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Aluna: Samille Sorrentino Ferreira

Matrícula: 21216090121

Polo: Resende

Curso: Licenciatura em História

O trabalho consiste em relacionar as reflexões presentes no podcast com o texto,


desenvolvendo uma reflexão crítica sobre as experiências temporais na contemporaneidade,
diante da pandemia e incertezas do presente.

O TRABALHO DEVE TER DUAS PÁGINAS ESCRITAS...

O mundo contemporâneo, principalmente no final do século XX, conforme cita o professor


Rodrigo Turin no podcast “Tempos de Crise ou Crise do Tempo?” vem sofrendo com uma crise
do tempo, ou seja, quando um certo tempo deixa de ser internalizado e começa a ser
estranhado, ele leva a um choque e gera uma crise. SE O AUTOR CITA, DEVE TER REFERÊNCIA

O mundo contemporâneo trouxe a multitemporalidade com os avanços das tecnologias


digitais e a emergência global de capital financeiro e essa multitemporalidade [REDUNDANTE]
é, como bem o professor citou no podcast, extremamente assimétrica. A sociedade
contemporânea necessita da aceleração para sobreviver e ela é marcada por profundas
transformações em um curto espaço de tempo. E embora a humanidade sempre passou por
diversas transformações, o cerne da questão é o quanto dessa aceleração demasiada interfere
na nossa percepção de tempo e o quanto o tempo não é o mesmo para toda a sociedade. Há
uma dessincronização sistêmica de tempos e está cada vez mais complexo achar vetores que
faça esses tempos conviverem de forma harmônica.

O liberalismo clássico estava calçado em uma divisão social pautada em autonomias e a


sociedade era dividida em campos autônomos [REFERÊNCIA??]. Já o neoliberalismo e o
capitalismo contemporâneo promoveram uma linguagem própria dominada pelo princípio do
desempenho, da performance. Este novo princípio produz uma corrosão das autonomias, o
tempo da crítica e da análise se esvazia, dando lugar a um tempo acelerado onde se é avaliado
pelos resultados produzidos, independente da qualidade.

Fazendo um paralelo com o texto de François Hartog " A Covid e o tempo: “Who is in the
driver’s seat”?” a Covid-19 fez o mundo contemporâneo desacelerar e a passagem do tempo é
ditada pelo vírus e não mais por tecnologias ou pelo capital financeiro. A pandemia provocou
uma mudança nas temporalidades e elas atravessaram o nosso cotidiano. Hartog explica que o
primeiro efeito da pandemia foi suspender aos poucos o presente na vida das pessoas. Em
uma sociedade de multitemporalidades onde o tempo é diferente para grupos diversos da
sociedade,
onde o senso de urgência provocado pelo capital financeiro globalizado e o avanço das
tecnologias fazem com que haja uma corrosão das autonomias sociais, a pandemia deixou
todos paralisados.

Entretanto, apesar da suposta desaceleração aportada pela doença, uma aceleração foi posta
em prática: foi preciso acelerar estudos, ensaios clínicos, procedimentos de validação, porém
não somente no campo científico, como também na necessidade de transmitir informações
cada vez de forma mais acelerada. Todavia até que ponto essa aceleração pode impactar a
qualidade dos testes e das vacinas no caso da Covid? Até que ponto a aceleração das
informações cada vez mais constantes e em tempo real perdem sua qualidade e senso crítico?

A agitação permanente como cita Olgária Matos em seu artigo “O mal-estar na


contemporaneidade: performance e tempo” é a expressão da perda do sentido da vida, da
desvalorização dos valores antes apreciados, um mundo onde só vale a lei do capital e do
desempenho. Neste ponto é interessante voltar ao tema do podcast, sobre a crise do tempo:
estamos marcados pelo presentismo, um presente único, sob a ditadura do imediatismo.
Entretanto, diante das incertezas que a pandemia e a guerra na Ucrânia trouxeram, o mundo
contemporâneo se vê num inevitável conflito de temporalidade. Basta saber se esse conflito é
ou não uma oportunidade para um novo tempo, um kairos para a humanidade.

NORMAS DO TRABALHO (2,0) :0,5


GRAFIA E COESÃO TEXTUAL (4,0): 3,5
ARTICULAÇÃO DAS IDEIAS (4,0): 2,5
NOTA: 6,5

PRECISA ESCREVER DUAS PÁGINAS E REFERENCIAR AS IDEIAS CITADAS

Bibliografia

TEORIZANDO: #7 - Tempos de Crise ou Crise do Tempo?. Entrevistado: Rodrigo Turin.


Entrevistador: Rodrigo Bonaldo e Daniele Dorneles. 06 nov. 2020. Teoria da História II.
Disponível em: https://anchor.fm/teorizandopodcast/episodes/7---Tempos-de-Crise-ou-Crise-
do-Tempo--Com-Rodrigo-Turin-em4708. Acesso em: 20 mar 2020.

HARTOG, François. A Covid e o tempo: ‘Who is in the driver’s seat? HHMagazine. Humanidades
em Rede, Mariana, p. 12-22, 03 fev. 2021.

MATOS, O. (2014). O mal-estar na contemporaneidade: performance e tempo. Revista do


Serviço Público, 59(4), p. 455-468. https://doi.org/10.21874/rsp.v59i4.159

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