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- Princípio da vinculação temática – o processo deve manter-se estável desde aa cusação ao trânsito em
julgado, tratando-se de uma condição essencial de defesa do arguido.
A acusação:
Crimes públicos: não depende de queixa, apesar desta poder existir. O MP tem sempre
legitimidade para acusar (Art.48º.)
Crime semi-público: depende de queixa. O MP acusa - Art.49º.
Crime particular: depende de queixa. A acusação dominante é a do assistente e é uma
condição de prosseguibilidade – Art.50º. O MP depois, também pode acusar, mas
subodinadamente, isto é, pelos mesmos factos da acusação do assistente, por parte
deles ou por outros que não importem uma alteração substancial daqueles
Competência
1. Identificar os tipos incriminadores: Localização sistemática; moldura penal.
2. Ver a competência do tribunal para cada tipo incriminador de cada vez. A regra é: um crime, um
processo. Exceção: (que sai muitas vezes nos casos) é que há uma tramitação conjunta por
alguma causa de conexão.
3. Requisitos da conexão – 24º. e 25º sem os impedimentos do 24º./2 e 26º.: pluralidade de
processos; pluralidade de tribunais competentes; (o que acontece se este requisito não estiver
preenchido? Isto significa que isto não impede a conexão (isto apenas significa que à partida
quem é competente um tribunal singular) – não é requisito essencial. Ver requisitos materiais
da conexão: a economia processual e a tutela de garantias do arguido.
4. Agora que tenho conexão: somar a moldura penal dos dois crimes – ex: 5+1=6. Isto é um
problema, porque o tribunal singular é até 5 anos e, por aplicação do 14º./2 b), o tribunal
competente passa a ser o coletivo. Temos de ver se podemos julgar sumariamente – 381º./2.
Caso em que um processo corria em segredo de justiça , depois foi arquivado e o MP quer voltar
a abri-lo e que ele se mantenha em segredo se justiça. Pode?
Resposta: Não, não pode renascer em segredo.
O arguido pode ter acesso aos autos sob segredo interno para se pronunciar sobre uma medida
de coação?
Sim, o segredo interno pode abranger elementos necessários para o arguido se pronunciar sobre a
medida de coação, não se podendo fazer uma aplicação cega do segredo interno. Na fase de inquérito,
se o segredo de justiça está presente, o princípio do contraditório está ausente, pois, não tendo acesso
aos autos, o arguido não sabe dos factos e das provas que constam do processo e por isso não os pode
contraditar, o que, se admissível, seria contra o Estado de direito democrático. Este conflito entre o
direito de defesa do arguido e os interesses da investigação tem de ser dirimido tendo em conta os
princípios da proporcionalidade e adequação, especialmente nos casos em que o arguido se encontra
privado da liberdade. É opinião maioritária na doutrina e na jurisprudência que, neste caso, o arguido
deve ter conhecimento dos factos que lhe são imputados e dos meios de prova que indiciam essa
imputação, acautelando em simultâneo a investigação e a integridade física ou psíquica e a liberdade
dos outros participantes processuais e das vítimas do crime.
- Prazo de 72h do juíz para validar ou infirmar o segredo de justiça: prazo meramente indicativo e
assim sendo, por maioria de razão se entende também que o processo fica sujeito a segredo de justiça
desde o requerimento do MP até à decisão do JIC, pois se assim não fosse perderse-ia o efeito prático
da decisão a ser proferida por este.
O PROF.FREDERICO COSTA PINTO: tem opinião contrária, dizendo que se o Juíz não se pronunciar neste
prazo então há ausência de validação e consequentemente inexistência de segredo.
REGIME ATUAL
- Inquérito dentro do prazo:
Se o segredo for imposto pela vontade dos sujeitos, o MP não pode levantar o segredo, têm de ser os
próprios sujeitos. Há aqui uma presunção maior, por causa do direito à inocencia e ao bom nome. O JIC
tem de fazer o quê? Um juízo de concordancia prática quanto ao segredo externo – saber se os
interesses da investigação e os interesses dos sujeitos processuais, atendendo ao tipo de crime e prova,
pensando que o publico vai ter acesso ao procedimento naquela fase, ouvindo os argumentos do MP e
dos sujeitos que são apresentados, decide se se justifica a prevalencia do direito à informação e
liberdade de imprensa e da publicidade do processo ou se prevalencem os interesses da investigação e
dos sujeitos processuais.
Segredo interno:
- Se houver segredo externo, os sujeitos têm acesso ao processo, salvo situações excecionais (escutas,
investigações encobertas), há segredo interno, ou seja, os sujeitos têm acesso a tudo o que está nos
autos.
- Se houver segredo externo, também pode ser imposto segredo interno e o JIC faz juízo de
concordancia prática quando houver um conflito de interesses entre o MP e os sujeitos processuais no
sentido de ver o que é mais importante: a preservação da prova e dos intervenientes processuais (ex.
proteção de testemunhas, especialmente quando são menores ou vulneráveis) ou o direito de defesa do
arguido.
- termina o segredo – 89º./6. Mesmo que o juíz tenha validado, a partir do momento em que terminam
os prazos, o juízo de concordancia prática não se mantem, pq o MP tem dto a investigar em segredo,
mas ele tem de ter um período temporal, nao se pode exigir que ninguem fale do assunto durante
tempo indeterminado ou excessivo.
- A publicidade não inclui dados sujeitos a segredo bancário/fiscal, ou privacidade de terceiros, mesmo
que sejam prova – decisão do Tribunal Constitucional 428/2008.
ACÓRDÃO TC 121/97:
ACÓRDÃO TC 589/2006:
Assim, segundo o entendimento do Tribunal, se o juiz de instrução não concorda com a suspensão
provisória do processo, verifica-se a preterição de um dos pressupostos de aplicação do instituto – a
concordância do juiz – que tem como consequência a impossibilidade de o Ministério Público proceder à
suspensão, apenas lhe restando a possibilidade de deduzir acusação contra o arguido.
- Se a decisão do Ministério Público acerca da suspensão provisória do processo, tomada na fase final
do inquérito, se pauta por:
- uma ideia de oportunidade (caso em que o Ministério Público terá a liberdade de optar por suspender
o processo se os requisitos estiverem preenchidos).
Ou
- pelo princípio da legalidade - caso em que o Ministério Público terá o dever de suspender o processo,
uma vez reunidos no caso concreto todos os pressupostos da suspensão provisória do processo
enunciados na Lei, sendo assim, um poder-dever. Aqui, o dever legal de acusar cessa por emergir um
dever legal de suspender provisoriamente o processo. O Ministério Público só pode acusar se não poder
suspender, existindo um clara hierarquia entre os institutos. É ESTA TESE
- Segundo o Ac. do Tribunal da Relação de Évora de 10/12/2013: concordância do ofendido não constitui
um pressuposto necessário à decisão da suspensão provisória do processo, se esse ofendido não se tiver
constituído assistente, ainda que o Ministério Público, a título de injunção, tenha optado por fixar uma
indemnização em benefício desse mesmo ofendido. Igualmente, a não constituição do ofendido como
assistente à data da suspensão provisória do processo não obsta à determinação dessa mesma
suspensão.
A actual norma não é contudo despicienda, deixa sempre a possibilidade de recurso, sempre que sejam
arguidas nulidades e as mesmas sejam indeferidas pelo juiz de instrução, mas apenas quanto a estas, e o
recurso será autónomo. Obrigando nesse caso a arguir as nulidade autonomamente e em caso de
improcedência da requerida arguição já permite a actual lei, após revisão, que se recorra então do
despacho, mas só do despacho, que indeferir a arguição da nulidade cominada no artº 309º, é isto que
está plasmado no nº 3º do artº 310º.
- Quanto tempo depois do crime ainda há atualidade e como se pode apreender os sinais e os objetos? É
duvidoso se pode ser por conhecimento indireto, se assim o OPC pode denunciar.
Até porque, segundo o que diz o AC DO TRIBUNAL DA RELAÇÃO DO PORTO de 30 de Outubro de 1991:
“Noção de flagrante delito, quase flagrante delito e presunção legal de flagrante delito: Estas noções
estão fortemente marcadas por requisitos de atualidade e evidência, quer da prática do crime quer da
própria detenção.”
Temos de ver ainda se é possível legitimar esta detenção através de objetos ou sinais de que acabou
de praticar o crime.
- 2 assaltantes de casas foram avistados por um homem que fez deles queixa à polícia e estes deteram
os homens. Sendo que os arguidos vinham a pé do local onde procederam à subtracção de bens,
transportando-os com eles, ainda não tinham feito mais nada senão afastarem-se da casa assaltada, é
evidente que estamos perante a situação de presunção de flagrante delito, descrita no art.º 256.º, n.º 2
do CPP. Para existir presunção de flagrante delito não é pois necessário que os agentes da
autoridade presenciem o crime, bastando que procedam à detenção do agente numa
situação que, de forma imediata, evidencie a sua relação com o caso. Neste caso eles tinham
sacos e equipamentos de informática com eles e mostraram sinais de nervosismo quando foram
abordados o que fez surgir fundadas suspeitas que eles praticaram o crime. Eles foram levados para a
esquadra onde ligaram os computadores para verem se eram deles e viram que os ficheiros que lá se
encontravam não eram de facto deles.
Segundo estes ACÓRDÃOS o interesse protegido não parece ser a percepção do crime pelos agentes
de autoridade, mas sim se se estaria perto o local de crime e seria ainda algo muito atual, o que no
nosso caso parece ser.
Medidas de coação
Prisão preventiva:
- Não podem haver juízos de prisões antecipatorias, mesmo que o arguido tenha confessado e hajam
todos os meios de prova que indiciam que ele de facto cometeu o crime em questão, ou seja, não se
pode manter alguém em prisão preventiva só porque o arguido irá demorar muito tempo a ir a
julamento.
- E não pode também haver prisões condenatórias – com o objetivo de prender os arguidos para os
neutralizar, ou seja, se não houver um mínimo de indícios estabilizados para aplicar a prisão preventiva,
ela não pode ser aplicada apenas poque é mais confortavel investigar o arguido em prisão preventiva.
- Sendo isto contrário à presunção de inocencia e de um amplo direito de defesa do arguido, sendo
substancialmente afetados.
Esquema de resolução:
1. Princípios: legalidade e tipicidade.
2. Constituição como arguido (é requisito procedimental, tem de ser um caso do 56º. e 57º.) – e há logo
a aplicação de uma medida de coação automática do 196º. – TIR pode ser prestado pelo OPC, não
precisa de ser um juíz de instrução. Se ele não foi constituído como arguido, pode haver motivo, falta de
provas etc etc, ele só precisa de ser constituído arguido na altura da aplicação de uma medida de
coação.
- adequação: a medida que vai ser aplicada é idónea para garantir esse tal fim cautelar: deixar de
continuar a actividade criminosa ou perturbe gravemente a ordem e a tranquilidade públicas. Em
termos de eficácia num ponto de vista ex ante.
- Revisibilidade e meios de impugnação: 212º. - as medidas devem ser revogadas logo que cessem os
pressupostos/ requisitos legais e sempre que se alterem as circunstancias (indiciárias ou cautelares). É
pedido perante o juíz que proferiu o despacho. Art.213º. – o juíz é obrigado a ouvir o arguido só quando
algum dos pressupostos de prisão preventiva se encontra já não preenchido ou modificado.
- Como é fundamentado, ele tem direito de recurso, portanto do despacho que aplique, substitua ou
mantenha a medida há sempre recurso – Art.219º.
- 3.Habeas corpus contra prisão ilegal – 222º. + 31º.CRP: Isto não é para fins de avaliação da
necessidade, proporcionalidade ou adequação, mas sim, quando há uma violação frontal de critérios
legais objetivos (tipos de crime; prazos; locais de detenção; alvos de detenção; entidade incompetente).
Contagem de prazos: Prazos de prisão preventiva contam-se de uma forma fungível, sendo os prazos
contínuos (mesmo quando haja levantamento da medida de coação e aplicação de uma nova. Os prazos
interrompem-se e depois continuam a contar, não recomeçam. Isto acontece mesmo se houver
arquivamento do processo e depois reabertura, ou seja, não podemos permitir que o arquivamento seja
uma forma de fraude à lei dos prazos máximos, seja para que efeitos) podendo ser prorrogados com a
excecional complexidade, sendo declarado por despacho judicial fundamentado, não havendo
taxatividade dos motivos. Não costuma ser invocado nos casos de medidas de coação.
- Quando há agravamento pelo resultado – regente: apenas se tem em conta o tipo base. Para
efeitos de aplicação da prisão preventiva – eu tenho de ver o crime doloso base (porque só esse é que é
doloso), quando nós dizemos isto estamos a excluir o resultado “morte” não vai ser considerado para
efeitos de prisão preventiva. Assim, como o 202º. Diz que é doloso, então o agravamento pelo resultado
já não se aplica, não consideramos, porque ele é sempre negligente.
- Há doutrina que sustenta que estes indícios precisam de ser cada vez mais fortes conforme a fase do
processo. Este não é o entendimento da Prof. Regente que é da opinião de que a exigência é sempre a
mesma, o que varia é a consistencia e a quantidade da prova e a sujeição da prova ou não ao
contraditório. Ou seja, na fase do inquérito o que se exige é que até aquele momento tem de existir
fortes indícios na prova recolhida, no nosso caso da existência de criminalidade altamente organizada.
Nos indícios suficientes - 283º. - é o mesmo juízo, mas agora com a prova toda recolhida na fase de
inquérito, sendo o juízo defeinitivo e final da prova recolhida na fase de inquérito. Na fase de instrução e
de julgamento a única diferença é que a prova aqui é sujeita a contraditório, sendo feito o juízo à luz da
prova contraditada. Mas não há uma diferença de grau de exigencia ao longo do processo penal, é mais
uma exigência de fase processual e qualidade de prova inerente à fase processual.
- ACÓRDÃO TC Nº.13/2004 E ACÓRDÃO TEDH: O alargamento dos prazos de prisão preventiva nos
termos do nº.3 deve ter lugar antes de o prazo dos numeros 1 e 2 ter expirado, porque é
inconstitucional a interpretação dos artigos 215º. Nº.1 a 3 e 217º. segundo a qual a prolação de
despacho que declara a excecional complexidade depois de ter decorrido o prazo máximo de duração da
prisão preventiva prevista nos nº.1 e 2 do mesmo não implica a extinção da prisão.
Ou seja, se o prazo chegar ao fim tem de haver uma imediata cessação da prisão preventiva e libertação
do arguido.
- ACORDAO STJ 11/10/2005: O prazo máximo de prisão preventiva conta-se na fase do inquérito a partir
da data da prolação da acusação e não da data da notificação da acusação.
Proibições de prova
Helena Mourão e Regente TESE DA EXPURGAÇÃO DA MÁCULA – a unica forma da infor ser
utilizada é se os próprios OPC e autoridades limparem a mácula – reocnhecerem a nulidade
daqueles elementos, ent, por caminhos lícitos ou demostrar que aquelas provas iriam ser
inevitavelmente demonstradas por meios lícitos, então podem utilizar essas infos e meios de
prova no julgamento.
- descoberta inevitável (iriam descobrir de qlr das formas aquela prova. Descoberta seria
inevitável) e expurgação da mácula.
- caminhos alternativos de investigação: só esta é que é considerada valida pela doutrina. Aqui,
de facto já está a acontecer a investigação para a procura do cadáver, já há intenção e ação
para procurar/recolher aquela prova em questão.
- independent souce exception: ex. o arguido sob tortura diz onde está o cadáver. Mas, no dia
em que a polícia foi, onde estava o cadáver, era impossível q aquelas pessoas n reparassem no
cadáver inevitavelmente. Tem de se demostrar este grau de certeza e do grau de
probabilidade.
- limpeza da mácula: as autoridades judiciárias – “tudo isto é nulo” e de forma lícito. Ex: o
arguido confessa em circunstancias sem presença do advogado, mas entetanto anulam a
confissao e depois o arguido confessar voluntariamente em fase do julgamento
Na segunda fase ainda não foram declaradas nulas, mas o juíz de instrução já tinha decidido,
decisões essas que não fazem caso julgado formal. O juíz de julgamento, tendo mais
informações e elementos tem de poder decidir que há provas que não podem ser valoradas, ele
n pode ficar vinculado às decisões do juíz de instrução. Neste caso o juíz de instrução
considerou as provas válidas, o de julgamento, por causa disso disse que o outro já pronunciou
ent ele não se vai pronunciar. O arguido, confrontado com elas confessou, só porque ele achava
que elas eram válidas. Mais tarde, elas foram declaradas proibidas, mas o TC considerou que a
confissão do arguido foi voluntária na fase de julgamento. A macula tem de ser expurgada
antes da obtenção lícita da prova, o que não aconteceu neste caso.
RAI:
- LEGITIMIDADE – 68º./1 a) – ela é ofendida porque é a titular do interesse que a lei quis
proteger.
- PRAZO – 68º./3 b)
- Se requerer Intervenção Hierárquica primeiro – como ele tinha mais prazo, se usou no seu
prazo de 40 dias, então a jurisprudência entende que ele pode quer fazer RAI, é como se
estivesse a optar.
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Jusrisprudência:
A determinação de aplicação do segredo de justiça pelo Ministério Público, nos termos do art.
86.º, n.º 3 do CPP deverá ocorrer dentro dos prazos de duração máxima do inquérito,
assinalados no art.276.º do Código de Processo Penal em virtude do Art.89º./6.
ACORDÃO TRE 24 JUNHO 2014: voltava público ou não? O TC disse que volta público.