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Morceaux choisis, nº 26 – 20/5/2018 – p.

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Morceaux choisis, nº 26 – 20/5/2018

Pentecostes e Grand-Retour

À tarde desse mesmo dia, o primeiro da semana, estando fechadas as


portas onde se achavam os discípulos, por medo dos judeus, Jesus veio e, pondo-
se no meio deles, lhes disse: “A paz esteja convosco!” Tendo dito isso, mostrou-
lhes as mãos e o lado. Os discípulos, então, ficaram cheios de alegria por verem
o Senhor. Ele lhes disse de novo: “A paz esteja convosco! Como o Pai me
enviou, também eu vos envio.” Dizendo isso, soprou sobre eles e lhes disse:
“Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão
perdoados; aqueles aos quais retiverdes ser-lhes-ão retidos.” (Jo 20, 19-23)1

I – Alguns pensamentos sobre o Pentecostes e


o Grand-Retour

Homilia (Auditório da Luz) – 4/6/2006 – Domingo

* Com Pentecostes, a Igreja, que estava nas mãos de Nossa


Senhora como um “bebê”, chega à sua maturidade
Hoje é festa da descida do Espírito Santo sobre Nossa Senhora e os Apóstolos.
[...] É a festa que dá à Igreja o caráter de maturidade. A Igreja estava nas mãos de
Nossa Senhora – porque Ela é Mãe da Igreja – enquanto um bebê. Ela tinha este
“bebê” nas mãos e queria deste “bebê”, nada mais nada menos, que fosse crescido, que
fosse maduro e que pudesse exercer todo o apostolado na face da Terra, portanto toda
sua missão evangelizadora, que tem a Igreja.
Estando com esta Igreja nas mãos, no Cenáculo Ela pôde ver essa Igreja, num
instante, tornar-se madura: foi no momento em que desceu o Espírito Santo em línguas
de fogo, descendo primeiro sobre Nossa Senhora, e d’Ela partir para todos os
Apóstolos e discípulos. Eram, nada mais nada menos, umas… Perto de duzentas
pessoas, com as Santas Mulheres. Duzentas pessoas que foram tomadas pelo Espírito
Santo, com um sopro extraordinário.

Comentário ao Evangelho (Auditório da Luz ) – 15/5/2005 – domingo

* A festa de Pentecostes é essencialmente Divina e


essencialmente Mariana
Hoje, festa da descida do Espírito Santo, é uma festa em que está no centro dela
Nossa Senhora. Porque é n’Ela que Ele, Espírito Santo santifica as almas como foi

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Evangelho da Solenidade de Pentecostes, Ano B.
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n’Ela – por incrível que pareça, apesar d’Ela ter sido criada depois dos Anjos – é por
causa d’Ela e é em função d’Ela, em função de Nosso Senhor que iria se Encarnar que
Ele, Espírito Santo santificou os Anjos e deu aos Anjos que perseveraram no Céu a
força de resistir a Lúcifer.
Então nós temos hoje uma festa essencialmente Divina e essencialmente
Mariana. Pois Ela é chamada Esposa do Divino Espírito Santo, e é n’Ela que Ele
santifica a Igreja inteira, [...] é n’Ela que Ele forma os [seus] filhos.

Telefonema com o Grupo de Miracema – 26/5/1996 – Domingo

* O Espírito Santo é a alma da Igreja; Ele é quem nos


santifica, às vezes até com nosco atrapalhando...
O Espírito Santo, é a alma da Igreja. Se nós tomamos o nosso corpo com nossa
alma, nós vemos que nossa alma vivifica nosso corpo. Ele, Espírito Santo, é quem
vivifica a Santa Igreja por dentro. Ele é quem nos santifica.
Nós fazemos um esforço enorme, às vezes, para chegar à santidade, e pelo nosso
esforço nós não chegaríamos jamais se não fosse a ação d’Ele. Ele, pelo contrário, às
vezes sem esforço de nossa parte – às vezes até nós atrapalhando... –, Ele vai e
consegue fazer com que nós cheguemos ao auge da perfeição.

Santo do Dia (Auditório São Miguel) – 20/3/1976 – Sábado

* Para enviar o Grand-Retour, Nossa Senhora pode exigir


um esforço de conversão ou fazê-lo gratuitamente, por
misericórdia
(Sr. –: E o Grand-Retour? Seria o prêmio por um esforço ou Nossa Senhora nos
arranjaria?)
[Ela] pode fazer uma coisa ou outra. O senhor veja a conversão de São Paulo e
Pentecostes. Em Pentecostes os apóstolos tinham feito pouco tempo antes o que o
senhor sabe – abaixo de toda crítica – e por cima do inimaginável. Nosso Senhor
pegou São Pedro na hora da negação, olhou para ele, e no olhar deu uma graça por
onde São Pedro se converteu. São João Evangelista ninguém sabe como foi pego pela
graça, mas o fato é que ele que dormiu no Horto das Oliveiras, fugiu quando Nosso
Senhor foi preso, ele apareceu ao pé da Cruz e recebeu esse presente incomparável que
é Nossa Senhora como Mãe dele. Quando chega Pentecostes, todos os apóstolos estão
em torno d’Ela.
Cai a chama sobre Nossa Senhora e se multiplica sobre eles, e eles se
transformam completamente. É claro que já houve uma certa conversão antes. Eles
eram pecadores, estavam arrependidos, estavam ao lado de Nossa Senhora, Ela estava
rezando com eles, e eles estavam tentando cumprir a missão. Portanto, fazendo o
contrário da péssima ação que antes tinham praticado.
Mas não deixa de ser verdade que eles eram incomparavelmente inferiores a
Pentecostes ao que foram depois. De maneira que Pentecostes tomou-os de repente e
os transformou. Mas eles fizeram um esforço antes. Isso eles fizeram.
São Paulo não fez esforço nenhum. Estava em plena perseguição quando veio o
raio e jogou-o no chão, e a pergunta: “Paulo, Paulo porque tu Me persegues?” Quer
dizer, não tinha feito esforço nenhum.
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Nossa Senhora de uns quer o esforço e de outros Ela colhe gratuitamente,


segundo misteriosos desígnios d’Ela, sapientíssimos, mas que nós só conheceremos no
Céu.

Telefonema com o Grupo de Miracema – 26/5/1996 – Domingo

* Tal como em Pentecostes, o “Grand Retour” vai exigir que,


em certo momento, todos estejamos juntos
Hoje é o dia do “Grand Retour”. [...]
A festa de hoje tem uma história lindíssima, porque ela se liga [...] ao Antigo
Testamento. Moisés recebeu as tábuas da Lei e institucionalizou uma festa cinquenta
dias depois da Páscoa. [...] E Deus fez coincidir a descida do Espírito Santo nesses
cinquenta dias depois da Páscoa, na festa que os judeus celebravam na Sinagoga. [...]
A Sinagoga não estava morta, mas estava mortífera, porque ela espalhava
heresia. Ela era uma contendora da Igreja Católica, a partir do momento em que a
Igreja Católica deu continuidade a ela. O ter continuado a religião antiga, uma vez que
Nosso Senhor tinha renovado, era estar dentro do espalhar a morte. E numa festa que é
celebrada pelos que espalham a morte, o Espírito Santo desce sobre Nossa Senhora,
sobre os Apóstolos, sobre os discípulos e sobre as Santas Mulheres. [...]
E é muito curioso que era preciso que eles estivessem juntos. Isto nos aproxima
muito do nosso “Grand Retour”. [...] Porque o “Grand Retour” vai exigir, creio eu,
que em certo momento – não sei como – nós todos estejamos juntos. [...] E estando
juntos, debaixo da proteção de Nossa Senhora, debaixo da proteção do Sr. Dr. Plinio,
da Sra. Da. Lucilia… Como, eu não sei; mas sei que há algo de misterioso nisso e é
preciso que nós estejamos juntos. [...] É uma conditio sine qua non. [...]
Mas eles estavam juntos, antes de tudo. Depois, mais: estavam em oração, quer
dizer… Primeiro, numa união máxima, numa concórdia máxima, num amor entre eles
extraordinário. E depois, inclusive, união com Nossa Senhora, porque está dito que era
com Nossa Senhora e com as Santas Mulheres, inclusive. Havia ali um espírito inteiro
de concórdia, espírito de caridade fraterna, de amor de uns para com os outros, de
benquerença. Numa oração constante. Era uma oração perseverante, continuada, num
recolhimento, na solidão, fechados no Cenáculo. [Eles] se preparavam para um grande
acontecimento, através da contemplação. [...]

Telefonema com o Grupo de Miracema – 26/5/1996 – Domingo

* O “Grand-Retour” é uma grande arrivée, a insturação de


algo muito novo, com consolações tão extraordinárias, que
nos sentiremos quase na visão beatífica
[O Sr. Dr. Plinio] muitas vezes se referia ao “Grand Retour” como sendo uma
grand arrivée, ou seja, como sendo uma grande chegada. [...] Não era apenas uma
restauração de algo antigo, mas era uma instauração de algo muito novo. [...]
E eu acho que o “Grand Retour” [...] é uma graça toda especial do Espírito
Santo, mas que vem infundindo em nossas almas a graça que existe na alma dele, e
que nos faz, portanto, participantes de algo que é dele, da mentalidade dele, do modo
de ser dele, da visualização dele. Portanto, nós nos transformamos em outros ele, em
outros ela, Sra. Da. Lucilia. [...]
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De maneira que nós teremos uma felicidade – se ele estivesse vivo eu diria isso
a ele, mas ele me ouve nesse momento –, teremos uma felicidade muito maior do que a
dele, porque ele tinha o coração dele, agora, nós vamos ter o coração dele e o coração
dela. [...]
Será uma felicidade que nós não fazemos ideia. Porque as consolações… [O
Espírito Santo] é chamado Espírito Consolador, e as consolações que Ele virá
trazendo com o “Grand Retour” serão consolações tão extraordinárias, que nós vamos
nos sentir já quase que na visão beatífica, entende? De tanta…

II – Necessidade de um novo Pentecostes: o


Grand-Retour

Homilia (Auditório da Luz) – 4/6/2006 – Domingo

* Deus, por ser Todo-poderoso, criou o universo e nossos


primeiros Pais, ornado com todas as maravilhas
[A Bíblia nos narra a criação do universo e em seguida passa a narrar a criação
do homem. Quando está] tudo pronto, tudo criado, Ele diz: “Bem, agora criemos o
homem.” [...] Para criar o homem, Ele resolve tirar do barro. [...] Faz um boneco de
barro... Imaginem a arte de Deus fazendo um boneco de barro! Se Michelangelo, que é
Michelangelo, quando fez [a estátua de] Moisés, olhando para [ela] não agüentou e lhe
deu uma martelada no joelho[...] querendo que a estátua falasse:
– Parla! Perchè non parli?! Parla!
“Pam!” E não aconteceu nada. A imagem olhou para ele…
[Risos] [...]
Está bem, Ele faz o boneco, depois sopra na face e o boneco sai com alma, com
inteligência, com vontade, com sensibilidade, com corpo, com cérebro, com os
pulmões, com o coração, com os rins, com as pernas, com os braços… Sai andando, e
contentíssimo.
Mais do que tudo isso: quando recebe o sopro, ali dentro se introduz não só a
alma, mas uma alma em graça; e com [a] graça, ele recebe ainda o dom da integridade.
Pelo dom da integridade, ele nunca quererá o mal, a não ser que ele faça força contra
esse dom.
Ele não vai morrer porque ele tem o dom da imortalidade, não morre mais, ele
passa dessa vida para a outra.
Ele tem o dom da ciência [infusa]: ele conhece todas as coisas, tudo aquilo que
Deus criou, todas as razões pelas quais Deus criou, toda a explicação do mais íntimo
de todos os seres! [...] De modo que ele conhecia todo o universo criado. Era um
conhecimento impressionantíssimo que tinha sido dado a ele.
Isso tudo com um sopro, com um sopro. Ele incutiu neste boneco de barro todas
essas maravilhas.
Por quê? Porque [...] para Deus nada é impossível! Ele é todo-poderoso!
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Homilia (Auditório da Luz) – 4/6/2006 – Domingo

* Após milênios e milênios de História, a decadência humana


vai se fazendo sentir cada vez mais, tanto na parte moral,
como na física
Ora, este plano que Ele tinha para a criação do homem foi rompido pelo pecado.
Rompido pelo pecado, o homem perdeu a ciência infusa, o homem perdeu o dom de
integridade, o homem perdeu o dom de imortalidade; perdemos tudo. Perdeu a graça!
O homem perdeu o estado de graça. E a partir daí todo o gênero humano nasce com a
mancha do pecado original. [...]
Esse gênero humano peca, mas é restaurado pelo Sangue Preciosíssimo de
Nosso Senhor Jesus Cristo. [...] Vem a Encarnação, e da Encarnação nós temos a
Redenção. E nós temos um batismo de sangue. [...]
Apesar da restauração, nós temos uma humanidade [...] terrivelmente pecadora.
Uma humanidade que vai… Passa pelo Dilúvio, depois passa pela torre de Babel,
depois… Olha, quantos pecados, quantos horrores! E nós ficamos com esses milênios
de História, desde a criação de Adão e Eva até os dias de hoje, milênios e milênios de
História onde a decadência humana vai se fazendo sentir a cada passo.
Mais: se nós formos analisar a própria natureza humana, ela, por castigo, vai
decaindo. Porque vemos, no Antigo Testamento, homens de uma força, homens de
uma resistência! Para não ir longe... Não. Vamos longe já de uma vez, vamos ao
princípio, vamos falar de Matusalém! Matusalém tinha novecentos e tantos anos
quando ele morreu – coitado! [...] Já pensou o que é um homem durar novecentos e
tantos anos? Novecentos e tantos anos!
E assim vêm outros. [...] Para terem idéia, para nós fixarmos bem a idéia do que
era, nós temos um que está no Paraíso Terrestre com os seus cinco mil anos mais ou
menos, que é Henoc. [...] Adão conviveu trezentos anos com ele, educou-o, contou-lhe
uma série de coisas do Paraíso. Depois disso Adão morreu e ele foi levado vivo.
Nós temos essa força de natureza que existia junto ao Paraíso Terrestre, que foi
se degradando, se degradando… Hoje a vida média é sessenta e cinco anos. Quem já
faz sessenta e pouco já… Ih! A qualquer hora pode dar um… É um coágulo que se
desprende e vai para cérebro, vai para o pulmão, não sei quanto, etc. De repente, de
uma hora para outra: “Ploft!” [...] Vem a extrema-unção já sobre o cadáver, já para o
enterro... [...]
Mas não é só a natureza, é a própria força de vontade, é a própria constituição
psíquica, é a própria constituição nervosa. No meio dessa agitação [em] que vivemos,
do corre-corre de um lado para outro… Aquela sociedade antiga, muito mais orgânica
do que a de hoje, era uma sociedade que mantinha o equilíbrio nervoso, o equilíbrio
mental muito mais forte, muito mais seguro. Hoje, o equilíbrio vai-se indo embora.
Mas, não é só isso. A própria virtude. O homem de antigamente era muito mais
virtuoso. E as virtudes vão sumindo da face da Terra. O belo! O belo! O belo está se
despedindo do gênero humano; tudo vai ficando feio, tudo vai ficando encardido, tudo
vai ficando desfeito.
E nós estamos numa situação terrível, numa situação talvez pior do que aquela
[que havia] quando Nosso Senhor Jesus Cristo resolveu encarnar-Se, pregar o seu
Evangelho e morrer na Cruz.
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MNF (Sede do Reino de Maria) – 6/1/1985 – Domingo

* O vento da história por excelência foi o Pentecostes, com a


Revolução ele começou a soprar do lado do Mal, com o
Grand-Retour ele voltará a soprar do lado do Bem
Uma coisa que não se pode negar é que, na concepção nossa da História [...] não
é cômodo dizer, é meio malaisé dizer que houve uma contra-revolução de Lutero ou
do Humanismo para cá. Houve várias tentativas mais ou menos brilhantes de contra-
revolução parcial. Algumas – como o Concílio de Trento – marcadas por vitórias
também brilhantes, parciais, mas a guerra não foi ganha. [...]
Eu creio que isto se prende a este mistério: [com a Revolução] o vento da
História começou [a] soprar do outro lado; e não houve jeito de o deslocar para o lado
de cá. A gente vai ver tudo o que se fez, tudo o que se fez, tudo o que se fez, são às
vezes maravilhas. Tomem, por exemplo, a vida de São Francisco Xavier na China…
ele não chegou até a China, mas o apostolado dele rumo à China, são coisas
maravilhosas. Mas essas coisas maravilhosas todas, em certo momento, caíram
extenuadas no caminho. E, pior, todas elas, quase sem exceção, acabaram sendo
desvirtuadas e correndo do caminho do adversário. [...]
Agora, o vento da História, é razoável que só se abra do nosso lado quando
entrar uma graça militante, desdobrada e grandiosa. [...] Então, a partir do momento
em que o mais recôndito do problema é posto a nu, aí o vento da História começar
soprar. Realmente se compreende que, antes disso, não sopre. Mas o nós resistirmos
dessa maneira, isso é o vento da História.
(D. Bertrand: Agora, com isso – e os inimigos percebem – o vento da História
mudou.)
É, eu acho também.
(D. Bertrand: A boba deixou de ser a Contra-Revolução. O bem deixou de ser
tonto.)
É isso. E eles percebem que o vento da História pode mudar do nosso lado.
(D. Bertrand: Eles vêem que vai mudar de rumo.) [...]
É natural que nós tenhamos a sensação que o pior do vento da História está
soprando contra nós. E depois, de fato, está: é o vento da História feita por eles. Mas a
partir de nós outro vento começa soprar; e nós temos praticamente a história dos dois
ventos, das ventanias antagônicas.
(D. Bertrand: Eles já sentem que o outro vento não tem futuro.)
Sentem, sentem. É um pouco parecido com a sinagoga diante de Nosso Senhor.
A sinagoga sentia que tinha um poder enorme e que Nosso Senhor, humanamente
falando não tinha. Mas de outro lado eles sentiam que…
(D. Bertrand: Quando Nosso Senhor ressuscitou Lázaro, viram que tinha
aparecido um homem com uma doutrina dotada de potência. “É preciso matá-lo”.)
Foi. “É preciso matá-lo.” [...]
(Sr._: Agora, qual é o mistério [de a] opinião pública não seguir o vento da
História?) [...]
Eu tenho a impressão de que a Providência prepara algo que esteja para…
vamos exprimir a coisa de outra maneira. [...] O vento da História [por excelência] foi
Pentecostes. Ali foi O vento. E é desse vento que o bem ainda vive na História. E nós
mesmos, que estamos cronologicamente tão distantes de Pentecostes, se nós todos
estamos falando, comentando tudo isto, ainda é o vento de Pentecostes.
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Eu tenho a impressão de que virá alguma coisa que, sem ter o caráter oficial de
Pentecostes, seja eventualmente de uma força comparável à de Pentecostes – é o
Grand Retour – e que faça soprar um vento perto do qual todas essas coisas que hoje
parecem tão impressionantes [como o estrondo da Venezuela], virem ninharias
insignificantes. [...] Quer dizer, no futuro se terá dificuldade em compreender como é
que se deu importância a isso.

Comentário ao Evangelho (Auditório da Luz ) – 15/5/2005 – domingo

* Estamos numa situação pior do que a do mundo por


ocasião de Pentecostes; a única solução é que haja
maravilhas ainda maiores do que as operadas naquele tempo
[É o Espírito Santo] quem santifica a Igreja inteira. E está dito aqui pela oração:
O Deus, que, pelo mistério da festa hoje, santificais a vossa
Igreja inteira, em todos os povos e nações…
Não há distinção, são todos. [...]
… derramai por toda extensão do mundo…
Ou seja, é por todos os cantos, não deixar nada sem que derrame.
…derramai por toda extensão do mundo os dons do Espírito
Santo…
É ousado, pedir para todo mundo. Agora mais ainda:
…e realizai agora, no coração dos fiéis, as maravilhas que
operastes no início da pregação do evangelho.
Não é no tempo oportuno, quando houver um ocasião muito boa… não, não. É
agora! [...]
… santificais a vossa igreja inteira…
[É] com esses dons [do Espírito Santo] que é santificada a Igreja inteira. Isso foi
se espalhando, se espalhando, se espalhando…
Mas consideremos o processo revolucionário: em certo momento o que houve
na face da Terra foi uma revolta contra Deus, uma revolta contra o princípio de
hierarquia, uma revolta, portanto, igualitária contrária inteiramente ao Espírito Santo.
O Espírito Santo foi expulso, aos poucos, da face da Terra pelos homens. De modo que
nós estamos numa época em que essa expulsão feita pelos homens vai atingindo um
clímax. [...] Nós estamos atravessando um período péssimo de ódio ao bem, de ódio ao
pudor, de ódio à virtude; nós estamos num ateísmo completo, as almas cada vez mais
voltam às costas para Deus e fogem de Deus.
Isso configura uma época pior do que aquela em que Nosso Senhor Jesus Cristo
nasceu, pior do que aquela em que o Espírito Santo desceu, muito pior! Ou seja, houve
uma corrupção do bem, a corrupção do bem dá no péssimo, a corrupção do ótimo dá
no péssimo, corruptio optimi pessima. Aquilo que se estabeleceu na face da Terra é o
que há de pior.
Ora, a Igreja é imortal, e quem mantem a vida da Igreja é o Espírito Santo, e só
há uma solução para este mundo e que é:
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… realizai agora, no coração dos fiéis, as maravilhas de


operastes no início da pregação do Evangelho.
Essa é a solução! Mas basta que haja as maravilhas que se deram naquele
momento, ou uma vez que nós caímos mais fundo é necessário que haja maravilhas
maiores? [São necessárias] maravilhas maiores!
Então, nós devemos esperar – para que [se] estabeleça o Reino de Maria –
maravilhas ainda maiores do que aquelas que se operaram quando o Espírito Santo
desceu. [...]
Para que esta humanidade conheça o verdadeiro caminho, conheça a verdadeira
Igreja, a verdadeira piedade, o verdadeiro caminho, conheça a verdadeira virtude, a
verdadeira conversão; para isso, vai ser preciso que o Espírito Santo se derrame sobre
os corações. E é isto que nós pedimos no dia de hoje.

Reunião para os hispanos (Sede do Reino de Maria) – 12/1/1979 – 6ª feira

* A Bagarre virá quando não ficar mais nada do Reino de


Cristo na Terra – Nosso Senhor não permitirá que seu Reino
seja abolido e venha outra noite histórica completa
Há uma pergunta [nos Salmos] que é: “Quem terá suficiente profundidade para
entender o pecado ou os pecados?” [Sl 19 (18) 13]
O pecado é um mistério do mal e tem uma profundidade inesgotável. Por
exemplo, certamente já [se] lhes afigurou como poderia Judas ter chegado ao ponto de
vender a Nosso Senhor Jesus Cristo? Quando se lê a História Sagrada e se vê isto, fica-
se desconsertado: está louco esse homem! Cometer um crime dessa natureza! Não, não
é isso. Ele não estava louco. Os pecados são inaprofundáveis.
O cálculo não deve ser o seguinte, para saber o momento da Bagarre: quando
chegará um pecado tão profundo que não poderá [haver outro] mais profundo? [...] O
cálculo tem que ser outro: Nosso Senhor Jesus Cristo veio ao mundo para implantar
seu Reino; e a implantação desse Reino começou com seu nascimento, sua pregação,
sua Paixão e sua Morte. Depois disso veio Pentecostes e, depois de Pentecostes,
começou o Seu Reino.
No momento em não ficar mais nada do Reino de Cristo na Terra, então o cume
necessário para que venha a Bagarre está estabelecido. É esta a medida. Porque Nosso
Senhor não permitirá que Seu Reino seja totalmente abolido e que venha outra noite
histórica completa. Parece-me isso contra Seu poder e Sua sabedoria.
Então, a pergunta [certa] é se chegamos a esse ponto.
Para que cheguemos a esse ponto não é necessário que todos os pecados sejam
cometidos, mas que alguns dos pecados sejam tão graves que arrastam a todo um
estado de pecado por causa desses pecados. [...] O mundo moderno está no ponto de
cometer – já cometeu alguns – [...] pecados tão graves que dão para que a Bagarre
venha de um momento para o outro. [...]
São pecados tais que é certo que a Providência não os sofrerá. O disse a Virgem
em Fátima. Não é só uma reflexão que faço, mas a Virgem o disse em Fátima. [...] O
castigo seria a destruição dessa desordem ou dessa ordem de coisas.
Mas Ela vencerá: é o Reino de Maria. [...]
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Reunião para os hispanos (Sede do Reino de Maria) – 12/1/1979 – 6ª feira

* Quando se tirar à TFP a liberdade de ensinar, então, a


ultima catástrofe terá sucedido ao mundo, porque a voz do
bem terá sido emudecida
(Sr. –: Quando começará a Bagarre? [...])
Não é claro o momento em que chegará a Bagarre, porque ela não é o fim do
mundo, mas é o fim de “um mundo”. [...] Quer dizer, é um mundo que termina e outro
que começa.
Ora, nosotros sabemos pela Escritura que a vinda do fim do mundo – do
verdadeiro fim do mundo – será incerta, e que [ninguém] saberá exatamente quando
será. Será como a morte que vem o mais das vezes de um momento para o outro, como
um ladrão. Disse Nosso Senhor no Evangelho: ninguém sabe a hora em que o ladrão
penetrará na habitação. Mas é certo que depois de certos pecados virá a Bagarre.
Como os judeus sabiam – os bons judeus – que depois da Crucifixão, da morte
do Messias, viria a dispersão de Israel; mas quantos dias haveria entre a morte do
Messias e a dispersão de Israel? Era misterioso, sabia-se que um fato viria após o
outro. [...]
Eu creio que quando se tirar aos [membros] da TFP a liberdade de ir e vir, e de
ensinar, então, a ultima catástrofe terá sucedido ao mundo, porque a voz do bem terá
sido emudecida. Então, virá a Bagarre.

Homilia (Auditório da Luz) – 4/6/2006 – Domingo

* Não é possível que Deus tivesse um plano para a


Humanidade e este não se realizasse – Está na hora de
assistirmos a outra descida do Espírito Santo
Que relação tem tudo isto com a festa de hoje, festa de Pentecostes? Que
relação? Porque eu vejo, depois de fazer a descrição, todo mundo vai se sentindo cada
vez mais pequenininho, mais enrugado, mais… Eu não venho aqui para lhes dar esta
impressão, nem essa sensação. Eu venho, isto sim, para lhes dizer qual é a solução
desta situação em que nós nos encontramos. A solução é muito simples.
Diz São Luís Grignion de Montfort [que] antes de Nosso Senhor houve um
batismo de água; com Nosso Senhor houve um batismo de sangue; e antes do fim do
mundo deverá haver um batismo de fogo. Esse batismo de fogo [...] queima, aquece e
ilumina.
Mais, mais! [...] São Luís Grignion diz que esse fogo transforma. E, de fato, não
é possível que Deus tenha tido esse plano “A”, [...] esse plano primeiro para toda a
humanidade, e que Ele não viesse a realizar esse plano.
O homem pecou e por causa do seu pecado ele foi cada vez mais decaindo na
sua natureza. Mas, voltemos nossos ouvidos a Nosso Senhor dizendo a São Pedro e
aos Apóstolos: “O que para o homem é impossível, para Deus é possível.” Fixemos
novamente na lembrança essa onipotência de Deus. Deus permitiu toda essa
decadência e permitiu tudo o que aconteceu, com o objetivo de tornar patente, de um
lado, que o homem é um fracassado e, de outro lado, tornar patente de que Ele é todo-
poderoso.
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Como é que vão ficar esses dois pólos claros? O primeiro já está claro. O
primeiro pólo ficou patente para nós, de que a natureza humana é débil! A natureza
humana é terrivelmente débil, a natureza humana fracassou!
E eu creio que está mais perto do que a gente imagina, está na hora de nós
assistirmos novamente uma outra descida do Espírito Santo.
[Exclamações]
Porque, se foi preciso que o Espírito Santo descesse sobre a Igreja para que Ela
passasse do estado de bebê ao estado adulto, quando a Igreja, que é imortal, tiver o
aspecto de morte, é preciso que desça o Espírito Santo para tirar a Igreja do sepulcro e
ao terceiro dia… Aquele que ressuscitou Jesus é o mesmo que – por assim dizer, entre
aspas – “ressuscitará” a Igreja.

Homilia (Auditório da Luz) – 4/6/2006 – Domingo

* Depois dessa “ressurreição” da Igreja, começará uma nova


era histórica; e Deus está reservando para ela suas graças
mais especiais
E São Luís Grignion de Montfort prognostica uma era histórica toda ela feita do
Espírito Santo, uma era histórica por onde as almas vão querer praticar a virtude de
uma forma extraordinária. De onde virá essa força?
Nós pensamos, muitas vezes, que este santo, aquele santo, aquele outro santo
eram pessoas de uma força de vontade extraordinária e que por isso então venceram
tais e tais circunstâncias e se transformaram em santos. Nenhum, nenhum homem, por
mais capaz que seja, consegue ser santo por suas próprias forças. Quem santifica é
Deus; quem transforma é Deus!
E assim como nós passamos pelo Batismo [quando nascemos;] [...] para
iniciarmos este Reino, esta era histórica, também passaremos por uma nova
Pentecostes. E o Espírito Santo descendo sobre estes e aqueles, em determinado
momento dará à face da Terra um novo brilho. [...]
Enviai o vosso espírito, Senhor, e da terra toda a face renovai!
[...] Essa é a festa de hoje. Festa que nós participamos da descida do Espírito
Santo sobre Nossa Senhora e os Apóstolos, mas eles eram homens muito mais fortes
do que nós, e se eles precisavam de uma dose cinqüenta – para falar em números – do
Espírito Santo, nós precisamos de uma de duzentos, pelo menos.
E nós devemos ter esta fé, porque para Deus nada é impossível. E Deus está
reservando essas graças mais especiais para essa fase da História que é chamada pelos
teólogos, é chamada pelos exegetas de “últimos tempos”.
Portanto, a festa de hoje abre diante de nós essa perspectiva de uma descida do
Espírito Santo toda ela especial, por onde tudo será renovado. [...]
Nós vemos, às vezes, certos possessos… Eu já tive oportunidade de encontrar
loucos possessos de ódio e com uma carga tremenda, porque o demônio tomou conta.
Imaginem quando o Espírito Santo toma conta!
[Exclamações]
É bem ao contrário, e é o que nós queremos. Queremos pedir que o Espírito
Santo tome inteira conta de nós!
Morceaux choisis, nº 26 – 20/5/2018 – p. 11 de 16

Telefonema com o Grupo de Miracema – 26/5/1996 – Domingo

* Foram necessários 500 anos para surgir uma coluna; foram


necessários 50 para surgir uma organização; com o “Grand-
Retour” essa organização tomará conta do mundo em 50 dias
Eu acho que algo disso se passará conosco, porque [...] Nosso Senhor diz no
Evangelho, de que “aquele que Me ama guardará minha palavra, e o Pai o amará. Eu e
o Pai viremos a ele e faremos dele nossa morada” [Jo 14, 23]. A gente vê que quem de
fato ama ao Sr. Dr. Plinio, ama a Sra. Da. Lucilia, ama a vocação, esse, de alguma
forma, tem a vocação, o Sr. Dr. Plinio e a Sra. Da. Lucilia vivendo dentro de si. [...] E
o amor tem essa capacidade: o amor faz com que o objeto amado viva no amante.
Então nós, quanto mais amamos a nosso Pai e Fundador, quanto mais amamos a
Sra. Da. Lucilia, quanto mais amamos nossa vocação, mais nós temos vivendo em
nossas almas a eles.
Haverá um determinado momento em que o Espírito Santo, que é o Espírito
Santificador, que é o Espírito…
A gente vê que a Igreja no dia de Pentecostes [...] estava pronta. Porque Nosso
Senhor tinha institucionalizado a Igreja. [...] No Cenáculo já existia a Igreja. [...] Já
havia a institucionalização, existia a mediação de Nossa Senhora, existia uma cabeça,
uma chefia e uma estrutura, existia uma hierarquia. Depois, já existiam todas as
normas, todas as leis, tudo já estava fixado. [...] E também a ordem d’Ele tinha sido
dada, Ele tinha dito: “Ide e evangelizai a todos os povos”.
Quer dizer, eles já tinham tudo pronto. Eles tinham tudo, mas quase que se diria
que não tinham nada. Porque eles não tinham forças, não tinham coragem, não tinham
ânimo. [...] Entretanto, quando o Espírito Santo desce é uma explosão, uma explosão
de graças tremenda.
E, o dia de hoje, me fez lembrar muito a afirmação do Sr. Dr. Plinio, de que
Deus levou quinhentos anos dentro do processo revolucionário para levantar uma
coluna. [...] Essa coluna levou cinquenta anos para constituir uma organização. E que
ele achava que, quando descer o Espírito Santo, essa organização tomaria conta do
mundo em cinquenta dias.

MNF – 1/7/1988 – 6ª feira

* Nossa Senhora quer que sejamos o ímã que atrai o Espírito


Santo à Terra
Um tema, por exemplo, que nunca será suficientemente importante abordar é o
de Nossa Senhora enquanto Esposa do Divino Espírito Santo. A Encarnação do Verbo
já está muito bem estudada. Não está esgotada porque é inesgotável, mas está muito
bem estudada. Mas o que significa as relações da alma de Nossa Senhora com o
Divino Espírito Santo e, portanto, dos filhos d’Ela a um título especial, com o Divino
Espírito Santo? […] Porque o jorro de luz que tem que fazer recuar o demônio e tem
que criar o Reino d’Ela é o Divino Espírito Santo. […]
E este ponto é tocante pelo seguinte: quando São Luís Grignion fala de fogo [na
Oração Abrasada], fica meio entendido que é um fogo que queima a terra, mas é um
fogo do Espírito Santo ao mesmo tempo. […]
Morceaux choisis, nº 26 – 20/5/2018 – p. 12 de 16

Eu tenho falado a respeito do nosso trabalho, ainda que seja um trabalho de


resultados moderados, como dos coletores que pegaram sete peixes e sete pães para a
multiplicação dos pães. Mas, na realidade, há alguma coisa a mais.
É que a gente percebe bem que Nossa Senhora quer que a TFP seja o número de
justos apropriado para chamar o Espírito Santo, seja o imã do Espírito Santo para a
Terra. E que, portanto, se trataria aqui de, por meio de uma devoção muito grande a
Ela, enquanto Esposa do Divino Espírito Santo, conseguirmos que sejamos imãs para,
através d’Ela, o Espírito Santo vir de novo à Terra.
E aí as TFPs tomam um sentido muito especial, que descreve certas coisas, que
explica certas coisas interessantes, como, por exemplo, Nossa Senhora suscitar em
todas as nações grupos da TFP, mas, esses grupos, são no fundo pequenos. E o
movimento é grande e é constituído de pequenos grupos. E além de um certo limite
não crescem. Mas Ela não poderia então suscitar uma só TFP grande, grande, numa só
nação? E a gente vê que não é.
Ela quer ter imãs espalhados em várias nações. O que é muito compreensível.
Vejam, portanto, como todo esse nosso trabalho de publicidade, que atrai gente, que
prepara minorias, visa criar o imã das almas inteiramente contra-revolucionárias,
inteiramente escravas d’Ela, que atraem o Divino Espírito Santo.

III – Um colóquio com nosso Pai e Fundador,


a propósito da Solenidade de Pentecostes

Telefonema com o Grupo de Miracema – 26/5/1996 – Domingo

* Composição de lugar
Bem, nós temos agora, como ponto terminal, depois de termos falado tanto do
Espírito Santo, temos um colóquio com o Sr. Dr. Plinio a propósito do Espírito Santo.
Então, vamos nos colocar todos de joelhos na Sala do Reino de Maria, [...] cada
um numa posição que julgue mais conveniente para olhar bem de perto ou bem de
longe, ou a meia distância, a ele, Sr. Dr. Plinio, revestido do hábito. Eu o imaginaria
com [um] resplendor de glória [...] extraordinário, de tal forma que nós pudéssemos,
olhando para a face dele, quase que nem sentir que estávamos ajoelhados. Mas, pelo
contrário, estávamos sendo carregados por nuvens, elevados até do solo, de tanta
emoção e de tanta consolação, de tanto entusiasmo por vê-lo no meio de uma glória
feérica, de uma glória magnífica, esplendorosa.
Ele, com o hábito dele, mas com umas joias postas no hábito, que foram
escolhidas a dedo pela Sra. Da. Lucilia. E ele tem na fronte uma auréola
extraordinária. Auréola de Doutor, porque Doutor da Igreja; [...] auréola de mártir,
porque “bem poderão chamá-lo mártir”, tal foi o martírio de ter enfrentado a opinião
pública, sozinho, durante oitenta e seis anos; depois, auréola de virgem, porque ele é
virgem. Então, as três auréolas que classificam os bem-aventurados na sua essência –
conforme diz São Tomás de Aquino –, as três auréolas na fronte dele; cada uma de
uma cor e mais reluzente do que outra, constituindo um resplendor atrás dele,
extraordinário.
Morceaux choisis, nº 26 – 20/5/2018 – p. 13 de 16

O trono dele não é o troneto da Sala do Reino de Maria. Ele está sentando num
trono que os Anjos transportaram do Céu e que é o trono que ele tem no Céu.
Nós estamos na Sala do Reino de Maria apenas para uma ambientação, mas, na
realidade, a Sala do Reino de Maria está transformada pela presença do trono dele, e
ele no esplendor da glória, sentando sobre o trono.
Então, nada de imaginá-lo apenas com paletó e gravata, ou então, apenas com o
hábito simples. É imaginá-lo já diretamente dentro de um resplendor colossal!
Resplendor de glória, de magnificência, de vitória, de brilho, de luz.
Nós, então, ajoelhados, talvez a sós ou então… Eu imagino melhor que fosse a
sós. Cada um deve se imaginar sozinho. Saiu alguém da sala e disse para um de nós:
“O Sr. Dr. Plinio diz que pode entrar”. Então, eu entro, fecha-se a porta atrás de mim e
eu estou a sós com ele. Eu me aproximo a uma certa distância – mais próximo, ou um
pouco mais distante, ou como seja, de acordo com o meu estilo –, ajoelho-me, olho
bem nos olhos dele, começo a contemplar, fico meio perdido no meio daquela feería
de cores, luzes e resplendores, e ele sorrindo para mim. Ele me diz: “Então, minha
filha?” Ou: “Então, meu filho? Em que posso lhe ser útil?”

Telefonema com o Grupo de Miracema – 26/5/1996 – Domingo

* Colóquio
E aí é a hora de nós conversamos com ele. Nós diremos:
“Ó senhor, eu me consagrei como escravo à Sabedoria Eterna e Encarnada pelas
mãos de Nossa Senhora, mas também por vossas mãos. Vós sois MS. Eu vos pertenço,
vos pertenço porque sou escravo de Nosso Senhor Jesus Cristo e estou posto em
vossas mãos, porque por vossas mãos eu fiz a escravidão.
Eu, aqui de joelhos, agora queria vos pedir: nós, hoje, celebramos [...] a festa do
Divino Espírito Santo, assistindo à Santa Missa que foi celebrada pelo Pe. Olavo, e nós
tivemos a oportunidade de, bem perto, poder contemplar as magnificências todas da
festa que hoje a Igreja celebra: Pentecostes, a descida do Espírito Santo sobre os
Apóstolos.
Senhor, vós deveis permitir que eu vos lembre do vosso testamento. No vosso
testamento, vós púnheis que entregáveis a vossa vida para que viesse sobre todos os
membros do Grupo aquela graça que entre nós costumamos chamar de “Grand
Retour”. Vós destes o nome a esta graça de “Grand Retour”. “Grand Retour”, que é
outra descida do Espírito Santo, semelhante à primeira descida que houve sobre Nossa
Senhora, sobre os Apóstolos, sobre os discípulos e as Santas Mulheres.
Nós queremos que esta graça desça sobre nós o quanto antes também. Ninguém,
mais do que nós, quer para nós essa graça do que vós. Se vós me désseis uma fímbria
de compreensão de qual é o vosso amor por mim, eu tenho certeza que aquelas
palavras vossas no dia 6 de fevereiro de 1975 se realizariam, ou seja, seria suficiente,
compreendendo eu qual é o amor que vós me tendes, para que eu recebesse nesse
momento o “Grand Retour”.
Então, eu vos peço: dai-me a graça de compreender o grande amor que vos me
tendes; dai-me a graça de compreender o quanto eu estou presente nas vossas
cogitações; dai-me a graça de compreender o quanto vós pensais em mim e o quanto
vós fazeis por mim; dai-me a graça de compreender o quanto vós me quereis santo e
inteiramente santo.
Morceaux choisis, nº 26 – 20/5/2018 – p. 14 de 16

Eu tenho certeza de que vós não me quereis um santo comum; vós quereis de
mim a santidade plena; Vós quereis de mim a santidade de altar; Vós quereis a minha
coroação no Céu; Vós me fazeis lembrar a cerimônia que instituístes na Sagrada
Escravidão, cerimônia ao término da qual, vós oferecíeis o vosso trono aqui na Terra
para que o neo-recipiandário nele se sentasse. E vós dizíeis ao neo-recipiandário que se
sentava em vosso trono: “Sentai-vos agora neste trono que é símbolo daquele que vos
está reservado no Céu, para a glória em toda a eternidade.” E depois vós ajoelháveis e
dizíeis: “Eu te osculo as mãos e os pés com intenso afeto, como símbolo da
homenagem que recebereis na eternidade por terdes combatido o bom combate e por
terdes chegado à plenitude da santidade.”
Vós quereis então para mim a santidade plena, pleníssima. E como não [a] irei
querer eu também? Como posso não querer eu essa santidade para mim?!
Senhor, eu sei que, por maiores que sejam os meus esforços, eu lá não chego
sem a ação do Espírito Santo em minha alma. Eu não chego nem sequer à santidade
comum, quanto mais àquela que me está reservada, e que é especial, especialíssima.
Então, senhor, neste dia em que a Igreja celebra, na sua liturgia, a descida do
Espírito Santo sobre os Apóstolos, neste dia eu vos peço, ó senhor: intercedei por mim
junto à Esposa do Divino Espírito Santo, à Rosa Mística, e pedi a Ela – eu vô-lo rogo!
–, pedi a Ela que eu seja objeto dessa descida do Espírito Santo sobre mim, e que eu
receba, ainda no dia de hoje, esse “Grand Retour” tão esperado por vós, esse “Grand
Retour” tão desejado por mim.
Senhor, eu vos peço uma palavra a respeito de tudo isso. Se não pedi bem, eu
vos peço que me corrijais; se eu fiquei aquém, eu vos peço que me eleveis; se eu fui
além e fui ousado, eu vos peço que me corrijais.”

Telefonema com o Grupo de Miracema – 26/5/1996 – Domingo

* Resposta de nosso Pai e Senhor


Ele, então, dirá a mim, que me encontro ali diante dele, ele me dirá:
“Minha filha, meu filho, vós pedistes o que está no meu coração. Eu quero vos
conceder essa graça, mas há um obstáculo… Infelizmente, em vosso coração está esse
desejo somente na hora deste colóquio. Tende esse desejo as vinte e quatro horas do
dia, num espírito de recolhimento interior permanente, e em certo momento, quando
vós menos esperardes, essa graça, o ‘Grand Retour’ descerá sobre vossa alma, e vos
tomará vosso coração por inteiro. E sabei que nesse momento, vós sereis chamados
não mais…”
[Falha na gravação]
… Então [ele] levantaria a mão e daria a bênção.
Eu me aproximaria e diria:
– É possível eu vos oscular as mãos e os pés?
– Ainda não, ainda não chegou o momento. Quando o “Grand Retour” descer,
aí sim terá chegado o momento.
Aí eu osculo o chão, levanto-me e vou saindo, de costas, olhando para ele até
chegar à porta; quando chego à porta, faço uma genuflexão, abaixo a cabeça, levanto
um último olhar, abro a porta, saio, fecho a porta. Aí começa a minha vida de
recolhimento permanente dentro dessa perspectiva, me preparando para o “Grand
Retour”.
Morceaux choisis, nº 26 – 20/5/2018 – p. 15 de 16

IV – “Faço votos de que minha morte seja


para todos ocasião da graça que chamamos
do Grand-Retour”

Carta a respeito de seu testamento e últimas vontades – 3/1/1978 – 3ª feira

* “Queira Nossa Senhora ter-me, depois de minha morte, aos


pés de seu trono por toda a eternidade. Lá estarei orando por
todos, até que junto a Ela o nosso número seja completo.”
Quando de minha morte, desejo que o estandarte da Sala do Reino de Maria me
acompanhe até à sepultura, sendo depois reposto onde está. Quero ser revestido depois
de morto com o hábito do São Bento, e coberto com um estandarte de campanha da
TFP, que me acompanhará mesmo depois de cerrado o caixão. Peço que mandem rezar
dez Missas gregorianas em sufrágio de minha alma. [...]
Por sua misericórdia inefável, queira Nossa Senhora ter-me, depois de minha
morte, aos pés de seu trono por toda a eternidade. Lá estarei orando por todos, até que
junto a Ela o nosso número seja completo.

Extratos do Testamento de Plinio Corrêa de Oliveira – 10/1/1978 – 3ª feira

* “Não encontro palavras suficientes para agradecer a Nossa


Senhora o favor de haver vivido desde os meus primeiros
dias, e de morrer, como espero, na Santa Igreja”
Em nome da Santíssima e Indivídua Trindade, Padre, Filho e Espírito Santo. E
da Bem-aventurada Virgem Maria, minha Mãe e Senhora. Amém.
Eu, Plinio Corrêa de Oliveira, filho legítimo do Dr. João Paulo Corrêa de
Oliveira e de Dona Lucilia Ribeiro Corrêa de Oliveira, ambos já falecidos, brasileiro,
natural desta Capital do Estado de São Paulo, onde nasci em treze de dezembro de mil
novecentos e oito, solteiro, advogado e professor universitário. Residente e
domiciliado nesta mesma cidade, estando em perfeito juízo, resolvo, livre e
espontaneamente, fazer este meu testamento, a fim de dispor de meus bens, para
depois de minha morte, e estabelecer outras determinações de última vontade, na
forma que passo a expor:
1 – Declaro que vivi e espero morrer na Santa Fé Católica Apostólica e
Romana, à qual adiro com todas as veras de minha alma. Não encontro palavras
suficientes para agradecer a Nossa Senhora o favor de haver vivido desde os meus
primeiros dias, e de morrer, como espero, na Santa Igreja, à qual votei, voto e espero
votar até o último alento, absolutamente todo meu amor. De tal sorte que todas as
pessoas, instituições e doutrinas que amei durante minha vida, e atualmente amo, só as
amei ou amo porque eram ou são segundo a Santa Igreja, e na medida em que eram ou
são segundo a Santa Igreja. Igualmente, jamais combati instituições, pessoas ou
doutrinas senão porque e na medida em que eram opostas à Santa Igreja Católica.
Morceaux choisis, nº 26 – 20/5/2018 – p. 16 de 16

Extratos do Testamento de Plinio Corrêa de Oliveira – 10/1/1978 – 3ª feira

* “Agradeço da mesma forma [...] a graça [...] de me haver


consagrado a Ela como escravo perpétuo. [...] Agradeço
ainda [...] haver-me feito nascer de Dona Lucilia”
Agradeço da mesma forma a Nossa Senhora – sem que me seja possível
encontrar palavras suficientes para fazê-lo – a graça de haver lido e difundido o
“Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, de São Luiz Maria Grignion
de Montfort, e de me haver consagrado a Ela como escravo perpétuo. Nossa Senhora
foi sempre a Luz de minha vida, e de sua clemência espero que seja Ela minha Luz e
meu Auxílio até o último momento da existência.
Agradeço ainda a Nossa Senhora – e quão comovidamente – haver-me feito
nascer de Dona Lucilia. Eu a venerei e a amei em todo o limite do que me era possível,
e, depois de sua morte, não houve dia em que não a recordasse com saudades
indizíveis. Também à alma dela peço que me assista até o último momento com sua
bondade inefável. Espero encontrá-la no Céu, na coorte luminosa das almas que
amaram mais especialmente Nossa Senhora.

Extratos do Testamento de Plinio Corrêa de Oliveira – 10/1/1978 – 3ª feira

* “Peço que Nossa Senhora abençoe a todos e a cada um. [...]


Faço votos de que minha morte seja para todos ocasião da
graça que chamamos do Grand-Retour.”
Tenho a consciência do dever cumprido, pelo fato de ter fundado e dirigido
minha gloriosa e querida TFP. Osculo em espírito o estandarte desta que se encontra
na Sala do Reino de Maria. São tais os vínculos de alma que tenho com cada um dos
sócios e cooperadores da TFP brasileira, como das demais TFPs, que me é impossível
mencionar aqui especialmente alguém para lhe exprimir meu afeto. Peço que Nossa
Senhora abençoe a todos e a cada um. Depois da morte, espero junto a Ela rezar por
todos, ajudando-os assim de modo mais eficaz do que na vida terrena.
Aos que me deram motivos de queixa, perdôo de toda a alma.
Faço votos de que minha morte seja para todos ocasião da graça que chamamos
do “Grand-Retour”. Não tenho diretrizes a dar para essa eventualidade, pois melhor do
que eu o fará Nossa Senhora.
Em qualquer caso, a todos e a cada um peço entranhadamente e de joelhos que
sejam sumamente devotos de Nossa Senhora durante toda a vida.

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