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COLÉGIO MUNICIPAL MIGUEL SANTOS FONTES

SÉRIE 8 ano DATA ___/_ _/___ TURNO

NOME

PROFESSORA Daniela DISCIPLINA Ciências

Transtornos alimentares e a busca pelo corpo ideal: como


abordar esse tema na escola?
Pesquisas indicam que as mulheres são as mais afetadas pelos chamados transtornos
alimentares não somente no Brasil, como também no mundo. No caso da anorexia,
por exemplo, Bordo (2013) aponta que 90% dos casos são diagnosticados em
adolescentes e mulheres jovens. Tais dados levam a questionar as razões de um
percentual tão alto entre esse grupo e quais são os componentes sociológicos,
biológicos e psicológicos que contribuem para o surgimento desses transtornos muitas
vezes já em idade escolar.   
Transtornos alimentares
Os transtornos alimentares são multifatoriais, compostos por fatores biológicos,
socioculturais e psicológicos, sendo os dois tipos principais a anorexia e a bulimia
nervosa. De acordo com o DSM-5, a principal característica dos transtornos
alimentares é o distúrbio na percepção da imagem corporal.
Os principais critérios para o diagnóstico de anorexia nervosa são: 
O medo extremo de engordar, tornar-se obeso ou apresentar um padrão de
comportamento contínuo que impede o ganho de peso;
Ausência de pelo menos três ciclos menstruais consecutivos;
Recusar-se a manter o peso corporal em um nível mínimo considerado normal para
idade e altura;
Distúrbios na percepção da própria aparência independente de como o corpo se
apresenta. 
Já a bulimia nervosa caracteriza-se principalmente por: 
Episódios frequentes de compulsão alimentar, o que significa consumir alimentos em
um período de tempo curto e em uma quantidade que é certamente maior do que a
maioria das pessoas seria capaz de consumir em circunstâncias semelhantes;
Sensação de falta de controle sobre o consumo de alimentos que geralmente é
seguida por um comportamento compensatório, como vômitos, uso de laxantes,
diuréticos, jejum, prática de exercícios intensos e uso de outros medicamentos para
evitar ganho de peso;
Uma pessoa que sofre de bulimia nervosa avalia-se constantemente de acordo com o
seu peso e forma corporal (American Psychiatric Association, 2013). Características
psicológicas individuais como baixa autoestima, falta de afeto, depressão e
perfeccionismo também estão associadas aos transtornos alimentares, assim como
histórico de abuso sexual e/ou bullying. A pesquisadora Nádia Pinheiro destaca que os
primeiros indícios de alterações na conduta alimentar e sinais de alerta relacionados a
esse tema podem ocorrer já na primeira infância. Ela aponta que a prevalência de
casos de transtornos alimentares tem aumentado e a idade de início da manifestação
dos sintomas vem diminuindo. 
Transtornos alimentares e o papel das diferentes mídias
Muito se discute sobre o papel das diferentes mídias na construção do que é
considerado o ideal para o corpo de uma mulher. O tema foi alvo de diversas
pesquisas ao longo dos últimos anos, o que aponta para um olhar atento sobre as
possíveis construções que são feitas (e que podem ser desfeitas) sobre padrões de
beleza e ideais de perfeição femininos.

O corpo e a saúde emocional


Conforme afirmou Chris Shilling (1993), o corpo é de alguma forma moldado, limitado
e até inventado pela sociedade. A autora defende que os regimes e movimentos de
autocuidado não são simplesmente voltados para a prevenção de doenças, e sim
simbolizam o desejo de estarmos satisfeitas com a forma como nossos corpos são
vistos de maneira expandida, tanto para nós mesmos como para os outros. Na mesma
linha, Monro (2006) define a objetificação do corpo da mulher como o termo usado
para se referir ao modo como muitas mulheres se vêem, e especialmente seus corpos,
como um objeto a ser valorizado pela aparência externa em vez de qualidades
internas, como a personalidade e a inteligência.
Barbara Fredrickson, uma das maiores estudiosas sobre o tema, defende que os
transtornos alimentares são, talvez, os riscos mais evidentes para o bem-estar de
meninas e mulheres em uma cultura que objetifica a aparência feminina, pois tais
problemas são literalmente representados no corpo. Para ela, a aparência física das
mulheres é certamente o maior preditivo para a baixa autoestima e há estudos
conclusivos que apontam que os riscos de transtorno alimentar aumentam no início da
adolescência. 

Atividade
Se reúna em grupo:
Discutam o conteúdo da reportagem trazida para a sala de aula, e desenvolva
um diagrama em estilo de mapa conceitual relacionando a indústria, os meios de
comunicação e alguns distúrbios alimentares.

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