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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância -TETE

Trabalho do Campo–1º

Relevância de Laboratório de Biologia para o Processo de Ensino Aprendizagem

Estudante: Janota Santana Luís

Código: 708191159

Curso: Licenciatura em Ensino de Biologia

Disciplina: Bioestatística

Ano de Frequência: 4ºano

Docente: Sérgio Jibissone

Tete-Maio-2022

1
Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização (Indicação
2.0
clara do problema)

Introdução  Descrição dos objectivos 1.0

 Metodologia adequada ao
2.0
objecto do trabalho
 Articulação e domínio do
Conteúdo discurso académico (expressão
3.0
escrita cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica nacional e
internacional relevante na área 2.0
de estudo
 Exploração dos dados 2.5
Conclusão  Contributos teóricos práticos 2.0
 Paginação, tipo e tamanho de
Aspectos
Formatação letra, paragrafo, espaçamento 1.0
gerais
entre linhas
Normas APA 6ª
 Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 2.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

ii
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice
Introdução.................................................................................................................................... 4

Objectivos: .................................................................................................................................. 5

Metodologia ................................................................................................................................ 5

Discussões ................................................................................................................................... 6

Laboratório de biologia para o processo de ensino aprendizagem.............................................. 6

Tipos de pesquisa ........................................................................................................................ 7

Ensinar exige pesquisa ................................................................................................................ 8

Pesquisa na escola e suas possibilidades ................................................................................... 10

A harmonia necessária para o processo de ensino aprendizagem ............................................. 11

Entrevista com professores de Biologia .................................................................................... 12

Conselhos úteis param a elaboração do projecto ...................................................................... 13

Preparação ................................................................................................................................. 13

A redacção ................................................................................................................................. 14

O estresse................................................................................................................................... 14

Os bloqueios .............................................................................................................................. 14

Conclusão .................................................................................................................................. 15

Bibliografia................................................................................................................................ 16

iv
Introdução
A ciência, pura ou básica, como ele denomina, seja teórica ou experimental (a ciência aplicada
também pode ser teórica ou experimental), se propõe unicamente a enriquecer o conhecimento
humano, geralmente de interesse do pesquisador (por motivos cognoscitivos). Para a ciência
aplicada (tecnologia), a ciência pura ou básica é um meio e não um fim . Define ainda ciência
aplicada como “o conjunto das aplicações da ciência básica” (Bunge, 1980, p.28) estabelecendo
a sua indissociabilidade.

Moçambique é um país que desde a sua independência vem apostando na educação e mais
propriamente na formação de professores e outros quadros superiores como factores-chave para
o desenvolvimento, numa nova linha de abordagem socioeconómica e política que tem o distrito
como polo de desenvolvimento. O desenvolvimento do país, assente nos distritos remete-nos
indubitavelmente a necessidade de formação e alocação de mais quadros qualificados que dentre
os quais salientam-se os professores.

A pesquisa em sala de aula pode se tornar uma grande aliada ao processo de ensino e
aprendizagem no Ensino Fundamental. Esta deve ser uma postura do professor, pois, segundo
Freire (2001): “não existe pesquisa sem ensino e nem ensino sem pesquisa”. Desde o início da
escolarização, deve-se focalizar na importância da pesquisa para a construção do conhecimento
do aluno com uma formação crítica, criativa e inovadora. Além dessas afirmações, o artigo
apresenta definições, métodos e tipos de “pesquisa” de acordo com a visão de alguns autores,
ressalta também que, antes de tudo, o próprio professor deve ser um pesquisador em sua prática
diária. Partindo da observação de como são desenvolvidas actualmente as pesquisas escolares,
propõe-se uma reflexão e reorganização destas actividades, através da implementação do
projecto.

Ademais, com este modelo de formação, a aprendizagem, a gestão do tempo e espaço tornam-se
mais flexíveis e racionais, permitindo uma maior interactividade, criando possibilidades de se
ensinar e aprender ao mesmo tempo embora em espaços diferentes.

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Objectivos:
 Colocar a prática social como ponto de partida e de chegada da educação científica
tomando o contexto para determinação dos conteúdos;
 Compreender e avaliar a dimensão da importância da Ciência, do Conhecimento, da
Educação;
 Criar condições para formação do espírito científico para além do senso comum das
pessoas;
 Ter a capacidade de avaliar de forma crítica os conhecimentos em função das
necessidades sociais.

Metodologia
O método positivista enfatiza a ciência e o método científico como única fonte de conhecimento,
estabelecendo forte distinção entre fatos e valores. Analisa as questões sociais da mesma forma
que acontecem os fenómenos naturais. À ciência, através da tecnocracia, cabe a tarefa de analisar
e resolver todos os problemas sociais. No método estruturalista o que importa é o estudo das
relações entre os elementos. É a busca das estruturas invisíveis construídas pelo pesquisador.
Parte da investigação de um fenómeno concreto atinge o nível abstracto, através da constituição
de um modelo que represente o objecto de estudo retornando ao concreto, dessa vez como uma
realidade estruturada e relacionada com a experiência do sujeito social.

Consiste no estudo das relações sociais e a posição que estas influenciam os indivíduos e os
grupos. Os métodos quantitativos preocupam-se tanto na modalidade de colecta de informações
quanto no tratamento delas por meio de técnicas e estatísticas, já os métodos qualitativos não
levam em conta a quantidade de informações para investigar fatos, fenómenos ou grupos;
preocupam-se sim, com aspectos psicológicos que indicam o funcionamento das estruturas
sociais.

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Discussões
As discussões representam um avanço na construção de um diálogo em sala de aula. O professor
tem condições de conduzir discussões que oportunizem aos educandos a participação
intelectualmente das actividades de investigação. Quando os conceitos são apresentados por
meio de uma discussão, tornam-se mais agradáveis e interessantes, pois, desafiam a imaginação
dos estudantes. Há possibilidades de utilização de discussões de diversas maneiras, tais como
discussões estruturadas e seminários.

Vários livros didácticos apresentam orientações e sugestões para o professor, caso ele não se
sinta seguro para iniciar uma discussão. Em todos os casos o professor precisa estar atento para
não interferir de forma negativa, isto é, fazer intervenções atrapalhando a exposição das idéias
dos estudantes. Através da modalidade didáctica de discussão é possível utilizar aprendizagem
colaborativa e cooperativa. Para Torres e Irala (2007), estas modalidades têm o potencial de
promover uma aprendizagem mais activa por meio do estímulo ao pensamento crítico; ao
desenvolvimento de capacidades de interacção, negociação de informações e resolução de
problemas e ao desenvolvimento da capacidade de auto-regulação do processo de ensino
aprendizagem. Essas formas de ensinar e aprender tornam os alunos mais responsáveis por sua
aprendizagem, levando-os a assimilar conceitos econstruir conhecimentos de uma maneira mais
autônoma. Nota-se que essas modalidades trazem intrinsecamente concepções sobre o que é o
ensino, aprendizagem e qual a natureza do conhecimento.

Laboratório de biologia para o processo de ensino aprendizagem


A palavra “pesquisa” tem origem no latim com o verbo “perquirir”, que significava procurar;
buscar com cuidado; procurar em toda parte; informar-se; inquirir; perguntar; indagar bem;
aprofundar na busca (BAGNO, 2007). Conforme o autor, a pesquisa faz parte do nosso dia-a-dia.
Fazemos pesquisa a todo instante quando comparamos preços, marcas, ou antes de tomar
qualquer decisão. Ela está presente também no desenvolvimento da ciência, no avanço
tecnológico, no progresso intelectual de um indivíduo. “A pesquisa é, simplesmente, o
fundamento de toda e qualquer ciência” (2007, p. 18). Sem pesquisa, grandes invenções e
descobertas não teriam acontecido.

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Para Richardson (1999), pesquisa é um processo de construção do conhecimento que tem por
objectivo gerar novos conhecimentos ou refutá-los, constituindo-se num processo de
aprendizagem tanto do indivíduo que a realiza, quanto da sociedade, na qual esta se desenvolve.
Pádua define-a deste modo: Tomada num sentido amplo, pesquisa é toda actividade voltada para
a solução de problemas; como actividade de busca, indagação, investigação, inquirição da
realidade, é a actividade que vai nos permitir, no âmbito da ciência, elaborar um conhecimento,
ou um conjunto de conhecimentos, que nos auxilie na compreensão desta realidade e nos oriente
em nossas acções (1996, p. 29). Segundo a autora, o conhecimento é elaborado historicamente
pelo acúmulo de pesquisas realizadas.

É através do conhecimento que se pode compreender e fazer as transformações na realidade,


porém isso vai depender da base teórica dos pesquisadores, ou seja, seu modo de ver o homem
em suas relações com a natureza e com os outros homens. Havendo diferentes visões de mundo,
de homem e de análise da realidade, também aparecem diferentes concepções de ciência e
métodos, ou seja, caminhos diferentes pelos quais se chega a determinados resultados, por
exemplo: dialéctico, positivista, estruturalista, qualitativos, quantitativos e outros. Podemos
definir sinteticamente os métodos da seguinte forma: o método dialéctico materialista proposto
por Marx e Engels, parte da premissa de que no universo nada está isolado, tudo é movimento e
mudança, tudo depende de tudo.

Pádua assinala que, para analisar o processo de construção do conhecimento e da história por
esse método, deve-se levar em conta as relações entre o económico, o jurídico-político e o
ideológico.

A síntese, demonstrada por meio de uma argumentação capaz de definir e distinguir claramente
os conceitos envolvidos na discussão conduz a novas buscas, que leva a novas sínteses,

Tipos de pesquisa
Os tipos de pesquisa mais utilizados são: pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo (pesquisa-
acção, pesquisa participante, pesquisa etnográfica) e pesquisa de laboratório. Pesquisa
bibliográfica: consiste na leitura e fechamento do material bibliográfico seleccionado, que servirá
de subsídio para a redacção da fundamentação teórica do estudo. Também conhecida como

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referencial teórico, revisão da literatura, revisão bibliográfica. Quando o pesquisador decide que
sua pesquisa será do tipo bibliográfica, esta deve ter uma abrangência significativa. Todo e
qualquer tipo de pesquisa, em qualquer área do conhecimento, supõe e exige a pesquisa
bibliográfica. Pesquisa de campo: é o tipo de estudo que é feito na própria realidade, ambiente ou
situação onde os fatos ocorrem naturalmente. Existem algumas modalidades de pesquisa de
campo:

 Pesquisa-acção: propõe-se a uma acção deliberada visando uma mudança no mundo real,
seja de atitudes, de práticas, de situações, de condições, de produtos, de discursos,
comprometida com um campo restrito; É um processo de controle sistemático da própria
acção do pesquisador, estudo que envolve alguma forma de intervenção, exprimindo um
sistema de valores, uma filosofia de vida, individual ou colectiva;
 Pesquisa participante: propõe um intenso envolvimento do grupo pesquisado nas diversas
fases da pesquisa, inclusive na definição do objecto de estudo, uma restituição sistemática
dos conhecimentos da pesquisa aos pesquisadores e a um processo colectivo da avaliação
dos resultados para transformá-los em acções concretas;
 Pesquisa etnográfica: o que a caracteriza fundamentalmente, é um contacto directo e
prolongado do pesquisador com a situação e as pessoas ou grupo seleccionados. Um
requisito básico é a obtenção de grande quantidade de dados descritivos, utilizando
principalmente a observação. O pesquisador vai acumulando descrições de locais,
pessoas, interacções, fatos, formas de linguagem e outras expressões que lhe permitem ir
estruturando o quadro configurativo da realidade estudada, em função do qual ele faz
suas análises e interpretações.

Pesquisa de laboratório: ocorre em situações controladas, valendo-se de instrumental específico


e preciso, local ou ambiente adequado, previamente estabelecido, de acordo com o estudo a ser
realizado.

Ensinar exige pesquisa


Paulo Freire afirma que “não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino” (2001, p. 32). Para
ele, o educador deve respeitar os saberes dos educandos adquiridos em sua história, estimulando-
os a sua superação através do exercício da curiosidade que os instiga à imaginação, observação,
questionamentos, elaboração de hipóteses e chega a uma explicação epistemológica. O autor

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destaca que é necessário reflectir criticamente sobre a prática educativa para evitar a reprodução
alienada, criando possibilidades para o aluno produzir ou construir conhecimentos: “... Ensinar
não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua própria produção ao a sua
construção” (2001, p. 52).

O professor deve estimular o ato de pesquisar para que o aluno passe a ser sujeito e não apenas
objecto da nossa história. Para o educador inglês Lawrence Stenhouse, todo professor deveria
actuar como um investigador para ser capaz de criar o próprio currículo, baseado nas
necessidades reais de seus alunos. Acreditava que todo educador tinha de assumir seu lado
experimentador no quotidiano, pois quem mais precisa aprender é aquele que ensina. Ao
transformar a sala de aula em laboratório, é possível garantir a aprendizagem dos alunos das
classes sociais menos favorecidas com maior autonomia e assim fazê-los alcançar um nível
intelectual mais elevado.

Para Demo (2007), o professor deve ser um pesquisador que constrói e reconstrói seu projecto
pedagógico. Ele deve produzir ou reconstruir textos científicos, elaborar ou reelaborar o material
didáctico, inovando sempre sua prática didáctica em sala de aula. Martins (2007, p. 85) aponta
para a importância do papel do professor, quando afirma que o mesmo: “...deverá conduzir o
projecto e procurar, em sua construção, resultados que possam superar a metodologia das
superficialidades, isto é, os conceitos do senso comum, aprofundando mais o lado científico da
investigação”.

Para tanto, o próprio professor deve ser, antes de tudo um investigador, fazendo um diagnóstico
para conhecer o que os alunos já sabem, respeitando o contexto e situação cultural que estão
inseridos, adequando assim os métodos ao trabalho a ser desenvolvido. Ao incentivar o trabalho
escolar com projectos de pesquisa, o autor faz a seguinte observação em relação ao educando:

A criança tem paixão inata pela descoberta e por isso convém não lhe dar a resposta ao que não
sabe, nem a solução pronta a seus problemas; é fundamental alimentar-lhe a curiosidade, motivá-
la a descobrir as saídas, orientá-la na investigação até conseguir o que deseja (2007, p. 78).

Muitas vezes a aula não se torna atractiva para o aluno e isso é, quase sempre, resultado da
metodologia inadequada utilizada pelo professor. Matar a curiosidade do aluno dando-lhe
respostas prontas e acabadas, antes mesmo de questionar o que o mesmo já sabe sobre o assunto

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abordado é um dos motivos que leva ao desinteresse por parte do educando e frustração ao
professor.

A utilização de métodos que levam o educando à investigação, também pode evitar muitos casos
de indisciplina em sala de aula, pois se a aula é atractiva, o mesmo sente-se motivado para a
aprendizagem. Menga Ludke defende que o próprio professor da Educação Básica deve ser um
constante pesquisador em seu trabalho diário. Também ressalta que há limitações tanto na
academia, onde se dá a formação profissional, bem como o tempo disponível para o
desenvolvimento de pesquisas é insuficiente, sendo que nas horas actividade ou permanência é o
momento em que o docente prepara suas aulas e corrige trabalhos de seus alunos.

Pesquisa na escola e suas possibilidades


Durante muito tempo o tema da pesquisa foi tratado como de exclusividade dos estudantes dos
cursos superiores, sendo que na Educação Básica, especificamente no Ensino Fundamental, onde
se inicia a escolarização, pouca ênfase ou orientações vêm sendo disponibilizadas aos educandos
quanto ao encaminhamento dos trabalhos de pesquisa escolar. Muitos são os factores
determinantes dessa visão, mas acredita-se que a formação precária e aligeirada dos professores
em suas graduações e a falta de trabalhar com o tema na formação continuada dos mesmos são
evidências da desqualificação da pesquisa no Ensino Fundamental.

A realidade, na maioria das vezes encontrada é a de que no momento em que o aluno se depara
com trabalhos de pesquisa escolar, se vê frente a uma situação conflituosa e, por falta de
orientação, sem saber como fazer e onde encontrar materiais sobre o tema solicitado,
simplesmente deixa de fazer ou apresenta cópias fiéis de partes de obras ou recorte e cola trechos
de textos da Internet, apenas para receber “nota”, sem consciência do crime do plágio cometido
e, muitas vezes nem lê o que entrega ao professor.

José Mendes Manzano e Nívia Gordo, afirmam que é preciso avaliar até que ponto as
actividades de pesquisa escolar, do modo como são encaminhadas e elaboradas actualmente nas
escolas do Ensino Fundamental, contribuem para o processo formativo dos educandos. Além
disso, na maioria das vezes, os pais se vêem incapazes de auxiliar os filhos na busca de fontes de
consulta ou até mesmo na organização da redacção final. Os autores também alertam para a

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forma em que os trabalhos são apresentados, onde a pesquisa quase sempre é uma cópia, sem
indicação de fontes e nem o emprego de aspas.

E, se falar de trabalho em equipa, piora ainda mais, pois geralmente um copia, outro digita, outro
faz a organização, ou simplesmente um faz e põe o nome dos outros e assim por diante.

Segundo os autores, a escola tem autonomia na elaboração do Projecto Político Pedagógico,


para definir o que é realmente importante no processo de ensino e aprendizagem, sendo assim
poderá traçar metas e definir regras para que a pesquisa desenvolvida em sala de aula se torne
mais uma aliada na tão discutida redução do fracasso escolar.

Fontes de aquisição de conhecimento. Segundo ele, o professor, além de transmitir conteúdos,


tem o papel de ensinar a aprender, orientando e criando possibilidades para que a criança chegue
às verdadeiras fontes do conhecimento através de um olhar crítico. Essa forma de desenvolver
pesquisa em sala de aula precisa ser repensada e discutida, já que nos cursos superiores ou
mesmo na formação continuada de professores o assunto não é levado em consideração.

A harmonia necessária para o processo de ensino aprendizagem


É consenso entre os autores Krasilchik (2005), Marandino e etal. (2005), Sacristán (2000),
Torres e etal. (2007) e Delizoicov (2000) que o conteúdo e a metodologia estão intimamente
relacionados, tanto para o ensino quanto para a aprendizagem. Desta forma, uma vez
determinado o conteúdo a ser trabalhado e seus objectivos, o próximo passo é responder a
pergunta: como fazer? Seleccionar a modalidade didáctica a ser utilizada é um bom começo.
Para esta selecção o professor precisa ter bem claro as características de sua turma, o tempo de
que dispõe e os recursos necessários e disponíveis. Ainda, lembrar que as aulas de Biologia
devem promover debates e discussões sobre o papel e as influências exercidas pelo
conhecimento científico na sociedade. Neste contexto, e de acordo com as necessidades e
exigências da prática docente, dependendo das condições da escola e do interesse de seus alunos,
o professor seleccionará a modalidade didáctica mais adequada para aquela situação/conteúdo.

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Entende-se que o processo ensino-aprendizagem é dinâmico e colectivo, exigindo por isso,
parcerias entre professor/aluno e aluno/aluno. Para estabelecer estas relações dialógicas, o
professor poderá optar por várias modalidades didácticas que permitem esse tipo de interacção.

Entrevista com professores de Biologia


A partir da análise sistemática das entrevistas, verificou-se que as respostas, da primeira questão,
em relação à concepção que os professores disseram ter sobre contextualização dos conteúdos,
segundo as respostas dos entrevistados, traduz certa necessidade de aprofundamento teórico.
Eles, de modo geral, atribuíram à contextualização grande importância no processo de ensino
aprendizagem, mesmo havendo pouca clareza do que é contextualizar um conteúdo. Krasilchik
(2005) destaca que a falta de integração intra disciplinar e multidisciplinar é fonte de grandes
dificuldades no aprendizado de Biologia.

Quando o conteúdo é apresentado de forma compartimentalizada, impede aoportunidade de dar


significado ao conjunto. Cabe ao professor mostrar as relações entre os vários conceitos
permitindo a retomada do assunto sempre que necessária.

A segunda questão referiu-se aos factores que dificultam ou impedem a aprendizagem, na


disciplina de Biologia. Os professores entrevistados referiram-se, principalmente, às condições
do ambiente, recursos didácticos, interesse dos alunos e número de alunos por turma. A
metodologia utilizada pelo professor, não apresenta relevância e afirmaram que a metodologia
não é o factor mais importante na determinação do sucesso ou do fracasso, do estudante, diante
de determinado conteúdo. Na fala dos professores entrevistados, atribuiu-se maior importância,
por exemplo, em a escola ter um laboratório do que em os docentes conhecerem o método mais
adequado de utilizar ou trabalhar, com os alunos, nesse laboratório.

Quanto ao número de alunos por turma, que na concepção dos entrevistados é um factor
relevante, nas oito turmas observadas, apenas uma tinha mais de 40 alunos. Há uma ideiaerrónea
de que todas as turmas, do Ensino Médio, estão superlotadas. Nos colégios pesquisados, as
turmas de Ensino Médio apresentavam um número de alunos variando, em média, de 25 a 40 por
turma. Verificou-se que há turmas que excedem a 40 alunos, da mesma forma, que há as que

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apresentam números inferiores a 20 alunos. Mesmo assim, este último dado não foi referenciado,
pelos entrevistados, como um factor que colabora ou facilita o ensino e a aprendizagem.

A terceira questão abordada na entrevista referiu-se ao tipo de metodologia que predomina na


prática docente. Constatou-se que a metodologia predominante é a tradicional com aulas
expositivas. Sendo aulas puramente expositivas, expositiva dialogada e expositiva demonstrativa.
Os professores admitiram que uma aula expositiva nem sempre é a metodologia mais adequada e
consideraram importante utilizar metodologias diferentes de acordo com os conteúdos
trabalhados. Eles, nesta questão, afirmaram que o tipo de metodologia pode facilitar ou dificultar
a aprendizagem. Notou-se uma contradição, pois, na abordagem da questão anterior, a
metodologia foi citada, apenas uma vez, como factor significativo e que interfere na
aprendizagem dos estudantes.

A quarta questão indagou os professores sobre as intervenções realizadas quando não há uma
aprendizagem satisfatória de determinado conteúdo, por parte dos alunos. As respostas
destacaram, com frequência, intervenções como retomada do conteúdo, porém, utilizando-se
para isto, de outro encaminhamento metodológico. Também foi mencionado o encaminhamento
de uma nova avaliação que, na maioria dos casos, caracteriza-se como um trabalho.
Eventualmente, é oferecido ao aluno a possibilidade de um atendimento individual, no contra
turno, quando o seu professor está realizando hora/actividade.

Conselhos úteis param a elaboração do projecto

Preparação
Começar por 2 – 3 artigos/obras que contenham um sobrevoo da disciplina ou tema. Não leia
bastante sobre o tema, deve-se parar quando a mesma informação surge, se possuir pouco tempo,
fixe-se somente em uma abordagem. Seja minimalista! Antes de se concentrar numa tarefa
específica, identifique os pontos mais importantes. Elimine de sua cabeça as ideias improdutivas
(fora do contexto específico do trabalho) se forem pertinentes, guarde-as para trabalhos futuros.

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A redacção
Definido o tema, objectivos, problemática e hipóteses, recomenda-se fazer um sumário
preliminar que servirá para delimitação das partes do trabalho e que será modificado ao longo de
sua realização. Lembre-se, o projecto transformar-se-á no capítulo de introdução da
dissertação/tese. Nessa etapa não esqueça de documentar tudo, mesmo que seja em guardanapo
de bar!

O estresse
Pequenos conselhos paramdesestressar: Durante o trabalho faça pequenas pausas de 5 min
mesmo que para andar no apartamento, olhar pela janela, tomar um cafezinho... Faça um
alongamento e respire profundamente de tempos em tempos. Inútil dizer não estresse, só se faz
isso ou resolvendo o problema ou buscando outra actividade.

Os bloqueios
É normal ocorrerem bloqueios durante a redacção. Eles se apresentam como incapacidade total
de começar a escrever ou sair de um ponto em que se está trabalhando. Quando isso ocorrer, o
importante é escrever qualquer coisa, mesmo se for pouco ou não muito bom. Discuta com os
outros sobre seu bloqueio, sobre sua pesquisa, sobre seu projecto de pesquisa. Falar é mais
simples que escrever e isso gera ideias. Se trabalhar pouco todos os dias, ao menos trabalhe
regularmente.

Diante dessa perspectiva, percebe-se que são necessárias práticas pedagógicas que se proponham
a ultrapassar a reprodução e a repetição do conhecimento. Os professores são desafiados a buscar
metodologias de ensino cuja proposta esteja fundamentada numa aprendizagem pluralista que
permita articulação entre pesquisa e discussão colectiva crítica, oportunizando aos educandos a
convivência com a diversidade de opiniões e oferecendo-lhes a possibilidade de aprender.

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Conclusão
Para terminar que, partindo do pressuposto que factores relacionados aos encaminhamentos
metodológicos influenciam no processo de ensino e aprendizagem e que é fundamental discutir
os mais relevantes, aplicou-se como metodologia da pesquisa uma entrevista semiestruturada
para oito professores de Biologia que atuam na rede pública em um dos municípios do oeste do
Paraná. Para a entrevista utilizou-se de um roteiro, o qual permitiu investigar: o que os
professores conhecem sobre a contextualização de conteúdos; quais são os factores que
interferem no processo de ensino aprendizagem; qual é a relação estabelecida entre metodologia,
conteúdo e aprendizagem; se há uma tendência metodológica predominante nas aulas de
Biologia destes docentes e quais são as intervenções mais frequentes quando os alunos não
compreendem determinados conteúdos.

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Bibliografia
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