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Universidade Tecnológica Federal Do Paraná

Campus Apucarana
Curso De Engenharia Têxtil
EL65A - Eletricidade

Prática 2: Leis de Kirchhof

Jaqueline Pinheiro, RA: 1940791


Jéssica Thaís Santos de Souza, RA: 1880462
Lucas, RA:
Luis Kendi Watanabe, RA: 1563858
Luiz Felipe Campos, RA: 1880500

Apucarana-PR, 2022.
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Resumo:

O experimento é feito pelas leis de Kirchhoff, utilizando as leis de nós e a lei das
malhas, com o objetivo de analisar os circuitos e calcular as correntes e as tensões.
Devido as resistências altas dos resistores, nos resultados obtidos na prática não foi
possível medir as correntes, e só possibilitou medir só as quedas de tensões. Contudo
pode-se obter os valores da corrente de forma teórica.

1.Introdução:

Desenvolvida pelo físico alemão Gustav Robert Kirchhoff, em 1845, a Lei de Kirchhoff
se divide em duas: a Lei dos Nós e a Lei das Malhas, que são utilizadas para encontrar as
tensões e a intensidade da corrente, em circuitos complexos.

Lei dos nós: entende-se que a soma das correntes é nula, pois existem correntes que
entram positivas e outras que saem negativas, contudo, a soma das correntes que entram
é igual a soma das correntes que saem, de acordo com a figura 1

Figura 1: Correntes que estão entrando e correntes que estão saindo do ponto A.
(CAPUANO, 2007)
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De acordo com o nó A, temos:

I1 +I2 + I3 + I4 +I5 + I6 = 0

Lei das Malhas: sendo a segunda lei, ela estabelece que que a soma algébrica das tensões
em qualquer malha é nula, sendo que a queda de tensão é positiva quando é o mesmo
sentido da corrente de um ponto a outro e negativa quando estão indo em sentido opostos.

Figura 2: Circuito de uma malha. (CAPUANO, 2007).

De acordo com a figura 2, temos:

−VR1 + E2 − VR 2 − VR 3 + E1 = 0

O sinal positivo indica o aumento no potencial, já o sinal negativo indica perda de


potencial, pois quando é percorrido um circuito ele apresenta queda de tensão se o sentido
for contrário ao da corrente, como já foi explicado mais acima.
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2. Objetivo:

A prática tem como objetivo mostrar como a Lei de Kirchhoff das Correntes (Lei
dos Nós) e a Lei de Kirchhoff das Tensões (Lei das Malhas) funciona em uma situação
experimental. Calcular um circuito elétrico completo achando as correntes e tensões no
circuito.

3. Materiais utilizados:

 Conectores com pontes elétricas;


 Conectores com resistores;
 Conexão de fio preto e vermelho com pinos banana;
 Fonte de alimentação com tensão constante;
 Multímetro digital;
 Ponta de prova preta e vermelha;
 Quadro eletroeletrônico CC e AC;
 Resistores diversos;
 Tabela com código de cores.

4. Descrição do experimento:

Utilizando a tabela de código de cores para resistores, foram encontradas as


resistências nominais e a tolerância dos resistores. A seguir foi calculado o desvio
percentual dos resistores utilizando a equação abaixo e os valores encontrados se
encontram na tabela 1.

Resistência nominal − Resistência ohmimetro


Dr = | | x 100%
Resistência nominal

Tabela 1: Valores nominais e experimentais dos resistores.


Tolerância Desvio
Resistor Sequência de cores R nominal R ohmimetro
(%) percentual (%)
R1 100Ω 1 96,6Ω 3,4
R2 10KΩ 5 9,86KΩ 1,4
5

R3 100Ω 1 97,4Ω 2,6


R4 100Ω 1 100Ω 0
R5 100Ω 5 98,5Ω 1,5
Fonte: Autores (2022).

As imagens abaixo demonstram o circuito eletrônico montado no quadro


eletrônico, utilizando os resistores acima descritos, conectores de ponte elétrica e cabos
de pino banana para auxiliar na montagem, e a representação do circuito montado

Imagem 1 - Circuito eletrônico montado no quadro. Fonte: Autores (2022).

Figura 1: Representação gráfica do circuito. Fonte: Autores (2022).


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5. Resultados

Após realizar a montagem do circuito no quadro, foram realizadas as medidas de


queda de tensão nos nós do circuito com o auxílio do voltímetro, e as medidas das
correntes presentes com o amperímetro.

Tabela 2: Valores experimentais das quedas de tensão e correntes do circuito.


Tensões Valores (V) Correntes Valores (A)
V0 10 I1 0,0002
Va,b 4,8 I2 -
Vb.c 4,85 I3 -
Vb,e 4,95
Vc,d 0,0494
Vd,e 0,0486
Fonte: Autores (2022).
Após a coleta dos valores experimentais, a equipe calculou os valores teóricos
para este circuito, abaixo é encontrada a resolução dos cálculos, juntamente com as
imagens que ilustram o passo a passo do mesmo para melhor compreensão.

R eq1 = R 2 + R 4 + R 5

R eq1 = 9,86x103 + 100 + 98,5

R eq1 = 10,0585x103 ⇒ 10,0585KΩ

Figura 2: Representação do circuito após a substituição dos resistores R 2 , R 4 e R 5 por uma


resistência equivalente. Fonte: Autores (2022).
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1 1 1 1 1
= + ⇒ +
R eq2 R 3 R eq1 97,4 10,0585

R eq2 = 96,46

Figura 3: Representação do circuito após a substituição dos resistores R1 , e R eq1 por uma
resistência equivalente. Fonte: Autores (2022).

R eq = R eq2 + R 21 ⇒ 96,46 + 96,6 ⇒ 𝟏𝟗𝟔, 𝟎𝟔𝟔𝛀


Total

Após encontrar a resistência equivalente para o circuito, a equipe pode calcular as


correntes teóricas, já que a corrente I1 , pode ser encontrada pela relação da tensão da fonte
pela resistência equivalente do circuito.

Depois de encontrada I1 , a equipe pôde dar sequência nos cálculos para encontrar
I2 e I3 . Para isto foi utilizada a Lei das Malhas de Kirchhoff. O sentido utilizado da
corrente para os cálculos foi o sentido horário.

V0 10V
I1 = ⇒ ⇒ 0,05179 ⇒ 𝟓𝟏, 𝟕𝟗𝐦𝐀
R eq 196,066
Total

Com o valor da corrente I1 encontrado, foi utilizada a Lei das Malhas para
encontrar I3 , neste cálculo foi utilizada a malha 1 (da esquerda) pela praticidade para os
cálculos, já que está malha envolve somente os valores de I1 , I3 , R1 e R 3 . Como os valores
dos resistores e de I1 já eram conhecidos, a única incógnita seria I3 , que foi então
calculada.
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V0 = I1 R1 − I3 R 3 = 0

10 − (31,79x103 . 96,6) − (I3 . 97,4) = 0

4,997
I3 = ⇒ 0,0513 ⇒ 𝟓𝟏, 𝟐𝟗𝟗𝐦𝐀
97,4

Conhecendo o valor de I3 , voltamos na equação de conservação das correntes e


descobrimos a I2 faltante.

I1 = I2 + I3

I2 = I3 − I1 ⇒ 51,299mA − 51,79mA ⇒ −491μA ⇒ 𝟒𝟗𝟏𝛍𝐀

Foi visto que I2 apareceu com valor negativo, isto indica que o sentido adotado
para esta corrente foi o errado, e que deve ser invertido.

Com os valores das correntes conhecidos, foi possível calcular os valores das
quedas de tensão entre os nós do circuito, e os mesmos estão descritos na tabela abaixo.

Tabela 3 – Valores experimentais das quedas de tensão do circuito.


Queda de tensão
NÓS V = I. R
(V)
a,b V = I1 . R1 5,003
b,c V = I2 . R 2 4,84
b,e V = I3 . R 3 4,997
c,d V = I2 . R 4 0,0481
d.e V = I2 . R 5 0,0484
Fonte: Autores (2022).
6. Análise dos resultados

Com os dados coletados e calculados pela equipe, e com auxílio da ferramenta de


simulador de circuitos on-line, Paul Falstad’s Circuit Simulator Applet, é possível
calcular o desvio percentual entre os resultados experimentais e teóricos.

A ferramenta Paul Falstad’s Circuit Simulator Applet foi utilizada com intuito de
ajudar no entendimento do circuito montado, e para realizar uma medida de 𝐼2 e 𝐼3 que o
amperímetro utilizado não foi capaz de detectar, pois as mesmas, como visto nos cálculos
teóricos, são muito pequenas, e seria necessário um amperímetro com mais casas
decimais disponíveis para detecta-las.
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Utilizando a ferramenta Paul Falstad’s Circuit Simulator Applet, a equipe


conseguiu os seguintes resultados apresentados na imagem a seguir. A imagem mostra a
corrente, tensão, valor da resistência e potência em cada seção do circuito.

Imagem 2: Dados obtidos a partir da ferramenta de simulação de circuitos. Fonte:


Autores (2022).
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A seguir serão apresentados os resultados experimentais, e teóricos para a queda


de tensão e correntes do circuito. Os dados apresentados pelo simulador não estarão
presentes nas tabelas abaixo, pois o mesmo não conta como parte presente no
experimento, e foi utilizado somente como ferramenta de aprendizado.

V𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 − V𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙
Dr = | | x 100%
V𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜

Tabela 4: Comparativo entre os valores experimentais e teóricos para a tensão no circuito.


Tensões (V) experimental (V) teórico Desvio percentual (%)
V0 10 10 0
V𝑎,𝑏 4,8 5,003 4,06%
V𝑏.𝑐 4,85 4,84 0,20%
V𝑏,𝑒 4,95 4,997 0,94%
V𝑐,𝑑 0,0494 0,0481 2,70%
V𝑑,𝑒 0,0486 0,0484 0,41%
Fonte: Autores (2022).
É possível ver que o desvio percentual para as medidas de queda de tensão foi
baixo, isso indica que as medidas coletadas pela equipe apresentam valores aceitáveis e
compatíveis com a realidade do experimento. Esses pequenos desvios entre os valores
podem ser justificados por pequenos erros de leitura com o voltímetro e pela fonte que
não consegue manter uma tensão V0 constante durante o experimento.

A seguir temos o comparativo entre as correntes, neste comparativo será possível


ver um erro grande em relação a medida de I1 , e para I2 e I3 não é possível calcular o
desvio, já que não foi possível coletar seus valores com o amperímetro.

I𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 − I𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙
Dr = | | x 100%
I𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜

Tabela 5: Comparativo entre os valores experimentais e teóricos para a Tensão no


circuito.
Correntes (A) experimental (A) teórico Desvio percentual (%)

I1 0,0002 0,05179 99,61%


I2 - 0,000000491 -
I3 - 0,051299 -
Fonte: Autores (2022).
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Como já mencionado, o erro da corrente I1 foi grande, a justificativa para este erro
pode ser de que a equipe tenha ligado o amperímetro de forma errada no quadro, ou o
próprio amperímetro não foi capaz de realizar a leitura de forma correta, já que não
mostrou nenhum valor quando feita a tentativa de leitura de
I3 que possui a mesma grandeza de I1 .

Este erro poderia ser sanado se a equipe tivesse a disposição resistores com menor
resistência, ou uma fonte que fornecesse uma tensão maior, ou amperímetros com maior
capacidade de leitura.

Conclusão:

Com base nos resultados obtidos pode-se dizer que o experimento foi
parcialmente satisfatório, pois a equipe conseguiu medir com uma precisão aceitável as
quedas de tensão do circuito, deixando a desejar somente na medição das correntes do
circuito.

Já como ferramenta de aprendizado, o experimento foi bem-sucedido, tendo a


equipe conseguido entender os conceitos e aplicado as Leis de Kirchhoff nos cálculos
realizados.

Referências:

CAPUANO, F. G.; MARINO, M. A. M.; Laboratório de eletricidade e eletrônica:


teoria e prática, 24a. Edição, São Paulo: Érica - Saraiva, 2007.

IRWIN, J. D.; NELMS, R. M.; Análise básica de circuitos para engenharia, 10a.
Edição, Rio de Janeiro: LTC, 2019.

JAVA.CircuitSimulator.2017.Disponívelem:http/www.falstad.com/circuit/circuitjs.ht
ml?ctz=CQAgjCAMB0l3BWK0AcBmA7AJhQTgwCwophbYBs5IBESCkICApgLRhg
BQAbuLluBipg+IMvwYMCDMBKjIEHAE69+YQSDRZp6hrkpwlGrQKoFNJubhTlIh
s6vX3R2OTNvKnYowy+6U0BWVNHxdgi10MaAIOAHcVZ34w3w4gA. Acesso em:
16 abr. 2022.

NUSSENZVEIG, H. M.; Curso de física básica - Volume 3: Eletromagnetismo, 2a.


Edição, São Paulo: Blücher, 2015.

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