TRAGO-ME NÁ MEMORIA

AINDA QUANDO MENINO

NA PRIMEIRA BATIDA DO SINO

PULAVA DA REDE E CORRIA

PRÁ CALÇAR MEU CURRULEPE

E ESPERAR NA CALÇADA

A HORA DA ALVORADA

QUE PARA MIM ERA SAGRADA.

E QUANDO A BANDA PASSAVA

EU IA JUNTO COM ELA

VIA AS MOÇAS NA JANELA

AINDA DE CAMIZOLA

E NO ROMPER DA AURORA

JÁ ECULTAVA OS PIPÔCOS

E VIA SEU CHICO CABÔCO

BOTANDO AS CADEIRAS PRA FORA

QUANDO ERA MEIO DIA

A BANDA VINHA DE NOVO

PARA TOCAR NA IGREJA

O HINO DO PADROEIRO

TUDO ISOO ERA LIGEIRO

PORQUE O SOL CASTIGAVA

E NA VOLTA PARA CASA

EU QUASE DERRETO O CHINELO

PINOTANDO E ASSOVIANDO

SONS DESSE MOMENTO SINGELO

A NOITE QUE ERA BELO

ERA MUITA ALEGRIA

E A BANDA LÁ ESTAVA

RECEBENDO A ROMARIA

VINHA GENTE DE TODA PARTE

DO BAXIO, DO PÉ DA SERRA

PEDIR AO GRANDIOSO DEUS

BENÇÃOS PRÁ NOSSA TERRA.

E PRA TERMINAR A FESTA

COMO É TRADICIONAL

UM BÊBADO FAZENDO MARMOTA

NO MEIO DO PESSOAL

A BANDA TOCANDO FREVO

E EU DIZENDO A VERADEDE.

UMA CIDADE SEM BANDA

É UMA BANDA DE CIDADE.

Autor: Ewerton Luiz