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Rio de Janeiro
Março de 2015
VIBRAÇÕES EM TABULEIRO DE PONTE
SOB AÇÃO DINÂMICA DE VENTO TURBULENTO
Examinada por:
_________________________________________
Profª. Michèle Schubert Pfeil, D.Sc.
_________________________________________
Prof. Ronaldo Carvalho Battista, Ph.D.
_________________________________________
Prof. Gilberto Bruno Ellwanger, D.Sc.
ii
Curi, Arthur Peixoto
Vibrações em tabuleiro de ponte sob ação dinâmica de
vento turbulento / Arthur Peixoto Curi. – Rio de Janeiro:
UFRJ/ Escola Politécnica, 2015.
XII, 62 p.: il.; 29,7 cm.
Orientadora: Michèle Schubert Pfeil
Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/
Curso de Engenharia Civil, 2015.
Referências Bibliográficas: p. 61-62.
1. Dinâmica estrutural 2. Ação de vento 3. Pontes
Estaiadas
I. Pfeil, Michèle Schubert. II. Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de
Engenharia Civil. III. Título.
iii
AGRADECIMENTOS
À professora Michèle Pfeil, por sua orientação atenciosa em muitas etapas da minha
graduação, desde a Iniciação Científica até a conclusão deste projeto, pela sua paciência
e gentileza, pelos inúmeros ensinamentos, idéias e enorme incentivo.
Aos meus colegas do curso de Engenharia Civil, pela amizade e ajuda nesses anos de
muito estudo e trabalho. Agradecimentos especiais à amiga Bruna e ao coloc André, que
foram as melhores companhias que eu poderia ter nesses últimos semestres.
Ao professor Ronaldo Battista, pela confiança em dividir seus projetos, pela motivação
no estudo da dinâmica estrutural e pelos ensinamentos diários.
iv
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte
dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.
Março/2015
Pontes com grandes vãos, pontes estaiadas e pontes suspensas podem sofrer uma
série de efeitos dinâmicos decorrentes da ação de vento, particularmente na
superestrutura. Este trabalho é dedicado ao estudo das vibrações induzidas pela
turbulência do vento, caracterizadas principalmente por oscilações no modo vertical de
vibração do tabuleiro. Embora as amplitudes das vibrações devidas à turbulência não
costumem levar a ponte a um estado crítico de estabilidade, elas podem ocasionar sérios
danos à estrutura, desconforto humano e fadiga precoce dos elementos. Tendo como
objetivo a análise aerodinâmica de uma estrutura existente, o trabalho introduz
conceitos básicos de dinâmica estrutural, apresenta a formulação das forças de vento
turbulento e métodos de estimativa das amplitudes da resposta dinâmica, em
comparação com as prescrições da NBR 6123 e do Eurocódigo EN-1991-1-4.
v
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of
the requirements for the degree of Engineer.
March/2015
vi
SUMÁRIO
vii
CAPÍTULO 5 - ESTUDO DE CASO – PONTE ESTAIADA DO SABER ............. 40
5.3. Análise estática (de acordo com o item 4 da NBR 6123:1988) ........................................... 43
viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 4.1 – Oscilações que levaram ao colapso da ponte de Tacoma Narrows (EUA, 28
1940) registradas em filme.
Figura 4. 2 – Sistema de coordenadas para a formulação das forças de vento sobre o 29
tabuleiro.
Figura 4. 3 – Sistema de três graus de liberdade da seção transversal do tabuleiro. 30
ix
Figura 5.3 – Desenho de fôrmas dos blocos de fundação da torre e dos blocos de 41
retaguarda (onde são ancorados os 06 retro-estais).
Figura 5.4 – Desenho de fôrmas da seção transversal típica do tabuleiro em viga celular. 42
x
LISTA DE TABELAS
xi
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
Figura 1.1 − Resposta estrutural típica sob ação de vento turbulento (a):
quase estática (b), dinâmica (c), adaptado de [7].
2
1.2. Objetivo e Metodologia
3
CAPÍTULO 2
4
dependentes são elevadas apenas à primeira potência, não há produtos cruzados e o
problema pode ser considerado linear, no qual vale o princípio da superposição dos
efeitos. Caso contrário, havendo potências maiores que 1 (ou frações de potência), o
sistema é não linear.
(2.1.a)
Associada à massa existe uma força inercial que, pelo princípio d'Alembert ou
pela 2ª lei de Newton, é produto de pela aceleração.
5
(2.1.b)
(2.1.c)
(2.2)
(2.5)
(2.6)
6
onde (2.7)
(2.8)
(2.9)
(2.10)
7
A solução da equação característica para tem a forma:
(2.11)
onde (2.12)
(2.13)
(2.14)
e (2.15)
(2.16)
onde (2.17)
(2.18)
8
2.1.3. Determinação do amortecimento
Todo sistema físico possui amortecimento, que pode ser definido como sua
propriedade em dissipar energia ao longo do tempo. No entanto, as características de
amortecimento de uma estrutura real são muito complexas e difíceis de determinar.
Entre dois picos mostrados na Figura 2.5, pode-se ajustar uma curva
exponencial, expressa por:
(2.19)
(2.20)
Até agora, a força externa foi descrita genericamente como uma função variável
no tempo . A Figura 2.6 ilustra alguns exemplos típicos de forças dinâmicas
atuantes sobre as estruturas, normalmente classificadas em dois tipos principais:
periódicas ou não periódicas.
9
Figura 2.6 − Ações dinâmicas típicas sobre estruturas [9].
Periódicas: (a) Harmônica; (b) Complexa. Não periódicas: (c) Impulsiva; (d) Longa duração.
Todas estas ações mostradas na Figura 2.6 podem ser descritas em expressões
determinísticas, uma vez que seu valor é conhecido para cada instante de tempo . Em
muitos casos, podem ser escritas na forma de séries de Fourier. As funções que
descrevem estas ações, substituídas na equação de movimento (equação 2.2), dão
origem a diferentes soluções do deslocamento . No entanto, podem atuar também
ações de comportamento estocástico (ou aleatório), como o vento, cuja magnitude não
pode ser determinada para cada instante de tempo , mas descrita apenas em termos
estatísticos, como será apresentado no capítulo 3 deste trabalho.
(2.21)
é a frequência de excitação.
10
A solução da equação de movimento obtida da substituição de (2.21) em (2.2) é:
(2.22)
(2.23)
onde
(2.24.a)
(2.24.b)
(2.25)
(2.26)
onde (2.27)
(2.28)
(2.29)
12
Para o sistema de 1 G.L, foi definida apenas uma frequência natural para
descrever as oscilações segundo uma única coordenada . Já o sistema de G.L estará
associado a frequências naturais e a configurações, chamadas de modos de
vibração, referentes a cada grau de liberdade.
(2.30)
(2.31)
(2.32)
(2.33)
(2.34)
13
2.2.1. Propriedade de ortogonalidade e equações desacopladas
(2.36)
(2.37)
(2.38)
(2.39)
(2.40)
Para o sistema com G.L, o vetor de deslocamentos pode ser escrito como
produto da matriz de autovetores normalizados pelo vetor de amplitudes modais :
(2.41)
onde
14
Substituindo (2.41) em (2.30) e multiplicando toda a expressão por , tem-se
que:
(2.42)
(2.43)
é a massa modal;
é a rigidez modal;
é a força modal.
15
CAPÍTULO 3
A seguir são introduzidos alguns conceitos úteis à descrição dos ventos atuantes
sobre as estruturas. A literatura sobre o assunto é extensa e, no Brasil, devem-se
destacar as publicações do Engº Joaquim Blessmann, professor da UFRGS, cujos
estudos contribuíram à elaboração da NBR 6123 - Forças devidas ao vento em
edificações. Este capítulo foi escrito a partir das referências [4], [5] e [6], baseadas
também nos trabalhos anteriores de outros autores − entre eles, Theodore von Kárman,
Alan G. Davenport, Barry J. Vickery, Robert H. Scanlan e R. I. Harris.
16
fenômenos de macroescala, caracterizados por movimentos circulatórios de ar em torno
de centros de baixa pressão.
Figura 3.1 − Ordem de grandeza das dimensões espaciais e temporais de diferentes movimentos
de ar na atmosfera, adaptado [12].
São fenômenos bem estudados e servem de base para muitas normas que tratam
de forças devidas ao vento em estruturas, incluindo a norma brasileira NBR 6123. Neste
trabalho, serão considerados sempre os ventos originados de ciclones extratropicais:
com altas velocidades e estabilidade neutra.
17
3.2. Perfil vertical da velocidade média
Lei logarítmica:
(3.1)
Lei potencial:
(3.2)
18
3.3. Turbulência do vento
Figura 3.2 − Sinal registrado de velocidade de vento turbulento (a), separado em parcela média
(b) e flutuante (c), adaptado de [12]
19
3.3.1. Descrição matemática
A velocidade do vento costuma ser escrita com base num sistema cartesiano, em
três componentes. A componente na direção média do escoamento (direção longitudinal
) é decomposta em duas parcelas: uma de valor médio , função apenas da altura e
aproximadamente constante ao longo do tempo por dezenas de minutos, e outra
flutuante . Nas outras duas direções (lateral, no plano horizontal) e (vertical,
positiva para cima), atuam as componentes flutuantes e .
Já por ergódico, entende-se que basta uma única amostra para descrever o
fenômeno, pois os parâmetros estatísticos se repetem em qualquer amostra. Estas
duas propriedades ajudam a simplificar os trabalhos de aquisição e
processamento dos sinais de flutuação.
20
3.3.2. Parâmetros estatísticos de um processo aleatório
Média: (3.4.a)
Variância: (3.4.c)
a. Intensidade de turbulência
A intensidade de turbulência serve de medida adimensional da energia cinética
das flutuações da velocidade e é definida pelo quociente entre o desvio padrão das
flutuações e uma velocidade de referência − podendo ser a velocidade média no ponto
em que se determinou o desvio padrão.
21
b. Função de autocorrelação (correlação temporal)
(3.6)
(3.7)
d. Espectros de potência
(3.8)
22
Se a função de autocorrelação é real, par e não negativa, a função de
densidade espectral é também uma função real e fornece as mesmas informações
no domínio da frequência. A inversão de Fourier também é válida e dada por:
(3.9)
Destaca-se que o espectro de Harris é o adotado pela NBR 6123 e que o espectro
ESDU (Engineering Sciences Data Unit, 1974) é utilizado pela norma europeia EN
1991-1-4. Estes espectros teóricos são comparados na Figura 3.3.
Harris ,
Davenport ,
von
Kármán
Kaimal
ESDU
23
Figura 3.3 − Espectros teóricos de potência (na direção longitudinal do vento), Tabela 3.2.
Tabela 3.3 − Espectros teóricos de potência e , nas outras duas direções de flutuação [4].
von
Kármán
Kaimal
ESDU
24
A relação entre os desvios padrão e entre as variâncias das três componentes
pode ser tomada como [4]:
Figura 3.4 − Espectros teóricos de potência , e , por von Kármán (ver Tabelas 3.2 e 3.3)
Figura 3.5 − Espectros teóricos de potência , e , por Kaimal (ver Tabelas 3.2 e 3.3).
25
Figura 3.6 − Espectros teóricos de potência , e , pelo ESDU (ver Tabelas 3.2 e 3.3).
(3.10)
(3.11)
26
CAPÍTULO 4
27
Figura 4.1 – Oscilações que levaram ao colapso da ponte de Tacoma Narrows (EUA, 1940)
registradas em filme.
28
Figura 4.2 – Sistema de coordenadas para a formulação das forças de vento sobre o tabuleiro.
Assim, as forças podem ser escritas [18] em termos das componentes na direção
do vento em (força de arrasto ) e na direção perpendicular ao vento (força de
sustentação ), além do momento no plano ( ):
(4.1.a)
(4.1.b)
(4.1.c)
onde
29
Desse modo, o problema pode ser descrito como o sistema de três graus de
liberdade apresentado na Figura 4.3: deslocamento lateral ( ), deslocamento vertical ( )
e rotação ( ).
(4.4)
(4.3)
onde
31
(4.4)
(4.5.a)
(4.5.b)
(4.5.c)
(4.6)
ou apenas (4.7)
com e
(4.8)
32
4.3. Solução modal no domínio da frequência
(4.9)
(4.10)
com
(4.11)
onde
(4.12)
33
onde , , e são funções de densidade espectral cruzadas das
componentes flutuantes de vento e em dois nós e do tabuleiro. Os espectros
cruzados e podem ser desprezados, enquanto os espectros e
são dados por:
(4.13.a)
(4.13.b)
onde
, com (4.14.a)
, com (4.14.b)
(4.15)
(4.16)
34
Finalmente, o deslocamento máximo pode ser estimado pela expressão:
(4.17)
Figura 4.5 – Relação entre as soluções nos domínios do tempo e da frequência: processo
probabilístico de Davenport [5].
35
O procedimento indicado pelo item 9, no entanto, é de formulação restrita à
estruturas verticais engastadas na base, como edifícios altos e flexíveis, torres de
armazenamento, postes e chaminés, não sendo aplicável ao objeto deste trabalho. Além
disso, de acordo com [7], o procedimento 9 resulta em estimativas de deslocamentos
aquém dos valores máximos obtidos com as soluções nos domínios do tempo e da
frequência.
Admitindo que a estrutura terá uma resposta quase estática à ação do vento, o
item 4 da NBR 6123 indica os passos para determinação da força de arrasto . A
velocidade média é calculada para um certo intervalo de tempo que depende das
dimensões da estrutura e, portanto, das rajadas a serem consideradas.
(4.17)
36
(4.19)
(4.20)
A norma europeia apresenta, além da formulação das forças de vento para uma
análise estática, dois procedimentos de estimativa direta da resposta dinâmica. Estas
estimativas, porém, são limitadas à resposta no sentido longitudinal do vento, ou seja,
para a parcela flutuante . O deslocamento flutuante é calculado com base no
resultado de deslocamento sob ação da componente de velocidade média dado por:
(4.21)
é o fator de pico;
37
a. Procedimento 1 (Anexo B do Eurocódigo EN 1991-1-4)
(4.22)
Já fator ressonante:
(4.23)
, e
38
O fator de resposta não ressonante (background):
(4.24)
(4.25)
com (4.26)
, e .
Forma modal
uniforme
linear
parabólica
senoidal
39
CAPÍTULO 5
A Ponte estaiada do Saber está situada sobre o canal do Cunha, na cidade do Rio
de Janeiro, e serve de saída da Cidade Universitária da UFRJ (Ilha do Fundão) à via
expressa João Goulart (Linha Vermelha). A Figura 5.1 ilustra a estrutura estaiada, cujo
comportamento sob ação do vento turbulento será estudado neste capítulo.
Figura 5.1 – Ponte estaiada do Saber sobre o canal do Cunha, vista da Linha Vermelha.
A ponte possui uma única torre, com os estais em arranjo assimétrico e vão
principal de 179,40 m de comprimento. O projeto estrutural executivo foi realizado pelo
escritório VGarambone Projetos e Consultoria e a construção pela Queiroz Galvão. Já
as análises de interação veículo-estrutura e da ação dinâmica do vento foram realizadas
pela Controllato − Projetos, Monitoração e Controle de Estruturas. Variados aspectos
desta estrutura, tanto no que se refere à construção quanto ao projeto, são apresentados
em trabalhos anteriores, referências [14] e [19].
40
são ancorados no trecho estaiado e dispostos num único plano entre as duas pistas de
rolamento. Os outros 06, retro-estais, são arranjados em dois planos externos ao
tabuleiro.
Figura 5.2 – Numeração dos 21 estais (15 no tabuleiro estaiado e 06 retro-estais) [13].
Figura 5.3 – Desenho de fôrmas dos blocos de fundação da torre e dos blocos de retaguarda
(onde são ancorados os 06 retro-estais) [13].
A torre possui altura 94m com seção celular variável e enrijecida por nervuras
horizontais. Os 21 estais são compostos por cordoalhas de 15.7mm e aço CP177-RB
(tensão de escoamento de 1736MPa, módulo de elasticidade de 195GPa).
41
A superestrutura é constituída de uma única viga de seção caixão com almas
inclinadas, constante em toda a sua extensão, como representada na Figura 5.4. A laje
superior possui 22 cm de espessura e, no centro, uma viga de enrijecimento recebe a
ancoragem dos estais.
Figura 5.4 – Desenho de fôrmas da seção transversal típica do tabuleiro em viga celular [13].
Figura 5.5 – Perspectiva do modelo em elementos finitos da ponte, realizada no SAP2000 [3].
42
Os estais são discretizados em número de elementos suficiente para permitir sua
deformação elástica sob ação de peso próprio e força de protensão inicial. O modelo
possui ainda: links para representação das ancoragens dos estais no tabuleiro
(permitindo a rotação em torno do eixo paralelo ao eixo da ponte); massas rotacionais
distribuídas ao longo da superestrutura, massas uniformemente distribuídas devidas ao
pavimento asfáltico e às barreiras (ver Tabela 5.1), massas discretas aplicadas nas
seções de ancoragem dos estais na superestrutura (que representam os enrijecedores) e
consideração dos efeitos de 2ª ordem.
43
Figura 5.6 – Vista aérea da localização da ponte [15].
A força aplicada no modelo não será calculada com a expressão (4.20), que
apenas considera o sentido do arrasto, mas a partir das parcelas médias da expressão
(4.1):
(5.1.a)
(5.1.b)
(5.1.c)
44
de recorrência menor, de por exemplo 2 anos. O fator estatístico pode então ser
calculado segundo a expressão (Anexo B da NBR 6123):
(5.2)
No capítulo 2, foi visto que quando a estrutura for caracterizada por frequências
fundamentais baixas (e com baixas taxas de amortecimento), ela está mais sensível à
uma reposta dinâmica. Assim, são apresentados os modos de vibração e as frequências
naturais associadas à estrutura sob ação de cargas permanentes e forças de protensão
nos estais em duas situações: para a ponte acabada, em pleno serviço, e para a ponte em
fase avançada de construção, com um grande vão em balanço.
Tabela 5.2 – Frequências e modos de vibração da superestrutura da ponte estaiada acabada, sob
ação das cargas permanentes e forças de protensão dos estais.
Período Frequência
Modos Modos de Vibração do Tabuleiro
(s) (Hz)
1 1,90 0,526 1º modo de flexão vertical
2 1,83 0,546 1º modo de flexão lateral
3 1,67 0,600 1º modo de torção com flexão lateral
4 1,03 0,968 2º de flexão vertical do tabuleiro
5 0,99 1,012 1º de flexão lateral com torção do tabuleiro
45
(i) 1º modo ( ) (ii) 2º modo ( )
(v) 5º modo ( )
Figura 5.7 – Cinco primeiros modos de vibração da estrutura em serviço: (i) 1º modo de flexão
vertical do tabuleiro + 1º modo de flexão longitudinal da torre; (ii) 1º modo de flexão lateral
do tabuleiro + flexão lateral da torre (iii) 1º modo de flexão lateral da torre + 1º modo de torção
com flexão lateral do tabuleiro; (iv) 2º de flexão vertical do tabuleiro + flexão longitudinal da
torre; (v) 1º de flexão lateral com torção do tabuleiro + flexão lateral da torre.
46
b. Para a ponte em fase avançada de construção
Figura 5.8 – Cinco primeiros modos de vibração da estrutura em fase construtiva avançada: (i)
1º modo de flexão lateral do tabuleiro + flexão lateral da torre; (ii) 1º modo de flexão vertical do
tabuleiro + 1º modo de flexão longitudinal da torre.
47
(iii) 3º modo ( ) (iv) 4º modo ( )
(v) 5º modo ( )
Figura 5.8 (cont.) – Cinco primeiros modos de vibração da estrutura em fase construtiva
avançada: (iii) 2º de flexão vertical do tabuleiro + flexão longitudinal da torre; (iv) 1º modo de
flexão lateral da torre + 1º modo de torção com flexão lateral do tabuleiro (v) 2º de flexão lateral
com torção do tabuleiro + flexão lateral da torre.
48
As componentes flutuantes da velocidade de vento são funções aleatórias no
tempo, geradas a partir dos espectros teóricos de potência de Harris [4] (para a
componente ) e de Busch e Panofsky [18] (para a componente ). A geração de tais
históricos considera a correlação espacial dos turbilhões ao longo do comprimento do
tabuleiro (dada pelo co-espectro normalizado, equação 4.14) e foi apropriada das
referências [10] e [17].
As forças de vento foram calculadas com as equações (4.5), de Simiu & Scanlan
(1996), reescritas a seguir:
(4.5.a)
(4.5.b)
(4.5.c)
49
Tabela 5.4 – Coeficientes aerodinâmicos , e em função do ângulo de ataque
considerados nos cálculos das forças de vento.
Para cada uma dessas duas condições, espera-se que a componente flutuante da
velocidade seja preponderante na amplificação dos deslocamentos do modo de flexão
vertical e, de maneira semelhante, a componente flutuante para o modo de flexão
lateral. Visto que as respostas em termos de deslocamentos segundo a solução no
domínio da frequência são obtidas para cada modo separadamente, é interessante que se
avalie a influência de cada componente do vento nas contribuições modais para otimizar
a análise aerodinâmica, considerando um número adequado de modos de vibração que
seja representativo da resposta dinâmica total. Será considerado, em todas as análises,
taxa de amortecimento constante igual a 2%.
50
Considera-se o tabuleiro discretizado em nós. Para dois nós e do tabuleiro,
tem-se a função de densidade espectral da amplitude de resposta do modo dada por:
(5.6)
(5.7)
onde e .
Finalmente, o deslocamento do nó no modo é dado por:
(5.8)
51
análise estática , mas os parâmetros , e para o cálculo de não
consideram o intervalo de tempo estimado por (4.18), mas o tempo de 600 s:
(5.9)
Tabela 5.5 – Deslocamentos máximos dos históricos sob componentes flutuantes, em serviço.
Deslocamento Deslocamento
MODO lateral (cm) vertical (cm)
52
Figura 5.10 – Histórico de deslocamentos laterais (em cm) do tabuleiro da ponte em serviço sob
ação do vento turbulento.
Figura 5.11 – Histórico de deslocamentos verticais (em cm) do tabuleiro da ponte em serviço
sob ação do vento turbulento.
Deslocamento Deslocamento
MODO lateral (cm) vertical (cm)
53
Figura 5.12 – Histórico de deslocamentos laterais (em cm) do tabuleiro da ponte em fase
construtiva avançada sob ação do vento turbulento.
Figura 5.13 – Histórico de deslocamentos verticais (em cm) do tabuleiro da ponte em fase
construtiva avançada sob ação do vento turbulento.
(5.10.a)
54
(5.10.b)
(5.11)
Deslocamento Deslocamento
MODO lateral (cm) vertical (cm)
Embora os valores de pico da Tabela 5.7 sejam uma estimativa mais apropriada
(e geralmente mais conservadora) para projeto, não são muito distantes dos máximos
retirados diretamente dos históricos de deslocamentos apresentados nas Tabelas 5.5 e
5.6.
55
espectral da amplitude de resposta, todos em escala logarítmica, referentes à
determinação dos deslocamentos verticais do tabuleiro da ponte em serviço, para o
primeiro modo de vibração. As amplitudes resultantes e os deslocamentos máximos
(determinados pela equação 5.8) até o 5º modo são apresentados na Tabela 5.8.
56
Tabela 5.8 – Deslocamentos máximos sob componentes flutuantes (solução em frequência).
Os deslocamentos possuem uma diferença de até ~30% com relação aos obtidos
no domínio do tempo. Tal como no subitem anterior, os deslocamentos nos dois
primeiros modos apresentaram as maiores amplitudes.
Deslocamento Deslocamento
lateral (cm) vertical (cm)
solução em solução em
solução no tempo solução no tempo
frequência frequência
57
Nota-se que todos os resultados apresentados na Tabela 5.9 superaram os
deslocamentos obtidos da aplicação das cargas estáticas calculadas segundo o item 4
da NBR 6123, confirmando que a estrutura responde dinamicamente à ação de vento
turbulento.
a. Procedimento 1
b. Procedimento 2
Fatores de resposta não ressonante e ressonante: e
Fator de pico:
Intensidade de turbulência:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
59
é dominante em razão do valor da derivada do coeficiente de sustentação com
relação ao ângulo de ataque ser bem maior do que os outros coeficientes;
Os valores obtidos das duas soluções (nos domínios do tempo e da frequência)
apresentaram correlação aceitável, com erros de até ~30%, que podem ser
atribuídos às incertezas na metodologia adotada na geração dos históricos de
velocidade de vento. Neste trabalho, foi utilizada a geração segundo Buchholdt
et al., apresentada na referência [10]. A fim de melhorar a comparação entre os
resultados, pode-se futuramente adotar o procedimento descrito na referência
[7], que obteve boa correlação para um exemplo de chaminé sob ação de vento;
A solução no domínio da frequência permite estimar diretamente a amplitude
modal de pico de resposta em termos de deslocamentos com a solução de um
duplo somatório, o que faz esta análise ser mais rápida do que a realizada no
domínio do tempo. No entanto, a determinação das respostas em termos de
esforços necessita de outros procedimentos que não foram abordados neste
trabalho;
A solução no domínio do tempo, apesar de consistir num procedimento mais
trabalhoso, pode fornecer também valores de acelerações, velocidades, reações
de apoio, esforços seccionais e tensões, além dos resultados em termos de
deslocamentos apresentados;
A construção do modelo numérico computacional completo da estrutura foi
fundamental em ambas as soluções, tanto na integração das funções de força
para solução no tempo quanto na determinação das propriedades modais da
estrutura para a solução em frequência.
60
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[5] BLESSMANN, J.; 2005, Introdução ao estudo das ações dinâmicas do vento, 2ª
edição, editora da UFRGS, Porto Alegre.
[7] CARDOSO JÚNIOR, S.D.; 2011, Edificações flexíveis sob ação dinâmica de vento
turbulento, dissertação de Mestrado, COPPE/UFRJ.
[9] CLOUGH, R.W.; PENZIEN, J.; 1975, Dynamics of Structures, McGraw-Hill, EUA.
[10] CONCEIÇÃO, R.S.; 2013, Torres de linha de transmissão (LTEE) sob ação de
ventos originados de ciclones extratropicais e de downbursts, dissertação de Mestrado,
COPPE/UFRJ.
[12] DYRBYE, C.; HANSEN, S.O.; 1997, Wind Loads on Structures, John Wiley &
Sons, EUA.
61
[13] GARAMBONE, V.; 2011, Desenhos do projeto estrutural executivo da Ponte do
Saber, Rio de Janeiro.
[14] GOMES, R.R.S; 2013, Aspecto técnicos e construtivos do projeto de uma ponte
estaiada, dissertação de Mestrado, PPE/UFRJ.
[18] SIMIU, E; SCANLAN, R.; 1996, Wind Effects on Structures, 3ª edição, John
Wiley & Sons, EUA.
62