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DE DIREITO
CONSTITUCIONAL
Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
– Parte I
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
Sumário
Diogo Surdi
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Gabriel Lima - 140, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
Diogo Surdi
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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Conforme verificado, a origem dos direitos fundamentais está intimamente relacionada com
a necessidade de imposição de limites à atuação do Estado. Por intermédio dos direitos fun-
damentais, desta forma, os indivíduos passaram a contar com uma proteção, gerando um au-
mento em sua liberdade e uma limitação na atuação do Poder Público. Logo, é correto afirmar
que os direitos fundamentais derivam da garantia de igualdade e liberdade.
Certo.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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Como exemplo de tratado global, pode-se citar o Pacto Internacional sobre Direitos Políticos.
Como exemplo de convenção regional, cita-se a Convenção Americana de Direitos Humanos.
Em ambas as situações, para que os direitos humanos previstos nos acordos possam ter
validade em um determinado Estado, faz-se necessário que o respectivo país reconheça e
positive os direitos acordados.
Uma vez positivados, tais direitos podem ou não assumir o status de direitos fundamentais.
Usamos diversas vezes o termo “positivar”. Você sabe o que isso significa?
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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cado que parte da doutrina entende que há a possibilidade de contarmos com direitos funda-
mentais implícitos. Nesta situação, o direito, mesmo não estando expressamente previsto no
texto constitucional, decorre de uma previsão da Constituição Federal.
Certo.
Ainda que o texto da Constituição Federal não tenha feito distinção expressa entre os dois
institutos, é possível afirmar que ambos os conceitos possuem funções distintas.
Os direitos fundamentais podem ser conceituados como os bens e as vantagens conferi-
dos pela Constituição Federal.
As garantias fundamentais, por outro lado, são os mecanismos constitucionalmente pre-
vistos com a finalidade de proteger os direitos fundamentais.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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• Primeira Geração: até meados da Idade Média, o Estado era conduzido mediante as or-
dens da monarquia. As opiniões do rei, nesta época, eram absolutas, não podendo ser
objeto de contestação por parte da população.
Com o passar dos anos, contudo, a simples existência de uma não interferência estatal
se revelou insuficiente para que a integridade da população fosse mantida. Neste cenário, era
bastante comum que os trabalhadores fossem submetidos a jornadas de trabalho de mais de
15 horas diárias por 7 dias da semana.
Surgem, então, os direitos fundamentais de segunda geração, caracterizados por presta-
ções positivas do Estado para os indivíduos. Neste contexto, a sociedade exige que o Poder
Público não se restrinja ao fato de não interferir nas relações humanas, mas sim que ofereça
a todos os indivíduos sob a sua guarda uma série de direitos que permitam a manutenção da
dignidade da pessoa humana.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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Na medida em que direitos sociais como as férias e o descanso semanal remunerado são
garantidos à população, temos um Estado que não apenas está deixando de agir, mas sim que
está ofertando à população melhores condições de vida.
Nesta situação, o que está pautando a atuação estatal é a igualdade, de forma que todas as
pessoas que estejam sob a mesma condição devem fazer jus aos mesmos benefícios e pres-
tações do Poder Público.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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Obs.: Assim, na medida em que os direitos de primeira geração conferem aos indivíduos
uma maior liberdade, os de segunda geração, por assegurarem uma série de presta-
ções positivas, estão pautados na igualdade. Os de terceira geração, por sua vez, fun-
damentam-se na fraternidade, uma vez que não estão direcionados para um grupo
específico de pessoas, mas sim para toda a espécie humana.
Nesta dimensão, os direitos fundamentais seriam os responsáveis por evitar que as ma-
nipulações genéticas ocorressem sem nenhum tipo de controle.
Marcelo Novelino apresenta uma importante definição acerca dos direitos fundamentais
de quarta dimensão:
Tais direitos foram introduzidos no âmbito jurídico pela globalização política, compreendem o di-
reito à democracia, informação e pluralismo. Os direitos fundamentais de quarta dimensão com-
pendiam o futuro da cidadania e correspondem à derradeira fase da institucionalização do Estado
social sendo imprescindíveis para a realização e legitimidade da globalização política.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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• Quinta Geração: parte da doutrina identifica, ainda, uma quinta dimensão ou geração de
direitos fundamentais. De acordo com esta corrente, fortemente defendida por consti-
tucionalistas como Paulo Bonavides, a quinta geração seria representada como o direi-
to de toda a espécie humana à paz.
De acordo com o mencionado autor, a concepção de paz deve ser a mais ampla possível,
abrangendo todas as nações e servindo de base para a preservação da dignidade da pes-
soa humana.
Tudo certo até aqui? Se os conceitos estiverem um pouco confusos no início, fiquem tran-
quilos. Aos poucos, os diversos assuntos vão se unindo e formando uma base sólida.
Desta forma, podemos resumir todas as características acerca das gerações ou dimen-
sões dos direitos fundamentais por meio da tabela a seguir:
Geração ou
Fundamento Características
Dimensão
Surgiram no final do século XVIII.
Exigia uma não atuação do Estado.
1ª Geração Liberdade São representados pelos direitos civis e
políticos.
São conhecidos como “liberdades negativas”.
Surgiram no final do século XIX.
Exigia uma atuação positiva do Estado.
2ª Geração Igualdade São representados pelos direitos sociais,
econômicos e culturais.
São conhecidos como “liberdades positivas”.
Surgiram no século XX.
Direitos atribuídos a toda a humanidade.
3ª Geração Fraternidade São representados pelo direito ao meio
ambiente, ao progresso e à defesa do
consumidor.
Surgiram em meados do século XX.
Fundamentados na ideia de uma sociedade
sem fronteiras.
4ª Geração Biotecnologia
Representados pelos direitos à democracia,
à informação e a todas as questões
biotecnológicas.
Surgiram em meados do século XX.
Decorre da necessidade de toda a espécie
5ª Geração Paz
humana, independente das diferenças sociais
e ideológicas, possuir paz.
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4. Características
Um dos assuntos mais exigidos acerca da teoria dos direitos fundamentais é o relaciona-
do com as características atribuídas pela doutrina a estes direitos. Pode-se identificar, assim,
a existência de dez características dos direitos fundamentais.
DICA:
Nas provas de concurso, as características dos direitos fun-
damentais são exigidas, comumente, de duas formas:
a) a banca apresenta uma característica e tenta confundir o
candidato com o conceito de outra;
b) um caso concreto é apresentado, solicitando que o candi-
dato assinale qual a característica pertinente.
Isso não implica em afirmar, contudo, que todos os direitos fundamentais devem, obriga-
toriamente, ser assegurados de igual forma a todos, uma vez que a diversidade da humanida-
de e da realidade vivida por cada pessoa não é uniforme no tempo.
Ainda assim, certos direitos fundamentais (aos quais a doutrina identifica um núcleo exis-
tencial), pela sua importância, devem ser assegurados, indistintamente, a todos.
Se tomarmos como exemplo o direito à vida, nota-se que se trata de um direito fundamental
que deve ser assegurado a toda a humanidade. Todas as pessoas são titulares deste direito,
que, devido à sua importância, é reconhecido como parte de um núcleo essencial de direitos
fundamentais.
Se, em sentido, oposto, tomarmos como exemplo o direito social a férias remuneradas, vere-
mos que este, ainda que se seja um direito fundamental, não é assegurado, indistintamente, a
toda a população, mas sim apenas aos trabalhadores.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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Prova disso são as diferentes gerações de direitos fundamentais. No início, como o ho-
mem estava sendo oprimido pela atuação do Estado, a grande conquista foi exigir que o Es-
tado deixasse de atuar, gerando uma maior liberdade aos indivíduos.
Posteriormente, tendo a população uma maior liberdade, a exigência era de que o Estado
não apenas deixasse de atuar, mas sim que prestasse a toda a sua população uma série de
direitos mínimos necessários à sua existência.
Conclusão: os direitos fundamentais são ampliados com o passar dos anos, uma vez que
as necessidades dos indivíduos sob a guarda do Poder Público, em igual sentido, tende a au-
mentar com o decorrer do tempo.
Como decorrência, não poderá o particular usufruir apenas dos direitos que entenda ne-
cessários para a sua pessoa. Deverá ele, para preservar sua dignidade, fazer uso do conjunto
de direitos previstos em nosso ordenamento jurídico, respeitado, como não poderia deixar de
ser, as particularidades de cada pessoa.
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Com os direitos fundamentais, contudo, isso não ocorre. Assim, caso uma pessoa não
utilize um direito fundamental da qual é titular por um longo período de tempo, ainda assim
poderá fazer uso, a qualquer momento, do direito em questão.
Isso implica em afirmar que os direitos fundamentais são personalíssimos, impossíveis
de serem alcançados pelo instituto da prescrição.
• Irrenunciabilidade: como regra, o titular de um direito fundamental não pode dele dis-
por, renunciando assim ao ser exercício.
Contudo, em determinadas situações, e desde que por um prazo certo de tempo, poderá
a pessoa renunciar ao exercício de certos direitos fundamentais. Após o mencionado lapso
temporal, o direito objeto da renúncia voltará à sua plenitude.
Ressalta-se, entretanto, que a renúncia jamais poderá ser feita por um período indetermi-
nado de tempo, tampouco abranger todos os direitos fundamentais previstos no ordenamen-
to jurídico.
Dada a importância do assunto, a característica da irrenunciabilidade será mais bem de-
talhada em momento posterior.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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• Relatividade: de início, temos que memorizar uma afirmativa amplamente utilizada pe-
las bancas organizadoras: “Não existem direitos fundamentais de caráter absoluto”.
Ainda que a imensa maioria da doutrina entenda que nenhum dos direitos e garantias
fundamentais possua caráter absoluto, tem crescido, cada vez mais, o entendimento (ainda
minoritário) de que três situações seriam o caso de direitos de caráter absoluto, sendo eles:
− a proibição à tortura;
− a proibição à escravidão;
− a proibição ao tratamento cruel ou degradante.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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A dignidade da pessoa humana, na condição de valor fundamental atrai o conteúdo de todos os di-
reitos fundamentais, exige e pressupõe o reconhecimento e proteção dos direitos fundamentais de
todas as dimensões. Assim, sem que se reconheçam à pessoa humana os direitos fundamentais
que lhe são inerentes, em verdade estar-se-á negando-lhe a própria dignidade.
Uma das principais finalidades dos direitos fundamentais é assegurar a todos a dignidade da
pessoa humana.
Contudo, você acha que este objetivo será alcançado em sua plenitude de que maneira: com
apenas alguns dos direitos ou com todos os direitos fundamentais existentes?
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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5. Destinatários
Inicialmente, os destinatários dos direitos fundamentais eram apenas as pessoas natu-
rais, uma vez que o que estava sendo exigido era uma não atuação do Estado em prol da
liberdade da população.
Com o tempo, a doutrina passou a estender os efeitos dos direitos fundamentais para as
pessoas jurídicas, sendo que uma série de direitos positivados em nosso ordenamento são
destinados a tais pessoas.
Modernamente, os direitos fundamentais passaram a ter como destinatários, ainda, o
próprio Estado, ou seja, órgãos e entidades da Administração Pública.
Isso não implica em dizer que todos os direitos fundamentais previstos da Constituição Fe-
deral são destinados, indistintamente, às pessoas naturais, às pessoas jurídicas e ao Estado.
Em sentido oposto, nossa Constituição Federal apresenta direitos que possuem como
destinatários exclusivamente as pessoas naturais, direitos que apenas podem ser exercidos
pelas pessoas jurídicas, direitos exclusivos do Estado e, ainda, direitos fundamentais que po-
dem ser exercidos pelas três classes de pessoas.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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Suponhamos que duas pessoas tenham formulado um contrato de trabalho, sendo que uma
das cláusulas do instrumento em questão previa que o trabalhador renunciaria expressamen-
te ao seu direito de férias anuais remuneradas.
Nesta situação, o contrato de trabalho é válido?
A reposta é sim! Como estamos no âmbito das relações particulares, nada impede que um
instrumento seja pactuado da forma como demonstrado.
Contudo, como as férias anuais remuneradas são um dos direitos sociais previstos na Cons-
tituição Federal, tal cláusula é nula, não podendo ser invocada por nenhuma das partes.
Nesta situação, o que tivemos foi a eficácia dos direitos fundamentais influenciando as rela-
ções entre particulares.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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Quando os direitos fundamentais são utilizados no âmbito das relações entre particula-
res, estamos diante da eficácia horizontal destes direitos, também conhecida como eficá-
cia externa.
Por outro lado, quando os direitos fundamentais são utilizados no âmbito das relações
entre os particulares e o Poder Público, a eficácia será vertical ou interna.
DICA:
Particular x Particular = Horizontal e Externa
Particular x Poder Público = Vertical e Interna
7. Restrições legais
Como decorrência da característica da relatividade, os direitos fundamentais não são
absolutos, podendo, conforme já mencionado, sofrer limitações decorrentes de outro direito
constitucionalmente previsto.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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Isso significa dizer, em outros termos, que a possibilidade de limitação dos direitos funda-
mentais por meio de lei apenas poderá ocorrer quando exercida de forma limitada.
Quando, em sentido oposto, a lei limitar demasiadamente os direitos fundamentais, terá
ela ferido o seu núcleo essencial. Se tal situação fosse possível, perderia a Constituição Fede-
ral o status de norma hierarquicamente superior às leis, haja vista que simples leis ordinárias
poderiam limitar direitos constitucionalmente previstos.
Neste sentido, merecem destaque os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.
De acordo com os mencionados princípios, a atuação do legislador apenas será válida quan-
do exercida de forma adequada, necessária e proporcional.
Como consequência, caso uma lei restrinja toda a essência de um direito fundamental,
atingindo assim o seu núcleo essencial, deverá o Poder Judiciário, invocando os princípios da
razoabilidade e da proporcionalidade, declarar a norma inválida e inconstitucional.
Nota-se, desta forma, que a teoria dos limites dos limites foi concebida com uma fina-
lidade bem específica: evitar que um direito fundamental perca a sua essência por meio da
atuação abusiva do legislador.
Certamente que sim! A teoria dos limites dos limites fica mais fácil de ser compreendida
por meio da figura a seguir:
Como verificado, a essência da teoria dos limites dos limites é a existência de um núcleo
fundamental dos direitos fundamentais. E a existência deste núcleo essencial, ainda que re-
conhecida pela doutrina, é explicada por meio de duas diferentes teorias: a teoria absoluta
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(também conhecida como teoria interna) e a teoria relativa (denominada também de teo-
ria externa).
Por meio da teoria absoluta, o núcleo essencial dos direitos fundamentais é uma unidade
autônoma aos próprios direitos. Como consequência, é possível que este núcleo seja identi-
ficado independente de estarmos diante de um caso concreto, bastando para isso a análise
da norma de forma abstrata.
A teoria relativa, em sentido oposto, afirma que o núcleo essencial dos direitos fundamen-
tais apenas pode ser analisado diante de um caso concreto. Não é possível, de acordo com
a teoria relativa, a identificação do núcleo essencial de um direito fundamental pela simples
interpretação da norma.
8. Possibilidade de Renúncia
Como regra, os direitos fundamentais são irrenunciáveis, o que implica em dizer que os
seus destinatários não possuem disposição sobre estes. Em outros termos, o titular de um
direito fundamental não pode abrir mão de sua titularidade.
Nos dias atuais, contudo, a doutrina tem entendido que a característica da irrenunciabi-
lidade pode, diante de um caso concreto e desde que por um período determinado de tempo,
ser abrandada.
Assim, dois são os requisitos que sempre devem estar presentes para que a renúncia
possa acontecer:
• estar o particular diante de um caso concreto;
• a renúncia ocorrer por um período determinado de tempo.
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Caso um particular resolva participar de um programa de “reality show” como o Big Brother
Brasil, estará ele, durante o período em que permanecer na competição, sem a possibilidade
de fazer uso dos direitos da intimidade e da vida privada.
Nesta hipótese, poderá ele renunciar a tais direitos, uma vez que a renúncia se dará diante de
um caso concreto (a participação no programa de televisão) e por um prazo determinado de
tempo (enquanto o participante permanecer na competição).
Art. 5º, § 3º, Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprova-
dos, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respec-
tivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
Desta forma, para que um tratado ou convenção internacional seja alçado ao status de
norma constitucional, dois são os requisitos essenciais:
• versarem sobre direitos humanos; e
• serem aprovados pelo quórum qualificado previsto na Constituição Federal.
Uma vez tendo sido observados ambos os requisitos, os termos do acordo passam a fazer
parte da própria Constituição Federal, situando-se em patamar hierarquicamente superior às
leis e gozando de todas as prerrogativas que as demais normas constitucionais possuem.
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Art. 5º, § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha
manifestado adesão.
Como decorrência do princípio fundamental da soberania, uma decisão judicial apenas terá
eficácia quando prolatada por órgão do Poder Judiciário pertencente ao respectivo Estado.
Consequentemente, as decisões estrangeiras apenas terão validade em nosso país quan-
do homologadas pelo órgão competente, que, em nosso caso, é o Superior Tribunal de Justi-
ça, conforme previsão do artigo 105, I, “i”, da Constituição Federal:
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Art. 5º, § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes
do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte.
De acordo com a doutrina, os direitos e garantias podem constar inclusive de forma implí-
cita. Nestas situações, caberá ao magistrado, na análise do caso concreto, verificar se foram
observados os efeitos decorrentes (desdobramentos) das previsões da Constituição Federal.
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Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos bra-
sileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igual-
dade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Inicialmente, precisamos saber que o caput do artigo 5º da Constituição Federal faz men-
ção a cinco direitos fundamentais, sendo eles os direitos à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade. Estes cinco direitos, de acordo com a doutrina majoritária, são a
base de todos os demais direitos e garantias fundamentais expressos na Constituição Federal.
Deve-se frisar, contudo, que tais direitos não possuem uma hierarquia superior aos dele de-
correntes. Nem mesmo o direito à vida, expressão direta da dignidade da pessoa humana e ele-
mento necessário para a fruição dos demais direitos e garantias, apresenta esta superioridade.
Como consequência, é correto afirmar que não há hierarquia entre os direitos fundamen-
tais constitucionalmente previstos, ainda que alguns deles, conforme mencionado, sirvam
como base para a existência dos demais.
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O súdito estrangeiro, mesmo o não domiciliado no Brasil, tem plena legitimidade para
impetrar o remédio constitucional do habeas corpus, em ordem a tornar efetivo, nas hipó-
teses de persecução penal, o direito subjetivo, de que também é titular, à observância e
ao integral respeito, por parte do Estado, das prerrogativas que compõem e dão signifi-
cado à cláusula do devido processo legal.
Caso um argentino esteja passando uma semana de férias em território brasileiro, poderá ele,
ainda que sua residência não seja no Brasil e sua estadia seja breve, fazer uso, caso sofra
coação em sua liberdade de locomoção, do habeas corpus, remédio constitucional utilizado
com a finalidade de evitar que o direito de ir e vir seja prejudicado.
As questões de concurso podem ser exigidas de duas diferentes formas no que se refere
ao alcance dos direitos fundamentais:
• de forma literal, exigindo o conhecimento da literalidade do caput do artigo 5º (brasilei-
ros e estrangeiros residentes no país).
• de maneira mais avançada, exigindo o entendimento do STF (brasileiros, estrangeiros
residentes e estrangeiros não residentes).
Uma das principais características dos direitos fundamentais é a relatividade. Por meio
dela, não existem, em nosso ordenamento, direitos e garantias de caráter absoluto.
Muitas são as questões de prova que exigem a característica da relatividade dos direitos
fundamentais. Em todos os casos, devemos memorizar que “não existem direitos ou garan-
tias de caráter absoluto”.
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Como consequência, até mesmo o direito à vida, necessário para que o indivíduo possa
fazer uso dos demais direitos, pode, em determinadas situações, ser relativizado diante de um
caso concreto.
Neste sentido, o conceito de vida não abrange apenas a vida extrauterina, mas também a
vida intrauterina. Como consequência, a prática de aborto, ressalvadas as exceções previstas
em lei, é considerada crime em nosso ordenamento jurídico.
Uma destas exceções consta em importante julgado do STF, conforme se observa da lei-
tura da ADPF 54, por meio da qual a Suprema Corte estabeleceu a possibilidade de interrup-
ção da gravidez no caso de fetos anencéfalos. No caso, foi levado em conta o fato de a anen-
cefalia ser considerada uma patologia letal, de forma que os bebês nascidos em tal condição
morrem poucas horas após o parto.
I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
O inciso faz menção à isonomia, que, por sua vez, deriva diretamente do clássico princípio
da igualdade. Por meio da isonomia, deve o legislador tratar de forma igual os iguais e de for-
ma desigual os desiguais, na medida das suas desigualdades.
Quando o legislador edita uma norma conferindo aos maiores de 60 anos o direito de transi-
tar pelo território nacional, em empresas concessionárias de serviço público, mediante o não
pagamento da passagem, estamos diante da isonomia.
Assim, ainda que os demais indivíduos não façam jus a este direito, não há que se falar em
violação ao princípio da igualdade, uma vez que a isonomia confere a possibilidade de trata-
mento desigual às pessoas que estejam em condições diferentes.
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
Diogo Surdi
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
Diogo Surdi
Na “igualdade na lei”, a ideia é que o legislador, ao elaborar as leis, o faça da forma menos
discriminatória possível, abrangendo todas as pessoas que eventualmente possam fazer jus
aos seus efeitos.
Na “igualdade perante a lei”, como a lei já se encontra elaborada, a sua destinação é para
os aplicadores e intérpretes. Assim, deve a interpretação e, como consequência, a aplicação
dos efeitos decorrentes da norma, ser o mais amplo possível.
Quando uma lei determina que “Todas as pessoas terão direito aos serviços de energia elétrica
e de água encanada”, estamos diante da isonomia formal, de forma que todos aqueles que
desejarem fazer uso destes serviços devem adotar os procedimentos previstos em lei, sendo
que a energia elétrica e a água encanada nada mais são do que direitos a eles conferidos.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
Diogo Surdi
Quando o Poder Público assegura à população de baixa renda os serviços de energia elétri-
ca e de água encanada de forma gratuita, estamos diante da isonomia material, sendo que a
ideia do legislador, com a medida, é, mediante a adoção de políticas discriminatórias, reduzir
as desigualdades das pessoas de baixa renda.
Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de
servidores públicos sob fundamento de isonomia.
II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
As leis administrativas são, normalmente, de ordem pública, e seus preceitos não podem ser des-
cumpridos, nem mesmo por acordo ou vontade conjunta de seus aplicadores e destinatários, uma
vez que contêm verdadeiros poderes-deveres, irrelegáveis pelos agentes públicos.
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
Diogo Surdi
Importante diferenciação deve ser feita sobre os termos legalidade e reserva legal.
Dessa forma, a legalidade seria aplicada para as situações em que a Constituição Federal
determina que o administrado deve obediência à lei em sentido lato, que pode ser entendida
como todo diploma normativo que inova no ordenamento jurídico, tal como as medidas pro-
visórias e os decretos autônomos.
Em sentido contrário, para todas as hipóteses em que a Constituição Federal veda a pos-
sibilidade de edição de medida provisória, bem como para as situações que não sejam aque-
las previstas para edição de decreto autônomo, estaremos diante da legalidade em sentido
estrito, também conhecida como reserva legal.
Nestas situações, apenas a edição de uma lei formal (com a obediência de todos os seus trâ-
mites legislativos) é capaz de disciplinar a matéria ou impor obrigações para os administrados.
Diversas são as espécies legislativas passíveis de utilização em nosso ordenamento, tais
como as leis, as medidas provisórias e os decretos.
Com e edição da Emenda Constitucional n. 32, passamos a contar com a possibilidade de
inovação do ordenamento jurídico, nas estritas hipóteses previstas no texto constitucional,
por meio de decreto autônomo expedido pelos chefes do Poder Executivo.
Quando a Constituição determina que uma matéria deve ser disciplinada por lei, estare-
mos diante da legalidade, ou seja, lei em sentido lato (que abrange as medidas provisórias e
os decretos autônomos) ou da reserva legal, também conhecida como lei em sentido estrito.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
Diogo Surdi
A reserva legal pode ser classificada, ainda, em absoluta, relativa, simples e qualificada.
Teremos a reserva legal absoluta quando a Constituição Federal exigir, para a regula-
mentação integral da matéria, uma lei em sentido estrito. Nestas situações, não há qualquer
espaço para que um ato infralegal auxilie na regulamentação.
A reserva legal relativa, por sua vez, não exige que a lei seja a responsável por toda a re-
gulamentação das matérias em questão, podendo apenas definir os parâmetros por meio do
qual um ato infralegal irá regulamentar e detalhar a matéria.
Na reserva legal simples, a Constituição Federal, ainda que exija uma lei formal para dis-
ciplinar a matéria, não especifica o conteúdo da norma que será editada.
Na reserva legal qualificada, a Constituição Federal igualmente exige lei formal como for-
ma de regulamentação. Nestas situações, contudo, já define a Constituição, previamente, o
conteúdo que a lei deverá ter.
Como exemplo de reserva legal absoluta, temos os diversos artigos da Constituição Federal
que apresentam os termos “a lei estabelecerá” e “a lei regulamentará”: “A lei estabelecerá os
casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excep-
cional interesse público” (art. 37, X).
Como exemplo de reserva legal relativa, temos os artigos constitucionais que constam com
a expressão “nos termos da lei” e “na forma da lei”: “O Estado promoverá, na forma da lei, a
defesa do consumidor” (art. 5º, XXXII).
Como exemplo de reserva legal simples, temos o disposto no artigo 5º, VII, da CF/1988: “É
assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e milita-
res de internação coletiva”.
Nota-se, da leitura do artigo, que a Constituição Federal não define como que a prestação de
assistência religiosa será feita nas entidades civis e militares de internação coletiva. Possui a
lei, como consequência, uma maior liberdade para definir o seu conteúdo.
Como exemplo de reserva legal qualificada, cita-se o disposto no artigo 5º, XII, da CF/1988: “É
inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comuni-
cações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal”.
Nesta situação, percebemos que o conteúdo da lei está restrito, uma vez que a própria Cons-
tituição já afirma que apenas mediante autorização judicial é que poderá ser realizada a inter-
ceptação telefônica.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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A tortura pode ser definida como qualquer ato ou omissão pelo qual se submete terceiros
a um intenso sofrimento físico ou mental, tendo como objetivo, dentre outros, obter confissão
ou informação, castigar, intimidar e discriminar. Na tortura, o responsável pelos atos será um
agente público.
O tratamento desumano é aquele aplicado com intenso sofrimento físico ou mental. Con-
tudo, ao contrário do que ocorre com a tortura, não há um propósito claro, tampouco uma
motivação aparente.
O tratamento degradante, por sua vez, é aquele que humilha e diminui a pessoa diante de
terceiros ou de si mesma.
Em sintonia com a impossibilidade de utilização das práticas acima descritas é o teor da
Súmula Vinculante n. 11:
Nestas situações, deverá a autoridade competente, ainda, para poder fazer uso das alge-
mas, justificar por escrito a excepcionalidade da medida.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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O Poder Público, com o objetivo de assegurar a integridade das mulheres e crianças, instala
um sistema chamado “Disk Cidadania”. Por meio do serviço, todas as pessoas são estimula-
das a, diante de uma situação de agressão contra mulheres ou crianças, realizar uma denún-
cia à autoridade competente.
Para que o serviço seja eficaz, o Poder Público informa que as denúncias poderão ser
realizadas de forma anônima, não comprometendo assim a intimidade daquele que está
denunciando.
Uma vez recebidas as informações, deve o Poder Público adotar todas as providências com o
objetivo de verificar se os fatos narrados são ou não verídicos. Em caso afirmativo (e só então
depois de ter provas suficientes) é que o processo criminal ou disciplinar poderá ter início.
Importante entendimento do STF foi o proferido no julgamento da ADPF 187. Por meio da
decisão, o tribunal considerou lícita e decorrente da liberdade de expressão a defesa da lega-
lização das drogas, ainda que realizadas em espaços públicos.
Situação semelhante ocorre, por exemplo, com uma possível passeata em defesa da le-
galização do aborto, ou então com o objetivo de protestar contra a política de cotas. Em to-
das estas situações, o fundamento para a legalidade das condutas é a livre manifestação do
pensamento.
Não se trata esta manifestação, contudo, de um direito absoluto, devendo ser exercido em
harmonia com os demais direitos previstos no texto da Constituição Federal. Caso esta limi-
tação não seja observada, poderá dar ensejo ao pagamento de indenização pelos eventuais
danos materiais, morais ou à imagem à pessoa lesada.
Para possibilitar que a responsabilização seja feita de forma objetiva, a própria Constitui-
ção assegura, conforme já afirmado, que é vedado o anonimato. Logo, todas as manifesta-
ções, ainda que livres, devem ser feitas com a identificação dos seus responsáveis.
Os danos materiais são aqueles relacionados com prejuízos financeiros claramente iden-
tificáveis. Como exemplo, cita-se a destruição de um carro ou de uma casa.
Os danos morais, por sua vez, são aqueles que estão fora do aspecto material, afetando a
paz interior e atingindo a honra e a intimidade do particular. Como exemplo, temos a difama-
ção e a prática de situações vexatórias.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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Os danos à imagem estão relacionados com as condutas que fazem uso da imagem da
pessoa sem a devida autorização. Como exemplo, cita-se a publicação de fotos em sites
pornográficos e a utilização, sem autorização, da imagem da pessoa para confecção de pro-
pagandas com fins lucrativos.
Os danos materiais, morais e à imagem podem ser objeto de indenização cumulativa, des-
de que, por óbvio, a conduta tenha dado ensejo aos três tipos de prejuízo.
Ocorrendo o dano, o particular lesado terá direito, além das indenizações mencionadas,
a responder de forma proporcional ao agravo. Neste sentido, a reposta deverá ser veiculada
no mesmo meio de comunicação, com o mesmo destaque, tamanho e duração da condu-
ta gravosa.
Por fim, ressalta-se o teor de dois entendimentos do STF, ambos relacionados com a liber-
dade de expressão e com a vedação ao anonimato:
• Segundo o STF, o TCU não pode manter em sigilo a autoria de denúncia a ele apresenta-
da contra um administrador público. Caso tal medida fosse possível, o direito de defesa,
por parte do administrador denunciado, estaria seriamente prejudicado, uma vez que
este não teria conhecimento acerca de possíveis informações infundadas ou pautadas
em critérios de inimizade.
• De acordo com o tribunal, é dispensável a exigência de diploma de jornalismo e de re-
gistro profissional no Ministério do Trabalho para o exercício da profissão de jornalista.
Com tais medidas, o objetivo do STF é assegurar que a manifestação do pensamento
seja exercida livremente por todos.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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Como decorrência da laicidade do Estado, merece ser destacado a decisão do STF profe-
rida no julgamento da ADI 5.258:
VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica
ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a
cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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• Caso, contudo, o particular não cumpra com a prestação alternativa, sofrerá ele uma
privação em seus direitos. Nesta situação, a grande controvérsia existente é se a medi-
da implica em perda ou em suspensão dos direitos políticos.
Segundo o professor Alexandre de Moraes, tal situação enseja a perda dos direitos políti-
cos, uma vez que tais direitos, após o cumprimento de eventual penalidade, não são estabe-
lecidos automaticamente, carecendo de pedido por parte do particular.
Por outro lado, diversos diplomas legais afirmam o oposto, ou seja, que a situação em tela
enseja a suspensão dos direitos políticos.
Neste sentido, por exemplo, é o artigo 438 do Código de Processo Penal:
A recusa ao serviço do júri fundada em convicção religiosa, filosófica ou política importará no dever
de prestar serviço alternativo, sob pena de suspensão dos direitos políticos, enquanto não prestar
o serviço imposto.
No mesmo sentido estabelece o artigo 4º, §§ 1º e 2º, da Lei n. 8.239 (norma que regula-
menta a forma como se dará a prestação social alternativa):
A recusa ou cumprimento incompleto do Serviço Alternativo, sob qualquer pretexto, por motivo de
responsabilidade pessoal do convocado, implicará o não fornecimento do certificado correspon-
dente, pelo prazo de dois anos após o vencimento do período estabelecido.
Findo o prazo previsto no parágrafo anterior, o certificado só será emitido após a decretação, pela
autoridade competente, da suspensão dos direitos políticos do inadimplente, que poderá, a qual-
quer tempo, regularizar sua situação mediante cumprimento das obrigações devidas.
Em provas de concurso, aconselha-se que o bom senso seja utilizado. Em caso de ques-
tões com as duas alternativas (perda e suspensão) o mais indicado é escolher a suspensão,
uma vez que tal afirmativa possui base legal.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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Não é admitido, em nosso ordenamento jurídico, nenhum tipo de censura. Como conse-
quência, o exercício de atividade intelectual, artística, científica e de comunicação é livre à
iniciativa privada, não necessitando, para a sua prática, de autorização do Poder Público.
Neste mesmo sentido, a própria Constituição Federal estabelece, em seu artigo 220, que
nenhuma forma, processo ou veículo de comunicação poderá ser objeto de censura:
Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer for-
ma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
Em sintonia com este entendimento, o STF, no julgamento da ADI 4.451, afirmou que é
livre a manifestação de opinião do jornalista, ainda que o comentário represente uma crítica
às autoridades estatais:
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
Quatro são os direitos protegidos pelo inciso em questão: a intimidade, a vida privada, a
honra e a imagem.
A intimidade e a vida privada são conceitos relacionados, sendo que a vida privada se tra-
ta de um conceito mais amplo, abarcando todas as informações que apenas a própria pessoa
pode escolher se as divulga ou não. A intimidade, por sua vez, é uma parte da vida privada,
mais precisamente aquela que diz respeito ao modo de ser, ao modo de pensar e aos senti-
mentos do indivíduo.
A honra está relacionada com o sentimento de dignidade e com a reputação que a pessoa
possui perante a sociedade em que convive.
A imagem relaciona-se com a representação que as pessoas possuem perante si mes-
mas e com a forma como esta representação poderá ser explorada perante terceiros.
Em caso de violação a qualquer um dos direitos apresentados, será assegurado o direito
ao recebimento de danos materiais e morais.
Neste sentido, o STJ possui entendimento sumulado de que ambas as indenizações po-
dem ser recebidas acumuladamente, conforme se observa da leitura da Súmula n. 37:
Súmula n. 37 – STJ: São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral
oriundos do mesmo fato.
Ainda de acordo com o entendimento do STJ (Súmula n. 237), até mesmo as pessoas
jurídicas poderão ser indenizadas pela ocorrência de dano moral. Como exemplo de situação
ensejadora desta conduta, cita-se o protesto indevido de título comercial ou a inclusão inde-
vida do nome da empresa em serviços de proteção ao crédito.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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Isso, contudo, não significa que os detentores de cargos eletivos não tenham direito à
privacidade. O que se quer afirmar é que tais agentes, quando no desempenho de funções
públicas, não podem invocar o direito à privacidade como forma de se eximir da publicidade
de seus atos.
• No que se refere aos servidores públicos, importante decisão do STF afirma que, em
caso de dano moral contra agente estatal que esteja no desempenho de suas atribui-
ções, deve ser aplicada, no momento da indenização, uma cláusula da modicidade.
O que é levado em conta, nesta situação, é o fato de o servidor público estar em cons-
tante fiscalização por parte da sociedade. Logo, a possibilidade de algum membro da socie-
dade acreditar que o servidor praticou algum ato ilícito e, equivocadamente, denunciá-lo, é
muito maior.
Ícaro, servidor público, possui, dentre as suas atribuições, a de fiscalizar diversos estabeleci-
mentos comerciais. Como consequência, é correto afirmar que a possibilidade de Ícaro come-
ter alguma irregularidade é bem maior do que a de um cidadão comum, motivo pelo qual toda
a sociedade possui o dever de fiscalizar as atividades desempenhadas por ele.
Caso um cidadão, convencido de que Ícaro cometeu uma infração, divulgue esta notícia na
mídia local, estará ele cumprindo com sua obrigação social.
Como consequência, um possível erro por parte deste cidadão (tal como a veiculação de
notícia inverídica) acarreta, para Ícaro, o direito ao recebimento de uma indenização por
danos morais.
Esta indenização, por sua vez, será menor do que a que teria direito uma pessoa que não esti-
vesse no desempenho de atividade estatal.
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O fundamento para esta cláusula de modicidade é estimular que a sociedade fiscalize as ati-
vidades desempenhadas pelos agentes públicos.
Em sentido oposto, as autoridades policiais, o Ministério Público (com exceção das si-
tuações em que estejamos diante da defesa do patrimônio público), as CPIs municipais os
Tribunais de Contas não podem determinar a quebra do sigilo bancário.
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XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia,
por determinação judicial;
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Por fim, merece destaque a decisão do STF proferida no RE 251445, por meio do qual ficou
sedimentado que nem mesmo as autoridades policial e fiscal ou o Ministério Público são ex-
ceções à regra da inviolabilidade de domicílio:
Sendo assim, nem a Polícia Judiciária, nem o Ministério Público, nem a administração
tributária, nem quaisquer outros agentes públicos podem, a não ser afrontando direitos
assegurados pela Constituição da República, ingressar em domicílio alheio, sem ordem
judicial ou sem o consentimento de seu titular.
XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das co-
municações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a
lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
Ainda que o inciso em análise possa levar a uma falsa interpretação no sentido de que ape-
nas as comunicações telefônicas podem ser violadas, tal entendimento não deve prevalecer.
Como é sabido, não são admitidos, em nosso ordenamento, direitos e garantias de caráter
absoluto, motivo pelo qual uma interpretação no sentido exposto levaria à falsa conclusão de
que o sigilo das correspondências, das comunicações telegráficas e de dados seria comple-
tamente inviolável.
Neste sentido já se manifestou o STF, quando, no julgamento do HC 70.814, afirmou que
a administração penitenciária poderia, desde que devidamente fundamentada, interceptar as
correspondências recebidas pelos presos.
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XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profis-
sionais que a lei estabelecer;
Como regra, todas as pessoas poderão desempenhar qualquer tipo de atividade, seja ela
remunerada ou não. Em determinadas situações, contudo, a lei estabelece requisitos míni-
mos que devem ser observados para que o exercício da profissão possa ocorrer. Nestes ca-
sos, apenas aqueles que reunirem os requisitos legais é que poderão exercer a respectiva
atividade.
Por isso mesmo, o inciso em questão trata-se de uma norma constitucional de eficácia
contida, ou seja, que pode ser exercida livremente até que ocorra a edição de uma lei limitando
os seus efeitos.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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É importante destacar, ainda, que a atividade empresarial não pode ser obstruída, pelo
Poder Público, mediante a aplicação de penalidades que possuem a finalidade de receber
imposto atrasado.
Neste sentido, o entendimento do STF foi pacificado mediante a edição da Súmula n. 323,
de seguinte teor: “É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para paga-
mento de tributos”.
XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando neces-
sário ao exercício profissional;
A regra é que todas as informações sejam acessadas por todas as pessoas, sendo res-
guardado, ainda, o sigilo da fonte quando tal medida for necessária ao exercício profissional.
É importante salientar que tal inciso não colide com a vedação ao anonimato. O que a
Constituição Federal quis assegurar, apenas, é que os jornalistas, no desempenho de suas
atividades, pudessem ter a garantia de não mencionar a fonte de onde conseguiram as infor-
mações divulgadas.
Contudo, caso alguém seja lesado pela informação divulgada, será o jornalista, e não
a fonte que repassou a ele a informação, quem responderá pelos danos morais, materiais
e à imagem.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos
termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
Em tempo de paz, o direito à livre locomoção deve ser assegurado a todas as pessoas.
Isso não implica afirmar, contudo, que toda e qualquer pessoa poderá entrar e sair do ter-
ritório nacional, com seus bens, de forma gratuita. Para que o transporte de seus bens seja
feito (entrada e saída) deverá o nacional ou o estrangeiro arcar com tributos previstos na le-
gislação aduaneira e fiscal.
Caso este direito não seja garantido, deverá o particular fazer uso do remédio constitucio-
nal do habeas corpus.
XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, indepen-
dentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para
o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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− Ausência de armas: a reunião deve ser realizada sem o porte de qualquer espécie de
armas. Neste sentido, uma marcha realizada por servidores públicos que tenham o
porte de arma, ainda que realizada com o objetivo de reivindicar melhores salários,
será inconstitucional.
Caso, contudo, apenas um participante da reunião esteja portando uma arma de fogo,
este motivo, por si só, não é suficiente para dissolver a reunião. Nesta situação, a autoridade
policial deverá desarmar o particular, dando prosseguimento à reunião.
− Locais abertos ao público: Todas as reuniões devem ser realizadas em locais aber-
tos ao público, possibilitando assim que a população tenha conhecimento dos as-
suntos que estão sendo tratados.
Como exemplo de reunião realizada em local aberto ao público, temos uma marcha em praça
pública defendendo a legalização das drogas. Tal reunião é constitucional, uma vez que as
ruas e praças são espaços abertos à população.
Como exemplo de reunião realizada em local não aberto ao público, temos uma reivindica-
ção de melhores salários feita por determinada categoria profissional dentro do gabinete da
Presidência da República. Esta reunião é inconstitucional, pois o gabinete em questão não se
trata de um local que pode ser livremente acessado pela população.
− Não frustração de outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local: uma
reunião não pode prejudicar outra anteriormente agendada para o mesmo local e
horário e já avisada à autoridade competente.
− Desnecessidade de autorização: para realizar a reunião, não há necessidade de au-
torização do Poder Público, uma vez que vigora, em nosso ordenamento, a liberdade
de manifestação do pensamento.
Como consequência, o Poder Público não possui competência para avaliar a conveniência
da realização da reunião, ou seja, para decidir se os motivos alegados pelos manifestantes
são ou não justos.
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
Diogo Surdi
O STF, no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 806.339, fixou a tese de que “são per-
mitidas reuniões ou manifestações em locais públicos, independentemente de comunicação
oficial prévia às autoridades competentes”. Sendo assim, devemos memorizar, a partir da
decisão tomada pelo STF em 2021, que o aviso às autoridades competentes não é condição
indispensável para o exercício do direito de reunião.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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Nessa situação hipotética, para realizar a referida manifestação, o grupo de pais utilizou o
instrumento
a) inadequado, porque o direito de reunião não requer autorização, mas apenas prévio aviso.
b) inadequado, entretanto a autoridade competente não poderia ter negado o direito com base
no fundamento utilizado.
c) adequado, porque o direito de reunião requer prévia autorização administrativa, cabendo ao
grupo ajuizar ação popular contra a decisão que negou o referido pedido.
d) adequado, porque o direito de reunião requer prévia autorização administrativa, cabendo ao
grupo impetrar habeas corpus contra a decisão que negou o referido pedido.
e) adequado, porque o direito de reunião requer prévia autorização administrativa, cabendo ao
grupo impetrar mandado de segurança contra a decisão que negou o referido pedido.
De acordo com a Constituição Federal, o direito de reunião pode ser exercido independente de
autorização, sendo exigido apenas o prévio aviso à autoridade competente.
Art. 5º, XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, in-
dependentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada
para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
Logo, o requerimento apresentado pelo grupo de pais é inadequado, haja vista que bastaria o
prévio aviso à autoridade competente. Com isso, verificamos que a letra “a” é a resposta da
questão, bem como que as letras “c”, “d” e “e” estão incorretas (por afirmarem que o instru-
mento utilizado é adequado).
Na letra “b”, a autoridade pode negar o exercício deste direito, uma vez que, na situação apre-
sentada, a reunião frustraria o exercício de outra previamente convocada.
Letra a.
XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização,
sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades sus-
pensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI – as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para repre-
sentar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
A Constituição Federal também garante o direito de associação. Para que haja uma asso-
ciação, três são os requisitos necessários:
• Pluralidade de pessoas: a associação nada mais é do que uma sociedade, devendo,
obrigatoriamente, possuir mais de uma pessoa para a sua constituição.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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• b) Estabilidade: ao contrário do que ocorre com a reunião de pessoas, que possui cará-
ter temporário, as associações são constituídas com uma finalidade permanente, que
se prolonga no tempo.
• Manifestação de vontade: as associações apenas são constituídas mediante a vontade
de duas ou mais pessoas. De igual forma, a possibilidade de associação é livre a todas
as pessoas, que devem manifestar expressamente o interesse em participar de tal so-
ciedade.
As associações são livres para escolher os interesses que irão defender, não sendo lícito
ao Poder Público interferir nesta escolha. As duas ressalvas ficam por conta da obrigato-
riedade dos fins lícitos da associação e da vedação à criação de associações com caráter
paramilitar.
As associações com caráter paramilitar são aquelas que se assemelham das organiza-
ções militares na sua constituição e forma de funcionamento.
Caso uma torcida organizada de um time de futebol seja dividida em pelotões e organizada,
hierarquicamente, com cargos de coronel, capitão e soldado, estaremos diante de uma asso-
ciação paramilitar.
Nesta situação, a associação está fazendo alusão aos termos militares, motivo pelo qual não
poderá ser constituída.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
Diogo Surdi
Desta forma, poderá a associação, desde que expressamente autorizada por um indiví-
duo, ajuizar uma ação judicial em nome dele e na defesa de interesse alheio. Nesta situação,
observa-se que a associação é mera representante do indivíduo, uma vez que tanto o interes-
se quanto a titularidade são feitos em nome de terceiros.
Situação diferente ocorre com a substituição processual, quando a associação ajuíza uma
ação judicial em seu próprio nome, mas defendendo o interesse de terceiros. Como na substi-
tuição processual temos uma ação em nome da associação, não há necessidade, ao contrário
do que ocorre com a representação, de autorização expressa dos associados.
Quando a associação dos empregados públicos de determinado município ajuíza uma ação
cujo objetivo é exigir o pagamento de verbas devidas após o contrato de trabalho de determi-
nado número de trabalhadores, estamos diante da representação processual.
Nesta situação, a ação será ajuizada em nome dos empregados, defendendo interesses exclu-
sivamente destes (a associação apenas é a responsável pelo ajuizamento da ação).
Quando a associação ajuíza uma ação em seu próprio nome e tendo por objetivo defender os
interesses da categoria (situação que ocorre com o mandado de segurança coletivo), esta-
mos diante da substituição processual.
Nesta hipótese, a ação será ajuizada em nome da associação, defendendo interesses de toda
a categoria.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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RESUMO
A origem dos direitos fundamentais está intimamente relacionada com a necessidade de
imposição de limites à atuação do Estado. Por intermédio dos direitos fundamentais, desta
forma, os indivíduos passaram a contar com uma proteção, gerando um aumento em sua li-
berdade e uma limitação na atuação do Poder Público.
Os direitos fundamentais são os direitos reconhecidos à população de um dado território
mediante a confecção de um documento específico. E este documento específico nada mais
é do que a Constituição do respectivo país, responsável por instituir o ordenamento jurídico e
por positivar os direitos assegurados aos seus indivíduos.
Os direitos fundamentais podem ser conceituados como os bens e as vantagens conferi-
dos pela Constituição Federal. As garantias fundamentais, por outro lado, são os mecanismos
constitucionalmente previstos com a finalidade de proteger os direitos fundamentais.
Os remédios constitucionais são uma espécie de garantia, podendo ser divididos em re-
médios administrativos e remédios judiciais.
São remédios administrativos constitucionalmente previstos o direito de petição e o di-
reito de certidão. Os remédios judiciais, por sua vez, são o habeas corpus, o habeas data,
o mandado de segurança, o mandado de segurança coletivo, a ação popular e o mandado
de injunção.
De acordo com o momento histórico em que surgiram e foram reconhecidos pelo orde-
namento jurídico, os direitos fundamentais podem ser classificados em cinco gerações ou
dimensões.
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Geração ou
Fundamento Características
Dimensão
Surgiram no final do século XVIII.
Exigia uma não atuação do Estado.
1ª Geração Liberdade São representados pelos direitos civis e
políticos.
São conhecidos como “liberdades negativas”.
Surgiram no final do século XIX.
Exigia uma atuação positiva do Estado.
2ª Geração Igualdade São representados pelos direitos sociais,
econômicos e culturais.
São conhecidos como “liberdades positivas”.
Surgiram no século XX.
Direitos atribuídos a toda a humanidade.
3ª Geração Fraternidade São representados pelo direito ao meio
ambiente, ao progresso e à defesa do
consumidor.
Surgiram em meados do século XX.
Fundamentados na ideia de uma sociedade
sem fronteiras.
4ª Geração Biotecnologia
Representados pelos direitos à democracia,
à informação e a todas as questões
biotecnológicas.
Surgiram em meados do século XX.
Decorre da necessidade de toda a espécie
5ª Geração Paz
humana, independente das diferenças sociais
e ideológicas, possuir paz.
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Com os direitos fundamentais, contudo, isso não ocorre. Assim, caso uma pessoa não
utilize um direito fundamental da qual é titular por um longo período de tempo, ainda assim
poderá fazer uso, à qualquer momento, do direito em questão.
• Irrenunciabilidade: como regra, o titular de um direito fundamental não pode dele dis-
por, renunciando assim ao ser exercício.
Contudo, em determinadas situações, e desde que por um prazo certo de tempo, poderá
a pessoa renunciar ao exercício de certos direitos fundamentais. Após o mencionado lapso
temporal, o direito objeto da renúncia voltará à sua plenitude.
• Relatividade: de início, temos que memorizar uma afirmativa amplamente utilizada pe-
las bancas organizadoras: “Não existem direitos fundamentais de caráter absoluto”.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberda-
de, à igualdade, à segurança e à propriedade.
A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, duran-
te o dia, por determinação judicial.
Vejamos quais são as situações em que é possível o ingresso na casa de um particular:
• Mediante consentimento do morador. Nesta hipótese, o ingresso poderá ocorrer em
qualquer hora do dia ou da noite.
• Em caso de flagrante delito. O objetivo, nesta situação, é evitar que a inviolabilidade
sirva de escudo para as práticas ilícitas.
• Em caso de desastre, conceito que abarca tanto as causas naturais quanto os eventos
inesperados.
• Para prestar socorro, oportunidade em que o direito à vida se sobressai sobre a invio-
labilidade domiciliar.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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• Durante o dia, por determinação judicial. Neste caso, ainda que o Poder Judiciário te-
nha determinado o ingresso no domicílio particular, o início da ação (a entrada na casa),
ainda assim deverá ocorrer durante o dia.
A Constituição Federal também garante o direito de associação. Para que haja uma asso-
ciação, três são os requisitos necessários:
• Pluralidade de pessoas: a associação nada mais é do que uma sociedade, devendo,
obrigatoriamente, possuir mais de uma pessoa para a sua constituição.
• Estabilidade: ao contrário do que ocorre com a reunião de pessoas, que possui caráter
temporário, as associações são constituídas com uma finalidade permanente, que se
prolonga no tempo.
• Manifestação de vontade: as associações apenas são constituídas mediante a von-
tade de duas ou mais pessoas. De igual forma, a possibilidade de associação é livre a
todas as pessoas, que devem manifestar expressamente o interesse em participar de
tal sociedade.
Uma vez constituídas, as associações poderão ter suas atividades suspensas ou ser com-
pulsoriamente dissolvidas. Em ambos os casos, é necessária uma decisão judicial. Contudo,
como a dissolução compulsória trata-se de medida mais gravosa, exige-se, ainda, que a de-
cisão judicial tenha transitado em julgado, ou seja, que não possa mais ser objeto de recurso.
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MAPAS MENTAIS
Necessidade de
Origem imposição de limites à
atuação do Estado
Fundamento: Igualdade
2ª Geração Atuação positiva do Estado, sendo exemplo os direitos
sociais
Fundamento: Fraternidade
Gerações 3ª Geração Direitos transindividuais, como o meio ambiente
equilibrado e a defesa do consumidor
Fundamento: Biotecnologia
4ª Geração Tem como base uma sociedade sem fronteiras, sem
exemplos a democracia e a informação
Fundamento: Paz
5ª Geração Decorre da necessidade de toda a espécie humana ter
paz
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Os direitos fundamentais devem ser assegurados a todos os seres
Universalidade
humanos, independente de crença, raça, credo ou convicção política
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Em qualquer
Consentimento do
hora do dia ou
morador
da noite
Em qualquer
Flagrante delito hora do dia ou
da noite
Em qualquer
Exceções à Inviolabilidade
Desastre hora do dia ou
Domiciliar
da noite
Em qualquer
Prestar socorro hora do dia ou
da noite
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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QUESTÕES DE CONCURSO
006. (CEBRASPE/TCE-RJ/CONTROLE EXTERNO – CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2021) Com relação
aos direitos fundamentais, julgue o item a seguir.
O direito fundamental à vida é hierarquicamente superior aos demais direitos fundamentais.
Quando os direitos fundamentais são utilizados no âmbito das relações entre particulares, es-
tamos diante da eficácia horizontal destes direitos, também conhecida como eficácia externa.
A eficácia horizontal pode ser utilizada para solucionar conflito entre uma entidade privada
com poder social e um associado, uma vez que, neste caso, estaremos diante de uma relação
mantida entre particulares.
Certo.
Ainda que o texto do enunciado da questão tenha sido mal elaborado, o que o examinador
quer saber é se o direito de liberdade de associação abrange também as associações que
defendam mudanças legislativas e constitucionais.
E a resposta é positiva, haja vista que, nos termos da Constituição Federal, é plena a liberdade
de associação para quaisquer fins lícitos (como a defesa de mudanças legislativas e consti-
tucionais), sendo vedada, apenas, a associação de caráter paramilitar.
Art. 5º, XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
Certo.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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010. (CEBRASPE/PRF/2021) À luz da Constituição Federal de 1988 (CF), do Pacto de São José
da Costa Rica e do entendimento do Supremo Tribunal Federal, julgue o item que se seguem,
relativos aos direitos humanos.
A mera intuição de que esteja havendo tráfico de drogas em uma casa não configura justa
causa para autorizar o ingresso sem mandado judicial ou sem o consentimento do morador,
exceto em caso de flagrante delito.
a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do mo-
rador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por
determinação judicial.
Dito de outra forma, a mera intuição de que esteja havendo tráfico de drogas não configura
justa causa para autorizar o ingresso em uma casa, sendo necessário, neste caso, o prévio
mandado judicial. Contudo, quando estivermos diante de flagrante delito, não há necessidade
de mandado, podendo a autoridade policial, por exemplo, adentrar na residência do indivíduo
ainda que sem consentimento.
Certo.
011. (CEBRASPE/PRF/2021) À luz da Constituição Federal de 1988 (CF), do Pacto de São José
da Costa Rica e do entendimento do Supremo Tribunal Federal, julgue o item que se seguem,
relativos aos direitos humanos.
O aviso prévio é uma condicionante ao exercício do direito de reunião previsto na CF: a inexis-
tência de notificação às autoridades competentes torna ilegal a manifestação coletiva.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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Art. 5º, XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, in-
dependentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada
para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
Ocorre que o STF, no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 806.339, fixou a tese de que
Sendo assim, devemos memorizar que o aviso às autoridades competentes não é condição
indispensável para o exercício do direito de reunião.
Errado.
012. (CEBRASPE/PF/2021) Como regra, a medida própria para a reparação de eventual abuso
da liberdade de expressão é o direito de resposta ou a responsabilização civil, e não a supres-
são de texto jornalístico por meio de liminar.
Sendo assim, mesmo que seja sabido que determinado texto irá causar dano a determinada
pessoa, a regra geral é permitir que o texto seja publicado, evitando qualquer tipo de censura.
Posteriormente, os eventuais danos serão objeto de direito de resposta e, em determinadas
situações, de indenização ao particular.
Certo.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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c) A dissolução do grupo somente será possível se comprovado que a associação não tem
autorização para funcionar.
d) A suspensão das atividades pode ser requerida na via administrativa, mas a dissolução de
associação só pode ocorrer mediante decisão judicial.
a) Errada. Nos termos da Constituição Federal, é plena a liberdade de associação para fins
lícitos, vedada a de caráter paramilitar.
b) Certa. A questão está de acordo com a literalidade do artigo 5º, XIX, do texto constitucional.
Art. 5º, XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades
suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
c) Errada. A dissolução exige decisão judicial, não sendo levado em conta o motivo que
ensejou a medida.
d) Errada. A suspensão das atividades, conforme afirmado, é medida que depende de
decisão judicial.
Letra b.
Para responder à questão, temos que fazer uso da seguinte previsão da Constituição Federal:
Art. 5º, XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades
suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
Como é possível verificar, tanto a suspensão das atividades quanto a dissolução compulsória
são medidas que dependem de decisão judicial. Com isso, eliminados as letras “a”, “b” e “e”.
Na letra “c”, o erro está em afirmar que a suspensão das atividades depende do trânsito em
julgado, algo que apenas é exigido na dissolução compulsória.
Na letra “d”, temos a forma como a associação pode ser dissolvida compulsoriamente, ou
seja, mediante decisão judicial que tenha transitado em julgado.
Letra d.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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A Constituição Federal apenas estabelece que é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício
ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos bra-
sileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igual-
dade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profis-
sionais que a lei estabelecer;
Assim, a Constituição Federal, diferente do que informado, não estabelece a exigência de ins-
crição em conselho de fiscalização para o exercício de qualquer atividade profissional. A me-
dida, quando necessária, deverá estar prevista em lei.
Errado.
De acordo com a Constituição Federal, homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos bra-
sileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igual-
dade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
Isso não implica afirmar, no entanto, que os direitos devem ser assegurados de forma idêntica
para homens e mulheres. A título de exemplo, podemos citar a licença maternidade (asse-
gurada apenas às mulheres) e a licença paternidade (estabelecida apenas para os homens).
Nestas situações, é a própria Constituição Federal que estabelece tratamentos distintos entre
homens e mulheres.
Certo.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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Como regra geral, ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de con-
vicção filosófica ou política. Caso, contudo, a pessoa invoque tais convicções para eximir-se
de obrigação legal a todos imposta e, ainda assim, se recuse a cumprir prestação alternativa
fixada em lei, os direitos poderão ser restringidos.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos bra-
sileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igual-
dade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica
ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a
cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
Certo.
Nos termos da Constituição Federal, a honra e a imagem das pessoas são invioláveis. Em
caso de dano material ou moral decorrente de violação, será assegurado ao particular o direi-
to à indenização.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos bra-
sileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igual-
dade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
Certo.
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Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e
dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do
Brasil seja parte.
Logo, a lista de direitos e garantias fundamentais não consta como uma lista taxativa no texto
da Constituição Federal. Em determinadas situações, os direitos e garantias podem inclusive
constar de forma implícita, como, por exemplo, no desdobramento do direito à vida.
Certo.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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A soberania popular é exercida, dentre outras formas, por meio dos direitos políticos. Através
destes direitos, os cidadãos podem participar direta ou indiretamente das decisões políticas
do Estado.
De acordo com a classificação dos direitos fundamentais, os direitos políticos são classifica-
dos como de primeira geração.
Letra a.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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Art. 5º, § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprova-
dos, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respec-
tivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
Errado.
Ainda que a questão esteja incompleta, um dos requisitos necessários para que os tratados
internacionais sobre direitos humanos alcancem o status de norma constitucional é a apro-
vação por 3/5 dos membros de cada casa do Congresso Nacional.
Apenas para memorizarmos, a aprovação em questão deve ocorrer, em cada Casa Legislativa,
em dois turnos.
Art. 5º, § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprova-
dos, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respec-
tivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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d) todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, desde que
seja concedida permissão por autoridade competente.
e) os autores de inventos industriais terão privilégio de caráter permanente para sua utiliza-
ção, haja vista a promoção do desenvolvimento tecnológico do país.
Art. 5º, VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recu-
sar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do mo-
rador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por
determinação judicial.
Assim, a autorização judicial apenas poderá fazer com que a autoridade competente adentre
na casa do indivíduo durante o dia.
d) Errada. O direito de reunião independe de autorização ou permissão, bastando o prévio
aviso à autoridade competente.
Art. 5º, XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, in-
dependentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada
para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
Art. 5º, XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua
utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de
empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tec-
nológico e econômico do País;
Letra b.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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a) são programáticas.
b) têm aplicação imediata.
c) estabelecem hierarquia entre os direitos previstos.
d) vedam a ampliação de seu conteúdo por tratados internacionais.
e) são listadas em rol taxativo na Constituição Federal de 1988 (CF).
Para responder à questão, devemos conhecer a previsão do artigo 5º, XIV, da Constitui-
ção Federal.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos bra-
sileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igual-
dade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando neces-
sário ao exercício profissional;
Certo.
A inviolabilidade domiciliar está expressa no artigo 5º, XI, da Constituição Federal, de se-
guinte teor:
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos bra-
sileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igual-
dade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia,
por determinação judicial;
A expressão da atividade artística deve ser livre, não dependendo de licença e não podendo
ser objeto de censura.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos bra-
sileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igual-
dade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independen-
temente de censura ou licença;
Em outros termos, é correto afirmar que é vedada a exigência de licença prévia para a realiza-
ção de determinadas exposições de arte ou concertos musicais.
Errado.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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nar. Nada impede, contudo, que a autoridade competente, tendo conhecimento dos escritos
anônimos, adote as medidas complementares com a finalidade de verificar se as informações
prestadas são ou não procedentes.
Certo.
Art. 5º, XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, in-
dependentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada
para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
Art. 5º, XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades
suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
III – Errado. De acordo com o inciso XXI do artigo 5º, a Constituição Federal estabelece que
“as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para repre-
sentar seus filiados judicial ou extrajudicialmente”.
Logo, há a necessidade de autorização para que as entidades associativas possam represen-
tar seus filiados judicial ou extrajudicialmente.
Letra b.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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Durante o dia, desde que munido de mandado judicial, poderá o Oficial de Justiça adentrar na
residência do particular. No período noturno, em sentido oposto, a medida não será possível,
ainda que haja mandado expedido pela autoridade judiciária.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos bra-
sileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igual-
dade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia,
por determinação judicial;
Sendo assim, não constitui crime a ação do indivíduo no sentido de bloquear o acesso do
Oficial de Justiça ao seu domicílio no período noturno, ainda que a autoridade tenha manda-
do judicial.
Errado.
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A livre manifestação do pensamento é garantida pela Constituição Federal, que, contudo, veda
o anonimato, diferente do que informado pela questão.
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Art. 5º, § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprova-
dos, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respec-
tivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
Errado.
Art. 5º, § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprova-
dos, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respec-
tivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
Errado.
A criação de associações independe de autorização do Poder Público, sendo, como regra ge-
ral, livre à iniciativa privada.
Art. 5º, XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de auto-
rização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
Errado.
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Nos termos da Constituição Federal, é assegurado o direito de resposta, que será proporcional
ao agravo sofrido. A medida, por sua vez, não impede o recebimento de eventual indenização
por dano material, moral ou à imagem.
Art. 5º, V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por
dano material, moral ou à imagem;
Certo.
Apenas os tratados internacionais que, além de versarem sobre direitos humanos, forem
aprovados de acordo com o quórum qualificado da Constituição Federal, alcançarão o status
de norma constitucional.
Art. 5º, § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprova-
dos, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respec-
tivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
Errado.
041. (CEBRASPE/PC-SE/2018) Julgue o item seguinte, relativo aos direitos e deveres indivi-
duais e coletivos e às garantias constitucionais.
Em caso de perigo à integridade física do preso, admite-se o uso de algemas, desde que essa
medida, de caráter excepcional, seja justificada por escrito.
Para responder à questão, façamos uso das disposições da Súmula Vinculante n. 11, de se-
guinte redação:
Certo.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do mo-
rador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por
determinação judicial.
Logo, o flagrante delito é uma das situações que configuram exceção à regra da inviolabilida-
de domiciliar. Neste caso, o acesso à casa poderá ocorrer até mesmo no período noturno, não
necessitando de autorização judicial.
Certo.
A liberdade de pensamento é um postulado a ser observado por todos. Para isso, contudo, a
Constituição Federal veda o anonimato. Assim, é correto afirmar que o exercício da liberdade
de pensamento implica em um ônus (identificação e autoria) para aquele que exerce a ma-
nifestação.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos bra-
sileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igual-
dade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
Certo.
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Os policiais não podem adentrar na residência do morador, ainda que munidos de autoriza-
ção judicial, no período noturno. Nos termos da Constituição Federal, o ingresso no período
noturno apenas poderá ocorrer em caso de consentimento do morador ou nas situações de
flagrante delito, desastre ou para prestar socorro.
Art. 5º, XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consen-
timento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou,
durante o dia, por determinação judicial;
Os tratados internacionais sobre direitos humanos, para terem o status de norma constitu-
cional, devem ser aprovados de acordo com o quórum qualificado estabelecido na Constitui-
ção Federal.
Art. 5º, § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprova-
dos, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respec-
tivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
Errado.
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Art. 5º, § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprova-
dos, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respec-
tivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
Letra e.
O direito de associação está expresso nos incisos XVII a XXI da Constituição Federal, de se-
guinte redação:
Art. 5º, XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter parami-
litar; (Erro da Letra B)
XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autori-
zação, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; (Erro da Letra C)
XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades
suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; (Letra A)
XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; (Erro da Letra D)
XXI – as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para
representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; (Erro da Letra E)
Letra a.
048. (CEBRASPE/SEFAZ-RS/2018) Nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins
de investigação criminal ou instrução processual penal, a quebra do sigilo de comunicações
telefônicas pode ser determinada
a) pelo Poder Judiciário e pelo Ministério Público.
b) pelo Poder Judiciário, somente.
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Como regra geral, é inviolável o sigilo das comunicações telefônicas, garantia que poderá ser
relativizada por ordem judicial (Poder Judiciário), nas hipóteses e na forma que a lei estabe-
lecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos bra-
sileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igual-
dade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das co-
municações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a
lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
Letra b.
A legalidade é aplicada para as situações em que a Constituição Federal determina que o ad-
ministrado deve obediência à lei em sentido lato, que pode ser entendida como todo diploma
normativo que inova no ordenamento jurídico, tal como as medidas provisórias e os decretos
autônomos.
Em sentido contrário, para todas as hipóteses em que a Constituição Federal veda a possibi-
lidade de edição de medida provisória, bem como para as situações que não sejam aquelas
previstas para edição de decreto autônomo, estaremos diante da legalidade em sentido estri-
to, também conhecida como reserva legal.
Nestas situações, apenas a edição de uma lei formal (com a obediência de todos os seus trâ-
mites legislativos) é capaz de disciplinar a matéria ou impor obrigações para os administrados.
Certo.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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Logo, a assertiva estaria correta com a seguinte afirmação: a liberdade de reunião e o direi-
to à livre manifestação do pensamento incluem a possibilidade de pessoas se reunirem em
espaços públicos para protestar em favor da legalização do uso e da comercialização de
drogas no país.
Errado.
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c) Errada. Mesmo nas relações entre particulares, o entendimento é de que é possível a eficá-
cia imediata dos direitos fundamentais.
d) Errada. Ainda que certos direitos fundamentais possuam eficácia mediata, isso não im-
plica em afirmar que o Juiz, ao analisar o caso concreto, não tenha que verificar os respecti-
vos efeitos. Em outros termos, mesmo que o direito ainda não esteja regulamentado, pode o
magistrado, fazendo uso até mesmo da analogia, garantir que determinados direitos sejam
concretizados para certas classes de indivíduos.
e) Certa. Na eficácia mediata, o direito fundamental carece de regulamentação legal. Logo, es-
tes direitos são dirigidos, em um primeiro momento, para o legislador, que, ao editar a norma,
torna possível o pleno exercício das disposições constitucionais.
Letra e.
Nos dias atuais, o entendimento é de que são titulares dos direitos e garantias fundamentais
não apenas as pessoas físicas, mas sim também as pessoas jurídicas e até mesmo o próprio
Poder Público.
Errado.
Uma das principais características dos direitos fundamentais, conforme visto em aula, é o
fato deles não se perderem com o decurso do tempo, sendo, por isso mesmo, imprescritíveis.
Certo.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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Como regra, os direitos fundamentais são irrenunciáveis, o que implica em dizer que os seus
destinatários não possuem disposição sobre estes. Importante destacar que a doutrina tem
entendido que a característica da irrenunciabilidade pode, diante de um caso concreto e des-
de que por um período determinado de tempo, ser abrandada.
Certo.
Uma das características dos direitos fundamentais é a universalidade, por meio da qual os
direitos se destinam, indistintamente, a todos os seres humanos.
Certo.
Item I: Na situação descrita, estamos diante de uma relação em que uma das partes é o Esta-
do. E quando os direitos fundamentais são utilizados no âmbito das relações entre os parti-
culares e o Poder Público, a eficácia será vertical ou interna.
Item II: Quando os direitos fundamentais são utilizados no âmbito das relações entre particu-
lares, estamos diante da eficácia horizontal destes direitos, também conhecida como eficácia
externa. Na situação narrada, a relação é entre a imprensa e os particulares. Logo, o que pre-
valece é a eficácia horizontal dos direitos fundamentais.
Letra d.
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Os direitos fundamentais constam, no texto da Constituição Federal, como uma relação exem-
plificativa, e não taxativa.
Neste sentido, por exemplo, é o teor do artigo 5º, § 2º, da Constituição Federal, que es-
tabelece que
os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e
dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do
Brasil seja parte.
Errado.
059. (CEBRASPE/PREF. CAMPO GRANDE/2019) Acerca dos direitos e das garantias funda-
mentais previstos na Constituição Federal de 1988, julgue o item a seguir.
Os direitos individuais, por estarem ligados ao conceito de pessoa humana e de sua própria
personalidade, correspondem às chamadas liberdades negativas; os direitos sociais, por sua
vez, constituem as chamadas liberdades positivas, de observância obrigatória em um estado
social de direito para a concretização de um ideal de vida digna na sociedade.
Os direitos fundamentais de primeira geração estão relacionados com a liberdade, sendo de-
finidos como “liberdades negativas”, haja vista que possuem o objetivo de proteger o indiví-
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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duo contra os abusos do Poder Público. Tais direitos são comumente chamados, apenas, de
direitos individuais.
Os direitos sociais, por sua vez, exigem uma atuação positiva do Estado, estando relaciona-
dos com a igualdade. Aqui, a atuação do Poder Público deve ser feita por meio de medidas
destinadas a concretizar e efetivar direitos. Por isso mesmo, os direitos sociais são exemplos
de liberdades positivas e de observância obrigatória.
Certo.
Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e
dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do
Brasil seja parte.
Assim sendo, os direitos e garantis fundamentais não se limitam aos expressamente previs-
tos no texto da Constituição Federal, podendo constar, inclusive, de forma implícita.
Errado.
061. (DEIP/PM-PI/2021) Consoante o texto do 5º, § 3º, incluído pela Emenda Constitucional
n. 45/2004, dispõe que os tratados internacionais sobre direitos humanos são equivalentes
às emendas constitucionais quando:
a) aprovados, em cada Casa da Assembleia Nacional Constituinte, em dois turnos, por dois
terços dos votos dos respectivos membros.
b) aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em turno único, por três quintos dos vo-
tos dos respectivos membros.
c) aprovados, na Câmara dos Deputados, em dois turnos, por três quintos dos votos dos res-
pectivos membros.
d) aprovados, no Senado Federal, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respecti-
vos membros.
e) aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos vo-
tos dos respectivos membros.
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Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros,
serão equivalentes às emendas constitucionais.
Letra e.
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dependentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada
para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
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Caso a infração esteja relacionada com flagrante delito, a autoridade competente poderá
adentrar na casa do indivíduo sem a necessidade de mandado judicial.
Art. 5º, XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consen-
timento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou,
durante o dia, por determinação judicial;
Errado.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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d) que se caracterizam pela sua titularidade coletiva ou difusa, conhecidos por direitos dos
povos, como o direito à informação, ao pluralismo e à democracia.
e) e garantias individuais e políticos clássicos que tem o indivíduo no centro de proteção,
como o direito à vida à liberdade, à expressão e à locomoção.
a) Errada. Aqui, estamos diante dos direitos de terceira dimensão, cujo fundamento é a
fraternidade.
b) Errada. Os direitos sociais, econômicos e culturais estão inseridos na segunda geração dos
direitos e garantias fundamentais.
c) Errada. O meio ambiente equilibrado e a fraternidade entre os povos são clássicos exem-
plos de direitos de terceira geração.
d) Errada. Aqui, estamos diante de direitos oriundos da quarta geração.
e) Certa. Os direitos fundamentais de primeira geração são formados pela necessidade de
uma “não atuação” do Estado, aumentando assim a liberdade da população. Sendo assim,
são exemplos os direitos e garantias individuais e políticos clássicos, que tem o indivíduo no
centro de proteção, como o direito à vida, à liberdade, à expressão e à locomoção.
Letra e.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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e) por ser um direito fundamental, não é absoluto, mas o princípio da dignidade da pessoa
humana, considerado nesse caso pelo STF na proteção da mãe, está acima de qualquer outro
direito fundamental.
a); b) Erradas. Inicialmente, é preciso mencionar que o nosso ordenamento jurídico não admi-
te a existência de direitos fundamentais de caráter absoluto. Sendo assim, podemos eliminar
as letras “a” e “b”.
c) Certa. Apesar de o direito à vida ser um direito fundamental, ele não é absoluto e, na situ-
ação apresentada, foi relativizado, dentre outros, pelos princípios da proporcionalidade e da
dignidade da pessoa humana, em prol da proteção da mãe.
d) Errada. Ainda que não seja absoluto, o direito à vida deve ser considerado na situação apre-
sentada no enunciado.
e) Errada. O erro está em afirmar que o princípio da dignidade da pessoa humana está acima
de qualquer outro direito fundamental.
Letra c.
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Parte I
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GABARITO
6. E 26. b 46. e
7. C 27. C 47. a
8. C 28. b 48. b
9. E 29. E 49. C
10. C 30. C 50. E
11. E 31. b 51. e
12. C 32. C 52. E
13. b 33. E 53. C
14. d 34. C 54. C
15. E 35. E 55. C
16. C 36. E 56. d
17. C 37. E 57. E
18. C 38. E 58. c
19. C 39. C 59. C
20. C 40. E 60. E
21. e 41. C 61. e
22. a 42. C 62. E
23. E 43. C 63. E
24. C 44. E 64. e
25. b 45. E 65. c
Diogo Surdi
Diogo Surdi é formado em Administração Pública e é professor de Direito Administrativo em concursos
públicos, tendo sido aprovado para vários cargos, dentre os quais se destacam: Auditor-Fiscal da Receita
Federal do Brasil (2014), Analista Judiciário do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Federal do
Brasil (2012) e Técnico Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-MS e
MPU.
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