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Universidade Zambeze

Faculdade de Ciências Sociais e Humanidades

Curso de Direito

Cadeira:

Tema:

A separação judicial de pessoas e bens e o princípio da autonomia privada.

Discente:

Docente:

Beira, Setembro de 2021


Índice

1. Introdução 3
2. Delimitação do Tema 4
3. Justificativa 4
4. Objectivos. 5
4.1. Objectivo geral 5
4.2. Objectivos específicos. 5
5. Problematização 5
6. Hipóteses 6
7. Aspectos Metodológicos da pesquisa. 6
7.1. Quanto a forma de abordagem 7
7.2. Quanto aos procedimentos: 7
7.3. Quanto a Técnicas de Pesquisa: 8
8. Evolução da Família. 9
8.1. Direito das famílias 10
8.2. Poder familiar 12
9. Cronograma de actividades. 12
10. Orçamento. 13
11. Bibliografia 14
3

1. Introdução

O presente projecto visa abordar sobre “A separação judicial de pessoas e bens e o princípio da
autonomia privada, partindo do pressuposto de que a família é o elemento fundamental e a base
de toda sociedade, factor de socialização da pessoa humana, enquanto instituição jurídica,
constitui o espaço privilegiado no qual se cria, desenvolve e consolida a personalidade dos seus
membros e onde devem ser cultivados o diálogo e a entreajuda. Por outro lado, a autonomia da
vontade se apresenta sob duas formas distintas, na lição dos dogmatistas modernos, podendo
revestir o aspecto de liberdade de contratar e de liberdade contratual. Liberdade de contratar é a
faculdade de realizar ou não determinado contrato, enquanto a liberdade contratual é a
possibilidade de estabelecer o conteúdo do contrato. A primeira se refere à possibilidade de
realizar ou não um negócio, enquanto a segunda importa na fixação das modalidades de sua
realização.

A separação judicial de pessoas e bens pode ser requerida por um dos cônjuges com fundamento
em algum dos factos referidos no artigo 186 da LF, ou por ambos de comum acordo, no primeiro
caso diz-se litigiosa, no segundo, por mútuo consentimento. Entretanto a separação de pessoas e
bens não dissolve o casamento, relativamente aos bens, a separação produz os mesmos efeitos
que produz a dissolução do casamento. Separação e divórcio são institutos que não se
confundem. Embora distintos, serviam ao mesmo propósito, pôr fim ao casamento a diferença
entre ambos sempre causou alguma perplexidade.

Sendo o casamento é um contrato, não resta outra alternativa que não a defesa de que o divórcio
é um distrato deste contrato especial, cuja vontade de celebrar foi livre, na mais cristalina
manifestação da autonomia da vontade personificada na liberdade contratual, de contratar ou não
contratar. Entretanto, entendido como distrato não pode o divórcio, não deveria sofrer nenhum
condicionamento por parte do Estado, pois que tal interferência com a imposição de condições
de requisitos para a concessão do divórcio, representa ofensa aos princípios da autonomia da
vontade e liberdade contratual. No caso específico dos filhos, não é o facto da concessão do
divórcio ou não que vai afastar os deveres dos progenitores com relação aos filhos. Como já se
defendeu anteriormente, os efeitos do divórcio são como os efeitos do casamento forçosos, mas
não podem ser condição para a decretação do divórcio.
4

2. Delimitação do Tema

Para Lakatos é Marconi (1999:102) "O processo da delimitação do tema só e dado por
terminado quando se faz a delimitação geográfica e espacial do mesmo”. Assim, atendendo e
considerado a abrangência do tema que pode ter com relação ao direito internacional, no que diz
respeito a soberania dos estados, importa referir que a pesquisa será efectuada no sul do
continente africano e na República de Moçambique. E no que diz respeito a abrangência do tema
importa referir que este se enquadra nas matérias relativas á direito da família.

3. Justificativa

O tema que nos propusermos a debater, não se trata da abolição da figura da separação do
ordenamento jurídico Moçambicano, igual como já tem acontecido em outros ordenamentos
jurídico, mas sim de existir a faculdade dos cônjuges no âmbito da autonomia privada poder
optar se entre a figura do divórcio que dissolve o casamento ou da separação que postula como
se o casamento tivesse sido dissolvido, uma vez que este só dissolve-se pela morte de um dos
cônjuges ou pelo divórcio.

O enfoque crucial que terá levado a pesquisar este tema, por que se trata de uma matéria de suma
importância, ora situações decorrentes quotidianamente em virtude no divórcio ou separação
leva-nos a cogitar sobre o princípio da autonomia privada no âmbito dessas duas figuras. Sendo o
Direito da Família é o conjunto de normas que regulam as relações entre os membros da família,
in concreto, é o complexo de normas jurídicas que regulam as relações de casamento (entre
marido e mulher), de filiação (entre pais e filhos), de parentesco (entre os parentes), de
parentesco (entre parentes), de afinidade (entre afins) e de adopção (entre adoptantes e
adoptados), relações estas também chamadas relações intrinsecamente familiares1.’’

O tema é bastante importante uma vez que a separação não é só de bens, mas também de
administrações, manutenção dos bens, mantendo os cônjuges uma quase absoluta liberdade de
administração e disposição dos seus bens próprios, continuando casados apenas cessando alguns
deveres. Desde o direito romano as pessoas são livres para contratar, liberdade que abrange o
1 IBRAIMO, José Abudo. Direito da Familia. Koogan/Houaiss. Maputo. 2005. Pág. 40.
5

direito de contratar se quiserem, com quem quiserem e sobre o que quiserem, ou seja, o direito
de contratar e não contratar, de escolher a pessoa com quem fazê-lo e de estabelecer o conteúdo
do contrato. Neste contexto podemos dizer de forma segura que o princípio da autonomia da
vontade tem por base exactamente a ampla liberdade de contratar, a chamada liberdade
contratual, que se consubstancia precisamente na faculdade que as partes possuem de celebrar ou
não os contratos, sem qualquer interferência do Estado. E para além de ser importante para o
nosso conhecimento, possui um relevância científica, pelo facto de possibilitar a comunidade
científica discutir sobre o divórcio e separação, por outro lado, o tema tem relevância social
associado ao facto deste estudo despertar interesses na sociedade em compreender melhor sobre
o divórcio ou separação, tem uma relevância jurídica, pelo facto de o estudo feito permitir que se
desenvolva e forneça futura doutrina para o Direito da Família.

4. Objectivos.

4.1. Objectivo geral


⮚ Analisar a figura da Separação judicial de pessoas e bens e o Princípio da autonomia
privada.
4.2. Objectivos específicos.
⮚ Compreender a evolução Histórica do Direito da família:
⮚ Descrever o casamento pressuposto e características;
⮚ Discutir sobre o princípio da autonomia privada e a separação judicial de pessoas e bens e
o divórcio.

5. Problematização

Poder familiar aquele exercido pelos entes da família, observando os aspectos a seguir um
conjunto de direitos e obrigações, quanto à pessoa e bens do filho menor não emancipado,
exercido em igualdade de condições por ambos os pais, para que possam desempenhar os
encargos que a norma jurídica lhes impõe, tendo em vista o interesse e a protecção dos filhos.
Levando em conta o princípio da igualdade em relação aos direitos do homem e da mulher, que
molda o cenário de igualdade na condução da família.
6

A figura da separação é sustentada pela necessidade de manter a odiosa identificação de um


culpado pela separação, para quantificação do valor dos alimentos que estaria condicionada à
culpa de quem os pleiteia, e o outro argumento derradeiro de que quer assegurar sobrevida à
separação, a possibilidade da reconciliação, ou seja, havendo arrependimento, não haveria
necessidade de ocorrer novo casamento, que obrigaria à partilha dos bens do casamento anterior
ou até à adopção do regime da separação obrigatória. Conforme o artigo 184 da LF, a
reconciliação dos cônjuges presume-se, se não tiver sido requerida no prazo legal a conversão da
separação judicial de pessoas e bens em divórcio.

Certamente ninguém acredita que alguém vai casar simplesmente porque tenciona se separar ou
divorciar. Ora, com a prerrogativa de optar pelo divórcio ou separação, a tendência é as pessoas
oficializarem suas uniões e não ficar obstaculizado pelos entraves legais à sua dissolução.

Face a essas constatações, uma pergunta de partida se levanta: Até que ponto a figura de
separação coloca em causa a real vontade dos cônjuges em dissolver o casamento no âmbito
do princípio da autonomia privada nos termos do artigo 198 da lei da família?

6. Hipóteses
⮚ Justificar-se-ia a obrigação na lei da família para o caso de dissolução do casamento à
separação, devido a possibilidade da reconciliação dos cônjuges, ou seja, havendo
arrependimento, não haveria necessidade de ocorrer novo casamento, que obrigaria à
partilha dos bens do casamento anterior.

⮚ Se os nubentes possuem autonomia para casar, deveria obrigatoriamente deter autonomia


para dissolver o matrimónio quando quiserem, e não podem a dissolver o casamento nos
termos do artigo 198 da LF sem antes haver a separação.

7. Aspectos Metodológicos da pesquisa. 


O método ‘’é o conjunto das actividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e
economia, permite alcançar o objectivo, conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o
caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista’’2.

2 MARCONI, Marina de Andrade. LAKATOS, Maria Eva. Fundamentos de metodologia científica. 5.a Edição.
Editora atlas. São Paulo. 2003, pág. 83.
7

Contudo, para o decorrer do presente projecto, nos serviremos de uma multiplicidade de


métodos, isto é, de técnicas sequencial para permitir estimar os vários métodos disponíveis, e
avaliar a limitação, nível de implicações da sua utilização. Para melhor explanar e expor o
problema, fundamentar as nossas hipóteses, com vista a atingirmos os objectivos preconizados
com o projecto.

O tipo de investigação é, quanta forma de abordagem, o método indutivo, quanto aos


procedimentos, a hermenêutica jurídica e método comparativo e quanto técnica de pesquisa, a
documentação indirecta que abrange a pesquisa documental.

7.1. Quanto a forma de abordagem

Método indutivo, Para GIL3, ‘’ O método indutivo procede inversamente ao dedutivo: parte do
particular e coloca a generalização como um produto posterior do trabalho de colecta de dados
particulares. De acordo com o raciocínio indutivo, a generalização não deve ser usada
aprioristicamente, mas constatada a partir da observação de casos concretos suficientemente
confirmadores dessa realidade. Assim, teremos como alicerce os pressupostos legais e
doutrinários, que fundamentarão as nossas hipóteses.

7.2. Quanto aos procedimentos:

Constituem etapas mais concretas da investigação, com finalidade mais restrita em termos de
explicação geral dos fenómenos menos abstractos. Pressupõem uma atitude concreta em relação
ao fenómeno e estão limitadas a um domínio particular’’ 4. Portanto nas diversas tipologias para o
presente pesquisa adoptar-se-á: A hermenêutica jurídica.5 E hermenêutica jurídica, que é o ramo
da hermenêutica que se ocupa da interpretação das normas jurídicas, estabelecendo métodos para
a sua compreensão legal6.

3 GIL. Antônio Carlos, Como Elaborar Projetos de Pesquisa, São Paulo, 6ª Edição, Editora Atlas, 2008, pág. 10.
4 LAKATOS. Eva Maria & MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia Científica. São Paulo, 5ͣ
Edição, Editora Atlas, 2003, pág. 221.
5 GIL., op. cit., pág. 16 e 17.
6 MAGALHÃES. Maria da Conceição Ferreira, A Hermenêutica Jurídica. Forense. Rio de Janeiro. 1989, pág. 20.
8

7.3. Quanto a Técnicas de Pesquisa:

São ‘’consideradas um conjunto de preceitos ou processos de que se serve uma ciência, são
também, habilidade para usar estes preceitos ou normas, na obtenção de seus propósitos’’. Para o
presente estudo usaremos a documentação indirecta “que abrange a pesquisa documental e
pesquisa bibliográfica’’7, sendo que a “pesquisa bibliográfica abrange toda bibliografia já tornada
publica8’’ no que concerne ao tema em estudo.

7 LAKATOS. Eva Maria & MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia Científica. São Paulo, 5ͣ
Edição, Editora Atlas, 2003, pág. 222 e ss.
8 Ibid., pág. 184.
9

8. Evolução da Família.

Quando tratamos do poder familiar, é necessário fazermos um retrospecto à antiguidade e, assim,


constatarmos as condições e interferências daquela época. Engels9 em seus comentários sobre
assunto, não define uma época para a formação da família, mas faz uma delimitação de períodos,
a saber: no período pré-histórico a família era conceituada como estado selvagem,
posteriormente barbárie, e civilizada. Em definição estrita segundo os preceitos de podemos
entender que no estado selvagem, o que chamamos de família concentrava-se num período em
que predomina a apropriação de produtos da natureza, prontos a serem utilizados as produções
artificiais do homem são, sobretudo, destinadas a facilitar essa apropriação.

No tocante ao possível surgimento familiar no período que envolve a definição dada pelo autor
como barbárie temos o seguinte pensamento, período em que aparece a criação do gado e a
agricultura, e se aprende a incrementar a produção da natureza por meio do trabalho humano10.
Assim, numa formação já mais civilizada os primórdios familiares estão arraigados ao período
definido como aquele “em que o homem continua aprendendo a elaborar os produtos naturais,
período da indústria propriamente dita e da arte.

O direito e a justiça, na sua busca pela verdade, viraram-se primeiro para o juízo divino, depois
para os testemunhos, em seguida para os documentos e, finalmente, no século XIX, para a
ciência, através das perícias11. O direito e a justiça da família e das crianças não ficaram imunes
ao processo de racionalização e aproximação da verdade processual à verdade material e
objectiva, do facto histórico.

Manter vínculos afectivos não é uma prerrogativa da espécie humana. O acasalamento sempre
existiu entre os seres vivos, seja em decorrência do instinto de perpetuação da espécie, seja pela
verdadeira aversão que todos têm à solidão. Parece que as pessoas só são felizes quando têm
alguém para amar. Mesmo sendo a vida aos pares um fato natural, em que os indivíduos se unem
por uma química biológica, a família é um agrupamento informal, de formação espontânea no
meio social, cuja estruturação se dá através do direito. Não importa a posição que o indivíduo

9 ENGELS, Fredrich. A origem da Família, da propriedade provada e do Estado. 15ªed. Rio de Janeiro: Bertrand
Brasil, 2000.pág 22.
10 Ibidem, pág. 28.
11CASALEIRO, Paula, a regulação do exercício das responsabilidades parentais na ponte entre o direito e outros
saberes. In, Direito da Família-Jurisdição da Família e das Crianças. Centro de Estudos judiciários. 2016. Pág. 57.
10

ocupa na família, ou qual a espécie de grupamento familiar a que ele pertence o que importa é
pertencer ao seu âmago, é estar naquele idealizado lugar onde é possível integrar sentimentos,
esperanças, valores e se sentir, por isso, a caminho da realização de seu projecto de felicidade12.

Como a lei vem sempre depois do fato e procura congelar a realidade, tem um viés conservador.
Mas a realidade se modifica, o que necessariamente acaba se reflectindo na lei. Por isso a família
juridicamente regulada nunca consegue corresponder à família natural, que preexiste ao Estado e
está acima do direito. A família é uma construção cultural. Dispõe de estruturação psíquica, na
qual todos ocupam um lugar, possuem uma função, lugar do pai, lugar da mãe, lugar dos filhos,
sem, entretanto, estarem necessariamente ligados biologicamente13.

É essa estrutura familiar que interessa investigar e preservar, no seu aspecto mais significativo.
Lugar de Afecto e Respeito. A própria organização da sociedade se dá em torno da estrutura
familiar. Foi o intervencionismo estatal que levou à instituição do casamento: nada mais do que
uma convenção social para organizar os vínculos interpessoais. A família formal era uma
invenção demográfica, pois somente ela permitiria à população se multiplicar. A sociedade, em
determinado momento histórico, institui o casamento como regra de conduta14.

8.1. Direito das famílias

Como a linguagem condiciona o pensamento, é necessário subtrair qualquer adjectivação ao


substantivo família e simplesmente falar em famílias. Como refere Jones Figueiredo Alves 15,
apenas uma consoante a mais sintetiza a magnitude das famílias em suas multifacetadas
formatações. Deste modo a expressão direito das famílias é a que melhor a tende à necessidade
de enlaçar, no seu âmbito de protecção, as famílias, todas elas, sem discriminação, tenha a
formação que tiver.

A família é o primeiro agente socializador do ser humano. Somente com a passagem do homem
do estado da natureza para o estado da cultura foi possível a estruturação da família. A primeira
lei de direito das famílias é conhecida como a lei-do-pai, uma exigência da civilização na
12 DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 10ª Edição. Editora Revista dos Tribunais. São Paulo.
2015. Pág. 29.
13 Ibidem, pág. 29.
14 VENOSA, Sílvio, Direito civil: direito de família, pág. 49.
15 ALVES, Jones Figueiredo. Abuso de direito no direito de família, pág. 482.
11

tentativa de reprimir as pulsões e o gozo por meio da supressão dos instintos. A interdição do
incesto funda o psiquismo e simboliza a inserção do ser humano no mundo da cultura. A família
é cantada e decantada como a base da sociedade e, por essa razão, recebe especial a tenção do
Estado. A própria Declaração Universal dos Direitos do Homem estabelece (XVI). A família é o
núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à p rotação da sociedade e do Estado.
Sempre se considerou que a maior missão do Estado é preservar o organismo familiar sobre o
qual repousam suas bases16.

A família é tanto uma estrutura pública como uma relação privada, pois identifica o indivíduo
como integrante do vínculo familiar e também como partícipe do contexto social. O direito das
famílias, por dizer respeito a todos os cidadãos, revela-se como o recorte da vida privada que
mais se presta às expectativas e mais está sujeito a críticas de toda sorte.

O influxo da chamada globalização impõe constante alteração de regras, leis e comportamentos.


No entanto, a mais árdua tarefa é mudar as regras do direito das famílias. Isto porque é o ramo do
direito que diz com a vida das pessoas, seus sentimentos, enfim, com a alma do ser humano. O
legislador não consegue acompanhar a realidade social nem contemplar as inquietações da
família contemporânea. A sociedade evolui, transforma-se, rompe com tradições e amarras, o
que gera a necessidade de oxigenação das leis. A tendência é simplesmente proceder à
actualização normativa, sem absorver o espírito das silenciosas mudanças alcançadas no seio
social, o que fortalece a manutenção da conduta de apego à tradição legalista, moralista e
opressora da lei. Quando se fala de relações afectivas afinal, é disso que trata o direito das
famílias, a missão é muito mais delicada, em face dos reflexos comportamentais que interferem
na própria estrutura da sociedade.

8.2. Poder familiar

16 DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 10ª Edição. Editora Revista dos Tribunais. São Paulo.
2015. Pág. 30.
12

Se entendermos o poder familiar como algo em constante mutação, perceberemos que, ao longo de
toda a história, fora constituído de modificações desde Roma Antiga até suas configurações no
Direito Moderno.

Segundo Akel17, já no Direito Romano, o poder do pai, chamado de pater, era absoluto sobre a
mulher, filhos e os escravos. Era o poder ilimitado, exclusivo e inquestionável de um chefe de
família, actuando também como sacerdote do lar, sendo ainda sobre sua responsabilidade, a religião
doméstica, na intenção de cultuar os antepassados.

Porém o vocábulo Poder Familiar ainda não se encontra totalmente recepcionado por
determinadas legislações estrangeiras, portanto, podendo ser denominado também de “autoridade
parental”. De acordo com Paulo Lôbo, a noção de poder evoca uma espécie de poder físico sobre
a pessoa do outro18. Dessarte é importante mencionar que, a unidade do Poder Familiar sofreu e
continuará a sofrer diversas modificações com o desenvolvimento da humanidade e com passar
do tempo.

Segundo DINIZ19, o Direito de Família é o complexo de normas que regulam a celebração do


casamento, sua validade e os efeitos que dele resultam, as relações pessoais e económicas do
matrimónio, a dissolução deste, a união estável, as relações entre pais e filhos, o vínculo de
parentesco e os institutos complementares da tutela.

9. Cronograma de actividades.

Ano 2021/ 2022

Meses Setembro Outubr Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março


o

Redacção do
projecto de pesquisa

17 AKEL, Ana Carolina Silveira. Guarda compartilhada - Um avanço para a família moderna. Disponível em:
<http://www.ibdfam.org.br/?artigos&artigo=420>. Acesso: 19 de Novembro 2020. Pág. 3.
18 LOBÔ, Paulo. Famílias. São Paulo: Saraiva, 2008, pá.268.
19 DINIZ , Maria Helena. As lacunas no direito. 9. Ed. São Paulo: Saraiva, 2009.Curso de direito civil brasileiro. 8.
ed. São Paulo: Saraiva, 20 1 3. vol. 5 .
13

Submissão do
projecto de pesquisa

Revisão
bibliográfica

Colecta e selecção
de dados

Processamento de
dados

Interpretação e
Análise

Elaboração
preliminar da
monografia

Revisão e redacção
final

Submissão da
monografia

Defesa

10. Orçamento.

ORDEM MATERIAL VALOR METICAIS

1 Fotocópias de obras 300mt

2 Folhas A4 para manuscrito 30mt

3 Impressão e encadernação 600mt

4 Deslocamento 200mt

5 Crédito para internet 200mt


14

TOTAL 1330mt

11. Bibliografia

Ana Carolina Silveira. Guarda compartilhada: um avanço para a família. 2.ed. Atlas, São Paulo.
2010.

Campos, Diogo Leite de, Lições de Direito da Família e das Sucessões, 2ª ed. ver. e atu.
Coimbra: Almedina, 2010.

Campos, Diogo Leite de, Lições de direito de família e das sucessões. 2. ed. Coimbra: Almedina,
2008.

Campos, Diogo Leite: Lições Direito da Família e das Sucessões, Almedina Corte-real, Carlos
Pamplona: Direito da Família e das Sucessões, Vol. II, Lex.

Carbonera, Silvana Maria. Guarda de filhos na família Constitucionalizada. Sérgio António


Fabris Editor, 2000. Porto Alegre.

Casaleiro, Paula, a regulação do exercício das responsabilidades parentais na ponte entre o


direito e outros saberes. In, Direito da Família-Jurisdição da Família e das Crianças. Centro de
Estudos judiciários. 2016.

Coelho, F. M. Pereira, Curso de Direito da Família, Coimbra, 1986.

Dias, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 10ª Edição. Editora Revista dos Tribunais.
São Paulo. 2015.
15

Diniz, Maria Helena. As lacunas no direito. 9. Ed. São Paulo: Saraiva, 2009.Curso de direito
civil brasileiro. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 20 1 3. vol. 5 .

Engels, Fredrich. A origem da Família, da propriedade provada e do Estado. 15ªed. Rio de


Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.

Farias, Cristiano Chaves de. A proclamação da liberdade de permanecer casado.

Farias, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson, Curso de Direito Civil: Direito das
Famílias. 4ª ed., rev., amp. e atu., vol. 6. Salvador: Editora Juspodivm, 2012.

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