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Escola de Material Bélico Pistolas 9 M975 “Beretta” e PT-92 TAURUS

ARMAMENTO LEVE
PISTOLAS 9 M975 “Beretta” e PT-92 Taurus

I-APRESENTAÇÃO

As pistolas 9 M975 “Beretta” e PT-92 “Taurus”, calibre 9mm x 19 mm “parabellum”, são


armas de tiro semi-automático, com trancamento através de um bloco oscilante em vertical e com des-
bloqueio mediante o recuo do cano. Tal característica apresenta, entre outras, a notável vantagem de
uma sensível redução de velocidade de retrocesso da massa recuante, com conseqüente diminuição do
solavanco da arma durante o disparo.
Construída com a utilização de aços e ligas especiais, as pistolas 9 M975 “Beretta” e PT-92
Taurus, não obstante seu peso limitado de 0,950 Kg, foi projetada para usar cartuchos 9mm “parabel-
lum”. Em condições normais de ação, a velocidade inicial e a correspondente energia cinética do pro-
jetil, proporcionam um alto poder de impacto em disparos de até 150/200 metros de distância. As pis-
tolas apresentam ainda as seguintes características:
 Sistema de dupla ação
Este sistema, pelo simples acionamento do dedo no gatilho, possibilita uma maior rapi-
dez de manuseio, mesmo com o cão desarmado.

 Carregador bifilar
Com capacidade para 15 cartuchos, tem o mesmo comprimento de um carregador tradi-
cional, permitindo praticamente duplicar a autonomia de fogo da arma.

 Indicador de cartucho na câmara


Quando o mesmo estiver alojado na câmara, a extremidade do extrator fica saliente, re-
velando uma marca vermelha. Assim, é possível controlar visualmente, ou pelo tato, a
existência de um cartucho na câmara, sem necessidade de recuar o ferrolho.

 Indicador de carregador vazio


Quando o último cartucho ou estojo, for ejetado, a arma, pela ação do retém do ferrolho,
permanece aberta, alertando o atirador acerca do término da disponibilidade do carrega-
dor.

 Dispositivo de desmontagem
Extremamente rápido e simples, foi projetado de tal forma a evitar qualquer desmonta-
gem casual ou involuntária.

II-CARACTERÍSTICAS
1-DESIGNAÇÃO
NEE....................... .......................................1005-1052-800-8
Indicativo militar ...........................................Pst 9 M975 “Beretta”
Nomenclatura ................................................Pistola 9mm Modelo 1975 (Beretta)

NEE....................... .......................................1005-1064-425-0
Indicativo militar ...........................................Pst 9 M975A1
Nomenclatura ................................................Pistola 9mm Modelo 1975A1 (PT-92 Taurus)
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2-CLASSIFICAÇÃO
Quanto ao tipo ...............................................De porte
Quanto ao emprego .......................................Individual
Quanto ao funcionamento. ............................Semi-automático
Quanto ao princípio de funcionamento ........Ação dos gases (curto recuo do cano)
Quanto à refrigeração ....................................A ar

3-ALIMENTAÇÃO
Carregador .....................................................Metálico, tipo cofre
Capacidade ....................................................15 cartuchos + 1
Sentido ...........................................................De baixo para cima

4-RAIAMENTO
Número de raias .............................................6 (seis)
Sentido ..........................................................Da esquerda para a direita

5-APARELHO DE PONTARIA
Alça de mira .................................................Tipo entalhe, retangular
Massa de mira ...............................................Seção retangular

6-DADOS NUMÉRICOS
Calibre ..........................................................9 mm
Peso com carregador vazio ...........................0,950 kg
Peso com carregador cheio ...........................1,137 kg
Peso do carregador vazio ..............................0,094 kg
Peso do carregador cheio ..............................0,282 kg
Comprimento da arma ..................................217 mm
Comprimento do cano ..................................125 mm
Velocidade inicial ........................................401 m/seg
Velocidade teórica de tiro ............................275 tiros por minuto
Velocidade prática de tiro ............................Variável
Alcance máximo ...........................................1.800 m
Alcance de utilização ...................................50 m
Pressão do gatilho (com 2.700 g) .................Não dispara
Pressão do gatilho (com 5.000 g) .................Dispara

III-MEDIDAS PRELIMINARES
1-RETIRAR O CARREGADOR
 Comprimir o retém do carregador, localizado na parte inferior esquerda do punho da arma.

2-VERIFICAR A CÂMARA
 Sem executar o manejo da arma, observar se a extremidade do extrator encontra-se saliente e
destacando-se uma marca vermelha. Em caso positivo, significa que há um cartucho introdu-
zido na câmara da arma.
 Dar dois golpes de segurança, trazendo o ferrolho totalmente à retaguarda e soltando-o.

3-DESENGATILHAR A ARMA.

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IV-DESMONTAGEM DE 10 ESCALÃO
1-RETIRAR O FERROLHO
 Com a mão direita empunhar a arma.
 Com a mão esquerda, segurar a parte superior do ferrolho e comprimir o retém da alavanca de
desmontagem (à direita da arma). Simultaneamente, girar a alavanca de desmontagem de
90o.
 Deslizar o ferrolho para frente, até separá-lo da armação.

2-RETIRAR A HASTE-GUIA E MOLA RECUPERADORA


 Comprimir a haste-guia e mola recuperadora para frente e levantá-las, deixando que a mola se
distenda vagarosamente.

3-RETIRAR O CANO
 Comprimir o mergulhador do bloco de trancamento para frente, até que os ressaltos de tranca-
mento sejam retirados dos seus alojamentos existentes no ferrolho.
 Retirar do interior do ferrolho, o conjunto cano e o bloco de trancamento, levantando a sua
parte posterior.

4-RETIRAR O BLOCO DE TRANCAMENTO


 Segurar o cano com uma das mãos e com a outra levantar a parte posterior do bloco de tranca-
mento retirando-o lateralmente.

5-RETIRAR AS PLACAS DO PUNHO


 Com uma chave de fenda, desatarraxar os parafusos de fixação das placas e retirá-las.

6-DESMONTAGEM DO CARREGADOR
 Com o auxílio de um toca-pino, comprimir o ressalto da placa retém do fundo do carregador,
em seguida deslocar para fora o fundo do carregador. Com o polegar, amparar a placa retém
do fundo do carregador, a fim de evitar uma descompressão violenta da mola. Sairão do inte-
rior do carregador:
 Placa retém do fundo do carregador;
 Mola do carregador e transportador. Bastará separá-los.

V-DESMONTAGEM DE 20 ESCALÃO
7-RETIRAR A ALAVANCA DE DESMONTAGEM
 Com a mão esquerda, pressionar o retém da alavanca de desmontagem. Com a outra mão, girar
para cima (aproximadamente de 20o), a alavanca de desmontagem, puxando-a para fora. Sol-
tar, vagarosamente, o retém da alavanca de desmontagem, tendo o cuidado de evitar que o mes-
mo salte por ação de sua mola. Retirar o retém e sua mola.

8-RETIRAR O RETÉM DO FERROLHO


 Girar a parte posterior do retém do ferrolho para cima, com o dedo polegar esquerdo fixando a
parte anterior do retém. Realizar movimentos oscilatórios no retém do ferrolho, a fim de retirar
o seu eixo da armação. Retirando o retém do ferrolho, a sua mola sairá juntamente com o re-
tém.

Cuidado para que a mola do retém do ferrolho não salte.

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9-RETIRAR O TIRANTE DO GATILHO


 Com a arma apoiada sobre a mão, lado direito voltado para cima, forçar o ramo superior da
mola do tirante do gatilho, baixando-a do seu alojamento. A seguir, com o auxílio de uma cha-
ve de fenda, levantar a parte anterior do tirante (na altura do gatilho) e retirá-lo da armação.

10-RETIRAR O GATILHO
 Com um toca-pino, deslocar o eixo do gatilho, da direita para esquerda, retirando-o da arma-
ção. Retirar o gatilho pela parte superior da armação, tendo o cuidado para que não salte a sua
mola.

VI-DESMONTAGEM DE 30 ESCALÃO
11-RETIRAR O PERCUSSOR E O EXTRATOR
 Colocar o ferrolho sobre uma superfície de apoio, com a massa de mira voltada para baixo.
Com um toca-pino, deslocar o eixo do extrator, retirando-o do ferrolho. Retirar lateralmente
o extrator e sua mola e, pela parte posterior do ferrolho, o percussor e sua mola.

Ao retirar o ferrolho da superfície de apoio, cuidado para que as molas do extrator e do


percussor não saltem.

12-RETIRAR O EJETOR
 Apoiar a face esquerda da armação sobre uma superfície plana, em seguida deslocar da di-
reita para a esquerda os pinos do ejetor. Retirar o ejetor da armação.
Esta desmontagem, só é feita em caso de substituição do ejetor.

13-RETIRAR O PINO DO REGISTRO DE SEGURANÇA


 Engatilhar a arma.
 Colocar a armação sobre uma superfície plana, com o punho voltado para cima e sem forçar
o cão.
 Com um toca-pino de diâmetro apropriado, retirar o pino do registro de segurança.

14-RETIRAR O REGISTRO DE SEGURANÇA


 Com a armação apoiada em uma das mãos, registro de segurança voltado para cima, com o
auxílio do polegar e o indicador da mão livre, elevar o registro de segurança e ao mesmo
tempo fazer movimentos oscilatórios e retirá-lo da armação.
Cuidado para que a mola do mergulhador do registro de segurança não salte.

15-RETIRAR O EIXO DO REGISTRO DE SEGURANÇA


 Desengatilhar a arma, empurrando a armadilha para frente e liberando o cão que ficará na
posição avançada.
 Retirar o eixo do registro de segurança da esquerda para direita.
 Para retirar o mergulhador e mola do registro de segurança, bastará colocar a armação com o
punho voltado para baixo.

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16-RETIRAR A ARMADILHA
 Com um toca-pino, deslocar o eixo da armadilha da esquerda para direita, de modo que o
toca-pino fique fixando em seu lugar a mola da armadilha. Em seguida, agindo no olhal da
mola da armadilha, retirá-la da armação. Com o dedo indicador, amparar a armadilha. Em
seguida, girar a parte anterior da armação para baixo e a armadilha cairá por ação da gravi-
dade, sendo retirada da armação com auxílio do dedo indicador.

17-RETIRAR O RETÉM DO CARREGADOR


 Com a armação apoiada sobre uma superfície plana e com o punho voltado para cima, retirar
o pino do retém do carregador. Pelo lado esquerdo da armação, retirar a bucha do retém do
carregador e sua mola, pelo lado direito sairá o retém do carregador.

18-RETIRAR O APOIO DA MOLA DO CÃO


 Apoiar a armação em uma superfície plana, lado direito voltado para cima. Retirar, com au-
xílio de um toca-pino, o pino do apoio da mola do cão, tendo cuidado pois haverá uma dis-
tensão violenta da mola do cão.
 Retirar pela parte inferior do punho da armação, o apoio do cão e a mola do cão.

19-RETIRAR O CÃO
 Com um toca-pino, retirar o eixo do cão. Retirar, em seguida, pela parte superior da armação
o guia da mola do cão.

VII-MONTAGEM DA ARMA
1-MONTAR O CÃO
2-MONTAR O APOIO DA MOLA DO CÃO
 Colocar, em seu lugar o apoio da mola do cão, juntamente com a mola.
 Colocar o punho da armação na posição vertical e fazer coincidir o orifício da armação com
o orifício do apoio, colocando em seguida o pino do apoio.

3-MONTAR O RETÉM DO CARREGADOR.


4-MONTAR A ARMADILHA
 Introduzir o ramo menor da armadilha no seu alojamento (em cima).
 Introduzir o eixo da armadilha da direita para a esquerda.

5-MONTAR O REGISTRO DE SEGURANÇA


 Colocar o eixo do registro de segurança da direita para a esquerda.
 Comprimir o mergulhador e mola do registro de segurança e pressionar o registro de segu-
rança para baixo, encaixando-o em seu eixo.
 Fazer a coincidência do olhal do registro de segurança e olhal do eixo do registro de segu-
rança, colocando o seu pino, batendo-o de cima para baixo.

6-MONTAR O EJETOR
7-MONTAR O PERCUSSOR E O EXTRATOR
 Colocar em seus alojamentos o extrator e o percussor, com suas molas.
 Comprimir o percussor de maneira que coincida o olhal do extrator com o orifício do eixo
do extrator.
 Colocar, de cima para baixo, o eixo do extrator.

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8-MONTAR O CARREGADOR
9-MONTAR O GATILHO
 Colocar, no seu encaixe, a mola do gatilho, ficando o ramo curvo da mola voltado para
cima.
 Introduzir o gatilho e sua mola na armação.
 Colocar o eixo do gatilho da esquerda para a direita.

10-MONTAR O TIRANTE DO GATILHO


 Introduzir parcialmente o eixo do tirante do gatilho no olhal superior do gatilho, em seguida
colocar o ramo curvo da mola para frente do eixo do tirante do gatilho.

11-MOLA DO TIRANTE DO GATILHO


 O ramo maior deve ser introduzido na parte inferior do tirante do gatilho.

12-MONTAR O RETÉM DO FERROLHO


 Colocar a mola do retém com o ramo maior voltado para baixo, introduzindo no seu aloja-
mento na armação.
 Dar um giro no retém para encaixar o seu eixo no orifício da armação.

13-MONTAR O RETÉM DA ALAVANCA DE DESMONTAGEM


 Colocar a mola do retém no seu alojamento na armação.
 Colocar o retém em seu alojamento.

14-MONTAR A ALAVANCA DE DESMONTAGEM


 Comprimir o seu retém e colocar a alavanca.
 Girar o seu ressalto para baixo (posição de desmontagem).

15-MONTAR O BLOCO DE TRANCAMENTO NO CANO


16-MONTAR O CONJUNTO DE TRANCAMENTO NO FERROLHO
17-MONTAR A HASTE-GUIA E MOLA RECUPERADORA
18-MONTAR AS PLACAS DO PUNHO
19-UNIR O CONJUNTO ARMAÇÃO-FERROLHO E BLOCO DE TRANCAMENTO

VIII-FUNCIONAMENTO
O estudo do funcionamento da pistola será realizado considerando-se que já ocorreu o pri-
meiro tiro. Para facilidade de compreensão, vamos analisar o funcionamento considerando dois
processos.

1-PRIMEIRO PROCESSO – POR AÇÃO SIMPLES

RECUO DO FERROLHO
1-Destrancamento
2-Abertura
3-Extração
4-Ejeção
5-Apresentação

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AVANÇO DO FERROLHO
6-Carregamento
7-Fechamento
8-Trancamento
9-Engatilhamento
10-Desengatilhamento
e Percussão

1-Destrancamento
 Os gases, agindo sobre o fundo do culote do estojo, farão com que o ferrolho recue, trazendo
consigo o cano. Com o recuo do ferrolho, o mergulhador do bloco de trancamento se choca no
batente da armação e a parte anterior do mergulhador age na rampa do mergulhador no bloco
de trancamento, abaixando-o. Em conseqüência os ressaltos de trancamento são retirados dos
alojamentos no ferrolho. Neste momento, estarão desengrazados o cano e o ferrolho e os res-
saltos de trancamento estarão em seus alojamentos na armação, havendo portanto o destranca-
mento.

2-Abertura
 Ao desengrazar-se do ferrolho, o cano completou o movimento chamado de "curto recuo". O
ferrolho entretanto continua recuando e se afastando do cano, dando-se a abertura.

3-Extração
 No seu movimento para a retaguarda, o ferrolho, ao deixar de ter contato com o cano, retira da
câmara o estojo por intermédio do extrator, que o está prendendo com a sua garra.

4-Ejeção
 Continuando o ferrolho no seu movimento para a retaguarda, mantendo o estojo ainda preso
pelo extrator, faz com que o culote deste venha a se chocar com o ejetor que se encontra mon-
tado à retaguarda e a esquerda da armação. A violência deste choque vence a ação da garra do
extrator e o estojo é projetado através da janela de ejeção, para fora da arma.

5-Apresentação
 O ferrolho, ao sair de cima do carregador, faz com que este apresente um novo cartucho, que
ficará em condições de ser levado à câmara.

6-Carregamento
 A mola recuperadora que foi comprimida pelo ferrolho, distende-se, levando-o à frente e, ao
encontrar o cartucho apresentado, o ferrolho retira-o do carregador e o introduz na câmara.

7-Fechamento
 Após ter introduzido totalmente o cartucho na câmara, o ferrolho entra em contato com a par-
te posterior do cano, dando-se o fechamento.

8-Trancamento
 Ao entrar em contato com o cano, o ferrolho continua a avançar e o bloco de trancamento
sobe a sua rampa de elevação, introduzindo os ressaltos de trancamento nos seus alojamentos
no ferrolho, o que caracteriza o trancamento da arma.

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9-Engatilhamento
 Quando o ferrolho recua, o cão gira para a retaguarda e comprime a sua mola, através do guia
da mola do cão. O espigão do tirante do gatilho abandona o seu alojamento sendo forçado
para baixo, pela parte inferior do ferrolho. Em conseqüência, o ressalto do tirante do gatilho
sai de cima do ressalto apoio do tirante do gatilho na armadilha e esta volta à sua posição de
repouso, por ação de sua mola. Quando a armadilha volta à sua posição normal, o seu ressalto
apoio do dente do cão é colocado no dente de engatilhamento do cão, prendendo-o à reta-
guarda e dando-se o engatilhamento.
 Nesta situação, será evitado que se faça o tiro de rajada, ainda que o atirador continue a com -
primir a tecla do gatilho. No intervalo compreendido entre o disparo e o recuo do sistema, é
comum o atirador continuar comprimindo a tecla do gatilho. Ao ser relaxada a pressão sobre a
tecla do gatilho, o tirante do gatilho, forçado pela sua mola é obrigado a subir. Em seguida o
ressalto do tirante do gatilho entra em contato com o ressalto apoio do tirante do gatilho na ar-
madilha. Fica, desta forma, a arma pronta para um novo disparo, isto é, engatilhada.

10-Desengatilhamento e percussão
 Quando se comprime a tecla do gatilho, o tirante do gatilho, através da ação do seu ressalto
sobre o ressalto apoio do tirante do gatilho na armadilha, faz com que esta gire para frente e
o seu ressalto apoio do dente do cão (na armadilha), abandone o dente de engatilhamento
do cão, liberando-o. Estando livre, o cão gira violentamente para frente por descompressão
de sua mola. O cão choca-se na cauda do percussor, que avança no seu alojamento compri-
mindo a sua mola, indo sua ponta alojar-se no seu orifício, percutindo a cápsula do cartucho.
Em seguida, o percussor retrai-se por descompressão de sua mola .

2-SEGUNDO PROCESSO – POR AÇÃO DUPLA


 Este processo deverá ser utilizado nos casos de nega ou quando a arma estiver com um car-
tucho na câmara e o cão em sua posição de "repouso", Figs. 1 e 2.
 Neste caso, ao ser comprimida a tecla do gatilho, o ressalto do tirante do gatilho entra em
contato com o apoio do ressalto do tirante do gatilho existente no cão, obrigando-o a girar
para trás.
 Durante este giro, através de seus dentes, o cão afasta de si a armadilha, e comprime sua
mola através do guia da mola do cão.
 No limite máximo do seu giro, o cão estará livre da armadilha e avançará violentamente por
descompressão de sua mola, indo chocar-se na cauda do percussor. Após a execução do pri-
meiro disparo, a seqüência do funcionamento será idêntica à estudada na Ação Simples.

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Em ambos os processos, após o último tiro, a mola do carregador se descomprime, elevando-se.


Em conseqüência, o apoio do dente anterior do retém do ferrolho, eleva-o, e o retém não permi-
te o avanço do ferrolho, ficando a arma aberta.
IX-SEGURANÇAS DA ARMA
Possui a pistola, duas seguranças:

SEGURANÇAS
1-Registro de Segurança
2-Dente de Segurança do Cão

1-REGISTRO DE SEGURANÇA
Situado ao lado posterior esquerdo da armação, trava a arma, imobilizando a armadilha. Esta
segurança garante o travamento da arma durante a execução do tiro, estando engatilhada ou desengati-
lhada.
A) Arma engatilhada: agindo-se no registro de segurança para cima, a sua haste de segurança
coloca-se na parte superior da armadilha. Em conseqüência, a armadilha fica imobilizada não
permitindo que o cão tenha movimentos livres.

B) Arma desengatilhada: agindo-se no registro de segurança para cima, o ressalto do seu eixo
gira para baixo e entra em contato com a cauda do tirante do gatilho, obrigando-o a abaixar.
Neste movimento o ressalto do tirante do gatilho sai do seu alojamento no cão impossibili-
tando o seu giro. Simultaneamente, a haste de segurança atua na armadilha, como no caso
anterior, não permitindo o engatilhamento da arma.

2-DENTE DE SEGURANÇA DO CÃO


Fica situado na parte anterior e superior do cão, imobiliza a armadilha na compressão acidental
do gatilho, desde que não ocorra o engatilhamento da arma.

X-QUADRO DE INCIDENTES DE TIRO

TIPOS DE
CAUSAS CORREÇÕES
INCIDENTES
1-Carregador com mossa ou sujo. O 1-Retirar o carregador da arma e
carregador não entra totalmente executar uma manutenção ade-
FALHA no seu receptor. quada.
NA 2-Retém do carregador com desgaste 2-Desmontar o retém do carregador
ALIMENTAÇÃO ou quebrado. O carregador não e substituí-lo.
poderá ficar fixo no interior do re-
ceptor.
1-Mola do carregador fraca ou defei- 1-Substituir a mola do carregador.
tuosa. O cartucho não fica em
FALHA
condições de ser alcançado pela
NA
parte anterior do ferrolho.
APRESENTAÇÃO
2-Transportador amassado ou defei- 2-Substituir o transportador.
tuoso.

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CONTINUAÇÃO DO QUADRO DE INCIDENTES DE TIRO

TIPOS DE
CAUSAS CORREÇÕES
INCIDENTES
1-Rebarba, sujidade ou corpo estra- 1a)Eliminar a rebarba;
nho na câmara. 1b)Limpeza e lubrificação da câma-
ra;
1c)Remover o corpo estranho.
2-Cartucho amassado ou defeituoso. 2-Substituir a munição.
3-Mola recuperadora defeituosa. O 3-Substituir a mola recuperadora.
FALHA
ferrolho não irá totalmente à fren-
NO
te.
CARREGAMENTO
4-Abas do carregador defeituosas. 4-Substituir o carregador.
Durante a apresentação do cartu-
cho fica com sua ponta demasia-
damente elevada, em conseqüên-
cia não entra na câmara, quando
levado à frente pelo ferrolho.
FALHA NA EJEÇÃO 1-Ejetor gasto ou quebrado. 1-Substituir o ejetor.
FALHA NO
1-Mola do cão fraca ou quebrada 1-Substituir a mola do cão.
DISPARO
1-Munição defeituosa. A cápsula tem 1-Substituir a munição.
NEGA
marca da ponta do percussor.
1-Dente de engatilhamento do cão 1-Substituir o cão.
com desgaste.
2-Mola da armadilha montada in- 2-Montar corretamente.
corretamente.
FALHA 3-Mola da armadilha quebrada. 3-Substituir a mola da armadilha.
NO 4-Apoio para a mola da armadilha 4-Substituir a armadilha.
ENGATILHAMENTO quebrado.
5-Espigão do tirante do gatilho gas- 5-Substituir o tirante.
to. 6-Substituir a armadilha.
6-Ressalto apoio do dente do cão (na
armadilha) gasto.
1-Ressalto do tirante do gatilho gasto 1-Substituir o tirante do gatilho.
ou quebrado.
FALHA 2-Ressalto apoio do tirante do gati- 2-Substituir a armadilha.
NO lho (na armadilha), gasto ou que-
DESENGATILHA- brado.
MENTO 3-Apoio para o ressalto do tirante do 3-Substituir o cão.
gatilho (no cão), gasto (na ação
dupla).
FALHA NA
1-Extrator quebrado ou gasto. 1-Substituir o extrator.
EXTRAÇÃO
FALHA NA 1-Ponta do percussor gasta ou que- 1-Substituir o percussor.
PERCUSSÃO brada.

10 S/S Armamento Leve


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XI-EMPREGO DE CALIBRADORES

1-CALIBRADOR DE CÂMARA (Falso Cartucho) - (B-780 433/3)


Este calibrador, destina-se a controlar o desgaste do alojamento para o cartucho, forma-
do pela composição dos conjuntos cano-ferrolho. É usado da seguinte forma:
 Com a arma montada, retrair o ferrolho até que seja aprisionado pelo retém do ferrolho, fi-
cando em posição aberta.
 Introduzir o calibrador de câmara B-780 433/3, de forma que o mesmo se aloje como se
fosse um cartucho comum (Fig. 3).

 Segurar o ferrolho, e ao mesmo tempo, apertar o retém do ferrolho de forma a liberá-lo,


permitindo um deslocamento suave até que encoste no falso cartucho, sem bater.
 Completada a operação anterior, a arma deverá ficar aberta, isto é, não deverá fechar to-
talmente. Para controle visual, basta verificar a parte traseira do ferrolho que não deverá
concordar com a parte traseira da armação (Fig.4).
 Se a arma fechar totalmente, fica evidenciado que a câmara atingiu a folga máxima admi-
tida para o cartucho e, nesse caso, o cano da arma deverá ser substituído.

2-CALIBRADOR DE AFLORAMENTO DO PERCUSSOR - (B-780 612)


Este calibrador, destina-se a controlar os cursos máximo e mínimo admissíveis para a
ponta do percussor aflorar no fundo do ferrolho, Figs. 5 e 6.

S/S Armamento Leve 11


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É usado da seguinte forma:


 Desmontar o conjunto do ferrolho da arma.
 Posicionar o ferrolho na base “A” do calibrador B780 612, de modo que, as “abas” da
mesma se encaixem no alojamento onde, com a arma montada, é alojado o bloco de tran-
camento (Figs.7 e 8).

 Girar o parafuso “B” pela cabeça recartilhada, avançando o percussor até encontrar uma
resistência positiva (não forçar), formada pelo pino do extrator e pelo extrator (Fig.7).
 Passar o calibrador “C” na ponta do percussor aflorada, conforme indicado nas Figs.9 e
10. O lado do entalhe gravado 2,0 mm deve passar sem interferência, e o lado gravado
1,30 mm não deve passar livremente.
 Caso o afloramento da ponta do percussor esteja fora dos limites controlados pelo calibra-
dor “C”, o percussor deverá ser substituído.

12 S/S Armamento Leve


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3-CALIBRADOR DO DIÂMETRO INTERNO DO CANO - (B-780 613)


Este calibrador, destina-se a controlar o desgaste máximo admissível para o diâmetro in-
terno do cano, seja na boca, seja na parte traseira, junto à câmara. É usado da seguinte forma:
Desmontar o cano do conjunto da arma, limpando-o internamente em toda sua extensão.

1o) CONTROLE DA BOCA


 Introduzir o calibrador B-780 613 pelo lado da boca, sem forçar e observar a posi-
ção da linha de referência “A” na Fig.11, gravada no calibrador.
 Essa linha de referência não deve ultrapassar o plano “b” que passa pela boca da
arma.
 Caso a ultrapassagem do limite acima citado, indica que o cano está com o seu di-
âmetro interno maior que o máximo admissível devendo, em conseqüência, ser
substituído.

2o) CONTROLE DA CÂMARA


 Introduzir o calibrador B-780 613 pelo lado da câmara, sem forçar e observar a
posição da linha de referência “B” na Fig.12, gravada no calibrador.
 Essa linha de referência não deve ultrapassar o plano “a” que passa pela boca da
arma.
 Caso a ultrapassagem do limite acima citado, indica que o cano está com o seu di-
âmetro interno maior que o máximo admissível devendo, em conseqüência, ser
substituído.

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4-FREQUÊNCIA DE UTILIZAÇÃO
A não ser que ocorra algum acidente, ou que outros indícios assim recomendem e
com vistas a assegurar um bom desempenho da arma, ela deve ser controlada através dos cali-
bradores descritos com a seguinte freqüência:
1o controle: após 1000 tiros acumulados;
2o controle: após 2000 tiros acumulados;
3o controle: após 2500 tiros acumulados.
Após o 3o controle, a cada 500 tiros acumulados subsequentes.

5-RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA O MANUSEIO E CONSERVAÇÃO DOS CALI-


BRADORES
1a) Os calibradores são instrumentos de alta precisão. Apesar de serem fabricados com aços
endurecidos, entretanto, estão sujeitos a deformações e desgastes. Assim sendo, devem
ser manuseados com cuidado de forma a evitar quedas, bem como passados nas peças a
controlar sem esforço ou choque.
a
2 ) Para melhor proteção e conservação, os calibradores devem ser mantidos nos estojos de
madeira.
a
3 ) Após o uso, limpá-los com um pano macio ou algodão, embebido em um solvente tal
como tetracloreto de carbono, tricloroetileno ou ainda benzina, protegendo-os em seguida
com vaselina neutra.
a
4 ) Caso sejam pouco usados, a cada 6 meses limpar, inspecionar quanto a um possível ataque
corrosivo e proteger novamente com vaselina neutra.

XII-VISTA SECCIONADA DA PISTOLA

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XIII-VISTA EXPLODIDA DA PISTOLA

XIV-LEGENDA DA VISTA EXPLODIDA DA PISTOLA


1-CANO
2-BLOCO DE TRANCAMENTO
3-MERGULHADOR DO BLOCO DE TRANCAMENTO
4-PINO DO MERGULHADOR DO BLOCO DE TRANCAMENTO
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5-FERROLHO
6-MOLA RECUPERADORA
7-GUIA DA MOLA RECUPERADORA
8-EXTRATOR
9-PINO DO EXTRATOR
10-MOLA DO EXTRATOR
11-BLOCO COM ENTALHE DE MIRA
12-PERCUSSOR
13-MOLA DO PERCUSSOR
14-ARMAÇÃO
15-ALAVANCA DE DESMONTAGEM
16-RETÉM DA ALAVANCA DE DESMONTAGEM
17-MOLA DO RETÉM DA ALAVANCA DE DESMONTAGEM
18-RETÉM DO FERROLHO
19-MOLA DO RETÉM DO FERROLHO
20-GATILHO
21-EIXO DO GATILHO
22-MOLA DO GATILHO
23-TIRANTE DO GATILHO
24-MOLA DO TIRANTE DO GATILHO
25-REGISTRO DE SEGURANÇA
26-PINO DO REGISTRO DE SEGURANÇA
27-MERGULHADOR DO REGISTRO DE SEGURANÇA
28-MOLA DO MERGULHADOR DO REGISTRO DE SEGURANÇA
29-EJETOR
30-PINO DO EJETOR (PAR)
31-BUCHA DO CÃO
32-CÃO
33-EIXO DO REGISTRO DE SEGURANÇA
34-GUIA DA MOLA DO CÃO
35-MOLA DO CÃO
36-APOIO DA MOLA DO CÃO
37-PINO DE APOIO DA MOLA DO CÃO
38-EIXO DA ARMADILHA
39-MOLA DA ARMADILHA
40-ARMADILHA
41-RETÉM DO CARREGADOR
42-MOLA DO RETÉM DO CARREGADOR
43-BUCHA DO RETÉM DO CARREGADOR
44-PINO DO RETÉM DO CARREGADOR
45-BUCHA DA PLACA DO PUNHO (4 PEÇAS)
46-PARAFUSOS DAS PLACAS DO PUNHO (4 PEÇAS)
47-PLACA ESQUERDA DO PUNHO
48-PLACA DIREITA DO PUNHO
49-CORPO DO CARREGADOR
50-TRANSPORTADOR
51-MOLA DO CARREGADOR
52-CHAPA DA MOLA DO CARREGADOR
53-FUNDO DO CARREGADOR

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