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Mercury Rising 01
Lynn Hagen
Depois que ele tinha saído da Agência, Colton foi para casa da
mãe dele. Assim que entrou pela porta, ela beijou sua bochecha, o fez
sentar e colocou um prato de comida na frente dele.
— Você está muito magro. — Ela disse, em seguida, sentou-se
à mesa com ele.
Colton estava longe de ser magro, mas ele tinha aprendido há
muito tempo a não discutir com ela. Ele também tinha aprendido a lê-la,
e algo estava se passando na mente dela. Um nó formou-se na sua
barriga. Apenas uma coisa a faria se curvar ligeiramente para frente
enquanto suas mãos descansavam entre os joelhos.
— Onde está o Anthony? — Ele perguntou, ignorando
completamente o seu prato. Da forma como ela estava tensa, ele sabia
que tinha adivinhado corretamente. Seu irmão mais novo sempre estava
causando algum tipo de problema.
— Seu irmão deve estar aqui em breve.
Ela passou uma mão sobre os seus cabelos ruivos uma vez
brilhantes, que agora eram maçantes e finos. A inquietação disse a
Colton que a sua suposição anterior sobre o seu irmão tinha sido exata.
Sua mãe sempre ficava inquieta quando Anthony estava em apuros Ela
remexeu-se no seu assento, olhando em direção ao balcão, evitando o
olhar dele.
— O que ele fez agora? — Perguntou-lhe, inseguro se ele
realmente queria saber. Seu pai tinha sido morto quando Colton tinha
sete anos e Anthony três. Ao longo dos anos Colton tinha ajudado a criar
o seu irmão mais novo, mas Anthony tinha uma propensão não só para
arranjar problemas, mas um talento especial para esconder a merda
obscura que fazia. Ele era um mestre em encobrir a sua bunda.
Colton tentou endireitar Anthony, mas nada funcionou por muito
tempo. Ele conseguiu um trabalho para Anthony e o seu irmão perdeu.
Ele emprestou dinheiro ao seu irmão uma vez para começar um negócio,
mas Anthony jogou tudo fora.
Colton não tinha certeza de onde ele tinha errado, mas algo
estava seriamente fodido na cabeça do seu irmão.
Pelo jeito que a sua mãe torcia as mãos no colo, Colton sabia
que Anthony tinha realmente estragado tudo desta vez.
— O que ele fez? — Ele repetiu.
— Ele diz que não foi culpa dele. — Ela disse com lágrimas nos
olhos e a voz tensa. Olhos azuis imploravam a ele. — Você tem que falar
com ele, Colton. Ele te ouve.
Anthony não dava ouvidos a ninguém, mas Colton não discutiu
com ela.
— O que. É. Que ele. Fez?
Ela mordeu o lábio inferior e olhou para longe.
— Ele disse que estava indo a mercearia Galati ontem à noite,
quando três leopardos o atacaram. Foi legítima defesa.
Colton tinha medo de fazer a próxima pergunta, mas já sabia a
resposta.
— Ele matou algum deles?
— Não foi culpa dele!
Lidar com um irmão rebelde tinha sido ruim o suficiente. A mãe
dele sempre tinha inventado desculpas para Anthony. Tanto quanto ele a
amava, ela era omissa em relação ao irmão.
— Ele matou alguém? — Colton perguntou um pouco mais
firme.
Lágrimas escorreram dos seus olhos quando ela assentiu com a
cabeça.
— Todos os três. Você tem que tirá-lo disso.
Ela saltou da mesa e apertou o braço firmemente. Havia pânico
e um pouco de histeria na voz dela.
— Promete-me, Colton. Prometa que você vai ajudá-lo a sair
dessa situação.
Se ele prometesse, então Colton teria que manter a sua palavra.
Ele era um homem de honra. Ele mantinha suas promessas. Ela estava
colocando-o em uma situação muito difícil.
Ele fechou os olhos enquanto seu peito apertava com força.
Apesar de todos os problemas em que o seu irmão tinha entrado Colton
realmente amava o cara, mas ele não podia ajudar Anthony dessa vez.
Ele tinha assinado à sua sentença de morte.
— Promete-me! — Ela levantou sua mão frágil e ele deu-lhe um
tapa na cara. — Seu pai gostaria que cuidasse dele. Não pode tirá-lo de
mim!
Colton apertou os dentes. Era sempre sobre Anthony. Nunca
tinha mostrado interesse no que ele fez, a menos que ela precisasse da
sua ajuda. Como agora. Ele amava sua mãe, mas uma parte dele se
ressentia dela.
Ela também era a única pessoa no planeta que poderia levantar
a mão para ele. Se alguém mais fizesse isso estaria morto.
Maldito seja. Ele não podia recusá-la, não quando ela parecia
que iria desmoronar a qualquer segundo. Colton sempre cedeu às
exigências da sua mãe. Ele nunca foi capaz de dizer não para ela, mas
desta vez essa fraqueza poderia matá-lo.
— Prometa-me. — Ela sussurrou.
Rangendo os dentes até ele se preocupar que eles iriam
quebrar, Colton assentiu com a cabeça.
— Eu prometo.
Capítulo Dois
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Quando Matt não voltou depois de uma hora, Jason foi para o
andar de baixo. Todos pareciam ter desaparecido. Ele não estava
disposto a ficar sentado e pensar na loucura em que ele tinha caído.
Precisava trabalhar um turno completo para resolver as coisas na sua
cabeça.
Ele saiu pela porta da frente. Levou uma hora inteira para ir do
Matt até o Grizzly. Suas pernas doíam e os seus pés pareciam que iam
cair no momento em que ele chegou. Não ajudou o fato de ter corrido a
maior parte do caminho com medo de que Bael aparecesse e tentasse
sequestrá-lo em plena luz do dia.
— Ei, Bo, — ele disse para o jacaré residente que estava a seis
metros da porta da lanchonete. O maldito tinha pelo menos dois metros
de comprimento e tinha a maior boca que Jason já tinha visto em um,
não que tivesse visto muitos jacarés nos dois meses em que esteve em
Mercury. Mas Jason jurou que era o maior, no entanto.
No seu primeiro dia no Grizzly, seu chefe, Devin LaSalle,
assegurou que Bo era inofensivo. Sim, inofensivo com uma boca cheia
de dentes afiados e capaz de um papel da morte. Ele não se importava
com o que alguém dizia. Jason manteve uma boa distância da criatura
toda vez que via a coisa.
Jason olhou ao redor assim que entrou na lanchonete. Viu Devin
e tentou imaginar seu chefe se transformando em um urso. Não pôde.
Era como esperar que uma gota de água se transformasse em Netuno,
totalmente impossível. Ainda assim, tinha todos os motivos para
acreditar no que Matt havia dito, embora Jason não tivesse certeza se
realmente queria que Darius provasse o que ele era.
Definitivamente não.
Assim que Devin avistou Jason, avançou na sua direção. Parecia
um homem em uma missão, e Jason estava meio tentado a virar e sair
correndo pela porta. Não fez nada de errado, mas o olhar no rosto de
Devin assustou-o.
— Me surpreenda dizendo por que você está aqui?
Agora que Jason sabia a verdade, o cara meio que o lembrava
de um urso. Ele era um homem grande e corpulento, com tatuagens e
uma cabeça cheia de cabelos ruivos. Parecia tão rude quanto um urso e
tão durão quanto um motoqueiro.
— Eu pensei que eu trabalhava aqui, — disse Jason.
— Você sabe exatamente o que eu quero dizer.
Devin apontou para a cozinha e Jason foi sem discussão. Assim
que passaram a porta, Devin se aproximou dele.
— Se Matt descobrir que você saiu de casa, vai cagar gatinhos.
Agora essa era uma imagem que Jason poderia ficar sem.
— Então, você está me demitindo?
— Eu não estou te demitindo.
Parecendo exasperado, Devin passou a mão pelo queixo.
— Ninguém sabe quem é Bael. Não é seguro para você estar
aqui.
— E é seguro para mim estar em uma casa vazia? — Jason
atirou de volta. — O cara pode aparecer do nada. O que o impede de
aparecer no Matt?
Devin abriu a boca e depois fechou. Ele rosnou para Jason.
— Tudo bem, mas você fica grudado ao lado de Darius. Só
porque a maioria das pessoas na lanchonete é um shifter não significa
que você está cem por cento seguro.
Jason cutucou Devin no peito.
— Você pode realmente se transformar em um urso?
O pessoal da cozinha olhou na sua direção, mas desde que
Devin foi quem mencionou Bael pelo nome, Jason teve a sensação de
que o pessoal da cozinha ou era shifters ou sabia sobre eles.
— Não me tente, filho.
Devin bateu a palma da mão na porta enquanto saía da cozinha.
Jason entrou e seguiu. Deslizou para trás do bar, onde Darius estava
conversando com alguns dos clientes. Piscou para Jason quando ele o
notou.
— Você cheira como se tivesse sido mergulhado em um barril
de cheiro de Matt. Te disse para experimentar um urso.
Darius passou pelo seu caminho.
— Você só tinha que ir e ficar com um lobo.
Ele mexeu as sobrancelhas.
— Ursos são melhores amantes, cher.
Jason franziu o nariz.
— Você usa essa cantada em todo mundo?
O urso deu-lhe um sorriso largo e brincalhão.
— E isso funciona toda vez.
Ter familiaridade em torno dele fez Jason se sentir um pouco
melhor, como se pudesse lidar com a verdade sem enlouquecer.
— É por isso que você estava agindo de forma estranha ontem
à noite?
— Eu ouvi você conversando com Benjamin. Se você fosse
fazer sexo rebote, eu estava oferecendo meus serviços. — Ele deu um
longo suspiro. — Mas você foi e acasalou com Matt, então eu vou ter que
encontrar alguém que queira um urso.
— Espere, — disse Jason. — Eu estava do outro lado da sala.
Como você ouviu a minha conversa?
Darius bateu em uma das suas orelhas.
— Audição Shifter. É superior a sua.
Jason pensou em todas as conversas que teve com Benjamin
nos últimos dois meses. Queria que o chão se abrisse para poder engoli-
lo.
O largo sorriso de Darius dizia que sabia exatamente o que
Jason estava pensando. Jason deu um soco no braço dele. Foi como
bater em uma parede de tijolos.
— Você poderia ter me avisado.
Darius esfregou o braço como se Jason o tivesse machucado.
— Você não estava autorizado a saber.
— Tudo bem, — disse Jason. — A próxima pessoa que me
perguntar se você é solteiro, vou dizer que você é eunuco.
— Isso é apenas frio.
Darius deixou Jason para anotar os pedidos.
— O que é frio?
Ele se virou para ver Dustin logo atrás dele, um sorriso curioso
no rosto. Jason gostava do cara. Dustin estava lá a mais tempo do que
ele e fez Jason se sentir em casa quando começou no Grizzly. Dustin
tinha a altura e o corpo de Jason, mas seus olhos eram da cor de
chocolate e o seu cabelo era vermelho como fogo. Olhando Dustin, Jason
se perguntou se ele era shifter ou humano.
— O Coração de Darius, — respondeu Jason.
Dustin deu uma risadinha.
— Um bom.
Eles bateram os punhos antes que Jason agarrasse seu avental
e o bloco de pedidos. Olhou para cada pessoa de quem recebia um
pedido, imaginando a mesma coisa que tinha sobre Dustin. Jason deu
uma olhada no Sr. McCray, que trabalhava na madeireira, o Sr. Bennett,
dono da estação Abasteça e vá, e gritou com os adolescentes quando
três ou mais pessoas chegavam ao mesmo tempo. Lafayette, que
trabalhava na lavanderia - que tinha um problema com bebida que
ninguém falava, mas todos sabiam sobre o assunto - e todos os outros
que vieram para o Grizzly ficaram sob o seu escrutínio, para não
mencionar a equipe.
— Você vai parar com isso? — Dustin disse quando ele parou
Jason atrás do bar. — Você vai adquirir uma enxaqueca.
— Parar o que? — Jason não tinha certeza se Dustin sabia
sobre shifters e ele não ia quebrar a sua promessa para Matt.
— Você tem olhado para todos como se eles fossem um
suspeito de assassinato. Você está deixando-os desconfortáveis. —
Dustin deixou cair a mão no quadril quando baixou a voz até um
sussurro. — Esta é Mercury. É uma cidade pequena, e nossa população
shifter não é tão grande quanto em outros lugares. A notícia se espalha
como um incêndio por essas partes. Eu sei que Matt é seu companheiro,
que ele e os seus homens estão procurando por Colton agora, e que a
Sra. Tansy, que trabalha na Quick Pick, não é uma loira natural.
Jason balançou a cabeça em descrença absoluta.
— Eu estou nesta cidade há dois meses e não conheço
nenhuma das fofocas.
Dustin deu-lhe um sorriso brilhante.
— Tudo o que você precisa fazer é me perguntar e eu posso te
dizer o que é o quê.
— Que tipo de shifter é você?
— Leopardo, — disse Dustin com orgulho. — Eu não gostava de
trabalhar no Lounge, onde toda vez que eu me virava, minha bunda
estava recebendo um tapinha. Devin falou com o meu alfa, que me
permitiu trabalhar aqui.
Jason passara pelo Leopard Lounge centenas de vezes e nunca
suspeitara de nada.
— Ele também tem um tio que acha que ainda estamos nos
anos 60, — disse Darius ao se juntar a eles.
— Só porque Leo se veste como um hippie não significa que ele
é desequilibrado, — argumentou Dustin.
Leo, o leopardo. Jason tentou não sorrir. Ele sabia que vir para o
trabalho levantaria o seu ânimo e o ajudaria a lidar com a sua situação.
Embora seus olhos tivessem sido abertos, seus amigos ainda agiam
como eles mesmos, e isso o ajudava a aceitar o que acabara de
aprender.
— Ele ainda dirige aquela maldita van da VW que está pintada
com sinais de paz, — Darius disse com um tremor. — Essa coisa está tão
enferrujada que é unida por fita adesiva. Toda vez que eu o vejo, fico
tentado a parar a Máquina Misteriosa e dar a ele um lanche Scooby.
— Como chegamos ao assunto do meu tio quando eu e Jason
estávamos falando. — Dustin franziu a testa ao olhar para Jason. —
Sobre o que estávamos falando?
— Sobre nos tornarmos escassos, — disse Darius. Seu olhar
disparou para a porta, fazendo Jason se virar.
Matt, Nick e Rio entraram na lanchonete. Os olhos de Matt
brilhavam de fúria. Jason foi pego de surpresa pelo fato do seu corpo
ansiar por se aproximar de Matt. Ele queria estar envolto no braço de
Matt, para ser acariciado e beijado.
Talvez eu seja a pessoa desequilibrada.
— Você está por sua conta.
Dustin girou e foi embora quando Darius se moveu para a
extremidade mais distante do bar para receber pedidos.
Nick e Rio sentaram-se em uma das mesas de madeira, e os
olhos de Matt nunca saíram de Jason enquanto ele olhava para o bar. Os
homens que estavam sentados nas banquetas pegaram suas bebidas e
se espalharam, deixando Jason para lidar com um lobo chateado
sozinho. Não que eles teriam ajudado de qualquer maneira.
Matt bateu as duas mãos no balcão enquanto se inclinava para
perto, com o rosto uma máscara de raiva.
— Você tem cinco segundos para me dizer por que você saiu de
casa.
Jason endireitou os ombros, embora estivesse tremendo por
dentro.
— Eu tenho um emprego, — disse ele, orgulhoso da sua voz
firme. — Além disso, eu não sou seu prisioneiro, e você não me disse
que eu não poderia sair.
— Fora. Agora. — Matt se virou e saiu.
Jason olhou para os clientes, que rapidamente desviaram o
olhar, como se não estivessem ouvindo o tempo todo.
— Você pode querer ir antes de Matt voltar aqui e jogar você
por cima do ombro dele, — disse Darius.
Rangendo os dentes, Jason saiu de trás do bar e foi para o lado
de fora, a porta de tela se fechou atrás dele. Matt estava encostado no
seu Hummer, com os braços cruzados sobre o peito, parecendo furioso.
Jason contornou Bo, que simplesmente ficou ali olhando para
ele com um leve interesse.
— Deixe-me adivinhar, Devin ligou para você.
Jason ia chutar o seu chefe nas bolas.
— O que você esperava que ele fizesse? — Matt perguntou. —
Bael não deve ser tomado subestimado.
Jason foi até a mesa de piquenique e sentou nela.
— E eu não pedi para ser puxado para este mundo louco.
Desculpe por querer me cercar de normalidade para lidar com as coisas.
— Eu não estou tão bravo porque você veio trabalhar como eu
estou por você ter vindo a pé até aqui.
— Desde que eu não tenho um carro e a capacidade de
aparecer em lugares é perdida em mim, andar era a minha única opção.
Jason não iria se desculpar por sua decisão. Estar confinado na
casa de Matt não era uma opção. Ficaria agitado se tivesse que ficar lá
vinte e quatro por sete.
Matt tinha uma bela casa, mas Jason não era influenciado pelo
dinheiro de outras pessoas. Gostava das coisas mais simples da vida
como amigos e se divertir.
Viajou para o sul da Louisiana a partir de Minneapolis para
cuidar de um tio doente que morreu dois dias depois da chegada de
Jason. Se apaixonou pela pequena cidade e decidiu ficar. Não tinha outra
família e Mercury o fez se sentir bem-vindo.
Agora não tinha certeza se tomara a decisão certa. Tinha
trocado uma vida solitária por alguém cheio de perigos que nunca soube
que existiam. Mas era ruim assim? Ele tinha bons amigos e um homem
que o queria por mais do que sexo.
Matt se afastou do seu Hummer e se estabeleceu ao lado de
Jason.
— Você sabe há quanto tempo eu procurava alguém com quem
eu pudesse me relacionar? Eu não vou deixar você nos colocando em
risco porque você é muito teimoso para perceber os perigos ao seu
redor.
Jason passou a mão pelos cabelos.
— Nas últimas vinte e quatro horas eu aprendi que shifters,
demônios e vampiros existem. Eu tive um demônio de repente
aparecendo no meu apartamento, e eu descobri que estou acasalado
com um lobo. Eu acho que posso tentar lidar com isso da melhor
maneira possível.
Matt puxou Jason até que ele escorregou da mesa e ficou entre
as pernas do homem. Matt curvou a mão ao redor da bochecha de
Jason.
— Você sabe o quanto você significa para mim?
— Não, — ele respondeu honestamente enquanto arrastava a
terra com o sapato. Embora eles tivessem apenas dormido juntos na
noite passada, Jason sentiu uma conexão estranha com o lobo, como se
conhecesse Matt para sempre.
— Você sente isso. A conexão entre companheiros.
Matt pressionou a mão no peito de Jason, bem em cima do
coração dele. Seus dedos eram quentes e fortes e ele estava certo. Jason
sentia isso, mas o pensamento de se abrir assim assustou o inferno fora
dele. É verdade que estava procurando alguém disposto a confiar, mas
agora que tinha essa chance, Deus... era tão assustador. Seu coração
batia acelerado no seu peito, deixando Matt saber exatamente como o
homem o afetava.
— Ou isso ou azia, — disse ele enquanto corava.
Matt sacudiu a cabeça enquanto sorria. Era o sorriso mais
inocente e sedutor que Jason já vira, e sentiu-se escorregando para ele.
— Eu acho que você vai se ajustar sem muito problema.
Ele se levantou, inclinando a cabeça de Jason para trás.
Jason olhou nos intensos olhos cinzentos de Matt, sentindo
como se estivesse caindo neles. Suas palmas ficaram molhadas, sua
garganta seca. Mal podia respirar.
Matt baixou a cabeça, mas parou a centímetros de distância. O
sorriso torto que deu a Jason foi tão maravilhoso. Foi um daqueles
sorrisos que dizia olá, e Jason se viu sorrindo também.
— Você pode fazer isso, — disse Matt. — Eu tenho toda a fé no
mundo, você vai ficar bem.
Jason respirou bruscamente pouco antes de Matt beijá-lo. Seus
lábios se tocaram, lentos, doces e macios. Jason se inclinou para Matt,
sentindo como se estivesse sendo derrubado. O braço de Matt deslizou
ao redor dele e a sua mão roçou as suas costas.
Quando eles se separaram, algo dentro de Jason protestou.
— Eu tenho que voltar a procurar por Colton. Fique aqui, eu
venho buscá-lo depois do trabalho.
Matt o beijou rapidamente antes de recuar. Jason ansiava por
fechar a distância. Deus, o que havia de errado com ele? Queria Matt
com uma necessidade que beirava a insanidade.
Jason assentiu antes de seguir Matt de volta para dentro,
incapaz de parar de sorrir. Se sentiu como se estivesse andando em uma
nuvem. Isso soava brega como o inferno, mas mesmo assim era
verdade. Jason mordeu o lábio inferior, tentando o seu melhor para
impedir que o sorriso se alargasse.
Matt piscou para ele antes de sair da lanchonete com Rio e Nick.
Tudo dentro de Jason parecia leve. Se virou para ver Dustin sorrindo
como um pateta. O cara deu a Jason um sinal de positivo. Jason
balançou a cabeça enquanto se lançava no seu trabalho.
A noite voou. Quando foi para a cozinha para o relógio, viu dois
sacos de lixo ao lado da porta dos fundos.
Olhou em volta para o pessoal da cozinha, mas não os viu em
nenhum lugar. Tirar o lixo não era seu trabalho, mas como já estava na
porta dos fundos, pegou os sacos e saiu. Assim que jogou no lixo, sentiu
alguém atrás dele.
Jason se virou e viu o cara do seu apartamento.
Bael
Recuou em passos rápidos e bruscos, colidindo na lixeira antes
que girasse e saísse na direção do final do prédio.
Antes que pudesse gritar por ajuda, algo apertou dolorosamente
ao redor da sua garganta. A pressão aumentou até ele lutar para
respirar. Arranhou sua pele, lutando para aliviar a pressão. Sentiu como
se uma mão estivesse envolvida em torno dele, mas nada estava lá,
como se o demônio estivesse sufocando Jason com a sua mente.
Um terror total tomou conta dele quando o corpo dele voltou
para o demônio. Chutou e balançou os punhos no ar, mas não havia
nada sólido com que pudesse lutar. Quando se aproximou da lixeira,
Jason se agarrou, desesperado para não chegar perto do demônio, mas
foi puxado com mais força e perdeu o controle. Caiu de costas enquanto
estava sendo puxado para mais perto.
Ia morrer. Bael ia matá-lo. Jason chutou os pés para fora,
tentando parar o impulso enquanto continuava a agarrar o seu pescoço,
desesperado por ar e para não chegar mais perto. Tentou gritar por
ajuda, mas suas vias aéreas foi cortada.
Ele finalmente parou e a pressão no pescoço desapareceu. Sua
garganta parecia que estava em chamas quando inalou uma lufada de ar.
Seus olhos lacrimejaram quando tossiu incontrolavelmente. Jason rolou
para o lado, sentindo que vomitaria.
Bael se aproximou. Abaixou-se em um joelho, apoiando os
braços no joelho dobrado. Inclinando-se, ele cheirou Jason. Seus lábios
se curvaram no sorriso mais maligno que Jason já tinha visto.
— Eu posso sentir o cheiro dele em cima de você.
A mente de Jason estava em um turbilhão. Queria correr o mais
rápido e longe deste homem quanto possível, mas em vez disso, estava
deitado no chão tremendo tanto que os seus músculos se contraíram.
— Foda-se. Você. — Sua garganta doeu enquanto falava. Não
tinha certeza porque estava sendo tão corajoso quando o demônio
assustou o inferno fora dele. A única coisa que sabia com certeza era o
fato de que esse estranho pretendia machucá-lo da pior maneira
possível. Viu a promessa de dor nos olhos de Bael.
— Eu tenho medo que você seja a pessoa que está fodida.
O homem se levantou e olhou para ele.
— Ele deveria saber melhor do que deixar para trás uma moeda
de barganha.
A mente de Jason girou mais uma vez. Uma moeda de barganha
para o que?
— Os vampiros me contrataram para matar Matt e Colton, mas
eu acho que usar você como isca será muito mais divertido.
Seus olhos brilhavam como se estivesse ficando com puro
prazer com o terror de Jason.
— Que vergonha, — o estranho continuou enquanto sua voz
ficava escura e profunda. — Era Matt somente, mas entregou-lhe para
mim, e eu pretendo levar o que não conseguiu proteger.
Jason gritou antes que tudo ficasse preto.
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Onze
Colton dirigiu para casa da sua mãe, ciente de que tinha pouco
tempo antes que o Conselho viesse atrás dele com tudo o que tinham.
Matou Magnus, que não era apenas um líder do coven, mas um mestre
em pessoa.
Fim