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Pentecostes e Grand-Retour
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Evangelho da Solenidade de Pentecostes, Ano B.
Morceaux choisis, nº 26 – 20/5/2018 – p. 2 de 16
n’Ela – por incrível que pareça, apesar d’Ela ter sido criada depois dos Anjos – é por
causa d’Ela e é em função d’Ela, em função de Nosso Senhor que iria se Encarnar que
Ele, Espírito Santo santificou os Anjos e deu aos Anjos que perseveraram no Céu a
força de resistir a Lúcifer.
Então nós temos hoje uma festa essencialmente Divina e essencialmente
Mariana. Pois Ela é chamada Esposa do Divino Espírito Santo, e é n’Ela que Ele
santifica a Igreja inteira, [...] é n’Ela que Ele forma os [seus] filhos.
De maneira que nós teremos uma felicidade – se ele estivesse vivo eu diria isso
a ele, mas ele me ouve nesse momento –, teremos uma felicidade muito maior do que a
dele, porque ele tinha o coração dele, agora, nós vamos ter o coração dele e o coração
dela. [...]
Será uma felicidade que nós não fazemos ideia. Porque as consolações… [O
Espírito Santo] é chamado Espírito Consolador, e as consolações que Ele virá
trazendo com o “Grand Retour” serão consolações tão extraordinárias, que nós vamos
nos sentir já quase que na visão beatífica, entende? De tanta…
Eu tenho a impressão de que virá alguma coisa que, sem ter o caráter oficial de
Pentecostes, seja eventualmente de uma força comparável à de Pentecostes – é o
Grand Retour – e que faça soprar um vento perto do qual todas essas coisas que hoje
parecem tão impressionantes [como o estrondo da Venezuela], virem ninharias
insignificantes. [...] Quer dizer, no futuro se terá dificuldade em compreender como é
que se deu importância a isso.
Como é que vão ficar esses dois pólos claros? O primeiro já está claro. O
primeiro pólo ficou patente para nós, de que a natureza humana é débil! A natureza
humana é terrivelmente débil, a natureza humana fracassou!
E eu creio que está mais perto do que a gente imagina, está na hora de nós
assistirmos novamente uma outra descida do Espírito Santo.
[Exclamações]
Porque, se foi preciso que o Espírito Santo descesse sobre a Igreja para que Ela
passasse do estado de bebê ao estado adulto, quando a Igreja, que é imortal, tiver o
aspecto de morte, é preciso que desça o Espírito Santo para tirar a Igreja do sepulcro e
ao terceiro dia… Aquele que ressuscitou Jesus é o mesmo que – por assim dizer, entre
aspas – “ressuscitará” a Igreja.
* Composição de lugar
Bem, nós temos agora, como ponto terminal, depois de termos falado tanto do
Espírito Santo, temos um colóquio com o Sr. Dr. Plinio a propósito do Espírito Santo.
Então, vamos nos colocar todos de joelhos na Sala do Reino de Maria, [...] cada
um numa posição que julgue mais conveniente para olhar bem de perto ou bem de
longe, ou a meia distância, a ele, Sr. Dr. Plinio, revestido do hábito. Eu o imaginaria
com [um] resplendor de glória [...] extraordinário, de tal forma que nós pudéssemos,
olhando para a face dele, quase que nem sentir que estávamos ajoelhados. Mas, pelo
contrário, estávamos sendo carregados por nuvens, elevados até do solo, de tanta
emoção e de tanta consolação, de tanto entusiasmo por vê-lo no meio de uma glória
feérica, de uma glória magnífica, esplendorosa.
Ele, com o hábito dele, mas com umas joias postas no hábito, que foram
escolhidas a dedo pela Sra. Da. Lucilia. E ele tem na fronte uma auréola
extraordinária. Auréola de Doutor, porque Doutor da Igreja; [...] auréola de mártir,
porque “bem poderão chamá-lo mártir”, tal foi o martírio de ter enfrentado a opinião
pública, sozinho, durante oitenta e seis anos; depois, auréola de virgem, porque ele é
virgem. Então, as três auréolas que classificam os bem-aventurados na sua essência –
conforme diz São Tomás de Aquino –, as três auréolas na fronte dele; cada uma de
uma cor e mais reluzente do que outra, constituindo um resplendor atrás dele,
extraordinário.
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O trono dele não é o troneto da Sala do Reino de Maria. Ele está sentando num
trono que os Anjos transportaram do Céu e que é o trono que ele tem no Céu.
Nós estamos na Sala do Reino de Maria apenas para uma ambientação, mas, na
realidade, a Sala do Reino de Maria está transformada pela presença do trono dele, e
ele no esplendor da glória, sentando sobre o trono.
Então, nada de imaginá-lo apenas com paletó e gravata, ou então, apenas com o
hábito simples. É imaginá-lo já diretamente dentro de um resplendor colossal!
Resplendor de glória, de magnificência, de vitória, de brilho, de luz.
Nós, então, ajoelhados, talvez a sós ou então… Eu imagino melhor que fosse a
sós. Cada um deve se imaginar sozinho. Saiu alguém da sala e disse para um de nós:
“O Sr. Dr. Plinio diz que pode entrar”. Então, eu entro, fecha-se a porta atrás de mim e
eu estou a sós com ele. Eu me aproximo a uma certa distância – mais próximo, ou um
pouco mais distante, ou como seja, de acordo com o meu estilo –, ajoelho-me, olho
bem nos olhos dele, começo a contemplar, fico meio perdido no meio daquela feería
de cores, luzes e resplendores, e ele sorrindo para mim. Ele me diz: “Então, minha
filha?” Ou: “Então, meu filho? Em que posso lhe ser útil?”
* Colóquio
E aí é a hora de nós conversamos com ele. Nós diremos:
“Ó senhor, eu me consagrei como escravo à Sabedoria Eterna e Encarnada pelas
mãos de Nossa Senhora, mas também por vossas mãos. Vós sois MS. Eu vos pertenço,
vos pertenço porque sou escravo de Nosso Senhor Jesus Cristo e estou posto em
vossas mãos, porque por vossas mãos eu fiz a escravidão.
Eu, aqui de joelhos, agora queria vos pedir: nós, hoje, celebramos [...] a festa do
Divino Espírito Santo, assistindo à Santa Missa que foi celebrada pelo Pe. Olavo, e nós
tivemos a oportunidade de, bem perto, poder contemplar as magnificências todas da
festa que hoje a Igreja celebra: Pentecostes, a descida do Espírito Santo sobre os
Apóstolos.
Senhor, vós deveis permitir que eu vos lembre do vosso testamento. No vosso
testamento, vós púnheis que entregáveis a vossa vida para que viesse sobre todos os
membros do Grupo aquela graça que entre nós costumamos chamar de “Grand
Retour”. Vós destes o nome a esta graça de “Grand Retour”. “Grand Retour”, que é
outra descida do Espírito Santo, semelhante à primeira descida que houve sobre Nossa
Senhora, sobre os Apóstolos, sobre os discípulos e as Santas Mulheres.
Nós queremos que esta graça desça sobre nós o quanto antes também. Ninguém,
mais do que nós, quer para nós essa graça do que vós. Se vós me désseis uma fímbria
de compreensão de qual é o vosso amor por mim, eu tenho certeza que aquelas
palavras vossas no dia 6 de fevereiro de 1975 se realizariam, ou seja, seria suficiente,
compreendendo eu qual é o amor que vós me tendes, para que eu recebesse nesse
momento o “Grand Retour”.
Então, eu vos peço: dai-me a graça de compreender o grande amor que vos me
tendes; dai-me a graça de compreender o quanto eu estou presente nas vossas
cogitações; dai-me a graça de compreender o quanto vós pensais em mim e o quanto
vós fazeis por mim; dai-me a graça de compreender o quanto vós me quereis santo e
inteiramente santo.
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Eu tenho certeza de que vós não me quereis um santo comum; vós quereis de
mim a santidade plena; Vós quereis de mim a santidade de altar; Vós quereis a minha
coroação no Céu; Vós me fazeis lembrar a cerimônia que instituístes na Sagrada
Escravidão, cerimônia ao término da qual, vós oferecíeis o vosso trono aqui na Terra
para que o neo-recipiandário nele se sentasse. E vós dizíeis ao neo-recipiandário que se
sentava em vosso trono: “Sentai-vos agora neste trono que é símbolo daquele que vos
está reservado no Céu, para a glória em toda a eternidade.” E depois vós ajoelháveis e
dizíeis: “Eu te osculo as mãos e os pés com intenso afeto, como símbolo da
homenagem que recebereis na eternidade por terdes combatido o bom combate e por
terdes chegado à plenitude da santidade.”
Vós quereis então para mim a santidade plena, pleníssima. E como não [a] irei
querer eu também? Como posso não querer eu essa santidade para mim?!
Senhor, eu sei que, por maiores que sejam os meus esforços, eu lá não chego
sem a ação do Espírito Santo em minha alma. Eu não chego nem sequer à santidade
comum, quanto mais àquela que me está reservada, e que é especial, especialíssima.
Então, senhor, neste dia em que a Igreja celebra, na sua liturgia, a descida do
Espírito Santo sobre os Apóstolos, neste dia eu vos peço, ó senhor: intercedei por mim
junto à Esposa do Divino Espírito Santo, à Rosa Mística, e pedi a Ela – eu vô-lo rogo!
–, pedi a Ela que eu seja objeto dessa descida do Espírito Santo sobre mim, e que eu
receba, ainda no dia de hoje, esse “Grand Retour” tão esperado por vós, esse “Grand
Retour” tão desejado por mim.
Senhor, eu vos peço uma palavra a respeito de tudo isso. Se não pedi bem, eu
vos peço que me corrijais; se eu fiquei aquém, eu vos peço que me eleveis; se eu fui
além e fui ousado, eu vos peço que me corrijais.”
*_*_*_*_*