Você está na página 1de 10

Índice

Tema..................................................................................................................................3

Delimitação Espacial e Temporal......................................................................................3

Contexto............................................................................................................................3

Justificativa........................................................................................................................4

Problematização................................................................................................................5

Objectivos de Pesquisa......................................................................................................6

Objectivo Geral.................................................................................................................6

Objectivos Específicos......................................................................................................6

Questões de Pesquisa.........................................................................................................6

Hipóteses...........................................................................................................................6

Metodologia de Pesquisa...................................................................................................7

Método de Abordagem......................................................................................................7

Métodos de Procedimento.................................................................................................7

Técnicas de Pesquisa.........................................................................................................7

Fundamentação Teórica e Conceptualização....................................................................8

Quadro Conceptual............................................................................................................9

Resultados Esperados........................................................................................................9

Conclusão........................................................................................................................10

Bibliografia......................................................................................................................11
1. Tema
Impacto das Mudanças Climáticas na Segurança Alimentar dos Estados: Caso de
Moçambique (2012-2019).

1.1.1. Delimitação Espacial e Temporal


A pesquisa terá Moçambique como horizonte espacial e o período de 2012-2019
como horizonte temporal. A escolha de Moçambique como espaço geográfico para a
pesquisa reside no facto deste ser um país cuja maior parte da população depende da
actividade agrícola. No entanto, a localização geográfica de Moçambique o torna num
dos países mais vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas, como a ocorrência de
secas, cheias e sismos colocando em risco a segurança alimentar do país.

A escolha do ano de 2012 como marco inicial para a pesquisa reside no facto de
ser o ano em que Moçambique aprovou a a Estratégia Nacional de Adaptação e
Mitigação de Mudanças Climáticas ENAMMC (2013-2025), um documento com vista a
minimizar os efeitos das mudanças climáticas nos diversos sectores económicos do país.
A escolha do ano de 2019 como marco final da pesquisa reside no facto de ser o ano em
que Moçambique foi assolado pelos ciclones Idai e Kenneth, que causaram a destruição
de grandes quantidades de produção agrícolas estruturas económicas no país.

1.1.2. Contexto
Com o fim da Guerra Fria nos anos 1990, questões ecológicas como as
mudanças climáticas ganharam relevância ao nível do sistema internacional. Neste
contexto, os Estados reuniram-se na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças
Climáticas em Paris (21ª Conferência das Partes: COP 21), realizada em 2015. A COP
21 tinha como objectivos a procura e o desenvolvimento de estratégias com vista a
redução da emissão dos gases de efeito de estufa, com vista a limitar o aumento da
temperatura média da terra em 2º célsius em relação aos níveis pré-industriais,
(HUCHEL e SCHNABEL, 2018:1). A partir deste momento, os Estados,
principalmente os Estados em desenvolvimento, perceberam a necessidade de
desenvolver iniciativas com vista a minimizar os efeitos das mudanças climáticas.

Grande parte da vulnerabilidade da segurança alimentar na região da África


Subsaariana às mudanças climáticas está no fato de que seus sistemas agrícolas
permanecem em grande parte alimentados pela chuva e subdesenvolvidos. A maioria
dos agricultores africanos produzem em pequena escala, com poucos recursos
3
financeiros, acesso limitado a infra-estruturas e acesso díspar à informação, (PEREIRA,
2017:2).

Ao mesmo tempo, como esses sistemas são altamente dependentes de seu


ambiente, os agricultores dependem da agricultura para sua subsistência, sua
diversidade, especificidade de contexto e a existência de gerações de conhecimento
tradicional oferecem poucos elementos de resiliência diante das mudanças climáticas.

Moçambique em particular, foi classificado como um país altamente vulnerável


aos efeitos das mudanças climáticas. Com 80% da população moçambicana vivendo a
base da agricultura e 25% de todas as terras cultivadas localizadas em áreas baixas, a
produção de alimentos, principalmente em torno de bacias hidrográficas e zonas
costeiras, é vulnerável a inundações e chuvas intensas, que desgastam as superfícies da
terra, (UNITED STATES AGENCY FOR INTERNATIONAL DEVELOPMENT,
2012:2). Foi neste contexto, que Moçambique aprovou em 2012, a ENAMMC (2013-
2025) como objectivo de estabelecer as directrizes de acção para a resiliência, incluindo
a redução dos riscos climáticos, nas comunidades e na economia de Moçambique. No
entanto, o país regista altos níveis de desnutrição crónica com 43% das crianças
menores dos 5 anos com altura baixa para a sua idade e são classificadas como sendo
crianças que sofrem de subnutrição crónica moderada, (VUNJANHE e ADRIANO
2015:32).

1.1.3. Justificativa
A motivação do desenvolvimento do tema surgiu da indagação em torno da
existência de muita disponibilidade de terra em Moçambique, entretanto o país sofre de
elevados níveis de insegurança alimentar. Deste modo, surgiu a necessidade de
compreender o efeito das mudanças climáticas na segurança alimentar em Moçambique
uma vez que o país depende maioritariamente da actividade agrícola. A pesquisa poderá
contribuir com alternativas que poderão auxiliar no desenvolvimento de políticas
agrárias mais efectivas em minimizar os efeitos das mudanças climáticas na segurança
alimentar do país. A pesquisa também servirá de guia na elaboração de novos trabalhos
em torno do tema.

4
1.2. Problematização
A questão das mudanças climáticas tornou-se num dos assuntos que englobam a
agenda dos Estados, sobretudo dos Estados em Desenvolvimento. Os efeitos das
mudanças climáticas são registados à escala global e as vítimas deste fenómeno são
contabilizadas em milhões e os danos materiais em bilhões, (MÜLLER et al, 2011:1).
As mudanças climáticas podem trazer impactos negativos para o mundo, tais como:
inundações, escassez de recursos naturais, seca, desertificação de algumas regiões,
doenças e conflitos sociais, que conduzirão ao aumento dos fluxos migratórios e o
aumento da pobreza no planeta.

As implicações que as mudanças climáticas podem trazer para a segurança


alimentar dos Estados constituem um amplo debate entre académicos. De acordo com
PEREIRA (2017:1), altas temperaturas e mudanças nos padrões de precipitação
reduzirão a produtividade das culturas de cereais, e as culturas perenes de alto valor
também serão negativamente afectadas pelo aumento das temperaturas. Também se
espera que as pressões de pragas, ervas daninhas e doenças aumentem, com efeitos
prejudiciais sobre as culturas e os animais, colocando em risco a segurança alimentar
dos Estados dependentes da agricultura para a sua substância. Por outro lado, MÜLLER
et al (2011:2), consideram que os sistemas de produção nos países em desenvolvimento
podem ser impactados de maneiras regionalmente diferentes: algumas regiões correm
risco de redução severa ou até perda total de produção agrícola, enquanto outras regiões
podem se beneficiar de melhores condições de produção como resultado dos aumentos
projectados na precipitação. Algumas culturas (por exemplo, o trigo) são mais
susceptíveis ao aquecimento do que outras (por exemplo, o milho). Neste contexto, a
segurança alimentar dos Estados será afectada de forma diferente.

No caso concreto de Moçambique, a agricultura é tida como a base do seu


desenvolvimento e ela tem contribuído para a formação do Produto Interno Bruto.
Entretanto, o país tem registado altos níveis de desnutrição crónica, com maior
incidência nas zonas rurais (46%). MOSCA et al (2016:16), defendem que este facto
não está associado à qualidade das políticas agrárias e estratégias formuladas, mas
porque elas não são implementadas, em grande medida por não constituírem prioridade
real. Para complementar o seu raciocínio o autor traz o exemplo do não cumprimento da
Declaração de Maputo de atribuição de 10% do orçamento do Estado para a agricultura.

5
Tendo em conta os argumentos apresentados nos parágrafos anteriores, torna-se
pertinente questionar: Qual foi o Impacto das Mudanças Climáticas na Segurança
Alimentar dos Estados: Caso de Moçambique Durante os Anos 2012 à 2019?

1.2.1. Objectivos de Pesquisa


1.2.2. Objectivo Geral
Analisar o impacto das mudanças climáticas na segurança alimentar dos
Estados: caso de Moçambique durante os anos 2012 à 2019.

1.2.3. Objectivos Específicos


Avaliar a efectividade das políticas agrárias adoptadas pelos Estados, caso de
Moçambique, na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas;

Identificar o impacto das mudanças climáticas no sector de agricultura do Estado


de Moçambique;

Identificar o impacto das mudanças climáticas nos níveis de insegurança


alimentar de Moçambique.

1.3. Questões de Pesquisa


Em que medida as políticas agrárias adoptadas pelos Estados, caso de
Moçambique, são efectivas na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas?

Qual é o impacto das mudanças climáticas no sector de agricultura de


Moçambique?

Qual foi o impacto das mudanças climáticas nos níveis de insegurança alimentar
de Moçambique?

2. Hipóteses
A fraca capacidade financeira dos Estados em desenvolvimento pode ter contribuído
para que as políticas agrárias adoptadas nesses países não sejam efectivas em mitigar os
efeitos das mudanças climáticas.

As mudanças climáticas podem ter contribuído para a diminuição da produtividade


agrícola em Moçambique.

As mudanças climáticas podem ter contribuído para o aumento dos níveis de


insegurança alimentar em Moçambique.
6
1ª Hipótese - Fraca capacidade financeira dos Estado sem desenvolvimento
(variável independente) e políticas agrárias (variável dependente).

2ª Hipótese - Mudanças climáticas (variável independente) e produtividade agrícola


em Moçambique (variável dependente).

3ª Hipótese - Mudanças climáticas (variável independente) e insegurança alimentar


em Moçambique (variável dependente).

2.1. Metodologia de Pesquisa


2.1.1. Método de Abordagem
Método Indutivo - O método indutivo é um processo por intermédio do qual,
partindo de dados particulares suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral
ou universal, não contida nas premissas examinadas, (MARCONI e LAKATOS,
2003:83). A pesquisa analisará as implicações das mudanças climáticas em
Moçambique, em particular, para daí tirar conclusões sobre o efeito das mudanças
climáticas nos países em geral.

2.1.2. Métodos de Procedimento


Método Histórico - Consiste em investigar acontecimentos, processos e
instituições do passado para verificar a sua influência nas sociedades de hoje. Este
método nos faz perceber acontecimentos actuais através de factos do passado,
(MARCONI e LAKATOS, 2003:91). Este método será importante na percepção do
processo de implementação de políticas agrárias nos países no período anterior ao
delimitado.

Método Monográfico - O método monográfico consiste no estudo de


determinados indivíduos, profissões, condições, instituições, grupos ou comunidades,
com a finalidade de obter generalizações, (Ibid:107). A pesquisa analisará as
implicações das mudanças climáticas em Moçambique para daí tirar conclusões sobre o
efeito das mudanças climáticas nos países em geral.

2.1.3. Técnicas de Pesquisa


Técnica Bibliográfica - Consiste na recolha de informação das obras, trabalhos
elaborados por outros autores que podem estar publicados, ou não, em livros, jornais ou
revistas científicas, (LUNDIN, 2016:147). Durante a pesquisa serão usadas obras e
artigos que tratem de assuntos sobre o desenvolvimento do tema.
7
Técnica Documental - Consiste na exploração de fontes documentais como
documentos oficiais, reportagens de jornais, cartas, contractos, gravações ou relatórios
de pesquisa, (Ibid:148). Esta técnica será importante para o trabalho na medida em que
permitirá a consulta de relatórios bem como documentos que abordam assuntos
relacionados ao tema, como a ENAMMC.

Técnica de Entrevista - É o contacto entre o pesquisador e o pesquisado por


meio de uma conversa para obter, deste último, informações pertinentes ao tema, (Ibid.).
Esta técnica será importante na recolha de opiniões de técnicos formados e especialistas
na matéria.

3. Fundamentação Teórica e Conceptualização


Existem fortes evidências de que o aquecimento observado no mundo nos
últimos 50 anos é devido à actividade humana, principalmente provocada pela mudança
na atmosfera devido ao aumento de gases do efeito estufa e aerossóis, (IPCC, 2001).

FLEISCHER et al. (2006), afirmam que mudanças climáticas irão aumentar a


escassez de água em volta do mundo, particularmente em muitas regiões que já sofrem
com estas condições, como sul de Mediterrâneo, Oriente Médio, e África Subsaariana.

O Programa das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, 2007),


afirma que as mudanças climáticas serão mais dramáticas na África, onde se prevê que
25 a 42% da sua vegetação será perdida, incluindo culturas alimentares e não
alimentares, e também que 11% de terras aráveis tornar-se às improdutivas ocasionando
uma redução de cerca de 70% na produção de cereais.

Moçambique é um país essencialmente agrícola, onde a agricultura emprega


dois terços dos trabalhadores, sendo cerca de 90% das mulheres activas e 70% dos
homens no país.

Em termos económicos isso representa 20% do PIB, e 80% das exportações.


Mesmo assim 80% da população vivem em condições de pobreza absoluta,
(FRANCISCO et al. 2001; SITOE, 2005).

Contudo, o facto de Moçambique estar localizado nos trópicos torna-o


vulnerável a eventos extremos de origem meteorológicas tais como secas, cheias e
ciclones tropicais, (FAO, GOVERNO DE MOÇAMBIQUE, 2009), que já têm afectado

8
grande parte da população conforme MICOA, (2006), afirma que as mudanças
climáticas em curso irão aumentar a frequência e a intensidade dos eventos de seca.

Para o IPCC (2007), onde existe uma limitada capacidade humana, institucional
e financeira os efeitos das mudanças climáticas serão mais intensos, colocando em risco
a sobrevivência das pessoas nestas regiões.

4. Quadro Conceptual
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) apresenta uma
definição de mudança climática: Mudança climática refere-se a uma variação
estatisticamente significativa nas condições médias do clima ou em sua variabilidade,
que persiste por um longo período geralmente décadas ou mais. Pode advir de processos
naturais internos ou de forçamentos naturais externos, ou ainda de mudanças
antroponímicas persistentes na composição da atmosfera ou no uso do solo, (IPCC,
2001).

5. Resultados Esperados
Com a realização do trabalho espera-se contribuir com informações relevantes e
grandes que auxiliarão na adopção de políticas públicas efectivas na mitigação dos
efeitos das mudanças climáticas em Moçambique.

9
6. Conclusão
Com esta pesquisa pode-se concluir que a questão da (in) segurança alimentar
em Moçambique constitui uma realidade desafiante para as autoridades governamentais,
sobretudo do sector de saúde. Várias acções têm sido levadas a cabo em todos os
segmentos da sociedade moçambicana para a mitigação do problema de (in) segurança
alimentar no país, exigindo, por conseguinte, uma estrutura coordenativa eficaz.

Além disso Moçambique tem sido, desde sempre, afectado periodicamente por
secas (sobretudo nas regiões Sul e Centro) e por cheias (em todo o país, com maior
incidência nas regiões Centro e Norte), pois está numa zona de alto risco de
adversidades climáticas. Este risco tende a aumentar com o agravamento das mudanças
climáticas à escala mundial. São evidências disto o período prolongado de estiagem na
região Sul, a violência dos recentes ciclones Idai e Kenneth e as chuvas anormais que
ocorrem no centro e norte do país.

10
7. Bibliografia
Huchel, Philipp e Schnabel, Mathias (2018) International Solar Alliance,
Honrad Adenauer Stiftung: Nova Deli.

Lakatos, Eva Maria e Marconi, Marina de Andrade (2003), Fundamentos de


Metodologia Científica, Editora Atlas, SA: São Paulo.

Lundin, Iraê Baptista (2016), Metodologia de Pesquisa em Ciências Sociais,


Escolar Editora, Lda: Maputo.

Pereira, Laura (2017), Climate Change Impacts on Agriculture across Africa,


Oxford University Press: Oxford

Müller, Christoph (2011), Climate change risks for African agriculture,


Potsdam Institute for Climate Impact Research: Potsdam

United States Agency for International Development (2012), Climate Change


Adaptation in Mozambique, USAID: Maputo.

Vunjanhe, Jeremias; Adriano, Vicente (2015) Segurança Alimentar e


Nutricional em Moçambique: um longo caminho por trilhar. Centro de Referência em
Segurança Alimentar e Nutricional: Maputo.

Wache, Paulo Mateus (2012), A União Europeia e as suas Relações com o


Mundo: Entendendo a Política Externa da União Europeia para África. Instituto
Superior de Relações Internacionais: Maputo.

11

Você também pode gostar