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PROJETO

DE VIDA

1ºANO
1º semestre
Caro(a) professor(a),

Este material contém as Orientações para as Atividades (OPAs) do componente


Projeto de Vida das escolas de Ensino Médio Inovador, uma parceria da Secretaria
de Educação do Estado do Rio de Janeiro com o Instituto Ayrton Senna.

Aqui, você encontra as orientações de aula para o 1º semestre do 1º ano do Ensino


Médio. Lembrando que estas atividades devem ser trabalhadas tendo como apoio o
Caderno do Protagonista – 1º ano.

Bom trabalho!

Expediente:
Expediente:
Instituto Ayrton Senna: Viviane Senna –Presidente Aline Porto – Diretora da Área de EducaçãoSimone André –
Instituto Ayrton
Coordenadora daSenna:
Área Viviane
MônicaSenna
Pellegrini – Gerente
– Presidente deAline Porto –Diretora
Programa Andrezada Área –deAnalista
Adami Educaçãode  Simone
Projetos Andréde–
Bruna
Coordenadora da Área
Sousa – Assistente Mônica Pellegrini – Gerente de Programa Andreza Adami – Analisra de Projetos Bruna de
Administrativa
Sousa – Assistente
Coordenação Administrativa
de materiais didáticos: Cynthia Sanches
Coordenação
Consultoria emdeProjeto
materiais didáticos:
de Vida: Cynthia
Cynthia Sanches
Sanches Paulo Emílio de Castro Andrade
Consultoria em
Coordenação deProjeto
AgentesdeTécnicos:
Vida: Cynthia Sanches
Alexandra Paulo
Santos Emílio
 Francis de Castro Andrade
Wilker
Coordenação de Agentes
Agentes Técnicos: Técnicos:
Ana Fournier Francis Wilker
 Cristiane Lessa  Dira Barreto  Flávia Saldanha

© Instituto Ayrton Senna 2015 Projeto de Vida – 1ºano/1º semestre


Atividade Conteúdo Duração Página
prevista

Atividade Para início de Levantamento das expectativas para os três anos do Ensino 2
1 Médio integral. Apresentação do plano de curso. tempos p.4
conversa...
Atividade Uma formação Reflexão sobre o valor dos estudos e o que é ser um estudante 2 p.8
2 protagonista protagonista. tempos

Atividade Autogestão I Início do módulo de Autogestão, dedicado ao desenvolvimento 2 p.12


3 dessa competência. tempos

Atividade Identidade: quem Reflexão sobre identidade e a relação com o outro, a escola, a 3
4 comunidade, a cidade, o país e o mundo. tempos p.15
sou eu?
Atividade Álbum de Início da elaboração desse intrumento de registro que será 3 p.18
5 Cartografia pessoal utilizado durante todo o Ensino Médio. tempos

Atividade Autogestão II Segunda atividade dedicada ao desenvolvimento da 2 p.22


6 competência de autogestão. tempos

Atividade Você é Reflexão sobre máscaras sociais e intervenção artística na 4


7 escola. tempos p. 24
mascarado?
Atividade Autogestão III Terceira atividade dedicada ao desenvolvimento da competência 2
8 de autogestão. tempos p. 29

Atividade Não posso mais Investigar como está a autoestima e a autoconfiança dos 2
9 estudantes. tempos p. 32
viver sem mim!
Atividade Nosso cartão Identificação e reflexão sobre os “cartões postais” dos locais em 3
10 que vivem. tempos p. 35
postal
Atividade Planejar a realização de visitas a equipamentos culturais da 4
11 Rolé Cultural cidade e do estado. tempos p. 39
Atividade Autogestão IV Quarta atividade dedicada ao desenvolvimento da competência 2
12 de autogestão. tempos p. 41

Atividade Promover exercício para o descondicionamento do olhar, a partir 2


A imagem diz p. 44
13 que... da leitura de retratos. tempos

Atividade A sua imagem na Refletir sobre os selfies, autorretratos que carregam inúmeros 2
14 discursos sobre as identidades. tempos p. 49
rede: selfie!
Atividade Identidade na rede! Debate regrado, sobre os impactos das redes sociais nas 3
15 identidades e de seus usos na escola. tempos p. 52

Atividade Quinta atividade dedicada ao desenvolvimento da competência 2


16 Autogestão V de autogestão. tempos p. 56

Atividade Na mira da mídia As identidades de sujeito (de consumo e participativo) nas 4


17 publicidade e mídias jovens. Produção radiofônica. tempos p. 59

Atividade Professor(a) Atividade em que o professor elabora e planeja a aula a partir de 4


18 um tema do universo juvenil. tempos p. 65
autor(a)

Atividade Rolé Cultural Preparação, realização e avaliação da primeira visita a 3


19 equipamentos culturais da cidade e do estado. tempos p.70

Atividade Autogestão VI Sexta atividade dedicada ao desenvolvimento da competência 3 p.73


20 de autogestão. Avaliação do semestre. tempos

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Acolhimento e levantamento das expectativas para dos
Resumo
estudantes para os três anos do Ensino Médio integral.
Apresentação do plano de curso.

Ouvir as impressões do jovem sobre essa fase escolar, de


modo que possam desde já confrontar expectativas e assumir
Objetivos o protagonismo na participação na sala de aula. Ativar
conhecimentos sobre a noção de protagonismo e de
competências para o século 21.

Ao longo da atividade são propostas diferentes formações,


Organização da turma com momentos em roda de conversa envolvendo a turma
toda e de trabalho individual.

Elabore o seu discurso e recursos necessários para uma


Recursos e Providências introdução atraente das linhas gerais do plano de curso para
o componente Projeto de Vida.

Competências em foco Abertura, colaboração e comunicação.

Duração prevista 2 tempos.

Para sua presença pedagógica:


Lembre-se de que envolver diferentes estudantes, ter interesse pelos conhecimentos prévios
deles, conduzindo a discussão em diálogo com o que eles trouxerem, são formas de tornar a
aula um “campo de interação” fundamental para a construção de novos conhecimentos
(conforme MARTINS, João Carlos. In: Vygotsky e o Papel das Interações Sociais na Sala de
Aula: Reconhecer e Desvendar o Mundo Fragmento. Disponível em: bit.ly/mediacaosala).

Receba os estudantes com entusiasmo, com a sala organizada em roda de conversa.


Promova, oralmente, o levantamento das expectativas que trazem sobre os três anos
do Ensino Médio integraI. Procure organizar esse espaço de fala, dando
oportunidades para que vários jovens possam se manifestar. É desejável que você
tome nota das expectativas, compondo no quadro um mapeamento. Acolha e valorize
os diversos pontos de vista surgidos, tanto as falas que trazem aspectos positivos
quanto negativos para esse modelo de escola.

A organização da sala em roda não é apenas uma mera formalidade. Mesmo que você
“perca” alguns minutos com essa organização, o investimento é valioso, pois
possibilita uma qualidade de interação mais qualificada, estimulando a capacidade de
atenção, de participação e de envolvimento dos estudantes. Observe que o modelo de
organização da sala de aula tradicional, com as carteiras em fileiras, acentua
comportamentos mais “territorialistas” e individualistas (cada um ocupando apenas o
seu espaço), enquanto que o modelo da roda de conversa potencializa modos de ser e
estar na sala de aula mais participativos e protagonistas. Além disso, cria-se um
ambiente mais propício para o estabelecimento de vínculos positivos da turma com o
professor e para o desenvolvimento gradual de habilidades comunicativas importantes,
como falar e ouvir. Em muitos momentos das atividades do componente Projeto de
Vida a turma será organizada em roda de conversa.

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A seguir, apresente a visão geral do plano de curso do componente Projeto de Vida
para os três anos do Ensino Médio. É bem provável que questões relativas à formação
profissional e ao tempo que terão para se dedicarem a cursos profissionalizantes
tenham sido apontadas como fatores de rejeição ao modelo de escola de tempo
ampliado. Esse conjunto de apreensões torna ainda mais necessário a introdução aos
objetivos e conteúdos que serão abordados em suas aulas.

Serão trabalhadas as seguintes temáticas: identidade, escola, aprendizagem,


cultura, mídia, família, mundo do trabalho e projeto de vida, com foco no
1º desenvolvimento das seguintes competências: pensamento crítico,
ano colaboração, comunicação, criatividade, gestão de processos e autonomia.
Também serão desenvolvidas atividades voltadas para o fortalecimento da
autogestão para os estudos e atividades culturais externas.

Serão desenvolvidos projetos de intervenção na escola ou na comunidade a


partir dos interesses individuais e coletivos da turma, a partir das seis etapas do
2º protagonismo juvenil. Competências que serão trabalhadas: colaboração,
ano liderança, comunicação, gestão de processos, resolução de problemas e
autonomia. As atividades voltadas para o fortalecimento da autogestão para os
estudos e atividades culturais externas continuam.

Serão trabalhadas as seguintes temáticas: elaboração dos projetos de vida,


reconhecimento das profissões e dos novos arranjos produtivos do mundo do
3º trabalho no século 21. Principais competências que serão trabalhadas:
ano pensamento crítico, comunicação, gestão de processos, gestão da informação,
liderança, criatividade e autonomia. As atividades voltadas para o
fortalecimento da autogestão para os estudos e atividades culturais externas
continuam.

Conte que os componentes Projeto de Vida, Laboratório de Iniciação Científica e


Pesquisa, Letramento em Língua Portuguesa e Letramento em Matemática – além das
aulas de Língua Portuguesa e Matemática – serão desenvolvidos a partir da parceria
do Instituto Ayrton Senna com a Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro.
Conte, também, que o compromisso de trabalho é por uma educação integral de
qualidade, que coloca o jovem no papel de protagonista e que promove o
desenvolvimento de competências fundamentais para viver e trabalhar no século 21.
Pergunte se alguém tem algum palpite sobre o que significa isso, ouça algumas
opiniões e esclareça que na aula seguinte você aprofundará essa questão.

Peça para cada estudante elaborar um texto, por escrito, a partir da seguinte pergunta
provocadora: “Como espero que os três anos do Ensino Médio integral contribuam
para a minha formação como pessoa e como profissional?”. Peça que coloquem nome
nesses escritos e os guardem, pois ao final do ano eles serão retomados para
servirem de base para a autoavaliação dos estudantes.

Caso você receba novos estudantes durante as próximas aulas, não deixe de pedir que
elaborem seus textos a partir da questão provocadora. É importante que toda a turma
participe e que você guarde bem esses registros. Vale a pena compartilhar essa
avaliação diagnóstica com o coordenador pedagógico e o professor articulador da
escola.

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Finalize a atividade com uma dinâmica de integração, para que a turma possa se
conhecer melhor e para que você possa estabelecer um vínculo de
convívio positivo, exercendo sempre sua presença pedagógica.

Sugestão de dinâmica
Peça para os estudantes formarem uma roda, em pé. Em seguida, deve-se fazer um
novo círculo dentro daquele já formado. O número de participantes deve ser o mesmo
nos dois círculos.
Coloque uma música alegre e oriente os jovens para que ambos os círculos se
movimentem ao ritmo da música: o círculo de fora no sentido horário e o de dentro no
sentido anti-horário.
Quando a música for interrompida, todos devem parar de rodar, procurando
posicionar-se frente a frente, formando uma dupla. Faça alguns treinos com eles, até
que compreendam como será a formação das duplas. Oriente que a dinâmica seguirá
dessa forma, ou seja, sempre que a música parar, eles formarão duplas diferentes.
Essas duplas devem dizer o próprio nome um ao outro e responder, ambos, a uma
pergunta feita por você para que se conheçam um pouco mais. Seguem algumas
sugestões de perguntas:
Qual é a sua melhor qualidade?
Qual é a qualidade que os outros mais admiram em você?
Qual é o seu maior sonho?
Qual é a sua maior força?
O que você mais gosta na escola?
Qual aula você mais gosta?
Se você pudesse fazer algo para melhorar a escola, o que seria?
O que é ser jovem para você?
Então, quando a música parar, as duplas se formarão e trocarão suas respostas.
Promova pelo menos três ou quatro rodadas da dinâmica.
Durante a realização da dinâmica todas as duplas falarão ao mesmo tempo, o que
torna impossível conhecer as diferentes respostas. Para garantir algum grau de
compartilhamento, peça para que duas duplas digam em voz alta suas respostas a
cada rodada, escolhendo sempre duplas cujos integrantes ainda não falaram.

Após o término da dinâmica, formem novamente uma roda de conversa. Peça que
alguns jovens façam comentários sobre o que acharam da vivência e dos colegas,
contando o que descobriram sobre si mesmos e sobre os outros colegas da turma.
Agradeça a participação e convide-os a estarem presentes na próxima aula, pois a
presença e a colaboração de todos será fundamental para que as aulas sejam
proveitosas. Aproveite para combinar com a turma que tenham a iniciativa de já se
organizarem em roda de conversa antes de sua chegada, no próximo encontro.

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Algumas questões balizadoras para sua avaliação da aula
 Os estudantes demonstraram boa relação com você e colegas? Foram participativos
durante a roda de conversa, opinando e respeitando as opiniões alheias?
 Você sentiu interesse na turma pelos temas que serão trabalhados no componente
Projeto de Vida? Existiram falas explícitas que sustentam sua avaliação?
 É possível aprofundar sua avaliação das expectativas da turma a partir da leitura
dos textos produzidos? Eles revelam outras informações significativas?
 Como você avalia a qualidade de sua mediação durante a roda de conversa?
Permitiu espaços de fala aos jovens? Ouviu com atenção? Construiu boas ligações
entre as diversas opiniões? Exercitou sua presença pedagógica, buscando chamar
os estudantes pelo nome e mostrando postura respeitosa e interessada em
conhecê-los e em saber o que pensam?

Mapeando a turma e cuidando de sua presença pedagógica


 Se você pudesse definir a participação da turma na roda de conversa da aula de
hoje em uma palavra, seria:

 Quais foram os estudantes que mais chamaram a sua atenção positivamente


durante a aula:

 E quais foram os estudantes que mais chamaram a sua atenção negativamente


durante a aula:

 Planeje o que você pode fazer para que os estudantes que se destacaram na aula
saibam do seu reconhecimento (evitando situações de comparação ou de
superexposição frente aos colegas):

 Planeje o que você pode fazer para que os estudantes que apresentaram mais
dificuldades possam ser convidados a participar, de uma forma acolhedora e
interessada (evitando situações de comparação ou de superexposição frente aos
colegas).

Atuar com presença pedagógica significa exercitar a capacidade de agir com abertura,
ou seja, de se abrir para os jovens. É natural que nem todo jovem mostre-se aberto
para participar e interessado logo de imediato. O que ele precisa descobrir é que está
em ambiente protegido, em que sua opinão tem valor e é respeitada. Por isso, sempre
que algum jovem lhe causar algum tipo de “incômodo”, reflita: O que está motivando
isso e o que posso fazer para que nossa relação de convívio se desenvolva
positivamente?

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Reflexão sobre o valor dos estudos e o que é ser um
Resumo
estudante protagonista.

Iniciar o movimento de ressignificação da escola e do


conhecimento para uma formação protagonista pelos jovens.
Objetivos Compreender o diferencial que os componentes do Ensino
Médio de tempo integral oferecem para suas formações.

Ao longo da atividade são propostas diferentes formações,


Organização da turma com momentos em roda de conversa envolvendo a turma
toda e trabalho em quartetos.

Caderno do Protagonista (um por estudante).


Recursos e Providências

Competências em foco Abertura, colaboração e comunicação.

Duração prevista 2 tempos.


Para sua presença pedagógica:
Para sua presença pedagógica:
O Ensino Médio vive no Brasil uma “crise de sentido”. Em diversos estudos e pesquisas são
apontados que o principal motivo que leva os jovens a abandonarem o Ensino Médio é o fato
de não enxergarem sentido para a vida nessa fase da formação escolar. Considere que a sua
turma é composta por jovens que, de uma forma ou de outra, permanecem no sistema
educacional e possuem a oportunidade de, juntamente com a comunidade escolar, tornar a
escola um espaço de sentido. Para saber o que eles pensam a respeito desse assunto e dar
início à reflexão sobre qual é o sentido que eles estão atribuindo à escola, a turma refletirá
sobre os motivos que levam um jovem a evadir, bem como pensar nos próprios motivos que os
fazem permanecer. Nessa investigação, propor que os estudantes conheçam e signifiquem o
currículo do Ensino Médio integral também se torna importante para ampliar motivações e
permitir a constituição de novas atitudes.
Amplie sua reflexão a respeito do perfil do Ensino Médio e descubra o que os jovens pensam a
respeito, lendo a pesquisa realizada em 2013 intitulada “O que pensam os jovens de baixa
renda sobre a escola”, disponível em: bit.ly/jovenspensamescola.

Inicie a aula reunindo a turma em roda de conversa, lembrando que essa é uma
estratégia de organização que instaura um clima de participação e de diálogo potente.
Caso os estudantes já estejam organizados dessa maneira, reconheça e parabenize a
iniciativa. Escreva no quadro o nome da atividade que será realizada e faça a pergunta
disparadora da discussão: “O que é ser um estudante protagonista?”. Atue com
presença pedagógica durante sua mediação, ouvindo com atenção e acolhendo todas
as opiniões. Provoque-os a dar exemplos concretos. Se houver possibilidade de link,
lance mão das respostas dos estudantes para o texto produzido na atividade anterior
para estimular essa conversa inicial. Cuide para que o tempo dessa discussão de
aquecimento não se estenda, pois ele é apenas o movimento disparador da atividade.

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O conceito de protagonismo pode ser descrito pelos alunos na aproximação com o
mundo das artes cênicas, na ideia do “ator/atriz principal”. A etimologia da palavra
protagonista vem do grego: é a fusão da palavra proto que significa “o primeiro”, “o
principal”, com agon, que significa “luta” (agoniste = “lutador”). No campo da educação,
pensar em estudantes protagonistas significa formar pessoas que assumam com
autonomia crescente seus caminhos na vida, tornando a travessia para o mundo adulto
um momento para aprender a fazer boas escolhas, a descobrir interesses, formular um
projeto de vida e planejar o futuro.
Já nas ações regulares da escola, assumir-se como um estudante protagonista
significa participar das aulas, envolver-se com a programação da escola, querer
aprender e ir além, procurar os professores quando se tem dúvida, aprender a fazer
boas pesquisas nos livros e na internet, desenvolver liderança, superar a timidez ou
outros entraves que atrapalham a aprendizagem, colaborar com os colegas e ajudá-los,
enfim, afastar-se de atitudes passivas e desenvolver competências para aprender mais
e melhor, contando com o apoio qualificado dos professores e da equipe de gestão
da escola.

Faça uma breve amarração da discussão e introduza a discussão seguinte sobre o


Ensino Médio na vida dos jovens a partir da leitura da página de introdução da
atividade 2, “Formação protagonista”, no Caderno do Protagonista. Peça para alguns
jovens lerem em voz alta os parágrafos do texto e faça interrupções se sentir
necessidade, para ouvir o que alguns deles pensam a respeito.
Encaminhe a turma para um trabalho breve de discussão, pedindo para que se
organizem em quartetos de trabalho, reforçando que eles poderão experimentar
trabalhar com parceiros diferentes durante as próximas aulas. Oriente que cada
quarteto junte suas cadeiras para trabalhar junto e incentive a colaboração e a
participação. Peça-lhes que realizem a tarefa proposta para a atividade 2 no Caderno do
Protagonista, e combine um tempo para a realização da tarefa.

Procure circular por entre os quartetos para observar como estão trabalhando. Observe
que na análise do gráfico é possível extrair dados comparativos entre a evasão no
Ensino Médio no estado do Rio de Janeiro e em outros estados do Brasil, note como os
estudantes estão fazendo essa leitura comparativa. Eles também discutirão sobre os
motivos que levam um jovem a evadir, bem como o número de conhecidos que
optaram pela desistência, os motivos que os fazem continuar a estudar e o que poderia
ser feito para que a escola se tornasse mais atraente.
Observe, também, como cada líder está assumindo essa tarefa de gestão do trabalho e
de pessoas junto aos colegas de quarteto.

Ao final do tempo acordado, peça que se reúnam novamente na roda de conversa


para socializar os resultados do trabalho. Você pode pedir para os líderes dos
quartetos apresentarem as respostas de suas equipes, pedindo para que todos fiquem
atentos para ouvir, exercitando a escuta ativa. Para isso, esclareça que ouvir é muito
diferente de escutar, pois escutar envolve um esforço consciente para alcançar a
compreensão, possibilitando assim uma boa interação.

A pesquisa “O que pensam os jovens de baixa renda sobre a escola”, de 2013, apontou
a dificuldade que os entrevistados tinham de falar sobre a escola, atribuindo a ela
principalmente o papel de ambiente de interação com os amigos.
Essa pesquisa também levanta uma interessante observação: “(...) a resposta a essa
questão (por que continuar a estudar?) não se resume em argumentar, abstratamente,
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a respeito da importância do processo educacional no futuro e apresentar-lhe um
currículo que o Estado julgue adequado para seu desenvolvimento e inserção
profissional. Significa também, entender melhor esse jovem, aproximar-se dele e trazer
a ele elementos que, de algum modo, o estimulem e que estabeleçam pontes mais
sólidas com a realidade em que habita.” (página 29, disponível em
bit.ly/jovenspensamescola).
Esse entendimento do jovem, tanto do professor em relação aos estudantes, quanto
dos estudantes em relação a si mesmos e com seus pares, será objeto de trabalho
com as turmas de 1º ano no componente Projeto de Vida na investigação dos eixos
“identidade” e “projeto de vida”.

Retome a discussão sobre ser protagonista realizada no início da aula, fazendo o link
entre ser um estudante protagonista e ter a oportunidade de ter uma formação como
protagonista.

O argumento central é que a escola em que estão tem o objetivo de conjugar o esforço
individual de cada jovem para ser um estudante protagonista com uma proposta
educativa que contempla a formação protagonista. Ou seja, o projeto curricular da
escola, esforço coletivo, apresenta um conjunto de componentes diferenciados para
que eles se tornem estudantes melhores e futuros profissionais mais bem preparados,
e os aprendizados tenham sentido para a vida.

Pergunte sobre as aulas “diferentes” daquelas que já estavam habituados, tiveram até
o momento. Conte que os componentes Projeto de Vida, Letramento em Língua
Portuguesa, Letramento em Matemática e Laboratório de Iniciação Científica e
Pesquisa trabalharão de maneira integrada, para que eles possam se conhecer melhor
como pessoas, fazer escolhas para suas vidas, definir um projeto profissional
colocando a mão na massa, aprimorar seus conhecimentos em áreas como Língua
Portuguesa, Matemática e Ciências, desenvolvendo o pensamento crítico e tendo
espaço de fala. Conte que, ao longo do ano, eles descobrirão vários pontos de
integração, como “uma coisa tem a ver com a outra”.
Finalize a atividade lançando um desafio. A cada aula, durante a semana, eles
deverão pedir para os professores contarem: Por que você escolheu ser professor
dessa área? O que vamos aprender neste ano em suas aulas?
Defina junto com eles quem serão os estudantes que farão a abordagem com cada
professor antes da aula (para que ele possa se preparar) e quem serão os estudantes
que tomarão nota das respostas dos professores, de modo que para o próximo
encontro com você eles já tenham realizado um mapeamento com boa parte dos
docentes e apresentem o que descobriram. Lembre-os de exercitarem a escuta ativa
durante a conversa com o professor. Deixe-os à vontade para completar o
questionário de perguntas com outras que achem relevantes de serem investigadas e
coloque-se à disposição para apoiá-los no que for preciso. Sublinhe que essa é a
primeira ação protagonista que farão na escola.

Converse com o coordenador pedagógico e o professor articulador sobre o desafio


lançado aos estudantes e peça para que eles o apoiem na comunicação com os
demais professores da escola. É importante que os professores sejam mobilizados
para acolher essa iniciativa juvenil, compreendendo-a não como “perda de tempo da
aula”, mas como uma ação que lança bases para a construção do pertencimento dos
estudantes à escola, o que é fundamental para o bom convívio em sala de aula e a
consequente aprendizagem, em qualquer área de conhecimento.

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Algumas questões balizadoras para sua avaliação da aula
 Como está o clima da sala de aula? Estudantes que não haviam se manifestado na
aula anterior participaram? A turma demonstrou empenho em exercitar a escuta
ativa durante os relatos dos colegas?
 Os quartetos formados trabalharam com empenho? O que você observou de mais
interessante? Os líderes assumiram o papel respeitando as opiniões dos colegas?
 Como a turma reagiu ao convite do desafio de conversar com os professores da
escola? Eles demonstraram interesse em participar, dividiram tarefas entre si e
sugeriram novas questões?
 Como você avalia a qualidade de sua mediação durante a roda de conversa? Houve
algum tipo de aprimoramento com relação ao trabalho da aula anterior? Qual?

Mapeando a turma e cuidando de sua presença pedagógica


 Se você pudesse definir a participação da turma na roda de conversa da aula de
hoje em uma palavra, seria:

 Quem foram os estudantes que se destacaram na aula? Por quê?

 Quais foram os motivos justificados pelos estudantes para a permanência deles na


escola? Existiram motivações intrínsecas? Quais?

 Os estudantes que apresentaram dificuldade de participação na aula anterior se


posicionaram de outra maneira? Em caso negativo, continue exercendo sua
presença pedagógica e planeje novas ideias para se aproximar deles!.

Fazer a gestão de sala em uma turma com grande número de estudantes é sempre um
desafio. Como cuidar do clima da sala de aula e envolver a todos? Existem aqueles
jovens que você já sabe o nome, pois são mais participativos e falantes. Outros, você
se lembra da fisionomia, pois são tímidos demais e preferem manter uma atitude
silenciosa em sala de aula. E ainda há aqueles que assumem atitudes consideradas
provocativas, apáticas ou rebeldes. Ao assumirem determinados tipos, os estudantes
revelam comportamentos que foram sendo construídos ao longo do tempo a partir das
expectativas, experiências, palavras e olhares lançados sobre eles. A transformação e
o amadurecimento de comportamentos e atitudes é possivel quando outra qualidade
de olhares, palavras e expectativas são construídas na prática e por meio de exemplos
concretos. Para isso, exercite um aspecto fundamental de sua presença pedagógica: a
capacidade de agir com reciprocidade. Segundo o prof. Antonio Carlos Gomes da
Costa, a reciprocidade é um “comércio singelo de pequenos nadas”, ou seja: um olhar,
um sorriso, um toque acolhedor, um abraço, um elogio... “A reciprocidade é esse troca-
troca de pequenos nadas, que são tudo para criar um ambiente de qualidade e de
desenvolvimento das pessoas. E quantas vezes sonegamos isso? Quantas vezes
esses pequenos nadas que são tudo, nós os sonegamos das pessoas que estão ao
nosso redor? Muitas vezes os pais dão tudo, mas não dão os pequenos nadas. O
professor dá o melhor ensino, mas também sonega os pequenos nadas.” (in: Presença
Educativa. São Paulo: Ed. Salesiana, 2001).

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A primeira atividade dedicada ao fortalecimento da
Resumo
competência de autogestão possibilitará aos jovens
identificarem e refletirem sobre atitudes importantes a serem
desenvolvidas como estudantes e iniciarem esforços de
identificação e realização de planos para o futuro.

Possibilitar que os jovens se reconheçam como protagonistas


da aprendizagem na escola, que eles aprendam estratégias
Objetivos de estudo e façam planos para as relações pessoais, para a
família, para o bem comum e para a vida como um todo.

Ao longo da atividade são propostas diferentes formações,


Organização da turma com momentos em roda de conversa envolvendo a turma
toda e de trabalho em duplas e individualmente.

 Caderno ou papel branco para registros diversos.


Recursos e Providências
 Caderno do Protagonista (um por estudante).

Competências em foco Responsabilidade, pensamento crítico e colaboração.

Duração previsra 2 tempos.

Para sua presença pedagógica:


É essencial que os jovens compreendam a ideia de autogestão aqui trabalhada, para que
possam realmente investir esforços em sua concretização. Não se trata de fazer sozinho ou de
fazer qualquer coisa. Ao contrário disso: trata-se de implicar-se com a própria aprendizagem,
identificando necessidades e desejos, planejando ações, dedicando-se e persistindo em sua
concretização, aprendendo e ensinando com o outro, de maneira colaborativa. Tudo isso
precisa ser vivenciado; ficar no discurso não vai fazer muito sentido para os estudantes. Esteja
com eles, motivando-os e orientando-os durante o percurso.

Receba os jovens com a sala organizada em roda de conversa. Pergunte se


conseguiram realizar o desafio de conversar com os professores, proposto na
atividade anterior. Investigue se eles conseguiram ter um bom diálogo com os
professores entrevistados, se descobriram o que aprenderão no ano etc. Conte sobre
o objetivo da aula: dar início ao ciclo de autogestão, para que eles possam aprender
algumas estratégias e atitudes para serem estudantes protagonistas. Como esta é a
primeira atividade de autogestão, tem aí uma novidade que precisa ser comunicada
com cuidado e precisão, para que eles embarquem nessa ideia e invistam nela.
Para iniciar, peça aos estudantes que façam o teste “Qual é a minha atitude?”,
proposto na atividade 3 do Caderno do Protagonista. O teste deve ser realizado
individualmente, ainda na roda de conversa. Quando finalizarem, os alunos devem
conferir as respostas no “quadro de respostas”, também disponível no Caderno do
Protagonista.

© Instituto Ayrton Senna 2015 Projeto de Vida – 1ºano/1º semestre


Preze por um ambiente leve e prazeroso, ao mesmo tempo marcado pela concentração
e envolvimento dos estudantes com a atividade. O teste traz questões sérias e
contribuirá para a mobilização deles para a atitude que serão desafiados a construir.
Esclareça possíveis dúvidas e aproxime-se dos jovens que parecerem dispersos ou
desinteressados, estimulando-os a realizar a tarefa.

A última parte da aula tem grande relevância para o trabalho de autogestão: é o teste
“Meu mapa para 2014!”, em que os jovens serão chamados a propor planos para
serem realizados ao longo do ano. Eles devem atuar em duplas, apoiando-se
mutuamente, trocando ideias, compartilhando sonhos. Acompanhe as duplas,
circulando entre elas, esclarecendo dúvidas e estimulando-as a realizar a tarefa com
qualidade.
Finalize a aula, fazendo um combinado com toda a turma: a hora de começar a
colocar os planos que acabaram de fazer em prática é agora! Reforce que eles já
podem se organizar de maneira autônoma nos grupos de estudo, a partir do que
descobriram sobre o que podem ensinar e o que podem aprender.

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Algumas questões balizadoras para sua avaliação da aula
 Como os estudantes receberam a proposta relacionada à autogestão?
 Você considera que eles conseguiram compreender adequadamente o
entendimento proposto para a autogestão?
 Você sentiu interesse na turma em estudar juntos, colocando em prática estratégias
de aprendizagem colaborativa?
 Você considera que os alunos se motivaram a fazer planos para serem colocados
em prática ao longo do ano? Considera que os planos propostos, no geral, são
relevantes para a vida de estudante de cada um?
 Como você avalia a qualidade de sua mediação durante a roda de conversa e a
atividade em duplas?

Mapeando a turma e cuidando de sua presença pedagógica


 Se você pudesse definir a participação da turma na roda de conversa da aula de
hoje em uma palavra, seria:

 Que estímulos você pensa que pode dar, no cotidiano, para que os estudantes
adotem estratégias que favoreçam os estudos?

 Como você pretende dialogar com os jovens para retomar, no dia a dia, os planos
que fizeram para o ano e o início da sua implementação?

A autogestão é uma competência fundamental para quem vive no século 21. Ser capaz
de identificar necessidades e desejos, definir prioridades, planejar e concretizar planos,
com autonomia, é essencial para o mundo do trabalho. A sua atuação pode fazer
diferença para que os estudantes desenvolvam essa competência progressivamente.
Acompanhe e oriente a turma para que transformem em ação as atitudes propostas
na aula.

© Instituto Ayrton Senna 2015 Projeto de Vida – 1ºano/1º semestre


Reflexão sobre aspectos da identidade, na relação
Resumo
estabelecida entre si mesmo, o outro, a escola, a
comunidade, a cidade, o país e o mundo.

Possibilitar que os jovens reflitam e dialoguem sobre aspectos


que compõem suas identidades, reconhecendo suas forças e
Objetivos fortalecendo-se diante dos desafios que enfrentarão como
estudantes.

Ao longo da atividade são propostas diferentes formações,


Organização da turma com momentos em roda de conversa envolvendo a turma
toda e de trabalho em quartetos.

 Folhas de papel.
Recursos e Providências
 Caderno do Protagonista (um por estudante)

Competências em foco Comunicação, colaboração e responsabilidade.

Duração prevista 3 tempos.

Para sua presença pedagógica:


O Ensino Médio é a etapa da educação formal comprometida com a preparação do estudante
para a participação social, o mundo do trabalho e a continuidade dos estudos. Porém, ao lado
desses objetivos essenciais, existe outro igualmente importante: garantir o desenvolvimento
pessoal, entendido como formação para a autonomia, ou seja, para fazer escolhas
fundamentadas em valores. Apenas quando encontra condições para o desenvolvimento de
sua identidade pessoal – mais intenso nessa etapa da vida – é que o jovem tende a vivenciar o
ciclo de desafios que o leva a exercitar o autoconhecimento, a autoestima, a autoconfiança e o
querer ser. Dessa forma, compreendendo-se e aceitando-se, o jovem tende a projetar visões
positivas para o futuro, empenhando-se com determinação e resiliência em direção a projetos
de vida promissores quanto à autorrealização e à superação de seus limites pessoais e de
contexto.
Agora, os jovens refletirão sobre si mesmos e dialogarão com os colegas, respeitando e
considerando as experiências, valores, conhecimentos e pontos de vista do outro. Para que a
atividade tenha sucesso, não deixe que ela “corra solta”. Acompanhe de perto e interfira
sempre que perceber que algo não está funcionando. E colha os frutos, ao final.

Apresente aos estudantes a proposta da atividade, numa fala breve que trate dos
objetivos e do agrupamento da turma. Proponha que eles se dividam em quartetos, e,
em seguida, deem início à proposta apresentada na atividade 4 do Caderno do
Protagonista, lendo o texto de abertura e dando início ao trabalho indicado.

Os jovens podem formar novos quartetos ou manter-se nos mesmos já formados. Se


houver algum tipo de dificuldade nesse momento, por timidez, por exemplo, ajude-os a
fazerem o agrupamento. Acompanhe o andamento do trabalho circulando entre os
quartetos, aproximando-se daqueles que pareçam mais dispersos ou demonstrem
dificuldades para fazer registros. Incentive-os e auxilie-os na escrita sempre que
possível e necessário. Aproveite para orientá-los na gestão do tempo (o tempo previsto
para essa parte é de até 40 minutos) e verificar se eles estão percorrendo o itinerário
de cada etapa proposta (reflexão individual com registro das questões da primeira
etapa; compartilhar com os colegas do quarteto e assim sucessivamente).

© Instituto Ayrton Senna 2015 Projeto de Vida – 1ºano/1º semestre


Verifique se os quartetos conseguiram finalizar as reflexões das quatro etapas após 40
minutos, conforme o combinado, e ofereça mais alguns minutos para que eles
encerrem o diálogo.
Organize a turma em roda para realizar a conversa coletiva. Oriente que tenham em
mãos as folhas com os registros elaborados. Escolha duas questões discutidas pelos
quartetos em cada etapa para promover a socialização. Também pergunte: “Se
pudessem definir uma qualidade e algo que precisam mudar em si mesmos, seriam...”

Faça uma boa mediação na roda de conversa, de modo que:


. Seja instaurado um clima acolhedor às ideias, fazendo com que todos se sintam à
vontade de compartilhar o que pensam e sentem. Quando houver divergências de
opiniões, valorize todas, propondo uma atitude de respeito do grupo em relação à
diversidade. Evidenciar as singularidades e coincidências de valores, ideias,
habilidades, pontos de vista é importante para que a turma se conheça e se reconheça
como tal;
. Os mais tímidos sejam incentivados a se expressar e a compartilhar momentos de
fala com os colegas;
. Os jovens não “personalizem” a participação em alguém, como por exemplo, nos
líderes dos quartetos, pois esse momento é de caráter coletivo;
. A importância do registro seja apontada, orientando os alunos a anotarem o que de
mais importante for discutido.

Proponha a avaliação da atividade, tendo em vista discutir sobre: (a) a participação de


cada um durante o trabalho em quartetos; (b) a atuação dos líderes na tarefa e (c) o
que descobriram em seus colegas de mais interessante. Essa última questão deve
gerar um movimento de “espelhamento” positivo, quando os estudantes falam sobre
seus colegas e ouvem o que dizem sobre eles.
Finalize a discusão com a seguinte questão: “Quais competências e habilidades
vocês avaliam que estão aprendendo este ano na escola que são importantes para
viver e trabalhar no século 21?”

Como foi dito no quadro de abertura desta atividade, o objetivo essencial do Ensino
Médio é a formação cidadã, profissional e para a continuidade dos estudos. Pensar em
uma proposta de educação integral significa investir na formação integral dos
estudantes, não apenas na ampliação do tempo escolar. Essa formação integral (ou
protagonista) inclui garantir espaços para o desenvolvimento pessoal (objeto central do
componente Projeto de Vida) e para o desenvolvimento de competências e habilidades
importantes para viver e trabalhar no século 21 (como a colaboração, o pensamento
crítico, a comunicação, a liderança, a autonomia, entre outras). Compreenda se sua
turma está atenta para esses aprendizados e valorizando-os. A partir das atividades do
2º bimestre ficará cada vez mais evidente para eles como essas competências são tão
importantes quanto uma formação profissional específica.

Combine com os estudantes para trazerem para a próxima aula:


 um caderno (acabamento em expiral ou brochura, com folhas brancas ou
pautadas, de capa à escolha de cada um e que contenha cerca de 100
páginas).
 uma fotografia impressa de um momento significativo na vida (pode ser foto
antiga ou recente).
 as quatro folhas com os registros da atividade de hoje.

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Algumas questões balizadoras para sua avaliação da aula
 Os estudantes demonstraram boa relação com você e colegas? Foram participativos
durante a roda de conversa inicial, a atividade nos quartetos e a conversa final,
opinando e respeitando as opiniões alheias?
 Você sentiu interesse na turma pelo tema da aula? Existiram falas explícitas que
sustentam sua avaliação?
 Você acredita que a atividade alcançou os objetivos previstos, possibilitando que os
jovens refletissem e dialogassem sobre aspectos que compõem suas identidades,
reconhecendo algumas de suas forças e características a superar? Que
acontecimentos, na aula, o/a levam a pensar assim?
 Como você avalia a qualidade de sua mediação durante a roda de conversa? E no
momento em que eles trabalharam em quartetos? Orientou bem os procedimentos
da atividade? Solucionou as dúvidas? Permitiu espaços de fala aos jovens? Ouviu
com atenção os posicionamentos deles? Construiu boas ligações entre as diversas
opiniões? Exercitou sua presença pedagógica, buscando chamar os estudantes pelo
nome e mostrando postura respeitosa e interessada em conhecê-los e em saber o
que pensam?

Mapeando a turma e cuidando de sua presença pedagógica


 Se você pudesse definir o envolvimento da turma na atividade de hoje em uma
palavra, seria:

 Quem foram os estudantes que se destacaram na aula? Por quê?

 O clima de convívio está sendo construído, aula a aula, por meio do respeito, do
fortalecimento de laços de amizade e do acolhimento às opiniões e ideias dos
estudantes?

O autoconhecimento é um passo essencial a ser dado pelos jovens no processo de


construção de suas identidades. Conhecerem-se, percebendo as forças que têm (para
apoiarem-se nelas) e as próprias limitações (para buscarem superá-las) é condição
para que os estudantes possam identificar valores e confiarem em si mesmos, olhando
para o futuro com mais confiança e identificando aspirações a serem conquistadas.
Cada aula de Projeto de Vida pode significar um passo no caminho do
autoconhecimento, contribuindo fortemente na construção dos projetos de vida
dos jovens.

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Início da elaboração do Álbum de Cartografia Pessoal dos
Resumo
estudantes, que será o principal instrumento de registo
utilizado no componente curricular Projeto de Vida durante os
três anos do Ensino Médio. Será um caderno customizado
pelos jovens.

Dialogar com os estudantes sobre a importância do registro,


para que possam acompanhar permanentemente os passos
Objetivos dados ao longo do processo formativo que vivenciarão nos
próximos anos. Promover a customização do Álbum.

Ao longo da atividade são propostas diferentes formações,


Organização da turma com momentos em roda de conversa envolvendo a turma
toda e de trabalho individual e em dupla.

 Projetor e computador ligado à internet ou computadores


Recursos e Providências para que os alunos trabalhem em duplas. Caso esses itens
não estejam disponíveis na escola, os alunos poderão
utilizar seus smartphones para realização de pesquisa na
internet.
 Caderno comum (um por estudante). O caderno pode ser
providenciado pela escola ou pelos próprios alunos. O ideal
é que tenha pelo menos 100 folhas, pois será utilizado ao
longo do três anos do ensino médio.
 Materiais diversos de uso artesanal, tais como papéis
coloridos, linhas e barbante, retalhos de pano, revistas
usadas, botões, fotografias dos alunos, cola, tesoura etc.
 Caderno do Protagonista (um por estudante).

Competências em foco Colaboração e comunicação.

Duração prevista 3 tempos.


Uração
Para sua presença pedagógica:
Lembre-se da importância de estimular, permanentemente, os jovens a registrarem as
principais marcas do percurso que vivenciarão nas atividades de Projeto de Vida. Esse registro
é essencial para que possam acompanhar os desafios enfrentados, os avanços alcançados e
manter a memória do que viveram. Um estímulo importante, nesse sentido, é que o Álbum de
cada um expresse aspectos da sua identidade, além de seus gostos e experiências. Por isso,
durante a atividade, estimule que os estudantes dediquem-se à costumização do material e
problematize com eles as escolhas feitas durante o trabalho.

Receba os estudantes com entusiasmo, com a sala organizada em roda de conversa.


Conte sobre o objetivo da atividade, motivando-os para participarem ativamente. Peça
que eles relembrem as atividades realizadas nas semanas anteriores, em especial
“Identidades: quem sou eu?”, retomando os aspectos relacionados à identidade
(relações que os alunos estabelecem consigo mesmos, com os colegas, a escola, a
família, a comunidade e a sociedade de forma ampla). Essa retomada vai ser
importante para que, mais adiante na atividade, os Álbuns de Cartografia Pessoal que

© Instituto Ayrton Senna 2015 Projeto de Vida – 1ºano/1º semestre


serão construídos ganhem a “cara” dos donos. Durante a conversa, organize o espaço
de fala e crie oportunidades para que vários jovens possam se manifestar.
Proponha uma conversa sobre a importância do registro e incremente essa conversa
pedindo para um jovem ler, em voz alta, o texto de introdução da atividade 5 do
Caderno do Protagonista. Nesse momento, traga questões para ampliar os elementos do
texto, entre elas:

O que registrar? Devemos registrar tudo o que vivemos e conhecemos?


(Acreditamos ser importante que os jovens adotem um olhar atento e crítico sobre
aquilo que estão vivendo e descobrindo e que aprendam, aos poucos, a selecionar
aquilo que tem mais relevância para eles)
Como registrar?
(Acreditamos que cada pessoa deve desenvolver uma maneira própria de fazer os
registros, mas é importante orientar os estudantes a, nesse processo, cuidar da
coerência e da clareza das anotações. Elas serão importantes no futuro, e, por isso,
precisam ser facilmente acessíveis e decifráveis)
Onde registrar?
(Várias são as possibilidades e suportes de registro, entre eles, o velho e bom
caderno, bloco de anotações, além de blogs e redes sociais. Vale uma reflexão sobre
o melhor suporte para cada natureza de registro. Mas, é claro, o Álbum de Cartografia
Pessoal será o companheiro dos alunos para os registros nas atividades de Projeto de
Vida)
Devemos compartilhar
(Tudo o que se registra deve ser compartilhado? Consideramos que nem tudo. Há
aquilo que será compartilhado com professores, colegas e familiares e outros itens
que podem ser do interesse apenas de cada aluno. Esse pode ser um aspecto
interessante para o diálogo)

Oriente os estudantes na realização da pesquisa exploratória sobre os livros de artista,


conforme indicado no Caderno do Protagonista. Lembre-os de que se trata de um
momento para conhecerem esse tipo de objeto e para se inspirarem apenas, já que a
intenção não é que eles criem livros de artista. Se não houver computador para todos,
é possível utilizar um único computador ligado a um projetor, ou os celulares
disponíveis entre os estudantes.

Ao trazer os livros de artista como referência para que os estudantes façam a


customização de seus Álbuns de Cartografia Pessoal, a ideia é que eles não caiam na
“armadilha” da reprodução da imagem-clichê. Muitas vezes, quando provocados a
realizar esse tipo de atividade, eles escolhem fotografias de ídolos do esporte ou da
música, bem como marcas de roupas ou outros objetos, para representá-los.
Problematize, junto aos jovens, o quanto esses ícones de fato dizem sobre eles,
provocando-os a pensar em outras formas de se expressarem criativamente. Afinal, por
ser um álbum que carregará registros e outras marcas pessoais, é interessante ter a
“cara” do dono!

Peça que formem as duplas de trabalho do dia, leiam o restante do texto da atividade
no Caderno do Protagonista. Auxilie-os durante a customização dos Álbuns, por
exemplo, trazendo perguntas que os façam refletir sobre suas ideias e ajudando-os na
escolha dos materiais. É essencial que tenham uma quantidade boa de papéis, pois
serão úteis para a maior parte dos esforços de registro ao longo dos anos.

© Instituto Ayrton Senna 2015 Projeto de Vida – 1ºano/1º semestre


Acompanhe mais de perto os jovens que demonstrarem dificuldade na realização da
tarefa, incentivando-os, valorizando suas ideias e sugerindo que os colegas ajudem,
sempre que julgar necessário.
Com o Álbum customizado, proponha aos estudantes que escolham um lugar para
inserir a fotografia de um momento marcante de suas vidas que trouxeram. Pode ser
na capa ou no miolo do Álbum. E, para inaugurá-lo, sugira que eles afixem nas
primeiras páginas o plano de curso de Projeto de Vida. Assim, eles poderão
acompanhar o trabalho desse componente curricular ao longo dos anos. Proponha
também que eles afixem, no interior do material, as quatro folhas de registros da
atividade “Identidade: Quem sou eu?”, realizada na atividade 4. Esse material será
retomado em outros momentos do bimestre.
Forme uma roda com os estudantes e dialogue com eles sobre a aula. Peça que eles
mostrem o resultado do trabalho aos colegas. Retome a importância do registro
constante e os combinados em relação aos cuidados com os Álbuns, para que não os
percam ou danifiquem. Esses materiais devem estar sempre por perto, para que sejam
utilizados toda vez que tiverem necessidade, seja na escola, em casa ou em outro
espaços.

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Algumas questões balizadoras para sua avaliação da aula
 Os estudantes demonstraram boa relação com você e colegas? Foram participativos
durante a atividade, produzindo bons Álbuns de Cartografia Pessoal?
 Você sentiu que os estudantes compreenderam e valorizaram a importância do
registro, para que possam manter a memória do que estão vivenciando e,
principalmente, acompanhar e avaliar o próprio desenvolvimento?
 Como você avalia a qualidade de sua mediação durante a atividade, tanto em
relação à construção do sentido do caderno de registros, quanto na própria
customização deles? Os alunos conseguiram fugir das imagens-clichês, dando aos
Álbuns uma forma expressiva singular? Ou acabaram, em sua maioria, utilizando
imagens de ícones pop e esportivos para representá-los? Neste caso, tomaram
consciência do quanto esses ícones podem dizer sobre eles mesmos e que podem
experimentar outras imagens criativas para representá-los?

Mapeando a turma e cuidando de sua presença pedagógica


 Se você pudesse definir o resultado do trabalho da turma na atividade de hoje em
uma palavra, seria:

 Algum estudante aparenta estar desistimulado em suas aulas? Quem são eles?
Converse com ele para saber dos motivos que o fazem sentir dessa forma.

 Você tem conseguido trocar suas observações sobre os jovens com outros
professores da escola e com o coordenador pedagógico e professor articulador?
Procure descobrir se os estudantes que demonstram falta de interesse em suas
aulas possuem o mesmo comportamento nas aulas dos demais componentes e
convide seus colegas professores a pensar em estratégias conjuntas para envolvê-
los nas aulas, com muita presença pedagógica!

Elaborar experiências e saber fazer registros delas é uma habilidade essencial para o
desenvolvimento da autoconsciência e para a formação da criticidade e pode ser
aprendida. Mas, para além de saber registrar, é essencial que os estudantes sejam
estimulados a incorporar essa prática em seu cotidiano. Incentive-os, sempre que
possível, a anotar no Álbum de Cartografia Pessoal os principais pontos das rodas de
conversa, bem como os conhecimentos aprendidos nas atividades de Projeto de Vida,
daqui em diante. De tempos em tempos, converse com eles, parabenizando os
esforços que fizerem nessa direção.
E você, professor(a)? Costuma utilizar instrumentos de registro para refletir sobre suas
experiências pessoais e sobre o seu trabalho?

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A segunda atividade dedicada ao fortalecimento da
competência de autogestão possibilitará aos jovens
identificarem algumas estratégias de estudos que já praticam
Resumo
e outras que podem experimentar. Além disso, cada
estudante elaborará o seu “mapa de estudos”, com o objetivo
de compreenderem suas forças e fragilidades com relação
aos componentes escolares, de modo que possam buscar
apoio com os colegas e professores.

Possibilitar que os jovens se reconheçam como protagonistas


Objetivos da aprendizagem na escola e que se fortaleçam como
estudantes, de maneira colaborativa.

Ao longo da atividade são propostas diferentes formações,


Organização da turma com momentos em roda de conversa envolvendo a turma
toda e de trabalho em duplas e individualmente.

 Caderno ou papel branco para registros diversos.


Recursos e Providências
 Caderno do Protagonista (um por estudante).

Competências em foco Responsabilidade, pensamento crítico e colaboração.

Duração prevista 2 tempos.

Para sua presença pedagógica:


Essa atividade permitirá a possibilidade de transformação de atitudes nos estudantes em seu
modo de estudar, de duas maneiras: na primeira parte, eles refletem sobre algumas
estratégias de estudo que estão, ou não, colocando em prática e os resultados delas em suas
aprendizagens; na segunda parte, eles constroem um mapeamento contendo suas
autoavaliações de desempenho nos componentes escolares. Essas reflexões são um
investimento para que os jovens possam identificar suas forças, fragilidades e pessoas que
possam ajudá-los a crescerem como estudantes, motivando-se a estabelecer novas relações
com a escola, com os colegas e com a aprendizagem. Todos ensinam e aprendem.
É importante que você, professor(a), compartilhe o mapeamento de seus estudantes com a
equipe de gestão escolar, pois ele fornece um diagnóstico muito rico para que a coordenação
pedagógica possa propor intervenções e reflexões junto à equipe docente.

Esclareça o objetivo da atividade do dia: dar continuidade ao fortalecimento da


competência de autogestão. Pergunte à turma se eles já pararam para pensar em
como aprendem, o que fazem para aprender mais e melhor na escola. Ouça algumas
opiniões e conte que o objetivo da atividade é justamente ajudar a refletir mais
profundamente sobre isso.
Para isso, peça que se reúnam em duplas para fazerem a atividade “Primeira
superdica para desenvolver a autogestão!”, presente na atividade 6 do Caderno do
Protagonista. Embora estejam reunidos em duplas, o preenchimento do teste
é individual!

© Instituto Ayrton Senna 2015 Projeto de Vida – 1ºano/1º semestre


Esse momento é importante para que os jovens possam fazer um exercício importante
de metacognição: pensar sobre como eles aprendem. Ao refletirem sobre algumas
ações de estudo e de participação escolar que impactam a aprendizagem, os
estudantes percebem que algumas atitudes que já assumem estão, ou não,
contribuindo com sua maneira de aprender. Enquanto as duplas leem o texto,
preenchem o teste e conversam, circule pela sala para ouvir o que dizem. O objetivo,
de cada atividade de autogestão, é levar a uma transformação de atitudes, fortalecendo
a colaboração e o sentido e prazer de estudar. Fique atento(a) às mudanças que
ocorrerão em sua turma, bem como “às fichas que cairão”.

A seguir, peça aos estudantes que realizem, também individualmente, a atividade


seguinte, intitulada “Meu mapa na escola”, presente no Caderno do Protagonista.
Oriente-os para que sejam sinceros nessa análise, pois não existe certo ou errado.
Estabeleça um tempo para isso.
Esse mapeamento será chave por dois motivos. Primeiro, para que eles percebam que
têm potencial e se dão bem com parte das disciplinas (há estudantes que, muitas
vezes, apenas reconhecem suas dificuldades nos estudos). Segundo, porque esse
mapa é base para as atividades de estudo coletivo (em duplas, trios e quartetos), que
serão realizadas em Projeto de Vida e em outros momentos que os jovens queiram
estudar colaborativamente. Portanto, acompanhe bem de perto para que eles cheguem
até o final. Faça um breve cruzamento das respostas dos estudantes, evidenciando a
eles quem pode ajudar e ser ajudado por quem.

Ao final, reúna a turma para uma roda de conversa, a fim de identificar as respostas e
fazer um cruzamento delas, evidenciando a eles quem pode ajudar e ser ajudado por
quem. Para isso, utilize o quadro e peça aos jovens que preencham o quadro “Estudar
juntos para crescerem como estudantes” do Caderno do Protagonista. Incentive os
jovens a colocarem em prática suas descobertas: tanto as estratégias de estudo,
quanto o estudo colaborativo com os colegas.

É muito importante que esse diagnóstico não fique restrito apenas a você e sua turma.
Esse mapeamento é o tipo de informação que precisa circular pela escola. Acione a
coordenação pedagógica e converse com ela sobre suas observações sobre os jovens
durante as aulas de Projeto de Vida. Compartilhe o seu olhar sobre a relação que os
jovens estão construindo com a escola de tempo integral, o que dizem sobre si
mesmos como estudantes e suas dificuldades, o que trazem de conquistas... Pense,
junto com o coordenador pedagógico, em como a escola pode usar o mapeamento
realizado para oferecer momentos de estudos colaborativos qualificados.

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Reflexão sobre máscaras sociais e intervenção artística na
Resumo
escola.

Provocar a discussão sobre máscaras sociais na constituição


de nossas identidades, estimulando que os estudantes
Objetivos identifiquem as diferentes máscaras sociais que usam.
Elaborar uma intervenção no ambiente escolar.

Ao longo da atividade são propostas diferentes formações,


Organização da turma com momentos em roda de conversa envolvendo a turma
toda e trabalho em quartetos.

Recursos e Providências  Prepare uma apresentação de PowerPoint com imagens


variadas de máscaras utilizadas em diversas culturas com
diferentes finalidades.
 Computador para projeção do vídeo “Objeto Gritante”,
disponível em bit.ly/objetogritante (duração de 4'14").
 Rolos de atadura gessada (calcule um rolo por estudante),
pote de vaselina, tesouras, vasilhas com água, filme plástico
(um rolo).
 Converse com o professor de Arte sobre o que será
realizado e peça a ajuda dele no momento da confecção das
máscaras.
 Caso a sua escola tenha uma sala ambiente de Arte, faça o
agendamento dela para o momento da oficina de máscaras.
 Caderno do Protagonista (um por estudante).
Competências em foco Colaboração, comunicação, pensamento crítico e criatividade.

Duração prevista 4 tempos.

Para sua presença pedagógica:


O escritor moçambicano Mia Couto, ao tratar da armadilha da identidade, chama a atenção
para o fato de que a existência humana está muito longe de ser uma mera realização genética.
“Essa biologização da identidade é uma capciosa armadilha. Simone de Beauvoir disse: a
verdadeira natureza humana é não ter natureza nenhuma. Com isso ela combatia a ideia
estereotipada da identidade. Aquilo que somos não é o simples cumprir de um destino
programado nos cromossomos, mas a realização de um ser que se constrói em trocas com os
outros e com a realidade envolvente”. (COUTO, Mia . E se Obama fosse africano? e outras
interinvenções. São Paulo: Companhia das Letras, 2011).
O que nos torna humanos é o jogo de interação social, no qual por meio do reconhecimento do
outro sobre nós e de nossas experiências no mundo, permite nossa constitução como
pessoas, tarefa nunca inacabada. A etimologia da palavra “pessoa” é a palavra latina
“persona” (máscara, personagem). E é exatamente esse o tema desta atividade: discutir e
refletir com os estudantes sobre as máscaras sociais que usamos, que podem ser úteis em
determinadas situações e nocivas quando impedem o desenvolvimento de nossas
singularidades. O caminho é buscar o equilíbrio entre aquilo que queremos e o que querem de
nós, e isso só se faz por meio do autoconhecimento constante.

© Instituto Ayrton Senna 2015 Projeto de Vida – 1ºano/1º semestre


Inicie a aula parabenizando a turma, caso ela já esteja organizada em roda de
conversa. Apresente o nome da atividade e pergunte: Vocês são mascarados? Na
gíria juvenil, para se referir a uma pessoa falsa e traiçoeira, diz-se que a pessoa é
mascarada. Então, é evidente que os jovens não se reconheçam na pergunta por
conta dessa referência pejorativa.
Apresente a sua seleta de imagens montada no PowerPoint. Não é necessário fazer
nenhum tipo de preâmbulo sobre o conteúdo da apresentação, apenas peça a atenção
deles para as imagens que irão ver. Ao final da apresentação, questione-os se sabem
qual é a finalidade de cada máscara, para o que elas foram feitas. Provoque questões
como: Quais outros tipos de máscaras conhecem? Por que na história da humanidade
o uso da máscara se faz presente em diferentes tempos e em variadas culturas? etc.
Esse aquecimento da aula não deverá tomar muito tempo, pois tem a função de
apenas introduzir o assunto que será objeto de reflexão a seguir.

Procure montar uma seleta de imagens variadas, dando preferências para imagens
bem produzidas, com boa qualidade. Para isso, basta digitar a palavra “máscara” no
campo de busca do Google e acessar o item “Imagens” no menu. Veja algumas
sugestões de figuras e a descrição de seus usos:

Foto: CentralX
Máscara neutra Máscara de Carnaval Máscara de
(teatro) “Lucha Libre” Máscara ritual
(índios Ticuna)

É importante que você também faça uma pesquisa rápida para ganhar repertório sobre
a simbologia das máscaras. Veja que sob diversas funções (ritualísticas/ligação com o
sobrenatural, artísticas, proteção, disfarce, adereço etc.), a máscaras é um elemento
presente na cultura de diversos povos antigos e continua presente na
contemporaneidade (os super-heróis são exemplos dessa interpretação moderna para
os poderes sobrenaturais, por exemplo).

Na sequência, apresente o vídeo que traz um pequeno trecho do espetáculo de dança


chamado “Objeto Gritante” (disponível em bit.ly/objetogritante, com duração de 4’14”).
Prepare a turma para a apreciação do vídeo. Para isso, pergunte se conhecem
diferentes tipos de dança, ouça alguns jovens e diga que assistirão a um trabalho de
dança contemporânea, questionando se alguém já viu algum espetáculo desse tipo e
sabe o que é. Peça atenção e silêncio, para que procurem interpretar o que os artistas
quiseram expressar por meio da arte.

Obviamente, esse trecho do espetáculo é apenas uma seleção de uma obra muito
maior e os aspectos cênicos presentes, como iluminação, som, adereços e figurinos
são impossíveis de serem captados em sua inteireza na gravação. Por isso, nada
substitui a experiência de assistir um espetáculo in loco. A dança contemporânea
surgiu em meados dos anos 60 do século XX, como um movimento de rompimento
>>>

© Instituto Ayrton Senna 2015 Projeto de Vida – 1ºano/1º semestre


com o balé clássico e sua estética pautada em técnicas rígidas. Não existe uma técnica
única na dança contemporânea, ela se constitui por um conjunto de diversos métodos.
Os bailarinos ganharam autonomia para criar e interpretar coreografias,
experimentando estudos de movimentos e maneiras distintas de usar o corpo no
espaço.
O vídeo em questão traz o trabalho do grupo paulista Mauricio de Oliveira & Siameses
e já foi apresentando em diversas cidades do Brasil. Segundo o site da companhia, o
espetáculo Objetos Gritantes fala do “apaziguamento das diferentes personas que
habitam o interior do nosso ser”, mostrando as máscaras sociais que vestimos e o
despir delas. Se a turma desejar, exiba o vídeo novamente.

Promova uma breve roda de discussão sobre as impressões construídas a partir do


vídeo. Não existe opinião errada, pois a obra artística acessa cada pessoa de uma
forma diferente, despertando leituras a partir dos conhecimentos que temos do mundo
e das emoções mobilizadas, possibilitando inúmeras leituras, para além daquelas que
os artistas criadores pensaram. Procure fazer com que os estudantes formulem ideias
que vão para além do mero “gostei/não gostei”, exercitando a capacidade de pensar
criticamente e de fazer relações com o que já vivenciaram em suas aulas até o
momento. Valorize cada contribuição.
Pergunte-lhes se já ouviram falar da expressão “máscara social” e o que isso significa.
Conte que ao artistas do vídeo abordaram por meio da dança esse tema. Para
aprofundar a discussão, peça-lhes que se reúnam em quarteto e façam a proposta da
atividade 6, “Você é mascarado?” no Caderno do Protagonista. Estabeleça um
tempo (em torno de 15 minutos) para que cumpram a tarefa.
A seguir, organize a roda de conversa. Peça aos líderes dos quartetos que leiam as
respostas para a primeira questão e problematize-as. Siga da mesma maneira até que
todas as questões tenham sido discutidas. Chame a atenção da turma para o fato de
que os papéis sociais pedem algumas máscaras sociais, mas que é preciso buscar no
dia a dia o equilíbrio entre o que somos, o queremos ser e as convenções sociais. Por
isso, durante os próximos encontros, variados assuntos relacionados ao
autoconhecimento serão objeto de trabalho.
Apresente o trabalho do artista de rua francês Gregos. Conte que ele é um artista
autodidata que iniciou seu trabalho durante os anos 80 realizando grafites. Apresente
o site do artista (http://gregosart.com) para mostrar as imagens de seu recente
trabalho, intitulado “Faces on the walls of Paris” (Rostos nos muros de Paris). Ouça
opiniões a respeito do que viram.

Explique que o artista produziu uma série de autorretratos utilizando a linguagem


escultórica, fazendo moldes de seu rosto para construir as máscaras. O resultado é um
conjunto de objetos que expressam o humor do artista no dia (existem máscaras
sorridentes, emburradas, mal educadas, tristes etc.). O mais interessante é a maneira
que Gregos encontrou para exibi-las: espalhou-as por toda a cidade, nos lugares mais
inusitados, colando-as em muros, pendurando em árvores etc.
Incentive que eles naveguem em seus tempos livres no site do artista e procurem no
Facebook pelo nome “Gregos Art”, para conhecer mais de sua produção.

Pergunte se alguém já fez uma máscara do próprio rosto ou se sabem como fazê-la,
esclarecendo que o desafio é cada um fazer a sua máscara, para depois fazer uma
ação de intervenção na escola. Diga que a maneira com que farão essa intervenção
será bem protagonista e precisa ser planejada por eles.

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A ideia da turma deverá ser apresentada para o coordenador pedagógico e/ou
professor articulador, a fim de que ela seja autorizada.

Incentive que a elaboração da ação de intervenção artística e os combinados com a


equipe de gestão da escola sejam realizados de maneira autônoma pela turma. Por
isso, as decisões de como será essa intervenção não precisam ser, necessariamente,
definidas durante a sua aula. Para isso, eles devem:
(1) Definir a ideia do que querem fazer (Distribuir as máscaras pela escola, da mesma
maneira que o artista Gregos? Pintar e escrever frases que falem sobre si mesmos
sobre as máscaras? Compor uma escultura com todas as máscaras reunidas?)
(2) Constituir uma comissão de lideranças (três ou quatro jovens) para conversar com
o coordenador pedagógico, de modo que cheguem a um acordo do que é
permitido e do que não é (por exemplo: Pode-se colar as máscaras nas paredes?).
(3) Colocar a mão na massa para realizar a intervenção durante os intervalos, hora do
almoço, alguma aula em que um professor tenha faltado etc.
Nesse modelo de ação protagonista, o seu papel não deve ser de modo nenhum
ausente, e sim, de orientador. Para isso, fique de olho em quem são os jovens que
assumiram a liderança da ação e mantenha contato com eles para monitorar como está
o andamento da proposta. Também acompanhe o processo conversando com o
coordenador pedagógico e professor articulador.

Se possível, conte com o apoio do professor de Arte para auxiliar na oficina de


máscaras. Caso a escola tenha uma sala de artes, faça essa atividade neste local.
Organize os estudantes em quartetos, para que eles trabalhem juntos nessa tarefa.

A técnica que será utilizada é a da bandagem em gesso. Para isso, você precisará
providenciar rolos de ataduras gessadas (encontradas em grandes farmácias, lojas de
materiais de saúde ou na internet), vaselina sólida, filme plástico, tesouras e vasilhas
com água. Veja o procedimento passo a passo de como fazer assistindo o tutorial
bit.ly/tutorialmascaragesso. Para ter mais segurança no momento da oficina e se
familiarizar com os procedimentos, faça testes antes da aula, construindo a máscara de
outra pessoa ou usando sua própria mão. Você verá que a técnica é muito simples, não
tem segredo algum!
O momento da feitura das máscaras é de concentração, por isso é importante que você
estabeleça combinados prévios com os quartetos. Alguns jovens podem sentir
desconforto ao terem seus rostos cobertos, para isso, coloque uma música calma no
ambiente, prepare os ânimos dos estudantes, pedindo tranquilidade, que falem num
tom de voz baixo etc. O desafio de cada quarteto é cuidar para que o colega que
estiver sendo “mascarado” no momento não entre em pânico. Prepare, junto com a
turma, os combinados para que o clima da oficina seja de responsabilidade pelo bem-
estar do outro, de confiança e de empenho no trabalho.

Encerre a oficina com uma avaliação rápida para conhecer o que eles acharam da
experiência e peça para que, antes de executarem a ação de intervenção na escola,
eles tragam suas máscaras para o próximo encontro com você. Lembre-os de se
organizarem em roda antes de sua chegada!

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Algumas questões balizadoras para sua avaliação da aula
 Como foi o clima de trabalho em sala de aula e no momento da oficina? Existe um
clima de colaboração e respeito entre os estudantes?
 Os estudantes demonstraram estar amadurecendo conceitos e ideias a respeito de
si mesmos? Eles se sentem à vontade para expôr suas opiniões na roda de
conversa?
 Você está acompanhando a organização da turma para planejar e executar a
intervenção na escola? Já sabe quem são os líderes escolhidos para apresentar a
ideia de intervenção para a equipe de gestão?
 Como você avalia o seu planejamento da atividade? O que poderia fazer para, numa
próxima aula, aperfeiçoá-lo?

Mapeando a turma e cuidando de sua presença pedagógica


 Se você pudesse definir o nível de colaboração da turma na aula de hoje em uma
palavra, seria:

 Algum estudante está “ficando para trás”? Ou seja, não está integrado com a turma,
não participa das rodas de conversa e dos momentos de trabalho em quartetos?
Caso haja jovens nessa condição, procure identificar os motivos que estão levando
a isso. Que tal uma conversa individual com cada um praticar o “comércio de
pequenos nadas” (veja sobre isso na página 11), ouvi-lo e estimulá-lo a mudar
de atitude?

Um outro ponto fundamental para o fortalecimento da sua presença pedagógica é o


exercício do compromisso. Ter compromisso com o desenvolvimento dos estudantes
envolve estar atento para identificar se as aprendizagens esperadas estão
acontecendo, se existem jovens ficando para trás, se o clima da sala de aula está
sendo transformado por atitudes colaborativas, e assumir uma postura ativa e
cuidadosa para que os desafios possam ser transpostos. A prática educativa se faz no
dia a dia, na relação direta com os estudantes e no reconhecimento de que o professor
é uma fonte de atos, cujas atitudes estão sempre sendo observadas pelos mais jovens.
Exercite o seu compromisso, a sua responsabilidade, por meio de atitudes concretas
que demonstrem cuidado genuíno com os estudantes e seus desenvolvimentos.
Na perspectiva da formação protagonista é importante envolver os jovens no
enfrentamento dos desafios. Então, que tal também convidar os estudantes a agirem
como fontes de atos e exercitarem atitudes de coleguismo, acolhimento e apoio aos
jovens que ainda não demonstram integração?

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A terceira atividade de autogestão possibilitará aos jovens
Resumo
reletir sobre uma estratégia importante que impacta a
aprendizagem e a organização do dia a dia: a construção de
uma rotina produtiva.

Promover a vivência de estudo conjunto entre os estudantes,


Objetivos desafiando-os a analisar as possibilidades e desafios de se
aprender com os colegas.

Ao longo das aulas são propostas diferentes formações, com


Organização da turma momentos em roda de conversa envolvendo a turma toda e
de trabalho em duplas.

Recursos e Providências  Caderno do Protagonista (um por estudante).


 Álbuns de Cartografia Pessoal.

Competências em foco Colaboração, abertura e resolução de problemas.

Duração prevista 2 tempos.

Para sua presença pedagógica:


O tema de trabalho será o planejamento de uma rotina. Exercer a autogestão e ter o
autocontrole são competências importantes para os jovens de hoje. Elas remetem a uma
mesma característica: a disciplina que cada um desenvolve para controlar bem seu
temperamento, balanceando as obrigações e os desejos, a criatividade e o respeito às regras,
aos momentos de distração e de dedicação ao trabalho. A autodisciplina não é apenas uma
recomendação. Muitas pessoas conseguem viver o dia a dia seguindo uma rotina que
contempla as dimensões do lazer, da preguiça e da sociabilidade, sem deixar que elas
desviem o foco do trabalho quando é preciso concentração. A atividade apoiará os jovens na
construção de uma rotina produtiva e na reflexão sobre as possibilidades de autogestão do
tempo e autocontrole das próprias ações.

Receba os estudantes na roda de conversa. Comece o diálogo pedindo que


comentem sobre como organizam suas atividades cotidianas ao longo do dia e se eles
conseguem conciliar as atividades escolares, os projetos pessoais, a convivência em
família, o lazer e suas outras atividades. Algumas perguntas podem orientar essa
conversa:
Como vocês organizam o próprio tempo?
As 24 horas de um dia são suficientes para contemplar tudo o que vocês
gostariam de fazer?
Como vocês conciliam as atividades escolares, o lazer e outros projetos que
desenvolvem fora de casa?
Acreditam que uma rotina bem organizada pode ser frutífera?
Ao fim da conversa, peça aos jovens que se reúnam novamente em duplas. Oriente-os
a lerem a atividade 8 do Caderno do Protagonista, “Segunda superdica para
desenvolver a autogestão”, que tratará de um tema fundamental para a autogestão: o

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estabelecimento de uma rotina. Circule pela sala, verificando se estão tendo alguma
dificuldade e sugerindo que intercalem a leitura conjunta do trecho da reportagem
“Infográfico mostra como era a rotina de grandes criativos da história”e de
seus gráficos.

Essa reportagem será a base da atividade de construção de gráficos sobre a rotina


diária de cada um dos estudantes. Ela trata da rotina diária de alguns gênios criativos
da humanidade, desde o tempo de sono de cada um deles aos momentos de trabalho,
lazer, caminhadas e refeições. A reportagem apresenta alguns gráficos, elaborando de
forma visual tais rotinas. Cada um deles é dividido em 24 partes, simbolizando as horas
do dia, sendo que a primeira delas corresponde ao intervalo de tempo entre as 00h e
1h da manhã. As horas são preenchidas conforme a atividade desempenhada
pela pessoa.

Ao perceber que os estudantes estão finalizando a leitura, apoie-os na compreensão


da proposta de construção de suas rotinas, com uso do infográfico “Minha rotina
ideal!”, disponível no Caderno do Protagonista. A partir da pergunta “Como seria
minha rotina ideal?”, da leitura da reportagem e da discussão que iniciou a atividade,
cada jovem será desafiado a construir seu próprio infográfico. Como o próprio nome
indica, o exercício deve funcionar como o planejamento de uma rotina que atenda
às necessidades dos estudantes, não apenas como um reflexo da rotina atual.

A proposta é que eles coloram, com uso de canetas e lápis de cor, os intervalos entre
as horas e coloquem, nos pontos destacados, as atividades correspondentes. Cada
atividade deve corresponder a uma cor diferente. Caso a dedicação seja de mais de
uma hora para determinada atividade do dia, basta escrever uma única vez no ponto
em que se inicia a atividade.
Eles podem confecionar mais de um gráfico, pois podem fazer um para os dias da
semana e outro para os finais de semana, por exemplo.

Convide-os a retornarem à roda e oriente que apresentem seus infográficos. Peça


que, durante as apresentações, eles comentem:
As vantagens de uma rotina planejada.
Como isso pode contribuir para a autogestão.
O que eles acreditam que conseguirão fazer melhor a partir de agora, com esse
esforço de planejamento da rotina.
Ao fim, oriente-os a colarem seus gráficos nos Álbuns de Cartografia Pessoal.

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Algumas questões balizadoras para sua avaliação da aula
 Fizeram conexões entre o próprio empenho, as estratégias de estudos adotadas e
os resultados?
 Eles já adotavam rotina organizada a partir de suas necessidades? A atividade
contribuiu para que eles aprendessem a organizar suas rotinas? Que contribuições
você deu para que eles caminhassem nessa direção?
 Você considera que os jovens adotarão a rotina construída na atividade, ou pelo
menos parte dela? O que você pensa em fazer para apoiá-los a implementar essa
rotina e para acompanhá-los frente a esse desafio?

Mapeando a turma e cuidando de sua presença pedagógica


 Se você pudesse definir o desenvolvimento da turma como estudantes em uma
palavra, seria:

 Algum jovem demonstrou dificuldade em pensar a própria rotina, projetando


maneiras de organizar as necessidades e definir prioridades, pensando-as no
tempo?

Exemplos nem sempre devem ser seguidos! Em geral, os vídeos, reportagens e


demais textos utilizados nas atividades servem a uma contextualização ou a um
aprofundamento do tema tratado. Outras vezes, como no caso desta atividade, eles
extrapolam um papel ilustrativo e se tornam a base da atividade. Os gráficos
preenchidos pelos alunos e a ideia de uma rotina de trabalho derivam da reportagem
“Infográfico mostra como era a rotina de grandes criativos da história”. Se, por um lado,
o gráfico nos serve como modelo, por outro, não está sendo sugerido que os
estudantes planejem a própria rotina tendo em vista o dia a dia das importantes figuras
relatadas. Por isso, deve-se sempre manter um posicionamento crítico em relação a
materiais como este, refletindo sobre os modos como nos apropriamos dele.

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Investigar como está a autoestima e a autoconfiança dos
Resumo
estudantes.

Possibilitar que os jovens desenvolvam a autoestima e a


autoconfiança, capacidades que integram o ciclo de
Objetivos desenvolvimento pessoal.

Ao longo da atividade são propostas diferentes formações,


Organização da turma com momentos em roda de conversa envolvendo a turma
toda e trabalho em duplas.

. Acesso à internet (via computador ou smartphones).


Recursos e Providências
 Máscaras de gesso criadas pelos alunos durante a atividade
anterior, “Você é mascarado?”.
 Álbuns de Cartografia Pessoal.
 Caderno do Protagonista (um por estudante).
Competências em foco Abertura, pensamento crítico e comunicação.

Duração prevista 2 tempos.

Para sua presença pedagógica:


Trabalhar a autoestima junto aos estudantes é essencial e requer alguns cuidados
importantes. Um deles é o de respeitar os limites dos jovens, possibilitando que eles decidam o
que compartilhar com o professor e os colegas acerca de sua vida. Agrupá-los em duplas,
nesse caso, pode contribuir para que eles sintam-se mais confortáveis para tratar de aspectos
que não querem publicizar junto à turma. Outro é o de criar um ambiente favorável ao diálogo.
Para isso, circule entre as duplas, verificando se os estudantes estão realizando cada passo
da atividade numa relação respeitosa e comprometida.

Com a turma reunida em roda, faça um breve aquecimento antes de entrar no tema da
atividade. Peça-lhes que tenham em mãos as máscaras produzidas na última
atividade de Projeto de Vida e as observem. Com base nessa observação, eles devem
registrar em seus Álbuns de Cartografia Pessoal uma característica física e outra de
personalidade que mais gostam quando olham para si mesmos.
A seguir, pergunte-lhes se foi fácil escolher essas características e porquê. Peça para
quem quiser falar que diga quais foram suas escolhas.
A autoestima, definida como a capacidade da pessoa de apreciar a si mesma, está
vinculada à autoconfiança e ao autoconceito que a pessoa possui. Se esses aspectos
psicológicos não estiverem sendo constituídos de maneira positiva, as capacidades de
autorrespeito, de enfrentamento dos desafios e de realização pessoal ficam
fragilizadas. O período da adolescência e juventude é particularmente importante para
o reconhecimento destes aspectos e de como lidamos com nossas dificuldades de
aceitação e praticamos atitudes de autocuidado. Em sua turma, existirão jovens que
possuem uma boa autoimagem, enquanto outros terão mais dificuldade de verbalizar
suas qualidades. Esse é um amadurecimento pessoal, permanente, que consiste em

>>>

© Instituto Ayrton Senna 2015 Projeto de Vida – 1ºano/1º semestre


conhecer-se para aceitar-se. Uma visão positiva de si, de seus potenciais e forças é o
que permite enxergar o futuro com confiança e se projetar nele fazendo planos e
projetos consistentes.

Pergunte-lhes se eles se amam e ouça algumas respostas. Em seguida, proceda com


uma leitura coletiva, em voz alta, do texto de abertura da atividade 7 do Caderno do
Protagonista.

O referido texto de abertura trata das bandas de rock nacional que estouraram na
década de 1980. Pode ser que os estudantes se interessem em saber mais sobre elas
e sobre BRock, como esse momento da música brasileira ficou conhecido. Oriente-os a
fazerem essa busca em outro momento. Providencie para que eles possam ouvir a
música “Eu me amo”, da banda Ultraje a Rigor, e em seguida refletir individualmente
sobre a questão “Essa música tem alguma coisa a ver com você? Se sim, o que ela diz
sobre a maneira como você se vê?”.

Divida os estudantes em duplas, para que realizem as demais etapas da atividade


proposta no Caderno do Protagonista. Nas duplas, eles farão o “Quiz da
Autoconfiança”, respondendo a perguntas relacionadas ao respeito e à confiança que
têm em relação à própria maneira de ser e pensar, às atitudes, aos conhecimentos.
Após a realização do Quiz e do diálogo sobre as respostas dadas por cada um, ainda
nas duplas, os jovens transformarão essas respostas em uma história, mesclando
realidade e ficção, para que possam, em seguida, criar um refrão para uma possível
música (conforme orientado no Caderno do Protagonista). Estimule os estudantes a
partirem das percepções e conceitos que têm de si mesmos para caracterizar os
personagens da história da música.

É preciso lembrar que essa etapa da atividade propõe um processo livre de criação do
refrão de uma possível música. Não se trata de um trabalho estruturado do fazer
artístico, que considera os aspectos formais da criação de uma obra musical. É um
exercício de improvisação, em que os alunos dão uma forma musical ao repertório que
têm sobre o tema trabalhado.

Organize, junto com os estudantes, a roda para que possam, brevemente, contar
sobre a atividade e para que as duplas improvisem seus refrões. Crie um ambiente
leve, de trocas, mas explicite a importância da temática da atividade, retomando os
objetivos a que ela se propôs.
Antes de finalizar a aula, acompanhe, junto à turma, o planejamento da ação de
intervenção que farão com as máscaras proposta na atividade “Você é mascarado?”.
Algumas questões que podem orientar essa conversa com os jovens: (a) o time de
líderes dessa ação já foi formado e está atuando? (b) a turma já chegou em uma ideia
do que querem fazer? (c) os líderes já combinaram uma reunião com o professor
coordenador e/ou professor articulador para fazerem os encaminhamentos
necessários para que a intervenção aconteça?
Encerre a aula, estimulando que escrevam livremente seus pensamentos sobre o que
estão vivenciando e discutindo nos Àlbuns de Cartografia Pessoal, o companheiro de
jornada e de diálogo íntimo que possuem.

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Algumas questões balizadoras para sua avaliação da aula
 Os estudantes demonstraram boa relação com você e colegas? Foram participativos
durante a roda de conversa inicial e final e no trabalho em duplas?
 Os alunos mostraram facilidade ou dificuldade em refletir e dialogar sobre as
questões tratadas pela atividade? Como você lidou com os desafios que
apareceram?
 Como você avalia a qualidade de sua mediação em relação à participação dos
estudantes em cada etapa da atividade? Acompanhou de perto o trabalho das
duplas? Trouxe contribuições durante o trabalho, como perguntas que
problematizaram os posicionamentos dos jovens? Ofereceu novos conhecimentos,
que se mostraram importantes para a aprendizagem deles?

Mapeando a turma e cuidando de sua presença pedagógica


 Se você pudesse definir como está a autoestima da turma em uma palavra, seria:

 Como você pretende trabalhar com os estudantes que, possivelmente, tenham


demonstrado desacreditar no próprio potencial, tendo dificuldades para identificar
valor em si mesmos?

 Como você percebe o engajamento da turma em relação à intervenção com as


máscaras? Que indicadores positivos e negativos da participação dos estudantes
nessa proposta o acompanhamento realizado no final da aula trouxe?

A relação de respeito e confiança que você estabelece com os estudantes abre espaço
para que eles se sintam seguros para o trabalho de questões importantes. A escola,
em geral, não permite espaços curriculares instituídos para que esse tipo de discussão
aconteça, estando pouco atenta à compreensão e aos sentimentos que os jovens têm
de si mesmos. Trazer esse tema para a pauta de trabalho e desafiar os estudantes a
encará-lo é um passo essencial nessa trajetória de construção dos projetos de vida.

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Identificação e reflexão sobre os “cartões postais” dos locais
Resumo
em que vivem.

Promover a leitura de mundo por meio do uso da fotografia.


Fazer com que os estudantes reflitam sobre a relação que
Objetivos possuem com os espaços que vivem.

Ao longo da atividade são propostas diferentes formações,


Organização da turma com momentos em roda de conversa envolvendo a turma
toda e de trabalho em quarteto.

 Elaboração de uma apresentação de PowerPoint com


Recursos e Providências imagens de cartões postais do Rio de Janeiro.
 Computador com acesso à internet.

Competências em foco Colaboração, criatividade e comunicação.

Duração prevista 3 tempos.

Para sua presença pedagógica:


O desenvolvimento do autoconhecimento acontece na relação eu-outro-ambiente. Essa
atividade permite o início de uma reflexão sobre como a turma se vê e age nos espaços pelos
quais circula. Nos próximos bimestres e anos, ações e projetos serão desenvolvidos pelos
jovens para que transformem com suas ideias a escola ou a comunidade do entorno, além de
atividades externas para que se apropriem de outras áreas da cidade.
Como em todas as demais atividades, esta exigirá um bom planejamento de sua parte,
antevendo os possíveis desafios e pensando em alternativas de soluções, como por exemplo
com relação ao uso da internet (é possível gravar os vídeos que serão apresentados, caso a
escola não disponha da internet?) ou da organização da saída fotográfica da turma.

Com a turma reunida em roda de conversa, pergunte quais são os principais símbolos
e imagens que vêm à cabeça sobre o Brasil. A seguir, questione sobre as imagens e
símbolos que têm sobre o Rio de Janeiro, até chegar aos locais em que vivem
(comunidades e bairros). Esse “zoom” permitirá compor um campo simbólico a partir
do imaginário e das experiências vividas e promoverá o aquecimento para a
discussão.
A seguir, introduza o tema “cartão postal”, com a apresentação desse tipo de imagem,
tanto da capital quanto de outras cidades fluminenses.

Nesse momento, seria muito desejável se você produzisse um compilado em


PowerPoint com algumas imagens de “cartões postais” de diferentes municípios e
promovesse a leitura dessas imagens, provocando a apreciação e análise a partir de
questões afetivas e sobre a linguagem fotográfica, como: Onde foi tirada a fotografia?,
Para qual finalidade ela foi elaborada?, O que a imagem desperta?, As imagens
apresentam similaridades? Quais?, As imagens receberam algum tipo de tratamento?,
Vocês já estiveram nesse local da fotografia? O que acharam? etc. Atente-os para que,
embora comumente as imagens de cartão postal se refiram a paisagens, podemos
incluir numa imagem de cartão postal uma cena cotidiana ou até mesmo retratos.

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Forme novamente a roda de convesa, atuando com presença pedagógica para mediar
a discussão, de modo a permitir a participação do maior número de jovens. Fique
atento a alguns temas que podem ser explorados durante o diálogo:
 O olhar das pessoas “de fora” da comunidade/bairro sobre os
bairros/comunidades em que vivem. Formule boas perguntas, para que os
jovens possam elaborar suas opiniões confrontando suas vivências com o
que diz o “olhar estrangeiro”, carregado de senso-comum e geralmente
contruído a partir do distanciamento e de estereótipos.
 O tratamento que a mídia dá para os locais em que vivem. O que mais
aparece nos jornais, revistas, rádio e na web sobre seus
bairros/comunidades? O que eles pensam a respeito?
 Abra espaço de discussão sobre os espaços de interesse dos jovens na
cidade/comunidade/bairro. Eles atuam junto a algum grupo cultural,
religioso, esportivo, político etc.? O que aprendem nesses espaços?
 O que gostariam que existisse em seus bairros/comunidades que ainda não
tem? E o que tem lá que não tem em outros locais?
Apresente o webdocumentário “Rio de Janeiro Autoretrato”, produzido em 2011 pela
Escola de Fotógrafos Populares, projeto ligado ao Observatório de Favelas, disponível
em www.riodejaneiroautorretrato.com.br. Esse webdocumentário possui quatro temas:
Cidade, Vida cotidiana, Pessoas e Sonhos. Você pode pedir para a turma escolher um
dos vídeos para assistir na aula ou, caso dê tempo e haja interesse, assistir a todos.

O webdocumentário tem esse nome, pois é uma junção do documentário com os


variados recursos da web (imagens, textos, animações etc.) e permite que a
visualização seja interativa. “Rio de Janeiro Autorretrato” foi realizado em 2011 a partir
de depoimentos e imagens produzidas por três fotógrafos jovens, todos nascidos e
moradores do Complexo da Maré.
Caso os vídeos disponíveis no site do projeto trave, você pode encontrá-los no
Youtube, nos endereços:
bit.ly/webdocvidacotidiana
bit.ly/webdoccidade
bit.ly/webdocsonhos
bit.ly/webdocpessoas
Incentive a turma a navegar pelo site e assistir aos vídeos em outros momentos, para
aprofundar a reflexão a respeito!

Após a projeção do vídeo, peça-lhes que falem sobre suas impressões,


entendimentos, o que mais chamou a atenção etc.
Como atividade prática, proponha aos estudantes compor um álbum de cartões
postais com imagens digitais produzidas por eles mesmos em suas
comunidades/bairros. Para organizar esse momento, caso seja possível e adequado,
promova uma saída fotográfica a campo com toda a turma reunida. Caso essa saída
seja inviável, peça que façam uma imagem fotográfica a partir do que eles pensaram
que poderia ser um bom cartão postal do local em que vivem. Converse sobre
aspectos importantes de serem cuidados para a produção das imagens:

 Mesmo que várias pessoas optem por fotografar um mesmo local, não tem
problema. Cada imagem é única, pois ela revela o olhar (o ponto de vista, a
intenção) de quem a produziu.

© Instituto Ayrton Senna 2015 Projeto de Vida – 1ºano/1º semestre


 Incentive-os a produzir várias fotografias, para que possam ter opção
de escolha.

 Muitas vezes, a imagem que queremos demora para ser conseguida,


por isso, a fotografia é um exercício de paciência, de observação e de
desenvolvimento da percepção para captar “o” instante.

 No caso de retratos, é preciso sempre pedir a autorização daqueles que


serão retratados, explicando para que é a foto, onde ela será exibida etc.

Peça que façam uma pesquisa na internet sobre fotógrafos para conhecer diferentes
modos de ver e se inspirarem. Além dos três fotógrafos do webdocumentário, eles
podem pesquisar nomes reconhecidos como Sebastião Salgado, Carlos Moreira,
Miguel Rio Branco, Nair Benedicto, Cássio Vasconcellos, Walter Firmo etc. Sites como
http://fotografosbrasileiros.blogspot.com.br possuem um ótimo apanhado de
fotógrafos e links para seus trabalhos. Ofereça repertório e incentive a pesquisa
autônoma, para que possam compor suas imagens de maneira pessoal e criativa.
Como resultado final do trabalho, reúna os quartetos na sala de informática para que
conheçam as imagens produzidas e montem um aquivo PowerPoint inserindo uma
imagem em cada slide. Durante essa tarefa, circule pela turma a fim de obervar as
imagens produzidas pelos quartetos e as escolhas que fizeram para a apresentação.
Conforme forem finalizando a montagem da
apresentação, peça a cada jovem que escreva
uma pequena legenda para a imagem (na legenda
Fotografia
deve vir o título que dão para a foto e um Nome jovem
comentário pessoal, uma reflexão sobre a imagem Título imagem
Comentário
ou o que esperam que outras pessoas vejam na sobre a imagem
imagem). O modelo de cada slide pode ser como
o que está ao lado.
Promova a exibição dos materiais, para que toda a turma possa apreciar e opinar.
Enfatize os aspectos interessantes das imagens e dos comentários. Provoque-os a
pensar em um título que darão para esse álbum de cartões postais da turma.
Peça para formarem uma comissão de líderes (3 a 4 jovens), ficando atento para que
não sejam os mesmos jovens que assumiram a liderança na ação de intervenção com
as máscaras, dando oportunidade para que outros estudantes possam experimentar
esse papel. O desafio da comissão é montar um vídeo com todas as imagens e
legendas produzidas.

Novamente a comissão trabalhará de maneira autônoma, dividindo tarefas. Faça uma


conversa rápida com eles para verificar como estão se planejando e combine um prazo
para que entreguem o vídeo finalizado para que vocês possam assisti-lo. Caso os
jovens da comissão ainda não saibam como montar um vídeo, existem vários tutoriais
disponíveis na internet, como: bit.ly/tutorialedicao e bit.ly/editarvideo (esses são para
uso do programa Windows Movie Maker). É bem fácil de aprender! Depois, é
interessante que a turma pense em como pode apresentar o resultado final do vídeo
para a comunidade escolar (professores, funcionários, estudantes, familiares) e
também divulgá-lo para a comunidade externa por meio de blog/site da escola ou site
da Secretaria de Educação). Novamente, a comissão deverá apresentar essas ideias
para o coordenador pedagógico e o professor articulador. Monitore esse trabalho!

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Algumas questões balizadoras para sua avaliação da aula
 Os estudantes se envolveram durante a discussão, trazendo visões positivas sobre
seus bairros/comunidades? Foi possível indentificar quais são os espaços de
circulação deles na cidade? Eles costumam frequentar locais para além daqueles de
seus bairros/comunidades?
 Como foi a realização do álbum de cartões postais da turma? A turma se empenhou
na tarefa? Boas fotos e legendas foram realizadas? A comissão de líderes já se
planejou para realizar o vídeo?
 Você conheceu algum aspecto/talento/interesse dos jovens que ainda não conhecia
a partir dessa atividade?

Mapeando a turma e cuidando de sua presença pedagógica


 Se você pudesse definir como é a relação dos estudantes com a cidade em uma
palavra, seria:

 Elabore um planejamento para monitorar o andamento do trabalho dos líderes


responsáveis pela execução do vídeo e converse com eles sobre a divulgação do
material na escola!

Conhecer a cidade é o primeiro passo para que os estudantes se apropriem dela,


interagindo com suas questões, usufruindo de suas possibilidades, interferindo em sua
constituição, ampliando suas possibilidades de escolha. Paulo Carrano, pesquisador da
Universidade Federal Fluminense (UFF) e especialista em estudos sobre juventudes,
explicita as práticas não institucionais presentes na cidade, possibilitando que os
sujeitos e grupos mantenham relações comunicacionais e dialoguem com as diversas
práticas urbanas. Assim, trocam referências culturais, envolvem-se, aproximam-se,
lidam com as diferenças e, nesse processo, vivenciam um significativo processo de
aprendizagem.

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Planejar a realização de visitas a equipamentos culturais da
Resumo
cidade e do estado.

Iniciar o planejamento de áreas de interesse culturais da


cidade, levando em conta a cultura popular e os
Objetivos equipamentos institucionais.

Ao longo da atividade são propostas diferentes formações,


Organização da turma com momentos em roda de conversa envolvendo a turma
toda e de trabalho em quartetos.

Pesquise e elabore uma listagem com locais de cultura e arte


Recursos e Providências da cidade.

Competências em foco Colaboração e comunicação.

Duração prevista 4 tempos.

Para sua presença pedagógica:


A cidadania também se contrói no direito ao acesso a bens patrimoniais culturais materiais e
imateriais. As atividades intituladas “Rolé” têm como objetivo envolver os estudantes no
processo de mapeamento dos espaços e acontecimentos artísticos e culturais da cidade,
identificando dessa forma as possibilidades de “rolés”, elaborando propostas de visitação e as
negociando com a direção da escola.

Com a turma reunida em roda, apresente a proposta do “Projeto Rolé”: programar


saídas culturais e conhecer locais da cidade de interesse. Conte que essa atividade
acontecerá durante os três anos do ensino médio em suas aulas. Pergunte quais são
os locais de cultura que frequentam em seus bairros e comunidades e registre no
quadro. Caso não tenham surgido aspectos ligados à noção de cultura imaterial e
cultura popular, provoque-os para que reflitam para as festas, tradições, festividades
religiosas e outras que acontecem em suas localidades. Questione-os quais desses
bens culturais materiais e imateriais eles consideram importantes de serem
conhecidos pelas pessoas e por quê.
A seguir, pergunte-lhes se costumam frequentar ou se já estiveram em outros espaços
ou movimentos culturais da cidade. Continue registrando as respostas no quadro.
Apresente a lista que você construiu e veja se conhecem esses locais.
Oriente que se reúnam em quartetos com a seguinte missão: elaborar um mapa dos
locais/eventos que têm interesse em conhecer na cidade. Estabeleça um tempo e ao
final, forme novamente a roda para ouvir o que decidiram e compartilhe também a lista
preparada por você.
Verifique quais foram os locais/eventos mais votados por ordem de interesse. O
próximo passo é cada quarteto ficar responsável por trazer mais dados sobre um
desses locais/eventos, utilizando para isso a internet. Cada quarteto deverá produzir
uma pequena apresentação sobre o que é o local/evento, onde está localizado, qual é

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a programação etc. Defina um tempo para que possam produzir essa pesquisa na
escola ou fora dela e combine a data em que farão a apresentação (utilizando o Power
Point) para a turma. Peça que incluam nessa apresentação:

 Onde fica? Coloquem um print da localização do local/evento retirado do


Google Maps.
 Há quanto tempo existe? Pesquisem se é um local/evento novo na cidade, se
é um local/evento tradicional etc.
 Como é? Selecionem imagens do local/evento para deixar a apresentação
mais atrativa. Se tiver site, não deixem de incluir o endereço!
 Por que vale a pena? Escrevam um pequeno texto justificando por que este é
um local/evento interessante de ser visitado.
No dia combinado, defina o tempo de cada quarteto para as apresentações e, ao final,
proponha que cada jovem escolha dois locais que gostaria de visitar e por quê. Peça
para um jovem ajudá-lo nessa contagem.
Com os locais de interesse definidos, organize uma nova comissão de líderes
(composta por 3 a 4 jovens) para apresentar a proposta para o coordenador
pedagógico da escola e o professor articulador. Nessa negociação, serão decididos
quantos “rolés” serão realizados e quais propostas são viáveis.

Caso sua escola não esteja localizada na capital, é importante que você inclua no
campo de possibilidades a visitação dos espaços cariocas. Mesmo que essa visita não
consiga ser programada ainda para este ano, ela pode ser melhor planejada para o ano
seguinte. Vocês podem começar pela exploração de um local de interesse no próprio
município.
Outro ponto de atenção é para o agendamento das visitas. Seria muito desejável que
cada turma tivesse a oportunidade de realizar ao menos uma visita por semestre.
Converse com a equipe de gestão a respeito da importância dessas ações e procurem
montar um calendário.
Em escolas com muitas turmas, se você julgar adequado e facilitador, articule a lista de
interesses de cada turma e proponha a votação para a construção de uma lista comum
a todas.
Outras votações poderão ser realizadas ao longo dos anos, pois novos interesses
podem surgir. Mantenha uma cópia das listas de interesses de suas turmas.

Deixe claro que toda a turma participará da preparação para cada “rolé”.

No próximo bimestre, é desejável que um “rolé” já aconteça. Na próxima atividade


“Rolé” você encontrará orientações para se planejar para a visitação e preparar a turma
antes, durante e depois da visitação, de modo que essa saída não seja um mero
“passeio” e possa ser aproveitada ao máximo.

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Possibilitar que os estudantes avaliem as aprendizagens e o
Resumo
desempenho nas disciplinas da escola no 1º bimestre, bem
como a concretização de parte dos planos que fizeram para o
ano, a adoção de estratégias de estudos e a vivência de
momentos de estudo colaborativo.

Promover a avaliação, pelos estudantes, de aspectos que


Objetivos compõem a sua vivência escolar.

Ao longo da atividade são propostas diferentes formações,


Organização da turma com momentos em roda de conversa envolvendo a turma
toda e de trabalho em duplas.

 Álbum de Cartografia Pessoal.


Recursos e Providências
 Caderno do Protagonista (um por estudante).

Competências em foco Pensamento crítico e colaboração.

Duração prevista 2 tempos.

Para sua presença pedagógica:


Avaliar vai muito além de atribuir uma nota. A atividade aqui proposta desafia o professor e os
estudantes a olharem para o percurso do bimestre de maneira crítica, identificando avanços,
reconhecendo desafios, propondo intervenções que possam contribuir para que, daqui em
diante, os jovens aprendam mais e melhor, envolvam-se nas atividades da escola, se
apropriem de sua aprendizagem, entre tantos outros aspectos que permeiam a vivência deles
no ambiente escolar. Construa, com os estudantes, o hábito da avaliação. Problematize as
visões que trazem sobre a realidade, para que consigam ampliar o sentido que dão à escola e
à aprendizagem.

1. Receba os estudantes na roda de conversa. Comece o diálogo abordando a avaliação


a partir de uma perspectiva mais ampla, rompendo com o entendimento comum de
que avaliar é fazer prova. Traga outras visões sobre a prática de avaliar, como analisar
criticamente um determinado processo, com a intenção de intervir nele de maneira a
transformá-lo positivamente.
2. Em seguida, diga que a avaliação será realizada em um percurso com quatro paradas:
a primeira parada propõe uma análise do desempenho individual nas disciplinas. A
segunda parada levará os estudantes a refletirem sobre a implementação parcial dos
planos para 2014. A terceira parada, por sua vez, trata da concretização das
estratégias de estudos individual e coletivo. E a quarta parada, por fim, será dedicada
à avaliação das competências desenvolvidas, bem como do trabalho desenvlvido nas
aulas de Projeto de Vida até o momento.
3. Com os estudantes na roda, proponha que eles façam a primeira parada, realizando a
autoavaliação do desempenho que tiveram nas disciplinas, conforme as orientações
da atividade 12 do Caderno do Protagonista.

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Oriente os jovens em relação ao preenchimento do quadro. Eles devem atribuir um
número a cada aspecto de todas as disciplinas, conforme orientado na legenda. Tire as
dúvidas de preenchimento e solicite que eles não se apressem, pois cada resposta
deve ser fruto de uma reflexão individual. Cuide para que seja um momento de
concentração e silêncio. Depois que finalizarem as respostas, devem somar as “notas”
de cada disciplina e conferir o resultado de cada uma delas. Logo depois disso,
pergunte, de forma geral, como foram os resultados. Dê força aos que não tiverem
alcançado um desempenho satisfatório na maior parte das disciplinas, dizendo que o
ano está apenas começando, que há tempo para recuperarem as aprendizagens e que
os colegas e professores estão aí para ajudá-los. Desafie que cada um pense em como
pretendem superar as dificuldades que tiveram. Esse assunto deve entrar na pauta do
2º bimestre.

4. Passe à segunda parada da avaliação. Peça que os estudantes voltem nos registros
que fizeram em relação aos planos para 2014. É hora de analisar se algum dos planos
já estão sendo concretizados.

Não é esperado que os jovens tenham realizado todos os planos, afinal, eles são para
todo o ano. Mas espera-se que parte deles tenham começado a se concretizar. Por
isso, valorize todos os esforços que os jovens tenham feito em relação a seus planos e
motive-os a seguir em frente.

5. Prosiga com a atividade: é hora da terceira parada! Os jovens exercitaram estratégias


para estudar melhor individualmente e coletivamente? Elas surtiram que efeitos, tendo
em vista a aprendizagem? Quais foram as mais exercitadas? Quais foram as mais
difíceis de serem implementadas? Problematize esses e outros aspectos junto aos
jovens, circulando entre as duplas.
6. Chegou a quarta e última parada, em que os estudantes avaliarão o trabalho realizado
em Projeto de Vida até o momento. Essa parte será realizada na roda de conversa,
portanto, reorganize o espaço da sala junto com os jovens.

Após a realização de cada atividade, você foi convidado(a) a elaborar sua avaliação do
processo. Por sua vez, os estudantes praticaram a autoavaliação frequentemente nas
atividades, refletindo sobre questões que compõem suas identidades e o desempenho
escolar. A atividade presente tem o objetivo de estruturar um momento de avaliação
sobre tudo o que aconteceu nas atividades do primeiro bimestre e permitir uma roda
coletiva de avaliação para compartilhar opiniões, fortalecer os vínculos de convívio e
promover o espelhamento e comemoração das aprendizagens. É importante que você
organize previamente os principais pontos de sua avaliação da turma a partir da (1)
participação e colaboração e (2) convivência e comunicação entre eles e com você.

7. Peça para que, cada jovem, registre suas respostas para as questõs a seguir em seu
Álbum de Cartografia Pessoal. Observe se você gostaria de incluir ou de retirar
alguma questão, de acordo com o seu conhecimento da turma. Estabeleça um tempo.

 Quais atividades mais gostei e menos gostei de realizar neste bimestre em PV?
 O que descobri sobre minha turma?
 O que descobri sobre o professor(a) de PV?
 O que descobri sobre mim?
 Quais dessas competências avalio que mais desenvolvi: autonomia,
colaboração, comunicação, criatividade, pensamento crítico ou liderança?

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8. Organize uma roda de conversa. Lance a primeira questão e peça para quem quiser
falar pedir a palavra. Proceda com a mediação dessa maneira até o final. A seguir,
reconheça as conquistas e avanços individuais e coletivos, apontando os aspectos nos
quais ainda podem crescer, de acordo com a avaliação que preparou previamente.
Parabenize-os pelos resultados alcançados até o momento. Apresente o plano de
atividades do 2º bimestre. Posteriormente, leia todas as avaliações individuais e tome
nota daquelas que chamarem sua atenção.
9. Encerre a aula, retomando a importância da avaliação, e, principalmente, das
intervenções que os estudantes agora sabem que precisam ser feitas para qualificar a
vivência e o desempenho na escola.

No próximo bimestre será desenvolvido um novo ciclo de atividades dedicadas à


autogestão. Compartilhe os resultados identificados com a equipe de gestão da escola!

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Promover exercício para o descondicionamento do olhar, a
Resumo
partir da leitura de retratos.

Introduzir criticamente a leitura de imagens, de modo que os


jovens possam discutir sobre o que é ser um consumidor e
Objetivos produtor de imagens “ingênuo” e como podem se posicionar
mais criticamente frente a elas.

Ao longo da atividade são propostas diferentes formações,


Organização da turma com momentos em roda de conversa envolvendo a turma
toda e de trabalho em quarteto.

Selecione imagens de retratos de personalidades cujos


Recursos e Providências rostos não são tão conhecidos. Ao longo da atividade,
apresentamos sugestões de imagens.

Competências em foco Colaboração, comunicação, pensamento crítico e criatividade.

Duração Prevista 2 tempos.

Para sua presença pedagógica:


“Uma imagem vale mais do que mil palavras”, é uma frase atribuída ao filófoso chinês
Confúcio. Milênios depois, assistimos hoje à supremacia das técnicas de reprodução de
imagens “prontas para o consumo”, como chamou Gilbert Durand, professor francês
especialista do imaginário. Imagens icônicas a partir do século 20 vêm sendo cada vez mais
difundidas e consumidas, sem que muitas vezes uma reflexão sobre os contextos de produção
e uso delas sejam alvo do debate. “A imagem midiática está presente desde o berço até o
túmulo, ditando as intenções de produtores anônimos ou ocultos: no despertar pedagógico da
criança, nas escolhas econômicas e profissionais do adolescente, nas escolhas tipológicas (a
aparência) de cada pessoa, até nos usos e costumes públicos ou privados, às vezes como
“informação”, às vezes velando a ideologia de uma “propaganda”, e noutras escondendo-se
atrás de uma “publicidade” sedutora...” (In: DURAND, Gilbert. O imaginário – Ensaio acerca
das ciências e da filosofia da imagem. Rio de Janeiro: Difel, 2010.)
Particularmente, crianças e jovens são objeto privilegiado de desejo desse mundo de consumo
que tem nas imagens sua isca de atração. Ao mesmo tempo em que, cada vez mais
frequentemente, eles se tornam produtores de imagens (a internet e as novas mídias
possibilitaram que todos se tornem produtores de textos e imagens e que os divulguem
intensivamente. Daí, surgem fenômenos como os memes, menes, selfies etc.), eles são
consumidores dessas imagens midiáticas em doses maciças. Aprender a ler minimamente
essas imagens, identificando intenções, técnicas, discursos, e se posicionar criticamente são
os objetivos das atividades 13, 14 e 17. Aqui, iniciaremos com um exercício que visa ao
descondicionamento do olhar.

Reúna a turma em quartetos de trabalho e apresente o tema da atividade: refletir


sobre o poder das imagens. Para começar, pergunte aos estudantes se eles
costumam pensar no que está por trás das imagens que diariamente consomem. Ouça
algumas opiniões e esclareça que, para começar a pensar nesse assunto com mais
consistência, eles farão um exercício simples de leitura de imagens.

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Entregue para cada quarteto um retrato de personalidades cujos rostos não sejam tão
conhecidos e oriente-os que, com base na observação dessa imagem, discutam e
escrevam sobre o que pensam que essa pessoa é, o que faz, onde trabalha, se tem
família, enfim, que busquem investigar sua história de vida a partir dessa imagem.
Estabeleça um tempo para que cumpram essa tarefa.

Para realizar essa parte da atividade, é imprescindível que você selecione previamente
alguns retratos. Como exercício criativo, sugerimos as imagens abaixo como exemplos
de uso. Você pode ampliar esse leque de opções ou selecionar outras.

1 2

Imagem disponível em:


bit.ly/nanavasconcelos01

4
Imagem disponível em:
bit.ly/matisse01

Imagem disponível em:


bit.ly/malala01
Imagem disponível em:
bit.ly/carolinadejesus01
5
6

Imagem
Imagem disponível em: disponível em:
bit.ly/foucault01 bit.ly/vivaldi01

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As imagens acima selecionadas trazem personalidades que se destacam em diversas
áreas, como a pintura (imagem 1 – pintor francês Henri Matisse), a música (imagens 2
e 6 – Naná de Vasconcelos e Antonio Vivaldi), a atuação política (imagem 3 – Malala
Yousafzai), a literatura (imagem 4 – Carolina de Jesus) e a filosofia (imagem 5 – Michel
Foucalt). O intuito dessa atividade-aquecimento é despertar noções primordiais sobre
como a construção das imagens dialoga com nosso imaginário e representações
sociais constituídas. Os julgamentos que serão realizados pelos estudantes serão
depois confrontados com a vida e obra dos personagens analisados, num jogo de
descontrução e entendimento dos motivos que os levaram a construir tais suposições.
A mesma imagem pode ser objeto de análise de diferentes quartetos.
Note que as imagens selecionadas possuem similaridades. Todas são retratos
fotográficos, com exceção da imagem 6, que é uma gravura. Os retratos 2, 3 e 5
buscaram captar com detalhes a expressão dos retratados, sendo apresentados em
close-up. Já os retratos 1, 4 e 6 apresentam um plano médio, ou seja, é possível ver
parte do tronco dos retratatos e observar outros elementos – como as vestimentas e
um cenário – o que amplia os elementos de análise. Você também pode trabalhar com
imagens coloridas e que tragam outros elementos. O importante é garantir imagens de
qualidade, de preferência em tamanho grande, para que os estudantes as analisem.

A seguir, reúna a turma em roda para que o líder de cada quarteto possa apresentar
para a turma a imagem analisada e as hipóteses levantadas sobre a vida do
personagem retratado. Esteja atento às ideias preconceituosas e classificatórias que
possam ter surgido com base apenas na aparência dos retratados e anote aquelas
que chamarem sua atenção, para ampliar a discussão na roda. Após todas as
apresentações, dirija o foco da conversa para as representações surgidas a partir das
classificações e codificações que os grupos trouxeram.

Nesse momento, é importante que você formule perguntas que não levem os
estudantes a respondê-las motivados pelo seu juízo de valor, mas sim, que os levem a
analisar criticamente e a repensar seus olhares. Um exemplo de pergunta provocativa
seria: “Que elementos da imagem levaram o quarteto a dizer que a imagem é de uma
pessoa bem (ou não) sucedida profissionalmente?”. Já um exemplo de pergunta que
traz implícito um juízo de valor seria: “Vocês trouxeram representações negativas sobre
a imagem X. Por quê?” Levar os jovens a compreenderem e analisarem os valores
positivos ou negativos que atribuíram às imagens faz parte do processo de
identificação dos discursos construídos e deverá ser o exercício da roda de discussão
mediada por você.

Para ampliar a discussão, peça que cada líder leia um pequeno texto com informações
sobre o retratado analisado pelo seu grupo. Com base nessa leitura, provoque a
discussão para que os estudantes confrontem suas leituras de imagem com a
biografia dos retratados e tenham a oportunidade de aprofundar a reflexão sobre as
ideias prévias vindas da mera observação de padrões de gênero, racial, cultural etc.
socialmente construídos e que reproduzimos muitas vezes indiscriminadamente. No
Anexo 1 (páginas 75 a 77 deste material), você encontra as fichas informativas dos
retratos utilizados como exemplos e que trazem sugestões para a ampliação do
conhecimento da obra dos personagens retratados. É importante que você estimule os
estudantes a pesquisarem sobre os personagens que mais chamaram a atenção de
maneira autônoma.
Finalize a discussão propondo uma reflexão a partir do trecho retirado do livro Modos
de ver, de John Berger. Você pode preparar previamente um cartaz contendo o trecho
ou projetá-lo, para que todos possam acompanhar a leitura e consultar repetidamente
seu conteúdo a fim de formularem opiniões críticas:

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“Uma imagem é uma cena que foi recriada ou reproduzida. É uma aparência, ou um
conjunto de aparências, destacadas do lugar e do tempo em que primeiro fez sua
aparição e a preservou – por alguns momentos ou séculos. Toda imagem incorpora
uma forma de ver. Mesmo uma fotografia. Porque as fotografias não são, como se
presume frequentemente, um registro mecânico. Cada vez que olhamos uma
fotografia estamos cientes, por mais superficialmente que seja, do fotógrafo
selecionando aquela cena entre uma infinidade de outras possíveis. Isso é verdadeiro
mesmo em se tratando do instantâneo familiar mais informal.”
(In: BERGER, John. Modos de ver. Rio de Janeiro: Rocco. 1999, p. 12.)

Este trecho traz elementos interessantes para aprofundar a discussão sobre a


aparente neutralidade das imagens, sobretudo as fotográficas. Toda imagem
produzida é produzida por alguém, em um contexto específico e possui “uma forma de
ver”, ou seja, é carregada de discursos e significações de quem a produziu. Por outro
lado, quem recebe as imagens também coloca nesse “jogo simbólico” os seus
conhecimentos, valores e modos de ver. Provoque os estudantes a pensarem a
respeito desse fato e sobre como isso se relaciona com o exercício realizado e com as
imagens que eles consomem no dia a dia.
Após finalizar a roda de discussão, um importante e introdutório exercício de
descondicionamento do olhar foi realizado. Indique que nas aulas seguintes eles
continuarão a pensar sobre imagens e o impacto delas em suas vidas.

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Algumas questões balizadoras para sua avaliação da aula
 Os estudantes estão articulando opiniões críticas, sendo capazes de falar de
maneira respeitosa quando discordam de seus colegas?
 Surgiram ideias preconcebidas a partir da leitura dos retratos que demonstram
preconceitos de raça ou de gênero? Como essa questão foi discutida? Foi possível
promover a revisão de conceitos e a sensibilização do olhar?
 Como você avalia a qualidade de sua mediação durante a roda de conversa?
Permitiu espaços de fala aos jovens? Ouviu com atenção? Construiu boas ligações
entre as diversas opiniões? Exercitou sua presença pedagógica, buscando chamar
os estudantes pelo nome e mostrando postura respeitosa e interessada em
conhecê-los e em saber o que pensam?

Mapeando a turma e cuidando de sua presença pedagógica


 Se você pudesse definir a participação da turma na roda de conversa da aula de
hoje em uma palavra, seria:

 Se você pudesse definir a capacidade crítica da turma em uma palavra, seria:

 Planeje o que você pode fazer para que a sua mediação na próxima atividade seja
aperfeiçoada:

As imagens são potentes textos visuais aos quais todos estamos sujeitos, diariamente.
No entanto, ler esses textos requer o descondicionamento do olhar e a abertura para
aprender alguns elementos semânticos próprios do campo imagético. Reconhecer os
contextos de produção das imagens, os usos que se fazem delas, confrontá-las com o
próprio conhecimento e percepções são exercícios a serem aprendidos e aprimorados,
na busca pela sensibilização constante e pela criticidade crescente. Esse aprendizado
será possível se você, professor, primar por uma atuação plena de presença
pedagógica, combinada à disposição de atuar como um pesquisador diário, aberto a
novos conhecimentos e aprendizagens.

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Dar continuidade à sensibilização do olhar, refletindo sobre a
Resumo
produção de imagens bastante atuais, os selfies, autorretratos
que carregam inúmeros discursos sobre as identidades.

Explorar as características e motivações que levam uma


pessoa a produzir um selfie. Promover a reflexão entre essas
Objetivos imagens e as identidades. Produção final de selfie em grupo.

Ao longo da atividade são propostas diferentes formações,


Organização da turma com momentos em roda de conversa envolvendo a turma
toda e de trabalho em quartetos.

 Exibição do vídeo I forgot my phone, disponível em


Recursos e Providências bit.ly/esqueciocelular (duração de 2’10’’).
 Caderno do Protagonista (um por estudante)

Competências em foco Colaboração, comunicação, pensamento crítico e criatividade.

Duração prevista 2 tempos.

Para sua presença pedagógica:


Uma das “febres” que as redes sociais trouxeram, sem dúvida, são os chamados selfies. Tanto
que em 2013 essa foi a palavra eleita “a palavra do ano” e tornou-se um verbete no Dicionário
Oxford. Se, a princípio, os selfies eram um fenômeno restrito ao mundo adolescente e juvenil,
hoje atingem de presidentes a artistas hollywoodianos. Quem não se lembra do famoso e
desastroso selfie de Obama durante o funeral de Nelson Mandela?
Apesar de originalmente se referirem a autorretratos em que a pessoa utiliza um telefone
celular ou uma webcam e posta o resultado na rede, atualmente retratos coletivos também são
chamados de selfies, sendo o mais famoso deles até o momento o retrato que a atriz
americana Ellen DeGeneres realizou com vários colegas atores e atrizes durante a cerimônia
do Oscar 2014. Essa imagem rodou a internet, tornando-se rapidamente um meme, ganhando
até uma versão com os personagens do desenho animado Os Simpsons.
Esta atividade tem como objetivo discutir com a turma a superexposição da autoimagem nas
redes sociais, levando-os a refletirem sobre que tipo de imagens estão construíndo de si
mesmos e o que isso tem a ver com quem são. É importante que você, como mediador da
atividade, pesquise sobre o tema a fim de construir perspectivas críticas variadas sobre esse
fenômeno.

Para dar sequência ao tema “imagens”, a atividade explorará a leitura e produção de


autorretratos, conhecidos como selfies, expressão comum entre a juventude. Como
aquecimento, exiba o vídeo I forgot my phone (Esqueci meu celular, 2’10’’, disponível
em bit.ly/esqueciocelular). A seguir, promova uma breve roda de conversa para ouvir
as impressões dos estudantes sobre o vídeo. Questione o que eles pensam sobre
essa exposição maciça dos autorretratos nas redes sociais (em vários momentos do
vídeo os personagens aparecem fazendo selfies, ou seja, se fotografando). Descubra
quantos estudantes costumam realizar esse tipo de fotografia e o que pensam dessa
prática.

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Peça que eles tragam que tipo de informações as pessoas procuram transmitir em
seus selfies. Anote no quadro as respostas, a fim de compor um mapeamento.

Os selfies, de simples autorretratos, acabaram ganhando ares mais sofisticados.


Algumas pessoas se empenham em montar uma cena, compondo um quadro com
elementos variados, verdadeiras cenas nonsenses. Para ver os 31 selfies vencedores
da “Primeira Olimpíada de Selfie” que aconteceu no Twitter em janeiro de 2014,
durante a Olímpiada de Inverno em Sochi, consulte: bit.ly/31melhoresselfies. Seria
interessante selecionar e apresentar algumas dessas imagens para estimular a
discussão.
À parte o elemento de diversão, por outro lado, os selfies vêm sendo observados como
um evento narcísico, em que a obsessão pela aparência e pela necessidade de
aprovação se sobrepõe. Vale lembrar que não basta apenas fazer o selfie, deve-se
compartilhá-lo e aguardar os “likes” (curtidas). E existem alguns temas que se tornaram
bastante comuns nesse tipo de imagem: selfies na academia, mostrando o corpo,
exibindo roupas de grife, fazendo “biquinho” e pose sexy etc.
Fique atento aos elementos que seus estudantes trazem para caracterizar um selfie,
lembrando de não trazer juízos de valor entre “o que é bom” e “o que não é bom”.

Com base no mapeamento, faça perguntas para provocar a discussão sobre os


motivos que levam alguém a fazer um selfie e o que eles pensam a respeito de se
expor dessa forma na rede. Promova uma roda de conversa em que os estudantes
possam falar livremente sobre o assunto, sem se sentirem constrangidos caso sejam
“selfie maníacos”. Esclareça que o objetivo da conversa não é julgar o que é certo ou
bom, mas que vocês possam trocar opiniões e alargar o conhecimento que têm sobre
o assunto, a partir de variados pontos de vista.

Este ponto da roda de conversa exigirá uma mediação mais intensa de sua parte. Por
isso, é importante que você se prepare, elaborando perguntas que possam servir como
disparadoras da discussão. Como já dissemos, evite perguntas que possam trazer nas
entrelinhas algum juízo de valor ou expectativa de resposta, pois esse tipo de pergunta
tende a dirigir a fala do ouvinte para a resposta “correta”. O objetivo esperado não é
que os jovens cheguem à conclusão de que não é legal fazer selfies e deixem de fazê-
los. O que é desejável é que eles possam refletir sobre essa prática na qual estão tão
imersos e cuja tendência é cada vez mais se valorizar e encontrar formas criativas de
expressão.

A seguir, peça a turma que se reúna nos quartetos de trabalho e leiam o texto
proposto na atividade 14 do Caderno do Protagonista. Observe que o texto traz
breves informações sobre os retratos, além do “primeiro selfie” produzido em 1839.
Depois, os jovens são convidados a discutirem a partir de quatro questões que devem
ser registradas em seus Álbuns de Cartografia Pessoal. Durante esse momento,
circule pela sala para conferir o andamento dos trabalhos e ouvir o que têm a dizer.
Como finalização, a atividade pede que cada quarteto elabore o seu selfie de grupo. A
imagem deverá traduzir a identidade de seus componentes e, para tal, poderão se
utilizar de cenários, vestimentas, objetos etc. É desejável que você os ajude na
coordenação desse desafio, pois devem ter clareza de que o retrato deverá trazer
elementos que falem sobre quem são.
Após a realização das imagens, promova uma roda de apreciação para que todos
possam compartilhar as produções e falar sobre elas. Combine com a turma como
podem fazer essas imagens circular não só na rede, mas inclusive pela escola.

© Instituto Ayrton Senna 2015 Projeto de Vida – 1ºano/1º semestre


Algumas questões balizadoras para sua avaliação da aula
 Os estudantes demonstraram criticidade e criatividade no tratamento que deram às
discussões e à produção fotográfica final?
 Eles troxeram falas relevantes que revelam alguma mudança de percepção sobre o
ato de fazer selfies e o quanto isso tudo tem a ver com suas identidades?
 A atividade alcançou o objetivo de sensibilizar a turma para a leitura de imagens,
desta vez com um tipo de imagem da qual são produtores assíduos?
 Como você avalia a qualidade de sua mediação durante a roda de conversa? E no
momento em que eles trabalharam em quartetos? Você construiu boas perguntas
para dar suporte à mediação? Proporcionou um espaço de livre troca de ideias, no
qual os estudantes se sentiram confortáveis para falar? Exercitou sua presença
pedagógica, buscando chamar os estudantes pelo nome e mostrando postura
respeitosa e interessada?

Mapeando a turma e cuidando de sua presença pedagógica


 Se você pudesse definir o envolvimento da turma na atividade de hoje em uma
palavra, seria:

 Quem foram os estudantes que se destacaram na aula? Por quê?

 Algum estudante ainda demonstra dificuldades de relacionamento ou dificuldades de


produção? Neste caso, que tal conversar com ele e também pedir a ajuda de outros
jovens para envolvê-lo em suas aulas? Planeje estratégias viáveis que possam ser
colocadas em ação com rapidez.

Essa atividade aborda, mais uma vez, a noção de autoconhecimento. Autoconhecer-se


é essencial para a elaboração da própria identidade. No bimestre anterior, os
estudantes tiveram a oportunidade de refletir sobre si mesmos a partir de aspectos e
estratégias variados. Na presente atividade, ao abordar um tema tão caro à juventude
(novas mídias e a interação com elas), espera-se que os jovens tenham realizado
conexões com o que já foi discutido em atividades anteriores. É fundamental que você
esteja atento a esse processo, “costurando” essas ligações e promovendo, dessa
forma, uma aprendizagem muito mais significativa.

© Instituto Ayrton Senna 2015 Projeto de Vida – 1ºano/1º semestre


Discussão, a partir de debate regrado, sobre os impactos das
Resumo
redes sociais nas identidades e de seus usos na escola.

Possibilitar que os jovens reflitam sobre a maneira como suas


Objetivos identidades são impactadas pelos modos como atuam e
interagem nas redes sociais, e proponham ideias para a
utilização das redes sociais para o aprendizado escolar.

Ao longo da atividade são propostas diferentes formações,


Organização da turma com momentos em roda de conversa envolvendo a turma
toda e de trabalho em quartetos.

Computador ligado à internet e projetor.


Recursos e Providências

Competências em foco Colaboração, comunicação e pensamento crítico.

Duração prevista 3 tempos.

Para sua presença pedagógica:


Os jovens nascidos entre os anos de 1980 e 1995, conhecidos como millenials, fazem parte da
Geração Y. Essa geração ficou assim conhecida pois, ao contrário das gerações anteriores (os
baby boomers e a geração X), eles estão totalmente inseridos no contexto das transformações
tecnológicas, participando ativamente de redes sociais e do ecossistema digital. Para eles, a
tecnologia não é algo que causa estranhamento, pelo contrário, estabelecem com ela relações
simbióticas, daí também serem apontados como “jovens ciborgues”. A geração Z (nascidos do
final da década de 90 do século XX até o ano 2000), nativos digitais, devem acentuar a
conectividade na maneira de estabelecer relações pessoais, virtuais e produtivas de maneiras
inéditas e inovadoras.
No entanto, o que seus estudantes pensam sobre redes sociais, em particular o Facebook, e
os usos que fazem dela? E o que a escola tem a ver com essas novas tecnologias? Para
trabalhar com essas e outras questões, será realizado um debate regrado, um debate de
opinião. A modalização didática desse tipo de gênero, segundo Dolz e Schneuwly, deve
envolver mais a construção coletiva de um ponto de vista sobre determinado assunto do que o
jogo de refutação e polemização. A esse respeito ver: GOMES-SANTOS, Sandoval Nonato.
Modos de apropriação do gênero debate regrado na escola: uma abordagem aplicada. DELTA
[online]. 2009, disponível em bit.ly/debateregrado.

A atividade do dia consiste em realizar um debate regrado sobre o tema “Identidade


online”. Reúna a turma em roda e, como aquecimento, leia o texto abaixo ou projete-o,
provocando os estudantes a descobrir qual é a dependência do jovem F.V.

“O período de preparação foi bem fácil e legal. Foi aquele momento em que a gente
acha que vai ser muito bom e fácil. Mas quando começou fiquei desnorteado. Admito:
me tornei muito dependente da internet, não consigo mais ficar um dia sem. Eu não
consegui dessa vez, mas vou ver se tento de novo qualquer dia”
F.V., 17 anos

© Instituto Ayrton Senna 2015 Projeto de Vida – 1ºano/1º semestre


Ouça alguns palpites, provavelmente alguém dirá, logo de cara, que é a internet.
Conte que o depoimento faz parte da experiência a qual um grupo de jovens
estudantes cariocas se submeteu: ficar sete dias sem internet. Mobilize a turma a
pensar no que significa ficar sete dias desconectado e se eles próprios conseguiriam,
do que mais sentiriam falta etc. Exiba os vídeos com o registro das expectativas dos
participantes antes da experiência: bit.ly/oqueaconteceria e bit.ly/antes7dias.
A seguir, pergunte sobre a relação que possuem com a internet, particularmente com
o Facebook: “O que vocês mais costumam fazer na internet?”; “Para que costumam
usar as redes sociais?”; “Vocês têm muitos amigos no Facebook? Qual é a
importância de ter muitos amigos por lá?” etc.

Para seu conhecimento e reflexão, recomendamos o trecho da entrevista em que o


sociólogo Zygmunt Baumam discute as relações de amizade no Facebook, disponível
em: bit.ly/amizadesdefacebook (3´10).

A seguir, apresente o vídeo a que assistirão: “Vítimas do Facebook”(Facebook Follies,


53’20”, Canadá, 2011), que como o nome diz, propõe uma reflexão sobre os perigos
que rondam a rede. Esclareça que o documentário trará alguns temas importantes
para alimentar o debate que farão. Diga que você exibirá apenas um trecho, e
disponibilize o endereço web do vídeo para que eles possam assistir ao documentário
na íntegra (bit.ly/vitimasdofacebook). Durante a exibição, peça que mantenham a
atenção e anotem os conceitos e fatos que acharem mais significativos.

Sugerimos a exibição do seguinte trecho do documentário: do início até 13’28’’.


É fundamental que você assista ao documentário antes da aula, especialmente o
trecho selecionado, tomando nota das principais ideias que poderão fomentar o debate.
Busque manter a objetividade nas anotações, evitando que suas opiniões pessoais
possam influenciar no debate que será realizado.

Confira se os estudantes estão tomando nota do que consideram importante. Exiba


outro vídeo antes de iniciar o debate, que agora tratará do uso das redes sociais na
escola. Peça que continuem tomando nota do que consideram mais significativo, para
que o debate ganhe força. Exiba, na íntegra, o vídeo documentário: “Uma escola entre
redes sociais” (22’28’’), disponível em bit.ly/escolaeredes.
A partir das ideias e conceitos principais que anotaram, peça aos estudantes para se
reunirem em quartetos para trocarem suas impressões. Proponha que discutam a
partir das seguintes questões abaixo, estabelecendo cerca de 15 minutos.

 “As redes sociais trazem para o âmbito público o que costumava ser
particular. Qual é o limite entre a exposição e a intimidade?”
 “Como a escola poderia usar as redes sociais a favor da educação? Deem
exemplos do que poderia ser feito”.

Dê início ao debate regrado, organizando a turma em roda de conversa e explicando


as regras de funcionamento:

 Todos poderão falar e apresentar seus pontos de vista. Para isso, devem pedir
a palavra, levantando a mão. O professor ficará atento para garantir que as
inscrições sejam cumpridas.

© Instituto Ayrton Senna 2015 Projeto de Vida – 1ºano/1º semestre


 O objetivo não é chegar a um consenso, esse não é um exercício para aferir
quem tem razão, quem está certo ou está errado, e sim, buscar construir juntos
um grande caleidoscópio de pontos de vista sobre o tema. Para isso, é
imprescindível ouvir com atenção os colegas e respeitar as diferentes opiniões.
Saber ouvir é tão importante quanto saber falar.
 Durante a mediação do debate, cuide para que diferentes jovens possam
participar, evitando que o debate seja localizado entre as mesmas pessoas.
 Durante o debate, eles podem citar trechos dos vídeos que assistiram ou dar
exemplos que vivenciaram para dar sustentação aos argumentos.
Dê ritmo ao debate, iniciando com as questões debatidas pelos quartetos e siga
fazendo boas perguntas, que estimulem os estudantes a reverem seus
posicionamentos, olhar a mesma situação por outros pontos de vista, sublinhando
questões que forem trazidas por eles (não para atribuir valor de certo/errado, mas
antes para provocá-los a pensar de maneira crítica, construindo dessa forma um
diálogo participativo e coletivo). A seguir, sugerimos algumas perguntas que você
pode lançar mão, complemente-as com outras!

 “O que é o melhor e o pior do Facebook?”


 “O que pode ser considerado superexposição na internet? Citem exemplos.”
 “Vocês acham que seriam pessoas diferentes se não existisse Facebook ou
internet? Justifiquem no que seriam diferentes ou por que não seriam
diferentes.”

O debate deve finalizar com uma rápida avaliação pelos alunos da dinâmica da
atividade, bem como das questões que eles avaliam que seguirão refletindo e
conversando em outros tempos e lugares. Estimule que escrevam a respeito do
assunto em seus Álbuns de Cartografia Pessoal.

Observe as ideias que a turma trouxe para o uso das redes sociais na educação.
Algumas delas, talvez, você consiga colocar em prática, como por exemplo, a criação
de um grupo fechado no Facebook com todos os estudantes da turma. Esta “sala de
aula virtual” pode ter usos como: organizar tarefas e fazer lembretes; apoio de registro
pelos jovens das questões de suas aulas; fórum de discussão permanente; divulgação
de filmes, eventos e outros temas de interesse cultural e educativo etc.
Só fique atento(a): caso resolvam organizar o grupo virtual, tenha o cuidado de criar um
perfil pessoal específico para isso, de caráter profissional.

© Instituto Ayrton Senna 2015 Projeto de Vida – 1ºano/1º semestre


Algumas questões balizadoras para sua avaliação da aula
 Os estudantes formularam bons argumentos durante o debate, apresentando pontos
de vista com clareza e respeitando e levando em consideração as diferentes
opiniões?
 Surgiram boas ideias sobre o uso das redes sociais na educação? Alguma que
vocês colocarão em prática?
 Como você avalia a qualidade de sua mediação na atividade: avalie com relação a
sua preparação, ao trabalho executado durante o momento de aquecimento para o
debate e em relação ao debate na roda. As perguntas que você formulou foram
bons disparadores para estimular a argumentação dos estudantes?

Mapeando a turma e cuidando de sua presença pedagógica


 Se você pudesse definir como está a capacidade de trabalho coletivo da turma em
uma palavra, seria:

 Como você pretende desenvolver, junto com a turma, as ações necessárias para as
possíveis ideias que surgiram para promover o uso das redes sociais em suas
aulas?

 É possível perceber quem são as lideranças que estão se sobressaindo na turma?


Incentive que essas lideranças assumam uma atitude colaborativa com os colegas,
de modo que não deixem ninguém ficar para trás, tanto em relação aos estudos
quanto durante as atividades!

Ao longo dos três anos do componente Projeto de Vida, a liderança será uma
competência a ser desenvolvida pelos estudantes. Ser líder não significa impor o
próprio ponto de vista e modo de fazer, mas sim, assumir uma atitude colaborativa
na organização do trabalho e das pessoas. Em várias atividades os estudantes
assumirão este papel durante os trabalhos em quartetos e em times, de modo que
essa função seja rotativa entre todos os jovens.
Estimule permanentemente o desenvolvimento das competências de gestão
(autogestão, gestão compartilhada (cogestão), gestão dos colegas (heterogestão),
gestão do tempo) durante os momentos de trabalho em quartetos, fazendo
apontamentos e dando devolutivas sobre o que vem observando. A partir do
segundo bimestre, os estudantes vivenciarão situações mais complexas de
liderança e de trabalho colaborativo.

© Instituto Ayrton Senna 2015 Projeto de Vida – 1ºano/1º semestre


A terceira atividade de autogestão possibilitará aos jovens
Resumo
exercitarem a aprendizagem colaborativa, por meio de um
exercício de estudo em duplas, trios e quartetos e de análise
sobre a experiência. Antes disso, refletirão sobre os mitos que
atrapalham a aprendizagem.

Promover a vivência de estudo conjunto entre os estudantes,


Objetivos desafiando-os a analisar as possibilidades e desafios de se
aprender com os colegas.

Ao longo das aulas são propostas diferentes formações, com


Organização da turma momentos em roda de conversa envolvendo a turma toda e
de trabalho em quartetos.

 Caderno de estudos dos estudantes.


Recursos e Providências
 Livros didáticos.
 Caderno do Protagonista (um por estudante).
Competências em foco Colaboração,
 . abertura, pensamento crítico e resolução de
problemas.

Duração prevista 3 tempos.

Para sua presença pedagógica:


Para que os jovens desenvolvam competências de autogestão, é essencial que eles reflitam,
permanentemente, sobre suas características, atitudes, forças e fragilidades como estudantes.
Há uma série de mitos relacionados ao estudo que permeiam o imaginário escolar. A atividade
propõe a análise e o enfrentamento desses mitos que rondam a vivência dos estudantes. É
importante que eles se vejam nisso, que as reflexões partam da experiência deles, para que
possam, assim, buscar se fortalecer e aprender mais.
Ajude os alunos a não desistirem diante dos empecilhos da vida, ao contrário, a se
fortalecerem diante das adversidades e criarem novas estratégias para conseguirem o que
desejam. Obter sucesso nos estudos é uma das dimensões importantes do planejamento feito.
Então, como estão os jovens no estudo? Em que precisam melhorar? O que podem fazer?
Como você, os demais professores e a gestão da escola podem apoiá-los.
Além disso, esta atividade propõe um importante exercício aos estudantes: aprender com o
outro, compartilhando conhecimentos, dúvidas, perspectivas etc. O que se pretende, como
pano de fundo, não é criar um momento de estudo, mas possibilitar que os jovens descubram
que estudar com os colegas pode ser uma estratégia importante em seus processos de
aprendizagem. Identificar as vantagens e os desafios em aprender com o outro é um passo
importante para que eles transformem essa estratégia em hábito. Oriente-os nesse sentido,
trazendo essa discussão à tona.

1. Receba os estudantes na roda de conversa. Lance a questão: Vocês conhecem


alguns mitos ligados à aprendizagem? Quais? Ouça alguns jovens.
2. A seguir, oriente que se reúnam em quartetos e leiam o item “Os mitos do estudo” na
atividade 16 do Caderno do Protagonista. Circule entre os times, para acompanhar

© Instituto Ayrton Senna 2015 Projeto de Vida – 1ºano/1º semestre


como estão realizando a atividade proposta e qualificar as discussões. Apoie-os na
compreensão do texto “Os mitos que rondam os estudantes”, e, sempre que possível,
peça que os membros dos times ofereçam exemplos de como eles lidam com esses
mitos. Há três questões, no Caderno do Protagonista, que guiarão o diálogo:
 Você vê alguma verdade nesses mitos?
 Algum desses mitos assombra a sua vida de estudante?
 Se é um mito, qual seria a verdade sobre o que cada um deles fala?
3. Para aprofundar a converasa, promova uma roda a fim de compartilhar as respostas
dos times para as três questões acima destacadas. Procure ouvir se os jovens avaliam
se as estratégias e dicas de estudo que estão aprendendo estão sendo úteis para
superar suas próprias dificuldades nos componentes que eles identificaram durante o
1º bimestre como desafiadores. Incentive-os a conversar com os demais professores
da escola a respeito e a praticarem as estratégias de estudos para aprender mais e
melhor!
4. Para iniciar a segunda parte da atividade, pergunte como cada um gosta de estudar e
o jeito que eles mais aprendem. Questione se possuem o hábito de estudar sozinhos
ou se também já estão estudando com os colegas.
5. Em seguida, proponha a leitura do texto “Aprendendo e ensinano junto: Como vai
ser?” da atividade 16 do Caderno do Protagonista. Cada quarteto escolherá um
conteúdo para estudar e terá 50 minutos para tal. Planeje muito bem essa aula!
6. Depois desse exercício de estudo conjunto, proceda com a significação da
experiência, para que os estudantes consigam perceber as possibilidades dessa
estratégia de estudos e a adotem em outros momentos no cotidiano escolar. Sinta-se
à vontade para acrescentar outras perguntas à lista de questões propostas no
Caderno do Protagonista.

© Instituto Ayrton Senna 2015 Projeto de Vida – 1ºano/1º semestre


Algumas questões balizadoras para sua avaliação da aula
 Os estudantes demonstraram boa relação com você e os colegas?
 Foram participativos durante a atividade sobre os mitos do estudo e da
aprendizagem?
 Você sentiu interesse na turma pelo tema da aula? Existiram falas explícitas que
sustentam sua avaliação?
 Como os grupos de estudo se saíram? Houve concentração e empenho? Como os
jovens avaliaram essa experiência? Estão se organizando para estudar dessa forma
em outros momentos?
 Você acredita que a atividade alcançou os objetivos previstos, possibilitando que os
estudantes identificassem e problematizassem visões estigmatizadas sobre o
estudo e a aprendizagem? Considera que a atividade teve importância para que os
jovens possam enfrentar suas dificuldades com mais vigor?
 Como você avalia a qualidade de sua mediação durante a atividade? Conseguiu
mobilizar os estudantes para participarem? Circulou entre os times, contribuindo
para que a atividade se desenvolvesse adequadamente e que as discussões
ganhassem consistência? Problematizou as visões dos jovens? Solucionou as
dúvidas?

Mapeando a turma e cuidando de sua presença pedagógica


 Se você pudesse definir a participação da turma na roda de conversa e no momento
de estudo colaborativo na aula de hoje em uma palavra, seria:

 Quem foram os estudantes que mais chamaram a sua atenção positivamente


durante a aula:

 E quem foram os estudantes que você notou que precisam de mais apoio para
conseguirem realizar uma leitura de estudo de maneira autônoma:

 Pense como você poderá compartilhar com outros professores da escola essa
experiência estudo colaborativo, convidando-os a também disponibilizarem
momentos de suas aulas para que os estudantes possam praticar essa modalidade
de estudo e se aperfeiçoarem.

 Compartilhe com o coordenador pedagógico a sua preocupação com os estudantes


que apresentaram mais dificuldades, pois ajudá-los a superarem esses desafios
deve ser uma tarefa que envolva todos os profissionais da escola.

Conhecer-se e transformar-se positivamente como estudante é importante para que os


jovens aprendam mais e tenham uma vivência significativa na escola. Nesse sentido,
identificar forças e fragilidades é um passo necessário para que possam se superar e
para que a trajetória escolar seja marcada pela aprendizagem.

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Promover a reflexão sobre as imagens publicitárias que
Resumo
apelam para uma identidade de consumo e as mídias jovens.
Realizar uma produção autoral de áudio sobre temas que os
estudantes julgarem relevantes.

Desenvolver a criticidade e a capacidade de articulação entre


a experiência de ser um consumidor, um cidadão e as
Objetivos relações com a própria identidade.
Ao longo da atividade são propostas diferentes formações,
Organização da turma com momentos em roda de conversa envolvendo a turma
toda e trabalho em quartetos.

Recursos e Providências  Jornais e revistas diversos.


 Computadores com acesso à internet.
Competências em foco Colaboração e comunicação.

4 tempos.

Para sua presença pedagógica:


As crianças e os jovens fazem parte de um grupo-alvo de campanhas publicitárias que apelam
massivamente para imagens de prazer e de autoafirmação, que visam a alimentar o ciclo do
consumo. Reconhecer os mecanismos que movem esse ciclo e os ideais de manipulação
presentes nela é imperativo para o fortalecimento de uma identidade protagonista da
juventude.
Por outro lado, a chamada “mídia jovem” é composta por espaços instituídos em veículos de
comunicação de grande circulação e tem como objetivo formar e informar a juventude. Mas,
segundo pesquisa da ANDI (Agência de Notícias dos Direitos da Infância), desde 2005 o
espaço dedicado à juventude nessas publicações vem sofrendo retrações, o que fragiliza o
debate público sobre os temas de relevância social e de interesse da juventude. Segundo a
pesquisa do Instituto Cidadania, os temas que mais preocupam os jovens são violência,
emprego e drogas, temas estes que nem sempre são abordados pela mídia jovem, ao menos
não com frequência e com qualidade. Para saber mais a respeito, leia o relatório A mídia dos
jovens, disponível em: bit.ly/midiajovem.
Dessa forma, é necessário provocar a discussão sobre as imagens midiáticas que colocam os
jovens como público consumidor de produtos e, ao mesmo tempo, como consumidores
passivos de notícias e informações. O investimento na criticidade dos estudantes envolve não
apenas reconhecerem-se como alvo ou reconhecerem interesses e discursos circundantes;
envolve, também, agirem como produtores de imagens e discursos, protagonizando com sua
voz um modo de ver e de estar no mundo. Por isso, esta atividade inclui como objetivo final a
experiência de produzirem um programete de rádio.

Inicie a atividade reunindo a turma em quartetos, esclarecendo que o tema do dia é


“Mídia e juventude”. Pergunte-lhes se eles já analisaram o que está por trás de
algumas imagens comerciais que circulam pelos jornais, revistas, televisão, internet,
rádio etc. Como aquecimento, distribua jornais e revistas e peça que cada grupo
escolha uma imagem de um produto comercial cujo público-alvo sejam as crianças ou

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jovens. Depois, eles deverão analisar a imagem a partir da observação dos seguintes
pontos (coloque-os no quadro). Estabeleça um tempo para que realizem a tarefa.

 O que essa imagem está vendendo?


 Para qual faixa etária se destina o consumo do produto?
 Que elementos da imagem apelam diretamente para a faixa etária que é alvo da
publicidade?
 Como a imagem foi produzida? O que revelam a escolha dos objetos, a pose do
modelo, o enquadramento da fotografia, os recursos de luz e cores, os textos que
acompanham?
 Vocês acham que essa peça publicitária conseguirá mobilizar os consumidores a
adquirirem o produto em questão? Por quê?

Ao término do tempo, reúna a turma em roda para que cada quarteto possa
apresentar sua análise. Continue estimulando a escuta ativa dos estudantes, de
maneira que ajam com respeito, ouvindo atentamente o que os colegas têm a
dizer, para que possam ampliar olhares, percepções e opiniões sobre o tema.
Provoque-os para que tragam exemplos de peças comerciais que foram pensadas
para a juventude em que eles se sentiram diminuídos ou subestimados. Faça
perguntas para que a turma consiga trazer com clareza seus exemplos, articulando
essa experiência como recebedor de estímulos e de informações com a formação
de suas identidades: Até que ponto vocês avaliam que são influenciados ou que
resistem a esses apelos de consumo? Como a identidade de uma pessoa pode ser
moldada pelo consumo? Isso é bom ou ruim?

Durante esse ponto da discussão, você pode promover a leitura do poema “Eu,
etiqueta”, de Carlos Drummond de Andrade (disponível em bit.ly/euetiquetapoema). Se
possível, providencie cópias do poema para cada jovem ou para cada quarteto. Mesmo
que alguns já conheçam este texto é interessante que possam relê-lo para aquecer
ainda mais a discussão, aprofundando a reflexão a partir das palavras do poeta
(“homem-anúncio itinerante”, “escravo da matéria anunciada” etc.).

Traga mais um foco de análise para a discussão: o falso exercício de escolha que
a publicidade e o consumo proporcionam. Leia para a turma o seguinte trecho
extraído do livro Modos de ver, de John Berger, e medeie as opiniões da turma.
Procure reconhecer durante a discussão quais são as formas de participação
política que os seus estudantes vivenciam e a quais grupos estão ligados, tecendo
ligações entre esse modo de ser e aquele veiculado pela mídia do consumo.

“A publicidade tem outra importante função social. O fato de que esta função não foi
planejada como um objetivo por aqueles que fazem e usam a publicidade não diminui
de maneira alguma sua significação. A publicidade faz do consumo um substitutivo
para a democracia. A escolha daquilo que comemos (ou vestimos, ou dirigimos) toma
o lugar de uma escolha política significativa. Ela ajuda a mascarar e compensar tudo o
que não é democrático no interior da sociedade. E também mascara o que está
acontecendo no resto do mundo.” (grifos nossos)
(In: BERGER, John. Modos de ver. Rio de Janeiro: Rocco. 1999, p.151.)

É importante destacar que o modo de ser ligado ao consumo como substituto da


atuação cidadã se constitui num “falso brilhante” da ilusão de inserção social. No
entanto, ao tratar do binômio juventude/participação política, é fundamental ter cautela
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para se afastar do que diz o senso comum. Atribuir aos jovens adjetivos como
“alienados”, “desinteressados”, “consumistas” apenas afasta a possibilidade de
qualquer entendimento do que ocorre nas culturas juvenis. Segundo o sociólogo Paulo
Carrano, “Os jovens estão buscando espaços alternativos às formas tradicionais de
participação, que acabam por ser mais regradas”.
Segundo o relatório “A mídia dos jovens” (disponível em: bit.ly/midiajovem):
“Estudos revelam que os jovens são mais ativos na sociedade do que os
adultos. Quase um terço dos meninos e meninas de 15 a 24 anos fazem parte
de algum grupo. Quando a idade vai aumentando, a participação diminui,
segundo a pesquisa Juventudes e Democracias: participação, esferas e
políticas públicas, do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas
(Ibase). Além disso, eles têm um alto grau de interesse em política, ao contrário
do que comumente se pensa. Contudo, desapontados com os espaços formais
de participação, atuam cada vez em mais ações de voluntariado e em projetos
sociais – ao invés de aderirem a manifestações ou se engajarem em partidos
políticos. (...) A imagem que a sociedade ainda guarda a respeito da
participação segue muito voltada para as movimentações das décadas de
1960, 1970 e 1980, contra a ditadura e a favor da abertura política. “Até hoje, a
atuação da juventude é comparada à de períodos anteriores. Isso não deveria
mais acontecer. As formas de participação mudaram”, reforça a socióloga
Miriam Abramovay. “A sociedade, entretanto, ainda não mudou sua visão, o
que acaba levando as pessoas a inferirem que os jovens não são
participativos”, completa.”
Outra boa fonte de informação a respeito que amplia essa reflexão é a pesquisa “O
sonho brasileiro” (disponível em bit.ly/osonhobra).

O próximo foco do debate serão os textos e notícias que eles costumam ler nos
espaços da mídia destinados ao público juvenil: A turma possui o hábito de ler
algum caderno de jornal destinado ao público jovem? Alguma revista do
segmento? Lê algum site, blog ou jornal virtual? Como eles costumam
se informar sobre os temas que lhes interessam? Informe que os
assuntos que, segundo os jovens afirmam, despertam seu maior interesse em
ler são violência, emprego e drogas. Eles concordam com
estes temas? Ou eles acham que existem outros mais relevantes?

Mesmo que os estudantes não tenham como hábito a leitura de jornais ou revistas, é
importante investigar quais são as fontes de informação que consultam. De qualquer
modo, incentive-os a lerem jornais e revistas, tendo sempre uma atitude crítica de
saber que existem intenções e discursos por trás de cada veículo.

Apresente a seguinte informação: boa parte da mídia dirigida à juventude trata o


jovem como consumidor, preferindo investir em temas como entretenimento, moda,
beleza, lazer etc. Além disso, os conteúdos produzidos por essa mídia são em sua
maior parte realizados por adultos, que consultam outras vozes para comporem as
reportagens: os especialistas e, às vezes, os próprios jovens. No entanto, existem
exemplos de mídias que são pensadas e produzidas pelos jovens, encontradas
principalmente na internet. Pergunte-lhes se conhecem alguma mídia produzida
pela juventude e o que acham delas. A seguir, apresente um trecho de um projeto
de comunicação produzido pelos jovens de Moçambique, o “Roda Vida”
(disponível em bit.ly/projetofalar; recomendamos o trecho de 2’:57’’ a 7’:13’’).

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Conheça alguns exemplos de mídia juvenil produzidos pelos jovens. Divulgue-os para
sua turma, para que eles possam conhecer outras fontes de informação!
 Revista Na Responsa (SP)
Realizada pela equipe “Énóis”, de São Paulo. É uma agência que forma jovens e
produz conteúdo para jovens. bit.ly/revistanaresponsa.
 Jornal Fala Roça (RJ)
Realizado por quatro jovens da favela da Rocinha, no Rio de Janeiro. Tem tiragem de 5
mil exemplares. bit.ly/jornalfalaroca e no Facebook: bit.ly/facefalaroca.
 “Mídia Periférica” (BA)
Grupo de jovens comunicadores de Salvador, Bahia. Ótima experiência, porque é uma
iniciativa que começou pequena e hoje é superconhecida e respeitada nos grupos que
discutem comunicação no Brasil. bit.ly/midiaperiferica e no Facebook:
bit.ly/facemidiaperiferica.
 “Agência Jovem de Notícias” e Revista Viração (Vários Estados)
A Agência Jovem de Notícias é da galera que faz a famosa Revista Viração. Além de
cuidar da revista, eles são responsáveis por uma série de outras iniciativas voltadas
para direitos da juventude, adolescentes etc. bit.ly/agenciajovemdenoticias e Revista
Viração bit.ly/revistaviracao.
 “Viva Rocinha” (RJ)
. Iniciativa criada por dois jovens irmãos, tem como principal objetivo realizar uma
comunicação alternativa mostrando outros lados do dia a dia da comunidade da
Rocinha. bit.ly/vivarocinha e no Facebook: bit.ly/facevivarocinha.

O desafio, então, será cada quarteto produzir um programete de rádio (no formato
“boletim informativo”) a partir de um tema que julgar relevante para a juventude da
escola e dos muros para além da escola. Antes, porém, de planejar qual será o
tema e o formato do programete, os estudantes experimentarão trabalhar com um
programa de edição e gravação de áudio gratuito e bastante simples, o Audacity
(para baixar o programa, acesse: bit.ly/baixaraudacity). Na internet existem
diversos tutoriais que ensinam o passo a passo para utilizá-lo. Recomendamos o
seguinte tutotial, para começar: bit.ly/audacitytutorial1. Promova uma oficina de
Audacity com sua turma, apresentando o tutorial e incentivando aqueles jovens
que já conhecem o funcionamento do programa a ensinarem aos colegas. Conte
também com o suporte do professor de informática da escola.

Provavelmente, muitos de seus alunos já sabem como utilizar programas de edição de


áudio. Esse é um recurso simples e bastante usado na interação com as novas mídias
digitais. Mesmo que você desconheça o programa, é importante abrir-se para
experimentá-lo e aprender. Faça exercícios em casa, utilizando as dicas do tutorial,
peça ajuda aos filhos e sobrinhos; enfim, experimente minimamente essa ferramenta
antes de propô-la em sala de aula.
O Audacity possui recursos interessantes, como, por exemplo, retirar a voz de um
cantor de uma gravação musical (aprenda como em: bit.ly/removevoz). Também é
possível colocar o programa em um pendrive, para levá-lo a qualquer computador,
utilizando o Audacity Portable (disponível em bit.ly/audacityportable1)
Trabalhar com uma ferramenta como o Audacity não se constitui como mera
formalidade para tornar a atividade mais “divertida” ou com “a cara do jovem”. É
urgente e necessário incluir nas práticas pedagógicas a perspectiva dos
multiletramentos, o que consiste em instituir espaços para que os jovens possam lidar
com as várias linguagens na escola, podendo assim participar com maior abrangência

>>>

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das práticas letradas do mundo contemporâneo que envolvem o trato com diferentes
mídias, inclusive experimentando e dominando os meios técnicos para navegar por
elas, para compreender e produzir textos em vídeo, áudio etc. Além disso, os
multiletramentos também abarcam outra perspectiva fundamental: o multiculturalismo
(reconhecimento das culturas locais, culturas juvenis etc.). A formação protagonista
envolve o amadurecimento crítico e cidadão, e o desenvolvimento autônomo é atingido
por meio da aquisição das múltiplas linguagens.
Outro ponto fundamental para a sua reflexão diz respeito às dificuldades que poderão
surgir, seja por conta do acesso aos computadores, seja pelo desconhecimento
completo da turma com o programa. Num trabalho pedagógico em que a perspectiva é
a formação protagonista do estudante, é necessário conceber um modelo de mediação
que inclua a resiliência. Isso quer dizer que, frente a qualquer desafio que surja, ele
deverá ser colocado em pauta para que os próprios jovens possam pensar em
soluções e alternativas possíveis. Mesmo que a solução encontrada não seja a ideal,
os estudantes aprendem atitudes e estratégias de pensamento próprias do processo de
resolução de problemas, de maneira colaborativa e participativa. Então, nunca resolva
os problemas sozinho(a) ou se desmotive sem antes compartilhar e convidar os jovens
a pensarem juntos nas diversas soluções possíveis.

Depois da oficina de Audacity com a turma, é hora de cada quarteto definir o


formato de seu programete, lembrando que o mesmo deverá ter, no máximo, 5
minutos. Para isso, eles deverão fazer um planejamento mínimo com base nos
seguintes pontos:

 Qual será o tema do nosso programete de rádio? (escolham um tema que seja
atual, crítico e de interesse de outros jovens)
 Onde vamos pesquisar mais sobre este tema?
 Entrevistaremos pessoas? Quem?
 Utilizaremos músicas de fundo musical? Quais?
 Definam as funções de cada um. Fiquem atentos ao que precisa ser realizado:
 Registrar a pauta com a ajuda de todos;
 Gravar as entrevistas planejadas;
 Selecionar as músicas a serem utilizadas em formato MP3, WAV, AIFF, AU,
OGG;
 Elaborar a vinheta de abertura e de encerramento;
 Apresentar o programete e as reportagens;
 Fazer a edição final no Audacity.

É fundamental que você acompanhe o planejamento e a execução dos


programetes da turma. Mesmo que os estudantes não consigam atingir os
resultados que desejavam, acolha as frustrações e esclareça que eles terão outras
oportunidades para treinarem mais o uso dessa ferramenta. Incentive-os a fazerem
uso dela em casa e no tempo livre para se aperfeiçoarem!
Para encerrar, organize uma roda de conversa para que todos os quartetos
possam conhecer as produções da turma. Avalie com eles os resultados
alcançados (o que foi mais interessante nessa experiência, o que poderia ter sido
melhor, o que aprenderam trabalhando juntos na produção de um programete de
rádio etc.) e planeje como poderão divulgar esse trabalho na escola e nas redes
sociais. O objetivo final é divulgar as produções!

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Algumas questões balizadoras para sua avaliação da aula
 A turma se motivou para discutir os temas propostos? Os estudantes trouxeram
boas reflexões sobre as imagens midiáticas? Foi possível descobrir mais sobre os
interesses deles e as diferentes maneiras de participação política que exercem?
 Houve uma interação positiva na turma para a produção do programete de rádio?
Aqueles que já possuem maior familiaridade com o programa de edição de áudio
colaboraram com os colegas? E, no caso de ter havido problemas com relação ao
uso de equipamentos, como você e a turma resolveram esse impasse?
 Como você avalia a qualidade de sua mediação durante a roda de conversa? Houve
algum tipo de aprimoramento com relação ao trabalho da aula anterior? Qual?

Mapeando a turma e cuidando de sua presença pedagógica


 Se você pudesse definir a participação da turma na roda de conversa da aula de
hoje em uma palavra, seria:

 Você avalia que os diferentes saberes estão sendo compartilhados na turma, no


sentido de quem sabe ensina (e também aprende) quem ainda não sabe? O clima
de colaboração está sendo cada vez mais fortalecido entre os jovens e entre eles e
você? Quais os indícios que justificam a sua resposta?

 Como foi a divulgação do programete de rádio dentro e fora da escola? Você avalia
que os jovens estão tendo a oportunidade de fortalecerem o pensamento crítico e
suas identidades como protagonistas? É possível identificar mudanças de
comportamentos e de atitudes com relação à escola e à aprendizagem?

Observe que as atividades propostas nas sequências do componente Projeto de Vida


possuem uma articulação entre a reflexão e o fazer. Desde o 1º bimestre sua turma
vem idealizando e realizando “produtos” que se constituem na materialização dos
processos de discussões (como a intervenção artística com as máscaras; os retratos
da comunidade; os selfies e os programetes de rádio). Essas produções possuem
características comuns: (1) são produções realizadas em equipes de trabalho, que se
articulam numa perspectiva autônoma para planejar o que será feito e para realizar a
tarefa; (2) depois de prontas, as produções são socializadas e discutidas por toda a
turma; (3) são produções realizadas com o intuito de ultrapassar as paredes da sala de
aula e ganhar outros espaços da escola e da comunidade, atingindo outros
apreciadores (estudantes, funcionários, professores, equipe de gestão escolar,
familiares e público em geral).
Esse exercício de divulgação do trabalho realizado permite que a turma se aproprie dos
resultados por meio dos diferentes olhares dos espectadores-interlocutores,
potencializando o reconhecimento das aprendizagens e das diversas competências
que estão sendo trabalhadas.

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Investir na formação continuada do(a) professor(a) do
Resumo
componente Projeto de Vida como autor(a) e pesquisador(a)
de temas sobre o universo juvenil.

Possibilitar que o(a) professor(a) do componente Projeto de


Objetivos Vida elabore atividade tendo em vista as experiências de sala
de aula até o momento e os dispositivos de integração
curricular propostos.

A ser planejada pelo(a) professor(a) responsável.


Organização da turma

Recursos e Providências A serem planejados pelo(a) professor(a) responsável.

Competências em foco Colaboraçãoa e comunicação.

Duração prevista 3 tempos.

Para sua presença pedagógica:


Caro professor(a), desde o 1º bimestre você vem se especializando em uma área muito cara
para quem atua no Ensino Médio: a juventude. Conhecer e aprender continuadamente mais
sobre o universo juvenil, suas diferentes culturas e constituições identitárias – a partir de um
repertório constituído por áreas de conhecimento diversas como a sociologia, a psicologia, a
neurociência e os estudos aplicados na área de educação – é um diferencial para quem é
responsável por uma sala de aula formada por jovens.
Particularmente nas aulas do componente Projeto de Vida, os temas para o 1º ano do EM
circulam sobre dois eixos centrais: identidade e projeto de vida. Além disso, o tratamento
didático e conceitual das sequências de atividades propostas tem como organizadores os
dispositivos de integração curricular compostos por metodologias e referenciais que servem de
base comum aos componentes Letramento em Língua Portuguesa, Letramento em
Matemática e Laboratório de Iniciação Científica e Pesquisa.
Segundo Antonio Nóvoa (1991), a escola é o
local privilegiado para a formação continuada
do professor. É nela que os diferentes
saberes se articulam e ganham corpo na
interação com os estudantes e os colegas
professores e na reflexão constante sobre a
prática. Nessa perspectiva, a presente
atividade se constitui em um espaço para o
desenvolvimento autoral crítico do professor,
a partir da experiência adquirida na
realização das atividades propostas no 1º
bimestre, levando em consideração o
aperfeiçoamento profissional docente nos
dispositivos de integração, em especial os
dispositos “protagonismo juvenil” e
“competências para o Século 21” e as
metodologias integradoras “presença
pedagógica” e “aprendizagem colaborativa”.

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Planejamento da atividade

Uma das ações mais importantes do trabalho docente é o planejamento. Mesmo


professores experientes necessitam elaborar o planejamento de suas aulas, pois esta é
uma ferramenta que possibilita o pensamento estratégico na escolha dos conteúdos e
das orientações pedagógicas e didáticas. Além disso, o planejamento docente possibilita
o exercício de antevisão dos desafios prováveis que acontecerão na sala de aula e a
tomada de decisão e organização de estratégias para enfrentá-los, afastando-se da
noção de improviso espontaneísta.

O planejamento da atividade levará em conta três variáveis que se articulam: escolha


do tema (conteúdo), gestão da sala de aula e estratégias didáticas (organização da
turma e dos conteúdos) e finalização (socialização dos resultados e avaliação). Cada
uma dessas variáveis necessita ser bem planejada. A visão de educação e de
juventude que o professor possui influenciará diretamente nas escolhas didáticas e
nas oportunidades de participação.
A proposta de trabalho do componente Para ampliar sua reflexão sobre este tema,
Projeto de Vida e a dos demais componentes sugerimos a leitura dos seguintes artigos:
que se articulam (Letramento em Língua
 “Jovens no Brasil: difíceis travessias de fim
Portuguesa, Letramento em Matemática e de século e promessas de um outro
Laboratório de Iniciação Científica e mundo”, de autoria de Juarez Dayrell e
Pesquisa) estão ancoradas no conceito do Paulo Carrano (disponível em
protagonismo juvenil, entendido aqui não bit.ly/jovensnobrasil)
apenas como o propósito de dar vez e voz  “Por uma pedagogia da juventude”, de
aos estudantes, mas como um princípio Jurarez Dayrell (disponível em
educativo que norteia a construção de bit.ly/pedagogiadajuventude).
conhecimentos e de atitudes diante da vida.

Escolha do tema

Revisitando o contexto. Antes de partir para a escolha do tema, vale a pena fazer
uma retrospectiva sobre as atividades que já foram desenvolvidas e conhecer as que
virão na sequência. Esse exercício fará com que a atividade a ser planejada ganhe
maior intencionalidade dentro da sequência proposta.

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As escolha temática das atividades concentrou-se no eixo “Identidade”, conforme o
esquema do “Ciclo de Desenvolvimento Pessoal” (imagem abaixo). Observe que o
as estruturas psíquicas foram didatizadas de modo que possamos compreender como
se organizam as capacidades referentes ao fortalecimento de uma identidade positiva
– a via do autoconhecimento promove a autoestima e a autoconfiança (compreender-
se e aceitar-se) – para daí dar-se a projeção no futuro, constituindo-se o(s) projeto(s)
de vida.
Nessa perspectiva, nosso recorte metodológico para o 1º e 2º bimestres do 1º ano do
Ensino Médio se centrou acerca das questões sobre identidade e a partir do 3º
bimestre iniciaremos a abordagem às questões relativas ao fortalecimento dos
projetos de vida dos estudantes.
A vivência de atividades fundamentadas
no desenvolvimento das capacidades
presentes no “Ciclo de Desenvolvimento
Pessoal” propicia possibilidades para o
encontro do jovem consigo mesmo.
A sua visão, professor(a), sobre o
potencial de seus estudantes faz toda a
diferença para que esse “encontro
consigo mesmo” dos jovens possa
acontecer também na escola. Em termos
metodológicos, o exercício da presença
pedagógica é ímpar para o
fortalecimento da relação professor-
estudantes, articulando acolhimento com
exigência.

Escolhendo o tema. Tendo em vista todo o contexto e intencionalidade da sequência


de atividades que está sendo desenvolvida, reflita e escolha um tema que aborde o
macrotema “identidade”. Provavelmente, durante as suas aulas, você ouviu diversas
falas que revelaram os interesses dos estudantes e isso gerou algumas ideias. Um
bom caminho para observar a relevância do tema escolhido é conversar com a turma
a respeito e conversar, também, com seus colegas professores de Projeto de Vida
durante os momentos de formação continuada. Essa troca de opiniões estimulará a
sua motivação inicial necessária antes de partir para o planejamento da aula.
Pesquisa. Com o tema escolhido, o momento requer estudo. Faça um levantamento
de fontes e de materiais que poderão ajudá-lo(a) a compor o recorte que adotará. Leve
em conta em seu planejamento o tempo disponível para a execução da aula: 2
tempos. Procure selecionar materiais de apoio variados, como textos, vídeos, sites,
músicas etc. Durante a pesquisa, vá tomando nota de todos os sites e recursos que
julgar interessantes em um único documento. Isso facilitará a consulta posterior.

Introdução da aula. Sempre é importante Dar espaço para que os estudantes tragam seus
considerar, logo no início de cada conhecimentos prévios abre um campo interativo
atividade, os conhecimentos prévios que muito fecundo, no qual o interesse é despertado.
os estudantes possuem sobre o tema a ser Para isso, fique atento a duas competências
discutido. Para isso, planeje a introdução docentes importantes: elaborar boas perguntas e
da aula com cuidado: este momento é cuidar do clima de interação. Isso quer dizer que
fundamental para motivar a turma a as “perguntas-problemas” que desencadearão as
discussões da aula precisarão ser bem pensadas
participar e para envolvê-los na proposta. e que durante a sua mediação, você precisará
Observe que na maior parte das atividades cuidar para que o maior número de jovens
propostas, este momento é participe, incentivando sempre o respeito aos
diferentes pontos de vista.

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realizado com a turma reunida em roda de conversa. A sua percepção quanto ao
conhecimento prévio da turma impactará toda a sua orientação ao longo da atividade e
as intervenções necessárias no planejamento.

Gestão da sala de aula e estratégias didáticas

Agrupamentos. Planeje de que forma promoverá o agrupamento da turma na


atividade que está propondo. Até o momento, os estudantes se agruparam em duplas,
trios e quartetos e em roda de conversa.
Tenha no horizonte de planejamento dessa escolha a aprendizagem colaborativa e o
desenvolvimento de competências. A aprendizagem colaborativa é uma metodologia
que propõe o trabalho colaborativo entre os estudantes (seja em duplas, quartetos ou
agrupamentos maiores, os times). No próximo semestre sua turma começará a
trabalhar em times. Nessa perspectiva, além de aprenderem na prática a exercitar a
competência de colaboração, os jovens também praticam fortemente as competências
de comunicação e liderança.
Escolha das estratégias didáticas. Qual Algumas competências docentes são
estratégia você adotará para desenvolver a fundamentais para o desenvolvimento de um
atividade: Leitura de texto? Projeção de bom planejamento e consequentemente de
uma boa aula:
vídeo? Discussão em roda de conversa?
Trabalho colaborativo em quartetos? Debate  Estabelecer a motivação inicial da aula
(organização do contexto).
regrado?1 Tenha clareza de que, dependendo
 Variar estilos e estratégias didáticas.
dos seus objetivos, determinada estratégia  Fazer boas perguntas.
pode ser melhor do que outra. Também é  Estar receptivo às perguntas dos estudantes
possível e desejável combinar mais de uma (suscitar perguntas).
estratégia na mesma atividade.  Ilustrar com exemplos.
 Dar feedbacks.
Anteveja os momentos em que será
 Realizar o fechamento da aula.
necessário dar maior ênfase em sua
mediação.
Elabore boas perguntas previamente e procure antever os desafios que poderão
existir, preparando-se para enfrentá-los. Outra dica é alternar momentos que exijam
reflexão (como leitura e discussão de textos) com alguma ação prática, de modo que
os jovens possam ter a oportunidade de vivenciar e fazer concretamente, aprendendo
fazendo. Cuide para que a atividade proposta caiba na duração prevista de 2 tempos.

Finalização da aula

Encerramento. É fundamental que a atividade tenha um fechamento, permitindo que


os aprendizados sejam discutidos e socializados e as devolutivas realizadas. Essa
finalização pode acontecer em roda de conversa coletiva ou em uma tarefa de
autoavaliação dirigida, por exemplo.

1
Sobre o desenvolvimento de debate regrado em sala de aula, indicamos a releitura da atividade “Identidade na rede!”
(1º bimestre/1º ano) e do artigo “Modos de apropriação do gênero debate regrado na escola: uma abordagem
aplicada”, de Sandoval Nonato Gomes-Santos, disponível em bit.ly/debateregrado.

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Execução da atividade

Com o planejamento elaborado no papel, os materiais de apoio selecionados e todas as


providências tomadas, é hora de executar a atividade junto aos estudantes. Esteja atento
à qualidade de sua mediação e às mudanças de rota que se fizerem necessárias.

Avaliação da atividade

Após a realização da atividade, avalie o seu desempenho e a participação e as


aprendizagens da turma. Reflita sobre os pontos de destaque de seu planejamento e da
execução da atividade e o que poderia ter sido melhor realizado.
Uma boa dica é registrar essa experiência em forma de relato, de maneira que você
possa estruturar os seus conhecimentos como professor(a) especialista em juventude e
futuramente compartilhá-los com outros professores(as), fortalecendo sua identidade
docente como pesquisador(a) e autor(a).

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Preparação da visita ao equipamento cultural (ou das
iniciativas culturais) escolhido para ser visitado, o que envolve
a identificação de conhecimentos prévios dos jovens e o
levantamento de informações importantes para que usufruam
Resumo
da experiência. Realização da visita e posterior avaliação do
Rolé Cultural, com a identificação e significação das
aprendizagens.

Preparar, realizar e avaliar as visitas a equipamentos culturais


Objetivos ou a participação dos jovens em iniciativas no campo da
cultura.

A atividade começará na roda de conversa. Depois, os


Organização da turma estudantes trabalharão em quartetos, preparando a visita. Ao
final, uma nova rodada de diálogo acontecerá, em roda.

 Computadores ligados à internet.


Recursos e Providências
 Álbuns de Cartografia Pessoal.
Competências em foco Comunicação, colaboração e pensamento crítico.

Duração prevista 4 tempos.

Para sua presença pedagógica:


É importante estimular a circulação dos jovens pela cidade, para que eles a conheçam e se
apropriem do que ela oferece. Mas essa circulação, quando promovida pela escola, precisa ter
um sentido claro para a formação dos estudantes. Não se trata de fazer visitas
despretensiosas, ou seja, de promover passeios sem intenção pedagógica. Ao contrário,
conhecer outros espaços e interagir com o universo da arte e da cultura constituem uma
oportunidade para que os jovens possam ampliar seus conhecimentos, visões de mundo e
referências culturais. Portanto, é essencial preparar a visita para que ela se transforme em
momento de aprendizagem.

Momento 1: Preparando o Rolé!

Receba os estudantes na roda de conversa. Comece o diálogo perguntando a eles:


Por que é importante conhecer equipamentos e acontecimentos culturais?

Esse é um bom momento para trabalhar, novamente, a intenção dos rolés culturais,
desconstruindo possíveis entendimentos de que se trata de um passeio
despretensioso. É hora de compartilhar a seriedade do trabalho, para que eles
percebam que se pode aprender muito numa atividade como essa.

© Instituto Ayrton Senna 2015 Projeto de Vida – 1ºano/1º semestre


Em seguida, retome o trabalho de mapeamento dos equipamentos culturais feito na
atividade Rolé Cultural do 1º bimestre. Para isso, apresente a seguinte questão: Quais
foram os equipamentos culturais que já mapeamos na atividade “Rolé Cultural”?
Dialogue sobre os espaços que a maior parte dos jovens gostaria de visitar,
relembrando como se deu a negociação da(s) visita(s) com a equipe de gestão da
escola. Nessa negociação, foram acordados quantos rolés culturais serão realizados
ao longo do ano e definidas quais propostas de visitas serão viáveis.
Diga aos estudantes que a atividade de hoje será dedicada à preparação do primeiro
rolé. Para isso, peça que eles se organizem em quartetos. A proposta é que os jovens
respondam as questões a seguir (incorpore outras questões que julgar pertinentes,
tendo em vista o equipamento cultural que será visitado e o trabalho que lá é
realizado), fazendo uma síntese das descobertas em tópicos:

 O que vocês já sabem sobre o local que será visitado? É um centro cultural? Um
museu? Biblioteca, praça ou outro local público?
 Qual é a importância desse local para vocês e para a cidade, como um todo?
Que tipo de acontecimento cultural esse lugar abriga? Shows? Exposições?
Mostra de cinema?
 Quem frequenta esse local, em geral? Estudantes de escola? Crianças, jovens,
adultos ou idosos?
 No dia da visita, o que vai acontecer no espaço? Alguma apresentação ou
exposição? Lançamento de livro, conversa com artistas?
 Levantem informações sobre esse acontecimento cultural que está programado.
Se for o lançamento de um livro, por exemplo, descubram quem é o autor, que
outras obras ele já publicou, de que trata o livro que será lançado etc. Se for uma
exposição de arte, outro exemplo, procurem saber mais sobre o artista (quem é
ou foi ele, em que época viveu, quais são seus principais trabalhos) e sobre as
obras que serão expostas. É possível que a mídia tenha publicado informações
sobre eventos culturais de maior impacto e, claro, os websites de equipamentos
culturais têm o hábito de fornecer informações sobre a programação.

De volta à roda, peça que cada quarteto compartilhe as informações que


conseguiram sobre o espaço que será visitado, bem como sobre o evento ou
acontecimento cultural que será realizado no momento em que o rolé acontecer.
Aproveite para contar aos jovens informações e percepções que você tenha,
ampliando as referências deles.
Para finalizar a preparação para o rolé cultural, faça os combinados em relação ao
dia e horário de saída e chegada, o meio de transporte, a autorização dos
responsáveis e outros aspectos importantes para que a visita aconteça.

Verifique se o local a ser visitado possui serviço de monitoria ou ação educativa. Nesse
caso, recomendamos que seja feito o agendamento da visita monitorada, para que a
vivência seja ainda mais rica tanto para os jovens quanto para você, professor. É
importante que esse primeiro rolé cultural seja realizado ainda neste bimestre;
comunique aos estudantes qual será a data, para que possam se programar e se
preparar ainda mais (aqueles que desejarem poderão continuar com as pesquisas
sobre o local a ser visitado de maneira autônoma).

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Momento 2: No dia e na hora do Rolé Cultural!
Cultural
1. Acompanhe os estudantes durante toda a visita, contribuindo para um bom clima
entre eles, salientando aspectos a serem observados, provocando-os a se
envolverem na atividade, compartilhando conhecimentos, fazendo perguntas
instigadoras.
2. Ajude os jovens a fazerem conexões entre o que estão vivenciando durante o rolé
cultural e o que estão aprendendo na escola, bem como suas experiências culturais
e elementos de seu contexto.
3. Identifique e registre questões de convivência entre os estudantes e da relação com
o espaço público que chamem a sua atenção, para que possa trabalhar
imediatamente ou em outros momentos.

Momento 3: Depois do Rolé Cultural!

1. Para finalizar o ciclo de aulas dedicadas ao rolé cultural, promova uma roda de
conversa trazendo questões que possibilitem aos estudantes pensar sobre o que
vivenciaram. Algumas sugestões de perguntas:

 O que vocês mais gostaram no rolé cultural?


 O que encontramos superou, atendeu ou frustrou nossas expectativas?
 Como foi a convivência entre os estudantes no dia?
 E a relação com o espaço visitado? Conseguimos explorar as possibilidades que
o espaço nos deu? Interagimos com as pessoas, com curiosidade em relação ao
que estava acontecendo durante a visita? Ao mesmo tempo, conseguimos
respeitar os limites que o espaço e seus acontecimentos impuseram?
 O que vocês aprenderam de mais importante, durante o rolé? (Provoque-os a
explorarem informações até então desconhecidas, novos conhecimentos acerca
da cultura, conexões entre o que viram e os conhecimentos das disciplinas,
aspectos da convivência etc).
 O que poderia ter sido melhor? O que podemos fazer para que isso aconteça, no
próximo rolé?

É possível que a conversa logo após o rolé seja calorosa, com os jovens demonstrando
entusiasmo, alegria, frustração etc. Busque acalmar os ânimos diante de questões
mais polêmicas, possibilitando que todos se expressem e pedindo que evitem repetir a
mesma questão insistentemente. Afinal, é mesmo um momento avaliativo, portanto, a
ideia é que eles identifiquem aprendizados a partir da experiência que tiveram.

2. Apresente, à turma, a sua percepção sobre as questões anteriores, em especial, os


aprendizados que o rolé proporcionou a todos. Fortaleça com eles a importância da
cultura – material e imaterial –, estimulando-os a usufruírem de outras
oportunidades que a cidade oferece, muitas vezes gratuitamente.
3. Finalize pedindo que cada um registre no seu Álbum de Cartografia Pessoal suas
impressões sobre a visita realizada. Vale fazer colagem, desenhos, escrever
poemas, frases, reflexões... Só não vale não registrar!

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Possibilitar que os estudantes avaliem as aprendizagens e o
Resumo
desempenho nas disciplinas da escola neste semestre, bem
como a concretização de parte dos planos que fizeram para o
ano e os resultados da organização das rotinas de estudo.
Promover a avaliação, pelos estudantes, de aspectos que
Objetivos compõem a sua vivência escolar.

Ao longo da atividade são propostas diferentes formações,


Organização da turma com momentos em roda de conversa envolvendo a turma
toda e de trabalho em duplas.

Recursos e Providências  Álbuns de Cartografia Pessoal.


 Caderno do Protagonista (um por estudante).
Competências em foco Pensamento crítico, colaboração e abertura.

Duração prevista 3 tempos.

Para sua presença pedagógica:


O termo “avaliação” vai ganhando, aos poucos, um novo sentido entre os estudantes. Toda
vez que são chamados a analisar criticamente uma experiência vivida, estão avaliando. Ajude-
os a fazerem “essa ficha cair”, entendendo que avaliar é muito mais do que receber uma nota
e que, ao avaliarem seus percursos e aprendizagens, ganham autonomia para pensar e agir
como estudantes.

Receba os estudantes na roda de conversa. Relembre a abordagem de avaliação


como uma prática, mais que fazer prova para atribuição de notas, tem a intenção de
intervir no processo de aprendizagem de maneira a transformá-lo positivamente.
Diga que a avaliação, como no bimestre anterior, será realizada em etapas: a primeira
propõe uma análise do desempenho individual nas disciplinas. A segunda parada
levará os estudantes a refletirem sobre a implementação parcial dos planos para 2014.
A terceira avaliará o trabalho de Projeto de Vida neste semestre e o desenvolvimento
de competências dos estudantes.
Com a turma reunida em duplas, proponha que elas façam a primeira avaliação
proposta na atividade 20 do Caderno do Protagonista, avaliando o próprio
desempenho nas disciplinas.

Oriente os jovens em relação ao preenchimento do quadro. Eles devem atribuir um


número a cada aspecto de todas as disciplinas, conforme orientado na legenda. Tire as
dúvidas de preenchimento e solicite que eles não se apressem, pois cada resposta
deve ser fruto de uma reflexão individual. Cuide para que seja um momento de
concentração e silêncio. Depois que finalizarem as respostas, devem somar as “notas”
de cada disciplina e conferir o resultado de cada uma delas. Em seguida, pergunte, de
>>>

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forma geral, como foram os resultados. Dê força aos que não tiverem alcançado um
desempenho satisfatório na maior parte das disciplinas, dizendo que ainda há tempo
para recuperarem as aprendizagens e que os colegas e professores estão aí para
ajudá-los. Desafie que cada um pense como pretende superar as dificuldades que teve.
Esse assunto deve entrar na pauta do 3º bimestre.

Agora, trabalhe com eles a segunda parte da avaliação. Peça que os estudantes
voltem aos registros que fizeram em relação aos planos para 2014. É hora de
analisarem, mais uma vez, quais dos planos estão sendo concretizados.

Não se espera que os jovens tenham realizado todos os planos, afinal eles são para
todo o ano. Mas espera-se que parte deles esteja se concretizando. Valorize os
resultados que tenham conquistado, por mais simples que sejam e motive-os a
seguirem em frente. Esclareça que, no próximo semestre, eles aprofundarão seus
projetos de vida!

Para finalizar, reúna a turma em roda para avaliar o trabalho realizado em Projeto
de Vida até o momento. Essa parte será realizada na roda de conversa, portanto,
reorganize o espaço da sala junto com os jovens.

Vale lembrar que durante todas as atividades, sempre ao final, a avaliação esteve
presente, de maneira processual. Essa atividade é um momento de revigorar os
vínculos da turma e prepará-los para o próximo semestre. É importante que você
organize previamente os principais pontos de sua avaliação da turma a partir da (1)
participação e colaboração e (2) convivência e comunicação entre eles e com você.

Peça para que, cada jovem, registre suas respostas para as questõs a seguir em
seu Álbum de Cartografia Pessoal. Observe se você gostaria de incluir ou de
retirar alguma questão, de acordo com o seu conhecimento da turma. Estabeleça
um tempo.

 Quais atividades mais gostei e menos gostei de realizar nas aulas de PV?
 Quais são as minhas principais transformações como pessoa e estudante?
 O que descobri sobre o professor(a) de PV?
 O que descobri sobre mim?
 Quais são as minhas expectativas para o próximo semestre?
 Quais dessas competências avalio que mais desenvolvi: autonomia,
colaboração, comunicação, criatividade, pensamento crítico ou liderança? Por
quê?

Encerre a aula, retomando a importância da avaliação, e, principalmente, das


intervenções que os estudantes agora sabem que precisam ser feitas para
qualificar a vivência e o desempenho na escola, no 2º semestre.

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Anexo 1

HENRI MATISSE (1869-1954)

Foi um artista francês, conhecido por seu uso da cor e sua arte de
desenhar fluída e original. Foi um desenhista, gravurista e escultor,
mas é principalmente conhecido como pintor.
O crítico Argan dizia que a arte de Matisse era feita para decorar a
vida dos homens. Foi considerado o artista do século em que viveu.
Em suas pinturas gostava de motivos repetitivos, usava formas curvas
e cores variadas. Ele inventou também a técnica do "desenho com
tesoura". Pablo Picasso o considerou seu maior rival, embora fosse
seu amigo.
Fonte: Wikipedia

Conheçam outras pinturas,


colagens e desenhos de
Matisse, acessando o
Google Imagens.

NANÁ VASCONCELOS (Recife, 1944)

Músico brasileiro eleito oito vezes o melhor


percussionista do mundo pela revista americana Down
Beat e ganhador de oito prêmios Grammy, é considerado
uma autoridade mundial em percussão.
Durante toda a sua carreira sempre teve preferência por
instrumentos de percussão e nos anos 60 se
notabilizou por seu talento com o berimbau.
Fonte: Wikipedia

Conheçam outros trabalhos


do Naná, acessando o
Youtube.

bit.ly/nanavasconcelos02

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MALALA YOUSAFZAI (1997- )

É uma estudante e ativista paquistanesa. É conhecida por


seu ativismo pelos direitos à educação e o direito das
mulheres, especialmente no Vale do Swat, onde o Talibã
às vezes proíbe meninas de frequentarem a escola. Em 9
de outubro de 2012, Yousafzai foi baleada na cabeça e
pescoço em uma tentativa de assassinato por talibãs
armados quando voltava para casa em um ônibus escolar.
Permaneceu inconsciente e em estado crítico, mas mais
tarde a sua condição melhorou o suficiente para que ela
fosse enviada à Inglaterra, para a reabilitação intensiva.

Logo após se recuperar do ataque, em 12 de julho de


2013, Malala comemorou seu aniversário de 16 anos Conheçam mais sobre a
discursando na Assembleia da Juventude na Organização história e luta de Malala
das Nações Unidas em Nova York, Estados Unidos: acessando o Google. Vocês
“Vamos pegar nossos livros e canetas. Eles são nossas também podem ler o primeiro
armas mais poderosas. Uma criança, um professor, uma capítulo de seu livro
caneta e um livro podem mudar o mundo. A educação é a autobiográfico acessando:
única solução.”
bit.ly/malalalivro
Fonte: Wikipedia

CAROLINA DE JESUS (1914-1977)

Carolina Maria de Jesus nasceu em Minas Gerais, numa comunidade


rural onde seus pais eram meeiros. Filha ilegítima de um homem
casado, foi tratada como pária durante toda a infância. Sua
personalidade agressiva contribuiu para momentos difíceis pelos quais
passou. Aos sete anos, a mãe de Carolina forçou-a a frequentar a
escola depois que a esposa de um rico fazendeiro pagou as despesas
dos estudos, para ela e para outras crianças pobres do bairro. Ela
parou de frequentar a escola no segundo ano, mas aprendeu a ler e a
escrever.
Em 1937, sua mãe morreu e ela se viu impelida a migrar para a
metrópole de São Paulo. Carolina construiu sua própria casa, usando
madeira, lata, papelão e qualquer coisa que pudesse encontrar. Ela

saía todas as noites para coletar papel, a fim de conseguir


dinheiro para sustentar a família. Quando encontrava
revistas e cadernos antigos, guardava-os para escrever
Leiam trechos do livro
em suas folhas. Começou a escrever sobre seu dia a dia, Quarto de despejo,
sobre como era morar na favela. Seu diário foi publicado acessando:
em agosto de 1960 com o nome Quarto de despejo, bit.ly/quartodedespejo
considerado um marco da escrita feminina no Brasil, já
traduzido em mais de treze idiomas.
Fonte: Wikipedia

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MICHEL FOUCAULT (1926-1984)

Foi um importante filósofo e professor francês. Foucault é conhecido


pelas suas críticas às instituições sociais, especialmente à psiquiatria, à
medicina, às prisões, e por suas ideias na complexa relação entre poder
e conhecimento. Ele destacou a grande semelhança nos modos de
tratamento dados ou infligidos aos grandes grupos de indivíduos que
constituem os limites do grupo social: os loucos, prisioneiros, alguns
grupos de estrangeiros, soldados e crianças. Foucault acreditava que,
em última análise, eles têm em comum o fato de serem vistos com
desconfiança e excluídos por uma regra em confinamento em
instalações seguras, especializadas, construídas e organizadas em
modelos semelhantes (asilos, presídios, quartéis, escolas), inspirados

no modelo monástico; instalações que ele chamou de


“instituições disciplinares”. Conheçam mais sobre as
ideias do filósofo Michel
Fonte: Wikipedia
Foucault assistindo ao vídeo
disponível em:
bit.ly/foucaultvideo

ANTONIO VIVALDI (1678-1741)


Foi um grande compositor e músico italiano do estilo barroco tardio.
Tinha a alcunha de il prete rosso (“o padre ruivo”) por ser um sacerdote
católico de cabelos ruivos. Compôs 770 obras, entre as quais 477
concertos e 46 óperas. É sobretudo conhecido popularmente como autor
da série de concertos para violino e orquestra Le quattro stagioni (As
Quatro Estações).
Vivaldi, tal como muitos outros compositores da época, terminou sua vida
em pobreza.
Fonte: Wikipedia

Conheçam mais sobre Vivaldi


ouvindo suas composições
acessando o Youtube.

bit.ly/quatroestacoesvivaldi

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