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Congruente – ser genuíno consigo próprio, estável no relacionamento com a criança, isto é muito
importante para a manutenção da relação de confiança.
“Ouvir a criança que tem dentro de si” – lembrar-se do tempo em que era criança, a fim de
compreender melhor o mundo da criança (vai perceber melhor a criança) o que ajuda no
estabelecimento de uma relação empática. Ajuda a tornar claro que a criança pode falar à vontade
com o terapeuta (o terapeuta pode partilhar as suas próprias experiencias, mas têm de ser uteis
para a terapia).
Ser compreensivo e aberto – proporcionar que a criança se expresse mais livremente. Saber ser
um bom treinador de emoções das crianças. Se a criança vir que o terapeuta a aceita nos seus
aspectos mais frágeis ela começa a aceitar-se a si própria.
Ter alguma distância emocional – o terapeuta não se deve envolver demasiado com as crianças.
Se o terapeuta se envolver demasiado nos problemas da criança pode ter efeitos negativos na
terapia. Não significa frieza nem desinteresse. O terapeuta deve ser um “facilitador calmo e
estável”. Ter criatividade e imaginação
Os terapeutas devem conhecer-se a si próprios – Conhecer bem os seus preconceitos,
estereótipos, etc.
O terapeuta deve ser criativo – As crianças são mais difíceis de cativar. Por isso, temos que nos
esforçar para cativar a criança para a psicoterapia.
(Bolton & Stallard; O’ Connon & Creswell) - Autores que falaram sobre os aspetos desenvolvimentais no
contexto da TCC. Salientam o trabalho de Piaget e Vygotsky, salientam o papel entre cognição e acção
que por sua vez irá contribuir para auto-regulação da criança.
Através da linguagem (e.g.: “eu tenho de ter cuidado”)
• O terapeuta CC tem o dever de conhecer estes dados e integrá-los na sua avaliação e tratamento.
• O processo terapêutico é um processo de tomada de decisão (e.g., decidir se é ou não necessária a
intervenção; que métodos são mais adequados para aquele caso; decidir quais os objectivos
terapêuticos).
• Há também que perceber se a mudança ocorrer devido ao processo terapêutico ou se se deve apenas
ao processo desenvolvimental da criança, sendo que a fase desenvolvimental em que a criança se
encontra é um factor moderador do processo terapêutico.
Balton (2005) - O terapeuta deve avaliar que cognição está envolvida na produção/ manutenção do
problema em cada caso em particular?
Avaliação
• Cognição associada ao contexto
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• Perguntar aos pais
• Escolha múltipla
• Frases não acadas
• O que se passa com outras pessoas
Quanto mais nova for a criança, menos probabilidade há para que esta produza cognições complexas.
Assim, nestes casos há que trabalhar o problema de outra forma, avaliando então que processos estão
implicados e trabalhar a partir desses processos.
Bonton, salienta também a vantagem de trabalhar com crianças mais novas, dado que quanto mais
velhas forem as crianças mais esquemas de crenças estas possuem interiorizados. O autor refere não
haver motivo para a não aplicação da TCC com crianças mais novas desde que estas já tenham
desenvolvido linguagem.
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outros exemplos comuns são a utilização de vídeos, jogos, metáfora do detective, o caçador de
pensamentos, o vulcão que está em erupção para comparar a raiva ou o medo a crescer até
explodir.
As brincadeiras e os jogos têm como vantagem tornar a terapia menos ameaçadora e mais
divertida para a criança. Dentro desta ideia, podemos também usar bonecos, marionetes para
ajudar a criança a verbalizar o que está a sentir. Os jogos podem também ser usados para ajudar
a distinguir sentimentos e pensamentos, assim como os desenhos e Bandas Desenhadas, sendo
que estas últimas podem ajudar a criança a perceber que diferentes pessoas têm pensamentos
diferentes.
Nota: É muito pouco provável que crianças com menos de 5 anos consigam associar as emoções às
cognições, mesmo que esta não consiga generalizar as suas conclusões para outras situações, o
terapeuta deve ajudá-la nessa associação.
-De um modo geral, com crianças mais novas o processo terapêutico pode ser menos didacta, sendo
que o terapeuta tem um papel mais activo, persuasivo e directivo de forma a conseguir captar os
pensamentos, sentimentos e comportamentos da criança.
- O terapeuta deve ter sensibilidade para perceber que as consultas devem ser mais curtas, assim como
todo o processo terapêutico deve ser “leve” no sentido de não saturar a criança.
Psicologia Desenvolvimental
A psicologia desenvolvimental corresponde a um campo científico interdisciplinar que pretende estudar
a acção reciproca entre os aspectos biológicos, psicológicos e socio-emocionais no desenvolvimento
normal e anormal ao longo do ciclo de vida
A psicopatologia pode ser conceptualizada como uma constelação de sintomas, mas também pode ser
vista como uma alteração do curso desenvolvimental normativo.
A expressão dos sintomas prévios pode estar relacionada com o decurso desenvolvimental. Assim, a
perspectiva desenvolvimental defende que sintomas em fases iniciais do desenvolvimento podem ser
factores predisponentes ao desenvolvimento de outros sintomas em fases do desenvolvimento
posteriores, pelo que o terapeuta poderá alterar a trajetória desenvolvimental a longo curso.
(ex: O isolamento nos mais novos poderá indicar probabilidade para outros sintomas quando mais
velhos, nomeadamente fobia social ou personalidade evitante).
Teoria da Vinculação (Ainsworth, Blechar, Waters & Wall, 1978; Bowlby, 1982, 1988)
Desenvolvida para explicar como as experiências das crianças com as FV influenciam o seu
desenvolvimento social e da personalidade e os padrões intergeracionais de prestação de cuidados;
Salienta a forma como a criança processa cognitivamente as experiências e desenvolve modelos
internos de vinculação (“internal working models”) – representações que a criança desenvolve em
resposta a experiências de vida que vai tendo com as FV, que vão sendo interpretadas, filtradas e
organizadas num esquema cognitivo que molda a forma como a criança se vê a ela e aos outros;
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As representações de vinculação moldam as interpretações de experiências sociais e emocionais e pode
aumentar a vulnerabilidade à psicopatologia (as crianças transportam para a relação com outras
pessoas, como os colegas, professores e terapeuta, os modelos de relação que têm com as FV).
O funcionamento parental adverso (e.g., psicopatologia parental, uso de substâncias, negligência, etc.)
pode influenciar negativamente a criança. A relação com as FV pode ser disfuncional, o que mais tarde
pode levar a problemas na interacção da criança com os outros;
A ênfase na prevenção e na tentativa de melhorar as relações que os pais mantêm com os filhos,
tornando-os mais sensíveis às suas necessidades e mais capazes de lhes dar resposta. Começa a aplicar-
se o treino de pais;
É essencial o envolvimento dos pais… (começa a ser muito utilizado o treino de pais).
A teoria da vinculação explica como as figuras de vingulação influenciam o desenvolvimento social,
emocional, cognitivo e comportamental da criança.
“ Internal Working Models”
A teoria da vinculação ajuda a compreender os processos cognitivos associados ao ajustamento da
criança e problemas da relação.
Ex: Não podemos dizer que as crianças com vinculação insegura possuem distorções cognitivas à cerca
das figuras de vinculação, que pode acontecer é o transporte desta insegurança para outros, e é ai que
habitualmente as distorções ocorrem.
A TCC centra-se cada vez mais na prevenção através de treinos parentais e mais recentemente o
mindfulness e outras terapias de 3ª geração.
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Esquemas Cognitivos Interpessoais:
• Esquemas ou regras da relação do eu com os outros (≈internal working models);
• Construídos com base nas relações de vinculação;
• Responsáveis por interpretar a informação das relações;
• Podem ser mais ou menos disfuncionais;
• Sendo difíceis de modificar (muito duradouros);
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Mais tarde, quando já tiver uma relação bem estabelecida, pode falar nisso à criança (e.g.,
“também olhas assim para os outros? Se eu fosse teu colega também fugia!”).
Nota: é muito semelhante à extinção. O doente está à espera que me comporte de uma forma e eu
comporto-me de outra. Assim retiramos os reforços que estão a manter o comportamento disfuncional
(e.g., miúdo que arrotava de propósito e os pais davam muita atenção a isso. Na consulta fazia o mesmo
e as terapeutas não falam sobre isso. Não há reforço).
Papel dos pais: Pais como facilitadores; Pais como co-terapeutas; Pais como Clientes.
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comportamento do outro vai influenciar o comportamento que vamos ter a seguir, e o que depois o
outro vai ter a seguir;
• Salienta a importância da relação terapêutica, e de uma avaliação cuidadosa;
Aliança terapêutica: é importante e coloca certos desafios (e.g. pensa ser mais leal aos pais que a ele).
Objectivos:
• Aumentar as interacções positivas – quando há problemas de índole familiar. Há interacções
negativas, por isso torna-se bastante importante inverter isto.
• Diminuir coerção e o controlo negativo – Muitas das vezes, são os pais que exercem uma coerção
sobre o mais novo (dão ordens, criticam, etc). Há uma tentativa de controlo negativo, os pais tentam
exercer influência através da autoridade, interacções negativas, etc.
• Melhorar as aptidões de comunicação e de resolução de problemas;
• Pretende-se que as famílias se tornem capazes de resolver os seus próprios problemas e fazer a
prevenção de problemas futuros.
Alguma evidência de que o envolvimento da família aumenta a eficácia da TCC mas os resultados são
contraditórios. No entanto, a prática revela a necessidade de se adoptar uma perspectiva sistémica e é
raro atender uma criança/adolescente sem o envolvimento familiar.
Nota: Muitas vezes os pais não sabem mesmo o que fazer e chegam à consulta até muito
envergonhados por não saberem lidar com o problema.
A TCC familiar poderá também prevenir futuras situações problemáticas noutros membros da família.
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Na prática...
Com os mais novos há necessidade de adoptar também uma perspectiva sistémica na terapia de forma a
tornar a terapia mais eficaz.
Os autores dizem também que há outras abordagens eficazes, nomeadamente a Terapia Narrativa e a
Terapia Familiar que são importantes que o terapeuta conheça de forma a integrar na terapia,
sobretudo com os mais novos.
Quando se adopta uma perspectiva sistémica na TCC há cuidados que se devem ter:
Avaliar o contexto da criança, tendo em conta as áreas e dimensões mais positivas e negativas do
seu contexto.
Avaliar possível presença de psicopatologia nos pais e/outras figuras próximas.
Avaliar se se justifica aplicar a TCC (Family-based)
Procedimentos pertinentes quando se adopta uma perspectiva sistémica na TCC com crianças e
adolescentes (Wolpert, Doc e Elsworth, 2005):
Recolher informação detalhada sobre a família da criança, relações familiares e dimensões das
relações pais-criança (calor/ apoio/ conflito/ automomia);
Avaliar a sintomatologia psicopatológica dos pais/casal (muitas vezes, os pais precisam de ajuda
mas não reconhecem. Se isso acontecer podemos encaminharmo-nos para o fracasso da terapia
com a criança);
Decidir se é mais indicada a terapia individual ou familiar.
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Dificuldades no Envolvimento Familiar:
Negociar o envolvimento familiar é uma tarefa complexa e delicada, mas essencial – se
pedirmos um envolvimento familiar muito intenso quando este vai contra os desejos/pontos de
vista da família, isso pode levar a ressentimentos da família e à não adesão à terapia; se a
situação clínica o exigir, pode ser necessário abordar problemas familiares; a família pode não
estar interessada em grande envolvimento, mas deve dizer-se sempre o que o terapeuta
acha/pensa, e depois é a família/criança/adolescente que decidem;
Tentar que os pais se sintam parte da solução e não do problema (devemos inserir os pais na
terapia, não nos interessa colocar as culpa em ninguém);
Promover uma colaboração genuína de todos;
Terapeuta tão “transparente” quanto possível – porque o que pretendemos é que os pais e as
crianças sejam os nossos colaboradores, e que todos participem na formulação, no processo
terapêutico e na tomada de decisão (ex., informar acerca do que vai escrito nos relatórios,
devolver alguma informação da avaliação, não esquecer o acordo de confidencialidade, etc).
Desafios terapêuticos
Chegar a um equilíbrio entre os diferentes pontos de vista;
Equilíbrio que o terapeuta tem de fazer para abordar questões familiares enquanto mantém a
terapia individual com a criança.
Promover uma colaboração genuína entre os membros da família (tarefa que habitualmente se
revela muito complexa).
Que estratégias?
Os terapeutas devem ser o mais explícitos possível.
Fazer ver aos pais que são parte da solução e não parte do problema.
A colaboração genuína deve ser modelada pelo terapeuta, devendo debater com os pais a
formulação do problema e do processo terapêutico.
Os terapeutas devem ser o mais transparentes possível no processo.
Os resultados da intervenção devem ir sendo partilhados com os membros da família.
Chegar a patamares comuns.
Devemos chegar a
Acordos Objectivos
Equilíbrios Comuns
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Para tudo isto, deve ser dada à criança informação clara de forma a que esta consiga perceber.
Aos pais também deve ser dada informação de forma acessível.
A confidencialidade
Deve ser explicada e acordada com os pais a confidencialidade que o terapeuta tem de dar à criança.
Objectivos Terapêuticos
Muitas vezes são elaborados contractos escritos.
Muitas vezes apontamos para um caminho que é preciso fazer conjuntamente, evitando
culpabilizações.
Quando se salientam aspectos cognitivos, devemos explorar as crenças individuais e partilhadas
entre os membros da família.
Ensinar os membros da família a descobrir novos significados, mais positivos para a família.
Situação Esquema
1) Há um acontecimento comportamental inicial que
Cognições
desencadeia uma certa intensidade emocional, que dura um certo tempo e que depois termina. Trata-se
de um acontecimento significativo na vida da criança;
2) Depois disso, a criança vai fazer atribuições (este é o primeiro aspecto cognitivo do modelo), i.e.,
atribui uma causa a esse acontecimento (e.g., “a professora berrou comigo porque eu não devia saber
bem a matéria”);
3) Vão acontecendo outros acontecimentos comportamentais, com alguma intensidade cognitiva. E a
partir desses comportamentos, começamos a desenvolver cognições antecipatórias, i.e., expectativas
sobre o que vai acontecer (outro aspecto cognitivo). Estas expectativas podem ser de resultado ou de
auto-eficácia. Pode haver situações em que uma das expectativas seja alta, e outra baixa, ou podem
estar as duas altas ou as duas baixas – elas não dependem necessariamente uma da outra.
• Expectativa de resultado - o que eu espero obter, e que não tem necessariamente a ver comigo
(e.g., “eu até acho que sou inteligente, e até tiro boas notas, mas aquele professor e lixado e não dá
mais de 13”);
• Expectativa de auto-eficácia - o que acho que sou capaz de fazer ou atingir (e.g., “esta matéria é
difícil, mas eu acho que consigo ter boa nota”).
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4) A partir destas expectativas, eu antecipo situações futuras (e.g., “eu já sei que não vou ter boa nota a
matemática porque eu nunca consigo”), vão-se criando crenças, que se vão consolidando. A tendência é
manter as crenças, é confirmar os esquemas, de maneira que começa a haver uma consistência
cognitiva, em relação aquilo que sou capaz, ou não, de alcançar (e.g., para alguém que acha que não é
bom a matemática, essa crença facilmente se mantém. Se eu um dia tenho melhor nota, é porque a
professora ajudou ou o teste era muito fácil).
Quanto mais intensa for uma determinada atividade cognitiva, maior a consistência.
Assim, na TCC deve-se promover experiências emocionalmente significativas, promovendo a
construção de uma estrutura mais positiva, de forma a que a criança tenha experiências futuras mais
positivas. Devendo o terapeuta guiar todo este processo, promovendo um processo de reatribuição e
construção de copings positivos.
Isto numa relação terapêutica de confiança, abertura e respeito.
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Como se desmonta uma estrutura cognitiva que se instalou no seguimento de um acontecimento
inicial com intensidade emocional negativa?
• Os sentimentos intensos são activados quando estamos perante uma situação que activa o esquema e,
consequentemente, surgem certas cognições e sentimentos;
• Não podemos retirar coisas da memória, mas podemos acrescentar informação que nos dá
mecanismos para fazer interpretações diferentes, e mais adaptativas; para isso devemos activar o
esquema que levou a esses sentimentos, através de um estímulo/situação com elevada intensidade
emocional (i.e., é por isso que se faz exposição);
• A terapia deve incluir uma activação ansiosa considerável (experiências ao vivo) e ser uma experiência
emocional/envolvente e positiva, deve infirmar esquemas disfuncionais e promover o coping e o
processamento cognitivos adaptativos:
A terapia que não provoca intensidade emocional não é muito eficaz, porque o esquema não é
activado. Tem que haver activação emocional intensa, para haver uma mudança na sua visão que
a criança tem de si mesma, dos outros e do mundo. Claro que o desconforto não pode ser
extremo, ao ponto da criança não querer voltar;
É preciso promover experiências que desconfirmem as crenças das crianças/adolescentes. O
objectivo é demonstrar que a probabilidade da situação temida acontecer é pequena e mesmo
que aconteça não é tão grave quanto pensa (e.g., miúdo que tem crença de que quando se irrita
as outras pessoas também se irritam consigo, o terapeuta vai desconfirmar isso);
Desta forma promove-se um processamento cognitivo mais adaptativo e uma forma mais eficaz
de lidar com a situação (coping) (se a situação temida ocorrer, o importante é saber lidar com
isso) (e.g., ansiedade – trabalha-se a expectativa de perigo e a expectativa de auto-eficácia).
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decisões terapêuticas à luz dos seus conhecimentos conceptuais específicos. Faz várias
conceptualizações, coloca várias hipóteses em termos de conceptualização e intervenção, para explicar
o problema;
3. Educador - ajuda alguém a aprender a alterar comportamentos ou cognições (psicoeducação), ensina
certo tipo de competências no sentido de a própria pessoa encontrar outro tipo de estratégias para a
resolução dos problemas, envolvendo-se no processo terpêutico (“se um pobre pedir peixe, ensina-o a
pescar”).
Através destes papéis, o terapeuta (e outras pessoas significativas que o terapeuta envolva na terapia)
altera o sentido que a criança dá às suas experiências e a forma como se comportará no futuro.
Concluindo..
Kendall desenvolveu uma teoria que explica como a experiência cognitiva e os estados emocionais se
combinam para determinar a consistência cognitiva, adaptação ou desadaptação à mudança.
É um modelo muito geral.
Conceptualização da Psicopatologia
A teoria pretende estudar a relação entre os fenómenos.
(Orvaschel) – Tratamento da psicopatologia infantil
Um modelo pode ser eficaz com uma psicopatologia e não ser para outra. O memso pode ser eficaz num
doente com uma mesma perturbação e não ser para outro com o mesmo problema.
Modelos diferentes podem resolver problemas iguais.
Os mesmo modelos podem-se conjugar para resolver o mesmo problema.
Uma intervenção terapêutica vai sempre basear-se numa conceptualização.
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As teorias são fruto de épocas socias em que se vive, remetendo para uma evolução contínua dos
modelos teóricos.
DSM e CDI
Feito sobretudo através de análise estatística
Os autores consideram que no que toca aos mais novos existem ainda muitas lacunas e/ou factores que
não são devidamente tidas em conta:
Processo de desenvolvimentais
Especificidade situacional do problema
Mas... Apesar do processo de classificação ser visto por muitos como uma rotulação negativa, é mt imp.
Formulação de caso
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É a formulação que vai ajudar a fazer o plano terapêutico; determinar critérios de mudança; predizer
dificuldades, anteciparmos e arranjarmos estratégias para solucionar estas dificuldades.
A formulação é uma hipótese de trabalho, que pode ser ajustada a qualquer momento. A terapia, o
sucesso, o fracasso, a dificuldade em mudar vai permitir validar a formulação.
É o processo de avaliação que nos vai permitir configurar as hipóteses de formulação. Devemos ter
sempre hipóteses alternativas.
O terapeuta tem que estar atento a possíveis enviesamentos, tem que estar atento a toda as informações
para não enviesa-las.
Para aumentar a eficácia da formulação devemos:
Escrever a formulação;
Organizar uma grande quantidade de informação: uma vez que a informação é bastante complexa,
isto torna-se importante.
Importante que a formulação tem na relação terapêutica: se o terapeuta tiver feito a formulação, o
doente sabe que este conhece bem o seu problema e por isso tem de confiar mais no terapeuta e no
tratamento.
A formulação varia de acordo com as escalas que o terapeuta tem – uma formulação de 3º geração é
diferente de uma de 2º geração.
Por isso, não é de esperar que a fiabilidade inter-avaliador não seja muito alta. Cada terapeuta
deve testar as hipóteses e tratamento que levantou para aquele doente.
DSM-IV
P. Aprendizagem
Deficiência Mental
P. Aptidões Motoras
o P. Desenvolvimento de coordenação
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P. Linguagem Expressiva – P. Comunicação
o Gaguez
o P. Fonológica
P. Autista
P. Rett
P. Desintegrativa da 2º infância
Pica
Mericismo
P. Alimentação da 2º infância
P. Tiques
P. Eliminação
o Enurese
o Encoprese
P. Ansiedade de separação
Mutismo selectivo
P. Movimentos Estereotipados
Perturbação de oposição
É menos grave e menos intensa (que a do comportamento).
A prevalência desta perturbação varia com a idade:
Pré-escolar: 4 e 9%
Idade escolar: 6 a 12%
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Adolescência: mais de 15%
Sintomas: Comportamento negativista, hostil e desafiante que duram pelo menos 6 meses.
Alguns autores têm tentado que se faça redução de critérios no DSM, isto é, que sejam menos de 4
critérios necessários para ser diagnosticada.
Perturbação do comportamento
4 ÁREAS:
Agressão a pessoas e animais
Distruição de propriedade
Falsificação ou roubo
Violação grave das regras
Subtipos
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Início na 2ª infância - Estes apresentam habitualmente sintomas mais agressivos. Têm muitas
vezes história de comportamento anti-social na familia. Têm dificuldades neurológicas e outras
comorbilidades.
Inícii na Adolescência- Muito relacionada com o grupo de pares
Laeber
Utiliza uma tipologia diferente – tipologia unidimensional Bipolar.
Comportamentos manifestos e comportamentos Encobertos – Segundo o autor esta perturbação
classifica-se desta forma.
Comportamento de confrontação
directa. Ocorrem sem conhecimento dos
adultos (e.g. mentir
(e.g. agressão, explosão de cólera,
etc.)
Os estudos mostram que na PC com início na infância os comportamentos manifestos são os primeiros a
aparecer e depois é que vem um aumento rápido dos comportamentos encobertos.
O temperamento difícil está mais relacionado com a agressão reactiva. A agressão proactiva prediz mais a
delinquência que a reactiva.
Há um subgrupo de crianças que são agressivas proactivamente e reactivamente.
Crick et. al. - Fala sobretudo sobre a forma de agressão indirecta – Agressão relacional que inclui
manipulação, excluir, espalhar rumores, etc. Este tipo de agressão é mais comum nas raparigas.
Frick - Refere a importância de considerar um estilo afectivo/interpessoal.
Há 2 subgrupos no grupo de início da 2º infância:
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Diferem na ausência e presença da insensibilidade e na emotividade – falta de culpa e empatia.
Os que tem valores mais elevados nestes traços tendem a apresentam formas mais graves na
perturbação.
Apresentam níveis mais altos de desregulação comportamental e os pais apresentam perturbação
anti-social da personalidade.
PO PC PAS
PHDA
Factores de risco para que a PO passe a PC: Temperamento difícil, falto de compaixão, egoísmo,
culpa.
Estes 3 factores contribuem para o aparecimento e gravidade das perturbações diruptivas. Estes
componentes devem ser considerados pelo terapeuta.
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Deve intervir-se cedo para promover estilos parentais adequados – pais com crianças com idade
entre os 4 anos e 8 anos deve ser foco de atenção, verificando a existência ou não de estílos
parenatis adequados.
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B. A perturbação do comportamento causa défices clinicamente significativos no funcionamento
social, escolar ou laboral;
C. Se o sujeito tem 18 anos ou mais, não reúne os critérios de perturbação de personalidade
Especializar o tipo em função da idade do sujeito:
Tipo início na segunda infância: antes dos 10 anos, inicio de pelo menos uma das características do
critério da PO
Tipo com início na adolescência: antes dos 10 anos, ausência de qualquer critério características de PO.
Inicio não especificado: a idade de início é desconhecida
Especificar a gravidade:
Ligeira: poucos ou nenhum dos problemas de comportamento para além dos requeridos para fazer o
diagnostico e os problemas de comportamento só causaram pequenos prejuízos aos outros.
Moderada: o número de problemas de comportamento e os efeitos sobre os outros situam-se entre
ligeiros e graves
Grave: muitos problemas de comportamento que excedem os requeridos para fazer o diagnóstico ou
problemas de comportamento causam consideravelmente prejuízos aos outros.
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D. Não estão preenchidos os critérios de perturbação de comportamento e, se o sujeito tem 18
anos ou mais, não estão preenchidos os critérios de perturbação Anti-social da personalidade.
Comorbilidade
PHDA e a PC associada com Perturbação de Aprendizagem, Ansiedade, Humor e utilização de
substâncias.
O DSM alerta para a possibilidade de existirem jovens que vivem em ambientes muito hostis e nestes
casos os comportamentos de PC podem ser encarados como comportamentos de sobrevivência e por
isso não se devem fazer estes diagnósticos porque os comportamentos podem ser encarados como para
se protegerem, não se devem encarar como uma resposta ao contexto. Ter em atenção também a
jovens que já viveram nesses contextos mas que já não vivem.
Os comportamentos de menor gravidade aparecem primeiro e os de maior gravidade aparecem a
seguir.
Género
Começo na infância, mais frequente nos rapazes.
Comportamento mais típico em rapazes: vandalismo, roubo, lutas.
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Comportamento mais típico em raparigas: absentismo escolar, fugas de casa, mentir, consumir drogas,
prostituição.
Início mais frequente aos 16 anos, mas há variedade.
Continuam a revelar problemas na idade adulta, revelam problemas de Personalidade Antissocial.
Sintomas ligeiros: consegue atingir algum nível de adaptação social.
Com início precoce o prognóstico é pior e há mais probabilidade de Perturbação antissocial.
Contrariamente, quando o início é já na adolescência, o prognóstico tende a ser melhor.
A prevalência parece ter aumentado em meios suburbanos. Nos sujeitos de sexo masculino as taxas
variam entre os 6 e os 12% e no feminino entre os 2 e os 9%.
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Comorbilidade também com Perturbação de Aprendizagem e com Perturbação de Comunicação
A Idade é variável importante, visto que comportamento transitório de oposição são mais frequentes
(idade pré-escolar e adolescência) .
Mais frequente em rapazes na puberdade mas depois desta têm frequente igualdade (semelhantes).
Os rapazes tendem também a manifestar comportamentos de confronto de forma mais persistente.
Evolução dos problemas: primeiro na família depois com o tempo generaliza-se a outros ambientes.
A PO é muitas vezes antecedente para a PC.
Prevalência 2 a 16%.
Investigação (PO)
Podemos dizer que as vezes nos estudos os autores falam em termos um pouco diferentes.
Serão os comportamentos dos pais que levam ao comportamento dos filhos ou o comportamento dos
filhos que levam ao comportamento dos pais? Bidirecionalidade, influenciam-se mutuamente, ambas as
variáveis.
A investigação mostra que os pais têm tendência a dar ordens.
São frequentes os comportamento de roubo, comportamento de incendiar. Muitos começam por
roubar os próprios pais, depois é que passam para o exterior.
As mães destas crianças tendem a ser mais rejeitadoras. Os pais das crianças que roubam são mais
ausentes.
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O modelo salienta a importância de 5 aptidões (Patterson):
1- Aptidões de disciplina;
2- Aptidões de monotorização (pais manifestam uma monotorização ineficaz do comportamento
do filho, não sabem onde está, com quem está);
3- Capacidade de reforçar mais positivamente;
4- Capacidade de solução de problemas;
5- Envolvimento (envolvem-se menos).
Modelo que tem recebido suporte empírico, é um modelo que tem salientado que ele não é
incompatível com a importância que se pode dar a fatores biológicos e salienta a importância que pode
ter o temperamento da criança paras as Perturbações de Comportamento.
Estes problemas de comportamento podem organizar uma resposta menos boa por parte dos pais no
sentido de estarem a disciplinar a criança.
Em suma, este modelo não dá uma explicação conclusiva para o desenvolvimento da perturbação de
comportamento mas tem permitido testar algumas hipóteses para saber que variáveis estão envolvidas
e têm possibilitado programas de treino de pais Oportunidade de desenvolver uma intervenção.
Pode ajudar a identificar estas sequências de comportamento e tentar intervir o mais precocemente
possível quando se verificarem estes comportamentos.
Cada vez mais os estudos mostram que os factores biológicos são importantes.
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Estudos com gémeos submetidos à adopção sugerem a existência de uma predisposição genética para
manifestação de problemas de comportamento como os existentes na PO e PC .
Os estudos sobre o temperamento díficil nos primeiros anos de vida tem recebido especial atenção.
Estas crianças são descritas como muito intensas, irregulares, negativistas, manifestam padrões de sono
e alimentação muito instáveis, choram muito e tendem a fazer muitas birras. Pensa-se que estas
crianças estão mais predispostas a desenvolver PO e comportamentos coersivos com os pais.
Assim, considera-se que as influências genéticas e ambientais funcionar como factores de
vulnerabilidade que aumentam muito a predisposição para o desenvolvimento de PO e PC, podendo
evoluir para CAS.
Segundo alguns estudos as variáveis biológicas têm um peso menor na P.O. do que as variáveis
familiares.
Factores biológicos: há perturbações neurológicas e históricas de traumatismo social que se associam
como formas extremamente agressivas na P.C. Há menos evidências que contribuam para formas
moderadas do comportamento. Há dados mais conclusivos em relação ao temperamento difícil.
Relutante a estímulos novos, menor capacidade de adaptação à mudança.
Desobediência é um comportamento principal a predizer os comportamentos, o desenvolvimento quer
de comportamentos encobertos quer de expressos.
Cada vez mas se investe na intervenção.
Patterson é clássico e baseia-se em aspectos de Aprendizagem Social. Estes modelos têm mais a ver com
o processamento cognitivo.
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Sublinha a importância do processamento cognitivo, aparecendo este numa sequência em que, as
crianças quando confrontadas com problemas (conflitos, tpc difícil que não consegue fazer) tem um
determinado processamento cognitivo e não é o comportamento em si que provoca a resposta da
criança mas sim o processamento cognitivo da criança.
Modelo em estádios:
1 - Avaliação primária – vai ter percepção do acontecimento, processa o acontecimento, vai rotular;
2 - Avaliação secundária - a criança vai processar a sua resposta à ameaça recebida. Este nível de
processamento é acompanhado por uma reacção fisiológica associada à cólera.
Relação interactiva entre estas duas avaliações.
Salienta o papel da rotulação dos aspetos (Affect-abelling) (exemplo: diz a criança para si própria “estou
irritada” – rotulo ao que está a sentir. Tendo impacto no processamento.
Há a possibilidade de esquemas cognitivos influenciarem o processamento cognitivo da ameaça.
Activação fisiológica poder depender de uma predisposição biológica para ficar activada mas também
vai variar dependendo da interpretação feita, dependendo de factores biológicos e do processamento
cognitivo.
O nível de activação influência a resolução de problemas Não consegue encontrar respostas de
negociação.
O nível de ativação pode levar para uma resposta de luta ou de fuga.
Sequência de avaliação primária e secundária; As consequências do comportamento da criança vão
servir de estímulo a respostas comportamentais seguintes (ao que acontece a seguir.
34
dificuldades, quando geram soluções para o resolver (e.g. em vez de ir falar com o professor batem logo
no colega). Tendência para passar ao ato.
As crianças agressivas têm distorções cognitivas quando codificam a situação social e interpretam a
situação/acontecimento, quando geram soluções, quando avaliam essas soluções, quando escolhem a
solução apropriada. Assim, se experienciou interações negativas com os pais tende a fazer distorções no
sentido de estar mais atenta a pistas de agressividade.
Enviesamento atribuicional hostil, tendem a achar que os pais estão a agir com elas hostilmente e
agressivamente. Tendem a achar que a culpa é dos pares em vez de assumirem a responsabilidade que
elas às vezes têm, parecem ser inflexíveis nas interpretações. Mostram ainda défices na quantidade das
soluções que vão gerar. Acreditam que o seu comportamento agressivo levara a recompensas e terá um
resultado positivo Vai reduzir os comportamentos aversivos dos outros crenças relativas ao seu
comportamento agressivo são vistas com comportamentos positivos, estas crianças avaliam o seu
comportamento como positivo quando não o é.
Num estudo posterior Dodge inclui um 6º estádio:
6- Clarificação do objectivo que o individuo pretende atingir – o individuo selecciona o objectivo
desejado. O objectivo que o individuo escolher influencia o conflito.
Melhorar a capacidade para ter comportamentos positivos, importante treino de aptidões sociais com
estas crianças. Posteriormente incluir o passo que envolve a clarificação dos objetivos que o individuo
pretende atingir. Pretende-se que o individuo selecione o objetivo desejado de entre os objetivos
possíveis ou determinar que objetivo predomina perante determinada interação (ex: se quer afiliar não
vou bater porque o objetivo principal é filiar-me).
O objetivo que o individuo escolhe influência o conflito.
Identificar onde existem os défices e trabalha-los.
Interação reciproca entre os vários elementos do modelo que sublinham a natureza reciproca das
interações sociais (o que o outro faz também tem importância no nosso comportamento).
As consequências no comportamento vão servir como estímulo na interação subsequente (ex: se eu já
bati vai ser dada importância no processamento de informação e na interação subsequente).
35
Tem cenas de interacção entre pais e filhos (2 minutos – 260 cenas). Nestas cenas podem criar cenas
apropriadas e desapropriadas. Depois o terapeuta cria uma discussão.
Depois os pais levam para casa as aptidões que aprenderam para os filhos.
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Há casas que são orientadas por um casal jovem (teaching parents), estes tiveram treino durante
um ano.
Enquanto que estão com estes “pais” continuam a frequentar a escola.
A intervenção inclui certos componentes: Treino de aptidões sociais, supervisão académica e
sistema de reforços.
Intervenção na Escola
O professor deve elogiar o comportamento pró-social.
As estratégias com o professor são combinadas com o terapeuta.
Normalmente, utiliza-se o sistema de Token para melhorar os resultados.
Treino de Aptidões
Treino de controlo da cólera e agressão
Treino de tomada de perspectiva Muitas da vezes combinam-se estes
treinos.
Treino de raciocínio moral
Avaliação
Historicamente, a avaliação começou por ficar-se nos comportamentos da criança e antecedentes.
Utilizava-se sobretudo métodos observacionais. Progressivamente começou a achar-se importante avaliar
o comportamento per si noutros contextos, características da criança, etc.
Entrevista
São um componente muito importante.
A primeira entrevista, normalmente, é com os pais e criança. O facto de termos os três na consulta vai nos
permitir observar logo interacção entre pais e criança e ficam todos a saber a mesma informação.
Normalmente, as crianças sabem porque é que vão á consulta e têm uma opinião sua sobre isso.
Muitos autores recomendam que se diga logo que escrevam uma lista com características positivas da
criança.
Esta lista vai ser importante quando confrontada com o problema.
Pode dar-se o caso em que os pais não se sintam bem em que a primeira consulta seja com o filho, aqui a
opção é ver primeiro os pais e a criança é vista noutra altura.
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filhos. Deve perguntar-se sobre situações especificas do problema (o que a criança fez, o que
aconteceu, com que frequência, como se sentem em relação a isso, etc.).
Tentar pedir aos pais que descrevam momentos da vida diária (quem é que arranja o pequeno almoço,
a que horas é o jantar, etc.) – isto serve para ver o próprio ritmo da família.
Deve-se fazer perguntas sobre os antecedentes e consequentes do comportamento problema. Ver
factores que podem aumentar este comportamento. Tentar saber se há problemas financeiros, morte na
família, etc.
Tentar saber a frequência do comportamento disruptivo. Quanto mais tempo e mais áreas o
comportamento ocorrer pior será o prognóstico.
Patterson
Desenvolveu uma entrevista para pais. Vai colocar perguntas sobre aspectos importantes sobre o
seu modelo.
Quando os problemas acontecem também na escola podemos e devemos fazer uma entrevista ao
professor.
Escalas
Normalmente são preenchidas por pais e professores relativamente ao comportamento da criança. São
uteis para avaliar áreas do comportamento-problema.
Estas escalas são vistas como boas medidas das percepções dos professores e dos pais.
Há escalas que são muito boas para avaliar crianças com problemas de comportamento:
CBLC – desenvolvido na década de 80 por Achenbach e colaboradores, usa-se para crianças
com idades compreendidas entre os 12 e 16 anos (escalas para pais, professores e crianças). Há
também uma escala para crianças mais novas (só tem escalas de comportamento problema).
ECBI – desenvolvida por Eyberg na década de 80. É preenchido por pais para crianças entre
os 2-16 anos. Tem itens sobretudo para comportamentos expressos/manifestos.
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Escala de Conners – avalia a Hiperactividade e défice de atenção (RCPRS –revised conners
parente rating scale) – década de 90.
Medidas de stress parental – e.g. PSI (Parenting stress índex) de Abiching da década de 90.
Tem informação sobre a relação conjugal, depressão parental, stress de vida.
Pyadic Adjustment scale de Spamier
Parenting Alliance Measure de Abidim e colaboradores
BDI
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Os autores salientam uma influência directa dos esquemas no processamento da informação.
Salientam também a possibilidade de uma influência indirecta. Esquemas podem restringir a atenção da
criança para certos aspetos das pistas sociais (ex: Criança acredita que é essencial controlar o outro e
esperar que os outros tentem dominá-la, controla-la de forma negativa, vai estar particularmente atenta a
sinais verbais e não verbais para captar isto e não vai estar atenta a sinais positivos, como simpatia ou
amizade (Influência directa dos esquemas de PI).
É também importante salientar, que um esquema quando ativado, vai influenciar a forma de reagir no
outro, ou seja, a criança ao manifestar comportamentos agressivos devido à ativação de esquemas de
agressividade, a outra criança irá reagir com grande probabilidade de forma negativa, acabando por
confirmar as expectativas de hostilidade da primeira.
Uma das vias é a ativação emocional intensa, que se associa muitas vezes a crenças de que os outros
são hostis, só querem o seu mal, fazendo com que sejam produzidas respostas muito rápidas- raramente
desculpam o outro, tendem a agredir e a confrontar.
Os autores mostram também que indivíduos mais agressivos em particular os rapazes dão mias valor
a objectivos de vingança e dominância do que a objectivos de afiliação.
Há também esquemas importantes À cerca da forma como reagir ao outro, mantendo um estilo
atribuicional hostil e agressivo. Escala de retaliação e violência, fazendo com que estas crianças se
tornem cada vez mais hostis e violentas.
A criança vai antecipar diferenças para condições específicas, usa determinadas estratégias em
detrimento de outras, dependendo da activação dos esquemas.
Objectivos sociais dominantes e de vingança são valorizados pelos indivíduos mais agressivos e dão
menos relevo a objectivos sociais de afiliação, comparando rapazes agressivos com rapazes não
agressivos.
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jovens são muito pouco conscientes de estados emocionais de tristeza e vulnerabilidade, tendendo a
interpretar como cólera e raiva.
Há também esquemas importantes acerca de quem tem culpa, respostas inocentes porque acham que o
outro está a agir injustamente, está a dominá-los.
Esta ativação emocional vai manter resposta hostil, gerando-se um ciclo vicioso, em que a criança vai
ficando cada vez mais agressiva e reativa a sinais que possam despoltar este tipo de respostas.
Outro aspeto na ativação emocional e nos esquemas é que estes são pouco conscientes dos seus estados
emocionais – medo, tristeza, habitualmente estão mais atentos à cólera.
Habitualmente têm estilo cognitivo impulsivo mais soluções orientadas para a ação, menos soluções de
afirmação verbal. Processamento automático excessivo.
Raramente chegam a uma conclusão mais elaborada de que têm competências para a resolução de
problemas ou de que tenham algum valor pessoal.
Intervenções
As invenções salientam que é importante realçar áreas de distorções e de défices cognitivos e são muitas
vezes intervenções aplicadas no contexto escolar (1º na clinica; 2º na escola).
Sessões
Na 1ª sessão, há introdução de regras de grupo e estabelecimento de sistemas de reforço;
Na 2ª e 3ª sessão é feito treino de auto-instruções;
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Na 4ª e 5ª sessão é feito treino de um componente que é a tomada de prespectiva;
Na 6ª sessão trabalha-se a consciência da ativação fisiológica;
Na 7ª sessão trabalha-se o estabelecimento de objetivos;
Nas sessões seguintes, da 8ª à 18ª trabalha-se a resolução de problemas sociais. É ensinado à criança que
sinais de ativação fisiológica podem servir de pistas para usarem auto-instruções e resolução de
problemas.
Também se faz treino de Brain Storing de múltiplas soluções, aprendem a avaliar as consequências a
longo e curto prazo de cada solução.
As últimas 12 sessões, menos estruturadas em que se faz roll play da vida social real.
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Tratamento
Multifacetado no comportamento que as crianças manifestam nas idades e nos contextos diferentes em
que estes comportamentos ocorrem.
Elemento chave é a desobediência – quer das formas de comportamento cobertas, quer abertas do
comportamento e lidar com a desobediência é importante.
Vários tipos de Intervenção:
Familiares: Treino de pais;
Programas residenciais da comunidade;
Intervenção na escola;
Treino de aptidões.
De modo geral, as intervenções vão apontar para um papel muito importante da família.
Intervenções familiares assumem um destaque muito grande – intervenções familiares com pré-
adolescentes – modelo de treino de pais.
Treino de pais
Modela também respostas pro-sociais (dos pais) mais apropriadas pois estes pais normalmente tem
respostas menos adequadas.
Treino de pais para crianças 3 – 8 anos com mais sucesso nas crianças
Desenvolvido inicialmente por Hanf, versão de Forehand & McMahon, 1981
Quanto mais cedo se intervir melhor. Elaborado essencialmente para trabalhar a desobediência.
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Os pais são também ensinados e treinados a usar estilos de reforço adequados, sendo que as recompensas
verbais são as mais adequadas para estas crianças.
Os pais são treinados a ignorar os comportamentos negativos menos graves.
São feitos trabalhos de casa diários.
Fase II
Os pais são treinados para dar ordens de forma apropriada. Ensinado de forma progressiva- as
ordens devem ser concisas, diretas e objetivas.
Procedimentos de Time out para diminuir o comportamento de desobediência do filho.
Se a criança inicia um comportamento de obediência, os pais são ensinados a reforçar esse
comportamento de forma adequada.
Nota: Com os mais novos usa-se sobretudo os pontos, enquanto que com os mais velhos se usa sobretudo
o time-out.
Outros Programas
Intervenção na Família para adolescentes com P.C. (Patterson et al.).
Modelo de “cuidados para pais adotivos especializado” (Specialized Foster Care Model
Patterson) Quando a relação com os pais já está muito saturada. Funciona como família de
acolhimento.
Functional Family Therapy (FFT) (Alexander et al.)
Modelamento por video
Observação comportamental sempre foi uma pedra de toque da P.C. Esta observação é importante para
avaliar os resultados terapêuticos (antes, durante e depois da intervenção).
Comparar métodos de observação direta com outros instrumentos para determinar o que vamos tratar.
Observação na consulta, em casa e na escola.
Na consulta colocam a díade pai-criança em situações padronizadas standart. Há atividades de maior
controlo dos pais e outras de brincadeira mais livre.
Programas de observação para a consulta:
Dydadic parente-child interactional coding system (Eyberg et. Al.);
Foreehand e Mc Mahan – Sistema de Foreehand e Mc Mahan
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Programas de observação em casa:
Em casa (Patterson) Family Interaction Coding System percorre 29 categorias de
comportamento e essas descrevem interações sociais entre os membros da família, medida de
coerção (tem um score que se chama comportamento aversivo total em que 14 das 29
categorias entram para este score).
Wahles Standar Dezed Observation Codes – inclui maior numero de comportamentos positivos,
salient-se pela interacção positiva. (Patterson)
Family Process Code (Patterson) – Comportamentos pro-sociais e comportamentos desviantes.
Avalia o afeto associado a comportamento.
Programas para a escola:
Quer o programa de Patterson e Forehand foram adaptados é escola.
Wahles Standar Dezed Observation Codes criado para tanto na escola como em casa.
Direct Observation Form (CBCL)
Utilizam o terapeuta para avaliação formal
Observadores independentes
Adultos significativos – utilizam os pais e professores para registarem os comportamentos,
tem vantagens: só estes adultos têm acesso ao comportamento
Parent Daily Report (Patterson) – É administrado com curtas entrevistas feitas pelo
telefone, liga-se aos pais e eles respondem às nossas questões (o que observaram).
Telephone Interview report and stealing and social agression (Reid) – avalia comportamentos
cobertos.
Estas formas de registo são estruturadas.
Mas… Existem também Forma de registro – menos estruturada – que consistem em dar um baseline e
depois observa-se o comportamento
Dailylogpedir aos pais que façam diariamente o resumo de comportamentos apropriados e
nada apropriados.
Autores utilizam técnica muito simples de auto-regulação (Singh et al., 2007) – intervenção na
escola – ensinar aos jovens aptidões para se auto-regular. O racional que é dado à adolescência
é que lhe vamos ensinar a ter aptidões de auto-regulação. Assume e regula a sua própria vida e
comportamento. Essencialmente como estratégia meditação mudando o foco da atenção,
pensamentos, emoções normalmente estes adolescentes estão inseridos em situações sociais
que os ativam emocionalmente, direciona-los para uma parte do corpo neutra – foco da
atenção é a planta dos pés.
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Dizer o que é o Mindfulness Dizer o que acontece a nós próprios no momento presente,
momento a momento. O que se pretende é que o adolescente numa situação ativadora
mantenha a calma (fazer uma pausa), foque a atenção na planta dos pés e depois com
consciência escolher como reagir à situação ativadores ou mesmo aos pensamentos que
acompanha.
Técnica (Mindfulness) para regular a agressão quer verbal ou física.
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A mensagem que devem deixar é que “somos os teus pais, não vamos ignorar nem intimidar”.
Muitas vezes utilizado para proteger os irmãos.
Pedir aos pais: comunicar aos 3, decidir quem vai comunicar: Apoio; Abertura; Transparência;
Mudança do comportamento dos pais visto como acto de criança.
Trabalhar o respeito e reconciliação Contrário da humilhação
Pede-se aos pais que deem mensagens de apreciação aos filhos, reconhecem ofensas passadas
aos filhos, proporem (…) em conjunto interações positivas entre pais e filhos e diminuir
alguma culpa que os pais possam sentir quando sentem a resistência.
Sit in – sentar e esperar que algo aconteça. Esperar que a criança faça proposta para resolver o
problema.
Fora de casa: ronda usando o telefone pais ligam a pelo menos dez amigos e pais destes
em situação que o filho não chegou a casa, mostrar que está preocupado.
Ir a situações que não tem permissão para ir (pais) “queremos que venhas connosco, não te
podemos obrigar mas sou obrigado a ficar se não fores (a resistir).
Para prevenir a escalada: Pais avisados que é preciso muita auto-disciplina Sugerem o
Principio do atraso
Principio do atraso: Pedir aos pais que não reagem imediatamente ao comportamento do
filho, mas dizer “bom não vamos pensar no problema e voltamos mais tarde para falar” –
Aprenderem também padrões de comportamento alternativos.
- Evitem a todo o custo passar a mensagem 2eu é que mando”, “I´m the boss” passar a
mensagem contraria, não te posso controlar mas pode resistir.
Limitações do estudo:
Follow up curto – 1 mês
Resultados não foram avaliados por juízes independentes, no entanto, encontraram que a
resistência de violência permitiu desenvolver uma atitude de compromisso e aceitação.
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Lutas de poder numa relação são as mais destrutivas.
Sugerem que estes tipos de intervenção são mais utilizados com crianças (…)
Com crianças mais velhas é muito provável que quando os pais usarem a punição haja uma
escalada. Esta intervenção permite que os pais hajam positivamente.
Sugerem que este método pode ser usado quando os pais acham que s métodos de controlo são
mais utilizados, faz com que os pais preferencialmente utilizem outros tipos de abordagem.
Corre muito melhor quando os pais resistem de forma muito decidida, afirmativos.
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(i) Com frequência interrompe ou interfere nas actividades dos outros (e.g., intromete-se
nas conversas ou nos jogos) - ao ponto de provocarem problemas em situações sociais, escolares
ou laborais. Pode parecer má educação, mas não é.
Subtipos:
• PHDA, Tipo Misto/Combinado – preenchidos os Critérios A1 (falta de atenção) e A2 (hiperactividade-
impulsividade), durante os últimos 6 meses;
• PHDA, Tipo Predominantemente Desatento – preenchido o Critério A1 (falta de atenção) mas não o
Critério A2, durante os últimos 6 meses;
• PHDA, Tipo Predominantemente Hiperactivo-Impulsivo – preenchido o Critério A2
(hiperactividade-impulsividade) não o Critério A1, durante os últimos 6 meses;
• Sem outra especificação: critérios não num nº suficiente.
Nota: Pode começar com um determinado subtipo e depois evoluir para o subtipo combinado.
Características de Diagnóstico:
• Os pais/professores queixam-se que fazem comentários irrelevantes, mudam frequentemente de
conversa e dizem coisas em momentos inapropriados e fora de contexto;
51
• Mexem onde não devem (e.g., os pais evitam levá-los ao supermercado);
• Fazem palhaçadas na sala de aula (e acabam por ser reforçados pelos outros);
• Os outros consideram-nos “agressivos”, mas não é intencional, decorre das suas dificuldades (défices
cognitivos). Fazem gestos fora do contexto que são interpretados pelos outros como agressão (e.g.,
abraços muito apertados);
• A impulsividade pode levar a envolver-se em actividades perigosas sem ter em conta as possíveis
consequências. Eles não percepcionam o perigo (e.g., trepar par lugares altos, patinar num terreno muito
acidentados, atravessam a rua sem olhar …), e por isso têm muitos acidentes, caem, partem as coisas
(“quando vi, já fiz!”).
• A manifestação da hiperactividade é diferente consoante a idade:
No pré-escolar: Andam, saltam, trepam de um lado para o outro, mexem em tudo, não conseguem
estar muito tempo sentados a ouvir uma história, etc. Mas estes meninos podem passar
despercebidos em actividades menos estruturadas, como as que acontecem numa sala do pré-
escolar;
Na primária: Levantam-se muitas vezes do lugar, utilizando várias desculpas (e.g., afiar o lápis,
mostrar o desenho à amiga, perguntar qualquer coisa), mexem-se nas cadeiras ou sentam-se na
borda da cadeira, balançam-se, estão sempre a manusear objectos e a abanar as mãos e os pés. Em
casa, este comportamento também se verifica (e.g., levanta-se da mesa enquanto estão a comer, a
ver tv ou a fazer os tpc), falam em excesso e fazem muito barulho nas suas brincadeiras.
Adolescência: Traço de impaciência, de inquietude (e.g., mesmo sem se levantar, não consegue
estar quieto no seu lugar); muitas vezes, vem associado a problemas de comportamento (e.g., abuso
de substâncias, perturbação de conduta, comportamento anti-social).
Características Associadas:
• Baixa tolerância à frustração – não persistem na tarefa;
• Explosões de mau génio – birras;
• Mandões;
• Teimosos e insistentes para ser à maneira deles;
• Labilidade de humor;
• Disforia – tristeza, visão negativa deles próprios (estão constantemente a ouvir admoestações, de
maneira que constroem uma visão negativa de si);
• Rejeição pelos colegas – quanto mais agressivos são os hiperactivos mais rejeitados são, mas mesmo os
hiperactivos não agressivos são menos aceites que os miúdos normais. Os meninos do tipo
predominantemente desatento tendem a ser socialmente passivos e a perecerem mais negligenciados do
que rejeitados;
52
• Baixa auto-estima;
• Baixo rendimento escolar – não porque não têm capacidades, mas devido à falta de atenção. A
incapacidade de se envolver em tarefas muito exigentes é vista pelos outros como preguiça,
irresponsabilidade e oposição (o que gera conflitos com a família, professores);
• QI um pouco mais baixo – não é necessariamente muito mais baixo; se se seguir rigorosamente as
normas da WISC com estes meninos, dá-nos um QI de idiotas. Normalmente são prejudicados pois
respondem impulsivamente às questões:
• Atraso no desenvolvimento motor – clumsy/desajeitados, dificuldades na motricidade fina;
• Dificuldade no controlo dos esfíncteres;
• Facilmente rotulados de preguiçosos, irresponsáveis, rebeldes, maus, burros;
• Conflitos em casa e na escola;
• Perturbação de Oposição-Desafio, Perturbação do Comportamento, Perturbação do Humor, Perturbação
de Ansiedade, Perturbação da Aprendizagem;
• História de abuso e de negligência – pelo seu temperamento difícil podem ser alvo de abuso por parte
dos pais, professores, colegas.
Prevalências
Não há prevalências para Portugal, mas noutros países a prevalência é 4 a 5%
3-5% das crianças em idade escolar com diagnóstico, mas apenas 12-15% recebem tratamento.
É cada vez mais frequente o tratamento psicofarmacológico, contudo a maioria das crianças que
recebem medicação não preenchem todos os critérios necessários para a PHDA. Por isso o
tratamento farmacológico é de 2º linha, combinado com tratamento psicológico;
Há cada vez mais um número maior de consultas para estas crianças;
Um estudo de 2000 mostrou que a maioria das crianças medicadas não preenchem os critérios
para receber diagnóstico. É muito frequente o sobrediagnóstico e a sobremedicação.
Dados limitados relativamente a adolescentes e adultos;
Mais frequente em rapazes (3:1 a 10:1);
Raparigas com taxas mais baixas de P. Oposição e P. Comportamento. Nos rapazes é mais
frequente a hiperactividade vir acompanhada destes problemas.
Grupos socioeconómicos mais baixo são mais propensos a esta perturbação.
Evolução/Curso:
• Excessiva actividade motora quando a criança começa a movimentar-se sozinha (e.g., “quando começou
a andar”); os meninos com hiperactividade são mais difíceis de acalmar quando pequenos, têm mais
dificuldade em dormir e a comer;
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• O primeiro diagnóstico da perturbação é feito habitualmente na escola primária (adaptação à escola está
comprometida). No entanto, algumas crianças do tipo predominantemente desatento podem passar
despercebidas até ao fim da infância;
• A perturbação mantém-se relativamente estável ao longo dos primeiros anos da adolescência;
• Os sintomas (especialmente a hiperactividade motora) atenuam-se (vs remitem) no final da adolescência
e na idade adulta. Não há tratamento para a PHDA, a dificuldade continua lá mas muda de expressividade
ao longo do desenvolvimento (é uma doença crónica);
Comorbilidade:
• 1/+ perturbações comórbidas, também com défices disfuncionais (o que aumenta as limitações e défices
funcionais, complicando a avaliação e o tratamento);
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Padrão Familiar:
• Tem sido encontrada mais frequentemente nos familiares de 1º grau com PHDA (influência dos factores
genéticos). Contudo a influência familiar, escolar e dos companheiros é muito importante para determinar
a extensão dos défices e da comorbilidade;
• Familiares com perturbações de humor, ansiedade, aprendizagem, relacionadas com substâncias,
antissocial da personalidade.
Diagnóstico Diferencial:
• Comportamentos apropriados para a idade em crianças activas;
• Atraso mental;
• Sobredotação;
• Comportamentos de oposição (são muitas vezes uma perturbação comórbida);
• Outra perturbação mental.
Etiologia:
• Vários factores apontados (cognitivos, genéticos, neurológicos, ambientais, dietéticos, familiares e
psicossociais) mas com pouco consenso. Terá mais a ver com características intrínsecas/biológicas da
própria criança;
• Características biológicas são moduladas por factores ambientais (práticas parentais), mas não estão na
origem da perturbação, apenas fazem a manutenção da mesma;
• Tratamento baseado não nos mecanismos subjacentes, mas nas características clínicas apresentadas,
sintomas, comorbilidade, limitações funcionais e factores de risco.
Há estudos que mostram que estas práticas parentais disfuncionais podem ser um factor causal (podem ser
um factor etiológico).
Segundo Patterson, estas práticas parentais são um mecanismo causal importante, devido á comorbilidade
que há com outras perturbações.
Alguns estudos mostram que a PHDA é crónica. Metade das crianças pré-puberdade continuavam a ter
este diagnóstico na adolescência. Mesmo que os aspecto principais estejam a um nível sub-clinico
continuam a ter limitações a nível da atenção.
Tem-se intervindo nas escolas, com pais e professores, com os pares. Esta ultima, os pares, tem sido
menos feita. Recomenda-se que os tratamentos sejam implementados sequencialmente.
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Estudos com grupos de pares:
Há rejeição por parte de outras crianças, porque os hiperactivos não colaboram e tem comportamentos
agressivos.
Modelo de Barkley
Modelo heurístico da PHDA
Elaborado no final da década de 90
O modelo que reúne um pouco mais de consenso;
• Aspectos fundamentais: inibição comportamental e auto-regulação através das funções executivas;
Inibição Comportamental
Memória de Auto-
Memória de
trabalho Não- regulação do Reconstituição
trabalho
verbal
verbal afecto/motiva
ção
e.g. Guardar situações na mente; e.g. Descrição e reflexão; e.g. Não conseguem evitar ou reagir
Manipular ou actuar através da Resolução de problemas;a estímulos para o comportamento
experiência estabelecer objectivos e planos deorientado para o objecto
reacção
Contexto Motor/influeny/sintax
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agentes internos, i.e., auto-regulado por representações internas; Havendo um défice nas funções
executivas, a criança vai continuar a agir sem pensar, porque não tem reguladores externos e vai
ter dificuldades em regular-se internamente. Na PHDA, as crianças não conseguem regular o seu
comportamento pelas consequências (e.g., a mãe diz “muito bem”). Têm um limiar alto para que o
reforço e a punição possam ser eficazes (e.g., os pais dizem “eu castigo” mas é como se não
fizesse); Têm limiares mais altos ao nível da estimulação sensorial. A hiperactividade parece ser
uma forma de procurar mais estímulos externos para compensar esta sua subestimulação (e.g.,
filmes de acção, muitas cores, muita actividade);
Existe um défice importante ao nível da inibição comportamental (menor actividade/irrigação no
sistema cerebral de inibição comportamental – pré-frontal; inibir o comportamento em função de
critérios) que resulta de factores genéticos e neuro-desenvolvimentais e que é influenciado pelo
meio social. A deficiência na inibição comportamental cria défices secundários de auto-regulação
que, por sua vez, tornam a inibição comportamental mais pobre – isto pode ser provocado por
factores neurológicos e psicossociais.
A auto-regulação vai conseguir predizer o que lhe pode acontecer e controlar o comportamento da
criança.
Existem más práticas parentais que levam a criança a ser controlada pelo momento, a não
maximizar o futuro, o que gera sintomas de impulsividade e hiperactividade:
Inconsistência e imprevisibilidade (os pais agem de forma diferente consoante as
situações, as regras não são claras, pelo que a criança nunca sabe muito bem o que
acontece a seguir ao seu comportamento);
Incoerência (o pai age de uma maneira e a mãe de outra);
Coercividade (ameaças para conseguir obediência);
Agressividade;
57
Separar o afecto da informação (ou os sentimentos dos factos).
Avaliação
•Necessidade de avaliação e diagnóstico cuidadoso;
• Grande variabilidade nas queixas e sintomatologia (as queixas dos professores e pais são muito vagas;
há casos mais graves e menos graves);
• Informação recolhida junto de pais, professores (ou outros) acerca dos sintomas e do seu grau de
interferência;
• Atenção ao comportamento da criança dentro da consulta. Há crianças hiperactivas que na consulta
estão muito calmas, o que não quer dizer que não tenha PHDA. No entanto, se o comportamento da
criança na consulta for no sentido daquilo que os pais/professor dizem, confirma-se a hipótese de
diagnóstico. Por outro lado, o comportamento dos pais e crianças em consulta dá informação acerca da
forma como interagem;
• A informação da criança para o diagnóstico não tem muita utilidade, porque as crianças não têm
consciência das suas dificuldades (acham que fazem sempre tudo bem, tendem a sobrevalorizar as suas
capacidades). A informação da criança é importante no caso das perturbações de internalização
comórbidas. No caso das perturbações externalizantes a informação dos pais e dos professores é mais
fidedigna;
• Por vezes a criança não apresenta os sintomas em consulta, isto não permite eliminar um diagnóstico.
Temos que continuar à procura.
•Quando a criança é a fonte de informação não são muito fidedignas, porque elas tentam aumentar o sue
valor pessoal e a diminuir as suas limitações;
• A observação directa é importante, começa-se por fazer em consulta para observarmos a interacção com
os seus pais e a natureza do problema.
•Avaliar efeitos secundários farmacológicos;
•Avaliar o que os pais aceitam no tratamento;
•Necessidade de uma análise funcional compreensiva (“qual o contexto em que a criança vive?”; “o que
acontece antes, durante e depois?”), que depois nos dá a oportunidade de traçar um plano específico para
aquela criança;
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• Avaliação da aceitabilidade de pais e professores para o tratamento que estamos a pensar implementar
(nem sempre os pais estão dispostos a alterar as suas práticas parentais ou a aceitar que a criança tome
medicação);
Instrumentos/Formas de Avaliação:
• Entrevistas (semi-estruturadas ou estruturadas);
• Observação directa (muito útil no caso das perturbações externalizantes);
• Questionários
1. Conners Rating Scale (Conners, 1969) – forma para pais ;
2. Achenbach, 1991:
CBCL – Children Behavior Checklist (ICCP – Inventário de Comportamentos da Criança
para Pais)
TRF – Teachers Report Form (ICCP-R);
YSR – Youth Self Report;
Tratamento
Diferentes tipos de intervenções cognitivo-comportamentais têm sido aplicados; revisões mostram a falta
de eficácia das abordagens mediacionais cognitivas (técnicas auto-instrucionais); no entanto, pode ser
importante incluir intervenções cognitivo-comportamentais em programas multi-componentes (Pelham &
Walker, 1995);
• A terapia do comportamento e a medicação estimulante parecem ser as duas únicas formas de
tratamento baseadas em evidência empírica;
Recentemente tem-se chegado à conclusão de que as abordagens através de mediadoras cognitivas são
menos eficazes.
Os estudos mostram que as intervenções comportamentais são mais eficazes.
Os autores salientam que pode ser importante incluir programas multicomponentes, mas sempre mais
comportamental.
No tratamento, podemos predizer comportamentos modificados tenham impacto a curto, médio e a longo
prazo.
Deve-se fazer adequação de expectativas sobre o tratamento com os pais, professores, etc. Criar
expectativas com os pais e professores que tem que trabalhar juntos. Por vezes é útil a entrevista
motivacional com os pais para os motivar para a terapia. Temos que dizer que a PHDA é crónica.
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• Treino de pais;
• Intervenções na escola;
• Intervenções com a criança;
• Medicação com um estimulante do sistema nervoso central;
Não têm de ser mutuamente exclusivas, elas podem ser todas utilizadas
•O tratamento deve incidir em problemas socialmente relevantes, apresentados no dia-a-dia que, se forem
mudados, terão um impacto positivo na criança a longo prazo (e.g., dificuldades com os pares,
funcionamento académico, relações familiares);
• Deve começar-se pelas áreas com mais limitações para a criança;
• Importante não iniciar uma intervenção comportamental com pais/crianças sem ter indicadores claros de
que os pais e as crianças estão envolvidos na implementação do tratamento;
• Pode ser necessário modificar expectativas erradas (e.g., pensar que existe cura, “ele precisa é de umas
lambadas”, “ele é um preguiçoso”) e motivar para o tratamento (e.g., entrevista motivacional);
• Tratamento intensivo, aplicado no meio ambiente da criança, pelo tempo que for necessário – contacto
semanal com pais e escola, durante 10 a 13 semanas (isto é ser optimista).
Medicação
• É um tratamento eficaz por si só;
• Tratamentos comportamentais e farmacológicos têm melhores resultados que só tratamentos
comportamentais;
• Ritalina e Concerta são estimulantes do SNC (como o problema das crianças hiperactivas é a
subestimulação, a medicação vai dar-lhe a estimulação interna necessária, e que não encontra
externamente).
No entanto, Pelham e Walker (2005) sugerem que a medicação seja um tratamento de segunda linha:
1. Os tratamentos comportamentais não têm efeitos adversos conhecidos;
2. A medicação estimulante tem vários efeitos secundários (e.g., redução do apetite e do sono, quando o
efeito da medicação diminui as crianças tornam-se irritáveis, pode originar tiques motores);
3.Como a medicação estimulante tem efeitos colaterais, administram-se anti-depressivos (que também
tem efeitos secundários, e não podem tomar esta medicação durante muito tempo);
4. 2/3 das crianças com PHDA com tratamento comportamental não precisam de intervenção
medicamentosa;
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Como única opção terapêutica tem várias limitações:
1. A sua acção é limitada no tempo;
2. Muitos adolescentes deixam de a tomar (e.g., acham-se “anormais” por tomarem medicação);
3. Pode ter o efeito de desencorajar os pais de aprenderem e aplicarem boas práticas parentais;
• Pelo contrário, ensinar aos pais e professores aptidões de manejo comportamental pode ter um impacto
positivo na criança e na família (longo prazo), e noutras crianças com quem pais e professores vão
interagir;
Assim…
• A medicação deve ser usada como complemento da terapia do comportamento só quando foram
tentadas e ajustadas técnicas comportamentais e os problemas da criança continuaram a ser refractários;
• Pode ser usada como opção de primeira linha se a perturbação é grave/afecta várias áreas do
funcionamento da criança ou se não existe a possibilidade de um tratamento comportamental (e.g., os pais
podem não conseguir pagar as consultas ou habitarem muito longe);
Intervenções na Escola
• Essencial;
• Intervenção de 11 semanas sugerida ao professor (Pelham & Walker, 2005):
1. Informação ao professor sobre PHDA;
2. Estratégias de manejo contingente;
3. Intervenções simples que podem ser aplicadas a toda a classe;
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4. Importância de as crianças com PHDA deverem ser imediatamente informadas das
violações às regras com as consequentes consequências sistemáticas (porque elas não têm
capacidades para manter a MT);
Treino De Pais
• Tratamentos bem estabelecidos na PHDA;
• Existem programas manualizados amplamente utilizados e validados (Barkley, Webster-Stratton) –
Anos Incríveis;
• Foca-se numa ampla gama de aptidões parentais;
• Duração de 8 a 16 semanas;
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• Individual ou grupal;
• Podem incluir sessões de manutenção (follow-up).
• Pode também ser importante intervir na psicopatologia ou stress parental;
• Importante restabelecer contacto com a família em períodos de transições desenvolvimentais (e.g.,
puberdade, mudança de escola – perturbação crónica).
• Primeiro, dá-se o racional da PHDA – deve-se dizer que para além da medicação é importante
aprenderem estas mudanças de comportamentos.
• tem componentes adicionais sobre alguns aspectos:
Conflitos conjugais em relação às práticas educativas
Depressão parental
Stress parental
• tem que se promover a autonomia dos pais para lidarem com a PHDA
•Faz-se treino em gabinete e depois generalização para contextos naturais
•Os estudos mostram que estes treinos produzem diminuição significativa na falta de atenção,
hiperactividade, desobediência, nos problemas de comportamento e agressão, obtém-se melhoras nas
aptidões parentais, stress parental e auto estima parental.
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Em crianças cujo principal problema é o comportamento desobediente ou de oposição e cujas famílias
não são seriamente disfuncionais, este programa geralmente leva a uma mudança do comportamento de
obediência da criança para parâmetros considerados normais para a sua faixa etária.
Crianças com psicopatologia mais grave, tais como perturbações de défice de atenção ou perturbações
globais de desenvolvimento, melhoram frequentemente o seu comportamento de desobediência através
deste programa. No entanto, após o programa, muitas delas podem continuar a ser consideradas como
tendo um comportamento mais desviante do que o normal.
Em tais situações, a atitude mais adequada será a de treinar os pais para lidarem com os problemas da
criança, em vez de os tentarem “curar”.
O programa pode, mesmo assim, minimizar a amplitude e impacto do comportamento desobediente da
criança nos diferentes problemas da própria criança e no nível de stress vivenciado pela família.
Crianças com um comportamento altamente agressivo ou hostil face a outros, não devem ser abrangidas
por este programa.
Nestes casos, o programa geralmente não introduz qualquer mudança; por outro lado, a reacção da criança
aos procedimentos do programa, que muitas vezes passa por níveis muito elevados de comportamento
fisicamente agressivo, pode mesmo aumentar o stress da família, ao não conseguir lidar com este
comportamento.
A existência de conflitos conjugais intensos é igualmente um preditor de insucesso deste e de outros
programas de treino parental. Nestas situações, os pais deverão ser encaminhados para um
acompanhamento a nível do conflito conjugal, por forma a que possam resolver este problema antes de
poderem beneficiar de um treino parental.
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em contexto familiar com níveis elevados de stress marital, financeiro, de saúde e pessoal;
são factores que, isoladamente ou em conjunto, podem explicar o aparecimento e manutenção de
comportamentos desadequados ma criança.
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Cada sessão começa com uma revisão das tarefas para casa atribuídas na sessão anterior e de quaisquer
outros acontecimentos que a família possa querer partilhar.
Problemas que possam ter surgido na implementação das instruções são discutidos e resolvidos.
Seguidamente, quando se trabalha com um grupo de pais, é possível formar pares e ter cada díade
separada em diferentes cantos da sala.
Um pai representa o papel da criança enquanto o outro executa o método sob discussão. Pode-se passar de
uma díade para a seguinte, dando feedback face ao desempenho do “pai”.
Então os pais trocam de papéis e o treino continua.
Deve-se então discutir eventuais problemas que os pais possam sentir na implementação da técnica em
sua casa na semana seguinte.
Subsequentemente, as tarefas para casa da semana seguinte são estabelecidas e esclarecidas eventuais
questões a este respeito.
Ao longo de cada sessão devem-se dar elogios, encorajamento e feedback positivo aos pais pelo
cumprimento das instruções e tarefas para casa.
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explica-se o facto de o comportamento disruptivo e desobediente poder ser mantido mesmo que a criança
só pontualmente consiga ganhar consequências positivas ou evitar actividades desagradáveis.
4. Acontecimentos familiares stressantes: Após se rever com os pais potenciais acontecimentos
stressantes que possam acontecer na família:
o problemas pessoais,
o de saúde,
o conjugais,
o familiares,
o financeiros e profissionais),
analisa-se o facto de tais acontecimentos poderem agir de diversas formas para aumentar a
probabilidade de ocorrência do comportamento desadequado da criança.
Estes acontecimentos afectam directamente o bem-estar emocional dos pais e, consequentemente, a
forma como eles lidam eficaz e consistentemente com o comportamento desobediente da criança,
sendo algumas vezes excessivamente punitivos e outras vezes dando pouca atenção aos mesmos
comportamentos.
As perturbações emocionais dos pais tendem a distorcer as suas percepções sobre o comportamento
dos filhos, levando-os a ver o comportamento habitual da criança sob um prisma muito negativo e
punindo-a ou interagindo com ela de um modo excessivamente crítico, o que produz comportamento
desviante e conduz a confirmação das percepções iniciais dos pais.
os acontecimentos stressantes podem estar a afectar directamente a criança da mesma forma que
afectam os pais, levando-a a alterar o seu comportamento e a exibir mais manifestações oposicionais.
Ao se aperceberem do papel de acontecimentos familiares stressantes no aparecimento ou
agravamento do mau comportamento da criança, pretende-se que os pais consigam desenvolver
estratégias para reduzir ou neutralizar o papel dos agentes stressores na família.
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Treinar os pais em métodos de focalizar a atenção em comportamentos positivos da criança, ignorando
simultaneamente os comportamentos negativos;
Solicitar aos pais que pratiquem estas estratégias de atenção diferencial em casa durante a semana
seguinte;
Começar a estabelecer um padrão de interacção mais positivo entre os pais e a criança.
Tempo especial:
Estabelecer espaços lúdicos não directivos, por forma a que os pais e a criança interajam mais
frequente e positivamente.
Isto é indicado como tarefa de casa;
deverá ser a criança a seleccionar a actividade lúdica;
envolvimento dos pais na tarefa;
não dar ordens nem levantar questões, não criticar;
não tentar controlar;
fazer comentários de feedback positivo, desde a descrição do comportamento a elogios
específicos, detalhando o comportamento apreciado;
se a criança se começar a comportar muito mal, ignorar e afastar-se por um breve período de
tempo; se o comportamento desadequado se mantiver, terminar o período lúdico e, em casos
extremos, recorrer à punição;
este “tempo especial” deve ser diário e envolver os pais e a criança de uma forma pró-activa e
genuína
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A obediência deve ser reforçada com atenção, elogios ou outras recompensas.
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A lista final deve conter pelo menos dez privilégios. Alguns são recompensas a curto prazo, que a
criança costume ter todos os dias e pelas quais pagará apenas uma pequena quantidade de fichas.
Outras recompensas corresponderão a coisas ou actividades altamente desejadas e especiais e
implicarão poupanças de vários dias ou semanas, como por exemplo, um brinquedo novo, uma ida ao
cinema, jantar fora, fazer uma viagem ou dar uma festa com os amigos.
Seguidamente, os pais e a criança devem fazer uma lista de comportamentos-alvo, isto é, tarefas,
responsabilidades e outros comportamentos apropriados que os pais querem que aumentem de
frequência (ex., arrumar o quarto, fazer a cama, tomar banho, vestir-se para ir para a escola ou
preparar-se para deitar, fazer os deveres escolares, ajudar a pôr ou a levantar a mesa).
Os pais devem pegar na lista de tarefas e decidir quanto deve ser pago por cada uma delas.
Naturalmente, o critério será que quanto mais difícil e exigente for a tarefa, maior o número de fichas
a dar.
Os pais decidem também quanto cobrar à criança por cada recompensa da lista. Podem calcular o total
de fichas que a criança consegue ganhar num dia normal. Devem dar um preço a cada um dos
privilégios habituais que a criança vai querer todos os dias, por forma a que aproximadamente 2/3 do
ganho diário médio sejam gastos nesses prémios. O restante terço pode ser então poupado, permitindo
que a criança o gaste em recompensas de médio ou longo prazo, mais valiosas.
Na primeira semana, o sistema de tokens deve ser usado exclusivamente para recompensar o bom
comportamento. Retirar fichas, previamente ganhas, pelo mau comportamento, leva a que a criança
perca interesse e motivação em participar. O sistema será posteriormente ajustado para incluir custo
de reposta.
Aquando da atribuição das fichas, os pais devem descrever de forma específica qual o comportamento
recompensado e elogiar a criança.
As fichas devem ser dadas imediatamente após a emissão do comportamento.
As listas de tarefas e prémios devem ser revistas periodicamente
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Os pais devem igualmente acrescentar à lista os comportamentos indesejáveis (bater, mentir, roubar,
discutir, dizer asneiras, gritar ou outros) que ocorrem com uma certa frequência e que vão passar a ser
multados com a retirada de fichas. Quanto mais grave o comportamento, maior a multa.
Quando a criança é multada por um comportamento inapropriado, pode responder com uma birra, insultos
ou partindo coisas. Se estas reacções negativas fossem multadas aconteceria uma espiral de punições
parentais que terminaria com a criança multada em mais pontos do que poderia ganhar, perdendo toda a
motivação no sistema de tokens.
Então, a criança só deve ser multada uma vez e se tiver uma reacção negativa, deve ser enviada de castigo
para o “Time Out!”.
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Periodicamente ao longo da visita, os pais devem dar atenção e elogiar a criança por obedecer às regras
estabelecidas.
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