurso dentro da sala virtual permitem ajustes


específicos como duração, nota, layout, comportamento da questão, restrição de acesso,
conclusão de atividades e outras. A seguir verificaremos o comportamento de algumas dessas
possibilidades.

Em “comportamento da questão” uma configuração que pode ser útil é “misturar entre as
questões”. Quando selecionada, as alternativas criadas para uma questão de múltipla escolha
são embaralhadas para cada aluno.

Desta forma o professor pode, por exemplo, incluir em um questionário um número de


questões aleatórias menor do que a quantidade existente no seu respectivo banco de questões
e, ao mesmo tempo, solicitar o embaralhamento. Deste modo, dificilmente dois alunos
receberão uma mesma questão durante a avaliação (e, se receberem, suas alternativas estarão
em ordem trocada).

Figura 4.8 – Embaralhando alternativas.


Fonte: o próprio autor.

Em “restringir acesso”, o professor pode criar condicionantes para que um aluno veja uma
atividade específica ou então várias atividades (caso ele restrinja o acesso, por exemplo, na
configuração de um “tópico” ou “semana” inteira).

36
Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

Figura 4.9 – Restrições de acesso.


Fonte: o próprio autor.

Dentre os tipos possíveis de restrição, estão:

 Conclusão da atividade: permite que o aluno só acesse determinada atividade após a


realização de outra considerada pré-requisito (ao incluir esta opção o Moodle mostrará
uma lista com as atividades já existentes na sala);
 Data: permite conceder acesso apenas após, antes ou dentro de determinado intervalo
de data;
 Nota: permite acesso apenas ao aluno que possua uma nota ou média específica em
determinada tarefa prévia ou no curso todo;
 Perfil do usuário: possibilita acesso apenas a usuários que possuam alguma
especificidade descrita em seu perfil (determinado e-mail, sobrenome etc.);
 Grupo de restrição: permite condicionar entre si mais de uma possibilidade de
restrição.

A configuração chamada “conclusão de atividades no curso” mostra, na página principal da


sala, um símbolo “ticado” (assinalado) que significa que tal atividade já foi realizada com
sucesso. Trata-se de uma ferramenta de organização para auxiliar o aluno.

37
Niltom Vieira Junior e Jefferson Rodrigues da Silva

Figura 4.10 – Conclusão de atividades.


Fonte: o próprio autor.

Se configurado para que o estudante receba uma nota e a atividade requerer intervenção do
professor para a avaliação (ex: questões dissertativas), o aluno só verá a marcação após sua
tarefa ser corrigida.

Se configurado para exigir uma nota de aprovação, tal nota deve ser definida dentro da
configuração da própria tarefa.

Por fim, para que a marcação de conclusão apareça ao aluno é preciso ainda:

- na engrenagem de “configurações” (dentro da página principal da sala), escolher quais


atividades já criadas devem ser mostradas segundo os critérios de conclusão estabelecidos;

- caso os alunos se queixem que a marcação de concluída está demorando muito, é preciso
entrar em contato com o administrador da hospedagem para que ele regule o serviço “cron”.
Esse processo fornece um ritmo para que a plataforma realize e verifique diversas tarefas em
intervalos pré-determinados (o professor não tem acesso a esse ajuste).

Por fim, caso deseje reaproveitar uma sala virtual já criada para uma turma nova de alunos
(por exemplo, no início de um ano novo) vá até a opção “Configurações / Reconfigurar”.

38
Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

Figura 4.11 – Reconfigurando uma sala.


Fonte: o próprio autor.

Nesta opção você pode, por exemplo:

- excluir todos os comentários, o que limpa os feedbacks enviados aos alunos;

- excluir dados de conclusão, o que limpa as marcações mostrada aos alunos quando terminam
tarefas (se essa opção tiver sido configurada inicialmente);

- excluir os papéis de estudantes, o que cancela as inscrições e retira da sala todos os alunos
antigos;

- remover itens e categorias, o que exclui atividades já criadas (cuidado: essa função, se
selecionada, irá deletar as atividades existentes);

- apagar todos os envios, o que exclui o registro de tarefas antigas entregues;

- excluir todas as mensagens, o que limpa os fóruns existentes;

- etc.

4.6. Os desafios da EaD

É evidente que a Educação à Distância impõe novos desafios ao sistema educacional e, no


nosso caso, em especial aos professores. A dinâmica do ensino é diferente quando comparada
ao modelo tradicional e, por conta disso, as relações devem ser repensadas.
Tal cenário não se aplica apenas para os cursos integralmente à distância, vez que as mesmas
tecnologias podem ser utilizadas no ensino presencial como ferramentas complementares à

39
Niltom Vieira Junior e Jefferson Rodrigues da Silva

aprendizagem. Essa talvez, seja também uma importante contribuição da EaD à educação: a
necessidade de repensar a prática para todos os níveis e modalidades.
Tais mudanças vão da descentralização do conhecimento nas suas várias vertentes: do ponto
de vista do professor, já que o processo educacional se torna mais dinâmico e o aluno
diretamente responsável pela sua aprendizagem, e do ponto de vista territorial, já que se
oportuniza o acesso à informação para camadas até então excluídas da população.
Possivelmente, as reflexões trazidas pela EaD podem propiciar estratégias às práticas
docentes que de fato unam o tripé ensino, pesquisa e extensão até então dissociados.

Mídias Digitais: Para concluir esta


disciplina assista ao pequeno, porém
extremamente profundo e conceitual,
depoimento do Professor João Carlos
Salles, reitor da UFBA, sobre os desafios
da EaD (português ou libras).

Atividade 4.2: Como avaliação final, crie


e teste todas as configurações sugeridas
na apostila dentro do laboratório
disponibilizado. Posteriormente, vá até
nossa sala virtual e responda a enquete
sobre sua compreensão sobre tarefas.
Obs.: lembre-se que a prática sugerida
nesta apostila é também uma atividade
de “aprendizagem por descoberta”,
mediante busca na internet e outras
fontes. Portanto, o professor-tutor não
irá fornecer informações prontas.

Nos vemos na sala dos professores!

40
REFERÊNCIAS
Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

Referências

[1] BRASIL. Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017. Disponível em


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Decreto/D9057.htm. Acessado
dia 06/09/2019.

[2] VIEIRA JUNIOR, Niltom. Tecnologias e comunicação na educação. Arcos: Niltom


Vieira, 2018.

[3] MAIA, Carmem; MATTAR, João. ABC da EaD. São Paulo: Pearson, 2007.

[4] COSTA, Karla da Silva; FARIA, Geniana Guimarães. EAD – Sua origem histórica,
evolução e atualidade brasileira face ao paradigma da educação presencial. In: CONGRESSO
INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, 14., 2008, Santos. Anais... Santos:

[5] EAD, Como surgiu a EAD. Disponível em: <https://www.ead.com.br/ead/como-surgiu-


ensino-a-distancia.html>. Publicado em 2018, acesso em 13 ago. 2018.

[6] SOARES, Maria Susana Arrosa (coord.). A educação superior no Brasil. Porto Alegre:
CAPES/UNESCO, 2002. Disponível em:
<http://flacso.redelivre.org.br/files/2013/03/1109.pdf>. Acesso em: 19 set. 2018.

[7] FIGUEIREDO, Márcia Aparecida; AMARAL, Rita de Cássia Borges M.; ROPOLI,
Edilene Aparecida. Avaliação dos cursos de graduação: estudo comparativo entre cursos
oferecidos nas modalidades a distância e presencial. In: POISSON. Educação no século XXI.
Belo Horizonte: Editora Poisson, 2017. Disponível em:
<http://www.abed.org.br/congresso2017/trabalhos/pdf/438.pdf>. Acesso em: 19 set. 2018.

[8] ABED. Censo EAD.BR 2017: Relatório analítico da aprendizagem a distância no


Brasil Disponível em:
<http://www.portaldeperiodicos.unisul.br/index.php/EeN/article/view/2358>. Acesso em: 19
set. 2018. Acessado dia 06/09/2019.

[9] BRASIL. Plano Nacional de Educação. Disponível em http://pne.mec.gov.br/18-planos-


subnacionais-de-educacao/543-plano-nacional-de-educacao-lei-n-13-005-2014. Acessado dia
06/09/2019.

[10] PAPERT, Seymour. A Máquina das Crianças: repensando a escola na era da


informática. Porto Alegre: Artmed, 1994. 220 p.

[11] PEREIRA, Adriana Soares; PARREIRA, Fábio José; SILVEIRA, Sidnei Renato;
BERTAGNOLLI, Silvia de Castro. Metodologia da aprendizagem em EaD. Santa Maria:
UFSM, 2017.

[12] Faria (2013)

41
Niltom Vieira Junior e Jefferson Rodrigues da Silva

[13] PERONI, Érica. Agentes da Educação a Distância - Autor, Tutor e Aprendiz. Pós
Estácio. Disponível em
http://sis.posestacio.com.br/sistema/rota/rotas_81/383/scorm/05_referencias/compartilhada/an
exos/pdf.pdf. Acessado dia 17/08/2019.

[14] GONZALEZ, Mathias. Fundamentos da tutoria em Educação a Distância. São Paulo:


Avercamp, 2005.

[15] MEDEIROS JUNIOR, R. J; MACHADO, M. F. R. C.; AYROZA, C. M.; ANDRADE,


E. M.; RODRIGUES, A. S. Metodologia em EaD. Curitiba: IFPR, 2011.

[16] BORGES, Felipe Augusto Fernandes. A EaD no Brasil e o processo de democratização


do acesso ao ensino superior: diálogos possíveis. EaD em foco, Rio de Janeiro, v. 5, n. 3, p.
75-94, 2015.

[17] PEREIRA, Alice T. C. Ambientes Virtuais de Aprendizagem em diferentes


contextos. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2007.

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CURRÍCULO DOS PROFESSORES-AUTORES
Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Arcos

o pressor-autor

Prof. Niltom Vieira Junior:

Realizou pós-doutorado em informática na educação pela Pontifícia


Universidade Católica de Minas Gerais (Campus São Gabriel). Possui
doutorado e mestrado em engenharia elétrica pela Universidade Estadual
Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Campus Ilha Solteira), bacharelado em
engenharia elétrica pelo Centro Universitário da Fundação Educacional de
Barretos, licenciatura em matemática e física pela Faculdade Capixaba da
Serra e habilitação para o magistério pelo Centro Específico de Formação e
Aperfeiçoamento do Magistério (Unidade Barretos). É professor efetivo do
Instituto Federal de Minas Gerais (Campus Arcos), onde já atuou como
diretor de ensino, foi chefe do departamento de ciências aplicadas,
coordenador da pós-graduação em docência e coordenador do bacharelado
em engenharia mecânica. Coordenou, entre 2010 e 2012, projeto de cooperação internacional (Brasil-
França) em educação profissional e tecnológica na área da indústria eletroeletrônica (financiado pelo
MEC/SETEC). Coordenou, 2011/2013 e 2014/2017, a gestão educacional do PIBID, Programa Institucional
de Bolsas de Iniciação a Docência (financiado pela CAPES). Recebeu em 2013 dois prêmios Mercosul de
Ciência e Tecnologia por pesquisas voltadas à educação em ciências (conferidos pela UNESCO e CNPq). É
revisor de periódicos voltados ao ensino de engenharia, ensino de ciências e matemática; tecnologias
aplicadas à educação e desenvolvimento cognitivo.

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3283103593476831

Prof. Jefferson Rodrigues da Silva:

Graduado em Engenharia Mecânica na Universidade Federal de São João


del-Rei (UFSJ) com intercâmbio sanduíche nas universidades Universitat de
Girona (Espanha) e The Hague University of Applied Sciences (Holanda).
Mestre em Engenharia Mecânica na linha de pesquisa: Caracterização e
Propriedade Mecânica dos Materiais pela Universidade Federal de São João
del-Rei (UFSJ). Professor efetivo no Instituto Federal de Minas Gerais
(IFMG) Campus Arcos onde atua no curso de graduação em Engenharia
Mecânica | área materiais e ensaios mecânicos e na Pós-graduação em
Docência na Educação Básica ou Profissional (EaD). Representante local da
Assessoria de Relações Internacionais (ARINTER), presidente do Comitê
de Educação a Distância (CEAD) do IFMG Campus Arcos. Foi professor
visitante do departamento de metalurgia do Cégep de Trois-Rivières
(Canadá).

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0246316357702468

Feito por (professor-autor) Data Revisado por (coordenador) Data (CEAD) Versão

Niltom Vieira Junior


01/09/2019 Niltom Vieira Junior 06/09/2019 1
Jefferson Rodrigues da Silva

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