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Princípios

- Princípio da legalidade - Art. 191.º CPP e 219º./1 CRP.

- Princípio da oficialidade – Art.48º.CPP e 219º./1 CRP – compete ao MP as vestes de entidade pública.

- Princípio da vinculação temática – o processo deve manter-se estável desde aa cusação ao trânsito em
julgado, tratando-se de uma condição essencial de defesa do arguido.

- Princípio do juíz natural – Art.32º./9CRP

- Princípio da verdade material

- Princípio da livre apreciação da prova – Art.127º.

- Princípio in dubio pro reu – ligação com o princípio da presunção de inocência

A acusação:

 Crimes públicos: não depende de queixa, apesar desta poder existir. O MP tem sempre
legitimidade para acusar (Art.48º.)
 Crime semi-público: depende de queixa. O MP acusa - Art.49º.
 Crime particular: depende de queixa. A acusação dominante é a do assistente e é uma
condição de prosseguibilidade – Art.50º. O MP depois, também pode acusar, mas
subodinadamente, isto é, pelos mesmos factos da acusação do assistente, por parte
deles ou por outros que não importem uma alteração substancial daqueles

Competência
1. Identificar os tipos incriminadores: Localização sistemática; moldura penal.
2. Ver a competência do tribunal para cada tipo incriminador de cada vez. A regra é: um crime, um
processo. Exceção: (que sai muitas vezes nos casos) é que há uma tramitação conjunta por
alguma causa de conexão.
3. Requisitos da conexão – 24º. e 25º sem os impedimentos do 24º./2 e 26º.: pluralidade de
processos; pluralidade de tribunais competentes; (o que acontece se este requisito não estiver
preenchido? Isto significa que isto não impede a conexão (isto apenas significa que à partida
quem é competente um tribunal singular) – não é requisito essencial. Ver requisitos materiais
da conexão: a economia processual e a tutela de garantias do arguido.
4. Agora que tenho conexão: somar a moldura penal dos dois crimes – ex: 5+1=6. Isto é um
problema, porque o tribunal singular é até 5 anos e, por aplicação do 14º./2 b), o tribunal
competente passa a ser o coletivo. Temos de ver se podemos julgar sumariamente – 381º./2.

Publicidade e segredo de justiça


Aulas práticas:

 Caso em que um processo corria em segredo de justiça , depois foi arquivado e o MP quer voltar
a abri-lo e que ele se mantenha em segredo se justiça. Pode?
Resposta: Não, não pode renascer em segredo.

 O arguido pode ter acesso aos autos sob segredo interno para se pronunciar sobre uma medida
de coação?

Sim, o segredo interno pode abranger elementos necessários para o arguido se pronunciar sobre a
medida de coação, não se podendo fazer uma aplicação cega do segredo interno. Na fase de inquérito,
se o segredo de justiça está presente, o princípio do contraditório está ausente, pois, não tendo acesso
aos autos, o arguido não sabe dos factos e das provas que constam do processo e por isso não os pode
contraditar, o que, se admissível, seria contra o Estado de direito democrático. Este conflito entre o
direito de defesa do arguido e os interesses da investigação tem de ser dirimido tendo em conta os
princípios da proporcionalidade e adequação, especialmente nos casos em que o arguido se encontra
privado da liberdade. É opinião maioritária na doutrina e na jurisprudência que, neste caso, o arguido
deve ter conhecimento dos factos que lhe são imputados e dos meios de prova que indiciam essa
imputação, acautelando em simultâneo a investigação e a integridade física ou psíquica e a liberdade
dos outros participantes processuais e das vítimas do crime.

- Prazo de 72h do juíz para validar ou infirmar o segredo de justiça: prazo meramente indicativo e
assim sendo, por maioria de razão se entende também que o processo fica sujeito a segredo de justiça
desde o requerimento do MP até à decisão do JIC, pois se assim não fosse perderse-ia o efeito prático
da decisão a ser proferida por este.

O PROF.FREDERICO COSTA PINTO: tem opinião contrária, dizendo que se o Juíz não se pronunciar neste
prazo então há ausência de validação e consequentemente inexistência de segredo.

REGIME ATUAL
- Inquérito dentro do prazo:

MP pode determinar o segredo, mas tem de ser validado pelo JCI.

MP acha que há segredo – os sujeitos podem opor-se.

Os sujeitos podem tmb pedir o levantamento do segredo a qlr momento.

O MP pode pedir levantar o segredo oficiosamente quando for ele a decreta-lo.

Se o segredo for imposto pela vontade dos sujeitos, o MP não pode levantar o segredo, têm de ser os
próprios sujeitos. Há aqui uma presunção maior, por causa do direito à inocencia e ao bom nome. O JIC
tem de fazer o quê? Um juízo de concordancia prática quanto ao segredo externo – saber se os
interesses da investigação e os interesses dos sujeitos processuais, atendendo ao tipo de crime e prova,
pensando que o publico vai ter acesso ao procedimento naquela fase, ouvindo os argumentos do MP e
dos sujeitos que são apresentados, decide se se justifica a prevalencia do direito à informação e
liberdade de imprensa e da publicidade do processo ou se prevalencem os interesses da investigação e
dos sujeitos processuais.

Segredo interno:

- Se houver segredo externo, os sujeitos têm acesso ao processo, salvo situações excecionais (escutas,
investigações encobertas), há segredo interno, ou seja, os sujeitos têm acesso a tudo o que está nos
autos.
- Se houver segredo externo, também pode ser imposto segredo interno e o JIC faz juízo de
concordancia prática quando houver um conflito de interesses entre o MP e os sujeitos processuais no
sentido de ver o que é mais importante: a preservação da prova e dos intervenientes processuais (ex.
proteção de testemunhas, especialmente quando são menores ou vulneráveis) ou o direito de defesa do
arguido.

Inquérito fora de prazo:

Findos os prazos do inquérito: 2 sanções:

- termina o segredo – 89º./6. Mesmo que o juíz tenha validado, a partir do momento em que terminam
os prazos, o juízo de concordancia prática não se mantem, pq o MP tem dto a investigar em segredo,
mas ele tem de ter um período temporal, nao se pode exigir que ninguem fale do assunto durante
tempo indeterminado ou excessivo.

- A publicidade não inclui dados sujeitos a segredo bancário/fiscal, ou privacidade de terceiros, mesmo
que sejam prova – decisão do Tribunal Constitucional 428/2008.

ACÓRDÃO TC 121/97:

ACÓRDÃO TC 589/2006:

Suspensão provisória do processo – 281º.


- Não há impugnação, sindicabilidade, até porque todos os sujeitos processuais já se pronunciaram,
concordando, e há um controlo de legalidade pelo juíz – AC Tribunal Constitucional 101/2016 de 29 de
Março neste sentido.

Acórdão de uniformização de jurisprudência do STJ 16/2009, de 18 de Novembro do STJ onde no ponto


VI o Tribunal portanto debruça-se sobre a natureza jurídica da designada “concordância do juiz”,
questionando se a mesma assume a natureza jurídica de pressuposto (material) da decisão do
Ministério Público ou se configura um acto decisório concluiu pela tese da inadmissibilidade do
recurso, sustentando que a “concordância” do juiz de instrução constitui, no contexto da suspensão
provisória do processo, em paralelo com a concordância do arguido e do assistente, o pressuposto
material de determinação do Ministério Público na suspensão provisória. , não configurando a forma de
ato decisório o que a exclui do âmbito dos atos passíveis de recurso face ao artigo 399.º do Código de
Processo Penal.

Assim, segundo o entendimento do Tribunal, se o juiz de instrução não concorda com a suspensão
provisória do processo, verifica-se a preterição de um dos pressupostos de aplicação do instituto – a
concordância do juiz – que tem como consequência a impossibilidade de o Ministério Público proceder à
suspensão, apenas lhe restando a possibilidade de deduzir acusação contra o arguido.

- Se a decisão do Ministério Público acerca da suspensão provisória do processo, tomada na fase final
do inquérito, se pauta por:

- uma ideia de oportunidade (caso em que o Ministério Público terá a liberdade de optar por suspender
o processo se os requisitos estiverem preenchidos).
Ou

- pelo princípio da legalidade - caso em que o Ministério Público terá o dever de suspender o processo,
uma vez reunidos no caso concreto todos os pressupostos da suspensão provisória do processo
enunciados na Lei, sendo assim, um poder-dever. Aqui, o dever legal de acusar cessa por emergir um
dever legal de suspender provisoriamente o processo. O Ministério Público só pode acusar se não poder
suspender, existindo um clara hierarquia entre os institutos. É ESTA TESE

- Segundo o Ac. do Tribunal da Relação de Évora de 10/12/2013: concordância do ofendido não constitui
um pressuposto necessário à decisão da suspensão provisória do processo, se esse ofendido não se tiver
constituído assistente, ainda que o Ministério Público, a título de injunção, tenha optado por fixar uma
indemnização em benefício desse mesmo ofendido. Igualmente, a não constituição do ofendido como
assistente à data da suspensão provisória do processo não obsta à determinação dessa mesma
suspensão.

Recorribilidade do despacho de pronúncia


- AC TR Guimarães de 2 de Jan 2019: A decisão instrutória que pronuncia o arguido por factos idênticos
aos da acusação é irrecorrível, não sendo juridicamente relevante a posição defendida pelo Mº Pº no
debate instrutório (contrária à assumida na fase de inquérito e plasmada na acusação) para efeitos de
afastar a aplicação do disposto no artº 310º, nº 1, do CPP, e, contrariamente, tornar recorrível a decisão
instrutória de pronúncia.

A actual norma não é contudo despicienda, deixa sempre a possibilidade de recurso, sempre que sejam
arguidas nulidades e as mesmas sejam indeferidas pelo juiz de instrução, mas apenas quanto a estas, e o
recurso será autónomo. Obrigando nesse caso a arguir as nulidade autonomamente e em caso de
improcedência da requerida arguição já permite a actual lei, após revisão, que se recorra então do
despacho, mas só do despacho, que indeferir a arguição da nulidade cominada no artº 309º, é isto que
está plasmado no nº 3º do artº 310º.

Essa permissão de recurso é obviamente limitada à invocação de nulidade da decisão instrutória, na


parte em que pronunciar o arguido por factos que constituam alteração substancial dos descritos na
acusação do MP ou do assistente ou no RAI e nada mais. A solução é perfeitamente compreensível face
à existência na prática de uma dupla conforme, já que, essa irrecorribilidade do despacho de pronúncia
apenas se cinge quando o juiz de instrução se decidiu pela pronúncia do arguido pelos factos constantes
da acusação. Tratando-se de decisão de não pronúncia já não está excluída a possibilidade de
sindicância dessa decisão. Os despachos que não pronunciarem o arguido ou que o pronunciarem por
factos de que não foi acusado pelo MP, ou seja, aqueles descritos pelo assistente no RAI, seguese a
regra geral da admissibilidade do recurso.

Detenção em flagrante delito:


1) FLAGRANTE DELITO EM SENTIDO STRITO “cometendo” – nº.1 primeira parte - remissão para o
243º. (só se pode lavrar auto de notícia nestes casos) e 22º.CP – o agente é encontrado a
executar o crime
2) QUASE FLAGRANTE DELITO – “que se acabou de cometer” – nº.1 segunda parte – o agente é
encontrado no local do crime no momento em que o acabou de cometer
3) FLAGRANTE DELITO PRESUMIDO – nº2 – o agente é perseguido logo após a infração ou é
encontrado com objetos ou sinais de que acabou de praticar o crime. Ou seja, ele aqui é
encontrado já fora do local do crime e acompanhado de objetos ou sinais do crime.

- Quanto tempo depois do crime ainda há atualidade e como se pode apreender os sinais e os objetos? É
duvidoso se pode ser por conhecimento indireto, se assim o OPC pode denunciar.

Até porque, segundo o que diz o AC DO TRIBUNAL DA RELAÇÃO DO PORTO de 30 de Outubro de 1991:
“Noção de flagrante delito, quase flagrante delito e presunção legal de flagrante delito: Estas noções
estão fortemente marcadas por requisitos de atualidade e evidência, quer da prática do crime quer da
própria detenção.”

 Temos de ver ainda se é possível legitimar esta detenção através de objetos ou sinais de que acabou
de praticar o crime.

A este propósito - AC TR Évora de 10/12/2009:

- 2 assaltantes de casas foram avistados por um homem que fez deles queixa à polícia e estes deteram
os homens. Sendo que os arguidos vinham a pé do local onde procederam à subtracção de bens,
transportando-os com eles, ainda não tinham feito mais nada senão afastarem-se da casa assaltada, é
evidente que estamos perante a situação de presunção de flagrante delito, descrita no art.º 256.º, n.º 2
do CPP. Para existir presunção de flagrante delito não é pois necessário que os agentes da
autoridade presenciem o crime, bastando que procedam à detenção do agente numa
situação que, de forma imediata, evidencie a sua relação com o caso. Neste caso eles tinham
sacos e equipamentos de informática com eles e mostraram sinais de nervosismo quando foram
abordados o que fez surgir fundadas suspeitas que eles praticaram o crime. Eles foram levados para a
esquadra onde ligaram os computadores para verem se eram deles e viram que os ficheiros que lá se
encontravam não eram de facto deles.

- AC do Tribunal da Relação de Évora de 10/12/2009: “A essência do flagrante delito está na


actualidade do crime e não na sua visibilidade, existindo flagrante delito quando o agente é conduzido
às instalações da Polícia para revista e busca à viatura em que seguia, mesmo que o estupefaciente só
seja encontrado no decurso dessa busca;”

Segundo estes ACÓRDÃOS o interesse protegido não parece ser a percepção do crime pelos agentes
de autoridade, mas sim se se estaria perto o local de crime e seria ainda algo muito atual, o que no
nosso caso parece ser.

Medidas de coação
Prisão preventiva:
- Não podem haver juízos de prisões antecipatorias, mesmo que o arguido tenha confessado e hajam
todos os meios de prova que indiciam que ele de facto cometeu o crime em questão, ou seja, não se
pode manter alguém em prisão preventiva só porque o arguido irá demorar muito tempo a ir a
julamento.

- E não pode também haver prisões condenatórias – com o objetivo de prender os arguidos para os
neutralizar, ou seja, se não houver um mínimo de indícios estabilizados para aplicar a prisão preventiva,
ela não pode ser aplicada apenas poque é mais confortavel investigar o arguido em prisão preventiva.
- Sendo isto contrário à presunção de inocencia e de um amplo direito de defesa do arguido, sendo
substancialmente afetados.

Esquema de resolução:
1. Princípios: legalidade e tipicidade.

2. Constituição como arguido (é requisito procedimental, tem de ser um caso do 56º. e 57º.) – e há logo
a aplicação de uma medida de coação automática do 196º. – TIR pode ser prestado pelo OPC, não
precisa de ser um juíz de instrução. Se ele não foi constituído como arguido, pode haver motivo, falta de
provas etc etc, ele só precisa de ser constituído arguido na altura da aplicação de uma medida de
coação.

3. Requesitos gerais – 204º.

4. Requisitos especiais – 202º.

5. Subsidariedade,propocionalidade, adequação e necessidade: 191º. e 192º.

- necessidade: ir ao 204º. ver se há alguma exigencia cautelar deste artigo.

- adequação: a medida que vai ser aplicada é idónea para garantir esse tal fim cautelar: deixar de
continuar a actividade criminosa ou perturbe gravemente a ordem e a tranquilidade públicas. Em
termos de eficácia num ponto de vista ex ante.

- proporcionalidade strito sensu: ponderação entre as exigencias cautelares e a gravidade da medida de


coação aplicada, o seu impacto restritivo. Quando + intensa for a exigencia cautelar (ex: temos fuga
anterior, temos uma pessoa a dizer que não concorda com a sua aplicação criminal, que rejeita a
punição e que deixa claro que fará tudo para não acatar) + grave a medida de coação.

- proibição do excesso: ponderação entre a gravidade objetiva do crime e a gravidade da medida de


coação (aqui abstrai-se das exigencias cautelares): ver se é ou não proporcional. Se estarmos a falar de
furtos de chocolates de supermercado, por mais que haja um perigo de fuga ou de atividade criminosa,
isto é incompatível com o juízo de propocionalidade. Será que a gravidade do crime justifica? Às vezes
pode haver um furto qualificado, mas ser um crime real e objetivmente não grave para a admissão de
aplicação de uma medida de coação, então ela não passa por este crivo.

 Como pode o arguido reagir?


- Não é bem meio de reação mas - Art.141º. – Art.141º./4 – atualmente, obrigação deste numero e a
obrigação do Art.194º./6.

- Revisibilidade e meios de impugnação: 212º. - as medidas devem ser revogadas logo que cessem os
pressupostos/ requisitos legais e sempre que se alterem as circunstancias (indiciárias ou cautelares). É
pedido perante o juíz que proferiu o despacho. Art.213º. – o juíz é obrigado a ouvir o arguido só quando
algum dos pressupostos de prisão preventiva se encontra já não preenchido ou modificado.

- Como é fundamentado, ele tem direito de recurso, portanto do despacho que aplique, substitua ou
mantenha a medida há sempre recurso – Art.219º.

- 3.Habeas corpus contra prisão ilegal – 222º. + 31º.CRP: Isto não é para fins de avaliação da
necessidade, proporcionalidade ou adequação, mas sim, quando há uma violação frontal de critérios
legais objetivos (tipos de crime; prazos; locais de detenção; alvos de detenção; entidade incompetente).
Contagem de prazos: Prazos de prisão preventiva contam-se de uma forma fungível, sendo os prazos
contínuos (mesmo quando haja levantamento da medida de coação e aplicação de uma nova. Os prazos
interrompem-se e depois continuam a contar, não recomeçam. Isto acontece mesmo se houver
arquivamento do processo e depois reabertura, ou seja, não podemos permitir que o arquivamento seja
uma forma de fraude à lei dos prazos máximos, seja para que efeitos) podendo ser prorrogados com a
excecional complexidade, sendo declarado por despacho judicial fundamentado, não havendo
taxatividade dos motivos. Não costuma ser invocado nos casos de medidas de coação.

Crimes de agravamento pelo resultado:


Art.195º. – que é a “determinação da moldura penal do facto” – esta não é a abstrata, é a calculada
conforme cada crime isoladamente, sendo valoradas todas as circunstancias agravantes especiais bem
como as atenuações especiais. O crime que justifica a medida de coação é o crime mais grave. Se
houverem 2 iguais então aplica-se penal II (regras de subsidariedade, etc etc). Não pode ser um crime
a aguentar a medida de coação que eu quero aplicar, isso é uma inversão metodológica.

- Quando há agravamento pelo resultado – regente: apenas se tem em conta o tipo base. Para
efeitos de aplicação da prisão preventiva – eu tenho de ver o crime doloso base (porque só esse é que é
doloso), quando nós dizemos isto estamos a excluir o resultado “morte” não vai ser considerado para
efeitos de prisão preventiva. Assim, como o 202º. Diz que é doloso, então o agravamento pelo resultado
já não se aplica, não consideramos, porque ele é sempre negligente.

- Há doutrina que sustenta que estes indícios precisam de ser cada vez mais fortes conforme a fase do
processo. Este não é o entendimento da Prof. Regente que é da opinião de que a exigência é sempre a
mesma, o que varia é a consistencia e a quantidade da prova e a sujeição da prova ou não ao
contraditório. Ou seja, na fase do inquérito o que se exige é que até aquele momento tem de existir
fortes indícios na prova recolhida, no nosso caso da existência de criminalidade altamente organizada.

Nos indícios suficientes - 283º. - é o mesmo juízo, mas agora com a prova toda recolhida na fase de
inquérito, sendo o juízo defeinitivo e final da prova recolhida na fase de inquérito. Na fase de instrução e
de julgamento a única diferença é que a prova aqui é sujeita a contraditório, sendo feito o juízo à luz da
prova contraditada. Mas não há uma diferença de grau de exigencia ao longo do processo penal, é mais
uma exigência de fase processual e qualidade de prova inerente à fase processual.

- ACÓRDÃO TC Nº.13/2004 E ACÓRDÃO TEDH: O alargamento dos prazos de prisão preventiva nos
termos do nº.3 deve ter lugar antes de o prazo dos numeros 1 e 2 ter expirado, porque é
inconstitucional a interpretação dos artigos 215º. Nº.1 a 3 e 217º. segundo a qual a prolação de
despacho que declara a excecional complexidade depois de ter decorrido o prazo máximo de duração da
prisão preventiva prevista nos nº.1 e 2 do mesmo não implica a extinção da prisão.

Ou seja, se o prazo chegar ao fim tem de haver uma imediata cessação da prisão preventiva e libertação
do arguido.

- ACORDAO STJ 11/10/2005: O prazo máximo de prisão preventiva conta-se na fase do inquérito a partir
da data da prolação da acusação e não da data da notificação da acusação.
Proibições de prova
Helena Mourão e Regente TESE DA EXPURGAÇÃO DA MÁCULA – a unica forma da infor ser
utilizada é se os próprios OPC e autoridades limparem a mácula – reocnhecerem a nulidade
daqueles elementos, ent, por caminhos lícitos ou demostrar que aquelas provas iriam ser
inevitavelmente demonstradas por meios lícitos, então podem utilizar essas infos e meios de
prova no julgamento.

Duas outras exceções:

- descoberta inevitável (iriam descobrir de qlr das formas aquela prova. Descoberta seria
inevitável) e expurgação da mácula.

Estas duas não são consideradas válidas.

- caminhos alternativos de investigação: só esta é que é considerada valida pela doutrina. Aqui,
de facto já está a acontecer a investigação para a procura do cadáver, já há intenção e ação
para procurar/recolher aquela prova em questão.

- independent souce exception: ex. o arguido sob tortura diz onde está o cadáver. Mas, no dia
em que a polícia foi, onde estava o cadáver, era impossível q aquelas pessoas n reparassem no
cadáver inevitavelmente. Tem de se demostrar este grau de certeza e do grau de
probabilidade.

- limpeza da mácula: as autoridades judiciárias – “tudo isto é nulo” e de forma lícito. Ex: o
arguido confessa em circunstancias sem presença do advogado, mas entetanto anulam a
confissao e depois o arguido confessar voluntariamente em fase do julgamento

AC TC 198/04 – regente n concorda: Escutas ilegais e declaradas nulas e consideradas prova


proibida. Arguido confrontado com elas na fase de inquérito e de julgamento.

Na segunda fase ainda não foram declaradas nulas, mas o juíz de instrução já tinha decidido,
decisões essas que não fazem caso julgado formal. O juíz de julgamento, tendo mais
informações e elementos tem de poder decidir que há provas que não podem ser valoradas, ele
n pode ficar vinculado às decisões do juíz de instrução. Neste caso o juíz de instrução
considerou as provas válidas, o de julgamento, por causa disso disse que o outro já pronunciou
ent ele não se vai pronunciar. O arguido, confrontado com elas confessou, só porque ele achava
que elas eram válidas. Mais tarde, elas foram declaradas proibidas, mas o TC considerou que a
confissão do arguido foi voluntária na fase de julgamento. A macula tem de ser expurgada
antes da obtenção lícita da prova, o que não aconteceu neste caso.

- mácula expurgada pelas próprias autoridades judiciárias ou OPC’s, seguindo, efetivamente o


caminho lícito alternativo para alcançar validamente a prova que estava afetada pela mácula.
OBJETO

RAI – 287º. Acusação Subordinada – 284º.


Alteração substancial de factos Não alteração substancial de factos (ex:
alteração da qualificação jurídica) – então ele
não é admitido.

Prazo de 20 dias (+20 dias quaisquer) Prazo de 10 dias

Não existe oportunidade de aperfeiçoamento


– Ac uniformização de jurisprudência do STJ

RAI:

- Constituição como assistente – Art.68º./1 a) – pode ser feita no mesmo momento,


fazendo um requerimento com 2 pedidos: RAI e assistente.

- LEGITIMIDADE – 68º./1 a) – ela é ofendida porque é a titular do interesse que a lei quis
proteger.

- PRAZO – 68º./3 b)

- CONSTITUIÇÃO COMO MANDATÁRIO – 70º./1 é preciso ter advogado

- PAGAMENTO DE CUSTAR – 519º./1 CPP e Art.8º. Codigo de regulamento das custas


processuais

ESQUEMA DA ALTERAÇÃO SUBSTANCIAL DE FACTOS:


1) A alteração em causa tem de ser um facto.
2) Que esse facto seja novo. (se não é apenas uma alteração da qualificação jurídica).
3) Depois vamos à alteração substancial de factos: Art.1º. f) tem 2 critérios: são
alternativos
– qualitativo: não nos meter-mos nisto. Isto é crime diverso que não é necessariamente tipo de
crime diverso.
– quantitavivo: aumento máximo da moldura penal.
4) Estes factos novos que me vieram a dizer que era crime diverso faz crime novo que
consgue tramitar sozinho? O criterio é o do ne bis in idem: se viola ou não pegar
naqueles factos novos e dar origem a um processo novo:
- Se os mesmos factos ou parte deles estarem em dois processos diferente então haveria a
violação do ne bis in idem, portanto teríamos de juntar os dois processos, não sendo os factos
autonomiváveis. Assim, temos de perguntar ao assistente e ao arguido se eles concordam que o
processo prossiga com os factos novos descobertos. Se não concordarem o processo continua
como se eles nnca tivessem sido descobertos.
- Se os factos forem autonomizáveis, então tramitam num novo processo.

Artigos: 358º. e 359º. Se isto for violado, a sentença é nula – 379º.

RAI e Intervenção Hierárquica:


Eles podem ser alternativos e até simultaneos.

- Pode requerer RAI primeiro – sem stresse.

- Se requerer Intervenção Hierárquica primeiro – como ele tinha mais prazo, se usou no seu
prazo de 40 dias, então a jurisprudência entende que ele pode quer fazer RAI, é como se
estivesse a optar.

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Jusrisprudência:

- Acórdão TR Coimbra 10/02/2010:

A determinação de aplicação do segredo de justiça pelo Ministério Público, nos termos do art.
86.º, n.º 3 do CPP deverá ocorrer dentro dos prazos de duração máxima do inquérito,
assinalados no art.276.º do Código de Processo Penal em virtude do Art.89º./6.

ACORDÃO TRE 24 JUNHO 2014: voltava público ou não? O TC disse que volta público.

Se o prazo max. passou antes do arquivamento do inquérito: só aqui é que se justifica a


necessidade de adiamento do acesso aos autos – o MP só pode usar o 89º./6 só quando o prazo
tiver ido ao ar.

Se o prazo máx. não passou antes do arquivamento do inquérito: se mantem o segredo de


justiça.

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