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“Os Velhos deuses estão mortos ou agonizantes e “a humanidade”.

por toda parte,


busca, pergunta: Como será a nova mitologia, a mitologia desta terra unificada como
um ser harmoniosos?
É tão impossível prever a próxima mitologia quanto o sonho desta noite, pois uma
mitologia não é uma ideologia. Não se projeta do cérebro, mas sim se sente com o
coração, pelo reconhecimento da identidade atrás, ou dentro, das aparências da
natureza, percebendo com amor um ‘tu’ onde antes teria havido, sem isso, apena
um pronome neutro. (...)
A vida de uma mitologia vem da vitalidade de seus símbolos como metáforas
transmissoras não apenas da ideia, mas de um senso de participação real nessa
realização de transcendência, infinidade e abundância, de que nos falam os autores
upanixádicos. Na verdade, o primeiro e mais essencial serviço da de uma mitologia
é este, o de abrir a mente e o coração à maravilha total de todo ser. E o segundo
serviço é cosmológico: representar o universo e todo os espetáculo da natureza,
tanto como o conhece a mente como o vê o olho, como uma epifania, de tal modo
que quando o relâmpago lampeja, ou o sol poente inflama o céu, ou se vê um gamo
de pé, alerta, a exclamação ‘Ah!’ possa ser pronunciada como um reconhecimento
da divindade. (...)
A nova mitologia, portanto, que se está tornando rapidamente uma necessidade
social e espiritual à medida que as estruturas monádicas do passado de dissolvem,
já está implícita entre nós como um conhecimento a priori, inato à mente. Suas
imagens, reconhecidas por meio do estase como sendo uma irradiação da grandeza
que está abaixo, acima, a oeste, a leste, ao sul e ao norte de todo esse novo
universo e de todas as coisas, será resultado da vida, do pensamento e da
experiência contemporâneos, em qualquer lugar e em toda parte, e a ordem moral
em apoio da qual essas imagens virão, será a mônada da humanidade.”
— Joseph Campbell: A Extesão Interior do Espaço Exterior.
Imagem: Cena do Filme “The Fountain”

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