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1.Introdução
O trabalho agora em vista, visa culminar os aspectos relacionados com o tema Choque de
Civilização-cruzada terrorismo.
A teoria de Huntigton que apareceu pela primeira vez em 1993, com a aplicação do artigo O̎
Choque de Civilizações?̎. Sua tese central recai na ideia de que a política mundial no pós
Guerra Fria tem sido configurada por factores de natureza cultural, diferentemente do que
ocorria em anos anteriores quando aspectos ideológicos económicos e que caracterizavam os
conflitos internacionais. Segundo Huntigton, a política mundial estava entrando em uma nova
fase, orientadas pelas diferenças culturais entre as civilizações.
Neste trabalho, esperamos nós que o leitor seja capaz de sanar as suas dúvidas em relação ao
tema.
O terrorismo ganhou uma dimensão inédita neste início de seculo, antes restrito e regiões ou
países com cismas sociais, económicos, culturais, éticos ou religiosos. Porém, o acto
terrorista muitas vezes tem sido confundido, de modo incauto ou premeditado, com ações de
luta armada, movidas por ideias legítimos e como reação e resistência a repreensão do
agressor.
Recorrendo ao dicionário comum, para um rápido exame etimológico, o Novo Aurélio diz:
“Modo de coagir ameaçar ou influencia outras pessoas ou impor-lhes a vontade pelo uso
sistemático do terror” e, em uma segunda definição, se aproxima das anteriores: “forma de
ação politica que combate o poder estabelecido mediante o emprego da violência”
Os objetivos precisos de uma acção terrorista também apresenta uma deliberação bastante
vaga. Operações que procuram atingir alvos militares do poder estabelecido são apontadas
como exemplo. No caso do Isaque ocupado, as ações contra forças norte-americanas
poderiam ser classificadas neste modelo. Porem, visto de outro angulo, essas ações seriam
caracterizadas como resistência contra potência invasora. Alem disso, essas ações podem
extrapolar os objetivos preciso quando aumentam em demasia e magnitude de suas
operações. O ataque deferido pelo Hezbollah em 1983 ao quartel-general da marinha dos
EUA em Beirute, onde morrem 241 fuzileiros com a explosão de um carro-bomba, causou tal
impacto na politica e na opinião publica mundial, que já mais poderia ser classificado como
objetivo preciso.
Quando a ação terrorista é encarada como uma logica de ação, os alvos são selecionados sem
um direcionamento ou exclusão prévia. Qualquer segmento social ou instituição do inimigo
se torna um alvo em potencial. Os atentados de autoria do Hamas e Jihab Islâmica contra
civis israelenses, inclusive crianças, poderiam ser incluídos nesses tipos de ação.
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Fazendo um breve retrospeto histórico verifica-se que os actos de terror, estão presentes
desde o início da civilização. O facto mais surpreendendo é que o agente mais letais nas
ações do terror foi o próprio poder estabelecido, ora contra Nações Unidas, ora contra seus
próprios povos como forma de repressão. Para Carr (2002), o império romano utilizou táticas
de terrorismo contra os povos dominados, com a finalidade de baixar o moral e enfraquecer a
resistência das tropas inimigas. O ator salienta que a expressão utilizada na época era “guerra
punitiva” que, mais tarde, foi substituída por “guerra destrutiva”. Entre os atos inomináveis
praticados pela legiões romanas estava os estupros e saques, como forma de recompensa os
soldados, já que eram extremamente mal remunerados. Naturalmente, completa a o autor, os
ramos também sabiam gerenciar a paz romana, pois não conseguiram manter um império
apenas com atos de violência, então o chamado “terrorismo de estado”, tem raízes históricas e
esta apresenta ate os dias atuais, embora nenhum poder estabelecido reconhecer oficialmente
a utilização desses, métodos científicos como recurso estratégico sem dúvida de um tema
polémico pois é mais fácil atribuir ou reconhecer o ato terrorista em um individuo ou numa
organização clandestina.
Aconteceram duas coisas, por um lado a validade universal dos valores ocidental foi rejeitada
por muitos; e, por outro lado, o ocidente iniciou um processo lento mas firme, de declínio.
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Alem disso, como admite o próprio Huntington, não existe nenhum estado islâmico para
exercer uma liderança efetiva numa esfera de influência muçulmana. Pelo contrário, as
relações entre as principais potenciais islâmicas são marcadas por rivalidades e conflitos o
que de resto questiona a validade do argumento de Huntington. Alem do concerto das
grandes potencias, para que haja estabilidade na politica mundial, é igualmente vital que as
situações centrais das sociedades internacionais continuem a funcionar. Os pressupostos de
uma sociedade internacional multicultural são brevemente, aliás de um modo excessivamente
breve, discutidos por Huntington nas últimas três páginas do livro, Estas três páginas do livro
levaram alguns a começar pelo próprio Huntington, afirmar que a guerra entre as civilizações
não é inevitável. Huntington é, no entanto, muito vago, e limita-se a apelar, quase num acto
de contrição, depois de passar mais de 300 paginas a explicar tudo que separa, a necessidade
de procurar pontos comuns entre as civilizações. Se Huntington acreditasse mesmo nas
possibilidades das diferentes civilizações cooperaram, o seu livro teria um título diferente.
Por exemplo, <<dialogo das civilizações>>, ou <<a coexistência das civilizações>>, um
autor experiente como Huntington sabe muito bem que o titulo de um livro tem uma
importância fundamental (a maioria das pessoas que discutem o livro de Huntington limitou-
se a ler o título). Todavia, a razão pela qual Huntington nunca considera de um modo
profundo e sistemática a questão da colaboração intercivilizacional resulta de uma
responsabilidade politica, como sugere Piere Hassner21. O teste do “choque” não resulta
apenas da adoção de uma determinada posição política, nem constitui uma profecia perigosa.
E antes o futuro de um grande problema conceptual que marca todo o livro: a sua conceção
de civilização.
A ONU reconheceu que existe de fato uma relação entre o terrorismo e pobreza (Maria
Regina Mogiarde, 2004: 421) e o próprio discurso de Osama Bin Laden parecia mais dirigido
com pessoas com recursos do que as elites intelectuais árabes, empenhadas em procurar
alternativas sociopolíticas de circunstâncias (Carmo e Monteiro 2001: 26). Embora esta
relação não seja linear é certo que um terrorismo, mormente quando aliado ao crime
organizado, surge como a única via para muitas populações pobres sem alternativas, ou
melhor, sem o conhecimento de alternativas como é o caso de vários povos da zona do sache.
O rancor alimentado durante longos anos relativamente aos ricos indiferentes e egoístas,
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Alain Bauer e Xavier Raufer (2002:81) referem, contudo, que “centenas de estados
científicos” se tem demostrados que no domínio do crime na existe miséria, mas ninguém se
importa com isto.
Efectivamente, também o terrorismo tem crescido fora das zonas próprias, não raras vezes,
entre pessoas com elevado grau de instrução. Isto acontece sobretudo nos países ocidentais
em particular na Europa, como veremos adiante. Em causa estão problemas como
discriminação, marginalização, estereotipação, emprego, xenofobia, falta de sentido de
pertença mais importante do que tudo, pouca confiança no sistema politico. Quando não há
reformas, esperança, os movimentos islâmicos moderados fracassam os protestos nas ruas de
nada serve, a revolta é canalizada para o extremismo violento, explica Jason Burk.
Nesse novo mundo, países que possuem uma mesma cultura, ainda que com ideologias
diferentes, tenderiam a associar-se e a cooperar entre si. Já os países culturalmente diversos,
mesmo que unidos pela ideologia, se distanciariam, como ocorreu com as repúblicas da
extinta União Soviética.
A civilização ocidental é a única identificada por uma direcção da bussola e não pelo nome
ou região.
Para sustentar a sua percepção da ira muçulmana contra ocidente, Lewis faz algumas
afirmações de caracter histórico as quais ele atribui a origem da rivalidade entre o ocidente e
o mundo islâmico. Uma primeira razão para existência de divergências entre essas
civilizações seria o facto de que, desde o advento do Islã no sec. VII, a Crisntadade nesse
momento identificada com a Europa é reconhecida como um genuíno rival. A luta entre as
duas civilizações consistia em longas series de ataques e contra ataques, jhads e cruzadas,
conquistas e reconquistas. Nos primeiros tempos, o Islã estava avançado e conquistando
terras cristas na Europa e norte de Africa. No entanto, há mais ou menos três seculos, o Islã
tem estado na defensiva, e a civilização crista ocidental tem mantido o mundo, inclusive o
islã, sob sua orbita.
Outra razão para a onda de revolta contra o Ocidente seria a perda de autoridade do Islã nos
seus próprios territórios, mediante a invasão de ideias estrangeiras, leis e modos de vida
estranhos ao islamismo. Todos esses factores estriam desorganizando a sociedade islâmica e
violando seus valores dentro de sua própria civilização, provocando o sentimento muçulmano
antiocidental.
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Lewis afirma que as sociedades islâmicas atribuem as mudanças drásticas de suas sociedades
ao domínio e a influência ocidentais, causando o aumento do repudio islâmico aos valores
ocidentais, o que poderia causar uma nova era de guerras religiosas.
Edward Said, cristão de raízes palestinas, é um dos críticos mais vigorosos do paradigma
civilizacional e definiu Huntimgton como ousado e visionário.
Para Said, Huntigton falha ao não considerar a dinâmica interna e a pluralidade de cada
civilização, pressupondo falar por toda uma civilização ou religião. Ele afirma que é muito
mais simples mobilizar paixões colectivas por meio de um discurso belicioso do que refletir,
examinar, resolver a questão que enfrentamos na realidade, ou seja, a interconexão de
inúmeras vidas.
Richard Rosecrane, economista e cientista político americano, faz uma análise crítica sobre a
forca civilizacional face ao poder da economia global. Ele nos desafia a refletir sobre quão
dominante é essa forca, apesar de concordar com Lewis e com Huntigton quando afirma que
as diferenças culturais não podem ser ignoradas.
O processo de globalização nos últimos tempos esta associado a uma serie de transformações
do sistema internacional. Por outro lado, o aprofundamento da interdependência dos Estados
cria novos temas na agenda global, como direitos humanos, terrorismo, migração,
desenvolvimento sustentável, entre outros.
O choque de civilizações fornece uma convincente explicação para grande parte dos outros
conflitos actuais. Nesse sentido, não e difícil mencionar alguns choques civilizacional que
ocorreram nos últimos tempos, alguns deles ainda em andamento, a começar pela questão
turca discutida no capítulo anterior, os ataques de 11 de Setembro, efectivados por
fundamentalistas islâmicos nitidamente em oposição à hegemonia norte-americana, a
violência incessante entre judeus e palestinos, os conflitos nos Balcãs que desencadearam a
recente declaração de independência de Kosovo, a turbulência que tem ocorrido no Tibete
nos últimos dias. Porem, diante da complexidade dos fenómenos que vem acontecendo desde
o final da Guerra Fria, o paradigma civilizacional me parece limitado para responder as
questões que apresentam na política internacional.
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Conclusão
Após a abordagem do tema conclui-se que para alguns autores, a Civilização não se
transmite, o que se transmite é a cultura.
Bibliografia
CaSCUDO, Luís da Câmara. Civilização e cultura: pesquisas e notas de etnografia geral. Rio
de Janeiro: Livraria José Olympio Editora; Brasília: Instituto Nacional do Livro _ Ministério
da Educação e Cultura, 1973, 766p., 2v.
HUNTIGTON, Samuel P. The Clash of civilizations? In: Forein Affairs, vol 72, no. 3, 1993,
p. 22-49.