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RESUMO

Neste trabalho iremos falar da Escola Marxista, o representante maior desta escola foi
Karl Marx (1818- 1883). Nascido em Trier, no sul da Alemanha, teve a sua principal obra, O
capital, publicada pela primeira vez em 1867. Ao mergulhar nos estudos dos clássicos,
Marx avançou nas formulações, e realizou uma leitura das mais completas e ampliadas do
processo capitalista. Marx trouxe interpretações consistentes sobre a Teoria do Valor –
Trabalho e buscou compreender de forma profunda a realização do capital. O nosso
trabalho, esta dividido, em três partes: parte introdutória, desenvolvimento e conclusão.
INTRODUÇÃO
Primeiramente, vamos começar, falando de uma forma abrangente, sobre a Escola
Marxista, de seguida, entraremos no desenvolvimento fazendo uma imersão no assunto.
Estudar Economia Política é sempre um grande desafio e ao mesmo tempo fonte de prazer
e conhecimento. Quando dedicamos tempo à pesquisa e investigação sobre as escolas
econômicas alcançamos um desenvolvimento pessoal e coletivo. No âmbito pessoal tal
estudo contribui para que possamos compreender os principais conceitos relacionados á
Teoria Econômica, habilitando-nos para a participação nos debates referentes aos cenário
político, econômico e social tanto de sua nação quanto no cenário internacional. Do ponto
de vista social ou coletivo, possibilita uma formação mais abrangente, oferecendo á
sociedade profissionais qualificados, capazes de contribuir na resolução dos grandes
emblemas relacionados á economia local e global. Portanto, trataremos da Escola Marxista
priorizando alguns de seus principais conceitos e características.
A economia marxista, mais tarde chamada marxiana, descende da economia clássica, em
particular da obra de Karl Marx. O primeiro volume da obra-prima de Marx, O Capital, foi
publicada em alemão em 1867. Nela, Marx foca na teoria do valor-trabalho e o que ele
considera a exploração do trabalho pelo capital. Assim, a teoria do valor-trabalho, além de
ser uma simples teoria dos preços, se transformou em um método para medir a exploração
do trabalho num sistema capitalista, apesar de disfarçadas pela economia política "vulgar".

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CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DO MARXISMO
O marxismo é um conjunto de idéias filosóficas, econômicas, políticas e sociais que são
elaboradas primeiramente por Karl Marx e Friedrich Engels e desenvolvida posteriormente
por outros seguidores. É baseado na concepção materialista e dialética da história. O
marxismo compreende que o homem como ser social histórico possui a capacidade de
trabalhar e desenvolver a produtividade do trabalho, o que diferencia ele dos outros
animais e possibilita o progresso e o desenvolvimento das potencialidades humanas. Ele
passa a influências diversos setores da atividade humana no século XX, desde a política
até a interpretação dos fatos sociais, morais, artísticos, históricos e econômicos. Entre as
várias tendências do marxismo, especialmente a social-democracia, o bolchevismo, o
esquerdismo e o comunismo de conselhos.
ORIGEM
Lênin defende que os pontos de partidas do marxismo são a análise dialética, método e
modo de compreensão desenvolvidas por Engels sendo criticada por Marx e a filosofia
materialista. Marx critica o sistema idealista de Engels. Em quanto que para ele, da
realidade se faz filosofia, apara Marx a filosofia precisa incidir sobre a realidade. O
pensamento de Marx é de que o homem começa com a necessidade de sobrevivência
humana.
A história se inicia como o próprio homem que na busca da satisfação de necessidades,
trabalha sobre a natureza. À medida que realiza este trabalho, o homem se descobre como
ser produtivo e passa a ter consciência de si e do mundo através do seu desenvolvimento à
atividade do trabalho e da ciência sobre a realidade.
Stálin defende que os dois elementos principais do marxismo são o materialismo dialético,
a qual a natureza, a vida se constitui em movimento, e o materialismo histórico, o qual o
modo de produção é a base originária dos fenômenos históricos e sociais, inclusive
instituições jurídicas e políticas, a moralidade a religião e as artes.
HISTÓRIA
Pode-se dizer que o pensamento de Karl Marx, foi desenvolvido fundamentalmente a partir
do seu estudo sobre as três tradições desenvolvidas na Europa no século XIX.

1-Pensamento Filosófico Alemão


A filosofia de Marx foi em boa parte baseada no pensamento de Engels a sua filosofia
exerceu total influência na qual deu origem a duas fontes. Uma através dos ensinamentos
de Eduard Gans e outra de Ludwig Feuerbach.
Marx admirou os avanços mais não adotou a concepção materialista de Feuerbach. Ele
tenta inverter a filosofia de Engels afirmando que o estudo da humanidade tem de ser feita
a partir do homem real que vive num mundo real e material. Ele alega que Deus é um ser
inventado onde o homem projeta seus poderes o qual considera perfeito e todo poderoso.
Afirma também que a comparação entre Deus e o homem pode constituir uma inspiração
positiva para a realização da capacidade humana.
Engels considera o real como uma emanação do divino, onde para ele, é um produto
ilusório do real, o ser precede o pensamento, na medida em que os homens não começam
a refletir sobre o mundo antes de nele agirem. O que Marx absorveu de Feurbach e de
Engels, foram as possibilidades que essas filosofias ofereceram entre uma análise crítica e
a realização da filosofia ou seja, da desalieneação real, material do homem.
2-Pensamento Político Francês
Desde a antiguidade, se pensa em uma luta justa, de sociedades igualitárias. Na França
autores como Gracchus Babeuf, colocou o manifesto dos iguais pregando uma “liberdade,
igualdade, fraternidade” e uma desigualdade real. Como no século XIX as economias e o

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capitalismo estavam se desenvolvendo desde a revolução industrial, houve um inchaço
populacional de proletários com baixos salários. Com isso novas teorias exigem uma
igualdade real e ideal.
Marx visa uma luta de emancipação do proletariado através da libertação de classes
sociais. Com esta união, Marx foi o porta-voz e principal inspirador a qual dedicou boa
parte de sue tempo. Na França, o socialismo teve como porta-vozes Saint-Simon, Fourier e
Proudhon.
Saint pensa em uma sociedade dirigida por produtores (empresários, banqueiros). Fourier
tenta organizar os Fanlastérios (pequena unidade social vivendo em comunidades)
Proudhon afirma que a propriedade privada significa uma espoliação do trabalho.
Para Marx e Engels, os socialistas não colocam nenhuma iniciativa histórica e política que
lhe seja própria. Continuando, afirmam que são moralistas, pretendem reformar pela força.
A questão também é histórica o qual está dentro da pretensão cientificista do século XIX,
positivista, que vê no socialismo utópico o precursor ultrapassado do marxismo científico,
que mostra o movimento operário em sua plenitude.
3-Pensamento Econômico Britânico
Quanto à questão econômica, Marx tinha como base os estudos sobre economia política
constituída basicamente pelo pensamento britânico de Adam Smith e David Ricardo.
Adam Smith afirma que não é o ouro ou outro metal que determina a riqueza ou a
prosperidade de uma nação e sim o trabalho humano. Em consequência disso, qualquer
transformação que aprimore a força de trabalho, favorece o enriquecimento da nação.
Entre elas, destaca-se principalmente alem da mecanização, a divisão do trabalho que é
estudada por ele.
O pensamento econômico de Marx, procura explicar como o modo de produção capitalista
propicia a acumulação de capital, e a resposta se encontra no fabrico de mercadorias o que
resulta de meios de produção (ferramenta, máquinas e matéria-prima) e do trabalho
humano. No marxismo, a quantidade de trabalho necessário para produzir uma mercadoria
é o que determina o valor mínimo. A mais-valia conceito criado e desenvolvido por Marx
demonstra que o trabalho produz valores superiores ao dos salários (que é o valor
necessário à reprodução da força de trabalho). É esse diferencial que torna um conceito
fundamental da teoria de Marx, é considerada a fonte dos lucros e da acumulação de
capitais.
A LUTA DE CLASSES
Pretendendo caracterizar não apenas uma visão econômica da história, mas também uma
visão histórica da economia, a teoria marxista também procura explicar a evolução das
relações econômicas nas sociedades humanas ao longo do processo histórico. Haveria,
segundo a concepção marxista, uma permanente dialética das forças entre poderosos e
fracos, opressores e oprimidos, a história da humanidade seria constituída por uma
permanente luta de classes, como deixa bem claro a primeira frase do primeiro capítulo d'O
Manifesto Comunista:
A história de toda sociedade passada é a história da luta de classes.
Classes essas que, para Engels são "os produtos das relações econômicas de sua época".
Assim apesar das diversidades aparentes, escravidão, servidão e capitalismo seriam
essencialmente etapas sucessivas de um processo único. A base da sociedade é a
produção econômica. Sobre esta base econômica se ergue uma superestrutura, um estado
e as idéias econômicas, sociais, políticas, morais, filosóficas e artísticas. Marx queria a
inversão da pirâmide social, ou seja, pondo no poder a maioria, os proletários, que seria a
única força capaz de destruir a sociedade capitalista e construir uma nova sociedade,
socialista.

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Para Marx os trabalhadores estariam dominados pela ideologia da classe dominante, ou
seja, as idéias que eles têm do mundo e da sociedade seriam as mesmas idéias que a
burguesia espalha. O capitalismo seria atingido por crises econômicas porque ele se tornou
o impedimento para o desenvolvimento das forças produtivas. Seria um absurdo que a
humanidade inteira se dedica-se a trabalhar e a produzir subordinada a um punhado de
grandes empresários. A economia do futuro que associaria todos os homens e povos do
planeta, só poderia ser uma produção controlada por todos os homens e povos. Para Marx,
quanto mais o mundo se unifica economicamente mais ele necessita de socialismo.
Não basta existir uma crise econômica para que haja uma revolução. O que é decisivo são
as ações das classes sociais que, para Marx e Engels, em todas as sociedades em que a
propriedade é privada existem lutas de classes (senhores x escravos, nobres feudais x
servos, burgueses x proletariados). A luta do proletariado do capitalismo não deveria se
limitar à luta dos sindicatos por melhores salários e condições de vida. Ela deveria também
ser a luta ideológica para que o socialismo fosse conhecido pelos trabalhadores e
assumido como luta política pela tomada do poder. Neste campo, o proletariado deveria
contar com uma arma fundamental, o partido político, o partido político revolucionário que
tivesse uma estrutura democrática e que buscasse educar os trabalhadores e levá-los a se
organizar para tomar o poder por meio de uma revolução socialista.
Marx tentou demonstrar que no capitalismo sempre haveria injustiça social, e que o único
jeito de uma pessoa ficar rica e ampliar sua fortuna seria explorando os trabalhadores, ou
seja, o capitalismo, de acordo com Marx é selvagem, pois o operário produz mais para o
seu patrão do que o seu próprio custo para a sociedade, e o capitalismo se apresenta
necessariamente como um regime econômico de exploração, sendo a mais-valia a lei
fundamental do sistema.
A TEORIA DO VALOR-TRABALHO
Marx, em O capital, conceitua valor de uso de acordo com sua utilidade: "É a utilidade de
uma coisa que lhe dá um valor de uso, mas essa não surge no ar. É determinada pelas
qualidades físicas da mercadoria e não existe sem isso". Diferentemente do valor de troca,
pode-se dizer que o valor de uso tem uma relação qualitativa, enquanto o valor de troca
tem relação quantitativa. A teoria do valor-trabalho conhece-se principalmente pelos
estudos ao respeito de Karl Marx, sendo um princípio fundamental no pensamento
econômico do marxismo. Marx pensava firmemente que só o trabalho produz o valor, e em
sua obra O capital desenvolveu esta tese. Mas não só o trabalho per sê, senão o trabalho
abstrato, aquele trabalho que tem sido socialmente necessário, e o qual têm recebido uma
validação deste. Para isso estabeleceu quatro conceitos diferentes de valor: individuais
(serve para comparar o valor direto e o valor de produção), diretos (só tem em conta a
concorrência intra-setorial), de produção (tem em conta a concorrência intra-setorial e inter-
setorial) e eletivos (o preço da realidade mercantil). No entanto, Marx não finalizou a
análise matemática da questão.
Parte da base de que o valor de mudança de uma mercadoria está determinado pela
quantidade de trabalho necessário para a produzir, critério uniforme e aplicável a todas as
atividades de produção que serve como vínculo de união entre diferentes atividades
produtivas; e esta quantidade de trabalho mede-se em tempo, habitualmente em horas. Se
o valor da mercadoria está sobre o do tempo de produção, ninguém quereria a comprar; e
se estivesse por embaixo, o produtor sairia perdendo com a mudança, pelo que seu
trabalho teria resultado inútil. No entanto, esta lei precisa de certas precisões para ser
completada.
Uma primeira precisão, é que não todos os homens trabalham igual, senão que seu
trabalho depende de sua idade, de sua experiência, sua habilidade, sua destreza, sua

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forma de se organizar, etc. Se o valor de mudança dependesse unicamente do tempo
individual que tem custado a produzir, chegar-se-ia a uma situação absurda, que quanto
mais lento se trabalhasse, tanto mais aumentaria de valor a mercadoria resultante desse
trabalho. Desta maneira premiar-se-ia o desperdício de trabalho e aos trabalhadores
preguiçosos ou pouco hábeis. A economia seria muito menos produtiva: perder-se-ia o
tempo do produtor para fabricar a mercadoria, o tempo do comprador, que precisa trabalhar
mais horas para a adquirir, em definitiva, tempo de trabalho social. Por conseguinte, o valor
de mudança de uma mercadoria não tanto faz ao trabalho individual, senão ao trabalho
socialmente necessário para produzi-la, sendo isto a quantidade de trabalho necessário em
condições médias de produtividade em uma determinada sociedade e em uma
determinada época. A segunda precisão refere-se ao conceito de quantidade de trabalho.
Como já se explicou a quantidade de trabalho se mede em horas, mas também não se
pode estabelecer um critério completamente unificador entre todos os trabalhos, pois não
todos os trabalhos são iguais. Cabe estabelecer a diferença entre o diferente grau de
qualificação que requerem diferentes trabalhos. Assim, não são equiparáveis os trabalhos
de pedreiro e arquiteto, pois não precisam a mesma qualificação. Se ambos trabalhos se
remunerassem da mesma maneira, isto implicaria que a qualificação não produz um valor
acrescentado ao trabalho e seria inútil, pelo que ninguém desejaria adquirir uma
qualificação profissional.
Mediante esta teoria é que Marx chega à existência do plus valor, que consistiria a fonte do
ganho do possuidor de capital no modo de produção capitalista, e surge do plus trabalho ou
o trabalho para além do necessário para reproduzir o valor da força de trabalho.
MAIS-VALIA
Mais-valia é o nome dado por Karl Marx à diferença entre o valor produzido pelo trabalho e
o salário pago ao trabalhador, que seria a base da exploração no sistema capitalista.
TEORIA DA MAIS-VALIA
Portanto Marx afirmava que a força de trabalho era transformada em mercadoria, o valor de
força de trabalho corresponde ao Socialmente necessário. Tudo estaria bem, contudo o
valor deste Socialmente Necessário é um problema. Na realidade o que o trabalhador
recebe é o salário de Subsistência, que é o mínimo que assegura a manutenção e
reprodução do trabalho.
Mas apesar de receber um salário, o trabalhador acaba por criar um valor acrescentado
durante o processo de produção, ou seja, fornece mais do que aquilo que custo, é esta
diferença que Marx chama de Mais-Valia.
A Mais Valia não pode ser considerado um roubo, pois é apenas fruto da propriedade
privada dos meios de produção. Mas, os Capitalistas e os proprietários, procuram aumentar
os seus rendimentos diminuindo o rendimento dos trabalhadores, é, pois, esta situação de
exploração da Força de Trabalho pelo Capital que Marx mais critica.
Critica a essência do capitalismo, que reside precisamente na exploração da força de
trabalho pelo produtor capitalista, e que segundo Marx, um dia haverá de levar à revolução
social; ele postulou que o valor de um bem é determinado pela quantidade de trabalho
socialmente necessária para a sua produção. Segundo Marx, o lucro não se realiza por
meio da troca de mercadoria, que se trocam geralmente pelo seu valor, mas sim em sua
produção. Os trabalhadores não recebem o valor correspondente a seu trabalho, mas só o
necessário para sua sobrevivência. Nascia assim o conceito da Mais-Valia, diferencia entre
o valor incorporado a um bem e a remuneração do trabalho que foi necessário para sua
produção. Não é essa, porém, para Marx, a característica essencial do sistema capitalista,
mas precisamente a apropriação privada dessa Mais-Valia. A partir dessas considerações,

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Marx elaborou sua crítica do capitalismo numa obra que transcendeu os limites da pura
economia e se converteu numa reflexão geral sobre o homem, a sociedade e a história.
Na realidade o que o trabalhador recebe é o salário de subsistência, que é o mínimo que
assegura a manutenção e a reposição do trabalho. A mais valia não pode ser considerada
um roubo, pois é apenas fruto da propriedade privada dos meios de produção.
Em teorias da Mais-Valia, a visão crítica de Marx se liga particularmente a sua concepção
acerca das categorias e relações econômica, bem distinta da vigente na economia clássica.
Para Marx, as relações fazem parte de um complexo processo evolutivo, social, mas essa
evolução pode culminar em transmutação revolucionária. Marx viu que, para explicar estas
relações econômicas, era ir alem do domínio econômico, e por isso elaborou uma teoria da
história.
O Processo de Produzir mais-valia
O produto, de propriedade do capitalista, é um valor de uso, fios, calçados etc. Mas,
embora calçados sejam úteis à marcha da sociedade e nosso capitalista seja um decidido
progressista, não fabrica sapatos por paixão aos sapatos. Na produção de mercadorias,
nosso capitalista não é movido por puro amor aos valores de uso. Produz valores de uso
apenas por serem e enquanto forem substrato material, detentores de valor de troca. Tem
dois objetivos. Primeiro, quer produzir um valor de uso, que tenha um valor de troca, um
artigo destinado à venda, uma mercadoria.
E segundo, quer produzir uma mercadoria de valor mais elevado que o valor conjunto das
mercadorias necessárias para produzi-la, isto é, a soma dos valores dos meios de
produção e força de trabalho, pelos quais antecipou seu bom dinheiro no mercado. Além de
um valor de uso quer produzir mercadoria, além de valor de uso, valor, e não só valor, mas
também valor excedente (mais valia).
MATERIALISMO HISTÓRICO E DIALÉTICO
O marxismo compreende dois aspectos principais: o materialismo dialético, e o
materialismo histórico.
Materialismo Dialético: É a base filosófica do marxismo que tenta buscar explicações
coerentes, lógicas e racionais para os fenômenos da natureza, da sociedade e do
pensamento. Baseia-se numa interpretação dialética do mundo; constitui uma concepção
científica da realidade, enriquecida com a prática social da humanidade.
Este pensar filosófico tem como propósito fundamental o estudo das leis mais gerais que
regem a natureza, a sociedade e o pensamento. Isto leva ao estudo da teoria do
conhecimento e a elaboração da lógica. Através do enfoque dialético da realidade, o
materialismo dialético mostra como se transforma a matéria e como se realiza a passagem
das formas inferiores às superiores. Segundo Hegel, a dialética torna-se não só um método
lógico, norma de análise da natureza, como também o comportamento geral da própria
natureza, em sua contínua transformação. Para Hegel, a razão domina o mundo e tem por
função a unificação, a conciliação, a manutenção da ordem no todo. É a “razão dialética”
que procede por unidade e oposição dos contrários. A “contradição” é a mola mestra do
pensamento e, ao mesmo tempo, o motor da história, já que esta não é senão o
pensamento que se realiza.
O método dialético é aquele que penetra no mundo dos fenômenos através de sua ação
recíproca, da contradição inerente ao fenômeno e das mudanças dialéticas que ocorrem na
matéria e na sociedade. O pesquisador que aplica o método dialético compreende a
realidade, valoriza a contradição dinâmica do fato observado e a atividade criadora do
sujeito que está sempre a caminho, em formação, inacabado, aberto para novas
alternativas.

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As definições da dialética materialista dos clássicos do marxismo ressaltam os aspectos
que se referem às formas do movimento universais e as conexões que se observam entre
elas. Engels a define como a ciência “das leis do movimento e desenvolvimento da
natureza, da sociedade humana e do pensamento”. E Lênin a define como “a doutrina do
desenvolvimento na sua forma mais completa, mais profunda e mais isenta da
unilateralidade, a doutrina da relatividade do conhecimento humano, que nos dá um reflexo
da matéria em eterno desenvolvimento.
Uma das idéias mais originais do materialismo dialético foi ressaltar a importância da
prática social como critério de verdade. Assim, as verdades científicas, em geral, significam
graus do conhecimento, limitados pela história.
Materialismo Histórico: É a ciência filosófica do marxismo que estuda as leis sociológicas
que caracterizam a vida da sociedade, de sua evolução histórica e da prática social dos
homens, no desenvolvimento da humanidade, O materialismo histórico significou uma
mudança fundamental na interpretação dos fenômenos sociais, pois até o nascimento do
marxismo, se apoiava em concepções idealistas da sociedade humana. Marx e Engels
colocaram pela primeira vez, em sua obra. A ideologia alemã (1845-46), as bases do
materialismo histórico.
O materialismo histórico ressalta a força das idéias, capaz de introduzir mudanças nas
bases econômicas que as originou. Por isso, destaca a ação dos partidos políticos, dos
agrupamentos humanos, etc. Essa ação pode produzir transformações importantes nos
fundamentos materiais dos grupos sociais.
Relações de produção: podem ser de cooperação, de submissão ou de um tipo de relações
que signifique transição entre as formas assinaladas. Modos de produção: da comunidade
primitiva, escravista, feudalista, capitalista e comunista.
De maneira muito geral, pode-se dizer que a concepção materialista apresenta três
características importantes. A primeira delas é a materialidade do mundo, onde todos os
fenômenos, objetos e processos que se realizam na realidade são materiais. Lênin, numa
de suas obras, define a Matéria como “uma categoria filosófica para designar a realidade
objetiva que é dada ao homem nas suas sensações, que é copiada, fotografada, refletida
pelas nossas sensações, existindo independentemente delas. A segunda peculiaridade
ressalta à consciência, é uma propriedade da matéria. A grande propriedade da
consciência é a de refletir a realidade objetiva. Assim surgem as sensações, as
percepções, representações, conceitos, juízos. É fundamental estabelecer que o cérebro
por si só não pensa. A consciência está unida à realidade material. Esta influi sobre os
órgãos dos sentidos que transmitem as mensagens aceitas pelos canais nervosos ao
córtex dos grandes hemisférios cerebelosos. A última é a prática social, onde a prática é
toda atividade material, orientada para transformar a natureza e a vida social. A prática
social se desenvolve e enriquece através da atividade prática e teórica dos diferentes
indivíduos e coletividades Na teoria marxista, o materialismo histórico pretende a
explicação da história das sociedades humanas, em todas as épocas, através dos fatos
materiais, essencialmente econômicos e técnicos. A sociedade é comparada a um edifício
no qual as fundações, a infra-estrutura, seriam representadas pelas forças econômicas,
enquanto o edifício em si, a superestrutura, representaria as idéias, costumes, instituições
(políticas, religiosas, jurídicas, etc). A propósito, Marx escreveu, na obra A Miséria da
filosofia (1847) na qual estabelece polêmica com Proudhon:
As relações sociais são inteiramente interligadas às forças produtivas. Adquirindo novas
forças produtivas, os homens modificam o seu modo de produção, a maneira de ganhar a
vida, modificam todas as relações sociais. O moinho a braço vos dará a sociedade com o
suserano; o moinho a vapor, a sociedade com o capitalismo industrial.

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Tal afirmação, defendendo rigoroso determinismo econômico em todas as sociedades
humanas, foi estabelecida por Marx e Engels dentro do permanente clima de polêmica que
mantiveram com seus opositores, e atenuada com a afirmativa de que existe constante
interação e interdependência entre os dois níveis que compõe a estrutura social: da mesma
maneira pela qual a infra-estrutura atua sobre a superestrutura, sobre os reflexos desta,
embora, em última instância, sejam os fatores econômicos as condições finalmente
determinantes.
CONSIDERAÇÕES SOBRE A EDUCAÇÃO NA PERSPECTIVA MARXISTA
O tema da educação não ocupou um lugar central na obra de Marx. Ele não formulou
explicitamente uma teoria da educação, muito menos princípios metodológicos e diretrizes
para o processo ensino-aprendizagem. Sabemos que sua principal preocupação fora o
estudo das relações sócio-econômicas e políticas e seu desenvolvimento no processo
histórico. Entretanto, a questão educacional encontra-se inevitavelmente enredada em sua
obra. Existem alguns textos que Marx, juntamente com Engels, redigiu sobre a formação e
o ensino em que a concepção de educação está articulada com o horizonte das relações
sócio-econômicas daquela época. Assim, para compreendermos qual sua perspectiva na
análise do fenômeno educativo precisamos passar pelo seu modo de compreender a
sociedade. Na seqüência, nosso propósito é pontuar algumas das questões que, em nosso
entender, chamam a atenção para uma releitura de Marx e Engels, hoje, no âmbito
educacional.
O ponto de partida da história, para Marx, é a existência de seres humanos reais que vivem
em sociedade e estabelecem relações. Para ele a essência do homem é o conjunto das
relações sociais. Assim, a corporeidade natural é uma condição necessária mas não
suficiente. A humanização do ser biológico e específico só se dá dentro da sociedade e
pela sociedade. Gadotti (1984) nos lembra que, para Marx, o homem não é algo dado,
acabado. Ele é processo, ou seja, torna-se homem e, isto, a partir de duas condições
básicas:
a) ele produz-se a si mesmo e, ao fazê-lo, se determina como um ser em
transformação, como o ser da práxis e; b) esta realização só pode ter lugar na
história.
O que distingue o ser humano dos outros animais, conforme Marx, é o fato de ele, num
dado momento da história, começar a produzir os seus próprios meios de existência. O que
o ser humano é coincide com “o que” e “como” ele produz. Ao contrário de Hegel, para
quem a consciência determina a vida concreta, real; em Marx é a vida concreta e real que
determina a consciência. Assim, “O que os indivíduos são, portanto, depende das
condições materiais de sua produção” (MARX; ENGELS, 1999, p. 28).
Deduz-se desta perspectiva que, para a compreensão do processo educativo, deve-se
compreender aquele (processo) pelo qual os seres humanos produzem a sua existência,
isto é, o processo produtivo, o mundo do trabalho e o âmbito de suas relações. Para essa
análise é preciso recorrer à situação da divisão do trabalho, o que permite considerar o
grau de desenvolvimento das forças produtivas de uma sociedade. Assim, podemos tomar
como exemplo a divisão entre campo e cidade, entre trabalho comercial e industrial. A
divisão do trabalho conduz a diferentes interesses ocasionando até mesmo interesses
opostos.
A educação, na sociedade capitalista, é, segundo Marx e Engels, um elemento de
manutenção da hierarquia social; ou o que Gramsci denominou como instrumento da
hegemonia ideológica burguesa. A igualdade política é algo meramente formal e não passa
de uma ilusão visto que a desigualdade social é concreta e inequívoca. Atualmente a
situação não parece ser muito diferente daquela vivida e descrita por eles.

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No entanto, uma das possibilidades de viabilizar a superação das dicotomias existentes e
da emancipação do ser humano reside na integração entre ensino e trabalho. A esta
integração eles designam ensino politécnico ou formação omnilateral. Por meio desta
educação omnilateral o ser humano desenvolver-se-á numa perspectiva abrangente isto é,
em todos os sentidos. Conforme Gadotti (1984) “A integração entre ensino e trabalho
constitui-se na maneira de sair da alienação crescente, reunificando o homem com a
sociedade. Essa unidade, segundo Marx, deve dar-se desde a infância. O tripé básico da
educação para todos é o ensino intelectual (cultura geral), desenvolvimento físico (ginástica
e exporte) e aprendizado profissional polivalente (técnico e científico).”
Marx e Engels não só indicaram frequentemente que o trabalho físico sem elementos
espirituais destrói a natureza humana como, também, que a atividade intelectual à margem
do trabalho físico conduz facilmente aos erros de um idealismo artificial e de uma abstração
falsa. Logo, a união entre os dois dá um caráter integral à educação e tomará o lugar da
formação unilateral, especializada e alienada.
Assim, o ensino aparece como instrumento para o conhecimento e também para a
transformação da sociedade e do mundo. Este é o potencial e o caráter revolucionário da
educação. O proletariado, por si só, não conquista sua consciência de classe, sua
consciência política, justamente pelo fato de ter sido privado desde o início dos meios que
lhe permitiriam consegui-lo. Por isso, há a necessidade de um processo educativo pautado
em um projeto político e pedagógico definido e voltado aos interesses da grande maioria
excluída. Aí é que surge o papel estratégico da escola, dos educadores e intelectuais, os
quais, em nosso entender, são decisivos para a construção da consciência de classe do
trabalhador.
Acreditamos que é extremamente pertinente a concepção educativa de Marx e Engels,
visto que sua proposta recupera o sentido do trabalho enquanto atividade vital em que o
homem humaniza-se sempre mais ao invés de alienar-se e a educação é concebida, não
como instrumento de dominação e manutenção do status quo mas, como processo de
transformação desta situação.
A obra destes autores constitui uma crítica fundamental à concepção burguesa do ser
humano e de educação. Às concepções metafísicas e idealistas, que são
fundamentalmente conservadoras, estes pensadores opõem a concepção materialista,
histórica e dialética, isto é, interessaram-se pelo ser humano real em carne e osso, por
seus problemas enquanto vivem em sociedade, visando uma transformação positiva e
humanizante. Esta concepção dialético-histórica do ser humano toma como premissa
fundamental o fato de ele não ser um dado, mas essencialmente um construir-se. Deste
modo, a educação deve vir para corroborar esta construção que não é meramente teórica
ou abstrata, mas real, prática.
Na sociedade capitalista contemporânea a educação reproduz o sistema dominante tanto
ideologicamente quanto nos níveis técnico e produtivo. Na concepção socialista, a
educação assume um caráter dinâmico, transformador, tendo sempre o ser humano e sua
dignidade como ponto de referência. Uma educação omnilateral é o que continua fazendo
falta em nossa sociedade. O atual sistema educativo, sobretudo no Brasil, vem
confirmando o que se diz sobre reprodução, exclusão e dominação. Projetos político-
pedagógicos até existem e são propostos, mas são postos em andamento aqueles que
legitimam o sistema e não representam para ele uma ameaça.

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CONCLUSÃO
Marx propõe um método de análise da realidade, partindo do concreto indo de encontro ao
abstrato. Vira a filosofia de Hegel de cabeça para baixo. A dialética é contestadora,
questionadora e faz com que, constantemente, revisemos a prática, critiquemos, façamos
reflexões, re-analisemos as idéias. No contexto histórico, Marx demonstra como o homem
tem se organizado. Define seu método como oposto ao de Hegel, sendo que este propõe
que a idéia seja materializada no real e o método de Marx faz exatamente o contrário, a
partir do real materializado o homem elabora seu pensamento.
Nos estudos da escola marxista, elege-se um agente reformador, força propulsora da
história, o proletariado, em conflito constante com o outro agente histórico, a burguesia.
Assim, se essa tinha reduzido a democracia ao papel de discurso legitimador das
desigualdades entre os indivíduos, ao propor o direito, a livre iniciativa, a competição, ao
domínio do capital, logo, a crítica socialista-marxista redefinia a direção do discurso
democrático, evocando o poder popular, organizado em conselhos que, transformando o
Estado como o ente responsável pela grande transformação a ser realizada.
Marx, na escola marxista preocupou-se com épocas históricas específicas. Desenvolveu
argumentos para mostrar que o valor da força de trabalho se baseia nos insumos de
trabalho necessários à subsistência e treinamento dos trabalhadores. Desta forma, ainda
hoje buscamos aprender com os economistas muitos significados para escrevermos
também a nossa história.
Assim concluímos o nosso trabalho, conseguimos fazer uma abordagem geral, sobre o
tema que o professor nos deu. Com as pesquisas feitas conseguimos, reunir os dados e
depois fizemos uma filtragem cuidadosa das informações, encontradas.
Com este trabalho, tivemos a oportunidade de conhecer, conteúdos muito interessantes
relacionados a esse tema.
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA
FERNANDES, F. (Org.) Marx & Engels: história. São Paulo: Ática, 1989. 496p. D. McLELLAN. A
concepção materialista da história. In: HOBSBAWM, Eric J. História do Marxismo: O marxismo no
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São Paulo: Martin Claret, 2002. 198p. ____________ O capital. Vol. I. São Paulo: Difel, 1985. 289p.
____________ Para a crítica da economia política do capital: o rendimento e suas fontes. São
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SMITH, A. A riqueza das Nações: investigação sobre sua natureza e suas causas. Vol. 1 São
Paulo: Nova Cultural, 1985.415p.

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