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RESUMO: A responsabilidade social além de ser adotada como uma postura ética é também um elemento de diferencial
competitivo na dinâmica do mundo dos negócios, portanto, considera-se vantagem agregar no cotidiano das organizações a
prática socioambiental, que tem provado ser benéfica a todos os envolvidos na relação: comunidade, empresas e meio
ambiente. Pensando nisso, o presente artigo foi elaborado com intuito de analisar a ética e responsabilidade social em uma
organização de Vitória da Conquista. Adotou-se como método, o estudo de caso, utilizado com objetivo de analisar
evidências, desenvolver possibilidades de aplicabilidade, avaliar e propor soluções, através da participação dos gestores da
empresa e uma parcela de seus funcionários.
ABSTRACT: Social responsibility in addition to being adopted as an ethical stance is also competitive edge element in the
business world dynamic, the refore, it is considered aggregate advantage in the daily organizations to socioenvironmental
practice, which has proven to be beneficial to all involved in the relationship: community, business and the environment.
Thinking about it, this study was performed in order to examine the ethical and social responsibility in a win organization of
the Conquest. It was adopted as method, the case study used in order to analyze evidence, develop applicability
opportunities, evaluate and propose solutions, thus counting with the participate on of the company's managers and a
portion of their employees.
__________________________
1
Graduanda em Administração da Faculdade de Tecnologia e Ciências - FTC. Vitória da Conquista - BA. E-mail:
pattynara@hotmail.com
²Graduanda em Administração da Faculdade de Tecnologia e Ciências - FTC. Vitória da Conquista - BA. E-mail:
lineprado@hotmail.com
3
Graduada em Turismo pela Faculdade de Tecnologia e Ciências – FTC. Mestre em Cultura e Turismo pela Universidade
Estadual de Santa Cruz - UESC. Vitória da Conquista – Ba. E-mail: gardeniajardim.ftc@gmail.com
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Introdução
Materiais e Métodos
1 Semântica da Ética
O termo ética está presente nos diversos meios sociais, em cenários corporativos,
políticos e profissionais. Sua discussão tem se mostrado ser abstrata e de difícil compreensão.
É comum que as pessoas saibam o que é correto e o que é errado fazendo uma relação com a
ética e valores morais.
Os estudos acerca da ética originam-se de longa data segundo Figueiredo (2008, p.1),
“o legado histórico desse conceito vem de longe, data de aproximadamente 500 a 300 anos
a.C., época considerada como o período áureo do pensamento grego”. Com isso, percebe-se
que as discursões acerca deste assunto não é recente, visto que sua etimologia é de um
contexto cultural milenar, sendo os estudos com tal temática, considerados de vital
importância para o meio social como um todo.
Figueiredo (2008, p.02) ainda comenta:
Figueiredo (2008, p. 03), afirma que “Êthos significa “modo de ser” ou “caráter”.
Compreende-se que o termo ética remete a valores, costumes e princípios, seu modo de viver
em coletividade. Pode-se afirmar que cada indivíduo ou grupo dispõe de seus próprios costumes
e modos de vivências, de maneira que os mesmos possuem suas particularidades, ou seja,
contam com a sua peculiar compreensão do termo ética.
Segundo Vazquez (1985, p. 12), “ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos
homens em sociedade. Ou seja, é a ciência de uma forma específica do comportamento
humano.” Esse pensamento refere-se ao cunho cientifico da ética.
Não há como estabelecer uma regra para definir um padrão ético, pois varia de acordo
com os costumes e hábitos de uma sociedade.
Segundo Santos (2003, p.20):
Estabelecer uma relação ética nas empresas é de suma importância para criar um vínculo
sólido com os seus steakeholders de maneira que promova o cumprimento da lei juntamente
com uma postura compatível dos colaboradores e com os valores da organização
No atual mundo dos negócios, competitivo e dinâmico, é de suma relevância adotar um
perfil empresarial pautado em normas e padrões que prezem por valores éticos. Do ponto de
vista que seja uma necessidade e não uma imposição como um diferencial mercadológico.
Bahr et al, (2006, p.04) afirma:
2 Responsabilidade Social
O estado enquanto provedor social tem a obrigação de promover o bem estar coletivo,
utilizando meios de inclusão social, redução das desigualdades sociais, controle e
implementação de programas sociais que atendam as demandas da sociedade.
Maurano (2004, p.03), concorda com isso quando firma que:
benefícios para empresas que mantém salários mais elevados para seus colaboradores,
favorecendo e desenvolvendo toda a sociedade.
As empresas são formadas com um único objetivo: obter lucro. Kotler (2000) enfatiza que
“a empresa está primordialmente interessada em maximizar o lucro”. Mas, para alcançar sua
meta, as organizações precisam passar por uma série de etapas, conquistar uma clientela e ser
bem vista na sociedade, tendo uma marca de prestígio e, quiçá reconhecida mundialmente.
Atitudes com práticas sustentáveis relacionadas à gestão ambiental são colocadas para
sociedade com um cunho mercadológico, usando tais ações como um diferencial competitivo
passando uma imagem de protetora da natureza e que possui um desenvolvimento sustentável,
transmitindo a ideia para o consumidor que é mais vantagem consumir seus produtos e/ou
serviços por estar contribuindo com o meio ambiente.
Apesar da cobrança da população, muitas empresas ainda não assumem seu papel,
dificultando o retorno dos recursos obtidos pela organização em prol de toda comunidade.
(SCHROEDER; SCHROEDER, 2004) Essas que procuram assumir seu papel, tratam com
reverência e dedicação a responsabilidade social, buscando manter o equilíbrio ético para não
haver prejuízos financeiros e sociais em sua gestão, porém ainda existem corporações que não
almejam conhecer ou participar da responsabilidade social, hoje tão necessária.
Alguns dos projetos sociais que recebem doações são: Lar Santa Catarina de Sena; ACID
(Associação Conquistense de Integração do Deficiente) – A ACID visa integrar o deficiente à
sociedade, através da educação e profissionalização; APAE de Vitória da Conquista/BA –
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais; COTEFAVE (Comunidade Terapêutica
Fazenda Vida e Esperança)– A COTEFAVE visa recuperar dependentes químicos em álcool e
drogas; Associação Comunitária Cristo Liberta – Instituição que ajuda na recuperação de
dependentes de drogas para reabilitação da vida social e acolhimento de andarilhos;
Fraternidade Vida Nova – Família que acolhe crianças carentes através do Conselho Tutelar de
Menores na Lagoa das Flores; Centro de Estudos Espíritas Fabiano de Cristo– Projeto de
assistência às famílias carentes locais; CONSIC– Conselho Comunitário de Segurança Pública.
Na área educacional, a empresa investe na educação de crianças, jovens e adultos através
de programas em parceria com o SESI, na localidade de Itapirema. Foram abertas duas salas de
aula (alfabetização a 4ª série/5ª a 8ª série) para os funcionários da empresa e da comunidade,
surgindo assim, o projeto Itapirema. Já o projeto Criando o Futuro-Transformando Destinos
oferta atividades esportivas e musicais a crianças da comunidade, onde podem frequentar duas
vezes por semana.
Resultados e Discussões
A coleta de dados ocorreu no dia treze de novembro de dois mil e quatorze ás 14:00
horas, por meio de questionário fechado aplicado a 30 colaboradores e 04 gestores de uma
empresa do ramo avícola em Vitória da Conquista – Bahia.
Em relação ao questionamento sobre a existência de um código interno de ética,
direcionado aos colaboradores, observaram-se os seguintes resultados, 57% dos colaboradores
112
declararam existir, 14% que não e 29% desconhecem a informação. Levando em consideração
que um código de ética na organização traz benefícios como facilidade na tomada de decisão,
satisfação profissional e melhor entendimento entre os colaboradores, acredita-se que tal
ferramenta não está sendo utilizada amplamente na organização como demonstra os resultados
do gráfico 1, pois 43% dos colaboradores não tem conhecimento dele.
28.57% Sim
71.43% Não
Não
28.57%
Sim,
50.00%
sempre
21.43% Às vezes
O gráfico 3 refere-se a opinião dos colaboradores quanto a clareza das regras da entidade
e ao comportamento e postura ética profissional, Percebeu-se que 71% dos entrevistados
113
afirmaram que sim, há clareza das regras e 29% não. Se relacionado com gráficos anteriores há
uma desproporção nas afirmações dos questionamentos, pois se observa que no gráfico 1 e 2 as
respostas não foram favoráveis as questões éticas, bem como a falta de clareza nos objetivos
organizacionais.
Não
Sim, sempre
As vezes,
quando me
lembro
100.00%
Sim
Não
100.00%
De maneira
positiva
Não sei
Não exerce
influência
100.00%
115
Object 16
Object 19
Object 21
Object 24
Ao inquirir os gestores sobre a clareza e integração das regras da instituição com seus
colaboradores, observou-se que 100% afirmaram transmitir essa clareza, no entanto, ao
comparar com o gráfico 1 em que é questionado aos colaboradores o conhecimento e o
entendimento sobre um código de ética, é possível perceber que apenas 57% afirmam existir,
com isso há divergências na informação segundo resultados da pesquisa.
Object 28
Object 30
Object 33
Object 36
Quanto ao projeto social da empresa cujo título é “Empresa que Investe no Material
Humano” percebeu-se que 75% dos gestores afirmaram ser eficiente e 25% responderam não ter
conhecimento dos resultados. Com isso percebe-se que a empresa dispõe de um distanciamento
do acompanhamento do projeto por alguns setores.
120
Sim Não
25.00%
Não tenho
conheciment
75.00%
o
Considerações Finais
que todos têm o conhecimento das ações sociais, porém, alguns não participam ativamente. A
empresa acredita transmitir sua missão e visão aos colaboradores a partir do esclarecimento das
regras e dos trabalhos sociais que praticam em prol da comunidade, principalmente aqueles do
povoado de Itapirema. Entretanto, mostra-se necessário haver maior interação entre empresa e
sua força de trabalho, para que os mesmos tenham melhor conhecimento, participem mais
ativamente e valorizem os trabalhos sociais, podendo contribuir e representar a postura e os
objetivos da organização.
Referências
BAHR. Alini Montini et al. Ética no negócios como vantagem competivivas.2006. Disponível
em: <http://www.dcc.uem.br/semana2006/anais2006/Anais_2006_arquivo_24.pdf>.
FIGUEIREDO, Antônio Macena. Ética: Origens e distinção da moral. Revista USP Saúde,
Ética.&.Justiça.2008..Disponívelem:<http://www.revistas.usp.br/sej/article/download/44359/479
80>.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1996.
VAZQUEZ, Adolfo Sanchez. Ética. 8. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1985.