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Introdução ....................................................................................................................................... 3
Sociedade Nhanja.......................................................................................................................... 16
Aspectos negativos........................................................................................................................ 18
Conclusão...................................................................................................................................... 19
Bibliografia ................................................................................................................................... 20
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Introdução
O presente trabalho tem como tema principal “Domínio do simbólico, rituais
antropológicos, ritos de passagem, ritos de iniciação”; no trabalho pode perceber os conceitos
básicos do tema acima citado, com vista a entender melhor como o tema faz surtir um efeito em
nossas sociedades, portanto este tema aboda-se na cadeira de antropologia, porem, A abordagem
dos rituais e seus símbolos tem uma longa trajetória na história da antropologia, e vem desde o
evolucionista James Frazer, em “O Ramo de Ouro", um dos textos mais belos da antropologia
segundo Darcy Ribeiro, que não cabe retomar nesta proposta de etnografia.
No livro III, o autor descreve e analisa o que ele chama de “atitudes rituais” classificando
os cultos como negativos e positivos. De acordo com Durkheim, os cultos negativos são aqueles
ligados a abstenções e interdições, tais como: jejuns, vigílias, votos de silêncio e retiros. Os
cultos positivos, na teoria do mesmo autor, estariam ligados a ritos de purificação, como:
orações, unções e bênçãos. O autor assegura que os dois tipos de culto são formas de acesso ao
sagrado e cada tipo de rito exprime um determinado evento social (DURKHEIM, 1996).
Pode-se observar que para Durkheim, os símbolos não são propriamente o que produz a
coesão nos agrupamentos, mas o sentimento produzido pela manipulação desses símbolos
através dos rituais; os sentimentos e ideias coletivas que são os elementos de coesão, se
conservam e se reafirmam em intervalos regulares. A coletividade ao reafirmar seus sentimentos
através dos rituais pode renovar ou incorporar outros símbolos através da dinâmica social, mas o
sentimento e as ideias permanecem.
Victor Turner no texto “Floresta de Símbolos” descreve e analisa vários tipos de rituais
do povo Ndembu no centro-sul da África. Turner classifica os rituais como: Rituais de Crise de
Vida, que se resume em um ponto importante no desenvolvimento físico ou social do indivíduo
como nascimento, puberdade ou morte. De acordo com Turner, tanto em sociedades mais
simples quanto nas mais complexas, existe uma série de cerimônias ou rituais que marcam a
transição de uma fase da vida ou status social. Turner analisa os rituais de iniciação e cerimônias
funerárias como exemplo de rituais de crise de vida. Segundo o autor, os rituais de aflição são
destinados a apaziguar e eliminar o espírito que está causando o problema. Nesse texto, Turner
analisa também, os símbolos no ritual Ndembu. Segundo o ele, “As celebrações do rito são fases
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dentro do processo social amplo, cujo alcance e complexidade são grosso modo proporcionais
ao tamanho e grau de diferenciação dos grupos em que ocorrem” (TURNER, 2005; p.49).
Por "ritual ", entendo o comportamento formal prescrito para ocasiões não devotadas à
rotina tecnológica, tendo como referência a crenças em seres ou poderes místicos. O símbolo é a
menor unidade do ritual que ainda mantém as propriedades específicas do comportamento ritual;
é a unidade última de estrutura específica em um contexto ritual (TURNER, 2005, p.49).
O autor define símbolo como "uma coisa encarada pelo consenso geral como tipificando
ou representando ou lembrando algo através da posse de qualidades análogas ou por meio de
associações em fatos ou pensamento" (TURNER, 2005; p.49), ou seja, o símbolo requer um
consenso que o legitime. Nessa perspectiva, entendemos que dentro do agrupamento tal consenso
pode ser alcançado por fatos e pensamentos comuns ao grupo, para fora do grupo os símbolos
são reconhecidos por analogias. No entanto, torna-se importante salientar que nem sempre o
sentido dado aos símbolos pelo grupo internamente, são o mesmo do observador externo.
Segundo Turner, cada ritual tem seu símbolo dominante, tais símbolos possuem valores
axiomáticos, ou seja, valores inquestionáveis, incontestáveis, algo evidente que podemos
classificar como as formas externas com categorias observáveis. Os símbolos dominantes actuam
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As interpretações dadas por especialistas e leigos, é o segundo tipo que Turner classifica
como estruturas e propriedades dos símbolos rituais; essa reflexão é bastante discutida na
antropologia, sobretudo no estudo dos símbolos. De acordo com Nadel, Símbolos não
compreendidos não têm lugar na pesquisa social, sua efetividade social reside em sua capacidade
de indicar, e se não indicam nada para os atores, são, do nosso ponto de vista, irrelevantes e, na
verdade, sequer continuam sendo símbolos (seja qual for o seu significado para o psicólogo ou
psicanalista) (NADEL apud TURNER, 2005; p. 56).
Wilson defende um ponto de vista semelhante, para ela "as interpretações que dão os
Nyakyusa dos seus próprios rituais, pois a literatura antropológica está eivada de adivinhações
simbólicas, que não são as interpretações feitas pelo etnógrafo dos rituais de outros povos"
(WILSON apud TURNER, 2005; p. 56). Chegamos ao ponto fundamental sobre o estudo dos
símbolos na antropologia que Turner chama atenção; a diferença entre tradução e interpretação
que para ele está ligado à dificuldade dos pesquisadores de distinguir símbolo de signo.
Para o autor, muito mais que falar sobe os agentes de uma cultura é preciso conversar
com eles, buscado dessa forma o alargamento do discurso humano, este seria o objectivo da
antropologia. Geertz toma a cultura como um contexto, e dentro desse contexto, podem ser
descritos de maneira inteligível acontecimentos sociais, comportamentos, instituições e
processos, ela se apresenta, portanto, como um sistema de signos entrelaçados passíveis de
interpretação. Para ele, o conceito de cultura semiótico seria a forma mais adequada de
interpretá-la. Portanto, no trabalho etnográfico deve-se buscar interpretar o papel da cultura na
vida humana, buscando colocar à disposição a interpretação das respostas que os outros deram,
incluindo no registo que possa ser consultado sobre o que o homem falou, num determinado
tempo e contexto.
Selvagem do antropólogo francês Claude Lévi-Strauss. Geertz destaca que para o antropólogo
francês, a explicação científica não consiste na redução do complexo para o simples, consiste ao
contrário, na substituição de uma complexidade menos inteligível por uma mais inteligível. Para
Geertz, no que concerne ao estudo do homem, muitas vezes é preciso substituir quadros simples
por ouros mais complexos na busca de manter a clareza persuasiva que acompanha os quadros
simples. Citando Whitehead, ele assinala que: “ Whitehead uma vez ofereceu às ciências naturais
a máxima "Procure a simplicidade, mas desconfie dela"; para as ciências sociais ele poderia ter
oferecido "Procure a complexidade e ordene-a", ou seja, para Geertz substituir o simples pelo
mais complexo, não significa substituir o pouco inteligível pelo menos inteligível inda, mas
sobretudo, usar de toda uma complexidade explicativa na busca de maior clareza. O estudo da
cultura buscou uma concepção da cultura que substituísse a visão iluminista de “natureza
humana” que segundo ele, seria clara e simples.
Desde então tentativa de construir um relato inteligível sobre o que é o homem tem
perpassado o pensamento científico sobre a cultura, buscando derrubar a visão iluminista de que
homem e natureza seriam um corpo unificado. Na abordagem da Antropologia Moder na, o
conceito de homem é dinâmico.
Portanto para Geertz, o estudo antropológico da religião deve ser realizado em dois estágios:
Os símbolos sagrados asseguram que o melhor para o homem é viver de modo realista,
diferindo na visão da realidade, mas também, eles dramatizam tanto o valor positivo quanto os
negativos. Tanto o “bem” quanto o “mal”, além do conflito que existe entre eles. Os complexos
de símbolos que os povos vêm como sagrados variam muito amplamente, ritos iniciáticos,
xamanismo, ritos de sacrifícios, cerimónias de cura, etc. Para Geertz, tão natural quanto as
necessidades biológicas é o impulso humano de retirar sentido da experiência, de dar-lhe forma e
ordem e a perspectiva do homem como animal simbolizante e conceitualizante, pesquisador de
significados, abre uma nova abordagem para a análise da religião e para a compreensão das
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relações e ntre religião e valores. Nesse sentido, ele propõe uma abordagem teórica da
antropologia para estudo do valor, que viria a esclarecer, em vez de obscurecer, os processos
essenciais envolvidos na regulamentação normativa do comportamento humano tal abordagem
para análise dos valores na antropologia, não substituiria a investigação filosófica, mas a tornaria
relevante.
Ora, nenhuma das duas idéias é exata, e este é um dos propósitos deste texto: pensar
sobre os rituais, e quais seus espaços em nossa sociedade contemporânea. Entretanto, as idéias
que temos sobre alguns temas – essas que não são necessariamente corretas – podem igualmente
nos ajudar a pensar sobre o porquê destes “sensos comuns” (é assim que chamamos idéias vagas
e gerais sobre algo) perdurarem. No caso do estudo dos ritos, retomaremos as duas noções
expostas anteriormente, já que elas podem nos ajudar a verificar o porquê de os rituais serem
geralmente associados aos momentos apenas formais ou religiosos de nosso cotidiano.
Segundo alguns autores, nossa vida de todos os dias – a vida social – é marcada por um
eterno conflito entre dois opostos: ou o caos total, onde ninguém segue nenhuma regra ou lei, ou
uma ordem absoluta, quando todos cumpririam à risca todas as regras e leis já estabelecidas. A
visão destes opostos não deixa de ser engraçada: alguém consegue imaginar nossa sociedade
funcionando de uma destas maneiras? É evidente que não. Entretanto, uma solução de consenso
é alcançada por todas as sociedades, quando a colectividade consegue – ou tenta – trazer os
diversos acontecimentos diários que envolvem os indivíduos para dentro de uma esfera de
controle e ordem, esfera esta coletiva, social. Os rituais, nesse sentido, concedem autoridade e
legitimidade quando estruturam e organizam as posições de certas pessoas, os valores morais e
as visões de mundo.
os diferentes rituais têm uma marca comum: a repetição. Os rituais, executados repetidamente,
conhecidos ou identificáveis pelas pessoas, concedem uma certa segurança. Pela familiaridade
com a(s) seqüência(s) ritual(is), sabemos o que vai acontecer, celebramos nossa solidariedade,
partilhamos sentimentos, enfim, temos uma sensação de coesão social. É assim que entendemos
a citação dos autores: “cada ritual é um manifesto contra a indeterminação”: através da repetição
e da formalidade, elaboradas e determinadas pelos grupos sociais, os rituais demonstram a ordem
e a promessa de continuidade destes mesmos grupos. Ainda segundo estes autores, os rituais
podem ser seculares ou religiosos, e, neste caso, ambos mostram o invisível: enquanto os rituais
seculares demonstram as relações sociais (civis, militares, éticas, festivas), os sagrados
evidenciam o sagrado, o transcendente.
Claude Rivière analisa uma variedade de ritos, mais ou menos expressivos, que
observamos em nosso mundo profano, aquele do dia-a-dia. Sigamos o autor quando este nos
relembra nossos ritos escolares, que vivenciamos desde muito pequenos:
Assim como os outros autores citados, Peirano destaca que os rituais podem ser:
Religiosos;
Profanos;
Festivos;
Formais;
Informais;
Simples ou elaborados.
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O importante nos rituais não seria assim o “conteúdo explícito”, mas suas características
de forma, convencionalidade, repetição etc. Igualmente importante na análise dos rituais é não
nos deixar levar unicamente por nossos valores de racionalidade ou pelos critérios de nossa
sociedade, já que estes não são necessariamente válidos para outros grupos.
A grande descoberta de Van Gennep é que os ritos, como o teatro, têm fases invariantes,
que mudam de acordo com o tipo de transição que o grupo pretende realizar. Se o rito é um
funeral, a tendência das sequências formais será na direcção de marcar ou simbolizar separações.
Mas se o sujeito está mudando de grupo (ou de clã, família ou aldeia) pelo casamento, então as
sequências tenderiam a dramatizar a agregação dele no novo grupo. Finalmente, se as pessoas ou
grupos passam por períodos marginais (gravidez, noivado, iniciação, etc.), a sequência ritual
investe nas margens ou na liminar idade do objecto em estado de ritualização (Van Gennep, op.
cit., p. 18).
Como pioneiro dos estudos sobre os rituais, van Gennep influenciou vários
pesquisadores, entre eles o antropólogo Victor Turner (1920-1983). Referência nas análises
sobre os rituais, Turner concebe os eventos conflitivos enquanto “drama social” (os rituais, aqui,
servem basicamente para resolver conflitos, diminuir rivalidades). Victor Turner analisou os
rituais de iniciação entre as meninas ndembu (grupo étnico que habita o Zimbabwe). Sua análise
sobre a cerimónia realizada ao pé de uma árvore específica pode ser considerada como exemplo
clássico de ritos de iniciação. Podemos dizer, assim como Andràs Zempléni, que o protótipo dos
ritos de passagem é os ritos de iniciação: como os ritos de passagem, os ritos de iniciação
marcam a transição de um status social para outro (morte e renascimento simbólicos). A
iniciação é, portanto, a “forma sintética dos ritos de passagem, por meio dos quais ela opera”.
Mas a iniciação é mais do que simplesmente um rito de transição, ela é um rito de formação. Esta
formação vai diferenciar os participantes ou o círculo dos neófitos dos “de fora”, daqueles
exactamente não-iniciados. Numerosas iniciações contam com ritos de inscrição nos corpos de
marcas, signos visíveis da formação e transformação de nova identidade (escarificações,
circuncisões, modificação do formato dos dentes, perfurações no nariz ou lábios etc.).
(Zempléni, op. cit., p. 376-377). Os saberes específicos da iniciação são válidos para aquele
círculo fechado dos neófitos ou noviços, “não são aplicáveis fora de seu campo de aquisição”. É
por isso que a iniciação pressupõe um antagonismo entre os grupos “de fora” e os “de dentro”: a
lógica da iniciação, auto-referenciada, cria uma linguagem, um simbolismo e saberes que lhe são
próprios e que acabam por possuir um “sentido iniciático”.
Ambos os sexos, masculino e feminino, devem participar nos ritos de iniciação, que
podemos considerar como verdadeiros nascimentos sociais, e é somente após esta iniciação que
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poderão participar dos momentos importantes da vida coletiva, tais como cerimônias, funerais e
reuniões da aldeia. As marcas deixadas no corpo do iniciado durante o ritual (circuncisão,
tatuagens, corte no clitóris) serão os sinais, sinais físicos de transformação na personalidade e no
status do indivíduo.
Uma vez chegados ao acampamento os iniciados devem fazer uma cerimônia de três dias
e três noites onde alguns bailarinos dançam o tempo todo com peles de leopardo (símbolo de
autoridade e poder) e outras peles de animais para inspirar temor, respeito e obediência na alma
dos “iniciados”, e contam histórias e lendas de pessoas, animais e natureza em geral. Após esta
fase, há uma série de testes de força, como por exemplo não vomitar uma bebida que provoca
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espasmos, ou ser circuncidado. Para a circuncisão todo iniciado tem um padrinho que o
acompanha e o ajuda.
Durante a fase preliminar são proferidos insultos e injurias aos “iniciados” para torná-los
humildes e estimulá-los a corrigir-se e fortalecer-se, transmitindo-lhes ensinamentos
fundamentais como: o conhecimento popular sobre a vida e as suas fases principais, a tradição da
comunidade, a história da comunidade, lendas e personagens míticos, leis, regras e
procedimentos da sociedade, os seus direitos e os seus deveres.
Os iniciados têm que passar por alguns testes de força como o tiro de lança, saber caçar,
tomar o banho de purificação no rio, etc.
Até o retorno dos iniciados os pais também precisam seguir vários requisitos como: não
se lavar, não se vestir bem, não pentear o cabelo e não ter relações sexuais.
Ao final do ritual, os iniciados recebem outro nome que indica tanto um estado
(dimensão essencial) quanto uma missão (dimensão funcional). Exemplos: Paciência, Aquele
que nega, Razão, Em Deus, Testemunha, Viu o meu sofrimento, O filho do espírito, Vigilante, O
salvador, O mestre do relâmpago, Foram escritos, O mestre do sol, Guloso.
Finalmente, acontece a fase de reintegração, na qual o acampamento é destruído e
queimado; os iniciados realizam um banho de purificação e voltam para a aldeia mostrando as
competências adquiridas. No final, se realiza uma refeição comunitária onde todos os membros
da família e os amigos, festejam com uma festa que dura um dia inteiro.
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Porem, Entre os Makhuwas, são recomendados aos iniciados a fazerem a sua estreia
sexual dentro dos primeiros três dias depois do regresso, se não fizerem as estreias dentro deste
periodo recomendado pode se tornarem estéreis ou terem uma vida sexual aberrante. (6)
Os jovens regressam em grupo a aldeia recebe-os com grande alegria – Kujuluca,
okhuma olukhu, os seus novos membros, no meio de cantares, danças e actos simbólicos que
referem a morte da vida da criança e nascimento de um cidadão novo para a comunidade.
Os que já passaram pelo rito de iniciação são proibidos de contar aos não iniciados e as
mulheres o que se passou e aprenderam na floresta sob pena de morte se assim o fizer.
Sociedade Nhanja
«as raparigas menstruadas pela primeira vez são conduzidas a uma palhota no meio do
mato, longe da povoação, e alí entre cantigas e prelecções sub a direção das mestras idóneas
aprendem tudo o que uma mulher deve saber nas suas relações com o outro sexo. Durante o
período de iniciação, que dura cerca de oito dias, as raparigas não podem ter o menor contacto
com estranhos, mesmo do seu sexo, excluindo o contacto obrigatório e indispensável com as
mestras. O ruido dos batuques próprio das cerimónias, impedem que o viajante disprevenido se
aproxime do recinto. Findo estes ritos, a palhota que as albergou é queimada indo todas as
iniciadas banhar ao rio mais próximo, vestindo-se depois, os seus panos mais vistosos e
adornando-se com missangas de cores vivas»
Tribo Ahirima
As raparigas iniciadas sentadas cercadas palas mulheres Mais ou menos ébrias com um
canto monótono abordando o assunto erótico, ao desenrolar dos cantos as raparigas vão-se
despindo ficando nuas tapando teoricamente o sexo com um pano de oito centímetros de largura,
segurado atrás e a frente de um cinto de missangas, nestes cantos as raparigas são ensinadas a
limparem sempre o semém derramado pelo marido com as mãos depois de um acto sexual, nunca
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pode usar um pano para tal; mostrar sempre o seu conhecimento ao marido, saber agradecer
quando lhe oferece algo, sempre que estiver menstruada deve avisar o marido e nunca pode
cozinhar e tocar no sal enquanto estiver menstruada, só podendo fazer após o fim da menstruação
e de ter uma ou duas relações sexuais com o marido.
Aspectos positivos
A circuncisão, devido a higiene pessoal que evita possíveis doenças de transmissão
sexual;
Integração social e formação da pessoalidade do indivíduo;
Educação cívica moral (respeito aos mais velhos, aos lugares sagrados, aos mortos);
Educação sexual e matrimonial.
Aspectos negativos
O procedimento para o acto de circuncisão é demasiado doloroso, aliado ao uso de
instrumentos cortantes não adequados;
O elevado risco de vida dos iniciados ao mergulhar na água, durante o isolamento ficam a
mercê dos animais ferozes e frio;
Preparação da mulher para total submissão ao marido, negando-lhe emancipação;
Educação ao homem para manifestação do poder autoritário;
Não adequação do programa dos ritos de iniciação com o calendário escolar;
Longo período de permanência nos ritos de iniciação para os rapazes;
Separação dos trabalhos caseiros e outros por sexo;
Limitação da dieta alimentar (não consumo de ovos, fígado, moela, etc.).
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Conclusão
O principal objectivo do presente trabalho é de dar a entender o que são os domínios de
simbólicos, os rituais antropológicos, ritos de passagem: ritos de iniciação, chegado a este ponto
conclui-se que o principal objectivo foi alcançado, com base de muita leitura entende-se que os
rituais apresentam um papel importantíssimo em nossas sociedades, e que estes rituais,
simbólicos não são questionáveis, pois apenas devem ser seguidos. Com o sustento que o
presente trabalho apresenta esperamos que sirva suporte nas posteriores pesquisas relacionadas
ao tema acima citado.
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Bibliografia
DURKHEIM, Émile. As Formas Elementares da Vida Religiosa: o sistema totêmico na
Austrália. Tradução: Paulo Neves. São Paulo; Martins Fontes,1996.
FRAZER, Sir James George. O Ramo de Ouro. Tradução: Waltensir Dutra. Zahar Editores,
1982.
GEERTZ, Clifford. A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro, LTC; 2008.
MIZRAHI, Mylene. Indumentária Funk: A Confrontação da Alteridade Colocando em Diálogo o
local e o Cosmopolita. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 13, n. 28, p. 231-262,
jul./dez. 2007
TURNER, Victor. Floresta de Símbolos: Aspectos do Ritual Ndembu. Tradução: Paulo
Gabriel Hilu da Rocha Pinto. Rio de Janeiro; Ed. UFF, 2005