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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema: Desafios de Inserção dos Estudantes no Ensino Superior

Nome do Estudante: Rogério Inácio Alfandega. Código:708202976

Curso: Licenciatura em Ensino de História.

Disciplina: Metodologia de Investigação Científica

Ano de frequência: 1º ano.

O Tutor: Júlio César Thomo

Tete, Outubro ,2021


Índice
Folha de feedback.......................................................................................................................5
Introdução...................................................................................................................................4
1.1. Objetivos gerais................................................................................................................4
1.2. Objetivos específicos........................................................................................................4
2. A inserção dos estudantes no ensino superior à distância.......................................................5
2.1. Conceptualizar os termos centrais: inserção, desafio e ensino superior de acordo com
diversas perspectivas de abordagem.......................................................................................6
2.1.1. Desafios do ensino superior.......................................................................................8
2.2. Os desafios mais frequentes na inserção dos estudantes no ensino superior à distância.
...............................................................................................................................................11
2.3. Propôr mecanismos/procedimentos para superação dos desafios..................................12
3. Considerações Finais............................................................................................................13
Referencias Bibliográficas........................................................................................................14
Classificação
Categorias Indicadores Padrões
Nota
Pontuação
do Subtotal
máxima tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos
Estrutura organizacionais  Introdução 0.5
 Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
Introdução
 Descrição dos objectivos 1.0

 Metodologia adequada ao
2.0
objecto do trabalho
Conteúdo  Articulação e domínio do
discurso académico 2.0
(expressão escrita cuidada,
Análise e coerência / coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.0
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e tamanho
Aspectos
Formatação de letra, paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre linhas
Normas APA 6ª
 Rigor e coerência das
Referências edição em 4.0
citações/referências
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

Folha de feedback
Introdução
Educação a Distância, ou EAD é uma modalidade de educação em que os alunos e
professores não compartilham o mesmo espaço físico, ou interagem ao mesmo tempo. A
maior parte da comunicação professor-aluno e aluno-aluno é realizada por meio de uma
tecnologia. O ensino a distância cresceu exponencialmente na última década e as instituições
que os oferecem, procuram se adaptar a essa realidade. No entanto, é importante considerar o
perfil do aluno que busca o ensino a distância e se o mesmo conhece e compreende as
ferramentas usadas no ensino virtual.

1.1. Objetivos gerais


 Conhecer os desafios mais frequentes na inserção dos estudantes no ensino superior à
distância.

1.2. Objetivos específicos


 Identificar os desafios mais frequentes na inserção dos estudantes no ensino superior à
distância.
 Descrever os desafios mais frequentes na inserção dos estudantes no ensino superior à
distância.
 Propôr mecanismos/procedimentos para superação dos desafios

1.3. Metodologia do trabalho


Segundo GIL (2008), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já
elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Com propósito
metodológico, o presente trabalho recorreu-se a pesquisa bibliográfica e artigos disponíveis na
internet.

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2. A inserção dos estudantes no ensino superior à distância
Atualmente os estudos mostram que cada vez mais vem aumentando a procura dos alunos
pela a Educação Superior na Modalidade a Distância (EaD), um fator importante também se
dá pela evolução dessa modalidade em Mocambique. A EaD pode ser ofertada as pessoas que
queiram cursar o ensino superior ou especialização, nesse sentido, a pesquisa se pauta em
alunos com idade acima de 40 anos, no intuito de analisar as principais dificuldades que esses
alunos encontram no processo de ensino e aprendizagem. Pois trata se de alunos que por
algum motivo encontram-se afastados dos estudos há algum tempo e estão retomando o
processo de escolarização.

Os avanços tecnológicos enriquecem os recursos de aprendizagem e meios desenvolvidos pela


educação à distância, o desenvolvimento das Tecnologias de Informação e Comunicação
(TIC) permiti a integração de meios diversificados de comunicação de melhor qualidade e
versatilidade e a criação de plataformas de aprendizagem. Os produtos deste desenvolvimento
tornaram-se relevantes para os processos de Educação-aprendizagem da EAD, melhorando as
possibilidades de interação e comunicação com e entre os estudantes.

A Educação a Distância atualmente é reconhecida pelo governo moçambicano como uma das
estratégias comprovadas para minimizar as assimetrias regionais em Moçambique e, por
conseguinte, promover inclusão social, econômica e educacional a um contingente
significativo da população. Há um certo entendimento de que as condições econômicas nas
quais passa Moçambique (e o restante do mundo) faz com que a educação presencial não seja
eficaz e efetiva, em curto e médio prazos, para oferecer oportunidades formativas às
populações que vivem distante dos grandes centros urbanos, sobretudo porque grande parte da
população de Moçambique vive em zonas rurais. Dessa forma, o governo moçambicano tem
adotado a EaD como estratégia para operacionalizar as políticas públicas de educação.

O impacto do ensino superior no indivíduo é determinado pela qualidade do esforço e pelo


nível de envolvimento de atividades acadêmicas e não acadêmicas do estudante ao longo do
período em que ele está cursando o ensino superior (MARTINS; RIBEIRO, 2019, p. 12).
Ensinar, além de ser um ato social e histórico, implica a formação de pessoas para
compreender e interpretar informações em um processo para a construção de novos
conhecimentos (CARMO; FRANCO, 2019, p. 10).

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Porém, quando identificada a criação de uma comunidade de aprendizagem em ambientes
online, o trabalho colaborativo, coletivo, parcerias e diálogos contribuem, de maneira efetiva,
para as práticas dos professores (PRATES; MATOS, 2020, p. 536). Enquanto se pensar que
EAD é algo totalmente separado do ensino presencial e deve ser tratado de diferentemente do
presencial, a tendência é que pouco se altere nessa problematização (OLIVEIRA; PICONEZ,
2017, p. 2017).

O desenvolvimento da EaD nos últimos anos, de acordo com LITWIN (2001) serviu para
implementar os projetos educacionais mais diversos e para as mais complexas situações:
cursos para o ensino de ofícios, capacitação para o trabalho ou divulgação científica,
campanhas de alfabetização e também estudos formais em todos os níveis e campos do
sistema educacional. Arruda (2011), por outro lado, anuncia também o crescimento
significativo das iniciativas baseadas em tecnologias digitais contemporâneas que
potencializaram o alcance e o número de pessoas ao redor do mundo, estas que se tornam
sujeitos dessa modalidade na medida em que tais tecnologias se tornam correntes.

A Educação a distância é uma modalidade que potencializa a inclusão social, educacional,


econômica e cultural de um país, sobretudo nas condições de Moçambique, recém-saído de
conflitos civis e com um patamar de alfabetização extremamente baixo, além de grande parte
da população ser analfabeta. No que tange ao investimento em educação presencial, há uma
quase impossibilidade em curto prazo, devido a necessidade de se promover crescimento
contínuo de infraestrutura, de profissionais formados e recursos financeiros atualmente
indisponíveis ao governo de Moçambique. A EaD emerge, nesse contexto, como uma
possibilidade real de ampliação do acesso à educação.

2.1. Conceptualizar os termos centrais: inserção, desafio e ensino superior de acordo


com diversas perspectivas de abordagem.
Inserção

Por seu turno, Moore & Kearsley (2007, p.02) definem Educação a distância da seguinte
forma: “Educação a distância é o aprendizado planejado que ocorre normalmente em um lugar
diferente do local do ensino, exigindo técnicas especiais de criação do curso e de instrução,
comunicação por meio de várias tecnologias e disposições organizacionais e administrativas
especiais”.O Ensino Superior a Distância em Moçambique é realizado principalmente nas
seguintes universidades: a Universidade Católica de Moçambique (UCM), a Universidade

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Eduardo Mondlane (UEM), e mais recentemente a Universidade Pedagógica (UP), a Escola
Superior Aberta (APolitécnica-ESA) e o Instituto Superior Dom Bosco (ISDB).

As experiências e perspectivas da EaD em Moçambique, ainda que embrionárias, devem ser


encaradas como uma estratégia positiva na contribuição para a formação e educação dos
recursos humanos do país. No entanto, segundo o Portal do Governo de Moçambique (2007),
muitos são os desafios que o país tem diante da implementação desta modalidade de ensino,
nomeadamente: 1) o reduzido número de profissionais e técnicos com competências
específicas em EaD de que o país dispõe; 2) a credibilidade da EaD, pelo fato de ainda
estarem muito presentes os valores culturais do modelo tradicional presencial, em grande
parte das instituições provedoras, particularmente de Ensino Superior; 3) o forte investimento
financeiro inicial que exige a implementação de sistemas de EaD; 4) as fracas habilidades de
autoestudo, autonomia e leitura e extrema dependência do professor, que caracteriza a maioria
dos estudantes no país; 5) o acesso extremamente limitado às Tecnologias de Informação e
Comunicação (TIC’s), os seus elevados custos, as fracas competências no seu uso e até a
inexistência de uma “cultura de tecnologia”, pela grande maioria da população.

Do mesmo modo, as instituições de ensino superior passaram a utilizar, em larga escala,


processos educacionais mediados pela internet e as TICs. As ações educacionais a distância
ajustam-se às características da população que usa tais serviços, pois é formada por jovens
que estão constantemente conectados e possuem acesso a internet, celulares e múltiplas
mídias (Martins, 2012). GARRISON E VAUGHAN (2008) afirmam que aqueles que
cresceram rodeados por tecnologias interativas podem não se adaptar às tradicionais
abordagens de transmissão de informações através de longas aulas, pois esperam uma
experiência de aprendizagem relevante e igualmente interessante. Não se pode desconsiderar
que o mundo digital apresenta-se como tendência contemporânea sem volta; a educação,
assim como as interações sociais e o trabalho, também sofrerá influências e modificações.
Além disso, a complexificação dos cenários e das modalidades de formação exige que
medidas educacionais alternativas sejam ampliadas, pois o atual sistema de educação formal
apresenta-se insuficiente para atender às novas demandas sociais de qualificação e
profissionalização (Martins, 2012).

O ensino superior responde, a longo prazo, aos desafios da construção da nação, de uma
sociedade aberta e democrática com exercício activo da cidadania e do desenvolvimento
económico num ambiente não protegido e competitivo à escala global. Se assim é, a educação

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e o ensino superior terão de se pautar por parâmetros de qualidade internacional, o que
significa, nomeadamente, que os técnicos formados terão competências equivalentes e
capacidades competitivas individuais para actuar em qualquer mercado de trabalho ou
concorrer no seu país com técnicos estrangeiros. Isso só é possível com instituições de ensino
superior de elevada qualidade que tem como variáveis de análise principalmente as seguintes:

 Corpo docente formado, com currículo e investigação nas áreas de ensino e integrado
em redes de conhecimento internacional;
 Instituições apetrechadas com recursos e meios pedagógicos que facilitam o ensino, a
aprendizagem, o acesso ao conhecimento e que atribua aos estudantes competências
no saber e no saber fazer, com eficácia e eficiência.
 Estratégias pedagógicas assentes na exigência e no trabalho, na qualificação e na
formação ampla do Homem que se quer valorizar com base no mérito, para melhor
desempenho de funções e benefício pessoal e da sociedade.

2.1.1. Desafios do ensino superior


O Ensino superior e os desafios contemporâneas. Na contemporaneidade, no contexto de
rápidas e intensas mudanças que marcam a vida social, a educação passou a ocupar um papel
central. Tal centralidade está historicamente vinculada às transformações econômicas,
políticas e sociais em curso nas sociedades, a partir da dinamicidade imposta aos processos
produtivos pelo desenvolvimento científico e tecnológico que põe o conhecimento e a
informação, como essenciais à economia e à produtividade. Estas transformações
determinaram alterações em todos os campos de actividade humana. Dessas transformações
emergem expectativas em relação aos sistemas educativos e à escola – enquanto produtores e
disseminadores de conhecimento – em todos os níveis, direcionadas pela perspectiva a que o
progresso das sociedades se vincula, também, e de modo contundente, à educação dos
indivíduos e à formação dos profissionais.

Infraestruturas físicas são a base sobre a qual assenta a política de inclusão digital. Em
Moçambique a conectividade e a comunicação de dados é extremamente lenta, oscilação e
quedas constantes. Ainda mais, as infraestruturas de telecomunicações não estão distribuídas
pelo país de forma equitativa, mas concentram-se mais nas grandes urbes, oferecendo menos
oportunidade de acesso para a maioria da população.

O acesso às infraestruturas de telecomunicações depende da existência de energia, mas a fraca


qualidade da energia fornecida também constitui fator de impedimento. Para isso, é necessário
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estender a comunicação via banda larga, promover a regulamentação de partilha de
infraestruturas; assegurar a igualdade de acesso, reduzir os preços dos computadores pessoais
e apoiar os projetos de difusão e acesso às TIC para pessoas portadoras de deficiência.

Capacitação humana. Tendo em conta que o grosso número da população moçambicana


situa-se na zona rural, que neste momento assume com naturalidade que os computadores e a
Internet são para pessoas ricas ou com qualificações académicas mais alta, isto faz com que
com que os recursos e as oportunidades cheguem primeiro as grandes cidades onde estão
concentradas as camadas intelectuais e novos-ricos e só depois à comunidade rural. Face a
esta realidade, o desafio principal reside na massificação de formação, que vai para além de
cursos básicos, mas para a capacitação do uso efetivo de TIC por cada grupo-alvo: homens e
mulheres; aposta no sistema nacional de educação como agente promotor de inclusão digital;
capacitação dos professores, não só nas habilidades básicas, mas sobretudo no uso de TIC no
processo de ensino-aprendizagem.

O preço da Internet de banda larga em Moçambique é exorbitante, sobretudo para a população


rural que vive com menos de um dólar por dia. Por isso, o primeiro desafio é baixar o custo da
Internet junto dos operadores ou assegurar que os usuários beneficiem de preços reduzidos.

Considera-se ainda que o uso de um modelo de ensino com um sistema semi-presencial pode
constituir uma solução de curto e médios prazos para alguns problemas tecnológicos e que a
criação de um regulamento do ensino à distância pode ajudar a regular os aspectos
pedagógicos e outros específicos do ensino à distância. Por outro lado, a análise de
sustentabilidade financeira dos cursos demonstrou que há um défice anual que, entretanto
tratando-se de uma Universidade pública, o seu funcionamento pode ser sustentado por um
aumento do financiamento dos fundos do Estado.

A evolução dos números referentes à expansão e acesso ao ensino superior suscitam novos
desafios relacionados com a erosão da qualidade, pois como defendem os autores Matos e
Mosca (2010), esta evolução conduz à percepção da baixa qualidade dos formandos aliada à
preparação técnica fraca, o que significa insuficiências no saber, dificuldades no saber fazer e
lacunas na cultura do saber estar com dignidade. Na mesma linha de pensamento, DO
ROSÁRIO (2012), fazendo um olhar crítico aos desafios do ensino superior em Moçambique
salienta que, os factores que concorrem para um ensino de qualidade no sistema do ensino
superior em Moçambique são inexistentes ou de existência deficitária, podendo-se neste caso
concordar-se que o ensino superior em Moçambique carece da qualidade que merece ter e
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que, de certa forma, todas as instituições de ensino superior sofrem do mesmo síndroma, que
carece de uma melhoria no seu funcionamento.

Além disso, conforme o Portal do Governo de Moçambique (2007), o país ainda enfrenta
muitas dificuldades de infraestrutura para o desenvolvimento de educação na modalidade
EaD. Como exemplo, pode-se citar que a nação possui uma das coberturas de Internet menos
desenvolvidas da África, apesar de ter sido o terceiro país do Continente a aderir ao uso
dessas tecnologias de informação e comunicação, além dos elevados custos desse serviço,
bem como a fraca penetração da rede telefônica, ao nível de todos os pontos do país, sem
contar o ainda acentuado nível de analfabetismo, cuja taxa no país é de, aproximadamente,
52% (numa população estimada em cerca de 20 milhões de habitantes, segundo o Instituto
Nacional de Estatísticas).

Na educação, o quadro se repete. Conforme o Portal do Governo de Moçambique (2007), o


ensino foi democratizado; entretanto, as escolas públicas, principalmente na periferia das
cidades, são insuficientes e padecem de todo tipo de dificuldades. Segundo Matos e Mosca
(2009), a qualidade do ensino é ruim, por falta de condições básicas de funcionamento,
período de aula mais curto, as constantes lutas dos professores por salários dignos. Para o
Portal do Governo de Moçambique (2007), as mudanças que têm ocorrido na sociedade
moçambicana, os novos contextos geopolítico, econômico e social em que Moçambique se
insere e as mudanças no Sistema de Ensino Superior, com a implementação de cursos na
modalidade EaD, colocam, às universidades, a responsabilidade de rever a sua missão e
analisar em profundidade as funções que hoje (e no futuro) lhe cabem.

A EaD no ensino superior provoca mudanças sociais que geram necessidades específicas, tais
como:

 O surgimento dos estudos a distância gera o convencimento de que a educação é um


processo permanente, contínuo e que ocorre ao longo de toda a vida. Portanto,
aumenta a responsabilidade e o espectro de atuação da universidade.
 Sistemas a distância contribuem para promover a igualdade de oportunidades ao
possibilitar acesso ao ensino superior. - Sistemas a distância promovem inovações
políticoeducativas.
 A aplicação da modalidade possibilita o uso das tecnologias de informação e
comunicação na educação.

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2.2. Os desafios mais frequentes na inserção dos estudantes no ensino superior à
distância.
A dificuldade em dominar as ferramentas e não existir o professor ao lado, naquele momento,
para sanar essa dúvida, pode se tornar algo desanimador. Para tanto é necessário, como dito
por LEMGRUBER (2009), o aluno planejar uma rotina de estudos e tarefas, já que demandam
dedicação e tempo, o que muitas vezes lhe dá a sensação de “abandono”. Esse abandono não é
apenas por separação física dos ambientes da instituição e professores, mas também pela
ausência de direção e motivação caracterizando, segundo AMARILLA (2011), o ensino
passivo e solitário. À busca pela inclusão de indivíduos que estão fora do sistema educacional
e pela tentativa de melhorar os índices da educação no país, com base no pressuposto de que o
nível de qualificação dos professores é diretamente proporcional à qualidade do ensino e ao
nível de desempenho dos alunos (MENDONÇA et al., 2020, p. 159).

O ensino a distância reque r disciplina e autonomia do aluno, pois depende de um estudo


solitário pela falta da socialização com os colegas, a ausência física do professor e também as
dificuldades em compreender as ferramentas disponibilizadas no ambiente virtual, como
relatado por AMARILLA (2011).

A incorporação de novos hábitos de leitura envolve uma mudança de atitude e toda mudança
gera certa resistência tendo ciclo próprio de maturação. Neste caso, segundo SCHUELTER
(2005) a mudança envolve alterações na relação com o suporte, passando do impresso em
papel para o disposto na tela do computador. Isto, por certo, constitui um salto muito grande
nos hábitos de leitura, e na manipulação dos equipamentos de informática. Muitos, sobretudo
os de mais idade, ainda preferem manusear o velho e bom livro a se aventurar pelas propostas
hipertextuais.

Para Vergara (2007) e Verissimo (2008) a lentidão do acesso da internet, a falta de


flexibilidade do programa, a inabilidade das pessoas para lidarem com a informática ou com o
computador e com a metodologia do EAD, são fatores que prejudicam o estudo e
desestimulam o aluno. Muitos alunos não possuem internet ágil ou computadores que são
compatíveis com os programas. Essas situações interferem no período destinado ao estudo,
principalmente, quando o aluno está em período de trabalho, pois sua tarefa em seu ambiente
de trabalho pode exceder e reduzir o tempo destinado ao estudo, situações essas que causam
no aluno certa resistência, por entender que não conseguirá se programar.
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2.3. Propôr mecanismos/procedimentos para superação dos desafios
As universidades necessitam possuir uma equipe de técnicos em informática para que quando
ocorra problemas com a plataforma do curso, eles possam resolver. (BENTO, 2012, p. 11-12).
Para Freitas (2013), para despertar a atenção do aluno as plataformas carecem de recursos
audiovisuais, proporcionando um ambiente produtivo para a autoaprendizagem, utilizando
elementos como figuras, gráficos, filmagens, sons, videoconferências e chats.

Do ponto de vista técnico, não basta codificar um conjunto de saberes em determinado


ambiente virtual, é preciso que a acessibilidade técnica e eficácia pedagógica caminhem
juntas. Além disso, entender que é por meio do ambiente escolhido, que se deverá planejar e
delimitar o alcance do processo de ensino. (BELLONI, 2002 p. 122) O professor no ensino a
distância precisa facilitar, motivar, moderar, responder prontamente os questionamentos,
fornece feedbacks e promover a participação de todos os alunos. É imprescindível a contínua
capacitação desses profissionais para que sejam capazes de aperfeiçoar as atividades do
ambiente virtual. (SALUME et al., 2012).

Para um bom funcionamento de um sistema de educação a distância além de “mão de obra”


especializada é necessário que as pessoas que tenham vontade de aprender, sejam
impulsionadas pela necessidade de adquirir conhecimento e disponham de meios de
comunicação que as atinjam. Por outro lado, é importante haver organização, docente
competente a fim de Para um bom funcionamento de um sistema de educação a distância além
de “mão de obra” especializada é necessário que as pessoas que tenham vontade de aprender,
sejam impulsionadas pela necessidade de adquirir conhecimento e disponham de meios de
comunicação que as atinjam. Por outro lado, é importante haver organização, docente
competente a fim de As propostas sugeridas pelos autores, de certa forma, foram discutidas no
corpo do trabalho evidenciando que estes também são desafios a serem superados.

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3. Considerações Finais
Ao longo do estudo procurou-se destacar os desafios encontrados pelo aluno que opta pelo
EAD. A modalidade a distância é um avanço irreversível na sociedade moderna, pois surgiu
para atender as necessidades desta modernidade. A escolha pelo EAD se tornou frequente,
pois traz a facilidade de acesso no local de trabalho, na residência ou em outras dependências
a qualquer hora, possibilitando associar o estudo a outras atividades corriqueiras. Mas, por
outro lado, é necessário ter acesso ao ambiente ou plataforma virtual para a interface aluno-
professor. Dificuldades como possuir um computador de baixa capacidade e uma internet
“discada” podem limitar o acesso ao conteúdo pedagógico do curso. Outro desafio encontrado
pelo aluno é o da autonomia e disciplina em realizar seus estudos. Para alunos que não
possuem estes atributos, o EAD pode se tornar acumulativo e sem aprendizado, pois torna-se
apenas cumpridor de tarefas e datas, sem aprendizado.

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Referencias Bibliográficas
AMARILLA FILHO P. Educação a distância: Uma abordagem metodológica e didática a
partir dos ambientes virtuais. Educ. Rev., Belo Horizonte v. 27, n.2 maio/ago 2011.

BELLONI M. L. Ensaio sobre a educação a distância no Brasil. Revista. Educação &


Sociedade, nº 78, abril 2002.

CARMO, R. De O. S.; FRANCO, A. P. Da docência presencial à docência online:


aprendizagens de professores universitários na educação a distância. Educação em
Revista, Belo Horizonte, v.35, e210399, 2019.

LEMGRUBER, M.S. Educação à distância: expansão, regulamentação e mediação docente.


In: Educ. foco, Juiz de Fora, v. 14, n. 1, p. 145-159, mar/ago 2009.

LITWIN, Edith. Educação à Distância: Temas para debate de uma nova agenda educativa.
Porto Alegre: Aritmet Editora, 2001.

MARTINS, L. M. de; RIBEIRO, J. L. D. Proposta de um modelo de avaliação do nível de


engajamento do estudante da modalidade a distância. Avaliação, Campinas;
Sorocaba, SP, v. 24, n. 01, p. 8-25, mar. 2019.

PRATES, U.; MATOS, J. F. A Educação Matemática e a Educação a Distância: uma revisão
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Acesso em: 10 jun. 2021.

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metodologia de ensino e o papel do professor. Universidade de Santa Catarina –
UNISUL- 05/2005 155-TC-C5.

VERGARA, S. C. Estreitando relacionamentos na educação à distância. Cadernos


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VERÍSSIMO,L.C.C.A. A visão dos alunos sobre o processo de ensino-aprendizagem à


distância – Instituto de Ensino Superior COC (Pesquisa de Avaliação) Setor
educacional 2.3.2 Educação Universitária, p 1-10 maio 2008.

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