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ESTRUTURA

MORADIA LOPES JÚLIO

LUANDA - ANGOLA

MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA


ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................. 3

2. CONDICIONAMENTOS.............................................................................................................................. 4

2.1 Condicionamentos geológicos e geotécnicos......................................................... 4


2.2 Condicionamentos de Durabilidade .......................................................................... 4

3. MATERIAIS ..................................................................................................................................................... 5

3.1 Classes de Exposição e Recobrimentos Em Elementos de Betão Armado .......... 5


3.2 Materiais em elementos de betão Armado .............................................................. 5
3.3 Betão de Regularização e Protecção de elementos enterrados ......................... 6

4. SOLUÇÃO ESTRUTURAL .............................................................................................................................. 7

5. QUANTIFICAÇÃO E COMBINAÇÃO DE ACÇÕES .............................................................................. 8

5.1 Acções de caracter permanente ............................................................................... 8


5.2 Acções de caracter Vatiável ....................................................................................... 8
5.3 Combinações de Acções ............................................................................................. 9

6. MODELO DE CÁLCULO........................................................................................................................... 11

7. CRITÉRIOS DA VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DOS ELEMENTOS ............................................... 12

7.1 Estados Limites Últimos ................................................................................................. 12


7.2 Estados Limites Utilização............................................................................................. 12

8. RESULTADOS DA VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DOS ELEMENTOS .......................................... 14

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1. INTRODUÇÃO

A presente memória descritiva e justificativa refere-se ao Projecto de Licenciamento de


Estrutura e Fundações, de uma Moradia Unifamiliar, localizada na Rua Comandante Eurico,
bairro Cruzeiro, Distrito Urbano do Sambizanga, na província de Luanda, Angola.

O estudo foi desenvolvido com base no Projecto de Arquitectura e contou com os seguintes
elementos:

 Plantas

 Cortes

 Alaçdos

O edifício tem uma área de implementação de 1220.70 m2, composta por dois pisos.

Relativamente a regulamentação e disposições normativas seguidas no projecto, foram


utilizadas em particular os seguintes Regulamentos e Códigos:

 Eurocódigo 0 – Bases para o Projecto de Estruturas (EN 1990).

 Eurocódigo 1 – Acções em Estrutras (EN 1991).

 Eurocódigo 2 – Dimensionamento de Estruturas de Betão (EN 1992).

 NP EN 206 -1 – Betão Parte 1: Especificação, desempenho, produção e


Conformidade.

 Especificação LNEC E464 – Betões. Metodologia Prescritiva para uma vida útil de
Projecto de 50 e 100 Anos Face às acções ambientais.

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2. CONDICIONAMENTOS

2.1 Condicionamentos geológicos e geotécnicos

A fundação foi realizada sobre base de pavimento existenteNão se dispõe de informações


das características Geotécnicas do solo de fundação. Para obtenção da geometria dos
elementos de fundação, adotou-se o valor de 0.20 MPa para tensão de segurança do solo,
a uma cota de 1.00m abaixo da cota 0. Pelo que, será necessário um estudo que
caracterize mecanicamente a resistência do solo de fundação.

2.2 Condicionamentos de Durabilidade


Na elaboração deste Projecto, foram considerados os riscos potenciais em termos de
durabilidade das estruturas projectadas, tendo-se separado a análise referente aos
elementos de betão armado. Os betões e os recobrimentos das armaduras foram prescritos
atendendo à Norma Portuguesa NP EN 206-1 e à Especificação LNEC E464, com base na
definição de Classes de Exposição Ambiental. Quando justificado, foram adoptadas
disposições construtivas complementares com o objectivo de dotar a estrutura de melhores
condições de durabilidade. Quanto à estrutura metálica, foi prevista uma solução de
protecção anticorrosiva com base em esquemas de pintura, definida segundo a norma NP
EN ISO 12944 com base na especificação da categoria de corrosividade atmosférica e do
nível de durabilidade pretendida.

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3. MATERIAIS

3.1 Classes de Exposição e Recobrimentos Em Elementos de Betão Armado

A escolha e especificação do betão foi feita com base no meio ambiente ao qual a
estrutura ficará exposta. Esta especificação obedece ao exposto na norma NP EN 1992, NP
201-1 e E464, pelo que os diversos elementos estruturais poderão ser classificados da
seguinte forma:

 Sapatas e Vigas de Fundação……………………………...XC2


 Pilares, Vigas, Lajes e Escadas………………...……….XC1, XC3

Em resultado das condições de exposição e utilização esperadas para a estrutura após a


sua construção, adoptaram-se os seguintes recobrimentos para os diversos elementos
estruturais, projectando-se um período de vida útil para a obra de 50 anos:

 Sapatas e Vigas de Fundação……………………………...40mm


 Pilares……………………...........................................................30mm
 Vigas, Lajes e Escadas…..………………….……….………. 20mm
 Reservatórios…………………………..………………………. 20mm

3.2 Materiais em elementos de betão Armado


Considerando o tipo de estrutura, os cálculos efectuados e atendendo às classes de
exposição definidas anteriormente para os elementos de betão armado, foram
seleccionados os seguintes materiais:

Betões:

 Sapatas e Vigas de Fundação…….…...NP EN 206-1C30/37 XC2 (P) CL 0.40 Dmáx. 30


S3
 Pilares………….……………..…………..… NP EN 206-1C30/37 XC3 (P) CL 0.40 Dmáx. 30 S3
 Vigas……………………………...………… NP EN 206-1C25/30 XC3 (P) CL 0.40 Dmáx. 30 S3
 Lajes e Escadas.……………..………NP EN 206-1C25/30 XC1/XC3 (P) CL 0.40 Dmáx. 30
S3
 Reservatórios…………………………....….NP EN 206-1C30/37 XC2 (P) CL 0.40 Dmáx. 30
S3

Aços em armaduras passivas:

 Armaduras ordinárias…...EN 10080: A 500 NR (Classe de Ductilidade B)

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3.3 Betão de Regularização e Protecção de elementos enterrados
Para a execução das elementos de fundação e laje de pavimento, está prevista a
colocação de uma camada de betão para regularização da base, da classe C12/15 com
0.05m de espessura. No que se refere à protecção dos elementos enterrados, prevê-se o
tratamento das superfícies laterais e superiores dos elementos enterrados, que fiquem
acessíveis após a sua execução, com uma pintura de protecção do tipo "SIKA INERTOL F".
Atendendo à posição relativa do nível freático face à estrutura do edifício, não se prevê a
necessidade de adopção de telas de impermeabilização. O pavimento do piso 0, será
executado conforme o pormenor a baixo indicado.

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4. SOLUÇÃO ESTRUTURAL

Optou-se por uma solução de betão armado, que tendo em conta a geometria definida
pela Arquitectura, garante uma solução economicamente vantajosa e com características
de durabilidade adequadas aos requisitos pretendidos.
Para as fundações, tendo em conta os níveis de carga que a serem transmitidas ao terreno,
prevê-se a utilização de sapatas de fundação ligadas entre si por vigas de fundação.
Para os pisos superiores (piso 0 à cobertura), conceberam-se soluções nas quais a
estabilidade global e resistência a acções Horizontais são garantidas pelos pilares e
paredes. Estes elementos têm também a função de encaminhar as cargas verticais para as
fundações. Quanto a estrutura das lajes dos pisos, optou-se por uma solução em laje vigada
com espessura de 0.22m, de acordo com a modulação prevista no Projecto de arquitectura
e a utilização pretendida.

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5. QUANTIFICAÇÃO E COMBINAÇÃO DE ACÇÕES

Para a quantificação das acções de dimensionamento consideraram-se os critérios


preconizados nas diversas partes da NP EN 1991 – Acções em Estruturas, nomeadamente:

 NP EN 1991, Parte 1-1: Acções gerais. Pesos volúmicos, pesos próprios, sobrecargas em
edifícios
 NP EN 1991, Parte 1-2: Acções gerais. Acções em estruturas expostas ao Fogo.
 NP EN 1991, Parte 1-4: Acções gerais. Acções do Vento.

5.1 Acções de caracter permanente

5.1.1 Peso próprio Estrutural


 Elementos estruturais de betão armado……………………………………..……25,00kN/m3
 Elementos estruturais de aço…………….……………………………………..……78,50kN/m3

5.1.2 Peso próprio não Estrutural em Revestimentos


 Psio 0 ……………………………………..……2,00 kN/m2
 Psio 1……………………………………..……2,00 kN/m2
 Cobertura.………………………………..…… 2,00 kN/m2
 Corredores………………………………..……2,00 kN/m2
 Escadas….………………………………..……2,00 kN/m2

5.1.3 Peso próprio não Estrutural em Fachadas e Paredes interiores


 Psio 0 …………………………………..…..……9,00 kN/m
 Psio 1………………………………………..……9,00 kN/m
 Cobertura.………………………………..…… 2,00 kN/m

5.2 Acções de caracter Vatiável

5.2.1 Acção das sobrecargas em edifícios

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De acordo com o definido na NP EN 1991-1-1, referente às acções gerais, forma
consideradas as seguintes sobrecargas de utilização:

 Psio 0………………………………………..…4,00 kN/m2


 Psio 1……………………………………..……4,00 kN/m2
 Cobertura.………..……………………..……4,00 kN/m2
 Corredores…………..…………………..……4,00 kN/m2
 Escadas….……………...………………..……5,00 kN/m2

5.2.2 Acção do Vento


De acordo com o definido na NP EN 1991-1-4, referente às acções do vento, os valores
característicos da pressão dinâmica do vento foram determinados considerando-se que a
estrutura está localizada na Zona A (vb,0 = 27 m/s) e que o terreno é caracterizado por uma
Rugosidade Tipo IV (Zona na qual pelo menos 15% da superfície está coberta por edifícios
com altura média superior a 15 m). Nestas condições, considerou-se um valor de pressão
dinâmica de pico de 0,638 kN/m2. Para a determinação das forças e pressões do vento
sobre fachadas e coberturas, foram considerados os coeficientes de força e pressão
definidos no mesmo documento, em função das características geométricas da estrutura.

5.3 Combinações de Acções


De acordo com a NP EN 1990, a combinação de acções deverá atender às seguintes
situações de projecto:

 Situações de projecto persistentes, correspondentes a condições normais de utilização;


 Situações de projecto transitórias, correspondentes a condições temporárias aplicáveis à
estrutura, como, por exemplo, durante a construção ou a reparação;
 Situações de projecto acidentais, correspondentes a condições excepcionais aplicáveis à
estrutura ou à sua exposição, como, por exemplo, incêndios, explosões, impactos ou
consequências de rotura localizada;
De seguida, são apresentados os princípios para as combinações dos efeitos das acções
em cada uma das situações de projecto de Estrutura mais relevantes, assim como os
coeficientes de segurança e combinação relevantes, tendo por base o Método dos
Coeficientes Parciais de Segurança. Note-se que as parcelas correspondentes às acções
variáveis são ou não adicionáveis conforme contribuem ou não para aumentar os esforços
de cálculo.

 Situações de Projecto Persistentes – Estados Limites Últimos:

Com:
Gk,j - valor característico da acção permanente de índice j;
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P - valor da acção do Pré-esforço;
Qk,1 - valor característico da acção variável de base;
Qk,i - o valor característico da acção variável acompanhante de índice i;
G,j - valor do coeficiente parcial de segurança para a acção permanente de índice j;
P - valor do coeficiente parcial de segurança para a acção do Pré-esforço;
Q,1 - valor do coeficiente parcial de segurança para a acção variável de base;
Q,i - valor do coeficiente parcial de segurança para a acção variável acompanhante de
índice i;
0,i - valor do coeficiente de combinação para a acção variável acompanhante de índice
i;

 Situações de Projecto Persistentes – Estados Limites de Utilização:

o Combinação Característica de Acções:

o Combinação Frequente de Acções:

o Combinação Quase-permanente de Acções:

Com:

Gk,j - valor característico da acção permanente de índice j;


P - valor da acção do Pré-esforço;
Qk,1 - valor característico da acção variável de base;
Qk,i - o valor característico da acção variável acompanhante de índice i;
0,i - valor do coeficiente de combinação característica para a acção variável
acompanhante de índice i;
1,1 - Valor do coeficiente de combinação frequente para a acção variável de base;
2,i - valor do coeficiente de combinação quase permanente para a acção variável
acompanhante de índice i;

No cálculo dos valores de combinação das diversas acções, foram considerados os


coeficientes de segurança e de combinação definidos no Anexo A1 da NP EN 1990.

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6. MODELO DE CÁLCULO

Para o cálculo dos esforços, tensões, deslocamentos e deformações bem como a


obtenção da geometria dos elementos estruturais para simular o comportamento da
estrutura utilizou-se o programa de cálculo automático CYPECAD V2022, cuja filosofia de
cálculo se baseia no método dos elementos finitos.
Os modelos de cálculo utilizados no dimensionamento da estrutura, consideraram a sua
discretização, em modelos tridimensionais, através de elementos finitos de barra no caso de
pilares e vigas, e de elementos finitos shell no caso das lajes, paredes e muros, com as
características do elemento representado.
As cargas, pontuais, lineares ou distribuídas, são aplicadas nos diversos elementos finitos, ou
contabilizadas directamente pelo software, como no caso do peso próprio dos elementos
estruturais.
De seguida, são apresentadas imagens ilustrativas dos modelos de cálculo utilizados no
dimensionamento e cálculo estrutural.

Figura 2 - Modelo de Cálculo Global. Vista 1

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7. CRITÉRIOS DA VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DOS ELEMENTOS

A verificação da segurança estrutural tem como objectivos:

 Assegurar um nível de segurança adequado em relação às situações de rotura


compatíveis com o tipo de concepção estrutural adoptada durante a fase construtiva da
estrutura, após a sua entrada em serviço e durante o período de vida útil predefinido;
 Garantir um bom comportamento da mesma após a entrada em serviço.

Para tal, recorreu-se à filosofia dos estados limites, que através da comparação dos valores
de acções ou outras grandezas relacionáveis com os valores resistentes, assegura a
verificação dos vários elementos estruturais e das respectivas secções consideradas críticas.
Em termos de estados limites últimos (1º objectivo), foram adoptados os valores
característicos superiores para os efeitos das acções (Sk) e os valores característicos
inferiores para as resistências (Rk). Foram ainda adoptados coeficientes de segurança
parciais para majorar os efeitos das acções (γf) e minorar as resistências (γm). Por fim,
procedeu-se à comparação dos efeitos das acções majorados (Sd) com as resistências
minoradas (Rd).
No caso dos estados limites de utilização (2º objectivo), foram adoptados níveis de acções
expectáveis na estrutura (através das combinações de acções) e características médias
para o comportamento dos materiais, e foi verificado se os valores dos efeitos das acções
não ultrapassam valores admissíveis para os níveis de acções considerados.

7.1 Estados Limites Últimos

7.1.1 Estrutura em Betão Armado e Pré-esforçado


A verificação dos diversos elementos de betão armado em Estado Limite Último seguiu o
definido no Capítulo 6 da NP EN 1992-1. Na pormenorização dos elementos, foram
consideradas as disposições construtivas e regras particulares constantes no Capítulo 9 da
mesma norma, bem como as disposições relativas a armaduras constantes no Capítulo 8.
No caso da verificação em caso de incêndio, foram utilizados os valores tabelados
constantes na Parte 1-2 da referida norma.

7.2 Estados Limites Utilização

7.2.1 Deslocamentos Verticais


A verificação da deformação vertical dos diversos elementos de betão armado seguiu os
limites sugeridos na NP EN 1992-1, nomeadamente de L/250 para as combinações quase

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permanentes de acções, e de L/500 para a parcela pós construção, também para a
combinação quase permanente de acções. Em ambos os casos, a flecha é calculada em
relação aos apoios.

7.2.2 Limitação de Tensões e aberturas de Fendas


A verificação dos diversos elementos de betão armado em termos de Limitação de Tensões
e ao Estado Limite de Abertura de Fendas seguiu o definido no Capítulo 7 da NP EN 1992-1,
nomeadamente nos pontos 7.2 e 7.3. Neste último aspecto, sempre que possível foi seguido
o método do controlo indirecto da fendilhação.

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8. RESULTADOS DA VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DOS ELEMENTOS
Os resultados do processo de verificação da segurança dos elementos encontram-se
detalhados num conjunto de Notas Técnicas que acompanham esta Memória, e que se
enumeram de seguida:

 NTC001-R00_PILARES
 NTC002-R00_VIGAS
 NTC003-R00_LAJES
 NTC004-R00_ESCADAS

Luanda, Março de 2022

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Medci da Silva, Eng.º Civil
Nº OEA - 2291

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