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Neste trabalho iremos falar sobre a vida e obra de Karl Marx e depois fazer uma
comparação entre os sistemas de ensino dos dois países Cabo-Verde e Moçambique.
Karl Marx Nascido em Trier, no sul da Alemanha, teve a sua principal obra, O capital,
publicada pela primeira vez em 1867. Ao mergulhar nos estudos dos clássicos, Marx
avançou nas formulações, e realizou uma leitura das mais completas e ampliadas do
processo capitalista. Marx trouxe interpretações consistentes sobre a Teoria do Valor –
Trabalho e buscou compreender de forma profunda a realização do capital. O nosso
trabalho, esta dividida, em três partes: parte introdutória, desenvolvimento e conclusão.
INTRODUÇÃO
Primeiramente, vamos começar, falando de uma forma abrangente, sobre a vida e obra de
Karl Marx, de seguida, entraremos no desenvolvimento fazendo uma imersão no assunto,
e trazendo os esquemas dos sistemas de ensino dos dois países Cabo-verde e
Moçambique.
Estudar Economia Política é sempre um grande desafio e ao mesmo tempo fonte de prazer
e conhecimento. Quando dedicamos tempo à pesquisa e investigação sobre as escolas
econômicas alcançamos um desenvolvimento pessoal e coletivo. No âmbito pessoal tal
estudo contribui para que possamos compreender os principais conceitos relacionados á
Teoria Econômica, habilitando-nos para a participação nos debates referentes aos cenário
político, econômico e social tanto de sua nação quanto no cenário internacional. Do ponto
de vista social ou coletivo, possibilita uma formação mais abrangente, oferecendo á
sociedade profissionais qualificados, capazes de contribuir na resolução dos grandes
emblemas relacionados á economia local e global. Portanto, trataremos da Escola Marxista
priorizando alguns de seus principais conceitos e características.
A economia marxista, mais tarde chamada marxiana, descende da economia clássica, em
particular da obra de Karl Marx. O primeiro volume da obra-prima de Marx, O Capital, foi
publicada em alemão em 1867. Nela, Marx foca na teoria do valor-trabalho e o que ele
considera a exploração do trabalho pelo capital. Assim, a teoria do valor-trabalho, além de
ser uma simples teoria dos preços, se transformou em um método para medir a exploração
do trabalho num sistema capitalista, apesar de disfarçadas pela economia política "vulgar".
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CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DO MARXISMO
O marxismo é um conjunto de idéias filosóficas, econômicas, políticas e sociais que são
elaboradas primeiramente por Karl Marx e Friedrich Engels e desenvolvida posteriormente
por outros seguidores. É baseado na concepção materialista e dialética da história. O
marxismo compreende que o homem como ser social histórico possui a capacidade de
trabalhar e desenvolver a produtividade do trabalho, o que diferencia ele dos outros
animais e possibilita o progresso e o desenvolvimento das potencialidades humanas. Ele
passa a influências diversos setores da atividade humana no século XX, desde a política
até a interpretação dos fatos sociais, morais, artísticos, históricos e econômicos. Entre as
várias tendências do marxismo, especialmente a social-democracia, o bolchevismo, o
esquerdismo e o comunismo de conselhos.
ORIGEM
Lênin defende que os pontos de partidas do marxismo são a análise dialética, método e
modo de compreensão desenvolvidas por Engels sendo criticada por Marx e a filosofia
materialista. Marx critica o sistema idealista de Engels. Em quanto que para ele, da
realidade se faz filosofia, apara Marx a filosofia precisa incidir sobre a realidade. O
pensamento de Marx é de que o homem começa com a necessidade de sobrevivência
humana.
A história se inicia como o próprio homem que na busca da satisfação de necessidades,
trabalha sobre a natureza. À medida que realiza este trabalho, o homem se descobre como
ser produtivo e passa a ter consciência de si e do mundo através do seu desenvolvimento à
atividade do trabalho e da ciência sobre a realidade.
Stálin defende que os dois elementos principais do marxismo são o materialismo dialético,
a qual a natureza, a vida se constitui em movimento, e o materialismo histórico, o qual o
modo de produção é a base originária dos fenômenos históricos e sociais, inclusive
instituições jurídicas e políticas, a moralidade a religião e as artes.
HISTÓRIA
Pode-se dizer que o pensamento de Karl Marx, foi desenvolvido fundamentalmente a partir
do seu estudo sobre as três tradições desenvolvidas na Europa no século XIX.
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Desde a antiguidade, se pensa em uma luta justa, de sociedades igualitárias. Na França
autores como Gracchus Babeuf, colocou o manifesto dos iguais pregando uma “liberdade,
igualdade, fraternidade” e uma desigualdade real. Como no século XIX as economias e o
capitalismo estavam se desenvolvendo desde a revolução industrial, houve um inchaço
populacional de proletários com baixos salários. Com isso novas teorias exigem uma
igualdade real e ideal.
Marx visa uma luta de emancipação do proletariado através da libertação de classes
sociais. Com esta união, Marx foi o porta-voz e principal inspirador a qual dedicou boa
parte de sue tempo. Na França, o socialismo teve como porta-vozes Saint-Simon, Fourier e
Proudhon.
Saint pensa em uma sociedade dirigida por produtores (empresários, banqueiros). Fourier
tenta organizar os Fanlastérios (pequena unidade social vivendo em comunidades)
Proudhon afirma que a propriedade privada significa uma espoliação do trabalho.
Para Marx e Engels, os socialistas não colocam nenhuma iniciativa histórica e política que
lhe seja própria. Continuando, afirmam que são moralistas, pretendem reformar pela força.
A questão também é histórica o qual está dentro da pretensão cientificista do século XIX,
positivista, que vê no socialismo utópico o precursor ultrapassado do marxismo científico,
que mostra o movimento operário em sua plenitude.
3-Pensamento Econômico Britânico
Quanto à questão econômica, Marx tinha como base os estudos sobre economia política
constituída basicamente pelo pensamento britânico de Adam Smith e David Ricardo.
Adam Smith afirma que não é o ouro ou outro metal que determina a riqueza ou a
prosperidade de uma nação e sim o trabalho humano. Em consequência disso, qualquer
transformação que aprimore a força de trabalho, favorece o enriquecimento da nação.
Entre elas, destaca-se principalmente alem da mecanização, a divisão do trabalho que é
estudada por ele.
O pensamento econômico de Marx, procura explicar como o modo de produção capitalista
propicia a acumulação de capital, e a resposta se encontra no fabrico de mercadorias o que
resulta de meios de produção (ferramenta, máquinas e matéria-prima) e do trabalho
humano. No marxismo, a quantidade de trabalho necessário para produzir uma mercadoria
é o que determina o valor mínimo. A mais-valia conceito criado e desenvolvido por Marx
demonstra que o trabalho produz valores superiores ao dos salários (que é o valor
necessário à reprodução da força de trabalho). É esse diferencial que torna um conceito
fundamental da teoria de Marx, é considerada a fonte dos lucros e da acumulação de
capitais.
O SISTEMA EDUCATIVO EM CABO VERDE
A Lei de Bases do Sistema Educativo (Decreto-Lei n.º 2/2010, de 7 de maio,
posteriormente alterada, nalguns dos seus articulados, pelo Decreto-Legislativo n.º 13/2018
de 7 de dezembro), estabelece o quadro geral do sistema educativo. O sistema educativo
compreende os subsistemas da educação pré-escolar, da educação escolar e da educação
extraescolar. A educação escolar abrange os subsistemas do ensino básico, secundário e
superior. A educação extraescolar engloba as atividades de alfabetização, de educação
básica de jovens e adultos e de formação profissional. A educação pré-escolar é universal
e obrigatória, como fase propedêutica, e destina-se a crianças a partir do ano em que
atinjam os 4 anos de idade. A universalização da educação pré-escolar implica para o
estado o dever de garantir as condições e medidas que permitam o acesso de todas as
crianças à educação pré-escolar. O ensino básico é universal, obrigatório e gratuito, com a
duração de oito anos, e compreende dois ciclos sequenciais, de quatro anos cada. Os dois
últimos anos do ensino básico constituem anos de transição para o ensino secundário e,
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consequentemente, anos de iniciação da orientação escolar, vocacional e profissional que
faculte a opção de formação subsequente. O ensino secundário tem um ciclo único de
quatro anos, do 9º ao 12º ano de escolaridade, e estrutura-se em duas vias alternativas, via
geral e via técnica. No final do ensino secundário, o aluno pode prosseguir os estudos
superiores, ou ainda seguir um curso de formação profissional, inicial ou complementar.
Sistema Nacional de Qualificações (SNQ) O Sistema Nacional de Qualificações foi criado,
oficialmente, em 2010, através do Decreto-lei nº 20/2010, de 14 de junho, com aprovação
do novo regime jurídico geral estabelecido pelo Decretolei nº 4/2018 , de 10 de janeiro, e
abrange, além do Catálogo Nacional de Qualificações – CNQ (Decreto-lei nº 66/2010), o
Quadro Nacional de Qualificações – QNQ (Decreto-lei nº 65/2010), na qualidade de
instrumentos promotores do desenvolvimento e da integração de ofertas de formação
técnico-profissional que permitam articular e sistematizar referências de competências e
programas de formação modular, comuns para o ensino técnico, a formação profissional e
o ensino profissional superior. Condições de Acesso ao Ensino Superior O ingresso em
cada instituição/curso de ensino superior, ao abrigo do regime geral, está sujeito a
limitações quantitativas, decorrentes do número de vagas fixado anualmente. Só pode
candidatarse à matrícula e inscrição no ensino superior, através do regime geral, o
estudante que, cumulativamente, satisfaça as seguintes condições:
Ser titular de um curso de ensino secundário ou habilitação legalmente equivalente;
Fazer prova de capacidade para a frequência do curso de ensino superior a que se
candidata.
Organização do Ensino Superior O ensino superior cabo-verdiano compreende o ensino
universitário e ensino superior politécnico. O ensino universitário é ministrado em
universidades e em escolas universitárias não integradas. O ensino politécnico é ministrado
em institutos politécnicos e em escolas superiores especializadas nos domínios da
tecnologia, das artes e da educação, entre outros. As instituições de ensino superior
privado carecem de reconhecimento prévio da Agência Reguladora do Ensino Superior
(ARES). As universidades e os institutos universitários conferem os graus de licenciado,
mestre e doutor e diplomas de estudos superiores profissionalizantes e as instituições de
ensino politécnico conferem o grau de licenciado e diplomas de estudos superiores
profissionalizante (DESP). Os graus de mestre e de doutor são conferidos unicamente
pelas instituições universitárias. O ciclo de estudos curso de estudos superiores
profissionalizantes (CESP) conducente à concessão do DESP tem uma duração
compreendida entre três e quatro semestres. O ciclo de estudos conducente ao grau de
licenciado tem uma duração compreendida entre seis e oito semestres curriculares. O ciclo
de estudos conducente ao grau mestrado tem uma duração compreendida entre três e
quatro semestres curriculares compreendendo a frequência do curso de especialização e a
apresentação de uma dissertação original ou um relatório final de estágio. Podem
candidatar-se ao ciclo de estudos conducentes ao grau mestrado os titulares do grau de
licenciatura, e os titulares de um grau académico superior estrangeiro que seja reconhecido
como satisfazendo os objetivos do grau de licenciatura pelo órgão científico
estatutariamente competente do estabelecimento do ensino superior onde pretendem ser
admitidos. O grau de doutor só é concedido pela instituição universitária após a elaboração
e defesa de uma tese original (tese de doutoramento). Podem candidatar-se ao ciclo de
estudos conducentes ao grau doutoramento os titulares do grau mestre ou equivalente
legal, e os detentores de um currículo escolar, científico e profissional que seja reconhecido
como atestando capacidade para a realização deste ciclo de estudos pelo órgão científico
legal e estatutariamente competente do estabelecimento do ensino superior onde
pretendem ser admitidos. Sistema de Avaliação Ao grau de licenciatura é atribuída uma
classificação final, expressa no intervalo 10-20 da escala numérica inteira de 0 a 20. Ao
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grau académico de mestrado é atribuída uma classificação final, expressa no intervalo 10-
20 da escala numérica inteira de 0 a 20. Ao grau académico de doutoramento é atribuída
uma qualificação final nos termos fixados pelas normas regulamentares a que se refere o
artigo 42º do RJGDES, do Decreto-Lei 22/2014, de 07 de agosto.
Sistema do Ensino Superior Cabo-verdiano
CONCLUSÃO
Marx propõe um método de análise da realidade, partindo do concreto indo de encontro ao
abstrato. Vira a filosofia de Hegel de cabeça para baixo. A dialética é contestadora,
questionadora e faz com que, constantemente, revisemos a prática, critiquemos, façamos
reflexões, re-analisemos as idéias. No contexto histórico, Marx demonstra como o homem
tem se organizado. Define seu método como oposto ao de Hegel, sendo que este propõe
que a idéia seja materializada no real e o método de Marx faz exatamente o contrário, a
partir do real materializado o homem elabora seu pensamento.
Nos estudos da escola marxista, elege-se um agente reformador, força propulsora da
história, o proletariado, em conflito constante com o outro agente histórico, a burguesia.
Assim, se essa tinha reduzido a democracia ao papel de discurso legitimador das
desigualdades entre os indivíduos, ao propor o direito, a livre iniciativa, a competição, ao
domínio do capital, logo, a crítica socialista-marxista redefinia a direção do discurso
democrático, evocando o poder popular, organizado em conselhos que, transformando o
Estado como o ente responsável pela grande transformação a ser realizada.
Marx, na escola marxista preocupou-se com épocas históricas específicas. Desenvolveu
argumentos para mostrar que o valor da força de trabalho se baseia nos insumos de
trabalho necessários à subsistência e treinamento dos trabalhadores. Desta forma, ainda
hoje buscamos aprender com os economistas muitos significados para escrevermos
também a nossa história.
Assim concluímos o nosso trabalho, conseguimos fazer uma abordagem geral, sobre o
tema que o professor nos deu. Com as pesquisas feitas conseguimos, reunir os dados e
depois fizemos uma filtragem cuidadosa das informações, encontradas.
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Com este trabalho, tivemos a oportunidade de conhecer, conteúdos muito interessantes
relacionados a esse tema.
SISTEMA EDUCATIVO MOÇAMBICANO
Depois do segundo Congresso Mundial sobre a educação para todos verificaram-se
mudanças significativas no sistema educativo de Moçambique. O Governo Moçambicano
está a preparar uma estratégia para permitir o estabelecimento de uma educação básica
obrigatória de 7 anos para a totalidade da população.
Nos últimos anos, a admissão na escola primária aumentou significativamente atingindo
cerca de 92% das crianças de 7 anos. Na verdade, 67% das crianças completaram a
escola primária obrigatória de 5 anos. Por inúmeras razões, só 25% dos que terminaram
este nível de escolaridade, continuam para a fase seguinte e, de entre estes, 53%
completaram o 7º ano.
A política educativa Moçambicana define educação básica como um direito universal. Em
1998, o Ministro da Educação assumiu com o apoio da UNESCO, o projecto das “Escolas
Inclusivas” para combater a exclusão e promover a escolaridade para todas as crinças.
A FAMOD, Federação Moçambicana das Organizações de Pessoas Deficientes, calcula
que a maioria das crianças que se mantêm fora do sistema educativo e os que repetem ou
saem da escola durante os primeiros anos de educação primária são deficientes ou
apresentam dificuldades de aprendizagem que requerem aprendizagem especial.
De acordo com a Lei nº 6/92, do SNE, de 6 de maio, a idade legal de admissão à primeira
classe é de 6 anos, e o ensino é obrigatório e gratuito até a sétima classe de escolaridade
de ensino primário. No que tange aos objetivos gerais o sistema da educação se propõe a:
(a) erradicar o analfabetismo, de modo a proporcionar a todo o povo moçambicano, o
acesso ao conhecimento científico e o desenvolvimento pleno das suas capacidades; (b)
garantir o ensino básico a todos os cidadãos, de acordo com o desenvolvimento do país e
através da introdução progressiva da escolaridade obrigatória; (c) assegurar a todos os
moçambicanos, o acesso à formação profissional; (d) formar cidadãos com sólida
preparação cientifica, técnica, cultural e física, e uma elevada educação moral, cívica e
patriótica; (e) formar o professor como educador profissional e consciente com profunda
preparação científica e pedagógica, capaz de educar os jovens e adultos; (f) formar
cientistas e especialistas devidamente qualificados que permitam o desenvolvimento da
produção e da investigação científica; (g) desenvolver a sensibilidade estética e a
capacidade artística, das crianças, jovens e adultos, educando-os ao amor pelas artes e no
gosto pelo belo; e (h) educar as crianças e os jovens na prevenção e combate contra as
doenças particularmente, o HIV e outras de transmissão sexual (INDE, 2001).
Em vista da concretização dos objetivos educacionais supracitados, SNE obedece
uma estrutura geral que contempla quatro grandes grupos: o primeiro é o ensino pré-
escolar, que se realiza em creches e jardins-de-infância e abrange as crianças de 0 a 6
anos. O segundo é ensino escolar que compreende o ensino geral, que por sua vez
compreende dois níveis: o ensino primário, com sete classes, distribuídas por dois graus, o
primeiro grau, da 1ª a 5ª classe, e o segundo grau da 6ª a 7ª classe. As crianças devem
ingressar no Ensino Primário no ano e quem completam 6 anos de idade (MINED, 2015). O
ensino primário tem como objetivo fundamental, proporcionar uma formação básica nas
áreas da comunicação, das ciências matemáticas, das ciências naturais e sociais, e da
educação física, estética, cultural. O Ensino Secundário Geral, estende-se por 5 anos,
compreende dois ciclos: o primeiro ciclo, da 8ª a 10ª classe (ESG1) e o segundo ciclo, com
a 11ª a 12ª classe (ESG2). Este último é também denominado de Ensino Pré-universitário
e se constitui como fundamental seja como preparação para a universidade, conforme
evidencia Castiano (2005), bem como para o acesso a cursos profissionais e
posteriormente ao mundo do trabalho (Castiano, 2005).
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Paralelamente, e como terceiro grupo, existe o Ensino Técnico-Profissional
(ETP), estruturado em ensino Elementar, Básico e Médio que funciona nas escolas
técnicas e nas empresas. Para a entrada em todos nestes ciclos exige-se uma idade
mínima de 15 anos e um certificado de conclusão dos níveis anteriores. O ensino
secundário é lecionado por professores com formação superior que são formados pelas
universidades (Ussene, 2011).
Por sua vez, o Ensino Superior assegura a formação no nível mais alto de técnicos
e especialistas nos diversos domínios do conhecimento científico, necessários ao
desenvolvimento do país. Destina-se aos graduados com 12ª classe do ensino geral ou
equivalente, e tem a duração variável entre 4 e 5 anos para a licenciatura. Este ensino tem
um caráter nacional e realiza-se em universidades, institutos superiores, escolas superiores
e academias. Para sua admissão, os candidatos são submetidos a um exame em duas
áreas científicas, de acordo a que se candidatam. Nesse sentido, os percursos acadêmicos
anteriores, tem grande impacto dado o seu caráter irreversível. O resultado positivo desse
exame é que garante a entrada na universidade (Ussene, 2011). Todas as províncias
moçambicanas possuem uma ou mais instituições de ensino superior, observando-se
crescimento, já que em 2000 o país contava com apenas nove instituições de ensino
superior entre públicas e privadas e, em 2014, o número subiu para 47, um crescimento
estimado em 5.2% segundo fontes oficiais (Relatório do Balanço do Programa do Governo
2010-2014; Estatísticas do MINED, 2010 a 2014). A Tabela 1 apresenta, para todos os
níveis da educação, uma síntese da evolução da rede escolar e dos efetivos escolares.
TABELA 1
Evolução da rede escolar entre 2000 e 2014
Nível de Ensino
Escolas
Crescimento 2000 2004 2009 2014
Os cursos universitários, na sua maioria, habilitam bacharéis e licenciados. São registrados
avanços significativos, uma vez que algumas universidades públicas e privadas já
diplomam também mestres e doutores. Os currículos e programas do Ensino Superior são
aprovados pelo MINED, órgão de tutela deste sector (Ussene, 2011).
O sistema educativo integra, ainda, modalidades especiais de ensino, normalmente, o
ensino especial, o ensino de adultos, o ensino a distância (EaD), a formação de
professores para os ensino geral e técnico-profissional, que se realiza em instituições
especializadas, e finalmente o ensino vocacional, inserido em atividades dentro das
disciplinas escolares, através de visitas a empresas, palestras e atividades
extracurriculares nas diferentes disciplinas (INDE, 1999).
As políticas dos subsistemas do Ensino Secundário Geral e do Ensino Técnico Profissional,
por se tratarem dos contextos que mais influenciam, na atualidade, a carreira dos jovens
moçambicanos, e em particular dos adolescentes, população-alvo deste estudo, são
tratadas com maior destaque.
a) Ensino secundário geral
O Ensino Secundário Geral tem como política, ampliar e alargar os conhecimentos
adquiridos no ensino primário, tendo em vista o ingresso no ensino superior ou a
participação dos estudantes em atividades produtivas. Para tal, os graduados do ensino
secundário devem atingir um domínio sólido da língua portuguesa, matemática e ciências.
O Ensino Secundário Geral pretende fornecer um ensino de elevada qualidade, acessível a
um número cada vez maior de alunos, bem como ministrar cursos apropriados para
desenvolver habilidades e atitudes, não apenas na perspectiva de continuação dos
estudos, mas também, da inserção na vida laboral. Os objetivos mais específicos desse
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nível de ensino são: (a) consolidar, ampliar e aprofundar os conhecimentos adquiridos no
ensino primário, nas ciências naturais e sociais, na matemática, e nas áreas de cultura e
educação estética; (b) preparar os alunos para a continuação dos estudos no ensino
superior ou participar em atividades produtivas; e (c) desenvolver conhecimentos sobre a
saúde e nutrição e a proteção do ambiente.
Quanto à evolução dos efetivos de todos os níveis observa-se crescimento, com destaque
para os ESG2, que aumentaram 12 vezes, e do Ensino Técnico Profissional que cresceram
14 vezes. O ES e o ESG1 cresceu nove e seis vezes respectivamente, conforme ilustra a
Tabela 2.
Tabela 2
Evolução dos Efetivos escolares a todos os níveis de ensino no período de 2000 e 2014
(Ensino diurno, noturno, público, comunitário e privado)
Nível de Ensino
Em geral, os dados, mostram que o acesso ao ensino é ainda limitado. A adesão da mulher
e da rapariga continua ainda abaixo do desejável, o que se agrava com a situação da
gravidez precoce e dos casamentos prematuros, daí que algumas pesquisas desenvolvidas
pelo MINED mostram que “Pais alfabetizados – particularmente as mães – preparam
melhor as crianças para o sucesso escolar, e estão melhor preparados para apoiar a sua
aprendizagem em parceria com a escola” (PEEC, 2006-2010/11, p.23). Associado a este
fato, procura-se reforçar a ideia de que culturalmente, a mulher africana é considerada
como conservadora e protetora da vida, já que dum lado, gerar e educar é uma mesma
realidade em dois momentos e do outro lado, toda a pedagogia africana, que se confessa
processar-se em quatro momentos, está entregue à mulher (Gwembe, 1989)12.
b) Ensino Técnico Profissional
O Ensino Técnico Profissional (ETP) é dirigido pelo MINED, na sua formação técnica,
enquanto a formação profissional e estágios ficaram a cargo do Instituto Nacional de
Emprego e Formação Profissional (INEEP), uma instituição tutelada pelo Ministério do
Trabalho. Este sistema de ensino tem como política geral, formar operários e técnicos de
nível 12.
No contexto da educação africana, a mulher era depositária da tradição, era considerada
como a primeira responsável da educação e da socialização dos filhos, e era vista como
protetora da vida, por isso, gerar e educar era considerada como uma única realidade em
dois momentos distintos. Os momentos educativos fundamentais eram completamente
encarregues à mulher: o nascimento, a iniciação, o matrimônio, e segundo Gwembe
(1989), pode-se acrescentar também a morte. São os quatro momentos através dos quais
o muntu (homem) acede aos segredos da vida, aprende a lutar contra o mal (Gwembe,
1989).
intermédio devidamente qualificados, para responder às necessidades de mão-de-obra
qualificada nos diferentes setores econômicos e sociais do país. Assim, os cursos técnico-
profissionais são planificados de modo a refletir as necessidades do desenvolvimento da
economia nacional e têm um caráter terminal. O ensino técnico profissional contempla
três níveis, a saber: elementar, básico e médio (SNE, 1985).
No que concerne aos objetivos, o sistema do ETP, visa: (a) assegurar a formação geral e
técnica dos jovens em idade escolar, de forma a prepará-los para o exercício de uma
profissão; (b) desenvolver as qualidades básicas da personalidade, em particular,
educando-os a assumir uma atitude correta perante o trabalho; (c) desenvolver
capacidades de análise e síntese, de investigação e inovação, de organização e direção
científica do trabalho; e (d) desenvolver conhecimentos sobre a saúde, a nutrição e a
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proteção do ambiente, conforme destacado pelo então Ministério de Educação e Cultura
(MEC, 2008).
CONCLUSÃO
Marx propõe um método de análise da realidade, partindo do concreto indo de encontro ao
abstrato. Vira a filosofia de Hegel de cabeça para baixo. A dialética é contestadora,
questionadora e faz com que, constantemente, revisemos a prática, critiquemos, façamos
reflexões, re-analisemos as idéias. No contexto histórico, Marx demonstra como o homem
tem se organizado. Define seu método como oposto ao de Hegel, sendo que este propõe
que a idéia seja materializada no real e o método de Marx faz exatamente o contrário, a
partir do real materializado o homem elabora seu pensamento.
Nos estudos da escola marxista, elege-se um agente reformador, força propulsora da
história, o proletariado, em conflito constante com o outro agente histórico, a burguesia.
Assim, se essa tinha reduzido a democracia ao papel de discurso legitimador das
desigualdades entre os indivíduos, ao propor o direito, a livre iniciativa, a competição, ao
domínio do capital, logo, a crítica socialista-marxista redefinia a direção do discurso
democrático, evocando o poder popular, organizado em conselhos que, transformando o
Estado como o ente responsável pela grande transformação a ser realizada.
Marx, na escola marxista preocupou-se com épocas históricas específicas. Desenvolveu
argumentos para mostrar que o valor da força de trabalho se baseia nos insumos de
trabalho necessários à subsistência e treinamento dos trabalhadores. Desta forma, ainda
hoje buscamos aprender com os economistas muitos significados para escrevermos
também a nossa história.
Assim concluímos o nosso trabalho, conseguimos fazer uma abordagem geral, sobre o
tema que o professor nos deu. Com as pesquisas feitas conseguimos, reunir os dados e
depois fizemos uma filtragem cuidadosa das informações, encontradas.
Com este trabalho, tivemos a oportunidade de conhecer, conteúdos muito interessantes
relacionados a esse tema.
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA
FERNANDES, F. (Org.) Marx & Engels: história. São Paulo: Ática, 1989. 496p. D. McLELLAN. A
concepção materialista da história. In: HOBSBAWM, Eric J. História do Marxismo: O marxismo no
tempo de Marx. PP. 67-89 V. 1: Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982. 443p. KOSIK, Karel. Dialética do
concreto. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986. 230p. MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos.
São Paulo: Martin Claret, 2002. 198p. ____________ O capital. Vol. I. São Paulo: Difel, 1985. 289p.
____________ Para a crítica da economia política do capital: o rendimento e suas fontes. São
Paulo: Nova Cultural, 2000 (Col. Os Pensadores). 351p. ___________ Crítica da educação e do
ensino. Introdução e notas de Roger Dangeville. Lisboa, Portugal: Moraes Editores, 1978. 255p.
SMITH, A. A riqueza das Nações: investigação sobre sua natureza e suas causas. Vol. 1 São
Paulo: Nova Cultural, 1985.415p.