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1.

INTRODUÇÃO
O presente trabalho realça sobre a Fisioterapia aplicada a queimadura. É de
salientar que para além do tema central, o meu trabalho vai debruçar-se sobre alguns
subtemas, analisados por mim como sendo de extrema importância para a compreensão do
tema em epígrafe.

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2.OBJECTIVOS
Nenhum pesquisador poderá ter êxitos no seu trabalho, se não traçar as metas a
atingir. Elas constituem um importante suporte da pesquisa.

Assim sendo, para o estudo que pretendemos realizar, formulei os seguintes


objectivos:

2.1. Geral:
 Definir queimaduras.

2.2. Específicos:
 Compreendr a importância da fisioterapia no tratamento de queimadura;
 Falar sobre a classificação da queimadura.

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3.FISIOTERAPIA APLICADA A QUEIMADURA
Queimaduras são lesões traumáticas causadas por agentes térmicos, químicos,
elétricos ou radioativos, causando destruição parcial ou total da pele e seus anexos, podendo
atingir camadas mais profundas, como do tecido celular subcutâneo, músculos, tendões e
ossos1.
As queimaduras podem resultar em deformidades graves, deficiências limitantes e
reações psicológicas adversas, com repercussões sociais que afetam os pacientes e seus
familiares, sendo classificadas quanto à profundidade de primeiro a quarto grau.
A fisioterapia é de extrema importância na reabilitação do paciente queimado,
restabelecendo sua funcionalidade, no que se refere à prevenção e/ou diminuição das sequelas
físicas e motoras que podem ocorrer devido à lesão.
Apesar da notável importância da fisioterapia na atenção ao paciente queimado,
percebe-se uma significativa escassez na literatura quando se trata da atuação da fisioterapia
nestes indivíduos, devido a eventuais perdas amostrais por alta hospitalar, falecimento ou
inconsistência psicoemocional dos pacientes, além das especificações distintas entre os
tratamentos que podem ocorrer pela mudança de profissional durante um mesmo caso.

3.1.Tratamento fisioterapêutico em crianças queimadas


As lesões por queimaduras constituem uma das principais causas de internação no
mundo. Atingindo pessoas de ambos os sexos e de todas as idades, onde as crianças são as
principais vítimas, principalmente de 1 a 5 anos de idade. Pode-se constatar um maior índice
de crianças queimadas devido à idade, onde a criança se torna mais observadora e mais
curiosa sobre a vida a sua volta.
Nos últimos anos tem ocorrido um grande avanço no tratamento das queimaduras,
tanto médico quanto fisioterapêutico, resultando em uma maior sobrevida dos pacientes
internados com queimaduras graves e, o mais importante, uma maior sobrevida com uma
qualidade de vida similar a que ele tinha antes do trauma.
 A pele
A pele é um componente essencial do sistema imune inespecífico, protegendo o
hospedeiro. Logo, tendo a ruptura dessa barreira protetora, o corpo encontra-se com o sistema
imunológico comprometido, podendo levar o paciente a uma infecção (2).
Como se sabe, a pele é o maior órgão do nosso corpo e é constituída por duas
camadas: a derme, que é a camada mais profunda e a epiderme, a camada mais externa e a
qual entra em contato com o ambiente. Pode-se incluir uma terceira camada que, não faz
parte da pele, mas que dependendo do grau da queimadura pode ser envolvida na lesão que é

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a camada subcutânea de células adiposas, a hipoderme, que apenas serve de suporte da pele e
faz a união com os órgãos subjacentes.
Apresenta inúmeras funções dentre as mais importantes estão proteger o organismo
contra a perda de água por evaporação e contra o atrito. Através de suas terminações
nervosas, em contato com o ambiente externo, tem papel importante na regulação da
temperatura corporal.
A epiderme é constituída por um epitélio estratificado, ou seja, apresenta mais de uma
camada de células; pavimentoso, formado por células achatadas, avascular e queratinizado. A
maior parte de suas células são os queratinócitos, seguidos das células de Langerhans, células
de Merkel e melanócitos. A queratina é responsável pela proteção. Na epiderme há duas
camadas importantes para o entendimento da lesão por queimadura, são essas: o estrato
córneo e o estrato granuloso. O estrato córneo é atua com a função de impermeabilidade á
água, dificultando a sua evaporação e, proteção contra infecções. Já o estrato granuloso atua
na retenção hídrica e na regulação térmica. É avascular e seus nutrientes e oxigênio chegam a
ela por difusão a partir dos vasos sanguíneos da derme.
A junção entre a derme e a epiderme se dá através de papilas, dando maior superfície
de contato com a derme e uma maior resistência ao atrito. Essas papilas são mais frequentes
em zonas sujeitas a pressão e ao atrito.
A derme é composta por vasos sanguíneos, estruturas linfáticas, glândulas
sudoríparas, glândulas sebáceas, folículos pilosos e terminações nervosas. A derme é dividida
em duas camadas: a camada papilar, mais superficial e a camada reticular, mais profunda. As
duas camadas possuem fibras elásticas, dando elasticidade à pele.
A hipoderme é constituída por tecido conjuntivo frouxo ou adiposo, unindo a derme
aos órgãos subjacentes. É responsável pelo deslizamento da pele sobre as estruturas na qual
se apoia. Tem como outras funções: reservatório energético, isolante térmico, absorção de
choques e modelar a superfície corporal.
 A queimadura
Mais de dois milhões de pessoas por ano são levadas ao hospital nos Estados Unidos
vítimas de queimaduras. Muitas queimaduras são pequenas e não necessitam de intervenções
mais sérias, porém, 70.000 pessoas são hospitalizadas por causa dessas lesões e cerca de
20.000 têm lesões tão graves a ponto de serem encaminhadas a unidades intensivas de
tratamento (6).
As lesões por queimaduras são a terceira causa de morte acidental em todas as faixas
etárias. A faixa etária mais atingida são crianças de até 5 anos de idade, onde grande parte

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dessa lesão ocorre devido a acidentes domésticos, como: queimaduras por eletricidade, água
fervente em panelas e queimaduras devido às roupas em fogo.
A queimadura são lesões na pele, provocadas geralmente pelo calor ou frio, podendo
também ser provocadas por eletricidade, contato com produtos químicos, radiações e até
fricção. A sua gravidade vai depender do tempo de exposição e do tipo de agente causador,
da extensão e da profundidade da área lesionada pela queimadura.

3.2.Classificação
As queimaduras podem ser classificadas quanto à profundidade, sendo primeiro grau
referente ao acometimento da epiderme, com características de lesão eritematosa, dolorosa e
seca. Já as de segundo grau podem acometer a epiderme e a derme, atingindo até a camada
reticular, com destruição de receptores periféricos, deixando a ferida indolor, pálida, com
formação de bolhas e potencial de necrose. No tangente às queimaduras de terceiro grau, as
lesões são mais graves e acometem todas as camadas da epiderme e da derme, caracterizada
por perda total da sensação de dor, necrose completa e sem formação de coleções líquidas3.
Além disso, as queimaduras também podem ser classificadas quanto à extensão,
determinada a partir do cálculo da Superfície Corporal Queimada (SCQ), influenciando na
gravidade das lesões quanto maior for a porcentagem do corpo acometida4.
Quando se apresentam em suas formas mais graves, as queimaduras resultam em
degeneração dos mecanismos hepático, endomembranoso e musculoesquelético, gerando
atrofia muscular. Dentre as complicações mais desenvolvidas pelo paciente queimado durante
o período de internação, estão o déficit de funcionalidade, infecção, sepse e complicações
respiratórias e cardiovasculares6, situações que podem resultar em redução considerável da
qualidade de vida do paciente.

3.3.Tratamento fisioterápico
A reabilitação do paciente queimado começa no momento em que o paciente chega ao
hospital, sendo um processo sempre mutável, que é modificado diariamente. Com um
trabalho duro e dedicação ao programa de reabilitação, o paciente queimado pode,
certamente, retornar a uma vida produtiva. Para a maioria dos pacientes, a fase mais difícil de
reabilitação ocorre após o processo de cicatrização das feridas.
Após a avaliação inicial o fisioterapeuta dará início à avaliação da capacidade do
paciente em movimentar-se, e medirá a amplitude de movimentos disponível do paciente.
Durante cada uma das sessões de hidroterapia, é apropriado e necessário utilizar a
flutuabilidade da água para ajudar na manutenção da amplitude de movimentos em cada

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membro e articulação. A água serve para manter a pele úmida que está em processo de
cicatrização.
Enquanto o fisioterapeuta trabalha com o paciente, ele precisa monitorar
continuamente os sinais clínicos do paciente, para que sejam avaliadas as respostas
cardiovasculares e respiratórias ao tratamento.
A avaliação da resistência cardiovascular normalmente não ocorrerá, até que as
feridas tenham cicatrizado. Quando isso ocorrer e o paciente for capaz de andar ou se
exercitar sozinho em uma bicicleta ergométrica, pode ser efetuada uma avaliação por
modificados, por meio de uma bateria de testes monitorada. As cargas devem ser aumentadas
por não mais de um MET de incremento a cada vez, e o período de exercício por carga de
trabalho deve Ter l a 2 minutos de duração.
A área da mão também requer muita avaliação, em pacientes que sofrerem
queimaduras neste órgão. Mãos e dedos perderam os movimentos e as funções rapidamente,
precisam, pois, ser diariamente avaliados para que sejam impedidas outras perdas de
movimentos.
As metas para o tratamento reabilitativo fisioterápico são contingentes com o
prognóstico e potencial do paciente. O fisioterapeuta tem como metas: obter uma limpa ferida
por queimadura, para o desenvolvimento da cicatrização e aplicação de enxerto; manter a
amplitude de movimento; impedir complicações ou reduzir as contraturas cicatriciais;
impedir complicações pulmonares; promover total dependência na deambulação e a
independência das atividades do dia a dia; melhorar a resistência cardiovascular.
O exercício ativo é encorajado em todas as áreas queimadas. O exercício ativo tem
início no primeiro dia. Outras formas de exercício só devem ser utilizadas apenas se a
confusão, dor ou outras complicações impedem o exercício ativo. Todas as articulações
mesmo das regiões não queimadas, devem passar por exercícios ativos de amplitude integral.
Geralmente, a amplitude de movimentos ativos são feitas pelo menos três vezes ao dia. Os
dispositivos resistidos podem ser usados nas áreas que não foram queimadas para a
manutenção da força muscular. Os períodos durante os exercícios na piscina são os melhores
momentos para as sessões mais agressivas, pôr os curativos são retirados e a pele está
húmida. Se o paciente acabou de receber enxerto de pele os exercícios ativos e passivos serão
suspensos por sete a dez dias.
O paciente de queimadura precisará de toda uma vida de exercícios para impedir
contrataras e perdas de movimentos.
O paciente queimado perde grande quantidade de massa corporal. O exercício pode
lançar mão de dispositivos de treinamento de exercícios e do incremento da força, mas eles

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podem depender de modificações, com base no estágio do paciente e no estágio de
cicatrização das feridas.
O paciente deve ser encorajado a iniciar exercícios ativos que enfatizarão o sistema
cardiovascular, como andar desde a unidade de queimadura até a unidade de fisioterapia,
andar na bicicleta ergométrica, entre outros. Estes exercícios não só atuarão no sistema
cardiovascular como irão aumentar a amplitude de movimento das extremidades.

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4.CONCLUSÃO
A queimadura pode ser entendida como uma lesão tecidual traumática provocada por
agentes provenientes de fontes químicas, térmicas, elétricas, radioativas e/ou por contato,
com predomínio de acometimento domiciliar.

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5.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Santana, Victor Bruno Rodrigues Lopes.  Perfil Epidemiológico de crianças
vítimas de queimaduras no Município de Niterói – RJ.  Revista Brasileira de
Queimaduras. 2010, 9 (4): 136-139.
2. Carneiro, José; Junqueira, L. C. Histologia Básica 11 edição. Editora Guanabra
Koogan, 2008.
3. Harrison, T. R. Medicina Interna, Volume I, 15 edição. Editora Mc Graw Hill,
2002.
4. Azulay, R.D. Dermatologia.  4a edição. Rio de Janeiro. Editora Guanabara
Koogan, 2006.
5. Guirro, Elaine; Guirro, Rinaldo. Fisioterapia Dermato-funcional, Capítulo19,
Queimaduras, 3a edição. Editora Manole, 2004.
6. Maciel, E.; Serra, M.C. Tratado de queimaduras.  São Paulo. Editora Atheneu,
2004.

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ÍNDICE

1.INTRODUÇÃO......................................................................................................................1

2.OBJECTIVOS.........................................................................................................................2

2.1. Geral:...............................................................................................................................2

2.2. Específicos:......................................................................................................................2

3.FISIOTERAPIA APLICADA A QUEIMADURA................................................................3

3.1.Tratamento fisioterapêutico em crianças queimadas........................................................3

3.2.Classificação.....................................................................................................................5

3.3.Tratamento fisioterápico...................................................................................................5

4.CONCLUSÃO........................................................................................................................8

5.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................9

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