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HERMENÊUTICA - CURSO BÁSICO

CAPÍTULO 2

A HISTÓRIA DA INTERPRETAÇÃO
1.1 ETIMOLOGIA DE HERMENÊUTICA

Termo HERMENÊUTICA, oriundo do gr.


“hermeneuein” , quer dizer traduzir,
Interpretar. Correlação com...
...”Oráculo de Delfos”;
...deus Hermes;
...daí a idéia de “transmitir bem a mensagem”
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A hermenêutica, como parte da


teologia “exegética” visa, de uma reta
explanação e interpretação da Bíblia.
Segundo Henry Vikler...
“...hermenêutica é vista como ciência
e arte.

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1.2 EXEGESE JUDAICA ANTIGA


Neemias faz uma interpretação do Pentateuco?
Ver Ne 8.7,9
Observe que ele (junto com Esdras)
“coordena” o movimento.
A exegese judaica se dividia em: LITERAL,
MIDRÁSHICA, PESHER e ALEGÓRICA.
1 - LITERAL – vê o texto em seu sentido “literal”,
ou seja, o que se lê de fato.
2 - MIDRÁSHICA – ênfase na identificação
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significados “ocultos” em detalhes gramaticais.
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1.2 EXEGESE JUDAICA ANTIGA


2 - MIDRÁSHICA – daí o uso das seguintes
regras:
A) Dar significado a textos, frases ou palavras
“sem levar em conta o seu contexto”;
B) Combinar textos, por conter palavras ou frases
semelhantes, desconsiderando a “idéia do texto”;
C) Dar significado interpretativo “maior” do que o
texto apresentava;
D) Faziam “inferência” ao texto por “analogia”.
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1.2 EXEGESE JUDAICA ANTIGA


3 - PESHER – mais do que “interpretação”,
pode ter o sentido de “solução”, onde buscavam
uma resposta as dificuldades encontradas na
leitura de textos tidos como “um tanto
obscuros”.
Logo, segundo o “pesharim”, haviam no texto
bíblico 2 níveis de interpretação: 1º MAIS
BAIXO (DEVIDO CONHECIMENTO LIMITADO)
e 2º MAIS ALTO (ou PROFUNDO, DADO
SOMENTE AOS ESPECIALISTAS “EXEGETAS”).
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1.2 EXEGESE JUDAICA ANTIGA

4 - ALEGÓRICO – Onde consideravam um


sentido para “além do literal” (por trás do que
era lido). Ou seja, algo a mais do que de fato
aparentava o texto em questão.

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A partir do período do Novo Testamento,


passou-se a uma abordagem “distinta” das
Escrituras, muito em função do “centro
geográfico da religião judaica”, e sua
grande influência naqueles dias.
Daí... Judaísmo Helenista (Helênico),
Judaísmo Essênico (comunidade Cunrã)
e Judaísmo Rabínico.

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Judaísmo Helenista (Helênico)


Fortemente influenciado pela “filosofia
grega” (e sua língua). Esse movimento
ganhou grande força a partir de Alexandria,
no Egito, em virtude da comunidade
judaica ali residente.
Caracteriza-se, principalmente, pelo uso do
“método alegórico”, baseado na filosofia de
Platão. Daí a “HARMONIZAÇÃO DAS
ESCRITUAS COM A FILOSOFIA”.
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Judaísmo Essênico (comunidade Cunrã)


Era um “ramo do judaísmo”, formado
pelos Essênios (2º sec. A.C?).
O termo “Essênios”, vem do grego, que
uma ver “traduzido” para o aramaico, quer
dizer “curador” (ou aquele que cura).
Viviam por toda judéia, todavia,
“separados”, vivendo em comunidade,
onde sua maior concetração era nas
cercanias do Mar Morto, na região de
32 Cunrã.
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Judaísmo Essênico (comunidade Cunrã)


(continuação)...contrários ao “sistema
religioso” de Jerusalém, concentrado no
Templo, tido como “apóstata” (subentende-
se o sacerdócio local e sua teologia). Veja
Jo 2.13-16.
Daí a necessidade de uma “nova teologia”?
Tinham rituais de purificação, de se vestir e
de alimentação (?). Deixaram como grande
legado literário: Manuscritos do Mar Morto.
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Judaísmo Rabínico
Centrado em Jerusalém (Templo), tinham
o papel de promover a obediência as
Escrituras Sagradas Hebraicas (Tanak),
principalmente a Torá.
Davam grande ênfase a “tradicação dos
rabinos”...daí a valorização da “tradição
oral”!

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1.3 EXEGESE NA PATRÍSTICA: 100 À 600 D.c.


(ou IGREJA PÓS APOSTÓLICA)

A aplicação exegética deste período e


fortemente marcada, e identificada com o
“método alegórico”, onde visavam a
valorização dos “símbolos” e sua
transmissão de “idéias”. Daí o sentido de
“alegoria” no gr. ser “falar algo mais do
que parece ser”.
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1.3 EXEGESE NA PATRÍSTICA: 100 À 600 D.c.


(ou IGREJA PÓS APOSTÓLICA)
O apóstolo Paulo, quando “necessário”, fazia
uso deste método. Exemplo...
1Co 5.6,7 – “...Não sabeis que um pouco de
fermento faz levedar toda a massa? Alimpai-
vos, pois, do fermento velho...”
Onde...”Fermento” > pecado
e...”Fermento velho” > velha doutrina
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1.3 EXEGESE NA PATRÍSTICA: 100 À 600 D.c.


(ou IGREJA PÓS APOSTÓLICA)
Filo de Alexandria ou Filon de Alexandria
(20 a.C. à 50 d.C.) Tentou uma interpretação do
Antigo Testamento a luz de conceitos filosóficos
e método alegórico.
Clemente de Alexandria
(150 à 215 d.C.) Nascido em Atenas, tentou
conciliar a Fé e a Razão, onde aquela (Fé) é o
34 “critério da verdade”.
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1.3 EXEGESE NA PATRÍSTICA: 100 À 600 D.c.


(ou IGREJA PÓS APOSTÓLICA)
Orígenes
(185 à 254 d.C.) Nascido em Alexandria, no
Egito, foi discípulo e sucessor de Clemente,
sucedendo-o na catequese local. Deixou
grande legado literário e biografico. Foi
acusado de heresia por aplicar métodos
filosóficos e filológicos nas questões teológicas.
Para ele, “cada detalhe na Bíblia tinha um
34 sentido simbólico”.
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1.3 EXEGESE NA PATRÍSTICA: 100 À 600 D.c.


(ou IGREJA PÓS APOSTÓLICA)
Agostinho de Hipona (ou Santo Agostinho)
(354 à 430 d.C.) Um dos mais importantes teólogo
e filósofo dos primeiros século da Igreja. Nascido
em Hipona, na África.
Deixou entre muitas, duas grandes obras:
Cidade de Deus e Confissões.
Agostinho, embora tivesse grande concepção
filosófica-alegórica, passa a percorrer o caminho
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de uma teologia histórica (emoção e história)
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1.3 EXEGESE NA PATRÍSTICA: 100 À 600 D.c.


(ou IGREJA PÓS APOSTÓLICA)
Com Teodóro de Mopsuéstia, a Escola de
Antioquia, passa a desenvolver o princípio da
interpretação histórico-cultural.
Ali, o texto deve ser interpretado segundo as
regras GRAMATICAIS e HISTÓRICAS.
Passa-se então a criticarem a exegese
dogmática e os alegoristas.

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1.4 EXEGESE MEDIEVAL: 600 a 1500 d.C.

Neste período da Idade Média, passa-se a


reeditarem os trabalhos dos Pais da Igreja.
Neste, a interpretação está vinculada a
tradição (?) e ao método alegórico. Os
princípios agostinianos de interpretação era o
que imperava e usavam.

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1.5 EXEGESE da REFORMA: Século XVI.


Partindo de Lutero (1483 a 1546 d.C), a
interpretação da Bíblia é feita através da fé e
iluminação do Espírito Santo.
O “método” agora é o literal e o cristocêntrico
do texto (?).
Daí a valorização da história, gramática e
contexto (bíblico).
Calvino, é outra figura que se destaca neste
período, dizia que “aalegoria era uma
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artimanha de Satanás”
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1.6 EXEGESE da PÓS REFORMA ATÉ OS


DIAS ATUAIS
Atentar para uma nova exege, caracterizada
por quatro momentos distintos (?)...
...Confessionalismo (filho do dogmatismo)...
...Pietismo (valorização do religioso)...
...Liberalismo (?) que prioriza a razão...
...Pós-Modernidade (relativismo).

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Deus abençoe a sua


vida!!!

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