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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Sumário

Apresentação.......................................................................................................................................4
Objetivo...............................................................................................................................................5
01 - O Conceito de Patrimônio..........................................................................................................6
01.1 - O Patrimônio Público..........................................................................................................8
01.2 - Diferenciação de Bens Tangíveis e Intangíveis...............................................................12
01.3 - Bens Tangíveis...................................................................................................................14
02 - O Reflexo das Novas Normas Contábeis No Controle Patrimonial.....................................16
03 - Importância da Gestão de Bens (Controle Administrativo).................................................26
03.1 - Lei de Responsabilidade Fiscal.........................................................................................28
03.2 - Planejamento Patrimonial................................................................................................29
03.3 - Etapas do Planejamento Patrimonial..............................................................................30
03.4 - Fases do Planejamento Patrimonial.................................................................................32
04 - Diferenciação Entre Material de Consumo e Material Permanente....................................33
04.1 - Parâmetros Excludentes: Análise de Casos e Empregos Específicos...........................34
04.2 - Exemplos de Itens Considerados Materiais Permanentes.............................................36
04.3 - Exemplos de Itens Considerados Materiais de Consumo..............................................37
05 - Classificação e Catalogação de Materiais...............................................................................40
05.1 - Atributos Adicionais a Serem Considerados na Classificação De Materiais...............44
05.2 - Formas de Classificação de Materiais.............................................................................45
05.3 - Estrutura Básica de Um Catálogo de Bens, Materiais e Serviços.................................51
06 - Atribuições Básicas da Gestão de Material Permanente.......................................................57
06.1 - Recebimento de Materiais e Bens....................................................................................57
06.1.1 - Agenda de Recebimento..............................................................................................57
06.1.2 - Ato do Recebimento....................................................................................................61
06.1.3 - Regularização do Recebimento...................................................................................73
06.2 - Conceitos Básicos e Nomenclaturas da Gestão de Material Permanente....................80
06.3 - Incorporação Patrimonial.................................................................................................82
06.4 - Registro e Tombamento....................................................................................................85
06.5 - Movimentação de Bens Móveis........................................................................................87
06.5.1 - Distribuição de Bens....................................................................................................88
06.5.2 - Transferência de Bens..................................................................................................91

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06.5.3 - Doação de Bens...........................................................................................................91


06.5.4 - Cessão de Uso..............................................................................................................92
06.6 - Movimentação de Veículos...............................................................................................93
06.7 - Bens de Propriedade de Terceiros...................................................................................94
06.7.1 - Comodato.....................................................................................................................94
06.7.2 - Locação........................................................................................................................94
06.8 - Saída Provisória.................................................................................................................97
06.9 - Controle Físico de Bens Móveis........................................................................................97
06.10 - Inventário de Bens Móveis............................................................................................100
06.11 - Leilão de Bens Móveis...................................................................................................103
07 - Legislação Patrimonial...........................................................................................................111
07.1 - Legislação Federal...........................................................................................................111
07.1.1 - Lei nº 4.320 de 17 de Março de 1964........................................................................111
07.1.2 - Lei Nº 8.429 de 2 de Junho de 1992..........................................................................113
07.1.3 - Lei Nº 8.666 de 21 de Junho de 1993........................................................................117
07.1.4 - Portaria Nº 448 STN de 13 de Setembro de 2002.....................................................120
07.2 - Legislação Estadual.........................................................................................................123
07.2.1 - Lei Nº 9.809 de 18 de Dezembro de 1973.................................................................123
07.2.2 - Decreto Nº 31.845 de 4 de Dezembro de 2015..........................................................126
07.2.3 - Decreto Nº33.832, de 03 de Dezembro de 2020........................................................137
07.2.4 - Lei Nº 13.476 de 20 de Maio de 2004.......................................................................139
07.2.5 - Lei N° 14.891, de 31.03.11 (D.O. de 04.04.11).........................................................141
07.2.6 - Decreto Nº 27.786 de 02 de Maio de 2005................................................................142
07.2.7 - Decreto Nº 31.340 de 05 de Novembro de 2013.......................................................146
07.2.8 - Decreto Nº 31.671, de 09 de Fevereiro de 2015........................................................158
07.2.9 - Decreto Nº 31.549, de 13 de Agosto de 2014............................................................159
07.2.10 - Decreto Nº 32.564, de 26 de Março de 2018...........................................................161
Referências......................................................................................................................................181

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Apresentação

O advento da promulgação da Lei Complementar nº 101, de 04 de maio

de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) assim como o processo de


convergência das normas de contabilidade pública aos padrões internacionais

do IFRS - International Financial Reporting Standards, iniciado no ano de 2008,


trouxeram uma maior atenção para alguns aspectos teóricos e práticos

relativos à gestão patrimonial implantando inovações que contribuíram para


uma maior transparência nas contas públicas, um maior controle e além de
solidificar o cumprimento da Lei nº 4.320/64.

Dentre as principais alterações implantadas, está a previsão de

depreciação para os bens públicos. Sendo que a maioria dos órgãos da


administração pública, não executava este procedimento, embora houvesse

previsão legal no Art. 104 da Lei nº 4.320/64. O desprezo até então dado às
informações de custos, entre os quais se encontra a depreciação,

impossibilitava ao gestor e a sociedade a real mensuração dos custos do


poder público e o impacto destes no patrimônio das entidades.

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Desde o ano de 2013 o Governo do Estado do Ceará, vem realizando um

esforço no desenvolvimento de novos sistemas informatizados e capacitação


de seus agentes públicos para adequação às novas práticas.

A Secretaria do Planejamento e Gestão – Seplag em colaboração com a


Escola de Gestão Pública do Ceará – Egpce apresentam neste curso a reunião

de aspectos teóricos, procedimentos práticos e legislação até então


desenvolvidos com relação a gestão de materiais permanentes (bens móveis)

e seu sistema informatizado de controle, de forma a oferecer a atualização


permanente aos órgãos e entidades do Poder Executivo Estadual.

Objetivo

Compreender as técnicas usuais de gestão de materiais permanentes,

assim como a legislação vigente e sua aplicabilidade no cotidiano operacional


da administração pública estadual.

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01 - O Conceito de Patrimônio

Objetivos: Compreender o conceito de patrimônio e como está

estruturado o seu sistema de controle segundo a lei nº 4.320, assim como


identificar dentro do conjunto de bens direitos e obrigações o que são bens

tangíveis e a necessidade de depreciação.

De uma forma geral podemos conceituar o “Patrimônio” como a reunião

de objetos administrados por uma determinada entidade (seja esta pública


ou privada) para atingir seus objetivos fundamentais. No entanto, é

imprescindível que tais objetos, além de possuírem forte vinculação com os


objetivos da entidade sejam também avaliáveis em moeda.

Ampliando o conceito de patrimônio do ponto de vista contábil, o


patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma

pessoa física ou jurídica. Interpretando isso de uma forma prática e


considerando a mensuração do patrimônio em moeda, este será formado

pelo somatório dos valores dos BENS mais os DIREITOS (ativos), subtraídos
pelo valor das OBRIGAÇÕES (passivo) possuídos por uma pessoa ou entidade.

Assim, entende-se que o patrimônio é estruturado da seguinte forma:

Ativo

São os bens e direitos que uma entidade possui e que podem ser

convertidos em dinheiro. É a parte positiva do patrimônio e identifica onde os


recursos da entidade foram aplicados. Para que um ativo possa ser

considerado desta forma, é necessário que ele seja considerado um bem ou


um direito para a entidade, seja de propriedade da mesma (tem que ter nota
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fiscal em nome da entidade se for um bem, por exemplo), poder ter seu valor

monetário calculado e gerar benefícios futuros para a entidade.

Em contabilidade, pode ser classificado como ativo tudo o que pode ser

convertido em dinheiro de alguma forma. Por exemplo, o dinheiro em banco


é um ativo, o estoque da entidade pode ser vendido e virar dinheiro, então é

um ativo, o carro da entidade pode ser vendido e virar dinheiro, então é um


ativo. Todos estes itens são de propriedade da entidade, tem seu valor

estabelecido em nota fiscal ou outro documento fiscal e geram benefícios


futuros.

Passivo

São todas as obrigações e dívidas financeiras de uma entidade, derivadas


de eventos passados, cujos pagamentos se esperam que resultem em saídas

de recursos capazes de gerar benefícios econômicos ou potencial de serviços


para a entidade. Assim, fazem parte dos passivos de uma entidade as

despesas relacionadas a pagamento de salários, impostos, tributos,


empréstimos, fornecedores, entre muitas outras. Ou seja, o passivo também é

visto como o saldo redutor do valor do patrimônio de uma entidade. Isso


quer dizer que, quanto maior ele for, menos valor a entidade terá.

Patrimônio Líquido

É o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos


seus passivos. Em linhas gerais, corresponde à riqueza de uma entidade, o

que ela possui descontadas as contas que precisa pagar. Ele representa a
fonte interna de recursos e o quanto tem investido na entidade.

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01.1 - O Patrimônio Público

O Estado enquanto organizado politicamente como nação, tem amplo

poder incluindo a capacidade de estabelecer e fazer cumprir requisitos legais


e alterar esses requisitos é soberano para exercer tal poder sobre todas as

coisas que se encontra em seu território. Tudo o que pertencer a particulares,


ou não pertencer a ninguém, ficará sujeito às limitações administrativas

impostas pelo Estado.

Este poder é denominado domínio público. Contudo, apesar de possuir o

domínio público sobre o que está em seu território, o patrimônio público é


constituído somente pelos bens dos quais o Estado possui o direito de uso

pessoal e real.

O Conselho Federal de Contabilidade em sua colaboração ao esforço de

convergência da contabilidade pública brasileira às Normas Internacionais de


Contabilidade, em uma de suas primeiras publicações sobre o tema,

especificamente a norma NBCT SP Nº 16.2, conceitua:

Patrimônio Público é o conjunto de direitos e bens, tangíveis ou


intangíveis, onerados ou não, adquiridos, formados, produzidos, recebidos,

mantidos ou utilizados pelas entidades do setor público, que seja portador


ou represente um fluxo de benefícios, presente ou futuro, inerente à

prestação de serviços públicos ou à exploração econômica por entidades do


setor público e suas obrigações.

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IMPORTANTE

Diante da abrangência desse conceito pudemos interpretar que o

patrimônio público engloba o patrimônio de todas as entidades que


compõem a Administração Pública ou seja: tanto as entidades das

Administrações Públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União,


Estados, Distrito Federal e Municípios, quanto às empresas públicas,

incluindo a parte do capital estatal nas sociedades de economia mista, que


também são tratados como patrimônio público.

A Contabilidade Pública é um ramo da contabilidade regido pela Lei

4.320, de 17 de março de 1964. Seu objetivo é o controle sistemático dos


recursos econômico-financeiros do Estado, por intermédio das ações

administrativas de seus agentes – União, Estados, Municípios e Distrito


Federal.

Segundo a Lei 4.320, podemos definir a Contabilidade Pública como a


parte da contabilidade que coleta, registra, controla e analisa os atos e os

fatos da Fazenda Pública; ela reflete o Patrimônio Público e suas variações,


bem como acompanha e demonstra a execução do orçamento; diferindo das

demais contabilidades porque os seus procedimentos estão ligados


diretamente à Administração Pública, cuja ordenação se faz por meio de leis e

regulamentos.

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

A Contabilidade pública é estruturada, segundo a Lei nº 4.320/64, em

quatro sistemas contábeis que interagem entre si, objetivando o


acompanhamento orçamentário, a composição financeira e patrimonial, bem

como a evidenciação de compromissos assumidos pela Administração


Pública, nas contas de compensação, ou seja, os sistemas de contas da

Contabilidade Pública classificam-se em: Sistema Orçamentário, Sistema


Financeiro, Sistema Patrimonial e Sistema de Compensação.

A Resolução CFC nº 1.129/2008 publicada em 25.11.2008 com fins de


adequação às normas internacionais de contabilidade, ainda menciona um

quinto sistema, representado pelo Sistema de Custos que registra, processa e


evidencia os custos dos bens e serviços, produzidos e ofertados à sociedade

pela entidade pública.

Daremos aqui enfoque ao Sistema Patrimonial que é constituído das

contas que registram as movimentações que concorrem ativa e passivamente


para a formação do patrimônio da entidade, ou seja, são registrados os bens

patrimoniais (móveis, imóveis, estoques, créditos, obrigações, valores,


operações de crédito, dentre outras), originadas ou não da execução

orçamentária. É registrado também no Sistema Patrimonial o resultado


econômico do exercício.

No Sistema Patrimonial os lançamentos que correspondem a


incorporação ou desincorporação de ativos e passivos são feitos

isoladamente dentro deste sistema, ainda que o fato venha a motivar uma
entrada ou saída de recurso do Sistema Financeiro.

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Vale ressaltar que as contas patrimoniais registram valores sintéticos, que

para serem conciliados periodicamente, necessitam de um controle auxiliar


denominado controle administrativo, os arts. 94 e 95 da lei nº 4.320/64

expressa o seguinte:

Art. 94. Haverá registros analíticos de todos os bens de caráter


permanente, com indicação dos elementos necessários para a perfeita

caracterização de cada um deles e dos agentes responsáveis pela sua


guarda e administração.

Art. 95 A contabilidade manterá registros sintéticos dos bens móveis e


imóveis.

Apesar de não ser objeto da lei nº 4.320/64, para as entidades públicas


de administração direta, no sistema patrimonial deve ser procedido o registro

da depreciação dos bens móveis e imóveis, levando-a para a conta de


resultados em contrapartida com a conta de depreciação acumulada.

Ao longo do tempo, a Administração Pública esteve voltada para os


aspectos orçamentários e financeiros, dando menor importância para a

questão de controle do patrimônio público. Com o advento da Lei


Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, muito conhecida como a Lei de

Responsabilidade Fiscal (LRF), os entes políticos perceberam a necessidade de


se ter um maior controle e preservação do patrimônio público.

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Atualmente, o sistema de gestão utilizado pela União e pela maioria dos

Estados e Municípios, já demonstram a sua preocupação com o patrimônio,


exigindo dos órgãos um detalhamento maior do seu patrimônio.

01.2 - Diferenciação de Bens Tangíveis e Intangíveis

Como já vimos anteriormente a representação do patrimônio de uma

entidade, na contabilidade, está dividida em três grandes grupos: Ativo,


Passivo e Patrimônio Líquido. Aqui, o que nos interessa é o Ativo, pois é onde

se encontram os bens tangíveis e intangíveis.

O Ativo de uma entidade é composto por bens (estoques, automóveis,

móveis e utensílios, etc.) e direitos (créditos a receber, aplicações financeiras,


etc.). Ele é subdividido em dois grandes subgrupos: Ativo Circulante e Ativo

Não Circulante. O Circulante é onde são registrados os bens e direitos que


podem ser convertidos em moeda em até 365 dias. Já no Não Circulante

estão registrados os bens e direitos que a entidade possui, mas que não pode
(ou não tem a intenção) de transformar em moeda nos próximos 365 dias.

Esse subgrupo está dividido em 4 categorias:

Realizável a Longo Prazo

Correspondem a bens e direitos que a entidade possui a intenção de

convertê-lo em moeda, mas não há expectativa de que isso ocorra em um


prazo inferior a 365 dias, sem que haja considerável perda de seu valor

contábil. Aqui podemos ter registrados, por exemplo, aplicações financeiras


de longo prazo, depósitos bancários, despesas antecipadas de longo prazo,

etc.

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Investimentos

São registrados nesta categoria os investimentos em outras entidades

ou aqueles de caráter permanente ou indefinido, como investimento em


ouro, obras de arte, propriedade para investimento, etc.

Imobilizado (ou bens tangíveis)

Aqui são registrados os bens de natureza permanente que são

utilizados para a manutenção da atividade da entidade. Eles precisam se


apresentar na forma tangível (bens corpóreos), ter uma vida útil de no

mínimo 2 anos e a entidade não pode ter a intenção de vendê-los. Alguns


exemplos são terrenos, edificações, máquinas e equipamentos, etc.

Intangível

As entidades públicas frequentemente despendem recursos ou

contraem obrigações com a aquisição, o desenvolvimento, a manutenção ou


o aprimoramento de recursos intangíveis, como conhecimento científico ou

técnico; projeto e implantação de novos processos ou sistemas; licenças;


propriedade intelectual; e marcas registradas (incluindo nomes comerciais e

títulos de publicações). Exemplos de itens que se enquadram nessas


categorias são: softwares; patentes; direitos autorais; direitos sobre filmes

cinematográficos; listas de usuários de um serviço; licenças de pesca; quotas


de importação adquiridas; e relacionamentos com usuários de um serviço.

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01.3 - Bens Tangíveis

Os bens tangíveis referem-se aos recursos físicos de longo prazo que

uma entidade possui e que consegue mensurar o valor. Esses ativos são
adquiridos com a intenção de realizar operações que gerem benefícios

econômicos e/ou manutenção da atividade da entidade. Outra característica é


que este tipo de bem, na maioria dos casos, possui uma vida útil econômica.

Por isso, eles devem ser depreciados. Isso quer dizer que, mensalmente, deve
ser deduzido uma quota do valor contábil de cada bem, para que no final de

sua vida útil reste apenas o seu valor residual.

O intuito da depreciação é garantir que, ao final da vida útil do bem, a

entidade tenha uma reserva para adquirir outro e, assim, continuar a sua
operação. Por isso, a depreciação é uma despesa, mas não representa uma

saída de dinheiro. Ao mesmo tempo, a depreciação é uma conta redutora do


ativo imobilizado. Isso, na prática, garante que o seu balanço patrimonial
reflita a realidade com mais precisão, uma vez que o valor dos ativos é
ajustado com o passar do tempo.

Por outro lado, alguns bens tangíveis não perdem valor com o passar do
tempo, tampouco possui uma vida útil econômica. Por isso, não há o que se

falar em depreciação. Os exemplos mais conhecidos são os terrenos. Vale


ressaltar que entidades que trabalham com exploração de minas e jazidas

devem registrar esses bens em seu grupo de ativo imobilizado. Apesar de ser
uma espécie de terreno, este tipo de bem é utilizado para uma finalidade

específica, que é a extração de recursos naturais. Por sua vez, esses recursos
são finitos. Logo, é preciso mensurar esses ativos de acordo com sua

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

capacidade produtiva e reduzir seu valor contábil à medida que os recursos

forem se esgotando. Neste caso, a nomenclatura utilizada para demonstrar a


redução do valor do bem é “exaustão” e não “depreciação”.

As normas contábeis para registro, mensuração e avaliação do ativo


imobilizado do setor público foram editadas pelo Conselho Federal de

Contabilidade especificamente a norma NBC TSP 07 – Ativo Imobilizado. Os


bens tangíveis do ativo imobilizado, especificamente os materiais

permanentes (bens móveis) serão o enfoque do curso daqui por diante.

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02 - O Reflexo das Novas Normas Contábeis No Controle


Patrimonial

Objetivo: Compreender os conceitos introduzidos pelas Normas

Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público – NBCASP referentes à


mensuração e avaliação do patrimônio público, assim como a mecânica do

cálculo da depreciação.

Considerando a necessidade de adaptações à economia mundial

globalizada, as diversas áreas da Contabilidade brasileira vêm passando por


significativas mudanças nos últimos anos. Essas mudanças visam à adequação

e convergência aos padrões e procedimentos internacionais.

É importante destacar que essas modificações não afetam somente a

Contabilidade Comercial, afetam também a Contabilidade Aplicada ao Setor


Público. Partindo da premissa que no Brasil a Contabilidade Pública está

pautada na Lei Federal 4.320/64 e que esta lei possui um enfoque


orçamentário, muitas mudanças são necessárias para a evidenciação do

patrimônio público e para que se possa acompanhar de maneira efetiva a


evolução dele.

FIQUE ATENTO

Partindo dessa necessidade de buscar uma melhor evidenciação dos


fenômenos patrimoniais, tornou-se necessária a elaboração de normas que

padronizassem os registros contábeis na entidade pública aos padrões


internacionais. Essas mudanças estão em curso e visam aproximar a

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Contabilidade Aplicada ao Setor Público das mesmas regras da

Contabilidade aplicada ao setor privado, ambas com enfoque patrimonial,


sem deixar de atender as peculiaridades da Lei Federal 4.320/64, com seu

foco orçamentário.

Nesse sentido o Conselho Federal de Contabilidade editou as Normas


Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público denominado “NBC T

16”. Foram editadas inicialmente 11 normas (NBC T 16.1 a NBC T 16.11) que
foram publicadas na forma de Resoluções do Conselho Federal de

Contabilidade. Ainda estão vigentes a NBC T 16.7 e a NBC T 16.11 o restante


foi revogada e substituída pelas Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas

do Setor Público NBC TSP com maior convergência às normas contábeis


emitidas pelo International Public Sector Accounting Standards – IPSAS que

representa um conjunto de normas para utilização na preparação das


demonstrações financeiras por entidades do setor público em todo o mundo.

Esses padrões são baseados nos IFRS – International Financial Reporting


Standards.

Atualmente a distribuição das NBC TSP apresentam-se na tabela a seguir:

NBC Resolução CFC Nome da Norma IFAC

NBC TSP ESTRUTURA Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Informação Conceptual
DOU 04/10/16
CONCEITUAL Contábil de Propósito Geral pelas Entidades do Setor Público Framework

NBC TSP 01 DOU 28/10/16 Receita de Transação sem Contraprestação IPSAS 23

NBC TSP 02 DOU 28/10/16 Receita de Transação com Contraprestação IPSAS 9

NBC TSP 03 DOU 28/10/16 Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes IPSAS 19

NBC TSP 04 DOU 06/12/16 Estoques IPSAS 12

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NBC TSP 05 DOU 06/12/16 Contratos de Concessão de Serviços Públicos: Concedente IPSAS 32

NBC TSP 06 DOU 28/9/17 Propriedade para Investimento IPSAS 16

NBC TSP 07 DOU 28/9/17 Ativo Imobilizado IPSAS 17

NBC TSP 08 DOU 28/9/17 Ativo Intangível IPSAS 31

NBC TSP 09 DOU 28/9/17 Redução ao Valor Recuperável de Ativo Não Gerador de Caixa IPSAS 21

NBC TSP 10 DOU 28/9/17 Redução ao Valor Recuperável de Ativo Gerador de Caixa IPSAS 26

NBC TSP 11 DOU 31/10/18 Apresentação das Demonstrações Contábeis IPSAS 1

NBC TSP 12 DOU 31/10/18 Demonstração dos Fluxos de Caixa IPSAS 2

Apresentação de Informação Orçamentária nas Demonstrações


NBC TSP 13 DOU 31/10/18 IPSAS 24
Contábeis

NBC TSP 14 DOU 31/10/18 Custos de Empréstimos IPSAS 5

NBC TSP 15 DOU 31/10/18 Benefícios a Empregados IPSAS 39

NBC TSP 16 DOU 31/10/18 Demonstrações Contábeis Separadas IPSAS 34

NBC TSP 17 DOU 31/10/18 Demonstrações Contábeis Consolidadas IPSAS 35

Investimento em Coligada e em Empreendimento Controlado em


NBC TSP 18 DOU 31/10/18 IPSAS 36
Conjunto

NBC TSP 19 DOU 31/10/18 Acordos em Conjunto IPSAS 37

NBC TSP 20 DOU 31/10/18 Divulgação de Participações em Outras Entidades IPSAS 38

NBC TSP 21 DOU 31/10/18 Combinações No Setor Público IPSAS 40

NBC TSP 22 DOU 28/11/19 Divulgação sobre Partes Relacionadas IPSAS 20

NBC TSP 23 DOU 28/11/19 Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro IPSAS 3

Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de


NBC TSP 24 DOU 28/11/19 IPSAS 4
Demonstrações Contábeis

NBC TSP 25 DOU 28/11/19 Evento Subsequente IPSAS 14

NBC TSP 26 DOU 26/11/19 Ativo Biológico e Produto Agrícola IPSAS 27

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

NBC TSP 27 DOU 04/11/20 Informações por Segmento. IPSAS 18

NBC TSP 28 DOU 04/11/20 Divulgação de informação Financeira do Setor Governo Geral. IPSAS 22

NBC TSP 29 DOU 04/11/20 Benefícios Sociais. IPSAS 42

Consolidação das Demonstrações Contábeis (revogada a partir de


NBC T 16.7 1.134/08 não há
1º/1/21)

NBC T 16.11 1.366/11 Sistema de Informação de Custos do Setor Público não há

As primeiras Novas Normas Contábeis editadas pelo Conselho Federal de


Contabilidade denominada “NBC T 16”, trouxeram alguns conceitos que

passaram a ser considerados nos procedimentos administrativos de controle


patrimonial que passaram a incorporá-los de forma que as variações

patrimoniais possam ser mais bem apuradas e reflitam na Contabilidade ao


fim de cada exercício financeiro, são estes:

IMPORTANTE

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Depreciação: a redução do valor dos bens tangíveis pelo desgaste ou

perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência.


Valor bruto contábil: o valor do bem registrado no controle escritural,

em uma determinada data, sem a dedução da correspondente


depreciação acumulada.

Valor líquido contábil: o valor do bem registrado no controle


escritural, em determinada data, deduzido da correspondente

depreciação acumulada.
Valor depreciável: o valor original de um bem deduzido do seu valor

residual.

Valor residual: o montante líquido que a entidade espera, com


razoável segurança, obter por um bem no fim de sua vida útil

econômica, deduzidos os gastos esperados para sua alienação.


Vida útil econômica: o período de tempo definido ou estimado
tecnicamente, durante o qual se espera obter fluxos de benefícios
futuros de um bem.

Avaliação patrimonial: a atribuição de valor monetário a itens do


ativo e do passivos decorrentes de julgamento fundamentado em

consenso entre as partes e que traduza, com razoabilidade, a


evidenciação dos atos e dos fatos administrativos.

Reavaliação: a adoção do valor de mercado ou de consenso entre as


partes para bens do ativo, quando esse for diferente do valor líquido

contábil.
Redução ao valor recuperável (impairment): é a redução nos

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

benefícios econômicos futuros ou no potencial de serviços de um bem

do ativo que reflete o declínio na sua utilidade, além do


reconhecimento sistemático por meio da depreciação.

Valor recuperável: o valor de mercado de um ativo menos o custo


para a sua alienação, ou o valor que a entidade do setor público espera

recuperar pelo uso futuro desse ativo nas suas operações, o que for
maior.

Valor de aquisição: a soma do preço de compra de um bem com os


gastos suportados direta ou indiretamente para colocá-lo em condição

de uso.
Valor justo: é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou

que seria pago pela transferência de um passivo em uma transação


não forçada entre participantes do mercado na data de mensuração.

Valor realizável líquido: a quantia que a entidade do setor público


espera obter com a alienação ou a utilização de itens de inventário
quando deduzidos os gastos estimados para seu acabamento,
alienação ou utilização.

A partir dos referidos conceitos apresentados pelas Novas Normas

Contábeis, os procedimentos administrativos de controle patrimonial,


passaram também a incorporar regras de mensuração que permitam traduzir

em moeda corrente o valor econômico dos bens. Tais regras são as seguintes:

1. Um bem do ativo imobilizado, incluindo os gastos adicionais ou


complementares, é mensurado ou avaliado com base no valor de

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

aquisição, produção ou construção. Critério também previsto no art.


106 item II da lei nº 4.320 de 17/03/1964.

2. Os gastos posteriores à aquisição ou ao registro do bem devem ser


incorporados ao valor desse bem quando houver possibilidade de

geração de benefícios econômicos futuros ou potenciais de serviços.


Qualquer outro gasto que não gere benefícios futuros deve ser

reconhecido como despesa do período em que seja incorrido.

3. Quando um bem do ativo imobilizado tiver vida útil econômica

limitada, fica sujeito a depreciação durante esse período, sem prejuízo


das exceções expressamente consignadas na legislação vigente.

4. Para o registro da depreciação dos bens devem ser observados os


seguintes aspectos:

obrigatoriedade do seu reconhecimento;

valor da parcela que deve ser reconhecida no resultado como


decréscimo patrimonial, e, no balanço patrimonial, representada
em conta redutora do respectivo ativo;

circunstâncias que podem influenciar seu registro.

5. O valor depreciado apurado mensalmente deve ser reconhecido nas

contas de resultado do exercício.

6. Quando se tratar de bens obtidos a título gratuito deve ser

considerado o valor resultante da avaliação obtida com base em


procedimento técnico ou valor patrimonial definido nos termos da

doação.

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

7. O critério de avaliação dos bens obtidos a título gratuito e a eventual


impossibilidade de sua mensuração devem ser registrados em

documento próprio para que possam ser evidenciados em notas


explicativas por ocasião do balanço patrimonial.

8. No caso de transferências de ativos, o valor a atribuir deve ser o valor


contábil líquido constante nos registros da entidade de origem. Em

caso de divergência deste critério com o fixado no instrumento de


autorização da transferência, o mesmo deve ser evidenciado em notas

explicativas.

9. Nos casos de bens reavaliados, a depreciação deve ser calculada e

registrada sobre o novo valor, considerada a vida útil econômica


indicada em laudo técnico específico.

10. O valor residual e a vida útil econômica de um bem do ativo devem


ser revisados, pelo menos, no final de cada exercício. Quando as
expectativas diferirem das estimativas anteriores, as alterações devem
ser efetuadas.

11. A depreciação deve ser reconhecida até que o valor líquido contábil
do bem seja igual ao valor residual.

12. A depreciação de um bem do ativo começa quando o item estiver em


condições de uso.

13. A depreciação não cessa quando o bem torna-se obsoleto ou é


retirado temporariamente de operação.

14. Os seguintes fatores devem ser considerados ao se estimar a vida útil

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

econômica de um bem:

A capacidade de geração de benefícios futuros;

O desgaste físico decorrente de fatores operacionais ou não;

A obsolescência tecnológica;

Os limites legais ou contratuais sobre o uso ou a exploração do

ativo.

15. A vida útil econômica deve ser definida com base em parâmetros e
índices admitidos em norma ou laudo técnico específico.

16. Não estão sujeitos ao regime de depreciação:

Bens móveis de natureza cultural, tais como obras de artes,

antiguidades, documentos, bens com interesse histórico, bens


integrados em coleções, entre outros;

Bens de uso comum que absorveram ou absorvem recursos

públicos, considerados tecnicamente, de vida útil indeterminada;

Animais que se destinam à exposição e à preservação;

Terrenos rurais e urbanos.

17. Os métodos de depreciação, amortização e exaustão devem ser


compatíveis com a vida útil econômica do ativo e aplicados

uniformemente.

Sem prejuízo da utilização de outros métodos de cálculo dos

encargos de depreciação, podem ser adotados o método das


quotas constantes, o método das somas dos dígitos e o método

das unidades produzidas.

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

A depreciação de bens imóveis deve ser calculada com base,


exclusivamente, no custo de construção, deduzido o valor dos

terrenos.

Para um melhor entendimento da aplicabilidade das Novas Normas

Contábeis, no tocante a mensuração de bens e o controle administrativo com


cálculo da depreciação, vejamos o exemplo a seguir:

Em uma situação hipotética, um caminhão caçamba é registrado na

contabilidade pelo valor de R$ 400.000,00. Sabe-se que a taxa de


depreciação do caminhão é de 20% a.a., sua vida útil econômica está

estimada em 5 anos e seu valor residual é de 10%. Considerando que a taxa


de depreciação é aplicada sobre o valor depreciável (R$ 360.000,00) a

representação das variações patrimoniais do bem são apresentadas na tabela


abaixo.

Tabela de exemplo do cálculo da depreciação


Valor Contábil Depreciação Depreciação
Vida Útil Valor Contábil Líquido Valor Residual
Bruto Anual Acumulada

0 R$ 400.000,00

1 R$ 72.000,00 R$ 72.000,00 R$ 338.000,00

2 R$ 72.000,00 R$ 144.000,00 R$ 256.000,00

3 R$ 72.000,00 R$ 216.000,00 R$ 184.000,00

4 R$ 72.000,00 R$ 288.000,00 R$ 112.000,00

5 R$ 72.000,00 R$ 360.000,00 R$ 40.000,00 R$ 40.000,00

Fonte: Dados do autor

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

03 - Importância da Gestão de Bens (Controle


Administrativo)

Objetivo: Compreender a importância da Gestão de Bens como sistema

de controle e conciliação dos saldos patrimoniais das entidades da


administração pública, assim como os mecanismos de preservação do

patrimônio público implantado pela Lei Complementar nº 101 de 04 de maio


de 2000, além dos elementos básicos para o planejamento patrimonial.

IMPORTANTE

A gestão de bens na administração pública e privada é de grande


importância, pois exerce influência direta na formação da estrutura de uma

entidade. Na atividade pública, o conjunto de bens são destinados a


satisfação do interesse coletivo e na prestação do serviço público, por sua

vez, na atividade privada os bens patrimoniais são destinados a produção


de riqueza para a entidade.

A gestão patrimonial compreende diversas atividades, entre elas a de

tombamento, registro, guarda, controle, movimentação, preservação, baixa,


incorporação e inventário dos bens que integram o acervo patrimonial da

entidade pública ou privada, além da designação de pessoas responsáveis


pela condução dessa atividade.

A gestão patrimonial, além de prover informações para a tomada de


decisão, também é transparente o suficiente para atender a outros

interessados, como contadores, auditores internos e independentes, bancos,

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

exigências licitatórias, entre outros. Em processos de auditoria, executados

tanto pelo Tribunal de Contas do Estado – TCE como pela Controladoria Geral
do Estado – CGE, por exemplo, costuma-se realizar diversas análises e

conferências para certificação dos saldos constantes nas demonstrações


financeiras com os saldos físicos localizados nas instalações da entidade.

Como, geralmente, a conta de ativo imobilizado é bem expressiva em termos


de valores e importância operacional, um grande esforço é dedicado para

certificar a coesão do controle patrimonial.

As instituições, tanto privadas como as públicas, cada vez mais tem

revisado sua forma de gerenciar seus patrimônios. Considerando que, os


recursos para a aquisição e manutenção das entidades têm sido escassos, faz-

se necessário um aprimorando constante de suas formas de controle, para


que reflitam em uma maior eficiência e eficácia nos resultados obtidos,

demonstrando responsabilidade com a gestão dos recursos públicos e


diretamente com a população, que é sua principal financiadora.

FIQUE ATENTO

O controle patrimonial das entidades públicas, para que seja utilizado


de maneira eficiente, demanda esforços para o desenvolvimento de

ferramentas para monitoramento, como o cadastramento, a identificação


física, a emissão do termo de responsabilidade e de movimentação desses

bens assinados pelo gestor direto do patrimônio, além da realização de


inventários.

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

03.1 - Lei de Responsabilidade Fiscal

Com o advento da promulgação da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei

Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000), os agentes públicos


perceberam a necessidade de um maior controle sobre a gestão do

patrimônio público, uma vez que ele pertence a todos os cidadãos, dispondo
de um capítulo inteiro para tratar do assunto.

A LRF (BRASIL, 2000) apresenta medidas destinadas à preservação do


patrimônio público. A mais evidente é a que trata sobre o resultado da venda

de bens móveis e imóveis e de direitos que integram o patrimônio público


não poderem mais ser aplicado em despesas correntes, com exceção se a lei

autorizativa destiná-la aos financiamentos dos regimes de previdência social,


geral e própria dos servidores. Dessa forma, os recursos decorrentes da

desincorporação de ativos por venda, que é receita de capital, devem ser


aplicados em despesa de capital, provocando a desincorporação de dívidas
(passivo), por meio da despesa de amortização da dívida ou o incremento de
outro ativo, com a realização de despesas de investimento, de forma a manter

preservado o valor do patrimônio público.

Outra medida importante oferecida pela Lei de Responsabilidade Fiscal

estabelece que a lei orçamentária poderá receber novos projetos


(investimentos) somente após serem atendidas adequadamente os projetos

em andamento e contemplada as despesas de conservação do patrimônio


público.

Temos observado que entre as diversas atribuições da Administração

Pública está a gestão patrimonial, que consiste na aquisição, manutenção,


29
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

controle e desfazimento do seu ativo permanente. Os estados, municípios


e a União estão cada vez melhor aparelhado, tanto do ponto de vista

administrativo quanto tecnológico, e tem atuado de forma mais rigorosa


na fiscalização do uso e conservação do patrimônio público. Para manter

um estado de controle e gestão sobre o patrimônio, os órgãos e


entidades da Administração Pública necessitam realizar um bom

planejamento patrimonial, as principais fases de desenvolvimento de um


planejamento para gestão patrimonial, principalmente a distinção do

planejamento nas atividades públicas e privadas.

03.2 - Planejamento Patrimonial

Planejamento patrimonial é um conjunto de atividades que visa à

alocação de recursos de uma entidade em investimentos de maneira


eficiente, incluindo todo o processo de aquisição (identificação do bem a

ser adquirido, realização de orçamentos com fornecedores, formas de


pagamento, etc.) passando ao recebimento, incorporação, controle físico

e de responsabilidade, mensuração, reavaliação, manutenção e


desfazimento dos bens permanentes.

Nos últimos tempos, temos visto um aumento da exigência da sociedade


por uma melhor gestão de recursos públicos, em especial quanto à gestão do

patrimônio público. Do outro lado, vemos a Administração Pública,


pressionada pela promulgação da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei

Complementar nº 101/2000), um interesse maior na gestão do patrimônio


público, demonstrando à sociedade uma maior responsabilidade com os
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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

recursos cada vez mais escassos. Diante dessa nova postura, os órgãos e as

entidades da Administração Pública veem tratando do assunto com maior


empenho.

As ferramentas de planejamento têm auxiliado as Administrações


Públicas nesta etapa de gestão patrimonial, estruturando a atividade em

etapas.

03.3 - Etapas do Planejamento Patrimonial

Planejar todas as etapas é essencial para a implantação de uma gestão


patrimonial eficiente. Uma das formas de auxiliar o gestor neste processo é a

utilização de uma metodologia de gestão patrimonial conhecida como 5W1H


que consiste em fazer seis perguntas antes de fazer qualquer coisa ou de

tomar decisão. Veja os tópicos a seguir:

WHO: Quem é o responsável pela gestão patrimonial?

Definição de quem ou que grupo planeja. Essa etapa é importante


especialmente para instituições em que não existe cultura de planejamento,

pois busca ajudar a esclarecer os efeitos positivos das ações de


planejamento no dia a dia de trabalho dos envolvidos.

WHAT: O que planejar?

Nesta etapa é definido o bem que será planejado, investido e


controlado. A avaliação deverá considerar, preliminarmente, se o bem é

imobilizado ou apenas material de consumo da entidade. O conceito de


imobilizado define que são os bens necessários à manutenção das atividades

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

da entidade pública, caracterizados por apresentar-se na forma tangível


(edifícios, máquinas, etc.).

WHERE: Onde controlar os bens patrimoniais (ativo imobilizado)

O controle pode ser centralizado pelo órgão do topo hierárquico ou


descentralizado, transferindo assim os controles aos níveis mais baixos da

hierarquia governamental.

WHEN: Quando se inicia e quando termina o controle dos bens

patrimoniais?

Na realização do planejamento é necessária a execução de

procedimentos específicos para, então, iniciar o controle dos bens


patrimoniais.

WHY: Por que controlar os bens patrimoniais?

O controle dos bens patrimoniais possibilita a gestão do risco de

eventuais sinistros e pode evitar investimentos desnecessários.

HOW: Como controlar os bens patrimoniais?

Registros de bens podem ser mantidos manualmente ou por sistemas


computadorizados de controle patrimonial, dependendo do volume e

distribuição física dos bens patrimoniais da entidade.

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

03.4 - Fases do Planejamento Patrimonial

O planejamento pode ser entendido como um processo interativo,


dividido em fases diferenciadas:

1. Diagnóstico: demonstra o conhecimento da realidade.

2. Política: fase em que se define os objetivos.

3. Estratégia: indica as opções a serem seguidas para alcançar os

objetivos.

4. Plano: é uma das ferramentas mais eficientes e simples de um

planejamento, a qual deve possibilitar, via documento, todas as ações

planejadas para atingir os objetivos desejados.

5. Execução: é a fase em que as ações planejadas serão colocadas em

prática.

6. Controle: é fundamental desenvolver estratégias para o

acompanhamento da evolução do plano e, quando identificado algum


problema, deve-se identificar suas causas e atribuir uma solução para

sua resolução.

O Decreto Estadual nº Nº32.564, de 26 de março de 2018 que dispõe

sobre diretrizes para gestão de almoxarifado e bens móveis de propriedade


dos órgãos e entidades públicas estaduais na esfera do Poder Executivo,

estabelece em seu arts. 1º até o art. 13 as bases iniciais do planejamento


patrimonial (bens de consumo e bens móveis) do Poder Executivo do Estado

do Ceará.

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

04 - Diferenciação Entre Material de Consumo e Material


Permanente

Objetivo: Compreender os critérios de diferenciação entre material de

consumo e material permanente estabelecidos pela Portaria Nº 448/2002 da


Secretaria do Tesouro Nacional, de forma a classificar adequadamente as

despesas com materiais.

Como regra, considera-se material permanente os bens com duração

superior a dois anos. Contudo, a Portaria STN n° 448/2002, assim como o


Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor Público – MCASP, ao interpretar a

referida regra considera que alguns bens, apesar de terem durabilidade


superior a dois anos, podem sofrer um desgaste significativo com o uso, ser

perecíveis, frágeis ou mesmo destinados à incorporação ou transformação de


outros bens, fator que os enquadraria como bens de consumo.

Dessa forma, devem-se analisar a adoção de cinco parâmetros


excludentes para a identificação do material permanente, sendo classificado

como material de consumo aquele que se enquadrar em um ou mais itens


dos que se seguem:

I - Durabilidade - quando o material em uso normal perde ou tem


reduzidas as suas condições de funcionamento, no prazo máximo de dois

anos;

II - Fragilidade – material cuja estrutura esteja sujeita a modificação, por

ser quebradiço ou deformável, caracterizando-se pela irrecuperabilidade e/ou


perda de sua identidade ou funcionalidade;

34
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

III - Perecibilidade – material sujeito a modificação (químicas ou físicas)

ou que se deteriora ou perde sua característica normal de uso;

IV - Incorporabilidade - quando destinado à incorporação a outro bem,

não podendo ser retirado sem prejuízo das características físicas e funcionais
do principal;

V - Transformabilidade - quando adquirido para fim de transformação.

04.1 - Parâmetros Excludentes: Análise de Casos e Empregos

Específicos

Alguns bens públicos geram dúvidas quanto à sua correta classificação,

nesse caso deverão ser observadas algumas características para que possam
ser classificados adequadamente conforme o tipo e condições de uso a que

se destinam, podendo estes serem classificados como bem permanente ou de


consumo, como por exemplos:

Colchão

Via de regra, é classificado como um bem permanente. Contudo, se


adquirido para utilização em um equipamento prisional ou em um hospital

de emergência, este poderá ter deterioração acelerada com perda de suas


características normais de uso, sendo afetado ainda por modificações físicas

ou contaminações, o que permite ser enquadrado no fator excludente de


perecibilidade. Nesse caso, o bem deverá ser classificado como de consumo,

e não permanente, tendo em vista a sua perecibilidade antes do prazo


máximo de 2 anos.

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Jarra de Vidro

Tem durabilidade superior a dois anos. Porém, quando adquirida para

utilização em uma escola e por ser frágil, poderá perder totalmente a sua
identidade, o que a torna passível de classificação como um bem de

consumo, pelo critério de fragilidade.

Placa de memória

Em caso de substituição da placa de memória esta não pode ser


classificada como uma despesa de natureza permanente, tendo em vista o

critério da incorporabilidade, logo as peças adquiridas para reposição


deverão ser classificadas como bem de consumo.

Mesa para escritório

Classificada como material permanente, contudo, a aquisição de

madeira e peças para a sua confecção deverá ser classificada como bem de
consumo, tendo em vista o critério da transformabilidade. Por uma razão

lógica, haverá a construção de um bem de capital, que, inclusive, será


incorporado ao patrimônio. Dessa forma, trata-se de materiais de consumo,

pelo critério da transformabilidade que contribuem para a formação de um


bem de capital.

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

04.2 - Exemplos de Itens Considerados Materiais Permanentes

Aparelhos de medição e orientação

Amperímetro, aparelho de medição meteorológica, balanças em geral,

calibrador de pneus, cronômetro, hidrômetro, magnetômetro, manômetro,


medidor de gás, níveis topográficos, osciloscópio, paquímetro, pirômetro,

planímetro, psicrômetro, relógio medidor de luz, sonar, sonda, taquímetro,


telêmetro, teodolito, turbímetro e afins.

Aparelhos e equipamentos de comunicação

Antena parabólica, bloqueador telefônico, central telefônica, fac-símile,

fonógrafo, PABX, rádio receptor, rádio telegrafia, rádio telex, rádio


transmissor e afins.

Bens de informática equipamentos de processamento de dados

Computador, data show, impressora, kit multimídia, micro e


minicomputadores, mesa digitalizadora, modem, monitor de vídeo, scanner,
urna eletrônica e afins.

Mobiliário em geral

Armário, arquivo de aço ou madeira, balcão (tipo atendimento), banco,

banqueta, cadeira, cama, carrinho fichário, carteira e banco escolar, estante


de madeira ou aço, guarda-louça, guarda-roupa, mesa, penteadeira,

poltrona, roupeiro, sofá e afins.

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

04.3 - Exemplos de Itens Considerados Materiais de Consumo

Material de expediente

Agenda, alfinete de aço, almofada para carimbos, apagador, apontador


de lápis, arquivo para disquete, bandeja para papéis, bloco para rascunho

bobina papel para calculadoras, borracha, caderno, caneta, capa e processo,


carimbos em geral, cartolina, classificador, clipe cola, colchete, corretivo,

envelope, espátula, estêncil, estilete, extrator de grampos, fita adesiva, fita


para máquina de escrever e calcular, giz, goma elástica, grafite, grampeador,

grampos, guia para arquivo, guia de endereçamento postal, impressos e


formulário em geral, intercalador para fichário, lacre, lápis, lapiseira, limpa

tipos, livros de ata, de ponto e de protocolo, papéis, pastas em geral,


percevejo, perfurador, pinça, placas de acrílico, plásticos, porta-lápis,

registrador, régua, selos para correspondência, tesoura, tintas, toner,


transparências e afins

Material de cozinha

Abridor de garrafa, açucareiros, artigos de vidro e plástico, bandejas,


coadores, colheres, copos, ebulidores, facas, farinheiras, fósforos, frigideiras,

garfos, garrafas térmicas, paliteiros, panelas, panos de cozinha, papel-


alumínio, pratos, recipientes para água, suportes de copos para cafezinho,

tigelas, velas, xícaras e afins.

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Material de limpeza

Álcool etílico, anticorrosivo, aparelho de barbear descartável, balde

plástico, bomba para inseticida, capacho, cera, cesto para lixo, creme dental,
desinfetante, desodorizante, detergente, escova de dente, escova para

roupas e sapatos, espanador, esponja, estopa, flanela, inseticida, lustra-


móveis, mangueira, naftalina, pá para lixo, palha de aço, panos para limpeza,

papel higiênico, pasta para limpeza de utensílios, porta-sabão, removedor,


rodo, sabão, sabonete, saco para lixo, saponáceo, soda cáustica, toalha de

papel, vassoura e afins.

Combustíveis e lubrificantes

Aditivos, álcool hidratado, fluido para amortecedor, fluido para

transmissão hidráulica, gasolina, graxas, óleo diesel, óleo para cárter, óleo
para freio hidráulico e afins.

IMPORTANTE

A diferenciação entre material de consumo e material permanente é a

chave para que seja efetuado o cálculo da depreciação dos bens. Quando
um material é classificado como material permanente (patrimônio) torna-

se obrigatória a definição de outros parâmetros que são: a taxa de


depreciação, a vida útil econômica do bem e o percentual de valor residual

para que tal cálculo seja possível. O Decreto Estadual nº 31.340 de 05 de


novembro de 2013 que aprova o regulamento para depreciação,

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

amortização, exaustão, reavaliação e redução ao valor recuperável do

patrimônio público do Estado do Ceará, traz em seu ANEXO I a tabela com


a taxa de depreciação, vida útil e percentual de valor residual das classes

de bens constantes no Catálogo de Bens, Materiais e Serviços do Governo


Estadual do Ceará.

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

05 - Classificação e Catalogação de Materiais

Objetivo: Compreender os benefícios de classificar os materiais para fins

de padronização e manejo segundo suas características.

Abordamos aqui o tema classificação e catalogação de materiais que é

um assunto importante tanto para gestão dos materiais de consumo


(almoxarifado) quanto para os materiais permanentes (bens móveis). O

objetivo da classificação de materiais e bens é catalogar, simplificar,


especificar, normalizar, padronizar e codificar todos os materiais geralmente

utilizados pela organização nas suas operações seja este material de consumo
ou material permanente (bens). A necessidade de um sistema de classificação

é primordial para qualquer organização, pois a sua ausência impede o


controle eficiente dos estoques, a criação de procedimentos de armazenagem

adequados e a correta operacionalização do almoxarifado e do controle


patrimonial.

Simplificar material é, por exemplo, reduzir a diversidade de um item


empregado para o mesmo fim. Quando houver duas peças para uma

finalidade qualquer, aconselha-se a simplificação, ou seja, a opção pelo uso


de uma delas. Ao simplificarmos um material, favorecemos sua normalização,

reduzimos as despesas e suas flutuações. Por exemplo: cadernos com capa,


números de folhas e formato idênticos contribuem para que haja a

normalização. Ao requisitar uma quantidade desse material, o usuário


fornecerá todos os dados (tipo de capa, número de folhas e formato), o que

facilitará sobremaneira não somente sua aquisição, como também o


desempenho daqueles que se servem do material, pois se este um dia
41
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

apresentar uma forma e outro dia outra forma de maneira totalmente

diferente será imediatamente identificado.

Aliada a simplificação, é necessária uma especificação do material, que é

uma descrição minuciosa que possibilita melhor entendimento entre o


consumidor e fornecedor quanto ao tipo de material a ser adquirido.

A normalização se ocupa de maneira pela qual devem ser utilizados os


materiais em suas diversas finalidades, bem como da padronização e

identificação do material, de modo que tanto o usuário como o almoxarifado


possa requisitar e atender os itens utilizando a mesma terminologia. A

normalização é aplicada também no caso de peso, medida e formato.

Classificar um material é agrupá-lo segunda sua forma, dimensão, peso

tipo, uso, etc. A classificação não deve gerar confusão, ou seja, um produto
não poderá ser classificado de modo que seja confundido com outro, mesmo

havendo semelhanças. A classificação, ainda deve ser feita de maneira que


cada gênero de material ocupe seu respectivo local. Por exemplo: produtos

químicos poderão estragar produtos alimentícios se estiverem próximos entre


si. Classificar material, em outras palavras, significa ordená-lo segundo

critérios adotados, agrupando-o de acordo com a semelhança, sem causar


confusão ou dispersão no espaço e alteração na qualidade.

Em função de uma boa classificação do material, pode-se partir para a


codificação do mesmo, ou seja, representar todas as informações necessárias,

suficientes e desejadas por meio de números e/ou letras. Os sistemas de


codificação mais comumente usados são: o alfabético, o alfanumérico e o

numérico.

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

É de extrema importância manter os citados benefícios da classificação

de materiais, isso pode ser obtido por intermédio da Catalogação que


consiste em registrar os dados que dizem respeito aos materiais em um

sistema de informações que facilite a consulta por parte dos usuários pela sua
classificação, especificação ou código. Na tabela abaixo é apresentada a

conceituação de cada etapa da classificação de materiais:

É o arrolamento de todos os itens de material


utilizados, permitindo uma ideia geral do conjunto.

Consiste em ordenar, de forma lógica, todo um conjunto


Catalogação
de dados relativos aos itens identificados, codificados e

cadastrados, de modo a facilitar a sua consulta pelas


diversas áreas da entidade.

Simplificar material é, por exemplo, reduzir a grande


diversidade de um item empregado para o mesmo fim. É

a redução da diversidade de itens de material que se


destinam a um fim idêntico. Caso existam dois itens de

material que são empregados para a mesma finalidade,


Simplificação
com o mesmo resultado – indiferentemente, opta-se pela

inclusão no catálogo de materiais de apenas um deles. É


uma etapa que antecede a padronização. Da mesma

forma, podemos dizer que a simplificação favorece a


normalização.

Especificação É a descrição minuciosa do material possibilitando


sua individualização em uma linguagem familiar ao
43
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

mercado. Possibilita melhor entendimento entre


consumidor e o fornecedor quanto ao tipo de material a

ser requisitado.

É o estabelecimento de normas técnicas para os itens

de material em si, ou para seu emprego com segurança. É


necessária para a consecução da padronização em sua

completude. Possibilita melhor entendimento entre


Normalização
consumidor e o fornecedor quanto ao tipo de material a

ser requisitado. A entidade oficial de normalização no


Brasil é a Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT).

Uniformização do emprego e do tipo do material.

Facilita o diálogo com o mercado, o controle e permite a


intercambialidade de sobressalentes ou demais materiais
Padronização
de consumo (peças, cartuchos de impressoras
padronizadas, bobinas de fax etc.) assim como os serviços

de assistência técnica;

Atribuição de uma série de números e/ou letras a

cada item de material, de forma que essa informação,

Codificação compilada em um único código, represente as

características do item. Cada item terá, assim, um único


código.

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

05.1 - Atributos Adicionais a Serem Considerados na


Classificação De Materiais

Devemos também considerar alguns atributos adicionais para melhor


entender por que a classificação de materiais é tão importante para a gestão

do estoque e do patrimônio:

1. Abrangência: a classificação deve tratar de uma gama de características

dos materiais em vez de reunir apenas materiais para serem


classificados sob uma única ótica. Características como:

Tamanho (comprimento, largura e altura);

Densidade e Peso (por unidade ou volume);

Forma (achatada, curva, compacta);

Risco de danos (frágil, explosivo, contaminável, tóxico,


corrosivo);

Condição (Instável, pegajoso, úmido, perecível);

Quantidade (relativa a intensidade de uso ou ao volume,

no total e em tamanho de remessa ou por lote);

Cronometria (regularidade, urgência, sazonal);

Medidas Especiais (regulamentações, padrões internos da


organização, critérios de operação).

2. Flexibilidade: deve permitir interfaces entre os diversos tipos de

classificação, de modo que se obtenha ampla visão do gerenciamento


de estoques; em termos frequência de aquisição, quantidade em

45
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

estoque, armazenagem, custo, assim como durabilidade no caso dos

materiais permanentes.

3. Praticidade: a classificação deve ser direta e simples atendendo os

requerimentos que são efetivamente importantes para a gestão dos


estoques na modalidade de operação da organização.

05.2 - Formas de Classificação de Materiais

Algumas formas de classificação são igualmente importantes para a

maioria das organizações independentes da sua modalidade de operação são


estas:

Quanto ao tipo de demanda, a classificação pode ser dividida em:

Materiais de Estoque

São materiais que devem existir em estoque e para os quais são

determinados critérios e parâmetros de ressuprimento automático, com base


na demanda prevista e na importância para a organização. Os critérios de

ressuprimento fixados para esses materiais possibilitam a renovação do


estoque sem a participação do usuário.

Os materiais de estoque geralmente são classificados quanto ao


consumo anual e quanto à importância operacional:

Valor do consumo anual: Método pelo qual se determina a


importância dos materiais em função do valor expresso pelo próprio

consumo em determinado período. Utiliza-se como ferramenta de


classificação a Curva ABC ou Curva de Pareto. Os materiais são

46
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

classificados em A, B ou C:

Materiais A: materiais de grande valor de consumo;

Materiais B: materiais de médio valor de consumo;

Materiais C: materiais de baixo valor de consumo.

Importância operacional: Adota-se a classificação da importância

operacional, visando identificar materiais imprescindíveis ao


funcionamento da organização;

Materiais X: materiais de aplicação não importante, com


possibilidade de uso de similar existente na organização;

Materiais Y: materiais de importância média, com ou sem


similar na organização;

Materiais Z: materiais de importância vital sem similar na


organização, cuja falta acarreta a paralisação de uma ou mais
fases operativas.

Em se tratando de organização industrial, a seleção XYZ pode ser

facilitada por meio das seguintes indagações:

Material é imprescindível ao equipamento?

Equipamento pertence à linha de produção?

Material possui similar?

Materiais que Não São de Estoque

47
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

São materiais de demanda imprevisível para os quais não são definidos

parâmetros para o ressuprimento automático. São características desses


materiais:

Inexistência de regularidade de consumo;

Aquisição somente é efetuada a partir da solicitação do usuário;

São comprados para utilização imediata;

São debitados no centro de custo de aplicação;

Podem ser comprados para uso posterior, ficando temporariamente


estocado no almoxarifado.

Materiais Críticos

São materiais de reposição específica de um equipamento ou de um

grupo de equipamentos iguais, cuja demanda não é previsível e cuja decisão


de estocar é tomada com base na análise de risco que a organização corre,

caso esses materiais não estejam disponíveis quando necessário. Os


materiais críticos podem ser identificados da seguinte forma:

Material importado

Existência de um único fornecedor

1) Por problemas de obtenção Escassez no mercado

Material estratégico

De difícil fabricação ou obtenção

Material de elevado valor

2) Por razões econômicas Material com elevado custo de armazenagem

Material com elevado custo de transporte

48
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Material perecível

3) Por problemas de Material de alta periculosidade

armazenagem e transporte Material de elevado peso

Material de grandes dimensões

4) Por problemas de previsão Material com utilização de difícil previsão

Material pra equipamento vital da produção


5) Por razões de segurança
Material de reposição de alto custo

Perecibilidade

É o critério de classificação pelo qual o material é adquirido em função


da probabilidade ou não de perecer ou de desaparecer suas propriedades

físico-químicos. Esse critério permite tomar as seguintes medidas:

Determinar lotes de compra mais racionais;

Programar revisões periódicas para detectar falhas de estocagem;

Selecionar adequadamente os locais de estocagem;

Utilizar técnicas adequadas de manuseio e transporte;

Orientar os funcionários quanto aos cuidados a serem observados.

Os materiais podem ser classificados em perecíveis e não perecíveis. Os


materiais perecíveis podem ser classificados ainda:

Pela ação da umidade;

Pela limitação do tempo;

Instáveis;

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Voláteis;

Por contaminação pela água;

Por contaminação por partículas sólidas;

Pela ação da gravidade;

Por queda, colisão ou vibração;

Pela mudança de temperatura;

Pela ação da luz;

Por ação de atmosfera agressiva;

Pela ação de animais.

Periculosidade

Visa identificar materiais que, por suas características físico-químicas,

possuam incompatibilidade com outros, oferecendo riscos à segurança


durante o manuseio, transporte e armazenagem desses materiais.

Possibilidade de Fazer ou Comprar

Essa classificação determina quais os materiais que poderão ser

recondicionados, fabricados internamente ou comprados. O custo de


recuperação de um material deve ser inferior ao de compra de um novo.

Tipos de Estocagem

Estocagem permanente: deve sempre existir saldo no almoxarifado;

Estocagem temporária: materiais que necessitam ficar estocados no

50
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

almoxarifado durante determinado tempo até sua utilização.

Dificuldade de Aquisição

As dificuldades na obtenção de materiais podem provir de: fabricação

especial, escassez no mercado, sazonalidade, monopólio ou tecnologia


exclusiva, logística sofisticada, ou importações.

Quanto à dificuldade de aquisição, os materiais podem ser classificados


em: F – fácil aquisição; - D – difícil aquisição. Os principais benefícios desse

tipo de classificação são:

Dimensionar os níveis de estoque;

Selecionar o método a ser adotado para ressuprimento;

Propiciar maior experiência aos compradores.

Mercado Fornecedor

Os materiais desse grupo serão classificados em função do:

Mercado nacional;

Mercado estrangeiro;

Materiais em processo de nacionalização.

O mapa mental a seguir auxilia na visualização dos diversos tipos de

classificação de materiais:

51
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

05.3 - Estrutura Básica de Um Catálogo de Bens, Materiais e


Serviços

A Administração Pública brasileira de uma forma geral, para padronizar


seus itens de materiais tomou como modelo o Federal Supply Classification -

FSC, esse sistema, criado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos e
estabelecido em 1949, surgiu da grande dificuldade operacional com

suprimento de materiais durante a Segunda Guerra Mundial, uma vez que os


vários órgãos de defesa utilizavam sistemas de classificação próprios.

A adoção de um número único de item de material por meio de um


sistema unificado de catalogação de suprimentos possibilita que um item seja

encontrado em qualquer lugar da Administração Pública.

O FSC classifica, descreve e numera uniformemente os itens de

suprimento de forma que possam ser encontrados em qualquer lugar do


mundo onde atuam os órgãos do governo americano. Ainda, o FSC possui

52
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

estrutura simples e flexível, permitindo seu uso em entidades, observando-se

as adaptações necessárias.

O FSC é constituído por quatro algarismos, divididos em dois pares que

representam, respectivamente, o grupo e subgrupo, como mostra abaixo. A


associação desses dois pares forma a classe, que compreende todo o

universo de materiais. O grupo comporta os materiais que tem alguma


relação entre si, possibilitando 99 variações. O subgrupo representa uma

subdivisão dentro do grupo, juntando itens que tem finalidade e


características semelhantes e possui igualmente 99 possibilidades.

Estrutura do Federal Supply Classification.

A partir do Federal Supply Classification- FSC os entes federativos da


administração pública brasileira desenvolvem sistemas computadorizados de

compras eletrônicas, no controle de estoque dos materiais de consumo e


controle de material permanente.

A estrutura de classificação de um Catálogo adaptado do Federal Supply


Classification apresenta-se da seguinte forma:

Nível 0 – Categoria: Subdivida em Material de Consumo, Material


Permanente e Serviço.

Nível 1 – Grupo: Estabelece a classificação das categorias.

Nível 2 – Classe: Subdivisão do grupo segundo a sua natureza.

53
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Nível 3 – Material: Descrição genérica do material/serviço sem

caracterização.

Nível 4 – Item de Material: Especificação do item contendo todas as

características de individualização e identificação.

Ver o exemplo a seguir:

Decreto Estadual Nº 32.901 de 17/12/2018, que regulamenta no âmbito

da administração pública estadual direta e indireta, o sistema logístico de


suprimentos e dá outras providências, em seu CAPÍTULO V DO CATÁLOGO

DE BENS, MATERIAIS E SERVIÇOS estabelece o seguinte:

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

CAPÍTULO V

DO CATÁLOGO DE BENS, MATERIAIS E SERVIÇOS

Art. 16 Catálogo de Bens, Materiais e Serviços será utilizado para

classificação e catalogação dos itens nos padrões de qualidade e de


desempenho exigidos pelo Governo do Estado, visando a uniformidade e

padronização das especificações dos itens adquiridos pela Administração


Pública Estadual.

Parágrafo único. Os Órgãos da Administração Pública Estadual Direta,


Fundos Especiais, Autarquias, Fundações, Empresas Públicas, Sociedades de

Economia Mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pelo


Estado, inclusive a Central de Licitações, deverão, obrigatoriamente, utilizar o

Catálogo de Bens, Materiais e Serviços do Estado para fazer uso dos itens nas
licitações, contratações diretas, chamadas públicas e aquisições por registro

de preços.

Art. 17 A Seplag é o Órgão Gestor Geral do Catálogo de Bens, Materiais

e Serviços do Estado do Ceará e terá como atribuições:

I. indicar o Órgão Gestor do Catálogo de Bens, Materiais e Serviços

para cada categoria de itens;

II. definir as regras para utilização e manutenção do Catálogo de Bens,

Materiais e Serviços;

III. coordenar o plano de manutenção e a atualização do Catálogo de

Bens, Materiais e Serviços;

IV. realizar a gestão do Catálogo de Bens, Materiais e Serviços;

55
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

V. garantir a manutenção das funcionalidades do sistema de Catálogo

de Bens, Materiais e Serviços;

VI. coordenar os estudos de padronização das especificações dos itens

a serem comprados pelos órgãos e entidades da Administração


Pública Estadual;

VII. articular a implementação de capacitação para os usuários do


Catálogo de Bens, Materiais e Serviços; e

VIII. validar e autorizar a inclusão de novos itens no Catálogo de Bens,


Materiais e Serviços.

Art. 18 O Gestor do Catálogo de Bens, Materiais e Serviços, no âmbito


da categoria de itens pela qual é responsável, terá como atribuições:

I. participar da execução do plano de manutenção e a atualização do


Catálogo de Bens, Materiais e Serviços;

II. pesquisar, analisar e propor melhorias nas especificações e a inclusão


de itens ao Gestor Geral de Catálogo de Bens, Materiais e Serviços;

III. articular com os órgãos e entidades, visando garantir o contínuo


aperfeiçoamento do catálogo; e

IV. manter o Catálogo de Bens, Materiais e Serviços, no âmbito da


categoria de itens pela qual é responsável.

O Catálogo de Bens, Materiais e Serviços do Estado do Ceará poderá ser


acessado pelo “Portal de Compras” no endereço eletrônico

https://s2gpr.sefaz.ce.gov.br/catalogo-web/

56
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

57
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

06 - Atribuições Básicas da Gestão de Material


Permanente

Objetivo: Compreender o processo de gestão de material permanente

no tocante ao controle interno, movimentação até o desfazimento dos bens.

O almoxarifado, tanto nas entidades públicas como privadas, é o setor

que centraliza a responsabilidade pelo recebimento, pela estocagem e


distribuição dos materiais de consumo e bens de uso permanente, sendo

importante elo da gestão de materiais, sua importância organização e


preservação daquilo que é necessário à execução das atividades de cada setor

da entidade.

Sendo assim o processo de gestão patrimonial inicia-se no recebimento

do material permanente que ocorre no almoxarifado.

06.1 - Recebimento de Materiais e Bens

O recebimento de materiais é um importante ponto de controle para


avaliação da qualidade de atendimento dos fornecedores, no tocante a prazo,

qualidade e volume de pedido. Em termos práticos o processo de


recebimento de materiais e bens pode ser subdividido em 3 atividades:

agendamento de recebimento, recebimento de materiais e bens e


regularização do recebimento.

06.1.1 - Agenda de Recebimento

Toda e qualquer atividade mesmo a mais simples que possa parecer é


mais bem executada quando é antecipadamente planejada. O recebimento
58
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

de materiais é um ponto crítico de controle por que é o momento em que a

entidade atesta o aceite dos materiais que foram pedidos ao fornecedor e a


partir deste aceite será efetuado o pagamento ao mesmo.

Além do mais, planejar essa atividade é fundamental por se tratar do


início do ciclo operacional da gestão patrimonial, e nesse momento qualquer

problema, que não seja prontamente resolvido, poderá comprometer as


atividades seguintes.

No planejamento do recebimento são importantes que sejam


asseguradas as seguintes etapas:

Configuração da área de recebimento

O almoxarifado geralmente é um setor muito requisitado por outros


departamentos da organização e por isso deve operar com um alto nível de

eficiência para que não haja pendências de suprimento que comprometam a


operação de outros setores. Por se tratar de um setor de apoio operacional, a
prioridade do almoxarifado sempre será atender as solicitações de consumo
com um alto nível de serviço e para que isso aconteça os materiais deverão

antecipadamente estar armazenados de forma organizada, com rápida


localização e acesso facilitado.

Dessa forma, na configuração do armazém, é imprescindível que tenha


delimitada uma área exclusiva para o recebimento para que durante esse

processo não haja interferência na atividade principal do almoxarifado que é


atender as requisições de consumo de material. É muito difícil estabelecer

uma fórmula para delimitar o tamanho adequado da área de recebimento

59
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

devido à concorrência cada vez maior com a disponibilidade para área de

armazenagem.

Definição da capacidade de recebimento

Delimitada uma área de recebimento, já se pode saber o quanto é

possível descarregar de uma só vez para que seja efetuada a inspeção de


recebimento. É recomendável que esta área seja dividida em quadrantes

visando facilitar o controle dos volumes inspecionados, muitas vezes a carga


é menor que a área delimitada, ou pode-se receber cargas de várias origens

em um mesmo descarregamento. A divisão em quadrantes ajuda no


sequenciamento da operação e na divisão de trabalho do pessoal envolvido.

Outra questão a considerar na definição da capacidade de recebimento é a


disponibilidade de pessoal qualificado para proceder as conferências de

recebimento (quantitativa e qualitativa), a regularização e registro no controle


de estoque assim como a armazenagem dos materiais. E finalmente
estabelecer o tempo necessário para que todo esse ciclo seja cumprido, até
que a área de recebimento esteja desocupada para um novo

descarregamento. A capacidade de recebimento é expressa em quadrante


hora, evidentemente que esta medida poderá variar em função da

quantidade de pessoal envolvido, mas se for mantida uma quantidade padrão


de pessoas envolvidas no recebimento esta variável poderá ser controlada.

Elaboração da Agenda de Recebimentos

À medida que os pedidos de fornecimento vão sendo confirmados, pelo


departamento de compras, para recebimento dentro de determinado

período, o almoxarifado prepara a Agenda de Recebimento considerando


60
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

além do volume de pedido confirmado a capacidade de recebimento

estabelecida, delimitando assim a quantidade de veículos que poderão ser


descarregados no período estabelecido. De posse da Agenda de

Recebimento o almoxarifado monitora junto aos transportadores a


expectativa de recebimento da carga, e mobiliza o pessoal envolvido para o

recebimento. A Agenda de Recebimento é um instrumento muito importante


para a integração do almoxarifado com os demais departamentos da

entidade:

Departamento de Compras: para balanceamento dos prazos de entrega

de novos pedidos de fornecimento com o que já está programado para


recebimento, auxiliando assim o acompanhamento das compras;

Setor de Portaria: para o controle de entrada e saída de veículos de


descarregamento nas dependências da organização, liberando os veículos

à medida que o almoxarifado esteja mobilizado para o recebimento;

Departamento Financeiro: para confirmação dos pagamentos

programados, conforme o atesto de recebimento dos Pedidos de


Fornecimento.

Uma análise prévia do conteúdo dos Pedidos de Fornecimento


agendados para recebimento é recomendável para um bom planejamento

dos recebimentos principalmente com relação a fatores como:

Existência no Pedido de Fornecimento de itens de materiais novos ainda

não cadastrados como itens de catálogo e que precisam de maiores


informações e maior tempo para regularização;

61
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Nível de fracionamento e acondicionamento em unidades de

fornecimento dos materiais constantes no Pedido de forma a adequar


ao máximo os equipamentos e procedimentos de movimentação no

recebimento um exemplo disso são os materiais recebidos a granel;

Itens de material que necessitam de laudo técnico de área especializada

para que possam ter o atesto de recebimento, entre outras questões.

Outro fator importante que pode também ser previsto com antecedência

ao recebimento de materiais é a disponibilização de espaço para


armazenagem dos itens que serão recebidos, isso dinamiza a movimentação

de armazenamento do material liberando mais rapidamente a área de


recebimento para outros recebimentos agendados. Apesar da atividade de

recebimento de material ter menor intensidade que a atividade de


atendimento de requisição para consumo, pela própria dinâmica com que são

efetuadas as compras para ressuprimento de estoque, a entrega dos


fornecedores tendem a concorrerem em um mesmo período de tempo, ou
seja, chega tudo no mesmo tempo. Esta é mais uma razão para que seja
planejado o recebimento de materiais, por intermédio do planejamento, o

almoxarifado pode na medida do possível antecipar as requisições junto aos


setores da organização e disponibilizar maior parcela de pessoal para realizar

as inspeções de recebimento.

06.1.2 - Ato do Recebimento

Recebimento de materiais é um ponto crítico de controle por ser a

atividade intermediária entre a compra, pagamento ou aceitação junto ao


fornecedor, exigindo assim um alto nível de responsabilidade na conferência

62
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

dos materiais destinados à entidade de forma a não haver descontinuidade

nas operações por problemas de ressuprimento.

É no recebimento que a responsabilidade pela guarda e conservação do

material é transferida do fornecedor à entidade recebedora. O recebimento


pode ser subdividido em duas etapas: provisório e definitivo.

Recebimento Provisório

O material adquirido é entregue à entidade no local definido, não


implicando necessariamente em aceitação. Nesse momento serão realizados

procedimentos de conferência para aceitar ou não a carga.

Recebimento Definitivo

Ato por meio do qual se declara, na documentação fiscal, que o

material recebido está de acordo com as especificações do Pedido de


Fornecimento.

O objetivo de se realizar o recebimento de materiais da forma


sistematizada é assegurar que o material entregue esteja em conformidade

com as especificações constantes no contrato e/ou no Pedido de


Fornecimento ou documento equivalente.

Essa preocupação visa aumentar o controle e a confiabilidade em relação


aos fornecedores, além de evitar retrabalho desperdícios e ineficiência no

almoxarifado.

O recebimento de materiais não consiste somente no ato de descarregá-

los e armazená-los em algum lugar onde exista um espaço livre, para

63
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

posterior utilização. As atividades de recebimento envolvem desde a recepção

do material na entrega pelo fornecedor até a entrada nos estoques. É de


extrema importância que seja realizado o procedimento de conferência antes

de proceder ao recebimento definitivo.

Alguns critérios devem ser verificados para o recebimento dos materiais

adquiridos.

Para aquisições com valores superiores a R$ 80.000,00, o recebimento

não poderá ser feito pela equipe do almoxarifado. Nesse caso, o recebimento
deve ser realizado por uma comissão com, no mínimo, três membros. Essa

determinação está prevista no art. 15 § 8º da Lei Federal nº. 8.666, de 21 de


junho de 1993.

Nesse caso, o almoxarifado receberá provisoriamente os materiais, para


que a comissão designada realize o exame qualitativo conforme

especificações contratadas. Após a verificação pela comissão responsável e


respectiva aceitação, o almoxarifado poderá dar entrada nos materiais

recebidos tanto fisicamente quanto no Sistema de Gestão de Almoxarifado.

Quando os materiais adquiridos dependem apenas da conferência e da

validação da nota fiscal em relação ao Pedido de fornecimento, poderão ser


recebidos e aceitos pelo almoxarife.

As atribuições básicas durante o recebimento de materiais são:

1 - Recepcionar os veículos de transportadores

A recepção dos veículos transportadores representa o início do processo de

recebimento que tem como objetivos:

64
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Controlar a entrada dos veículos transportadores nas dependências

da organização;

Efetuar a triagem da documentação suporte para o recebimento;

Constatar se o fornecimento, objeto da Nota Fiscal em análise, foi


programado na Agenda de Recebimento e se está dentro do prazo

de entrega contratual;

Constatar se o número do Pedido de Fornecimento consta na Nota

Fiscal;

Atualizar a Agenda de Recebimento com as informações referentes

aos descarregamentos autorizados.

O setor de Portaria que geralmente efetua a recepção dos veículos de

transportadores controla a entrada e saída dos veículos nas dependências


da entidade, nesse momento somente estão autorizados a entrar os

veículos dos transportadores que constam na Agenda de Recebimento. Os


Pedidos de Fornecimento que não constam na agenda devem ser

inicialmente recusados, transcrevendo-se os motivos no verso da Nota


Fiscal. Nesses casos somente o responsável pelo almoxarifado dependendo

da classificação do material pode autorizar a entrada do veículo. É


importante que o almoxarifado esteja sempre atualizando a Agenda de

Recebimento conforme as chegadas de Pedidos de Fornecimento, e se


possível por intermédio de recurso informatizado dependendo da

intensidade de recebimento o apoio da informática facilita a operação e


aumenta a produtividade.

65
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Portaria de Recepção de Veículo de Transportadores

2 - Proceder a conferência visual

Verificar as condições da embalagem quanto a possíveis avarias na


carga transportada e, se for o caso, apontando as ressalvas nos respectivos

documentos;

Também no momento da recepção dos veículos dos transportadores, o

setor de Portaria executa a “conferência visual” com o objetivo de identificar


avarias na carga que está sendo entregue, o documento que serve para

suporte às operações de análise de avarias e conferência de volumes é o


“Conhecimento de Transporte Rodoviário de Carga”, que é emitido quando

do recebimento da mercadoria a ser transportada. Geralmente a carga


transportada tem cobertura de seguro, no entanto, é importante que ao

identificar avarias o setor de Portaria, entre em contato com o Setor de


Compras para verificar a existência de seguro e obter a autorização para a

liberação do veículo para descarregamento.

As divergências e irregularidades insanáveis constatadas em relação às

condições de contrato devem motivar a recusa do recebimento, anotando-se

66
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

no verso da Nota Fiscal as circunstâncias que motivaram a recusa, bem como

nos documentos do transportador. O exame para constatação das avarias é


feito por meio da análise da disposição das cargas, da observação das

embalagens, quanto a evidências de quebras, umidade, dentre outros danos.

Os materiais que passaram por essa primeira etapa devem ser

encaminhados ao Almoxarifado. Para efeito de descarga do material no


Almoxarifado, a recepção é voltada apenas para a conferência de volumes,

confrontando-se a Nota Fiscal com os respectivos registros na Agenda de


Recebimento.

3 - Proceder a conferência quantitativa e qualitativa dos materiais


recebidos

Conferência quantitativa: verificação se a quantidade declarada pelo


fornecedor na nota fiscal corresponde efetivamente à quantidade fisicamente

recebida, podendo ser realizada de duas formas a saber:

Pelo volume total da entrega: quando a carga é averiguada em sua

integralidade, contabilizando-se todos os itens que foram entregues. Pode


ser realizada de duas maneiras:

O conferente verifica a nota fiscal e, sabendo dos quantitativos dos


materiais, faz a contagem da carga para apurar possíveis desvios;

O conferente faz a contagem da carga e depois compara com os


quantitativos da nota fiscal identificando possíveis desvios. Essa

técnica é conhecida como “contagem cega”.


67
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Sendo ou não a “contagem cega”, dependendo da natureza dos


materiais envolvidos, estes podem ser contados utilizando-se também

outros métodos, tais como:

Manual: para casos de pequenas quantidades.

Por meio de cálculo: para os casos que envolvem embalagens


padronizadas com grandes quantidades.

Por meio de balanças contadoras: para casos que envolvem


grande quantidade de pequenas peças, como parafusos, porcas ou

arruelas.

Medição: em geral, as medições são efetuadas por meio de

trenas.

Por amostragem da carga: do quantitativo declarado na nota fiscal é


definido um percentual de cada item que será objeto de verificação para

apuração de possíveis desvios.

A escolha do método para a conferência quantitativa, seja pelo total da

carga ou por amostragem, será decisão do responsável pelo almoxarifado,


no entanto sempre deverá estar especificado na Nota Fiscal do recebimento

o método pelo qual foi efetuada a conferência.

68
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Funcionário executando inspeção de recebimento

Conferência qualitativa: é a inspeção técnica de qualidade do material

por meio da confrontação das condições contratadas no Pedido de


Fornecimento com as consignadas na Nota Fiscal pelo fornecedor. Essa

análise visa garantir o recebimento adequado do material contratado por


meio do exame de suas características dimensionais, específicas e restrições

de especificação. O objetivo é garantir a adequação do material ao fim que se


destina. São utilizados no processo de inspeção:

A especificação de compra do material e alternativas aprovadas;


desenhos e catálogos técnicos; dentre outros.

A análise visual que tem por finalidade verificar o acabamento do


material, possíveis defeitos, danos à pintura, etc.

A análise dimensional que tem por objetivo verificar as dimensões dos


materiais, tais como largura, comprimento, altura, espessura, diâmetro.

69
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Os ensaios específicos para materiais mecânicos e elétricos

comprovam a qualidade, a resistência mecânica, o balanceamento e o


desempenho de materiais ou equipamentos.

A depender da quantidade, a inspeção pode ser total ou por


amostragem, utilizando-se de conceitos estatísticos.

4 - Decidir pela recusa, aceite ou devolução, conforme o caso

Diariamente muitas decisões são tomadas dentro de uma entidade, seja


pelos seus administradores, seja por seus funcionários. Decisões essas que

vão desde o mais trivial até escolhas que poderão afetar todo o andamento
da operação.

As decisões são tomadas por pessoas que são afetadas pelo meio onde
vivem, por suas percepções, experiências e até mesmo por suas crenças, o

que torna o processo em si subjetivo, pois não existe a “decisão perfeita”, o


que existe é a busca pela melhor alternativa. Para diminuir a subjetividade das

decisões, alguns gestores dividem o processo decisório em cinco etapas:

1ª Etapa - Reconhecimento: Reconhecer um problema, essa etapa é

crucial, pois se não for bem feita todo o trabalho da equipe de recebimento
será desperdiçado, dimensionar as consequências da aceitação ou não da

irregularidade no fornecimento do material identificada durante as


conferências é a parte mais difícil da decisão. É recomendável que os tipos de

irregularidades sejam identificados é atribuído peso para facilitar a decisão,


como exemplificado na tabela abaixo:

70
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

ITEM IRREGULARIDADE PESO

Quantidade especificada na Nota Fiscal é superior à quantidade


1 10
conferida fisicamente.

Nota Fiscal rasurada ou com impressão imprecisa no tocante a


2 10
quantidade, valores ou especificação do material.

Material desacompanhado de Nota Fiscal ou de Documento


3 10
Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica – DANFE.

Embalagens violadas ou com evidências de quebra, umidade ou


4 10
outro tipo de dano.

Material com validade próxima à data de recebimento ou com


5 10
validade vencida.

Material especificado na Nota Fiscal está em desacordo com a


6 8
especificação do Pedido de Fornecimento.

Quantidade especificada na Nota Fiscal inferior à quantidade


7 8
solicitada no Pedido de Fornecimento.

Valor unitário do material é superior ao valor unitário


8 8
especificado no Pedido de Fornecimento.

9 O prazo de entrega do Pedido de Fornecimento está vencido. 5

A condição de pagamento da Nota Fiscal está em desacordo


10 5
com a especificada no Pedido de Fornecimento.

Tabela de possíveis irregularidades no recebimento de materiais

2ª Etapa - Elaboração: Elaborar as alternativas de ação, toda e


qualquer decisão é necessário elaborar alternativas, pois se elas não existem,

não há decisão a ser tomada. No caso de recebimento de material serão três


alternativas a serem elaboradas, a saber:

71
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Aceite do Recebimento: Quando não foram identificadas

irregularidades nas conferências de recebimento ou as ocorrências não


justificarem a recusa ou devolução do Recebimento.

Recusa: Quando as irregularidades identificadas, nas conferências de


recebimento ocasionar possibilidade de prejuízo financeiro,

comprometimento do resultado final das atividades que dependem do


uso do material ou possibilitar acidentes de trabalho, deterioração do

material, risco a saúde entre outras questões.

Devolução: Quando a irregularidade identificada refere-se ao

quantitativo maior que o solicitado no Pedido de Fornecimento, ou


quando se justificar uma recusa parcial, ou seja, somente de parte do

material envolvido no recebimento será aceito devido a sua


classificação como material crítico ou estoque extremamente

insuficiente para atender ao consumo. O restante do material será


recebido com ressalvas em relação ao nível de atendimento do
fornecedor.

3ª Etapa – Planejamento: Avaliar as vantagens e desvantagens de

cada alternativa elaborada, nessa etapa é importante ter senso crítico para
avaliar quais serão as possíveis consequências da escolha de qualquer uma

das alternativas (aceitar, recusar ou devolver o recebimento) e se necessário


planejar cursos de ação que minimizem os impactos previstos decorrentes da

opção escolhida.

4ª Etapa – Decisão e implementação: Selecionar a alternativa

escolhida e após efetuar a escolha deve-se anunciá-la com confiança e de

72
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

forma incisiva, pois caso contrário poderá despertar um sentimento de

insegurança naqueles que serão afetados com a decisão. Outra questão


importante é implementar a decisão imediatamente após ter sido efetuada a

escolha, um erro comum em muitos tomadores de decisão é postergar ou


demorar na implementação da alternativa escolhida principalmente se esta

trazer descontentamentos. Postergar decisões podem gerar pendências que


levarão a problemas irremediáveis.

5ª Etapa – Controle: Avaliar os resultados da decisão, nessa etapa é


importante documentar ao máximo a decisão que foi implementada de forma

que possa ser facilmente rastreada, casos seus efeitos demorem a surgir ou
não forem os efeitos esperados. As anotações efetuadas na Nota Fiscal ou no

Conhecimento de Transporte Rodoviário de Carga e Pedido de Fornecimento,


acerca da decisão de aceitar, recusar ou devolver um recebimento, deverão

expressar claramente os motivos, datas e ter os nomes e vistos dos


conferentes envolvidos assim como os métodos de conferência aplicados.

Para consolidar essas informações o almoxarife deve elaborar o Relatório


Técnico de Inspeção de Recebimento, especificando as ações decorrentes do

aceite ou não do recebimento e anexando ao mesmo a documentação


anteriormente citada envolvida no recebimento do material.

Mesmo procurando racionalizar a subjetividade da tomada de decisão


por meio das cinco etapas apresentadas, entendemos que é impossível

encontrar num processo de decisão a melhor alternativa, na prática o que se


busca é a alternativa que, mesmo não sendo a melhor, leve para o alcance do

objetivo da decisão. É importante também esclarecermos que quem decide


está suscetível ao erro e nesses casos é perfeitamente compreensível admiti-
73
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

los muitas vezes sai mais barato admitir o erro que manter a decisão

equivocada. O maior erro é não decidir.

06.1.3 - Regularização do Recebimento

A regularização é caracterizada pela formalização do processo de

recebimento, quando são confirmadas as conferências: visual, qualitativa e


quantitativa, respectivamente, por meio do Relatório Técnico de Inspeção de

Recebimento dando aceite ou não ao recebimento.

O citado relatório atesta a confrontação das quantidades conferidas e

faturadas, dando origem a uma das seguintes situações:

Liberação de pagamento ao fornecedor;

Liberação parcial de pagamento ao fornecedor;

Devolução de material ao fornecedor;

Recusa do recebimento;

Reclamação de falta do fornecedor junto ao órgão/unidade gestora

de compras.

Os procedimentos de regularização, visando à confrontação dos dados,

objetivando recontagem e aceite ou não de quantidades remetidas em


excesso pelo fornecedor, envolvem os seguintes documentos:

Nota Fiscal;

Conhecimento de transporte rodoviário de carga;

Documento de contagem efetuada;

74
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Relatório técnico de inspeção de recebimento;

Especificação de compra;

Catálogos técnicos;

Desenhos.

O material em excesso ou com irregularidade identificada será devolvido

ao fornecedor, dentro de um prazo estabelecido pela direção da entidade a


contar da data do recebimento, acompanhado da Nota Fiscal de Devolução,

emitida pela entidade compradora.

O material isento de irregularidade dará entrada no Sistema de Controle

de Estoque e após esse registro acondicionado nos locais destinados a


armazenagem.

Na tabela a seguir é apresentado um resumo das fases que compõem o


processo de recebimento de materiais.

75
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

FASE DESCRIÇÃO
É a programação dos pedidos de fornecimento
confirmados para recebimento dentro de determinado

1ª fase - período, a partir dessa informação o almoxarifado


Cronograma de prepara a agenda de recebimento e vai
abastecimento: acompanhando junto aos transportadores a
expectativa de recebimento da carga, programando

pessoal e área de recebimento.

É a compatibilização da capacidade de
descarregamento do armazém em termos de área,

pessoal e equipamentos com o cronograma de


2ª fase -
abastecimento, ou seja, à medida que o almoxarifado
Acompanhamento e
acompanha junto ao transportador a chegada da
rastreamento dos
carga vai mobilizando o pessoal e organizando espaço
abas-tecimentos:
para efetuar o recebimento, além de preparar a
Relação de Transportadores Autorizados para

Descarregamento.

76
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

FASE DESCRIÇÃO
É a recepção dos veículos dos transportadores, a
triagem da documentação suporte do recebimento,

encaminhamento para descarga. A recepção será


efetuada na portaria da organização onde haverá

conferência primária da documentação que objetiva


identificar, constatar e providenciar conforme o caso:

Se o abastecimento ou compra objeto da Nota


Fiscal em análise está autorizado na Relação de

Transportadores Autorizados para


3ª fase - Recepção:
Descarregamento.

Se o abastecimento ou compra devidamente


autorizada tem programação prevista estando

dentro do prazo de entrega contratual. Nessa


ocasião é efetuada uma consulta ao

almoxarifado para liberar ou não o transportador


para descarregamento.

Se o número do documento de compra consta


na Nota Fiscal.

Para os transportadores liberados para


4ª fase - Liberação
descarregamento e assinada liberação no verso da
do transportador:
Nota Fiscal e Conhecimento de Frete.

77
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

FASE DESCRIÇÃO
Normalmente no leiaute do armazém há espaço
destinado ao Recebimento, o qual contempla área

para descarga, se possível, com docas. Para a


realização da descarga do veículo do transportador,

dependendo da natureza do material envolvido, é


5ª fase –
necessária a utilização de equipamentos, dentre os
Descarregamento:
quais se destacam paleteiras, talhas, empilhadeiras e
pontes rolantes, além do próprio esforço físico

humano, sendo necessário envolver o fator segurança,


não só com relação ao material em si como também e

principalmente, ao pessoal.

78
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

FASE DESCRIÇÃO
No recebimento são efetuadas as seguintes
conferências: visual, quantitativa e qualitativa:

Conferência Visual: Exame para constatação de


avarias (defeitos), análise da disposição das cargas,

observação das embalagens quanto a evidências de


quebras, umidade, amassados, dentre outros.

Conferência Quantitativa: Verificação se a


quantidade declarada pelo fornecedor na Nota

Fiscal corresponde à efetivamente recebida. È


importante que o conferente desconheça a

quantidade faturada na Nota fiscal, ou seja, o


6ª fase – conferente aponta a quantidade contada em um
Recebimento:
formulário de Conferência e este formulário é
posteriormente confrontado com a Nota Fiscal.

Dependendo da natureza do material a conferência


poderá ser feita por contagem, pesagem, medição

ou cálculo.
Conferência Qualitativa: Verificação efetuada por

meio da confrontação das condições contratadas


no Pedido de Fornecimento com as consignadas na

Nota Fiscal pelo Fornecedor e visa garantir o


recebimento adequado do material pelo exame de;

características dimensionais, especificações e


restrições de especificação.
79
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

FASE DESCRIÇÃO
É a decisão pela aceitação total, parcial ou recusa
total da carga, devendo nesses casos ser registrada a

descrição dos motivos no verso da Nota Fiscal e


Conhecimento de Frete. As reclamações e/ou

devoluções, qualquer que seja o motivo deverão ser


devidamente esclarecidas ao Fornecedor envolvido
7ª fase –
por meio de Notificação com entrega protocolada,
Regularização:
além de informado ao departamento de compras para

registro no controle de fornecedores. Nos casos de


aceitação deverá ser aposto o visto de aceitação na

Nota Fiscal e Conhecimento de Frete e encaminhado


ao departamento de finanças para a liberação do

pagamento.

Em resumo o material deverá ser liberado e


encaminhado para armazenagem quando serão
8ª fase - Liberação
efetuados os registros escriturais de entrada no
para armazenagem:
estoque. Somente após a liberação poderão ser

efetuadas as requisições de material.

Tabela de Resumo das fases no recebimento de materiais

80
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

06.2 - Conceitos Básicos e Nomenclaturas da Gestão de Material


Permanente

Gestão de Material Permanente - conjunto de ações destinadas a


assegurar os registros e os controles das atividades relacionadas com o

emprego, a movimentação e o desfazimento dos materiais dessa


natureza.

Incorporação Patrimonial - inclusão de um bem no acervo patrimonial


da Administração Pública, bem como a adição do seu valor à conta do

ativo imobilizado.

Transferência Patrimonial – modalidade de movimentação de material

permanente dentro do Poder Executivo da Administração Direta com


transferência de responsabilidade, de uma unidade organizacional para

outra;

Doação – operação de transferência do direito de posse e de

propriedade de bens, mediante autorização competente;

Cessão – modalidade de movimentação provisória de material do

acervo, com transferência gratuita de posse e de responsabilidade entre


os órgãos e entidades da Administração Direta e Indireta;

Saída Provisória – É a movimentação de bens patrimoniais para fora da


instalação ou dependência onde estão localizados, em decorrência da

necessidade de conserto, manutenção ou da sua utilização temporária


por outro órgão ou entidade.

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Carga Patrimonial – é o instrumento administrativo de atribuição de

responsabilidade pela guarda, conservação e uso dos bens


permanentes ao seu consignatário;

Descarga – é o instrumento administrativo de transferência de


responsabilidade pela guarda e uso do material.

Termo de Responsabilidade – é o instrumento administrativo que


comprova e atribui a responsabilidade pela guarda, conservação e uso

dos bens permanentes, devendo ser firmado pelo titular da área


usuária.

Material Inservível – é o que não mais pode ser utilizado para o fim a
que se destina, em virtude da perda de suas características.

Material Antieconômico - é o material permanente cuja manutenção


ou recuperação seja de alto custo e apresente mau desempenho em

razão do esgotamento de sua vida útil, desgaste prematuro ou


obsoletismo.

Material Recuperável - é o material cuja recuperação seja possível,


orçando o conserto em até 50% (cinqüenta por cento) de seu valor de

mercado. Art 3º, parágrafo único do Decreto Federal n° 99.658 de


30/10/1990.

Desincorporação Patrimonial – é a saída de bens do acervo do órgão/


entidade decorrente de venda, permuta, doação ou transferência.

Como regra todo material permanente antes de compor o acervo


patrimonial do órgão ou entidade passa pelo processo de recebimento o qual

82
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

tivemos oportunidade de estudar no item 6.1 - Recebimento de materiais e

bens. Tal processo, tanto na forma operacional como financeira, considera o


material permanente recebido como “estoque” e enquanto permanecer nessa

condição não sofrerá a depreciação, mesmo que classificado como material


permanente no Catálogo de Materiais. Excetuando-se logicamente os bens

imóveis que terão procedimento específico, o ciclo da gestão patrimonial


iniciará com a retirada do material do estoque tendo como resultante as

funcionalidades na sequência.

06.3 - Incorporação Patrimonial

É o processo de ingresso físico de um material permanente no acervo

patrimonial do Estado, mediante aquisição, doação, construção, confecção ou


produção própria, permuta, dação em pagamento ou adjudicação.

Aquisição

Na aquisição a incorporação é realizada quando o material permanente é


entregue no setor de almoxarifado. Como regra, os seguintes

procedimentos são observados quando da aquisição de materiais


permanentes:

Ordens de Compra – Todas as compras devem ser efetuadas


mediante Ordens de Compra devidamente formalizadas, que

contenham o código e a descrição detalhada dos materiais


permanentes a serem adquiridos oriundos do sistema de Catálogo,

assim como informações da quantidade, preço, condições de

83
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

pagamento além da assinatura da autoridade requisitante

competente.

Licitação – Previamente à aquisição deve ser procedida à licitação,

visando a selecionar a proposta mais vantajosa à Administração


Pública e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável, ou

formalizada a sua dispensa ou inexigibilidade, de acordo com a


legislação vigente e nos casos nela previstos (artigos 24 a 26 da Lei

Federal nº 8.666/93).

Contrato – O instrumento de contrato deve ser formalizado nos

casos em que a legislação assim o exigir (Lei Federal nº 8.666/93).

Gravame da despesa - A despesa deve ser previamente empenhada,

nos termos da Lei Federal nº 4.320/64, com emissão da nota de


empenho correspondente, que deverá ser entregue ao fornecedor.

Recebimento – Os materiais permanentes adquiridos devem ser


recebidos no setor de almoxarifado, ocasião em que se efetuará a

conferência do que está sendo entregue com as especificações da


Ordem de Compra.

Essa fase é essencial para a liquidação da despesa, a qual deve ser


procedida pelo setor financeiro do órgão à vista da documentação pertinente,

devendo ser verificado, inclusive, se as especificações constantes na nota


fiscal coincidem com as da nota de empenho e do edital de licitação, quando

for o caso.

84
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

O processo de liquidação da despesa deverá estar acompanhado, além

de documentos comprobatórios do respectivo crédito, dos documentos de


tombamento e cadastramento, que comprovem que o bem está incluído no

sistema SIGA/SGBM, e quando da sua colocação em uso do Termo de


Responsabilidade Patrimonial, o qual identificará o departamento e o nome

da pessoa que responderá imediatamente pelo controle do bem.

Doação

O processo administrativo de doação de bens móveis (material

permanente) ao ente público deverá ser formalizado com o respectivo Termo


de Doação (público ou particular), com a manifestação do ordenador de

despesa de que aceita o bem doado, bem como deverá conter a nota fiscal
ou outro documento equivalente com a descrição e o valor estimado do bem

objeto da doação.

Construção, Confecção ou Produção Própria

Nos casos em que os bens tenham sido construídos, confeccionados ou

produzidos no próprio órgão, deverá haver indicação precisa de suas


características e de seu valor, por intermédio da apropriação dos custos

incorridos em sua elaboração, apurando-se, assim, o valor final do bem, para


fins de registro patrimonial e contábil. O bem também deverá ser incluído no

sistema de Catálogo.

Permuta

A permuta consiste no recebimento de bens, públicos ou particulares, em

troca de outros da mesma espécie ou de espécie diferente. A permuta de


85
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

bem público necessita de avaliação prévia, nos termos do artigo 17 da Lei

Federal nº 8.666/93.

Dação em Pagamento

A chamada dação em pagamento corresponde ao recebimento de bens

para pagamento de débitos constituídos ou inscritos em Dívida Ativa. Nesse


caso, é necessária a avaliação do bem a ser entregue para a quitação da

dívida junto ao ente público.

Adjudicação

Existe também a hipótese de incorporação por adjudicação de bens que

foram penhorados em decorrência de processos de cobrança judicial de


créditos do ente público, em que este aceita recebê-los como forma de

quitação de tais créditos.

06.4 - Registro e Tombamento

Deverá ser efetuado o registro analítico de todos os bens de caráter


permanente indicando os elementos necessários para a perfeita

caracterização e localização de cada um deles, bem como garantindo a


identificação do agente responsável por sua guarda e manutenção.

Atente-se para o fato de que todo e qualquer evento que resultar em


incorporação, transferência, alienação ou perda de bem móvel, ou implicar a

alteração do responsável pela sua guarda, deverá ser objeto de registro


imediato no sistema SIGA/SGBM.

86
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Na prática, o registro dos bens móveis é realizado por intermédio do

tombamento e do cadastramento. No tombamento, esses bens devem ser


identificados por um código gravado em etiquetas metálicas ou por outros

meios não removíveis facilmente, que servirão para controle posteriormente.


Aqueles bens móveis em que não for possível fazer tal identificação, em

função de suas características peculiares, deverão, ainda assim, ser


identificados, usando-se, para tanto, outra forma. Uma vez tombados, esses

bens devem ser cadastrados com todas as suas características, o que torna
possível identificá-los.

Também vale ressaltar que o bem móvel deverá ter seu registro efetuado
na unidade de patrimônio, do órgão/entidade segundo as informações

mínimas relativas ao registro conforme anexo III do Decreto Estadual nº


27.786 de 02 de maio de 2005 que padroniza os campos e informações nos

formulários de uso geral no âmbito do Poder Executivo Estadual e dá outras


providências:

Identificação do órgão/entidade;

Especificação do bem com características físicas e técnicas;

Nº de identificação (tombo)

Data de aquisição

Nº e Data da Nota Fiscal ou do Termo específico (publicação no


D.O.E)

Nome do Fornecedor ou Cedente.

Valor de aquisição do Bem.

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Na fixação da plaqueta deverão ser observados os seguintes aspectos:

Local de fácil visualização para efeito de identificação,


preferencialmente na parte frontal do bem.

Evitar áreas que possam curvar ou dobrar a plaqueta.

Evitar fixar a plaqueta em partes que não ofereçam boa aderência.

Evitar áreas que possam acarretar a deterioração da plaqueta.

Não fixar a plaqueta apenas por uma das extremidades.

Não fixar a plaqueta sobre alguma indicação importante do bem.

Os bens patrimoniais recebidos sofrerão marcação física antes de

serem distribuídos aos setores.

Os bens patrimoniais cujas características físicas ou a sua própria

natureza impossibilitem a aplicação de plaqueta também terão


número de tombamento, mas serão marcados em separado.

Em caso de perda, descolagem ou deterioração da plaqueta, o


responsável pelo setor onde o bem está localizado deverá

comunicar, impreterivelmente, o fato ao Gestor do Patrimônio do


Órgão/Entidade.

06.5 - Movimentação de Bens Móveis

São os procedimentos relativos à distribuição, remanejamento, saída

provisória, cessão, transferência e doação a que estão sujeitos os bens


móveis, no período decorrido entre sua incorporação e desincorporação.

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Compete à Gestão Setorial de Patrimônio dos Órgãos e Entidades a

operacionalização das movimentações dos bens móveis.

06.5.1 - Distribuição de Bens

O bem depois de tombado e cadastrado está pronto para ser distribuído

para uma unidade dentro do órgão, visando atender as necessidades dela. É


nesse momento que se inicia o controle do bem. O documento que viabiliza

este procedimento é o Termo de Responsabilidade, no qual um bem é posto


sob a guarda, conservação e controle do agente responsável, titular da

unidade administrativa na qual o bem está localizado, mediante sua


assinatura. A função do Termo de Responsabilidade é identificar os bens por

unidade dentro de um órgão, bem como o servidor responsável por prestar


informações sobre os mesmos perante a unidade de patrimônio do órgão,

tais como: danificação, inservibilidade, necessidade de reparo,


desaparecimento, etc.

Os bens de terceiros provenientes de cessão e locação deverão ser


relacionados no Termo de Responsabilidade, e conferidos periodicamente.

Em caso de desaparecimento deles, o órgão poderá ser penalizado de acordo


com o previsto no respectivo Termo de Cessão, Contrato em Comodato ou

Contrato de Locação. Os bens cuja constituição física não permita que seja
afixada etiqueta de identificação, também serão relacionados no Termo de

Responsabilidade.

Dentre as informações mais importantes que deverão ser incluídas no

Termo de Responsabilidade, conforme anexo III do Decreto nº 27.786 de 02


de maio de 2005 destacam-se:

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Órgão/Entidade;

Unidade Administrativa onde o bem está localizado;

Alterações: nº do Tombamento do Bem, especificação do bem,

motivo;

Estado de conservação;

Data e assinatura do responsável da unidade administrativa onde


o bem está localizado.

O Termo de Responsabilidade deverá ser emitido em duas vias ficando


uma com o agente responsável e outra com a unidade de patrimônio.

Esse termo deverá ser atualizado quando houver troca do agente


responsável, movimentação e baixa de um bem.

A seguir relacionamos as competências do signatário do Termo de


Responsabilidade:

Assumir a responsabilidade pelos bens que estão destinados à


seu uso ou do setor que está sob sua chefia ou direção.

Comunicar à Gerência de Patrimônio qualquer movimentação


dos bens sob a sua responsabilidade.

Comunicar, imediatamente, a quem de direito, qualquer


irregularidade ocorrida com o material entregue aos seus

cuidados

Nos impedimentos legais temporários (férias, licenças,

afastamentos, e outros), informar de forma expressa e escrita o

90
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

nome do seu substituto para que a ele seja atribuída à

responsabilidade provisória pela guarda do bem.

Todo servidor ao ser desvinculado do cargo, função ou emprego,

deverá passar a responsabilidade do material sob sua guarda a


outrem, comunicando expressamente ao gestor patrimonial,

salvo em caso de força maior, quando:

I – Impossibilitado de fazer, pessoalmente, a passagem de

responsabilidade do material, poderá o servidor delegar a


terceiros essa incumbência; ou

II – Não tendo esse procedido na forma da alínea anterior,


poderá ser designado servidor do órgão, ou instituída

Comissão Especial pelo dirigente do órgão e entidade, nos


casos de carga mais vultosa, para conferência e passagem do

material.

Caberá ao órgão cujo servidor estiver deixando o cargo, função

ou emprego, tomar as providências preliminares para a


passagem de responsabilidade, indicando, inclusive, o nome de

seu substituto ao setor de controle do material permanente.

A passagem de responsabilidade deverá ser feita

obrigatoriamente, à vista da verificação física de cada material


permanente e lavratura de novo Termo de Responsabilidade.

91
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

06.5.2 - Transferência de Bens

A movimentação por transferência caracteriza-se pelo deslocamento

definitivo do bem entre órgãos da Administração Direta. Neste caso, o


documento a ser utilizado é o Termo de Transferência. Este deverá ser

emitido e assinado entre os contratantes.

Nenhum bem poderá ser transferido sem emissão de termo

formalizando a mudança de responsável pela posse e propriedade do bem. É


importante lembrar que o transmitente, além da necessidade da atualização

do Termo de Responsabilidade, é necessário efetuar a baixa no seu registro


patrimonial, após celebrada a transferência. Outra questão importante a ser

observada é a verificação do estado de conservação do bem e se seu valor


contábil líquido é condizente com a condição que o bem se encontra, caso

contrário faz-se necessário reavaliar o bem.

06.5.3 - Doação de Bens

Todos os processos de doação do patrimônio público devem ser

intermediados órgão de controle central do patrimônio. O processo de


doação a ser encaminhado para a interveniência do referido órgão deve estar

instruído como os seguintes documentos:

Doações para entidades privadas:

Declaração de Utilidade Pública, por intermédio de lei municipal,


estadual ou federal:

Cópia do Estatuto ou Ato Constitutivo em vigor;

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Ata da eleição de posse dos cargos superiores de deliberação e

administração que estejam em exercício;

Cópia do CNPJ;

Certidões negativas ou isenção com relação a tributos;

Minuta do Decreto e Termo de Doação fundamentados na

legislação vigente;

Relação de Bens a serem doados.

Doações para Administração Indireta:

Minuta do Termo de Doação evidenciando a doação como

exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação


de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica,

relativamente à escolha de outra forma de alienação.

Relação de Bens para Doação com a especificação e valor.

06.5.4 - Cessão de Uso

A Cessão de Uso é a movimentação externa de material, com


transferência gratuita de posse e troca de responsabilidade, de caráter

temporário, entre órgãos ou entidades da Administração Pública Direta,


Autárquica e Fundacional do Poder Executivo, ou entre estes e órgãos de

quaisquer dos Poderes, do Ministério Público, do Tribunal de Contas ou de


outra esfera da Federação.

É competência de Secretário Estadual ou dirigente máximo de órgão


autônomo, autarquia e fundação, entregar e aceitar bem em cessão de uso.

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

O processo de cessão de uso a ser celebrado entre as partes, publicado

em Diário Oficial e deve estar instruído como os seguintes documentos:

Ofício elaborado pelo interessado na cessão, devidamente

justificado, solicitando a posse do bem e a sua destinação;

Termo de cessão de uso assinado pelo Secretário, dirigente

máximo de órgão autônomo, entidade autárquica e fundacional


do Poder Executivo, na figura do cedente, no qual o bem esteja

incorporado e pelo representante legal do órgão ou entidade


destinatário do bem na qualidade de cessionário; e

Parecer técnico do órgão ou entidade cedente, motivando a


assinatura do termo.

06.6 - Movimentação de Veículos

Na hipótese das movimentações patrimoniais de transferência, doação e


cessão envolverem veículo de propriedade de entidades do Governo

Estadual, é indispensável a autorização do órgão de controle central com


relação à liberação do Cartão de Abastecimento de Combustível, de forma

que tais despesas sejam alocadas ao beneficiário. Caso este não seja
participante do sistema o Cartão de Abastecimento será cancelado.

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

06.7 - Bens de Propriedade de Terceiros

06.7.1 - Comodato

O comodato é um contrato para o usufruto de alguma coisa (produto ou


objeto) por intermédio de empréstimo, ou seja, ele não é seu e terá de ser

devolvido ao final de um prazo determinado. Nesse tipo de contrato, um lado


(o comandatário-empresário) cede seu produto ao outro lado (comodante-

consumidor) em troca de um valor, ou serviço. Na maioria das vezes, pelo


fornecimento exclusivo de alguns produtos, o comandatário – fornecedor –

cede gratuitamente certos equipamentos ao comodante (cliente).

No segmento de Limpeza, é de praxe encontrar fornecedores de

produtos sanitários que cedem, em regime de comodato, dispensers de papel


toalha, papel higiênico, sabonetes, desodorizadores e enxaguantes bucais em

troca da aquisição desses produtos. E até mesmo equipamentos grandes


como lavadoras de piso, polidoras High Speed e lavadoras de louça são

comuns no regime de comodato. Além desses produtos, também é possível


encontrar fornecedores que instalam centrais de dosagem que produzem

produtos de limpeza na medida exata do necessário para suas atividades.

06.7.2 - Locação

A locação de bens móveis nasce quando uma das partes de uma relação

comercial se obriga a ceder o direito de uso e gozo de um bem a terceiro, por


tempo determinado ou não, mediante certa retribuição, que na maior parte

95
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

das vezes se reflete na prestação pecuniária estabelecida por intermédio de

contrato.

Na constância deste contrato, existem obrigações mútuas entre as

partes, as quais sempre devem ser cumpridas. O Locador tem a obrigação de


entregar o bem locado ao locatário, com suas pertenças e bom estado para o

uso que se destina, bem como garantir que durante o tempo do contrato o
seu pleno funcionamento.

Já com relação ao Locatário, este se obriga a utilizar o bem locado


apenas naquilo que foi previamente convencionado, zelar pela integridade do

bem, efetuar o pagamento do aluguel no prazo e local estipulado, informar o


locador acerca de questões fora da ordenação estabelecida e restituir o bem

locado no fim da locação, caso este não esteja em condições de uso, salvas as
deteriorações naturais do uso regular.

Importante salientar, caso o locatário venha fazer uso diverso do que


fora ajustado ou danificar o equipamento devido uso inadequado, o Locador

poderá rescindir o contrato imediatamente, além de exigir perdas e danos


sobre eventual prejuízo causado.

Em contraponto, o Locador não poderá exigir a devolução do bem


locado, em meio ao prazo da constância do contrato com prazo determinado,

sem ressarcir o Locatário em perda e danos resultantes da rescisão


antecipada do contrato. Assim como, o Locatário não poderá devolver o bem

locado antes do término do contrato, salvo pagando proporcionalmente o


aluguel e multa previamente estipulada no contrato.

96
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Por fim, a extinção do contrato de locação se dará no fim do prazo

determinado, quando este existir, sem a necessidade de notificar o Locatário.


No entanto, caso o locatário permaneça em posse do bem locado, sem

oposição do Locador.

É importante frisar que nesse tipo de relação, tanto comodato quanto a

locação, há necessidade de ganho mútuo. Vejamos alguns aspectos inegáveis


desse ganho:

a) equipamentos, cedidos em comodato ou locados, tem grande chance


de ter o uso e consumo otimizados pelos fornecedores. Uma vez que

isso ocorra, o cliente obterá os melhores resultados no seu uso, seja


ele em economia, produtividade ou qualidade.

b) a manutenção dos itens locados ou em regime de comodato é, muitas


vezes, realizada pelo fornecedor ou em rede autorizada, o que

evidentemente traz vantagens para os clientes, uma vez que as


eventuais paradas são minimizadas ou até mesmo neutralizadas;

c) ausência de investimento nos equipamentos.

Um último e importantíssimo aspecto é o da atualização tecnológica,

pois muitos equipamentos locados ou cedidos em comodato passam por


melhorias constantes e impossíveis de se acompanhar quando os clientes são

os donos dos equipamentos.

No entanto para que sejam garantidas as cláusulas pactuadas em

contrato os bens de terceiros provenientes de comodato e locação deverão


ser relacionados no Termo de Responsabilidade e seguir os mesmos critérios

97
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

de controle físico utilizados no caso de bem próprio inclusive inventariados

periodicamente. Em caso de desaparecimento dos mesmos, o órgão poderá


ser penalizado de acordo com o previsto no respectivo Contrato em

Comodato ou Locação.

06.8 - Saída Provisória

Caracteriza-se pela movimentação de bens patrimoniais para fora da


instalação ou dependência onde estão localizados, em decorrência da

necessidade de conserto, manutenção ou da sua utilização temporária por


outro órgão ou entidade, quando devidamente autorizado.

Qualquer que seja motivo da saída provisória, deverá ser autorizada pela
Coordenação ou Gerência Administrativa Financeira do órgão ou entidade

onde o bem está alocado por intermédio da AUTORIZAÇÃO DE SAÍDA


PROVISÓRIA que deve especificar a descrição e tombo do bem, o usuário

signatário do Termo de Responsabilidade e a data de previsão de retorno.

A saída de veículo, quando de interesse do serviço, não é caracterizada

como saída provisória, devendo ser efetuada de acordo com procedimento


adotado para controle de uso em cada órgão ou entidade.

06.9 - Controle Físico de Bens Móveis

É o conjunto de procedimentos, adotados pela Administração Pública,


voltado à verificação da localização, do estado de conservação, bem como do

prazo de validade certificados de garantia e dos contratos de manutenção


dos bens patrimoniais. O controle físico tem caráter permanente, em
98
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

decorrência da própria necessidade de acompanhamento da posição físico-

financeira do ativo imobilizado de cada Órgão e Entidade. O controle físico


envolve as seguintes modalidades:

Controle de Localização

Consiste na verificação sistemática do local onde está situado o bem,


inclusive da Unidade Administrativa que o detém, com vista à determinação

fidedigna das informações existentes no cadastro sobre essa localização. A


divergência constatada entre a localização real dos bens e a que constar no

relatório de cadastro, deve ser imediatamente corrigida pela Gerência Setorial


de Patrimônio.

Controle do Estado de Conservação

Consiste no acompanhamento sistemático do estado de conservação dos


bens patrimoniais, objetivando manter sua integridade física, observando-se a

proteção do bem contra agentes da natureza, mediante a tomada de medidas


para evitar a corrosão, oxidação, deterioração e outros agentes que possam

reduzir a sua vida útil.

A manutenção dos bens patrimoniais será realizada com pessoal próprio

das Unidades Administrativas onde o bem está alocado ou por empresa


contratada para esse fim, e será solicitada pelas Gerências, à Gerência Setorial

de Patrimônio.

A verificação do estado físico dos bens será realizada mediante

inventários locais periódicos, realizados por iniciativa da Gerência Setorial de

99
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Patrimônio, ou no decorrer do inventário anual, podendo ser identificadas as

seguintes condições de conservações:

Novo;

Bom;

Recuperável;

Inservível.

Controle de Utilização

Consiste na identificação e análise, pela Gerência Setorial de Patrimônio,

das condições de utilização dos bens patrimoniais, observando o seguinte:

Conhecimento das condições de utilização do bem, em função das

atividades desenvolvidas pela Unidade Administrativa;

Cumprimento das normas técnicas do fabricante, no que se refere à

capacidade operacional e manuseio.

Compatibilidade entre a finalidade e características do bem, com a

natureza dos serviços a ele atribuídos.

Controle de Garantia e Manutenção

Consiste no acompanhamento do vencimento dos prazos de garantia e

dos contratos de manutenção; os contratos deverão ser controlados pela


Gerência Setorial de Patrimônio de cada órgão ou entidade, observando

rigorosamente o seu prazo de vencimento, bem como a data de expiração da


garantia.

100
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Nenhum bem pode ser reparado, restaurado ou revisado sem

autorização da Gerência Setorial de Patrimônio. Serviços realizados por


terceiros, não autorizados, em bem em período de garantia, é irregularidade

passível de penalização

06.10 - Inventário de Bens Móveis

O inventário patrimonial é o levantamento físico, sendo o instrumento de

controle que permite o ajuste dos dados escriturais com o saldo físico do
acervo patrimonial em cada órgão e entidade, nos almoxarifados e depósitos.

É o levantamento da situação dos bens, equipamentos e materiais


permanentes em uso e a identificação da necessidade de manutenção ou

reparos, a verificação da disponibilidade dos bens da unidade, bem como o


saneamento do acervo, e ainda:

Ajuste dos dados escriturais de saldos e movimentações dos estoques


com o saldo físico real nas instalações de armazenagem;

Análise do desempenho das atividades do encarregado do patrimônio


através dos resultados obtidos no levantamento físico;

Levantamento da situação dos materiais estocados no tocante ao


saneamento dos estoques;

Levantamento da situação dos equipamentos e materiais


permanentes em uso e das suas necessidades de manutenção e

reparos;

Constatação de que o bem móvel não é necessário naquela unidade;


101
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Notificação pela Comissão em face da falta de bens no local

assentado na relação, no prazo máximo estabelecido para


regularização ou justificativa da ausência do material.

A realização de um inventário se dá em função da finalidade instituída,


seja para apuração de resultados, controle e prestação de contas, exigências

de ordem legal ou natureza estritamente fiscal. Dessa forma, a doutrina


consagra alguns tipos usuais para a Administração Pública. Dessa forma, o

inventário pode ser:

De verificação: realizado a qualquer tempo, com o objetivo de verificar

qualquer bem ou conjunto de bens, por iniciativa da Gerência Setorial


de Patrimônio ou a pedido de qualquer Detentor de Carga ou

Responsável;

De transferência: realizado quando da mudança de um titular de

função de confiança detentor de carga patrimonial;

De criação: realizado quando da criação de uma função de confiança,

de uma Unidade Administrativa, Gerência ou de novo endereço


individual;

De extinção: realizado quando da extinção ou transformação de uma


função de confiança detentora de carga patrimonial, de uma Unidade

Administrativa ou Gerência ou de endereço individual;

Anual: realizado para comprovar a exatidão dos registros de controle

patrimonial de todo o patrimônio do Estado, demonstrando o acervo


de cada Detentor de Carga, de cada Unidade Administrativa, o valor

102
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

total do ano anterior e as variações patrimoniais ocorridas no exercício,

elaborado de acordo com o Plano de Contas da Administração Pública.

Sugestões para preparação e gestão do inventário:

1) Constituir a “comissão de inventário” com servidores componentes da


Unidade Setorial de Patrimônio e outros servidores de outras Unidades

Administrativas do Órgão/Entidade;

2) Designar um servidor como Presidente da Comissão, preferencialmente

com experiência na área de Administração de Material e Patrimônio;

3) Convocar, para auxiliar a Comissão de Inventários servidores públicos do

Órgão/Entidade e funcionários de empresas prestadoras de serviços, para


desenvolver tarefas administrativas sob supervisão do Presidente da

Comissão;

4) A Comissão de Inventário é designada pelo respectivo Titular do

Órgão/Entidade, antes do final de cada exercício e em tempo hábil para a


execução dos levantamentos em todos os endereços individuais do Estado.

5) A comissão deve cientificar o dirigente de Órgão/Entidade sobre todos os


endereços individuais envolvidos, com antecedência mínima de 72 horas,

da data marcada para o início dos trabalhos, a fim de viabilizar o acesso aos
locais em inventário;

6) Solicitar o livre acesso em qualquer recinto, para efetuar levantamento e


vistoria de bens;

7) A Comissão deve solicitar aos detentores de Carga Patrimonial elementos


de controle interno e outros documentos necessários aos levantamentos;
103
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

8) Requisitar servidores, máquinas, equipamentos, transporte, materiais e

tudo mais que for necessário ao cumprimento das tarefas da Comissão;

9) Identificar a situação patrimonial e o estado de conservação dos bens

inventariados, discriminando em relatório, os suscetíveis de desfazimento,


para ciência do Titular do Órgão/Entidade;

10) Relacionar e identificar com numeração própria, os bens que se


encontram sem o número de patrimônio ou sem o devido registro

patrimonial para as providências cabíveis. Propor ao Titular do


Órgão/Entidade a apuração de irregularidades constatadas;

06.11 - Leilão de Bens Móveis

Leilão é uma antiga modalidade de compra e venda de bens, utilizada


por empresas privadas, onde vence quem oferecer o maior lance. O Leilão é,

também, uma modalidade de Licitação utilizada por órgãos públicos


conforme a Lei 8666/93 - Artigo 22 - parágrafo 5º.

"Art. 22 -§ 5º Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer

interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração


ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação

de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou
superior ao valor da avaliação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de

08/06/94).”

104
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Qualquer pessoa, física ou jurídica, com exceção de menores de 18 anos,

pode participar de um Leilão.

O Lance é o valor oferecido pelo comprador para a compra do bem. O

lance inicial é pré-definido mediante uma avaliação prévia e os compradores


dão os seus lances acima deste valor. Os lances são ofertados pelos

compradores presentes no leilão até que o leiloeiro define o comprador


através do lance máximo.

O leiloeiro é o profissional habilitado para realizar e conduzir os leilões e


a sua atuação é regulamentada e controlada pelas Juntas Comerciais do

Estado conforme a Lei 21.981 de 19/10/1932 e alterações.

Os Leilões promovidos por órgãos públicos têm os seus avisos e editais

publicados em diários oficiais, onde constarão as datas e locais de visitação


para a avaliação dos bens com a colaboração de técnicos especializados.

Algumas fases deverão ser cumpridas para que o leilão público seja bem-
sucedido, são estas:

Fase de providências que antecedem o leilão

A identificação dos bens e materiais permanentes inservíveis ou anti-


econômicos destinados ao desfazimento por intermédio de leilão público

deverão ser originados a partir do inventário anual ou inventário específico.

Uma vez identificados os bens deverão ser entregues sob a guarda do

Departamento responsável pela gestão do patrimônio do Órgão/Entidade.

A entrega dos bens para leilão deverá ser formalizada pelo TERMO DE

RESPONSABILIDADE DE GUARDA PARA LEILÃO discriminando:


105
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Nº do Termo,

Data de Entrega do Bem ao setor de Patrimônio,

Departamento e responsável pela entrega do bem,

nº do tombo de identificação,

Especificação do bem suas características, componentes e

acessórios,

Estado de conservação,

Valor estimado,

Assinatura do remetente e destinatário

O referido TERMO DE RESPONSABILIDADE DE GUARDA PARA LEILÃO,


ficará arquivado até a ocasião que o bem for arrematado. Nos casos de bem

que tenha impossibilidade de remoção para área destinada à guarda, além


das informações acima discriminadas deverá conter também endereço onde

se localiza o bem e o co-responsável pela guarda que deverá também assinar


o referido documento. A partir dos referidos Termos, o departamento

responsável pela gestão do patrimônio elaborará a RELAÇÃO DE BENS PARA


LEILÃO a ser encaminhada para o órgão central com atribuição exclusiva para

realizar os leilões públicos.

A RELAÇÃO DE BENS PARA LEILÃO deverá estar classificada em “Bens”,

“Materiais” e “Veículos” e conter no mínimo as seguintes informações:

Relação de Bens:

Nº do tombo;

106
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Descrição detalhada do bem;

Observações quanto ao estado de conservação do bem


classificando-o como INSERVÍVEL ou ANTI-ECONÔMICO;

Valor original;

Valor estimado.

Relação de Veículos:

Nº da Placa

Marca

Modelo

Ano Fabricação

Ano Modelo

Nº Chassis

Nº Renavam

Observações quanto ao estado de conservação do veículo

classificando-o como INSERVÍVEL, ANTI-ECONÔMICO ou SUCATA;

Valor Original;

Valor estimado.

107
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Relação de Materiais:

Nº do Item;

Descrição do Material;

Unidade;

Qtde;

Valor estimado.

Observação: Nos casos em que os bens relacionados estejam localizados

em endereços diferentes, para cada endereço deverá ter uma relação


correspondente, especificando o nome do servidor co-responsável pela

guarda do bem.

Os veículos a serem disponibilizados para leilão pelo órgão/entidade,

deverão antecipadamente ser verificado sua situação junto ao Órgão


Executivo de Trânsito Responsável pelo Registro (DETRAN-CE) com o objetivo

de detectar pendência judicial ou pendência de transferência de propriedade


do veículo, assim como, débitos referentes a IPVA, licenciamento, multas

DETRAN, multas RENAINF, multas de outras prefeituras municipais e multas


PRF.

Recomenda-se que os veículos para leilão devem estar com sua situação
regularizada junto ao DETRAN-CE, a responsabilidade sobre a regularização e

pagamento de quaisquer débitos relativos ao veículo será do órgão ou


entidade proprietário ou que tenha a posse do veículo.

Os veículos antes de serem disponibilizados para leilão, deverão ser


avaliados pela comissão inventariante e deverá:
108
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

1. Ser identificado quais os veículos que após recuperados terão

condições de segurança para trafegar em via aberta ao público e


quais os veículos que deverão ser leiloados como sucata;

2. Proceder à avaliação de cada veículo e sucata de veículo,


estabelecendo um valor estimado para arrematação;

3. Dos veículos identificados como sucata, proceder a inutilização das


partes do chassi que contém o registro VIN e suas placas, assim

como providenciar a baixa do registro junto ao Órgão Executivo de


Trânsito responsável pelo registro (DETRAN-CE).

Os bens, materiais e veículos disponibilizados para leilão que compõem


a relação encaminhada ao órgão central, deverão ficar identificados e

separados fisicamente de outros bens até que seja efetuado o


recolhimento por parte do leiloeiro contratado para o leilão.

Fase preparatória do leilão

A fase preparatória do leilão é uma fase administrativa onde o órgão

central fará a consolidação de todas as relações de bens, materiais e veículos


encaminhados para leilão, assim como verificará pendências administrativas e

multas dos veículos no Departamento Estadual de Trânsito – DETRAN-CE.


Nessa fase também serão formalizadas, junto ao titular de cada órgão, as

autorizações para transferência de propriedade dos veículos. Finalizando essa


fase iniciará o processo licitatório de Tomada de Preço para a escolha do

leiloeiro oficial que realizará o leilão.

109
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Fase licitatória do leilão

A fase licitatória para a escolha do leiloeiro será realizada mediante a

modalidade de Tomada de Preço ou Pregão onde o objeto de disputa será a


menor taxa administrativa a ser paga pelo serviço realização do leilão. O

vencedor da disputa arcará com todas as despesas de realização do leilão,


que serão custeadas mediante a taxa administrativa aplicada ao valor total

dos bens alienados. Nessa modalidade de licitação é preciso uma grande


quantidade de bens para que o leilão se torne viável.

Fase de Realização do leilão

A fase de realização do leilão inicia com o recolhimento dos bens para


um depósito onde serão arrumados os lotes para visitação dos interessados.

Com isso o leiloeiro contratado irá recolher em cada um dos órgãos


comitentes os materiais e veículos colocados para leilão, nesse momento é de

fundamental importância a organização dos bens e o acesso facilitado das


equipes do leiloeiro que farão o recolhimento. Na fase de realização do leilão

é também de fundamental importância o controle dos bens que foram


efetivamente recolhidos pelo leiloeiro. A relação dos bens que foram

recolhidos deverá ser arquivada temporariamente até que o leilão seja


finalizado. Quando apresentada a prestação de contas do leilão tal relação

será desarquivada para que seja efetuada a desincorporação dos bens do


patrimônio do órgão/entidade.

110
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Fase de prestação de contas do leilão

Na fase de prestação de contas, o leiloeiro contratado efetuará a

apuração dos valores recebidos dos arrematantes e emitirá um relatório


destacando os bens vendidos e seus respectivos valores classificados por

órgão comitente. Poderão também ser apresentadas nesse relatório, as


despesas decorrentes de multas de trânsito que porventura foram atribuídas

aos veículos antes de serem recolhidos para o leilão.

111
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

07 - Legislação Patrimonial

Objetivo: Compreender a legislação patrimonial no âmbito federal e

estadual apresentado os dispositivos que interferem direta e indiretamente


na gestão do material permanente.

07.1 - Legislação Federal

07.1.1 - Lei nº 4.320 de 17 de Março de 1964

Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle


dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do

Distrito Federal.

CAPÍTULO III

Da Despesa

Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-se-á no


mínimo por elementos.

§ 1º Entende-se por elementos o desdobramento da despesa com


pessoal, material, serviços, obras e outros meios de que se serve a

administração pública para consecução dos seus fins.

§ 2º Para efeito de classificação da despesa, considera-se material

permanente o de duração superior a dois anos.

112
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

CAPÍTULO III

Da Contabilidade Patrimonial e Industrial

Art. 94. Haverá registros analíticos de todos os bens de caráter


permanente, com indicação dos elementos necessários para a perfeita

caracterização de cada um deles e dos agentes responsáveis pela sua


guarda e administração.

Art. 96. O levantamento geral dos bens móveis e imóveis terá por base
o inventário analítico de cada unidade administrativa e os elementos da

escrituração sintética na contabilidade.

CAPÍTULO IV

Dos Balanços

Art. 104. A Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as

alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da


execução orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do exercício.

Art. 106. A avaliação dos elementos patrimoniais obedecerá às normas


seguintes:

I - os débitos e créditos, bem como os títulos de renda, pelo seu valor


nominal, feita a conversão, quando em moeda estrangeira, à taxa de

câmbio vigente na data do balanço;

113
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

II - os bens móveis e imóveis, pelo valor de aquisição ou pelo custo de

produção ou de construção;

III - os bens de almoxarifado, pelo preço médio ponderado das

compras.

§ 1° Os valores em espécie, assim como os débitos e créditos, quando

em moeda estrangeira, deverão figurar ao lado das correspondentes


importâncias em moeda nacional.

§ 2º As variações resultantes da conversão dos débitos, créditos e


valores em espécie serão levadas à conta patrimonial.

§ 3º Poderão ser feitas reavaliações dos bens móveis e imóveis.

07.1.2 - Lei Nº 8.429 de 2 de Junho de 1992

Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de


enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na

administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras


providências.

CAPÍTULO I

Das Disposições Gerais

Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público,

servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de


qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos

Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio

114
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja

concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio


ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.

Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos


de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba

subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público


bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido

ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da


receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à

repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele

que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,


nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de

investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas


entidades mencionadas no artigo anterior.

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele


que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a

prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma


direta ou indireta.

Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão,


dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral

ressarcimento do dano.

115
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

CAPÍTULO II

Dos Atos de Improbidade Administrativa

Seção I Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam


Enriquecimento Ilícito

Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando


enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial

indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou


atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:

I - Receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou


qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de

comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha


interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por

ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;

II - Perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a

aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a


contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço

superior ao valor de mercado;

III - Perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a

alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de


serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;

116
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

IV - Utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas,

equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou


à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta

lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou


terceiros contratados por essas entidades;

XII - Usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores


integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art.

1° desta lei.

Seção II

Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao


Erário

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao

erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda


patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos

bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e


notadamente:

I - Facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao


patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas,

verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades


mencionadas no art. 1º desta lei;

II - Permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada


utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo

patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a

117
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à

espécie;

III - Doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente

despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens,


rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades

mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades


legais e regulamentares aplicáveis à espécie;

IV - Permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem


integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas no

art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por
preço inferior ao de mercado;

X - Agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem


como no que diz respeito à conservação do patrimônio público;

07.1.3 - Lei Nº 8.666 de 21 de Junho de 1993

Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas

para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências.

Capítulo I

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Seção I Dos Princípios

Art. 1º Esta lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos

administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade,


118
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta lei, além dos órgãos

da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as


fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia

mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela


União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Art. 2º As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações,


concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando

contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de


licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta lei.

Seção VI

Das Alienações

Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à


existência de interesse público devidamente justificado, será precedida

de avaliação e obedecerá às seguintes normas:

II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação,

dispensada esta nos seguintes casos:

a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse

social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-


econômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação;

119
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da

Administração Pública;

c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada

a legislação específica;

d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;

e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou


entidades da Administração Pública, em virtude de suas

finalidades;

f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou

entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por


quem deles dispõe.

Capítulo II

Da Licitação

Seção I Das Modalidades, Limites e Dispensa

Art. 22. São modalidades de licitação:

I - concorrência;

II - tomada de preços;

III - convite;

IV - concurso;

V - leilão.

120
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

§ 5º Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados

para a venda de bens móveis inservíveis para a Administração ou


de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, a quem

oferecer o maior lance, igual ou superior ao da avaliação.

07.1.4 - Portaria Nº 448 STN de 13 de Setembro de 2002

Divulga o detalhamento das naturezas de despesas 339030, 339036,


339039 e 449052.

O SECRETÁRIO DO TESOURO NACIONAL, no exercício das atribuições


que lhe foram conferidas pela Portaria MF/GM nº 71, de 08 de abril de 1996,

e;

Considerando o disposto no parágrafo 2º, do artigo 50 da Lei

Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000, que atribui encargos ao órgão


central de contabilidade da União;

Considerando o contido no inciso I do artigo 4º do Decreto nº 3.589, de


06/09/2000, que confere à Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da

Fazenda – STN/MF a condição de órgão central do Sistema de Contabilidade


Federal;

Considerando as competências do órgão central do Sistema de


Contabilidade Federal, estabelecidas no artigo 5º do Decreto nº 3.589, de

06/09/2000, complementadas pela atribuição definida no inciso XVI, do artigo


8º do Decreto nº 3.366, de 26/02/2000 e conforme artigo 18 da Lei nº 10.180,

de 06 de fevereiro de 2001;

121
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Considerando, ainda, a necessidade de desenvolver mecanismos que

assegurem, de forma homogênea, a apropriação contábil de subitens de


despesas para todas as esferas de governo, de forma a garantir a

consolidação das contas exigida pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

RESOLVE:

Art. 1º - Divulgar o detalhamento das naturezas de despesa, 339030 -


Material de Consumo, 339036 – Outros Serviços de Terceiros Pessoa

Física, 339039 - Outros Serviços de Terceiros Pessoa Jurídica e 449052 -


Equipamentos e Material Permanente, de acordo com os anexos I, II, III,

IV, respectivamente, para fins de utilização pela União, Estados, DF e


Municípios, com o objetivo de auxiliar, em nível de execução, o

processo de apropriação contábil da despesa que menciona.

Art. 2º - Para efeito desta Portaria, entende-se como material de

consumo e material permanente:

I - Material de Consumo, aquele que, em razão de seu uso corrente e da

definição da Lei n. 4.320/64, perde normalmente sua identidade física


e/ou tem sua utilização limitada a dois anos;

II - Material Permanente, aquele que, em razão de seu uso corrente,


não perde a sua identidade física, e/ou tem uma durabilidade

superior a dois anos.

Art. 3º - Na classificação da despesa serão adotados os seguintes

parâmetros excludentes, tomados em conjunto, para a identificação do


material permanente:

122
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

I - Durabilidade, quando o material em uso normal perde ou tem

reduzidas as suas condições de funcionamento, no prazo máximo de


dois anos;

II - Fragilidade, cuja estrutura esteja sujeita a modificação, por ser


quebradiço ou deformável, caracterizando-se pela irrecuperabilidade

e/ou perda de sua identidade;

III - Perecibilidade, quando sujeito a modificações (químicas ou físicas)

ou que se deteriora ou perde sua característica normal de uso;

IV - Incorporabilidade, quando destinado à incorporação a outro bem,

não podendo ser retirado sem prejuízo das características do


principal; e

V - Transformabilidade, quando adquirido para fim de transformação.

Art. 5º - Os componentes relacionados esgotam todos os tipos de bens,

materiais ou serviços possíveis de serem adquiridos ou contratados


pelos órgãos, razão pela qual os executores deverão utilizar o grupo

que mais se assemelha às características do item a ser apropriado,


quando não expressamente citado. Por outro lado, o fato de um

material ou serviço estar exemplificado ementário não significa que não


possa ser classificado em outro do mesmo elemento de despesa, desde

que possua outra aplicação específica.

Art. 6º - A despesa com confecção de material por encomenda só

deverá ser classificada como serviços de terceiros se o próprio órgão ou


entidade fornecer a matéria-prima. Caso contrário, deverá ser

123
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

classificada na natureza 449052, em se tratando de confecção de

material permanente, ou na natureza 339030, se material de consumo.

Art. 7º - Para a classificação das despesas de pequeno vulto, deverá ser

utilizada a conta cuja função seja a mais adequada ao bem ou serviço.

07.2 - Legislação Estadual

07.2.1 - Lei Nº 9.809 de 18 de Dezembro de 1973

Dispõe sobre atos e fatos administrativos da gestão financeira e


patrimonial do Estado e dá outras providências (Código de Contabilidade do

Estado do Ceará).

TÍTULO IX

Do Patrimônio do Estado

Art. 245 - O patrimônio do Estado é constituído dos bens móveis,

semoventes e imóveis, dos valores pertencentes ao Estado, dos créditos


provenientes de dívida ativa e saldos em poder dos responsáveis e dos

saldos em numerários existentes em cofres e bancos.

Art. 246 – O patrimônio estadual é onerado pela dívida fundada ou

consolidada e flutuante.

Art. 247 – Os órgãos estaduais manterão, obrigatoriamente, o registro

analítico e sintético dos bens patrimoniais a seu cargo, em fichas ou

124
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

livros apropriados, de conformidade com as instruções que forem

baixadas pelo Secretário de Administração.

§1º – No registro, os referidos bens figurarão pelos preços de custo ou

de avaliação atualizada conforme o caso.

§2º – Tratando-se de imóveis o registro respectivo contará ainda:

a) a denominação, espécie e situação;

b) as dimensões do terreno e área construída, confrontações e

outras

Características principais;

c) a proveniência e o título de domínio;

d) a renda anual, se o imóvel estiver locado;

e) as servidões e os ônus de qualquer natureza; e

f) a utilização do prédio.

§3º – Todas as alterações no imóvel, posteriores ao primeiro registro,


serão anotadas nas fichas ou livros adotados, a fim de que possam ser

feitos, em qualquer época, os levantamentos julgados necessários.

Art. 248 – O Departamento do Patrimônio do Estado manterá o

registro sintético dos bens patrimoniais, bem como de todos os títulos


de propriedade imobiliária e outros documentos correlatos, devendo

guardar em Boa ordem os traslados das escrituras e os demais papéis.

Art. 249 – Todos os órgãos estaduais enviarão, anualmente, ao

Departamento do Patrimônio do Estado até o fim do mês de janeiro, a


125
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

relação atualizada dos bens patrimoniais a seu cargo, existentes ao

término do ano anterior.

Art. 250 – O Departamento do Patrimônio do Estado remeterá até 15

de janeiro a Inspetoria Estadual de Finanças, a demonstração das


alterações havidas nos valores integrantes dos bens patrimoniais, para

efeito dos reajustamentos necessários na contabilidade patrimonial.

Art. 251 – Serão responsabilizados pelos prejuízos causados aos bens

do patrimônio estadual os encarregados de sua guarda e conservação,


salvo se ficar expressamente provado que os extravios ou estragos

foram motivados por causas estranhas a sua vontade.

Art. 252 – Sempre que houver mudança ou substituição de

responsáveis pela guarda de bens e valores pertencentes ao Estado,


efetuar-se-á o seu arrolamento, que será conferido pelo novo

responsável, lavrando-se um termo de responsabilidade devidamente


assinado pelo que termina e pelo que começa a gestão.

Art. 253 – As valorizações e as depreciações dos bens do Estado serão


julgadas pelos chefes dos respectivos órgãos em processos regulares.

Art. 254 – Os responsáveis pela guarda de móveis, utensílios e outros


materiais de qualquer natureza deverão manter livros ou fichas de

entrada e saída dos mesmos, de modo a ficar sempre em evidência o


saldo em seu poder, tanto em quantidade, qualidade e espécie, como

em seu valor total.

126
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Art. 255 – Os bens do Estado que se tornarem inúteis para o sistema

administrativo estadual, serão alienados mediante licitação.

Parágrafo único – Decreto do Governador do Estado disporá sobre a

alienação dos bens de que trata este artigo.

07.2.2 - Decreto Nº 31.845 de 4 de Dezembro de 2015

Dispõe sobre regulamentação de leilões de bens patrimoniais móveis


inservíveis ou antieconomicos de propriedade dos órgãos e entidades

públicas estaduais na esfera do poder executivo.

CAPÍTULO I – DISPOSIÇÕES GERAIS

Art.1º – A Secretaria do Planejamento e Gestão do Estado do Ceará -

SEPLAG, se constitui órgão integrante da Administração Direta Estadual,


de natureza instrumental e normalizador da área de patrimônio, que
tem a competência exclusiva para a realização de leilões públicos, por
intermédio de Leiloeiro Oficial matriculado na Junta Comercial do

Estado do Ceará – JUCEC, dos bens patrimoniais móveis inservíveis ou


antieconômicos dos Órgãos e Entidades da Administração Direta.

Art.2º – O Leilão Público Estadual, será realizado por intermédio de dois


processos licitatórios:

I – o primeiro para a escolha de Leiloeiro Oficial a ser contratado, por


meio da modalidade de Tomada de Preço tipo menor preço (no caso,

menor percentual de despesas de organização);

127
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

II – o segundo que será realizado na modalidade de Leilão para alienação,

por intermédio de venda, dos bens móveis inservíveis e


antieconômicos.

Parágrafo único. Os referidos processos licitatórios se processarão em


conformidade com as disposições da Lei Federal nº8.666 de 21 de junho

de 1993 e Instrução normativa nº113 de 28 de abril de 2010 do


Departamento Nacional de Registro de Comércio – DNCR e Decreto

Federal nº21.981 de 19 de outubro de 1932.

Art.3º – Estão impedidos de participar do processo licitatório de Tomada

de Preço para contratação de leiloeiro:

I – leiloeiros com grau de parentesco até o segundo grau de membros da

Comissão de Realização do Leilão, do Gabinete do Secretário,


Coordenadorias e Assessorias, ocupantes de Cargos em Comissão e

Funcionários da Secretaria do Planejamento e Gestão - SEPLAG;

II – leiloeiro, que tenha prestado serviços anteriores para SEPLAG revelado

mau procedimento ou inépcia profissional, tendo a ocorrência


registrada no Cadastro de Fornecedores Impedidos de Licitar no

Sistema de Certificado de Registro Cadastral - CRC da SEPLAG e Junta


Comercial do Estado do Ceará - JUCEC;

III – leiloeiro que não preencha as condições de credenciamento


estipuladas no edital de licitação.

Art.4º – A Comissão de Realização do Leilão deverá ser formada por, no


mínimo, três representantes oficiais da Secretaria do Planejamento e

Gestão – SEPLAG e Comissão Central de Licitações da Procuradoria- Geral


128
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

do Estado – PGE, que fiscalizarão com total rigor, sob a presidência da

SEPLAG, as cláusulas do contrato celebrado com o leiloeiro oficial.

Art.5º – Os órgãos e entidades da Administração Indireta do Poder

Executivo ou os Órgãos e Entidades de outro Poder do Governo Estadual


poderão participar dos leilões da SEPLAG, por intermédio Termo de

Cooperação Técnica, quando os quantitativos dos bens desses não


justificarem a realização de um leilão próprio, ficando os referidos Órgãos

e Entidades sujeitas aos critérios das cláusulas definidas neste Decreto e


nos Editais dos respectivos leilões quando realizados.

Art.6º – A receita proveniente da venda dos bens será, obrigatoriamente,


depositada na conta do tesouro do Estado, sendo atribuição da Secretaria

do Planejamento e Gestão – SEPLAG, após a prestação de contas do


leilão, informar, de forma individualizada a cada um dos Órgãos e

Entidades participantes, a receita apurada com a venda dos bens.

Art.7º – O Órgão ou Entidade participante do leilão poderá solicitar a

receita proveniente dos bens leiloados, para isso deverá realizá-la junto ao
Comitê de Gestão por Resultados e Gestão Fiscal – COGERF, instituído

pelo Decreto nº27.524, de 9 de agosto de 2004, mediante apresentação


do relatório individualizado de prestação de contas do leilão.

Parágrafo único – As receitas provenientes da venda dos bens leiloados


somente poderão ser revertidos em limites financeiros dos Órgãos ou

Entidades aos quais pertenciam os bens, para uso exclusivo em despesa


de capital, conforme Resolução COGERF nº105A/2010 de 21 de Junho de

2010.
129
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

CAPÍTULO II – DA PREPARAÇÃO PARA PARTICIPAÇÃO DO LEILÃO


PÚBLICO

Art.8º – Os Órgãos e Entidades da Administração Direta do Poder

Executivo Estadual identificarão, os bens e materiais inservíveis ou


antieconômicos destinados ao leilão público, por intermédio de

inventário no final de cada exercício anual.

Art.9º – O inventário anual deverá ser efetuado por Comissão

Inventariante designada pelo Titular do Órgão ou Entidade do Poder


Executivo, mediante Portaria publicada no Diário Oficial do Estado, para

trabalhar em regime de dedicação exclusiva, nos prazos fixados na


Portaria.

Parágrafo único – A Comissão Inventariante deverá ser constituída por,


no mínimo, 3 (três) membros, sendo preferencialmente 1 (um) da área

contábil.

Art.10 – No desempenho de suas funções, a Comissão Inventariante

deverá:

I – informar previamente à Seção ou responsável pela gestão do

patrimônio do início dos trabalhos e outras informações pertinentes


ao levantamento e a vistoria in loco dos bens permanentes, a fim de

viabilizar o acesso aos locais onde se encontram;

II – solicitar ao Titular do Órgão ou Entidade, no caso de necessidade,

servidores da Seção responsável pela gestão do Patrimônio para

130
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

acompanhar os trabalhos de conferência, com vistas à indicação de

bens e acesso a locais restritos;

III – requisitar junto ao Titular do Órgão ou Entidade: computadores,

máquinas e veículos, bem como todo e qualquer recurso necessário


ao fiel cumprimento de suas tarefas;

IV – a Comissão Inventariante deverá identificar, quantificar e avaliar os


bens permanentes, assim como aqueles que serão destinados ao

desfazimento por intermédio de leilão público, utilizando a listagem


de bens a ser fornecida pela Seção responsável pela gestão do

patrimônio.

Art.11 – Os bens móveis inservíveis e antieconômicos, destinados ao

desfazimento por intermédio de leilão público, deverão ser avaliados e


organizados em lotes, tendo cada lote um valor específico.

Art.12 – Os lotes deverão ser formados de bens que possuem as


mesmas características físicas ou que sejam pertencentes a mesma

classe de forma a facilitar a avaliação e definição de valor do lote.

Art.13 – Os bens que perderam as suas características físicas,

componentes substituídos, partes de bens ou materiais residuais,


poderão ser loteados como sucata, identificando na descrição do lote a

característica da sucata (sucata ferrosa, sucata de alumínio, sucata de


madeira, sucata de plástico, carcaças de pneus, óleo queimado, etc).

Parágrafo único. O valor atribuído ao lote será da estimativa de peso


ou volume do material predominante na sucata.

131
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Art.14 – Os bens em que foi identificada a impossibilidade ou a

inconveniência da alienação por intermédio de leilão em decorrência da


sua inutilidade, deverão ser baixados do patrimônio após a retirada das

partes economicamente aproveitáveis, porventura existentes, que


poderão ser loteados como sucata.

Art.15 – São motivos para a inutilização de bens, dentre outros:

I – a sua contaminação por agentes patológicos, sem possibilidade de

recuperação por assepsia;

II – a sua infestação por insetos nocivos, com risco para saúde pública;

III – a sua natureza tóxica ou venenosa;

IV – a sua contaminação por radioatividade;

V – a possibilidade de sua utilização fraudulenta por terceiros.

Art.16 – A inutilização de bens será documentada mediante laudo de


inutilidade emitido pela Comissão Inventariante.

Art.17 – Os veículos a serem disponibilizados para leilão pelo Órgão ou

Entidade, deverão, antecipadamente, ter sua situação de registro


verificada junto ao Órgão Executivo de Trânsito Responsável pelo

Registro (DETRAN-CE) com o objetivo de detectar:

I – pendência Judicial ou pendência de transferência de propriedade do

veículo;

II – necessidade de atualização do registro em decorrência de

substituição do motor;

132
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

III – débitos referentes à IPVA, licenciamento, multas DETRAN, multas

RENAINF, multas de Prefeituras Municipais e multas PRF.

Parágrafo único – Somente serão aceitos os veículos para leilão

estando sua situação regularizada junto ao DETRAN-CE, e a


responsabilidade sobre a regularização e pagamento de quaisquer

débitos relativos ao veículo será do órgão ou entidade proprietários ou


que tenha a posse do veículo.

Art.18 – Os veículos antes de serem disponibilizados para leilão,


deverão ser avaliados pela Comissão Inventariante, a qual deverá:

I – estabelecer um único lote para cada veículo.

II – identificar os veículos que se encontram em condições de segurança

para trafegar em via aberta ao público e os veículos que deverão ser


leiloados como sucata;

III - proceder à avaliação de cada veículo e sucata de veículo,


estabelecendo o valor do lote;

IV - Dos veículos identificados como sucata, proceder a inutilização das


partes do chassi que contém o registro VIN e suas placas, assim

como providenciar a baixa do registro junto ao Órgão Executivo de


Trânsito responsável pelo registro (DETRAN-CE).

Art.19 – A Seção ou o responsável pela gestão patrimonial do Órgão ou


Entidade deverá tomar antecipadamente todas as providências cabíveis

para quando o veículo for leiloado não haver nenhum embaraço que

133
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

impossibilite a sua transferência de propriedade para o arrematante e

desincorporação do patrimônio do Órgão ou Entidade.

Art.20 – Ao final dos trabalhos, a Comissão Inventariante deverá

elaborar a Relação de Lotes para Leilão contendo:

I – Nº do Lote, descrição do(s) bem(ns) que consta(m) no Lote, inclusive

suas características de conservação e valor estimado do Lote;

II – endereço onde os Lotes estão localizados;

III – nome completo, telefone e e-mail do responsável pela guarda dos


Lotes.

§1º – O valor do Lote definido pela Comissão Inventariante será o valor


atribuído ao Lote como Lance Mínimo a ser aceito na ocasião em

que for realizado o leilão, distinguindo-se do valor original dos bens


constantes no lote, que serão utilizados somente na ocasião da

baixa patrimonial decorrente da alienação por intermédio de leilão.

§2º - A Comissão Inventariante poderá reduzir até 30% (trinta por

cento) do valor original de avaliação do Lote, de forma que este se


torne atrativo para a venda e incentive a disputa de preço entre os

arrematantes na ocasião em que for realizado o leilão público.

Art.21 – A Comissão Inventariante providenciará o acondicionamento

dos Lotes em local apropriado para a sua conservação e formalizará a


entrega da Relação de Lotes para Leilão para a Seção ou o servidor

responsável pela gestão do patrimônio do Órgão ou Entidade, que

134
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

manterá a guarda dos Lotes nas condições em que foram recebidos até

o momento de recolhimento pelo leiloeiro.

Parágrafo único – Os lotes deverão estar devidamente identificados e

com acesso facilitado para recolhimento pelo leiloeiro contratado ou, na


impossibilidade de recolhimento, em local apropriado a visitação dos

interessados.

Art.22 – A Seção ou o servidor responsável pela gestão do patrimônio

do Órgão ou Entidade, encaminhará para a Secretaria do Planejamento


e Gestão – SEPLAG a Relação de Lotes para Leilão até o prazo limite do

último dia útil do sexto mês do exercício de cada ano.

Parágrafo único. A Relação de Lotes para Leilão deverá ser

encaminhada à Secretaria do Planejamento e Gestão – SEPLAG


disponibilizada em meio físico e magnético, no formato de planilha

eletrônica, por intermédio de Ofício assinado pelo titular do Órgão ou


Entidade. O encaminhamento do referido Ofício à SEPLAG implica na

aceitação de todos os critérios de realização do leilão descritos neste


Decreto.

Capítulo III – Da Escolha Do Leiloeiro Oficial

Art.23 – A Secretaria do Planejamento e Gestão - SEPLAG iniciará, a


partir do décimo quinto dia útil do sétimo mês do exercício de cada

ano, a licitação de Tomada de Preços para a escolha do leiloeiro oficial,


tomando como referência a quantidade de lotes de bens encaminhados

para leilão pelos Órgãos e Entidades no prazo estabelecido no art.22.

135
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Art.24 – Os Órgãos e Entidades que, por impossibilidade não

encaminharam a sua Relação de Lotes para Leilão até o prazo limite, só


poderão fazê-lo após a contratação do leiloeiro oficial, tendo a sua

aceitação condicionada pela SEPLAG até o limite de 25% (vinte e cinco


por cento) do valor dos lotes contratados para leilão.

Parágrafo único. As Relações de Lotes para Leilão encaminhadas após


o prazo limite que ultrapassaram o percentual máximo estabelecido

serão devolvidas ao Órgão ou Entidade de origem e somente poderão


ser encaminhadas no próximo leilão.

Capítulo IV – Da Realização Do Leilão

Art.25 – O leiloeiro oficial contratado recolherá os lotes


disponibilizados para leilão, constantes na Relação de Lotes para Leilão,

para um depósito onde os lotes serão expostos à visitação dos


interessados, deixando livre a área de armazenagem do Órgão ou
Entidade para utilização em suas atividades finalísticas.

Parágrafo único. O recolhimento dos lotes por parte do leiloeiro

contratado será executado mediante agenda marcada com o


responsável pela guarda dos lotes em cada um dos Órgãos e Entidades

participantes do leilão, nos respectivos endereços informados na


Relação de Lotes para Leilão.

Art.26 – Os lotes que não puderem ser recolhidos em decorrência de


suas características de peso ou volume, permanecerão nas instalações

136
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

do Órgão ou Entidade em condições de receberem visitação dos

interessados.

Art.27 – A Seção ou o responsável pela gestão do patrimônio no Órgão

ou Entidade, deverá elaborar, obrigatoriamente, o Relatório de


Recolhimento de Lotes, especificando os lotes efetivamente recolhidos

pelo leiloeiro contratado, assim como àqueles que não puderam ser
recolhidos por características de peso ou volume.

§1º. O Relatório de Recolhimento deverá conter a data e visto do


leiloeiro contratado ou do seu preposto atestando o recolhimento ou

não dos lotes.

§2º O Relatório de Recolhimento deverá ser encaminhado à Secretaria

do Planejamento e Gestão - SEPLAG até o prazo limite do 5º (quinto


dia útil) após terminado o recolhimento dos lotes no Órgão ou

Entidade.

Art.28 – Ao final do leilão púbico, caso restarem lotes não arrematados

até o limite de 10% (dez por cento) do total de lotes colocados para
leilão, estes poderão receber propostas abaixo do valor atribuído como

Lance Mínimo, tendo sua aceitação ou não por decisão da Comissão de


Realização do Leilão.

Art.29 – Na hipótese de os lotes não arrematados excederem a 10% do


total de lotes colocados para leilão, o leiloeiro oficial contratado revisará

o valor de Lance Mínimo dos lotes não arrematados, propondo à

137
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Comissão de Realização do Leilão novos valores para a realização de

outro leilão público.

07.2.3 - Decreto Nº33.832, de 03 de Dezembro de 2020.

Altera dispositivos do Decreto Nº 31.845 de 04 de dezembro de 2015,


que regulamenta a realização de Leilões de Bens Patrimoniais Móveis

inservíveis ou antieconômicos de propriedade dos Órgãos e Entidades do


Poder Executivo Estadual.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no exercício das atribuições


que lhe confere o art. 88, incisos IV e VI, da Constituição Estadual,

CONSIDERANDO que se deve manter constantemente atualizada a legislação


estadual, adequando-a à necessidade administrativa e aos procedimentos

que otimizem a celeridade na realização de leilões públicos; CONSIDERANDO


que a Instrução Normativa nº 113, de 28 de abril de 2010, do Departamento
Nacional de Registro de Comércio - DNCR, foi revogada pela Instrução
Normativa n° 17, de 5 de dezembro de 2013, do Departamento de Registro

Empresarial e Integração -DREI; CONSIDERANDO, por fim, a necessidade de


dar tratamento mais adequado aos bens cujos arrematantes não venham a

honrar com os lances oferecidos no leilão, DECRETA:

Art. 1º O art. 2º e o “caput”, do art. 24, do Decreto n° 31.845, de 04 de

dezembro de 2015, passam a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 2º O Leilão Público Estadual será realizado por intermédio de

dois ou mais processos licitatórios:

138
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

I - o primeiro para a escolha de Leiloeiro Oficial a ser contratado,

por meio da modalidade de pregão;

II - o segundo que será realizado na modalidade de Leilão para

alienação, por intermédio de venda, dos bens móveis inservíveis


e antieconômicos, podendo compor mais de um certame, à

medida que são acumulados bens patrimoniais móveis.

Parágrafo único. Os referidos processos licitatórios se

processarão em conformidade com as disposições da Lei Federal


n° 8.666, de 21 de junho de 1993, e da Instrução Normativa DREI

nº17, de 5 de dezembro de 2013, e Decreto Federal n° 21.981, de


19 de outubro de 1932.

...

Art. 24. Os Órgãos e Entidades que, por impossibilidade, não

encaminharam a sua Relação de Lotes para Leilão até o prazo


limite, só poderão fazê-lo após a contratação do leiloeiro oficial e

no mínimo 60 (sessenta) dias antes da data marcada para o leilão.”

Art. 2º O art. 27 e o art. 29 passam a vigorar acrescidos dos §§ 3º e

único, respectivamente:

“Art. 27. ...

§3º Uma vez recolhido o volume de material suficiente para


realizar um leilão, poderá ser definida uma data para o pregão,

e o restante de materiais ainda não inclusos serão colocados em


leilões remanescentes quantos se fizerem necessários.

139
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

...

Art. 29. ...

Parágrafo único. No caso de lote arrematado no leilão cujo

valor não foi honrado pelo arrematante ganhador, por ocasião


da prestação de contas, o leiloeiro poderá oferecê-lo pelo valor

do lance imediatamente anterior ao lance ganhador,


sucessivamente até o limite do lance inicial constante no anexo

do instrumento convocatório do leilão.”

Art. 3º. Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação.

07.2.4 - Lei Nº 13.476 de 20 de Maio de 2004

Autoriza a Administração Pública Estadual a doar bens móveis e

equipamentos a entidades públicas e privadas, nas condições que indica.

Art. 1º Fica a Administração Pública Estadual autorizada a doar bens e

equipamentos integrantes de seu patrimônio e considerados


excedentes ou sem utilidade para o serviço público estadual em favor

de entidade pública ou de entidade privada filantrópica ou


benemerente, quando reconhecida, por Lei, de utilidade pública, bem

como os bens adquiridos com a finalidade de promover o


fortalecimento institucional dos municípios do Ceará e ainda aqueles

adquiridos para fins de premiação de programas a que estes tenham


aderido.

140
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

§1º O disposto neste artigo dependerá de prévia autorização do

Governador do Estado, por Decreto, que mencionará os bens e


equipamentos a serem doados, bem como o órgão ou entidade

doador e as entidades beneficiárias.

§2º Os bens cedidos aos municípios com a finalidade de fortalecimento

institucional ou como resultado de premiações de programas,


poderão ser abrangidos pela doação de que trata esta Lei, obedecido

o disposto no §1º deste artigo.(Redação dada pela Lei n.º 14.891, de


31.03.11).

Art. 2º. As doações autorizadas nesta Lei poderão abranger bens e


equipamentos considerados inservíveis pela Administração Estadual,

inclusive para fins de subseqüente alienação pela entidade beneficiária.

Art. 3º. As doações, de que trata esta Lei, poderão ser gratuitas ou

onerosas.

§1º A doação de bens servíveis ou inservíveis para as autarquias,

fundações, empresas públicas prestadoras de serviço público,


instituições de assistência social sem fins lucrativos e municípios, será

feita por termo próprio do qual constarão os requisitos abaixo, sob


pena de serem revertidos ao patrimônio do Estado do Ceará:

I - descrição e avaliação do objeto da doação;

II - avaliação da conveniência da doação em detrimento de outras

formas de alienação;

III - definição de eventuais obrigações da donatária em relação ao

objeto da doação, sob pena de reversão;


141
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

IV - proibição durante determinado prazo de alienação do objeto da

doação pela donatária à terceiros, sob pena de reversão;

V - prazo para publicação de extrato do Termo, como condição de

eficácia.

§ 2º. A destinação de bens servíveis ou inservíveis para outros órgãos da

administração direta será precedida de Termo de Transferência


Patrimonial.

07.2.5 - Lei N° 14.891, de 31.03.11 (D.O. de 04.04.11)

Altera o dispositivo da Lei Nº 13.476, de 20 de maio de 2004, e dá outras


providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ

Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu sanciono a


seguinte Lei:

Art. 1º O art. 1º da Lei nº. 13.476, de 20 de maio de 2004, passa a

vigorar com a seguinte redação:

“Art. 1º Fica a Administração Pública Estadual autorizada a doar bens e

equipamentos integrantes de seu patrimônio e considerados


excedentes ou sem utilidade para o serviço público estadual em

favor de entidade pública ou de entidade privada filantrópica ou


benemerente, quando reconhecida, por Lei, de utilidade pública,

bem como os bens adquiridos com a finalidade de promover o


fortalecimento institucional dos municípios do Ceará e ainda

142
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

aqueles adquiridos para fins de premiação de programas a que

estes tenham aderido.

§1º O disposto neste artigo dependerá de prévia autorização do

Governador do Estado, por Decreto, que mencionará os bens e


equipamentos a serem doados, bem como o órgão ou entidade

doador e as entidades beneficiárias.

§2º Os bens cedidos aos municípios com a finalidade de

fortalecimento institucional ou como resultado de premiações de


programas, poderão ser abrangidos pela doação de que trata

esta Lei, obedecido o disposto no §1º deste artigo.”

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário.

PALÁCIO IRACEMA, DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ, em

Fortaleza, 31 de março de 2011.

07.2.6 - Decreto Nº 27.786 de 02 de Maio de 2005

Padroniza documentos e os campos para informações nos formulários


de uso geral no âmbito do poder executivo estadual, e dá outras

providências.

Art.6° - Os documentos e formulários, cujos campos de informações

serão padronizados, são os constantes dos Anexos II, III e IV deste


Decreto.

143
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

§1° - Os documentos e formulários serão classificados de acordo com

os grupos de assunto abaixo discriminados:

PESSOAL - ANEXO II

MATERIAL E PATRIMÔNIO - ANEXO III

SERVIÇOS GERAIS - ANEXO IV

§2° - As informações constantes dos Anexos II, III e IV deste Decreto,

serão avaliadas anualmente e a sugestão de novos documentos e


formulários de uso geral far-se-á através da apresentação, pelos

órgãos interessados, dos respectivos modelos à Secretaria da


Administração -Sead, para análise e inclusão, sendo realizadas as

alterações que se julgarem necessárias por meio de outros Decretos.

ANEXOS III FORMULÁRIO DE MATERIAL E PATRIMÔNIO A QUE SE


REFERE O ART. 6° DO DECRETO N° 27.786 DE 02 DE MAIO DE 2005

CADASTRO DE VEÍCULOS - INFORMAÇÔES MÍNIMAS OBRIGATÕRIAS

Órgão/Entidade Chassi

Placa

Cor

Ano de Fabricação —Ano Modelo

Combustível

144
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Modelo

Fabricante

Estado de Conservação

Espécie (Ex: Ônibus. Automóvel, utilitário, Pick -up, etc...)

Categoria (01-Oficial, 02-Locado, 03.Cedido)

Órgão Proprietário e Órgão Usuário

Inclusão. Alteração e Exclusão

Observação

REGISTRO DE BEM PATRIMONIAL MÓVEL - INFORMAÇÔES MÍNIMAS


OBRIGATÓRIAS

Órgão/Entidade

Especificação do Bem Móvel

N° do Bem (N Tombamento)

Aquisição: Data, Número da Nota Fiscal, Valor (R$), Fornecedor

Movimentação: Data, Solicitação (N° da Requisição), Lotação anterior e


atual

Obs: Em caso de Transferência, Remanejamento, Doação, Permuta.

Cessão ou Leilão, identificar o documento e a data que deu origem a

movimentação.

145
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

TERMO DE RESPONSABILIDADE DE BENS PATRIMONIAIS - INFORMAÇÔES

MÍNIMAS OBRIGATÓRIAS

Órgão/Entidade

Unidade Administrativa na qual o bem está localizado

Alterações: Número do Tombamento do Bem, Especificação do Bem,

Motivo

Estado de Conservação

Data e Assinatura do responsável da unidade administrativa da


localização do bem

BENS MÓVEIS INSERVÍVEIS - INFORMAÇÔES MÍNIMAS OBRIGATÓRIAS

N° de Tombamento do Bem

Especificação do Bem

Situação do Bem

Valor de Aquisição do Bem

Data e Identificação do responsável pela emissão do documento.

INVENTÁRIO DE BENS PATRIMONIAIS - INFORMAÇÔES MÍNIMAS


OBRIGATÓRIAS

Órgão/Entidade

Unidade Administrativa

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Ano de Exercício do Inventário

N° do Tombamento do Bem

Especificação do Bem

Valor (R$) unitário de acordo com o preço de aquisição

Estado do Conservação — (Ótimo. Bom, Regular e Péssimo)

Data do encerramento do inventário

Assinaturas da Comissão Inventariante.

LIVRO DE TOMBAMENTO (RELATÓRIO)

Órgão/Entidade.

N° do Tombamento do Bem.

Especificação do Bem.

Data de Tombamento do Bem.

07.2.7 - Decreto Nº 31.340 de 05 de Novembro de 2013

Aprova o regulamento para depreciação, amortização, exaustão,

reavaliação e redução ao valor recuperável do patrimônio público do Estado


do Ceará.

TÍTULO I DAS ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS

Art.1º Compete à Secretaria do Planejamento e Gestão do Estado –


SEPLAG, por intermédio da Coordenação de Recursos Logísticos e de

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Patrimônio - COPAT, órgão central do Sistema Administrativo de Gestão

Patrimonial, o acompanhamento sistemático e permanente da execução


das medidas constantes neste Decreto e dos resultados obtidos, bem

como a edição de normas complementares, visando garantir o seu


cumprimento.

Art.2º Os Órgãos e Entidades do Poder Executivo Estadual, inclusive os


fundos, deverão encaminhar à Secretaria do Planejamento e Gestão -

SEPLAG e à Secretaria da Fazenda - SEFAZ, as informações que vierem a


ser solicitadas visando ao acompanhamento e controle do Patrimônio

Público do Estado.

TÍTULO II DAS REGRAS PARA AVALIAÇÃO, REAVALIAÇÃO E


REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL

CAPÍTULO I DAS COMISSÕES

Art.3º O levantamento de todos os bens pertencentes ao Estado do

Ceará é de responsabilidade de cada órgão/entidade, devendo ser


realizado através de Comissão constituída por ato do dirigente máximo

do órgão/entidade.

§1º - A Comissão deverá ser composta de no mínimo 03 (três)

membros, sendo preferencialmente 01 (um) da área contábil.

§2º - Fica a SEPLAG autorizada, quando entender ser necessário, a

qualquer tempo, reavaliar grupos de bens, desde que comunicado


previamente aos órgãos/entidades do poder executivo estadual.

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Art.4º As comissões terão autonomia para determinar o valor

atualizado a ser atribuído aos bens e deverão elaborar um relatório de


avaliação, que deverá conter, no mínimo, as seguintes informações:

I - Descrição detalhada de cada bem avaliado e da correspondente


documentação, em conformidade com o Sistema Patrimonial

Corporativo adotado pelo Estado;

II - Critérios utilizados para a avaliação e sua respectiva

fundamentação técnica, inclusive elementos de comparação


adotados;

III - Vida útil remanescente do bem;

IV - Valor residual se houver;

V - Data de avaliação;

VI - Identificação dos responsáveis pela avaliação.

Parágrafo único - Deverá ser arquivada cópia do relatório de avaliação


dos bens, no Sistema Patrimonial Corporativo adotado pelo Estado,

pelo órgão ou entidade usuária do mesmo.

Art.5º A Comissão deve avaliar se há alguma indicação de que um ativo

imobilizado ou intangível possa ter sofrido perda por irrecuperabilidade,


caso isto aconteça, deverá estimar o valor da perda por meio de testes

de recuperabilidade.

Art.6º A Comissão deve avaliar se há indicação de que uma redução ao

valor recuperável reconhecida em anos anteriores deve ser reduzida ou

149
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

eliminada, e em caso positivo, deverá registrar a reversão da perda por

irrecuperabilidade.

Art.7º Devem ser efetuados testes de recuperabilidade nos ativos

intangíveis com vida útil indefinida e naqueles ainda não disponíveis


para uso.

Art.8º Para os Bens de infraestrutura deverá ser formada uma comissão


com pelo menos a participação de membros das Secretarias da

Infraestrutura - SEINFRA, dos Recursos Hídricos – SRH e das Cidades.

Art.9º Todos os imóveis, registrados no ativo imobilizado, sofrerão

reavaliação com base no valor de mercado e/ou laudo técnico de


engenheiro competente.

§1º - Os bens móveis e imóveis adquiridos a partir de Janeiro de 2013,


registrados no ativo imobilizado, serão avaliados com base no valor

de aquisição, produção ou construção.

§2º - Sofrerá ajuste do valor contábil, os bens móveis adquiridos em

exercícios anteriores a 2013, registrados no ativo imobilizado, que


tem período de aquisição, produção ou construção inferior a vida

útil estabelecida na tabela do Anexo I, com base no valor de


mercado.

§3º - A SEPLAG realizará o ajuste do valor contábil de todos os bens


imóveis adquiridos em exercícios anteriores a 2013, ficando a cargo

das Secretarias responsáveis por estes imóveis as reavaliações


posteriores que sejam necessárias.

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Art.10 Os órgãos/entidades devem realizar a reavaliação dos seus bens,

observando a periodicidade e os critérios recomendados pelas Normas


Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público, nos casos

omissos a este decreto.

Art.11 A reavaliação de bens móveis deverá ser feita individualmente ou

por lotes quando se referir a um conjunto de bens similares, posto em


operação com diferença de no máximo 30 (trinta) dias, com vida útil

idêntica e utilizada em condições semelhantes.

Art.12 Quando um item do ativo imobilizado for reavaliado, é necessário

que todo o grupo de contas à qual pertence esse ativo seja reavaliado
também.

Art.13 O processo de reavaliação, após aprovação do responsável pelo


setor de patrimônio, deverá ser encaminhado ao setor contábil do órgão

ou entidade para fins de conciliação e respectivos ajustes contábeis que


se fizerem necessários.

TÍTULO III DAS REGRAS PARA DEPRECIAÇÃO,

AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO

Art.14 Efetuar-se-á a depreciação, amortização ou exaustão quando a


base monetária inicial dos bens for confiável, ou seja, o valor registrado

dos bens deve espelhar o valor justo dos mesmos.

Art.15 A apuração da depreciação, amortização e exaustão devem ser

feitas mensalmente, a partir do momento em que o bem se tornar

151
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

disponível para uso, não cessando quando o ativo torna-se obsoleto ou

é retirado temporariamente de operação.

Art.16 Com relação aos bens que entrem em condições de uso no

decorrer do mês, a depreciação, a amortização e a exaustão iniciam-se


no mês seguinte à colocação do bem em condições de uso, não

havendo para os bens, depreciação, amortização e exaustão em fração


menor que um mês.

Art.17 O item do ativo imobilizado que apresentar componente(s) de


valor significativo deverá ser este depreciado separadamente dos

demais componentes.

Art.18 Nos casos dos bens imóveis, somente a parcela correspondente

à construção/edificação deve ser depreciada, não se depreciando o


terreno.

Art.19 Não estão sujeitos ao regime de depreciação, amortização ou


exaustão:

I – Bens de natureza cultural, de interesse histórico e integrado em


coleções;

II – Bens de uso comum artificiais com vida útil indeterminada;

III – Animais destinados à exposição e preservação;

IV – Terrenos rurais e urbanos;

V – O ativo intangível com vida útil indefinida.

Art.20 O método de cálculo dos encargos da depreciação deverá ser o


Linear, observando as taxas e vidas úteis estabelecidas no Anexo I.
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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Parágrafo único - Caso o bem não se enquadre em nenhum grupo da

tabela do Anexo I, deverá o órgão ou entidade consultar a Secretaria do


Planejamento e Gestão – SEPLAG.

Art.21 As taxas e as vidas úteis dos bens que sofrem amortização e


exaustão serão definidas por cada órgão/entidade, com exceção

daqueles que possuem contrato, nos quais será utilizado como vida útil
o prazo contratual.

Art.22 Os seguintes fatores devem ser considerados ao se estimar a


vida útil de um ativo:

I – Capacidade de geração de benefícios futuros;

II – Desgaste físico decorrente de fatores operacionais ou não;

III – Obsolescência tecnológica;

IV – Limites legais ou contratuais sobre o uso ou a exploração do

ativo.

Art.23 Nos casos de bens reavaliados, a depreciação, a amortização ou

a exaustão devem ser calculadas e registradas sobre o novo valor,


considerada a vida útil indicada no relatório de avaliação.

Art.24 Quando o valor líquido contábil do ativo for igual ao valor


residual ou igual a zero, o bem somente continuará a ser depreciado,

amortizado ou exaurido se houver uma reavaliação redefinindo o seu


tempo de vida útil restante.

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Art.25 A Depreciação, a amortização e a exaustão cessarão quando do

término do período de vida útil do bem ou quando o mesmo for


baixado.

Art.26 As Taxas Anuais de Depreciação serão aplicadas sobre o valor de


aquisição, produção ou construção dos Bens.

Art.27 No procedimento de reavaliação os Valores de Aquisição dos


Bens serão encontrados na Relação de Bens que cada órgão e entidade

elaboram para realizar a prestação de contas anual, ou outras formas de


encontrar o valor.

Parágrafo Único - Para os veículos serão utilizados os valores


constantes na tabela do IPVA, da Secretaria da Fazenda do Estado do

Ceará – SEFAZ.

TÍTULO IV DAS SANÇÕES

Art.28 Havendo descumprimento do disposto neste Decreto, a


Secretaria do Planejamento e Gestão – SEPLAG comunicará a pendência

ou restrição ao titular ou dirigente do órgão ou entidade para que


efetue a regularização em 30 (trinta) dias.

Art.29 Decorrido o prazo previsto no artigo anterior e permanecendo a


pendência ou restrição, a Secretaria do Planejamento e Gestão -

SEPLAG comunicará o fato à Controladoria e Ouvidoria Geral do Estado


- CGE, bem como solicitará à Secretaria da Fazenda – SEFAZ que efetue

o bloqueio parcial ou total da execução orçamentária e financeira do

154
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

órgão ou entidade no Sistema de Contabilidade do Estado, até que as

pendências sejam sanadas.

Art.30 O descumprimento do disposto neste Decreto sujeita os

servidores e empregados, na esfera de suas atribuições, e


solidariamente os titulares e dirigentes máximos dos órgãos e

entidades, à responsabilidade administrativa e civil, nos termos do


Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado do Ceará.

TÍTULO V DAS DISPOSIÇÕES REGULAMENTARES GERAIS

Art.31 Os procedimentos previstos neste Decreto são atividades


obrigatórias e de responsabilidade do setor de patrimônio e

contabilidade de cada órgão/entidade.

Art.32 Os Órgãos e Entidades do Poder Executivo Estadual deverão

iniciar os procedimentos de depreciação, amortização e exaustão dos


bens patrimoniais adquiridos, incorporados e/ou colocados em
utilização a partir de janeiro de 2013, não necessitando ser submetidos
previamente ao procedimento de reavaliação ou redução a valor

recuperável.

Art.33 Os procedimentos de reavaliação ou redução ao valor

recuperável serão aplicados aos bens patrimoniais adquiridos,


incorporados e/ou colocados em utilização nos exercícios anteriores a

2013, conforme cronograma definido no Art.38.

155
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Art.34 O ajuste do valor contábil dos bens adquiridos antes de 2013

será realizada utilizando-se os grupos e as Taxas Anuais de Depreciação


estabelecidos no Anexo I.

Art.35 Aplicado as regras de reavaliação deste decreto e observado que


o valor do bem está incompatível com seu estado atual, deverá a

comissão de cada órgão e entidade justificar os critérios que


determinaram o valor do bem.

Art.36 Nos casos em que o bem, depois de exaurido sua vida útil,
manteve sua condição de uso, a Comissão deverá justificar a sua

serventia e atribuir uma nova vida útil ao bem, procedendo o ajuste do


valor contábil.

Art.37 A tabela com as vidas úteis, as taxas anuais de depreciação, bem


como o valor residual dos bens, estabelecida no Anexo I, poderá ser

revisada a cada ano.

Art.38 O prazo máximo para o ajuste do valor contábil dos bens

adquiridos em exercícios anteriores ao ano de 2013 será: setembro de


2013 para bens móveis e abril de 2014 para os bens imóveis.

Art.39 São partes integrantes deste Decreto, o Anexo I – Tabela de


depreciação, e o Anexo II – Definições Aplicáveis ao Decreto.

Art.40 A Secretaria do Planejamento e Gestão - SEPLAG irá promover,


quando necessário, a revisão e a atualização das definições constantes

neste Decreto Anexo II, para atender às Normas Brasileiras de


Contabilidade Aplicadas ao Setor Público, editadas pelo Conselho

Federal de Contabilidade.
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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Art.41 Nos casos omissos neste decreto deve-se considerar as

orientações contidas nas Normas Brasileiras de Contabilidade e no


manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público da Secretaria do

Tesouro Nacional.

Art.42 Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art.43 Revogam-se as disposições em contrário.

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

ANEXO I A QUE SE REFERE O DECRETO Nº 31.340 DE 05/11/2013

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

07.2.8 - Decreto Nº 31.671, de 09 de Fevereiro de 2015

Altera o artigo 38 do Decreto nº 31.340 de 05 de novembro de 2013, que


aprova o regulamento para depreciação, amortização, exaustão, reavaliação e

redução ao valor recuperável do patrimônio público do Estado do Ceará.

O GOVERDADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no uso das suas atribuições

que lhe confere o art. 88, incisos IV e VI da Constituição Estadual;


CONSIDERANDO o disposto no Decreto nº 21.325, de 15 de março de 1991,

quando à indispensável transparência dos atos do Governo; CONSIDERANDO


a necessidade de instituir a obrigatoriedade de realizar os procedimentos de

depreciação, amortização, exaustão, reavaliação e redução ao valor


recuperável dos bens do Estado do Ceará, desenvolvendo critérios e

procedimentos para registro dos bens patrimoniais; CONSDERANDO, ainda a


necessidade de ajuste nos prazos contidos no caput do artigo 38, do Decreto

nº 31.340, de 05 de maio de novembro de 2013, alterado pelo Decreto nº


31.400, de 14 de janeiro de 2014, DECRETA:

Art. 1º. O caput do Art. 38 do Decreto n° 31.340, de 05 de novembro


de 2013, alterado pelo Decreto nº 31.400, de 14 de janeiro de 2014,

passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 38. O prazo máximo para o ajuste do valor contábil dos bens

adquiridos em exercícios anteriores ao ano de 2015 será


dezembro de 2016 para bens móveis e imóveis.”

Art. 2º. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

159
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Art. 3º. Revogam-se as disposições em contrário.

PALÁCIO DA ABOLIÇÃO, DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ, em


Fortaleza, aos 09 de fevereiro de 2015.

07.2.9 - Decreto Nº 31.549, de 13 de Agosto de 2014

Dispõe sobre a utilização obrigatória dos sistemas corporativos de

gestão patrimonial pelos órgãos e entidades da administração pública direta,


autárquica e fundacional do Poder Executivo Estadual e dá outras

providências.

Art.1º - Os Órgãos e Entidades da Administração Pública Direta,

Autárquica e Fundacional, que recebem recursos do Tesouro Estadual


utilizarão, obrigatoriamente, os Sistemas Corporativos de Gestão

Patrimonial do Estado Ceará para controle das movimentações


patrimoniais.

§1º As Empresas Públicas e as Sociedades de Economia Mista poderão


utilizar os Sistemas Corporativos de Gestão Patrimonial do Estado do

Ceará para controle das movimentações patrimoniais;

§2º No caso das Entidades citadas no §1º deste artigo utilizarem os

Sistemas Corporativos, essas ficarão obrigadas a cumprirem as


normas e regras que regem estes sistemas;

§3º Para efeito deste Decreto, a expressão Sistemas Corporativos de


Gestão Patrimonial corresponde aos seguintes sistemas: Sistema de

160
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Gestão de Almoxarifado – SIGA, Sistema de Gestão de Bens Móveis -

SGBM e Sistema de Gestão de Bens Imóveis - SGBI;

§4º O SIGA visa exclusivamente à gestão dos materiais controlando os

procedimentos de recebimento, armazenagem, controle de estoque


e distribuição de materiais;

§5º O SGBM visa, exclusivamente à gestão dos bens móveis,


padronizando e controlando os procedimentos de incorporação,

controle de localização, movimentação, depreciação, reavaliação,


redução ao valor recuperável e alienação de bens móveis;

§6º O SGBI visa, exclusivamente à gestão dos bens imóveis,


padronizando e controlando os procedimentos de movimentação

patrimonial e aquisição, incorporação, controle de responsabilidade,


depreciação, reavaliação, redução ao valor recuperável, cessão de

uso e alienação de bens imóveis;

§7º Os sistemas SIGA, SGBM e SGBI são disponibilizados para os Órgãos

e Entidades da Administração Pública Estadual Direta e Indireta por


intermédio da internet e se integram a outros sistemas corporativos

do Governo do Estado do Ceará.

Art.2º - Os Órgãos e Entidades da Administração Pública Estadual

Direta e Indireta, responsáveis pela implantação dos referidos sistemas,


ficam assim definidos:

I - Órgão Central - a Secretaria do Planejamento e Gestão - SEPLAG,


por intermédio da Coordenadoria de Recursos Logísticos e de

Patrimônio - COPAT, responsável pela formulação de diretrizes,


161
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

orientação, planejamento, coordenação, supervisão e controle dos

assuntos relativos aos sistemas;

II - Órgãos Setoriais - as Secretarias de Estado e suas Vinculadas,

assim como os Órgãos Autônomos integrantes do Poder


Executivo, responsáveis pela execução das atividades de

incorporação, movimentação, manutenção e controle dos


assuntos relativos aos sistemas.

Parágrafo Único - Os Órgãos Setoriais prestarão ao Órgão Central


todas as informações e o apoio necessário para a consecução de suas

atividades e responsabilidades, competindo-lhes, ainda, a alimentação


dos dados necessários ao processamento dos sistemas SIGA, SGBM e

SGBI.

Art.3º - A SEPLAG decidirá os casos omissos e expedirá as normas

complementares que se fizerem necessárias.

Art.4º - Esse Decreto entrará em vigor a partir da data de sua

publicação.

Art.5º - Revogam-se as disposições em contrário.

07.2.10 - Decreto Nº 32.564, de 26 de Março de 2018

Dispõe sobre diretrizes para gestão de almoxarifado e bens móveis de

propriedade dos órgãos e entidades públicas estaduais na esfera do Poder


Executivo.

162
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

CAPÍTULO I

SISTEMA ESTADUAL DE GESTÃO DE ALMOXARIFADO E BENS


MÓVEIS

SEÇÃO I DA ESTRUTURA

Art. 1º - Este Decreto passa a regulamentar as relações institucionais e

operacionais das atividades de Gestão de Almoxarifado e Bens Móveis


do Estado do Ceará, no âmbito da Administração Direta e das entidades

que integram a Administração Indireta.

Art. 2º - As atividades referidas no artigo anterior são organizadas sob

a perspectiva sistêmica, constituindo o Sistema Estadual de Gestão de


Almoxarifado e Bens Móveis, com a seguinte estrutura orgânica:

I - Nível Central: Por intermédio da Secretaria do Planejamento e


Gestão – SEPLAG, como Órgão Central de Gestão;

II - Nível Setorial: Por intermédio dos órgãos setoriais de gestão de


almoxarifado e bens móveis estruturados nas demais Secretarias

de Estado, nas Autarquias, nas Fundações, e Empresas Públicas em


nível de departamentos, divisões ou unidades.

Parágrafo único. Não haverá subordinação hierárquica entre a Órgão


Central de Gestão e os Órgãos Setoriais, ocorrendo vinculação funcional

para a observância das diretrizes estabelecidas neste decreto.

Art. 3º - O Sistema Estadual de Gestão de Almoxarifado e Bens Móveis

tem os seguintes objetivos gerais:

163
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

I. unificar os mecanismos de registro e controle de estoque dos

materiais de consumo e dos bens móveis do Estado;

II. regulamentar uniformemente o uso de material de consumo,

assim como a localização, destinação, cessão, doação e alienação


de bens móveis do Estado, sob a autoridade funcional do Órgão

Central de Gestão e execução descentralizada dos órgãos setoriais


da Administração Direta e Indireta;

III. definir os princípios gerais que deverão reger a gestão dos


almoxarifados e dos bens móveis do Estado;

IV. promover a integração com os sistemas de controle interno


financeiro e contábil.

Parágrafo único. Para alcançar estes objetivos gerais visando a


racionalização administrativa e em razão das características

diferenciadas dos dois tipos de materiais (consumo e bens móveis), seu


controle e administração será efetuada por meio de dois subsistemas:

I. Subsistema de Gestão de Almoxarifado; e

II. Subsistema de Gestão do Bens Móveis.

SEÇÃO II

SUBSISTEMA DE GESTÃO DE ALMOXARIFADO

Art. 4º - Fica instituído o Subsistema de Gestão de Almoxarifado, parte


integrante do Sistema Estadual de Gestão de Almoxarifado e Bens

Móveis, que estruturar-se-á com a integração da Secretaria do


Planejamento e Gestão - SEPLAG com os órgãos setoriais, a nível de
164
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

classificação e catalogação de materiais, cadastro e controle de

fornecedores, planejamento e execução de compras, controle de


estoques e armazenagem de materiais, que passará a contar com a

coordenação técnica da SEPLAG.

Art. 5º - A SEPLAG padronizará sistemas informatizados corporativos a

nível de classificação e catalogação de materiais, cadastro e controle de


fornecedores, planejamento de consumo e compras, controle de

estoque e armazenagem.

Art. 6º - Os órgãos setoriais trabalharão de forma integrada com a

SEPLAG por intermédio dos sistemas informatizados corporativos no


que diz respeito às áreas de classificação e catalogação de materiais,

cadastro e controle de fornecedores, planejamento de consumo e


compras, controle de estoque e armazenagem.

Art. 7º - Compete à SEPLAG como Órgão Central de Gestão, o seguinte:

I. subsidiar as áreas de compras dos órgãos setoriais por intermédio

dos Sistemas de Catálogo de Materiais, Cadastro de Fornecedores


e Compras Eletrônicas;

II. subsidiar as áreas de almoxarifado dos órgãos setoriais por


intermédio de Sistema de Controle de Estoque e Armazenagem;

III. regulamentar uniformemente a aquisição, recebimento,


armazenagem e uso de material de consumo;

IV. colaborar permanentemente com os órgãos setoriais, quanto aos


métodos e procedimentos operacionais de armazenagem e

165
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

arranjo físico dos almoxarifados buscando o aperfeiçoamento do

sistema.

Art. 8º - Compete aos órgãos setoriais, o seguinte:

I. implantar o Sistema Informatizado Oficial de Controle de


Almoxarifado instituído pelo Decreto Estadual nº 31.549 de 13 de

agosto de 2014;

II. planejar as necessidades de material de consumo

compatibilizando a disponibilidade de recursos financeiros com as


necessidades dos demais departamentos setoriais;

III. definir níveis de estoque e frequência de ressuprimento, bem


como monitorar as suas oscilações com relação às compras e ao

consumo;

IV. controlar os níveis de estoque, mantendo os registros de

movimentação atualizados e dar início ao processo de


ressuprimento;

V. inventariar no mínimo uma vez ao ano o estoque físico dos


materiais de consumo e efetuar a sua conciliação com o registro

escritural e o registro contábil.

SEÇÃO III

SUBSISTEMA DE GESTÃO DE BENS MÓVEIS

Art. 9º - Fica instituído o Subsistema de Gestão de Bens Móveis, parte

integrante do Sistema Estadual de Gestão de Almoxarifado e Bens


Móveis, que estruturar-se-á com a integração da Secretaria do
166
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Planejamento e Gestão – SEPLAG com os órgãos setoriais, a nível de

classificação e catalogação de materiais permanentes, cadastro e


controle de fornecedores, planejamento e execução de compras,

incorporação e registro dos bens móveis, controle físico de localização,


responsabilidade, uso, manutenção e depreciação, bem como o

controle da movimentação interna e o controle da alienação.

Art. 10 - A SEPLAG padronizará sistemas informatizados corporativos a

nível de classificação e catalogação de materiais permanentes, cadastro


e controle de fornecedores, planejamento e execução de compras,

incorporação e registro dos materiais permanentes, controle físico de


localização, responsabilidade, uso, manutenção e depreciação, controle

da movimentação interna e controle da alienação.

Art. 11 - Os órgãos setoriais trabalharão de forma integrada com a

SEPLAG por intermédio dos sistemas informatizados corporativos no


que diz respeito às áreas de classificação e catalogação de materiais

permanentes, cadastro e controle de fornecedores, planejamento e


execução de compras, incorporação e registro dos materiais

permanentes, controle físico de localização, responsabilidade, uso,


manutenção e depreciação, controle da movimentação interna e

controle da alienação.

Art. 12 - Compete à SEPLAG como Órgão Central de Gestão, o

seguinte:

167
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

I. subsidiar as áreas de compras dos órgãos setoriais por intermédio

dos Sistemas de Catálogo de Materiais, Cadastro de Fornecedores


e Compras Eletrônicas;

II. subsidiar as áreas de patrimônio dos órgãos setoriais por


intermédio de Sistema Informatizado de Controle Bens Móveis;

III. regulamentar uniformemente a aquisição, recebimento,


incorporação, registro, localização, movimentação interna, cessão,

transferência, doação e leilão de materiais permanentes;

IV. promover de forma centralizada a realização de leilões públicos

para alienação dos bens móveis identificados como inservíveis ou


antieconômicos;

V. colaborar permanentemente com os órgãos setoriais, quanto aos


métodos e procedimentos operacionais para alienação de bens.

Art. 13 - Compete aos órgãos setoriais, o seguinte:

I. implantar o Sistema Informatizado Oficial de Controle de Bens

Móveis, instituído pelo Decreto Estadual nº 31.549 de 13 de


agosto de 2014;

II. dimensionar as necessidades de bens móveis compatíveis com o


nível de serviço finalístico prestado pelo órgão setorial;

III. manter permanentemente atualizado o sistema informatizado de


bens móveis em decorrência das depreciações, dos inventários,

das movimentações físicas ou das mudanças de responsabilidade


sobre os mesmos;

168
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

IV. fazer o tombamento dos bens pertencentes ao órgão e manter o

controle físico permanentemente atualizado por intermédio de


plaquetas de identificação,

V. fazer o inventário periódico e geral dos bens móveis pertencentes


ao órgão, e conciliar o resumo das alterações encontradas com o

registro contábil, por intermédio de relatórios que deverão estar


disponíveis a qualquer momento para eventuais auditorias que se

façam necessárias;

VI. regularizar e manter permanentemente atualizado o registro e

licenciamento dos veículos pertencentes ao órgão;

VII. fazer a manutenção preventiva e corretiva dos veículos,

máquinas e equipamentos pertencentes ao órgão e manter


registros permanentemente atualizados sobre os insumos,

serviços e peças aplicados assim como as despesas destes


decorrentes;

VIII. fazer o recolhimento e manter o controle físico e a guarda


devidamente acondicionada de todos os bens em desuso no

órgão até o momento que possa ser alienado por doação,


transferência ou leilão;

IX. promover denúncia de responsabilidade administrativa junto à


Controladoria Geral do Estado - CGE, sempre que observar o

descumprimento das normas instituídas.

169
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

CAPÍTULO II

DA CARACTERIZAÇÃO DOS BENS MÓVEIS

Art. 14 – Para fins deste decreto considera-se:

I. bens móveis - são aqueles fabricados para duração superior a dois


anos de vida útil e que, em razão da utilização, não perdem a

identidade física e são considerados como servíveis excedentes ou


inservíveis;

II. bens móveis excedentes – são bens em perfeitas condições de


uso e operação, porém sem utilidade para o setor;

III. bens móveis inservíveis – são todos os bens desativados ou


danificados que possa ser considerado como recuperáveis ou

irrecuperáveis.

a) considera-se, também, como bens inservíveis àqueles bens móveis

em que o modelo ou padrão não atenda mais as necessidades para


a qual foi adquirido.

b) considera-se bens móveis inservíveis e irrecuperáveis - são todos


os bens cujo custo de recuperação ou atualização tecnológica seja

igual ou superior a 50% (cinqüenta por cento) do bem novo de


mesma finalidade, podendo ser considerados ainda como

sucateáveis.

Parágrafo único. O Órgão Central de Gestão considerará como

referência para caracterização dos bens móveis a Portaria nº 448, de 13


de setembro de 2002, da Secretaria do Tesouro Nacional – STN.

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Art. 15 - Todos os Bens Móveis Permanentes terão controle físico e

financeiro independentemente de sua classificação, cujo registro será


mantido no Sistema Informatizado oficial de controle de Bens Móveis e

serão obrigatoriamente inventariados.

CAPÍTULO III

DA INCORPORAÇÃO E REGISTRO DE BENS MÓVEIS

Art. 16 – A incorporação é o ato de Registro Patrimonial do bem móvel

adquirido pelo órgão setorial no Sistema Informatizado de controle,


assim como a conseqüente variação positiva no valor do seu

patrimônio, onde os órgãos setoriais deverão seguir as seguintes


orientações:

I. os bens móveis adquiridos por intermédio de compra serão recebidos


e conferidos segundo as especificações da ordem de compra, cuja

Nota Fiscal do fornecedor será registrada como entrada em estoque


e consequente pagamento da Nota de Empenho. Ao ser colocado

em uso o bem será requisitado do almoxarifado e destinado ao


departamento usuário. Somente a partir do uso que o bem passará a

ser depreciado pelo sistema de controle patrimonial;

II. os bens móveis adquiridos por intermédio de produção própria serão

registrados pelo valor da soma dos custos com matéria-prima, mão-


de-obra e insumos gastos da produção do bem. Tais valores deverão

ser apropriados e ao final da produção do bem incorporados ao

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

patrimônio. Os documentos usados para o registro serão as Notas

Fiscais dos materiais e insumos adquiridos para a construção do bem


e/ou Recibo de Prestação de Serviços do profissional que construiu o

bem e a Nota de Empenho;

III. os bens incorporados sob forma de doação serão registrados por

intermédio de processo administrativo (publicado no DOE), onde


conste em anexo o Termo de Doação para Órgão Setorial juntamente

com a Nota Fiscal de aquisição do bem, se possível;

IV. os bens que não possuírem documentação de aquisição e que

foram adquiridos há mais de cinco anos poderão ser tombados e


incorporados por intermédio de Inventário;

V. o bem móvel cujo valor ou custo de produção for desconhecido será


avaliado por comissão inventariante setorial tomando como

referência o valor escriturado de um bem semelhante ou substituto,


no mesmo estado de conservação, caso contrário a avaliação tomará
como referência o preço de mercado;

VI. toda vez que houver nascimento de semoventes, será providenciado

um registro com todas as características do semovente, inclusive o


valor avaliado por uma comissão setorial. O técnico responsável

deverá observar a idade crítica de cada espécie para fim de


tombamento.

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

CAPÍTULO IV

DA CONSERVAÇÃO E RECUPERAÇÃO DOS BENS MÓVEIS

Art. 17 - É obrigação de todo Servidor Público Estadual, a quem tenha

sido confiado o bem móvel para guarda ou uso, zelar pela sua boa
conservação e diligenciar no sentido da recuperação daquele que se

avariar.

Art. 18 - Com o objetivo de minimizar os custos com a reposição de

bens, compete ao Setor de Patrimônio do Órgão Setorial, planejar,


organizar e operacionalizar um plano integrado de manutenção

preventiva e recuperação para todos os equipamentos, máquinas e


veículos em uso no órgão, objetivando o melhor desempenho possível

e uma maior longevidade desses.

Parágrafo único. A manutenção periódica deve obedecer às exigências

dos manuais técnicos de cada equipamento, máquina ou veículo, de


forma mais racional e econômica possível considerando a

disponibilidade de recurso do órgão ou entidade.

Art. 19 - A recuperação somente será considerada viável se a despesa

envolvida com o bem móvel orçar no máximo a 50% (cinquenta por


cento) do seu valor estimado no mercado.

Art. 20 - No caso de qualquer alteração em veículos decorrente de


conservação ou recuperação, tais como mudança de cor, troca de motor

e/ou alteração de categoria, deverão ser seguidas as normas contidas


no Código Nacional de Trânsito.

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

CAPÍTULO V

DA RESPONSABILIDADE E INDENIZAÇÃO DOS BENS MÓVEIS

PERMANENTES

Art. 21 – Todo bem móvel ao ser colocado em uso será confiado a um

servidor público por intermédio da assinatura do “Termo de


Responsabilidade”.

Art. 22 - Todo Servidor Público Estadual poderá ser chamado à


responsabilidade pelo desaparecimento do material que lhe for

confiado para guarda e/ou uso, ou pelo dano que, dolosa ou


culposamente, causar a qualquer material.

Art. 23 - É dever de todo Servidor Público Estadual comunicar,


imediatamente, ao setor de patrimônio do órgão/entidade, qualquer

irregularidade ocorrida com o bem entregue aos seus cuidados. A


comunicação do responsável pelo bem deverá dar-se de maneira

circunstanciada, por escrito.

Art. 24 - Quando não for(em), de pronto, identificado(s)

responsável(eis) pelo desaparecimento ou dano de bem permanente, o


Setor de Patrimônio do órgão/entidade providenciará abertura de

sindicância.

Art. 25 - Quando se tratar de bem de procedência estrangeira, a

indenização será feita com base no valor de reposição (considerando-se


a conversão ao câmbio vigente na data da indenização).

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Art. 26 - Todo Servidor Público Estadual ao ser desvinculado do cargo,

função ou emprego, deverá passar a responsabilidade do(s) bem(ns)


sob sua guarda a outrem, salvo em casos de força maior.

Parágrafo único. Impossibilitado de fazer, pessoalmente, a passagem


de responsabilidade do(s) bem(ns), o servidor delega a terceiro essa

incumbência; ou caso não haja indicação de terceiro, o Setor de


Patrimônio fica responsável por realizar a conferência e o levantamento

para a passagem de responsabilidade, sendo instituída Comissão


Especial no caso de cargas vultosas.

Art. 27 - Caberá ao setor administrativo do órgão/entidade cujo


servidor estiver deixando o cargo, função ou emprego, tomar as

providências preliminares para a passagem de responsabilidade,


indicando, inclusive, o nome de seu substituto ao Setor de Patrimônio.

Art. 28 - A passagem de responsabilidade deverá ser feita,


obrigatoriamente, à vista da verificação física de cada bem permanente
e emissão de novo “Termo de Responsabilidade”.

Art. 29 - Na hipótese de ocorrer qualquer pendência ou irregularidade,

caberá ao Setor de Patrimônio do órgão/entidade adotar as


providências cabíveis necessárias à apuração e imputação de

responsabilidade.

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

CAPÍTULO VI

DO INVENTÁRIO FÍSICO DOS BENS MÓVEIS

Art. 30 - O Inventário físico é o instrumento de controle para a

verificação dos bens móveis visando constatar a existência física, a


necessidade de uso e a necessidade de reparos, esta última, quando

não se tratar de: veículos, máquinas e equipamentos cuja manutenção


será sistematicamente realizada.

Parágrafo único. Os tipos de inventário físico são:

I. inicial – realizado quando da criação de um novo Órgão, para

identificação e registro dos bens sob sua responsabilidade;

II. anual - destinado a comprovar a quantidade e o valor dos bens

patrimoniais do acervo de cada Órgão, existente até 31 de


dezembro de cada exercício - constituído do inventário anterior e
das variações patrimoniais ocorridas durante o exercício;

III. eventual - realizado em qualquer época, por iniciativa do

dirigente do Órgão ou por orientação da SEPLAG;

IV. de transferência de responsabilidade - realizado quando da

mudança do dirigente do órgão/entidade;

V. de extinção ou transformação - realizado quando da extinção ou

transformação do Órgão.

Art. 31 – O inventário de exercício anual deverá obedecer no mínimo as

seguintes orientações:

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

I. constituição de comissão inventariante por ato do dirigente

máximo do órgão setorial mediante Portaria publicada em Diário


Oficial do Estado;

II. definição prévia dos endereços, força de trabalho, cronograma e


metodologia a ser utilizada;

III. elaboração de relatório final de apuração do resultado e


procedimentos de ajuste escritural e contábil do valor do

patrimônio com a respectiva justificativa.

CAPÍTULO VII

DA ALIENAÇÃO DOS BENS MÓVEIS

Art. 32 – A alienação e desincorporação de Bens Móveis poderá ser

efetuada por intermédio venda, doação, transferência ou baixa, quando


avaliado por comissão inventariante especialmente constituída que

deverá definir a classificação do bem em:

I. ocioso – Quando, embora em perfeitas condições de uso, não

estiver sendo aproveitado, devendo ser disponibilizado;

II. recuperável – Quando sua recuperação for possível e orçar, no

máximo, 50% (cinqüenta por cento) de seu valor de mercado;

III. antieconômico – Quando sua manutenção ou recuperação for

onerosa, ou, ainda, seu rendimento for precário em virtude de uso


prolongado ou desgaste prematuro;

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

IV. irrecuperável – Quando não mais puder ser utilizado para o fim a

que se destina, devido à perda de suas características;

V. inutilizado: - Quando for constatada a impossibilidade ou a

inconveniência da sua alienação por doação, transferência ou


venda em decorrência de sua inutilidade, quando sua alienação se

dará por intermédio de baixa. Nesses casos deve ser observado o


disposto nos art. 14 e 15 do Decreto Estadual nº 31.845, de

04/12/2015.

Art. 33 – A alienação de bens móveis por intermédio de venda será

efetuada com exclusividade pela Secretaria do Planejamento e Gestão -


SEPLAG, observado os critérios e procedimentos especificados no

Decreto Estadual nº 31.845, de 04/12/2015.

Art. 34 – A alienação de bens móveis por intermédio de doação ou

transferência, será efetuada em obediência à Lei Estadual nº 13.476, de


20/05/2004, alterada pela Lei nº 14.891, de 31/03/2011.

Parágrafo único. A transferência consiste na movimentação de bens


móveis entre órgãos da administração direta com transferência de

posse gratuita e com troca de responsabilidade. O órgão beneficiário da


transferência ao receber o bem deverá providenciar a carga patrimonial

com a emissão de novo Termo de Responsabilidade.

Art. 35 – Quando se tratar de bem inutilizado, a comissão inventariante

deverá apresentar laudo assinado justificando a razão da inutilidade do


bem móvel.

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

CAPÍTULO VIII

DA MORTE DE SEMOVENTE, DESAPARECIMENTO OU ROUBO

DE BENS MÓVEIS

Art. 36 - Na ocorrência de morte de semovente, o responsável pelo

animal, encaminhará ao setor de patrimônio do órgão, ofício


comunicativo juntamente com laudo veterinário elaborado por

profissional competente. A partir do Laudo será efetuada a baixa


patrimonial.

Art. 37 - Ocorrendo o desaparecimento de bem móvel permanente, por


qualquer motivo (destruição, ou extravio), caberá ao setor responsável

pela guarda e utilização do mesmo comunicar o fato imediatamente ao


setor de patrimônio do órgão, por intermédio de Notificação de

Desaparecimento de Bens Móveis.

Art. 38 - A partir da notificação referida do artigo anterior o setor de

patrimônio providenciará a abertura de sindicância na forma


regulamentar, somente sendo efetuada a baixa patrimonial após o

resultado da sindicância.

Art. 39 - Na ocorrência de roubo de um bem móvel permanente, o

setor responsável pelo bem registrará em uma Delegacia de Polícia o


“Boletim de Ocorrência” e comunicará ao setor de patrimônio do órgão.

A necessidade de abertura de sindicância conforme Art. 38 anterior.

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

CAPÍTULO IX

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 40 - Nenhum bem deverá ser liberado aos usuários, antes de

cumpridas as formalidades de recebimento, aceitação e registro no


competente instrumento de controle.

Art. 41 - O setor administrativo deverá acompanhar a movimentação


de materiais de consumo e bens ocorrida no âmbito do órgão ou

entidade, registrando os elementos indispensáveis ao respectivo


controle físico periódico, com a finalidade de constatar as reais

necessidades dos usuários e evitar os eventuais desperdícios.

Art. 42 - Nenhum bem permanente poderá ser distribuído aos Setores

requisitantes sem o respectivo Termo de Responsabilidade.

Art. 43 - A retirada de móveis, máquinas, equipamentos e utensílios das

respectivas dependências do órgão ou entidade, por prazo


determinado, é permitida para fins de conserto, viagem ou evento

externo, devendo ser acompanhada de documento de Saída de Material


autorizado pelo detentor da carga patrimonial e monitorada pelo setor

de patrimônio.

Art. 44 - Os casos referentes a materiais de consumo e bens móveis

que não foram previstos neste Decreto ou que necessitem maiores


orientações quanto ao procedimento a ser adotado, será objeto de

regulamentação por intermédio de Instrução Normativa a ser expedida


pela Secretaria de Planejamento e Gestão, por intermédio do Órgão

Central de Gestão do Patrimônio.


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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Art.45 - Ficam revogadas todas as disposições incompatíveis com as

previstas neste Decreto que entrará em vigor na data de sua publicação.

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)

Referências

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