Resenha: A Interpretação de Sonhos- Aula do dia 13/04/2022
Aluna: Nayara C. Zagatto
FREUD, S. A psicologia dos processos oníricos (1900). In: FREUD, S. A
Interpretação dos sonhos (continuação). A Interpretação dos sonhos (1900). Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, v. V. Rio de Janeiro: Imago, 1986. p. 541-655.
Inicialmente, o texto traz uma análise realizada sobre o sonho de uma
paciente, que se impressionou com um relato de um sonho em uma conferência de sonhos, com isso, ela ressonhou o conteúdo, e com base em seu relato, Freud realiza sua análise. Sendo assim, o autor discorre sobre que não se pode chegar a alguma conclusão sobre a estrutura e os métodos de funcionamento do instrumento psíquico a partir da investigação dos sonhos, ou de qualquer função psíquica tomada isoladamente.
A descrição desse sonho foram as seguintes: um pai estivera de vigília à
cabeceira do leito de seu filho enfermo por dias e noites a fio. Após a morte do menino, ele foi para o quarto para descansar, mas deixou a porta aberta, de maneira a que pudesse enxergar de seu quarto os aposentos em que jazia o corpo do filho, com velas altas a seu redor. Um velho fora encarregado de velá- lo e se sentou ao lado do corpo, murmurando preces. Após algumas horas de sono, o pai sonhou que seu filho estava de pé junto a sua cama, que o tomou pelo braço e lhe sussurrou em tom de censura: “Pai, não vês que estou queimando? ” Ele acordou, notou um clarão intenso no quarto, então correu até lá e constatou que o velho vigia caíra no sono e que a mortalha e um dos braços do cadáver de seu amado filho tinham sido queimados por uma vela acesa que tombara sobre eles.
A interpretação desse sonho comovente é bem simples e, segundo disse
a paciente, as instruções foram corretamente fornecidas pelo instrutor. O clarão de luz chegou pela porta aberta aos olhos do homem adormecido e o levou à conclusão a que teria chegado se tivesse acordado, ou seja, que uma vela caída havia ateado fogo em alguma coisa nas proximidades do corpo. É possível até que, ao dormir, ele sentisse uma certa preocupação de que o velho não fosse capaz de cumprir sua tarefa. Neste primeiro momento, Freud traz uma reflexão importante, ele passa a sugerir nessa interpretação, destacando que o conteúdo do sonho deve ter sido determinado em relação as palavras proferidas pelo menino, por exemplo devem ter sido compostas de expressões que ele realmente proferira em vida e que estavam ligadas a acontecimentos importantes no espírito do pai. Por exemplo, “Estou queimando” pode ter sido dito em meio à febre da doença fatal da criança e o pai da criança não percebeu, talvez tenha derivado de alguma outra situação altamente carregada de afeto que nos é desconhecida.
Freud ainda apresenta, algumas deduções por parte do sonho de seu
paciente, ou seja, o sonho foi um processo dotado de sentido e passível de ser inserido na cadeia de experiências psíquicas do paciente, pressupondo por que teria um sonho ocorrido em tais circunstâncias, quando se fazia necessário o mais rápido despertar possível. Além disso, Freud ainda traz que, esse sonho tornou-se a realização de um desejo. O filho morto comportou-se no sonho como vivo, e ele próprio advertiu o pai, veio até sua cama e o segurou pelo braço, tal como provavelmente fizera na ocasião de cuja lembrança se originou a primeira parte das palavras da criança no sonho. Dessa forma, a realização desse desejo, fez com que o pai prolonga-se seu sono por um momento. O sonho foi preferido a uma reflexão desperta, porque podia mostrar o menino vivo outra vez. Se o pai tivesse primeiro acordado, e depois feito a inferência que o levou a ir até o quarto ele teria, por assim dizer, abreviado a vida de seu filho por esse breve lapso de tempo.
Sendo assim, em um primeiro momento, Freud, explica no texto sobre
que não é possível chegar a alguma conclusão sobre a estrutura e os métodos de funcionamento do instrumento psíquico a partir da investigação dos sonhos, ou de qualquer função psíquica tomada isoladamente.