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ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS NÁUTICAS

DEPARTAMENTO DE RÁDIO

PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA REDE DE


ACESSO A INTERNET RECORRENDO A TECNOLOGIA
GPON.
ESTUDO DE CASO: REDE DE ACESSO NO CONDOMÍNIO
GUOJI CIDADE IDEAL - INTAKA

MAHOMEDE ISSUFO MUSSA

LICENCIATURA EM ENGENHARIA ELETRÓNICA E DE


TELECOMUNICAÇÕES

Maputo, Novembro de 2018


ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS NÁUTICAS
DEPARTAMENTO DE RÁDIO

PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA REDE DE


ACESSO A INTERNET RECORRENDO A TECNOLOGIA
GPON.
ESTUDO DE CASO: REDE DE ACESSO NO CONDOMÍNIO
GUOJI CIDADE IDEAL - INTAKA

SUPERVISOR:
ENGº AMOSSE CHICELE

REALIZADO POR:
MAHOMEDE ISSUFO MUSSA

LICENCIATURA EM ENGENHARIA ELETRÓNICA E DE


TELECOMUNICAÇÕES

Maputo, Novembro de 2018


AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, a Deus, por toda a força e perseverança que me proporcionou vivenciar
este momento.

Aos meus pais e familiares pelo amor e carinho, que me tem oferecido. Sou muito grato
pela educação que me foi dada e pelo esforço que sempre fizeram para que o essencial não
me faltasse ao longo do meu crescimento.

Aos meus irmãos e cunhados que sempre estiveram ao meu lado nesta caminhada, pelo
incentivo, apoio, amizade e compreensão.

Aos meus amigos Sócrates Nhancale, Diana Matsinhe e Mayra Sofiano que me ajudaram a
fundamentar o trabalho com alguns conceitos.

Ao Docente Engº Amosse Chicele por compartilhar seus nobres conhecimentos, por tornar
possível o aprendizado enorme que foi o desenvolvimento deste trabalho e jornada, e pela
paciência na orientação e supervisão do trabalho.

Ao Dr. Borge da Silva e Engº Gersio Hamela que me ajudaram na colheita de dados do
condomínio Guoji Cidade Ideal – Intaka.

A empresa Telecomunicações de Moçambique, que me permitiu realizar um estágio no


período de um ano na Supervisão de Redes de acesso a Internet.

Ao Engº Victorino Papela das Telecomunicações de Moçambique que me ajudou com


conhecimentos para a elaboração da rede exterior do projecto.

Ao meu primo Yasser Norman Khan que me ajudou com o aplicativo Autocad para a
elaboração de desenhos.

Para todos que directa e indirectamente fizeram parte desta longa caminhada, o meu muito
obrigado.

I
RESUMO
O presente trabalho teve como propósito estudar e analisar as redes de acesso para
aplicação residencial, avaliar a viabilidade da utilização da tecnologia GPON no
dimensionamento do enlace que parte da central de instalações das Telecomunicações de
Moçambique até ao Condomínio Guoji Cidade Ideal no bairro do Intaka, com vista a
disponibilizar o acesso a internet. Inicialmente procurou-se adquirir uma visão integrada e
actual da organização e estrutura das redes de acesso através de entrevistas e pesquisas na
internet, contextualizando-as e apresentando possíveis soluções tecnológicas que
fornecessem internet para acesso residencial. Posteriormente foram identificados os
requisitos que assegurassem o correcto funcionamento de uma rede de acesso que
satisfizesse a demanda pretendida. Finalmente, elaborou-se o desenho da rede para o
condomínio, e o desempenho da mesma foi comprovado pela ferramenta de simulação de
redes ópticas Optisystem 14.0, avaliando a qualidade de transmissão e efeitos do ruído e
interferência, mediante á análise do BER, factor Q e diagrama de olho. Desta forma, os
objectivos foram alcançados.

PALAVRAS - CHAVE: Rede de acesso, Redes Ópticas Passivas, Tecnologia GPON,


Fibra Óptica.

II
ÍNDICE
ÍNDICE DE FIGURAS .................................................................................................. VII
ÍNDICE DE TABELAS ................................................................................................ VIII
LISTA DE ABREVIATURAS UTILIZADAS ................................................................ IX
INTRODUÇÃO .................................................................................................................1
I.1. Problema de Pesquisa ................................................................................................2
I.1.1. Justificativa ..........................................................................................................2
I.1.2. Perguntas de Pesquisa ...........................................................................................3
I.1.3. Hipóteses..............................................................................................................3
I.2. Objectivos .................................................................................................................4
I.2.1. Objectivo Geral ....................................................................................................4
I.2.2. Objectivos Específicos .........................................................................................4
I.3. Metodologia de Trabalho ..........................................................................................4
I.3.1. Abordagem de investigação ..................................................................................4
I.3.2. Método de Pesquisa ..............................................................................................5
I.3.3. Recolha e análise de dados ...................................................................................5
I.4. Estrutura do Trabalho ................................................................................................6
II. MARCO TEÓRICO - CONCEITUAL DA INVESTIGAÇÃO ......................................8
II.1. Internet ....................................................................................................................8
II.2. Redes de acesso .......................................................................................................9
II.2.1. Classificação das redes de acesso quanto ao tipo de assinante ............................ 10
II.2.2. Soluções tecnológicas na rede de acesso ............................................................ 10
II.2.3. Redes ópticas .................................................................................................... 11
II.2.3.1. Redes Ópticas Activas (AON) ..................................................................... 11
II.2.3.2. Redes Ópticas Passivas (PON) .................................................................... 11
II.2.3.2.1 Arquitectura das Redes PON ................................................................. 12
II.2.3.2.2. Componentes da rede PON ................................................................... 13
II.2.3.2.3. Topologia das redes PON ..................................................................... 17
II.3. Tecnologias de redes ópticas .................................................................................. 17
II.3.1. Gigabit-Capable Passive Optical Network (GPON) ..........................................18
II.3.1.1. Camadas da GPON ..................................................................................... 19
II.3.1.1.1. Physical Medium Dependent (PMD) .................................................... 19
II.3.1.1.2 Gpon Transmission Convergence (GTC) ............................................... 19

III
II.3.1.2. GEM ...........................................................................................................20
II.3.1.3. Transmissão Downstream e Upstream na tecnologia GPON ........................ 22
III. ANÁLISE DO ESTADO ACTUAL DO CONDOMÍNIO GUOJI CIDADE IDEAL -
INTAKA E DA REDE DAS TELECOMUNICAÇÕES DE MOÇAMBIQUE ................. 25
III.1. Condomínio Guoji Cidade Ideal - Intaka ............................................................... 25
III.1.1. Situação actual do Condomínio ........................................................................ 25
III.2. Situação actual da rede das Telecomunicações de Moçambique ............................ 26
IV. DIMENSIONAMENTO E SIMULAÇÃO DA REDE ................................................ 28
IV.1. Tipo e tecnologia da rede ...................................................................................... 29
IV.2. Elaboração do enlace ponto a ponto entre a Central de instalações das
Telecomunicações de Moçambique e o Condomínio Guoji Cidade Ideal - Intaka ..........29
IV.2.1. Instalação da Rede Primária .............................................................................30
IV.2.1.1. ARM 001 .................................................................................................. 31
IV.2.1.2. ARM 002 .................................................................................................. 32
IV.2.2. Instalação da Rede Secundária ......................................................................... 32
IV.2.2.1. Instalação da Rede Secundária na Fase 1 ................................................... 33
IV.2.2.1.1. Lançamento de 1 cabo de 48 fibras para a região norte da fase 1 em
traçado aéreo ........................................................................................................ 33
IV.2.2.1.2. Lançamento de 1 cabo de 48 fibras para a região sul da fase 1 em
traçado aéreo ........................................................................................................ 34
IV.2.2.2 Instalação da Rede Secundária na Fase 2 .................................................... 35
IV.2.3. Distribuição das fibras para as casas ................................................................ 36
IV.3. Cálculos de atenuação óptica ................................................................................ 37
IV.3.1. Cálculo de atenuação do sinal no projecto ........................................................ 38
IV.3.1.1. Primeiro Cenário – Região norte da fase 1 ................................................. 39
IV.3.1.2. Segundo Cenário – Região sul da fase 1..................................................... 40
IV.3.1.3 Terceiro Cenário – Fase 2 ...........................................................................40
IV.4. Simulação da rede ................................................................................................ 41
IV.4.1. Elementos do sistema e equipamentos de teste ................................................. 41
IV.4.2. Parametrização dos elementos do sistema ........................................................ 42
IV.4.3. Avaliação da Qualidade da Transmissão .......................................................... 42
IV.5. Acesso a Internet .................................................................................................. 43
IV.6. Vantagens e desvantagens do projecto .................................................................. 46

IV
IV.6.1. Vantagens ........................................................................................................ 46
IV.6.2. Desvantagens ................................................................................................... 46
CONCLUSÃO ................................................................................................................. 47
RECOMENDAÇÕES ......................................................................................................47
BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................48
APÊNDICES ................................................................................................................... 53
Apêndice 1 – Imagens capturadas no condomínio Guoji Cidade Ideal ........................... 53
Apêndice 2 – Armário óptico Outdoor...........................................................................55
Apêndice 3 - Rede Primária ........................................................................................... 56
Apêndice 4 - Ligações nos armários .............................................................................. 57
Apêndice 5 - Rede Secundária ARM 001 ......................................................................58
Apêndice 6 - Rede Secundária ARM 002 ......................................................................59
Apêndice 7 - Esquema para cálculo do primeiro cenário ................................................ 60
Apêndice 8 - Esquema para cálculo do segundo cenário ................................................ 61
Apêndice 9 - Esquema para cálculo do terceiro cenário ................................................. 62
Apêndice 10 -Parametrização dos elementos do sistema. ............................................... 63
Apêndice 11 - Análise do diagrama de olho, do BER e Factor Q. .................................. 67
Apêndice 12 - Esquema da simulação do projecto ......................................................... 68
Apêndice 13 – Distribuição das fibras ópticas do PDO para casa dos assinantes da fase 1
......................................................................................................................................69
Apêndice 14 – Distribuição das fibras ópticas do PDO para casa dos assinantes da fase 2
......................................................................................................................................70
Apêndice 15 – Questionário para Entrevista ao Engº do Projecto condomínio Guoji
Cidade Ideal - Intaka ..................................................................................................... 71
Apêndice 16 – Lista do Material Necessário para a rede de acesso................................. 72
ANEXOS ......................................................................................................................... 73
Anexo 1 - Especificações Técnicas do Cabo de Fibras do tipo Loose ............................. 73
Anexo 2 - Especificações Técnicas da OLT C300 ......................................................... 76
Anexo 3 - Especificações Técnicas do SFP para a OLT C300 ........................................ 79
Anexo 4 - Especificações Técnicas do Splitter zte 1:8 ................................................... 80
Anexo 5 - Especificações Técnicas do patch cord ......................................................... 82
Anexo 6 - Especificações Técnicas do ODF-SC ............................................................ 83
Anexo 7 - Especificações Técnicas de Caixa de Emendas .............................................. 84

V
Anexo 8 - Especificações Técnicas de PDO................................................................... 86
Anexo 9 - Modem ZTE F660 ........................................................................................ 87
Anexo 10 - Especificações Técnicas do modem ZTE F660 ............................................ 88
Anexo 11 – Tomada óptica ............................................................................................ 89
Anexo 12 – Pacotes de internet compartilhada das Telecomunicações de Moçambique . 90

VI
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1: Blocos Funcionais para o acesso a internet. .........................................................9
Figura 2: Meios de transmissão e tecnologias na rede de acesso. ......................................11
Figura 3: Arquitectura de redes PON................................................................................ 13
Figura 4: Conectores ópticos monomodo.......................................................................... 16
Figura 5: Topologia em árvore. ........................................................................................ 17
Figura 6: Representação das camadas GPON e OSI. ........................................................ 20
Figura 7: Estrutura do pacote do protocolo GEM. ............................................................ 21
Figura 8: Encapsulamento de tramas do utilizador em tramas GEM. ................................ 22
Figura 9: Tráfego GPON em downstream. ....................................................................... 22
Figura 10: Tráfego GPON em Upstream. ......................................................................... 23
Figura 11: Formato de quadro GPON em Upstream e Downstream. ................................. 24
Figura 12: Percurso Central do Zimpeto ao Condomínio Guoju Cidade Ideal. .................. 28
Figura 13: Diagrama em blocos reduzido da rede primária ............................................... 30
Figura 14: Diagrama em blocos reduzido da rede secundária ............................................ 32
Figura 15: Diagrama em blocos da distribuição das fibras para as casas ........................... 36
Figura 16: Elementos do sistema para a simulação ........................................................... 41
Figura 17: Equipamentos de teste na simulação ................................................................ 42
Figura 18: Ligação do assinante a Internet. ....................................................................... 44

VII
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1: Camadas dos modelos OSI e TCP/IP. .................................................................8
Tabela 2: Função das camadas do modelo TCP/IP..............................................................9
Tabela 3: Taxas de transmissão GPON. ............................................................................ 18
Tabela 4: Codificação no campo PTI. ............................................................................... 21
Tabela 5: Comparação entre as tecnologias PON. ............................................................. 24
Tabela 6: Especificações técnicas dos elementos da rede para o cálculo de atenuação. ..... 39
Tabela 7: Cálculos do sinal óptico para o primeiro cenário. .............................................. 39
Tabela 8: Cálculos do sinal óptico para o segundo cenário. .............................................. 40
Tabela 9: Cálculos do sinal óptico para o terceiro cenário. ............................................... 40

VIII
LISTA DE ABREVIATURAS UTILIZADAS
AAA Autenticação, Autorização e Auditoria
AON Active Optical Network
APC Angled Phisical contact Polishing
APON ATM Passive Optical Network
ARM Armário
ATM Asynchronous Transfer Mode
BER Bit Error Rate
BPON Broadband Passive Optical Network
BRAS Servidor de Acesso Remoto de Banda larga
CDMA Code Division Multiple Access
CPE Customer Premisses Equipment
CRC Cyclic Redundancy Check
DBA Dynamic Bandwidth Allocation
DBRu Dynamic Bandwith Report upstream
DSL Digital Subscriber Line
EN1 Estrada Nacional número 1
EPON Ethernet Passive Optical Network
F.O Fibra óptica
Factor Q Factor de Qualidade
FC Ferrule Connector
FEC Frame Error Check
FFH Fundo para Fomento de Habitação
FSAN Full Service Access Network
FTP File Transfer Protocol
FTTB Fiber To The Building
FTTC Fiber To The Curb
FTTH Fiber To The Home
FTTx Fiber To The X
GEM Gpon Encapsulation Method
GPON Gigabit-Capable Passive Optical Network
GTC Gpon Transmission Convergence

IX
HFC Hybrid Fiber Coaxial
HTTP Hypertext Transfer Protocol
IEEE Institute of Electrical and Electronics Engineers
IMAP Internet Message Access Protocol
IP Internet Protocol
ISO International Standards Organization
ISP Provedor de Serviços de Internet
ITU International Telecommunication Union
ITU-T ITU Telecommunication Standardization Sector
JD Junta de derivação
JL Junta de ligação
LAN Local Area Network
LASER Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation
LC Lucent Connector
LED Light Emitting Diode
NNTP Network News Transfer Protocol
OAM Operation Administration and Maintenance
ODF Optical Distribution Frame
ODN Optical Distribution Network
OLT Optical Line Terminal
OMCI ONU Management and Control Interface
ONT Optical Network Terminal
ONU Optical Network Unit
OSI Open Systems Interconnection
PASI Provedor de Acesso a Serviços de Internet
PC Phisical contact Polishing
PCB Physical Control Block
PCBd Physical Control Block downstream
PDO Ponto de distribuição óptico
PDU Protocol Data Unit
PLI Payload Length Indicator
PLOAM Physical Layer Operation, Administration and Maintenance
PLOAMu Physical Layer Operation, Administration and Management

X
upstream
PLOu Physical Layer Overhead upstream
PLSu Power Leveling Sequence upstream
PMD Physical Medium Dependent
PON Passive Optical Network
POP Ponto de presença da Operadora
POP3 Post Office Protocol 3
PSTN Public Switched Telephone Network
PTI Payload Type Indicator
Rx Receptor
SC Standard Connector
SCM Serviços de Comunicação Multimédia
SDH Synchronous Digital Hierarchy
SFP Small Form-factor Pluggable
SMTP Simple Mail Transfer Protocol
SPC Super Phisical contact Polishing
TCP/IP Transmission Control Protocol / Internet Protocol
TDM Time Division Multiplexing
TDMA Time Division Multiple Access
Tx Transmissor
UPC Ultra Phisical contact Polishing
VoIP Voice over IP
Wi-fi Wireless fidelity
Wimax Worldwide Interoperability for Microwave Access
WPS Wi-fi Protect Setup
xDSL x Digital Subscriber Line
ZTE Zhong Xing Telecommunication Equipment

XI
INTRODUÇÃO
Nos dias de hoje o acesso a internet tem sido objecto de várias acções que visam melhorar
a cobertura e a qualidade de sinal a custos relativamente baixos. Nas redes de
comunicações de nova geração, onde se incluem as tecnologias de fibra óptica, e as
tecnologias baseadas nas comunicações móveis celulares são umas das áreas nas quais o
volume de investigação e desenvolvimento tem sido notório.

Actualmente, há uma clara distinção entre a gama de serviços oferecidos pelos operadores
do celular móvel comparado com as empresas que fornecem o acesso a internet por cabo
em Moçambique, como é o caso das Telecomunicações de Moçambique, a Teledata, a
Tvcabo entre outros. Este último grupo vem utilizado tecnologias como x digital
subscriber line (xDSL), Worldwide Interoperability for Microwave Access (Wimax) e
outras para fornecer o acesso a internet.

Nos nossos dias, em que existe uma demanda em bandas de transmissão elevadas e que
cada um necessita de internet mais rápida, a evolução natural aponta para as tecnologias
ópticas passivas, e a tecnologia Gigabit-Capable Passive Optical Network (GPON) surge
como forma de facilitar esse processo e providenciar comunicações rápidas e fiáveis. Isto
não só facilita os clientes, como também as empresas que fornecem o acesso a internet.

A solução de rede GPON é parte integrante de uma arquitectura completa de serviços,


podendo oferecer recursos que podem apoiar o acesso, conexões e serviços de última
geração, optimizando e alocando recursos através de linhas de terminais ópticos. A
alocação de recursos GPON é feita com base no número de assinantes e seu tipo (assinante
residencial ou corporativo). Para além do acesso a internet, a tecnologia GPON tem
capacidade de providenciar serviços de dados, voz e vídeo simultaneamente.

Dimensionar uma rede de acesso residencial ou corporativo através da tecnologia GPON, é


uma forma de optimizar a ligação entre o provedor de serviços e os assinantes,
constituindo uma estrutura capaz de disponibilizar ao assinante o serviço que ele necessita,
no lugar necessário de forma eficiente.

1
A tecnologia GPON com estas características gerais foi seleccionado para o estudo a nível
de implementação, e com o local para o estudo de caso no bairro de Intaka, condomínio do
novo projecto Guoji Cidade Ideal, onde existem mil cento e noventa casas. Este espaço
espera receber população de classe média e alta, e além de habitações serão edificadas
outras infra-estruturas sociais como sistemas de abastecimento de água e de saneamento,
unidade sanitária, creches, vias de acesso, centros comerciais, clínicas entre outras.

I.1. Problema de Pesquisa


Actualmente, o bairro de Intaka não recebe sinal de internet por cabo, devido a falta de
uma infra-estrutura que permita que o sinal dos operadores de comunicações chegue ao
bairro e consequentemente ao novo condomínio que está a surgir com o novo projecto.
Assim, os residentes deste condomínio, estão limitados a aderir os serviços de acesso a
internet através das operadoras móveis existentes no país.

O inconveniente ao aderir os serviços de internet das operadoras móveis, é pelo facto


destas apresentarem a tecnologia sem fio no bairro de Intaka, que por sua vez encontra-se
exposta á interferências no sinal como é o caso dos dias de mau tempo, e a limitação na
taxa de transmissão.

I.1.1. Justificativa
Actualmente, o operador público de telecomunicações (Telecomunicações de
Moçambique) possui a tecnologia GPON, que tem a vantagem de ser capaz de transmitir o
sinal de internet em altas velocidades (maior largura de banda) e de ser escalonável.

A tecnologia GPON é uma forma atractiva de disponibilizar o serviço aos assinantes


residenciais assim como empresariais. Para o condomínio Guoji Cidade Ideal a tecnologia
GPON terá como meio de transmissão a fibra óptica, que possui a grande vantagem de
possuir maior largura de banda e de ser imune a interferências, o que justifica o
investimento nesta tecnologia no condomínio Guoji Cidade Ideal.

No último século os meios de comunicação passaram por um grande processo evolutivo,


que tem influenciado as sociedades no modo como as pessoas se relacionam. O mundo

2
moderno exige cada vez mais que a comunicação melhore e se diversifique os métodos de
transmissão da informação.

Este projecto pretende ter um efeito multiplicador na economia, através de criação de


vários postos de trabalho e estabelecimento de serviços sociais, possibilitando assim aos
moradores do local escolhido para o dimensionamento da rede de acesso a internet, maior
integração global, movimentações bancárias, estudos á distância, entretenimentos, entre
outros. O projecto também tem uma importância social, fazendo com que a localidade
tenha maior facilidade de integrar-se ao mundo globalizado e virtual por meio da internet.

O interesse pelo tema baseia-se na sua actualidade e na possibilidade de afectar o


quotidiano das pessoas, que possuem acesso a internet rompendo as fronteiras territoriais e
culturais, além de trazer novas oportunidades de trabalho na área de telecomunicações.

O dimensionamento de uma rede de acesso residencial constituirá um ganho, tanto para os


moradores do condomínio, oferecendo uma qualidade de vida melhor em termos de serviço
disponível, como para a empresa provedora de serviços de telecomunicações, ajudando a
atrair novos clientes e a gerar novos rendimentos.

I.1.2. Perguntas de Pesquisa


 Qual seria a melhor solução tecnológica para suportar o acesso a internet no
Condomínio Guoji Cidade Ideal?
 Qual é o estado actual da rede das Telecomunicações de Moçambique em relação
ao Condomínio Guoji Cidade Ideal em termos de abrangência de rede?
 Como avaliar o desempenho da rede que se pretende dimensionar?

I.1.3. Hipóteses
 A tecnologia GPON por possuir altas taxas de transmissão e fibra óptica como
meio de transmissão, é a melhor solução tecnológica para o condomínio Guoji
Cidade Ideal;
 As Telecomunicações de Moçambique possuem rede de dimensão nacional e
podem garantir o acesso a internet no condomínio Guoji Cidade Ideal;

3
 A utilização de um simulador de rede é uma forma eficaz de avaliar o desempenho
da rede.

I.2. Objectivos
I.2.1. Objectivo Geral
 Dimensionar uma rede de acesso residencial tendo como tecnologia de acesso
GPON para que os residentes e trabalhadores do condomínio Guoji Cidade Ideal
possam ter acesso a internet através das Telecomunicações de Moçambique.

I.2.2. Objectivos Específicos


 Apresentar as possíveis tecnologias usadas para redes de acesso;
 Demonstrar a arquitectura da tecnologia GPON;
 Descrever a situação actual da infra-estrutura da rede de telecomunicações do
operador público (Telecomunicações de Moçambique) em relação ao Bairro de
Intaka;
 Desenhar o projecto de rede para o condomínio Guoji Cidade Ideal;
 Simular a rede através de um simulador para obtenção de dados da rede para
avaliação.

I.3. Metodologia de Trabalho


I.3.1. Abordagem de investigação
Segundo Gil (1994), a pesquisa quanto a abordagem pode ser classificada em qualitativa
ou quantitativa. Na pesquisa qualitativa, os pesquisadores envolvidos apresentam
conhecimentos parciais e limitados. É criticada pelo empirismo, subjectividade e intuição
do pesquisador. O número dos entrevistados é pequeno. Este tipo de abordagem, implica
ênfase na qualidade dos indivíduos ou processos e significados que não são
experimentalmente examinados ou medidos em termos quantitativos (quantidade,
intensidade, frequência).

A pesquisa quantitativa leva em consideração a objectividade, ou seja, seus resultados


podem ser quantificados por meio da análise dos dados e a utilização de ferramentas
estatísticas. Exige um número maior de entrevistados para garantir maior exactidão nos

4
resultados. Apesar das diferenças entre estas duas formas de abordagens, elas se
complementam uma com a outra.

Neste trabalho foram utilizadas os dois tipos de abordagem, qualitativa e quantitativa. A


escolha deveu-se a forma como foram tratadas as variáveis. Inicialmente utilizou-se a
pesquisa qualitativa por falta de acesso a dados reais que pudessem ser quantificados,
limitando-se em conhecimentos parciais e pesquisas na internet. Posteriormente, surgiu a
oportunidade de se medir os dados em termos quantitativos, pode-se obter o número total
de casas no condomínio e sua planta através de uma entrevista ao engenheiro civil do
projecto. Surgiu também a oportunidade de estágio nas Telecomunicações de Moçambique
que permitiu colher dados reais sobre a tecnologia escolhida, levando em consideração a
objectividade no projecto.

I.3.2. Método de Pesquisa


Em relação ao estado actual da rede das Telecomunicações de Moçambique, assim como o
estado actual do condomínio Guoji Cidade Ideal, e dos principais factores que influenciam
o desempenho do enlace proposto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica e descritiva
sobre a tecnologia apresentada, e uma pesquisa exploratória analisando os aspectos
relevantes para o correcto dimensionamento da rede no condomínio.

De acordo com Gil (1994), pesquisa bibliográfica é aquela em que é elaborada a partir de
material já publicado como livros, artigos, internet, etc. A pesquisa descritiva tem como
objectivo descrever as características de certa população ou fenómeno, ou estabelecer
relações entre variáveis, envolvem técnicas de colecta de dados padronizadas
(questionário, observação), assume em geral a forma de levantamento. Já, a pesquisa
exploratória procura proporcionar maior familiaridade com um problema, envolve
levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com
o problema pesquisado e análise de exemplos, assume em geral a forma de pesquisas
bibliográficas e estudos de caso.

I.3.3. Recolha e análise de dados


A recolha e análise de dados do presente trabalho basearam-se em tutoriais, artigos,
dissertações, trabalhos relacionados com o tema proposto, por sua vez pesquisados na

5
internet. As outras técnicas foram entrevistas aos responsáveis do projecto do Intaka
(condomínio Guoji – Cidade Ideal) e aos técnicos e supervisores experientes das
Telecomunicações de Moçambique afectos no sector de redes de acesso onde o autor
encontrava-se a estagiar. Uma vez que o autor encontrava-se a estagiar nas
Telecomunicações de Moçambique, empresa que contém a infra-estrutura necessária para
que este projecto se realize, teve a oportunidade de colher os dados de perto e facilidade na
análise dos dados com questionários direccionados aos técnicos experientes da empresa.
Realizou-se também uma simulação da rede do projecto utilizando o simulador de redes
ópticas optisystem 14.0, para avaliar o desempenho da rede através dos resultados obtidos.

I.4. Estrutura do Trabalho


Capítulo I: Introdução
O capítulo I fará uma abordagem sobre o que levou a optar por fazer um estudo sobre a
Tecnologia GPON como solução para permitir o acesso à internet no Condomínio Guoji
Cidade Ideal - Intaka. Este capítulo envolverá a justificação do tema, o problema de
pesquisa, os objectivos da investigação, a metodologia utilizada para solucionar o
problema e a estrutura do trabalho.

Capítulo II: Marco Teórico - Conceitual da Investigação


Neste capítulo é feita uma síntese sobre as redes de acesso. Inicialmente aborda-se tópicos
relativos às suas categorias, soluções tecnológicas, bem como as soluções actuais
adoptadas nas redes de acesso. São também abordados os fundamentos teóricos da
tecnologia escolhida, a GPON, sendo tecnologia para acesso a internet, analisando os seus
requisitos, arquitectura e princípio de funcionamento.

Capítulo III: Análise do estado actual do Condomínio Guoji Cidade Ideal - Intaka e
da rede das Telecomunicações de Moçambique
Neste capítulo, será apresentado o estudo de caso, será feita uma descrição da situação
actual da infra-estrutura da rede das Telecomunicações de Moçambique no Bairro de
Intaka. Será ainda realizada uma análise da região que se pretende cobrir com o sinal das
Telecomunicações de Moçambique usando a tecnologia GPON, apresentando dados como
a sua localização, a extensão da área, a estimativa do número de casas que pretende-se
construir na região.

6
Capítulo IV: Dimensionamento e Simulação da rede
Este capítulo, apresentará a proposta do dimensionamento da rede utilizando a tecnologia
de acesso GPON para prover acesso à internet, tendo em conta os parâmetros para
planeamento da rede. Para fundamentar o dimensionamento serão apresentados cálculos
relativos ao balanço de potência que influencia o enlace, a simulação do cálculo de
potência e a ligação dos assinantes a internet.

7
II. Marco Teórico - Conceitual da Investigação
II.1. Internet
A internet é o conjunto de redes de computadores comuns e outros especiais chamados de
servidores (máquinas com grande poder de processamento e conexões velozes) espalhados
pelo mundo com diferentes sistemas operacionais, que trocam dados e mensagens através
de um modelo de protocolos denominado TCP/IP.

O nome TCP/IP provém dos nomes dos protocolos mais utilizados deste modelo de
referência sendo eles, o Internet Protocol mais conhecido como IP, e o Transmission
Control Protocol conhecido como TCP.

Segundo Cleiton (s.d.), o modelo TCP/IP é constituído por 4 camadas que são: interface de
rede, inter-rede ou internet, transporte e aplicação. Estas 4 camadas estão representadas na
tabela 1, juntamente com as camadas do modelo Open Systems Interconnection (OSI).

Tabela 1: Camadas dos modelos OSI e TCP/IP.

Fonte: (Cleiton, s.d.).

A OSI, é um modelo de arquitectura para sistemas abertos que surgiu com o objectivo de
facilitar o processo de padronização e obter interconectividade entre máquinas de
diferentes fabricantes, e foi aprovada pela International Standards Organization (ISO1). O

1
ISO - Organização que elabora os padrões de comunicação de âmbito mundial.

8
modelo TCP/IP se difere do modelo OSI no número de camadas, onde a camada da
aplicação do TCP/IP engloba as camadas sessão, apresentação e aplicação do modelo OSI.

Tabela 2: Função das camadas do modelo TCP/IP.


Camada Função
Reúne todos os protocolos de alto nível que fornecem serviços de
comunicação ao usuário final. Esses serviços podem ser: acesso remoto
Aplicação (Telnet), do tipo correio electrónico (SMTP, IMAP, POP3), de
transferência de arquivos (FTP), grupos de notícias (NNTP), ou
simplesmente abrir páginas na internet (HTTP)
É a camada responsável por segmentar as mensagens em pacotes
Transporte
(empacotar e desempacotar pacotes).
Responsável por enviar pacotes, verificar qual o caminho por onde serão
Inter - Rede ou Internet
enviados os mesmos.
Interface de rede Preparam os pacotes para um determinado meio de comunicação.
Fonte: (Battisti, s.d.)

II.2. Redes de acesso


Rede de acesso é toda a infra-estrutura necessária para que os utilizadores acedam aos
serviços de comunicações disponibilizados pelos operadores, localizada entre a central
local do provedor e o cliente.

Segundo Filho (2007), o acesso a internet, é fornecido por um Provedor de Acesso a


Serviços de Internet (PASI) ou por uma operadora com licença Serviços de Comunicação
Multimédia (SCM). Independente do tipo de prestador do serviço, a implementação de um
meio de acesso a internet tem, basicamente 3 blocos funcionais, conforme ilustra a figura 1
e a descrição a seguir:

Figura 1: Blocos Funcionais para o acesso a internet.


Fonte: (Filho, 2007).

9
POP é o ponto de presença da operadora onde se encontram os equipamentos de acesso ao
usuário e da rede IP que se interliga a internet.

Customer Premisses Equipment (CPE) é o equipamento ou o acessório que se interliga


com a rede de acesso e com o computador do usuário final, fazendo as devidas conversões
de sinais eléctricos e de protocolos para implementar a conexão que vai permitir o acesso a
internet.

II.2.1. Classificação das redes de acesso quanto ao tipo de assinante


As redes de acesso quanto ao tipo de assinante podem se classificar em redes de acesso
residenciais ou corporativas.

Segundo Milhorim (2008), redes de acesso residenciais ligam-se a rede do provedor de


serviços a um sistema final doméstico. O uso de serviços de comunicações é de carácter
pessoal, familiar e para fins de lazer.

Para Milhorim (2008), redes de acesso corporativas ligam a rede do provedor de serviços a
uma organização ou instituição de ensino. Neste tipo de redes, o uso dos serviços de
comunicações é uma ferramenta preciosa nas suas actividades profissionais. A
flexibilidade e os altos requisitos de qualidade de serviço são indispensáveis para os
utilizadores desta rede.

De acordo com Bonilla (2008), a rede de acesso envolve os elementos tecnológicos que
suportam os enlaces de telecomunicações entre os utilizadores finais e o último nó da rede.
Seus principais componentes são: os meios de comunicação e os elementos que realizam a
adequação do sinal aos mesmos.

II.2.2. Soluções tecnológicas na rede de acesso


Segundo Lopes (2011), diferentes tecnologias e meios de transmissão podem ser utilizados
nos vários subsegmentos que se pode dividir a rede de acesso. Existem fundamentalmente
quatro tipos de meios de transmissão nas redes de acesso: o par trançado, o cabo coaxial, o

10
acesso sem fio e a fibra óptica. A figura 2 ilustra as respectivas tecnologias aplicadas em
cada meio de transmissão:

Figura 2: Meios de transmissão e tecnologias na rede de acesso.


Fonte: (Lopes, 2011).

II.2.3. Redes ópticas


Uma rede óptica é uma rede onde o meio físico de interligação entre os equipamentos é a
fibra óptica. O princípio básico de um sistema de comunicações ópticas é transmitir um
sinal por meio de uma fibra óptica até um receptor distante. O transmissor converte o sinal
eléctrico para óptico e o receptor faz o inverso, convertendo-o de óptico para eléctrico.

Existem dois tipos de redes ópticas que são: redes ópticas activas e redes ópticas passivas.

II.2.3.1. Redes Ópticas Activas (AON)


De acordo com Lopes (2011), uma rede óptica activa (AON) é uma rede de acesso em
fibra óptica que necessita de equipamentos activos (switches, routers ou multiplexers, etc)
que requerem alimentação eléctrica para distribuir o sinal óptico. As topologias adoptadas
por estas redes de acesso podem ser topologias ponto a ponto, uma fibra dedicada a um
utilizador final, ou topologias ponto a multiponto, que necessitam de equipamentos activos
implementados na rede de transporte.

II.2.3.2. Redes Ópticas Passivas (PON)


Segundo Silva (2010), uma rede óptica passiva (PON) é uma rede de acesso em fibra
óptica, interligada em topologia em árvore e na configuração ponto a multiponto, que

11
possui somente elementos ópticos passivos entre a central de distribuição e o terminal da
rede óptica, nela podem convergir serviços de dados, voz e vídeo. O termo passivo origina-
se da principal característica dessa rede, uma vez que não existem elementos activos, isto
é, elementos que alteram o sinal de origem, entre os equipamentos do cliente e do provedor
de serviços.

II.2.3.2.1 Arquitectura das Redes PON


Em razão do aprimoramento das redes ópticas ao longo dos anos, obteve-se um aumento
considerável da banda de transmissão, tendo como consequência o desenvolvimento do
conceito FTTx e do PON. Estes conceitos vieram para suprir o crescente aumento da
demanda por serviços de alta capacidade.

Segundo Silva (2015), FTTx é um termo genérico para qualquer arquitectura de rede
através de fibra óptica, que permite substituir toda ou parte da rede de cabos metálicos que
são utilizadas para a última milha. Os tipos de arquitectura de rede são: FTTC, FTTB e
FTTH.

Fiber To The Curb (FTTC)


Fiber To The Curb ou fibra até o armário, é a utilização de rede óptica até um ponto mais
próximo do assinante. Normalmente a distância entre o assinante e o gabinete ou armário é
inferior a 300 m. Utiliza cabo coaxial ou par trançado do armário ao cliente.

Fiber To The Building (FTTB)


Fiber To The Building ou fibra até o edifício, é a utilização de rede óptica até uma
construção de grande porte como, por exemplo, um prédio. A partir deste ponto a conexão
com o cliente final pode ser feita por cabo metálico ou fibra óptica com sistemas activos ou
passivos.

Fiber To The Home (FTTH)


Fiber To The Home, ou fibra até a residência, nesta topologia a interligação entre o
provedor e o cliente é feita totalmente por fibra óptica. O principal benefício na utilização
de fibra óptica até o cliente é o fornecimento de conexões de alta velocidade.

12
Segundo A. F. R. Silva, R. H. Silva, Oliveira e Tazaki (2013), o que caracteriza uma rede
de fibra óptica como sendo uma rede PON é o facto de esta utilizar apenas componentes
passivos entre a central do provedor de serviços e o cliente.

Figura 3: Arquitectura de redes PON.


Fonte: (Guimarães, 2011).

II.2.3.2.2. Componentes da rede PON


Terminal de linha óptica (OLT)
Segundo Guimarães (2011), OLT é um equipamento activo de acesso para redes PON que
se localiza na central do provedor de serviços responsável pelo fluxo bidireccional de
informações. Realiza a multiplexação dos diferentes usuários na fibra óptica, viabiliza os
serviços para os usuários finais, controla e administra a transmissão dos receptores para os
usuários finais.

Terminal de rede óptica (ONT)


Segundo Lopes (2011), ONT não se diferencia do ONU, é um componente activo
responsável pela conversão do sinal óptico para sinal eléctrico mas, utilizada quando a
arquitectura da fibra óptica na rede é FTTH. O sinal é distribuído para as portas padrões
dos equipamentos de aplicação de cada utilizador final, permitindo o acesso aos serviços
de internet, telefonia, televisão, entre outros.

13
O equipamento que será instalado no assinante será o modem F660 da ZTE. Este é o
receptor que irá receber o sinal proveniente da OLT C300 e fará a demultiplexação dos
dados. Ele possui a função wi-fi, o que possibilita enviar os dados demultiplexados para o
destino final usando o ar como canal, dando origem a mobilidade para o assinante dentro
de sua casa. Possui 1 porta power para a sua alimentação, 1 porta PON para a conexão da
fibra que traz o sinal da OLT C300, 2 portas phone para a conexão de telefone (caso for
solicitado o serviço pelo cliente) e 4 portas LAN 1000 BASE-T para o acesso a internet.

O modem também possui a opção wi-fi protect setup (WPS), que é um padrão de redes
sem fio que possibilita o acesso a internet sem a inserção do código de protecção do wi-fi.
Não é recomendado manter a opção WPS activa, só quando necessário. O modem ZTE
F660, encontra-se ilustrado no anexo 9.

Fibras e cabos ópticos


Dentre os tipos de fibra óptica existentes, levar-se-á em consideração a fibra óptica do tipo
monomodo pelas seguintes razões: as fibras monomodo exibem as maiores larguras de
banda de transmissão, as menores perdas, dispõem de uma qualidade de transmissão
superior a qualquer outro tipo de fibra, oferecem uma capacidade de evolução para
suportar futuros serviços, apresentam compatibilidade com as tecnologias em
desenvolvimento e são eficientes para transmissões a longas distâncias.

Para o projecto optou-se por escolher o cabo do tipo loose devido as suas características e
as vantagens perante ao condomínio Guoji Cidade Ideal. As especificações técnicas deste
tipo de cabo encontram-se no anexo 1.

Optical distribution frame (ODF)


ODF é um dispositivo terminal que faz encaminhamento do sinal óptico a um determinado
destino. Pode ser definido como repartidor óptico, utiliza emendas mecânicas assim como
emendas por fusão. Para o projecto, ter-se-á ODF’s de 12, 24 e 48 portas SC. A sua
imagem e especificações técnicas encontram-se no anexo 6.

14
Divisor óptico passivo (Splitter)
Segundo Lopes (2011), o divisor óptico ou splitter óptico, é um dispositivo óptico passivo,
que não necessita de alimentação eléctrica e pode ser instalado na rede de acesso, na
central do provedor, nos armários de rua e nos pontos de distribuição óptica. Por sua vez,
realiza a divisão do sinal óptico proveniente de uma fibra para outras. A utilização de
splitter em uma rede óptica proporciona a arquitectura ponto a multiponto, ou seja, uma
fibra proveniente da central subdivide-se para atendimento a inúmeros utilizadores em
diferentes localidades. Existem divisores disponíveis que dividem potências por 1:2,
1:4,2:4, 1:8, 2:8, 1:16, 1:32, 1:64 e outros.

O divisor óptico passivo escolhido para o projecto é o splitter 1:8 e encontra-se no anexo 4.
Optou-se por escolher o splitter 1:8 devido a estrutura da rede, de como o sinal será
distribuído para os assinantes no condomínio.

Ponto de distribuição óptico (PDO)


É o ponto onde se realiza a distribuição da rede a partir do qual sai o cabo de fibra óptica
individual para o assinante. Geralmente, em traçados aéreos consiste numa caixa colocada
em postes. Este elemento encontra-se no anexo 8.

Conectores Ópticos
Conectores são conjuntos mecânicos especiais que permitem que cabos de fibra óptica
sejam conectados um ao outro. Eles prendem as extremidades dos cabos das fibras fazendo
com que eles fiquem precisamente alinhados entre si. Em geral, os conectores ópticos são
utilizados em pontos onde é necessário a flexibilidade das ligações, como por exemplo, na
união do cabo óptico ao equipamento terminal (transmissores ou receptores ópticos).

De acordo com a Inforteltelecom (2014), os conectores ópticos apresentam-se com um


determinado tipo de polimento, e os diferentes tipos de polimento são:
 Flat Polishing (Polimento plano);
 PC – Phisical contact Polishing (Polimento de contacto físico);
 SPC – Super Phisical contact Polishing (Polimento de contacto físico super);
 UPC – Ultra Phisical contact Polishing (Polimento de contacto físico ultra);
 APC – Angled Phisical contact Polishing (Polimento de contacto físico angular).

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Existem vários tipos de conectores ópticos no mercado, como o FC, LC, SC e outros. Os
tipos existentes de conectores variam nos formatos e na forma de fixação. A figura 4 ilustra
alguns tipos de conectores.

Figura 4: Conectores ópticos monomodo.


Fonte: (Classe A cabos, 2010).

Para o presente projecto foi escolhido o conector SC (PC) monomodo, devido a sua
compatibilidade com os elementos da rede das Telecomunicações de Moçambique,
flexibilidade e facilidade de fixação. Patch cord é o cabo de fibra óptica utilizado para
fazer interconexões nos elementos da rede assim como entre equipamentos. Para o presente
projecto será utilizado o patch cord com as extremidades SC.

Emendas
Emenda de um cabo de fibra óptica serve para conectar a extremidade de um cabo óptico
com a de outro de diferentes formas.

Segundo Soares, Pereira, Costa e Barros (2004), existem 3 formas de união dos cabos por
emenda que são: emenda por fusão, emenda Mecânica e emenda por conectorização.

As emendas por conectorização e mecânica, são muito utilizadas em conexões que não são
permanentes. As emendas por fusão são aplicadas onde a conexão é definitiva ou quando
há quebra de fibras.

Segundo IFSC (s.d.), o valor de perda por fusão aceitável no máximo é de 0.1 dB.

16
Caixas de Emendas (Juntas)
Caixas de emendas são dispositivos utilizados para acomodar fibras após a sua união,
como forma de dar continuidade o sinal, ao longo de um percurso que necessita da união
de fibras. Para o presente projecto serão utilizadas caixas de emendas de 24 e 48 fibras. A
caixa de emendas encontra-se ilustrada no anexo 7 com as respectivas especificações
técnicas.

II.2.3.2.3. Topologia das redes PON


De acordo com Pereira (2013), as redes de acesso PON possuem basicamente 3 topologias
conhecidas como: anel, árvore e barramento. Para o presente projecto irá se utilizar a
topologia em árvore.

Topologia em Árvore
Na topologia em árvore, um único segmento com origem no OLT interconecta diversas
ONU’s, onde são utilizados divisores ópticos de potência passiva, para ligação com fibra
desde a origem OLT até o usuário final na ONU.

Figura 5: Topologia em árvore.


Fonte: (Pereira, 2013).

II.3. Tecnologias de redes ópticas


Segundo Takeuti (2005), ATM Passive optical Network (APON) foi a primeira tecnologia
óptica passiva a surgir, baseada no protocolo Asynchronous Transfer Mode (ATM),
definida pelo grupo Full Service Access Network (FSAN). O uso do termo APON
pressupunha que somente serviços ATM poderiam ser atendidos. Em consequência, o
grupo FSAN decidiu lançar o nome Broad Band Passive Optical Network (BPON). Depois
surgiram as tecnologias EPON e GPON.

17
II.3.1. Gigabit-Capable Passive Optical Network (GPON)
A GPON é uma tecnologia de acesso de grande largura de banda partilhada, sendo a
evolução da BPON definida segundo a recomendação ITU-T G.984. O sistema GPON
como um outro sistema PON, é composto por um terminal de linha óptica (OLT), instalado
na central da operadora, divisores passivos e por diversos terminais ou unidade de rede
óptica (ONT/ONU), instalados nos sites dos diversos clientes.

Segundo Gonçalves (2009), o padrão G.984 permite um alcance máximo de 60 km, e


alcance preferencial de 20 km, podendo uma única rede GPON suportar até 64
utilizadores. O alcance máximo de 60 km poderá ser atingido com a nova especificação do
padrão G.984.6. No entanto, os sistemas GPON fornecem tipicamente alcances de 0 á 20
km, devido ao custo dos elementos ópticos e devido a própria atenuação. A tecnologia
GPON, tem a capacidade de transportar o tráfego ATM, TDM e Ethernet. Para transportar
o tráfego ethernet, ela possui o modo de encapsulamento Gpon Encapsulation method
(GEM). O método de transmissão mais usual é o bidireccional (em uma única fibra),
utilizando os comprimentos de onda de 1490 nm para downstream e de 1310 nm
para upstream.

Segundo Correia (2009), em termos de taxas de transmissão, a tecnologia GPON dispõe


das seguintes possibilidades de configuração: no sentido downstream a transmissão pode
ser 1.25 Gbit/s ou 2.5 Gbit/s e no sentido upstream 155 Mbit/s, 622 Mbit/s, 1.25 Gbit/s ou
2.5 Gbit/s, sendo possíveis quaisquer combinações entre elas. A combinação mais utilizada
é a 2.5 Gbit/s para o sentido downstream e 1.25 Gbit/s para o sentido upstream.

Tabela 3: Taxas de transmissão GPON.

Fonte: (Correia, 2009).

18
II.3.1.1. Camadas da GPON
De acordo com Gonçalves (2009), a estrutura em camadas de um OLT ou ONU duma
GPON consiste basicamente em duas camadas:

II.3.1.1.1. Physical Medium Dependent (PMD)


É correspondente a camada física do modelo OSI, responsável pela transmissão de bits no
meio físico. Inclui faixas de atenuação, perdas das fibras ópticas, conectores e splitters
ópticos.

II.3.1.1.2 Gpon Transmission Convergence (GTC)


A Recomendação ITU-T G.984.3 descreve a camada GTC como sendo o equivalente à
camada de enlace de dados (camada 2 do modelo OSI). Ela especifica o formato da frame
GPON, o protocolo de controlo de acesso ao meio, processos OAM.

Segundo Gonçalves (2009), a função principal da camada GTC, é de fornecer o transporte


de multiplexação entre o OLT e ONU’s. No entanto, poderão também ser incluídas as
funções de adaptação para a camada, contendo os protocolos dos sinais dos clientes,
funções de operações e manutenção da camada física (PLOAM), interface para alocação
dinâmica de largura de banda (DBA), troca de mensagens entre ONU e código de
correcção de erros (FEC). A camada GTC é dividida em duas subcamadas:

Subcamada Framing GTC


De acordo com as especificações do ITU-T G.984.3 (2004), a subcamada framing GTC é
responsável por realizar a multiplexação e a demultiplexação do PLOAM, ATM e GEM,
criação do cabeçalho da camada GTC no downstream e descodificação no upstream.

Subcamada de Adaptação
A subcamada de adaptação fornece três adaptadores de convergência de transmissão:
 Adaptador de convergência de transmissão ATM, que em conjunto com a
subcamada framing (subcamada de quadros) do GTC fornece a interface ATM;
 Adaptador de convergência de transmissão GEM, que pode ser configurado para
diversas interfaces de transporte como TDM, Ethernet, SDH e IP;

19
 Adaptador ONU Management and Control Interface (OMCI) que, na ONU é
responsável por filtrar e desencapsular os frames no downstream e encapsular o
Protocol Data Unit (PDU) no upstream, no OLT é realizado o mesmo processo no
sentido contrário, ou seja, filtrar e desencapsular as frames no upstream e
encapsular os PDU’s no downstream.

Figura 6: Representação das camadas GPON e OSI.


Fonte: (Silva, 2015).

II.3.1.2. GEM
O método de encapsulamento GPON utiliza comprimento de quadros de tamanho
variáveis, e o protocolo é orientado a conexão.

De acordo com Oliveira (2010), o quadro GEM consiste em 4 segmentos de cabeçalho e


um segmento para envio de dados, que pode ser ilustrado na figura 7.

20
Figura 7: Estrutura do pacote do protocolo GEM.
Fonte: (Oliveira, 2010).

 O primeiro segmento Payload Length Indicator (PLI) indica em bits o tamanho do


payload GEM;
 O Port ID traz a informação de identificação da porta e identifica o fluxo de serviço
do segmento pertence;
 O Payload Type Indicator (PTI) mostra se é ou não o fim do quadro de um
determinado usuário, se o fluxo de tráfego está congestionado ou se o payload
GEM contém informações de operação administração e manutenção (OAM);
 A Cyclic Redundancy Check (CRC) controla a taxa de erro de bit no cabeçalho;
 Por fim o segmento de Payload onde constam as informações a serem transmitidas.

Tabela 4: Codificação no campo PTI.

Fonte: (Correia, 2009).

Segundo Correia (2009), para o código “100” o GEM irá reutilizar o formato da célula
OAM, isto é, irá suportar um fragmento de payload de 48 bytes que é formatada da mesma
forma que a descrita no ATM em funções OAM. O GEM permite que se trabalhe com

21
diversos serviços (ATM, TDM e Ethernet) num quadro de dados de 1500 bytes. Se a ONT
possui um pacote de envio de dados maior que 1500 bytes, a mesma possui a função de
quebra deste pacote para envio somente do tamanho de quadro permitido. Feito a divisão,
os dados são enviados em dois ou mais quadros pelo facto de ultrapassarem os 1500 bytes.
O equipamento de destino é o responsável pela junção destes pacotes para retornar ao
pacote original.

Figura 8: Encapsulamento de tramas do utilizador em tramas GEM.


Fonte: (Gonçalves, 2009).

II.3.1.3. Transmissão Downstream e Upstream na tecnologia GPON


No sentido downstream os dados são enviados em broadcast (envio não direccionado). As
informações de cada ONU são divididas no tempo (TDM). Desta forma, toda informação
provida pelo OLT é enviada a todas ONU’s da rede, mas cada ONU filtra as informações
que lhe são destinadas.

Figura 9: Tráfego GPON em downstream.


Fonte: (Pereira, 2013).

22
Para Oliveira (2010), o quadro de downstream GPON consiste num bloco de controlo
físico Physical Control Block (PCB) e um payload composto por um segmento ATM e um
segmento GEM. A secção PCB contém as informações de controlo e gestão da rede.

No sentido downstream, o bloco de controlo físico em downstream (PCBd), contém as


informações de controlo e gestão da rede sendo: sincronização com relógio interno em 8
kHz, correcção de erro, encriptação, operação e manutenção de alertas e alocação de
intervalos de transmissão das ONT’s/ONU’s. A OLT envia apontadores no PCBd e estes
apontadores indicam o tempo com o qual cada ONU deve iniciar e terminar a transmissão
upstream.

No sentido upstream a transmissão é feita a partir de um arranjo Time Division Multiple


Access (TDMA). Cada ONU tem seu tempo predefinido para realizar a transmissão de seus
dados para o OLT. Para evitar colisões, o OLT fica responsável por administrar o momento
em que cada ONU deve realizar a transmissão. O tamanho de comprimento do quadro é
mantido em 125µs.

Figura 10: Tráfego GPON em Upstream.


Fonte: (Pereira, 2013).

Cada quadro de envio upstream contém quatro campos PON e um campo de comprimento
variável onde contém as informações para transmissão, sendo:
 Physical Layer Overhead (PLOu): trabalha com informações de operação da
camada, sincronismo no upstream de dados;
 Physical Layer Operation, Administration and Management (PLOAMu):
responsável pelas funções de activação de uma ONT/ONU e notificações de

23
alarme. Possui 13 bytes onde são configuradas mensagens determinadas por
recomendação G983.1 e também para detecção e correcção de erros de bits no
processo upstream, através do CRC;
 Power Leveling Sequence (PLSu): Campo onde se especifica o nível de potência
do laser ONT/ONU visto pela OLT, assim a OLT pode ter o controlo sobre a gama
óptica da ONT/ONU;
 Dynamic Bandwith Report (DBRu): Permite a OLT ter o controlo de operação de
banda sobre as ONT’s/ONU’s, também sendo protegido contra redundância;
 Payload - campo que contém as informações a serem transmitidas.

Figura 11: Formato de quadro GPON em Upstream e Downstream.


Fonte: (Oliveira, 2010).

Segundo Oliveira (2010), no sentido upstream é preciso reservar-se uma banda de guarda
entre os pacotes de transmissão das diferentes ONT’s/ONU’s, para que ocorra o menor
erro de bit possível mediante colisões de pacotes.

Tabela 5: Comparação entre as tecnologias PON.

Característica APON BPON EPON GPON


Padrão ITU-T G.983 ITU-T G.983 IEEE 802.3 ah ITU-T G.984
ATM, Ethernet,
Protocolo ATM ATM Ethernet
TDM
Velocidades de transmissão
155 155 1244 1244
upstream (Mbps)
Velocidades de transmissão
155 622 1244 2488
downstream (Mbps)
Distância (km) 20 20 10 20 - 60
Número de divisões 16 32 16/32 64
Fonte: (Fornari, 2015)

24
III. Análise do estado actual do Condomínio Guoji Cidade Ideal
- Intaka e da rede das Telecomunicações de Moçambique

III.1. Condomínio Guoji Cidade Ideal - Intaka


O projecto do condomínio Intaka denominado Guoji Cidade Ideal, está localizado a
Noroeste da província de Maputo, cobrindo uma área de trezentos noventa e cinco
hectares. Este projecto pertence ao Estado Moçambicano e é liderado pelo Fundo para
Fomento de Habitação (FFH), em parceria com uma empresa chinesa denominada Henan
Guoji Imobiliária Limitada. O projecto obedece as normas internacionais de construção,
segue um padrão de distribuição comunitário que garante a melhoria da qualidade das
habitações e da vida dos habitantes.

O projecto além de construção de casas, consiste também na construção de instalações de


apoio como escolas, clínicas, farmácias, centros comerciais, espaços verdes, espaços de
lazer público como ginásios. As estradas estão projectadas em formato horizontal com
várias outras em formato vertical, isto para assegurar que os habitantes a partir da sua casa
possam ter logo acesso a estrada principal.

III.1.1. Situação actual do Condomínio


Inicialmente, o projecto do condomínio estava estimado para a construção de cinco mil
casas, mas de acordo com o engenheiro civil do projecto G. Hamela (entrevista, 27 de
Agosto, 2015), por motivos de insuficiência de espaço no bairro, serão construídas mil
cento e noventa casas. O projecto consiste em 3 fases:
1. Fase 1: Construção de trezentas e catorze casas e vinte e sete compartimentos
comerciais;
2. Fase 2: Construção de cento e trinta e oito casas, uma escola primária e um
shopping de 3 andares;
3. Fase 3: Construção de setecentas e trinta e oito casas, das quais trezentas e quatro
constituem apartamentos dos prédios em construção e quatrocentas e trinta e quatro
constituem casas do tipo 2 e 3.

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Actualmente, já foram terminadas as fases 1 e 2 do projecto, totalizando em quatrocentas e
cinquenta e duas casas construídas, vinte e sete compartimentos comerciais e 1 escola
primária. Dos vinte e sete compartimentos já encontram-se ocupados uma padaria e uma
clínica, sendo que os restantes vinte e cinco estão vagos. O shopping de 3 andares da fase
2, ainda encontra-se em construção. A fase 3 encontra-se em construção e está prevista
terminar no final de 2018.

Nas casas do condomínio, não existem terminais e nem rede de comunicações implantada,
usando o cabo como meio de transmissão. Por isso, toda e qualquer operadora de
comunicações que desejar implantar uma rede de comunicações por cabo, deverá criar a
sua instalação interna nas casas do condomínio.

Segundo G. Hamela (entrevista, 27 de Agosto, 2015), existe apenas a instalação eléctrica


em cada casa do condomínio, com tubagens subterrâneas com seus terminais para a ligação
com a rede de electricidade. A rede de electricidade consiste no traçado aéreo, onde os
postes suportam o cabo de electricidade de baixa tensão, sendo este cabo terminado em
caixas de junção nos postes, nas quais estão alocados os contadores de energia para cada
casa. As caixas instaladas nos postes são pontos de distribuição da rede eléctrica para as
casas, sendo que o cabo para cada casa desce do poste e entra num tubo que faz a ligação
com os terminais subterrâneos da instalação eléctrica, como ilustra o apêndice 1 c).

III.2. Situação actual da rede das Telecomunicações de Moçambique


Telecomunicações de Moçambique é a primeira operadora de telefonia fixa a surgir em
Moçambique na década de 80, que têm como missão oferecer soluções de comunicações
de qualidade, aos operadores de telecomunicações, organizações e pessoas, que contribuam
para o desenvolvimento sócio e económico do país. Durante o seu surgimento, vem
procurando melhorar os serviços de modo a acompanhar as constantes evoluções que
acontecem no mundo das telecomunicações. Graças a essa constante procura em
acompanhar esta evolução e em querer agradar ao seu cliente, as Telecomunicações de
Moçambique vêm lançando e comercializando produtos e serviços suportados por
tecnologias de ponta, o que permite a satisfação das necessidades do mercado que é cada
vez mais exigente.

26
Assim sendo, o enfoque da empresa incide e continuará a incidir sobre a internet de banda
larga, internet dedicada, internet sem fio (CDMA), o fixo sem fio (CDMA) e serviços de
dados (circuitos alugados, criação de redes internas). Por estes motivos optou-se por
escolher de entre as várias operadoras existentes no país que permitem o acesso a internet,
as Telecomunicações de Moçambique como provedora de serviços, mas os principais deles
foram, o facto da rede das Telecomunicações de Moçambique conterem rede de grande
dimensão e apresentar infra-estrutura que utiliza como meio de transmissão a fibra óptica
que oferece altos débitos de transmissão, capaz de prover os serviços de internet para os
novos bairros que estão a surgir em todo o país.

Primeiramente, as Telecomunicações de Moçambique forneciam a internet por pares de


cobre usando a tecnologia xDSL, depois passou a fornecer via rádio frequência com a
tecnologia CDMA e actualmente por fibra óptica com a tecnologia GPON sem descartar as
tecnologias anteriores (xDSL e CDMA).

Para o dimensionamento da rede do enlace que permitirá os residentes e trabalhadores do


condomínio Guoji Cidade Ideal terem acesso a internet, é necessário que exista um
equipamento na central de instalações das Telecomunicações de Moçambique, mais
próxima do bairro de Intaka. Esta encontra-se localizada no bairro do Zimpeto dentro do
estádio nacional a 6784 m do Intaka. A Infra-estrutura consiste num OLT C300 da ZTE
que irá emitir o sinal que se encontra na central de comutação para o condomínio.

27
IV. Dimensionamento e simulação da rede
O dimensionamento da rede utilizando a tecnologia de acesso GPON visa cobrir
quatrocentas e cinquenta e duas casas e uma escola. Para tal é necessário realizar um
enlace ponto a ponto que parte da central de instalações das Telecomunicações de
Moçambique localizada no bairro do Zimpeto, dentro do estádio nacional, até ao
Condomínio Guoji Cidade Ideal no bairro do Intaka.

Figura 12: Percurso Central do Zimpeto ao Condomínio Guoju Cidade Ideal.


Fonte: (Google maps, 2016).

A figura 12 ilustra o percurso central do Zimpeto ao condomínio Guoji Cidade Ideal. O


trajecto da fibra para a criação do enlace será similar ao da figura 12, sofrendo apenas
alguns desvios no cruzamento entre a EN1 e a circular grande Maputo. O percurso do
enlace está ilustrado no apêndice 3.

No condomínio Guoji Cidade Ideal, foi escolhido um ponto estratégico para a terminação
do cabo de fibra proveniente da central do Zimpeto. Este ponto estratégico localiza-se a
6784 m da central do Zimpeto na qual será construído um armário passivo outdoor (ARM
001). O ARM 001 para além de ser o terminal de rede no condomínio, será o armário de
distribuição da rede na fase 1 e também dele partirá um cabo para um segundo ponto

28
estratégico na fase 2. Neste segundo ponto estratégico será construído também um armário
passivo outdoor (ARM 002) como ilustra o apêndice 1.

O importante a considerar neste projecto é a escolha do tipo e tecnologia da rede, a


estrutura da rede, os elementos da rede, cálculos da atenuação para o bom funcionamento
da rede, simulação da rede e como os assinantes se ligam á internet.

IV.1. Tipo e tecnologia da rede


A rede de acesso a dimensionar é do tipo óptica, isto porque, ela oferece as maiores
velocidades de transmissão, alto grau de confiança e segurança, e permite uma grande
variedade de serviços de internet com uma qualidade inatingível pelo cobre e redes sem
fio. A rede será óptica passiva, pois estas são financeiramente mais atractivas que as redes
ópticas activas. A demanda por internet de alta velocidade, está a dirigir à necessidade de
rede de acesso óptica de alta capacidade. A GPON é a tecnologia chave para alcançar este
objectivo. Pretende-se levar a fibra até a casa do assinante, portanto, a arquitectura da rede
será FTTH, possibilitando internet com acesso rápido e com qualidade.

IV.2. Elaboração do enlace ponto a ponto entre a Central de instalações


das Telecomunicações de Moçambique e o Condomínio Guoji Cidade
Ideal - Intaka
Neste tópico, aborda-se como será implantada a rede primária. O projecto visa a
distribuição do acesso a internet das Telecomunicações de Moçambique nas residências do
condomínio Guoji. O dimensionamento da rede será realizado a partir da central de
instalações das Telecomunicações de Moçambique no estádio nacional do Zimpeto, até ao
ponto estratégico escolhido no condomínio localizado a uma distância de 6784 m da
central. As distâncias medidas foram determinadas com recurso ao Google maps, com base
na escala (1:2000) da planta do condomínio e com roda de medição. Para o enlace (central
do Zimpeto ao condomínio), será feito o lançamento de um cabo de 24 fibras em conduta
(traçado subterrâneo) nos primeiros 600 m e em traçado aéreo até ao condomínio.

29
IV.2.1. Instalação da Rede Primária
Uma vez que existe conduta instalada entre a central do estádio nacional e a estrada
nacional EN1 (Av. de Moçambique) num percurso de 600 m, não será necessário a
abertura de vala para a inserção de uma nova conduta. Assim sendo, irá se aproveitar a
conduta instalada para o lançamento de um cabo em traçado subterrâneo de 24 fibras
dentro de uma sub-conduta entre a central e a EN1 neste percurso de 600 m. No terminal
da conduta na EN1, existe uma câmara onde são terminados os cabos provenientes da
Central do Zimpeto, onde irá passar o cabo de 24 fibras vindo da central.

A partir da câmara da EN1, dar-se-á a continuidade do cabo de 24 fibras em traçado aéreo


num percurso de 5400 m, terminando o cabo numa junta de ligação (JL) colocada em um
poste. A partir da junta de ligação (JL) localizada no poste a 5400 m da câmara da EN1 e a
6000 m da central, irá se fazer o segundo lançamento de um cabo de 24 fibras em traçado
aéreo num percurso de 784 m dando entrada no condomínio, passando o cabo por uma
câmara em traçado subterrâneo dando o acesso ao ARM 001, e terminando o cabo em um
ODF (Zimpeto - Intaka) do mesmo ARM 001. Feito isto, ter-se-á criado o enlace entre a
Central do Zimpeto e o condomínio Guoji Cidade Ideal como ilustra a figura 13.

Como o ARM 001 será instalado para dar o acesso as casas da fase 1 e será a base do
condomínio, será necessário o lançamento de um cabo para a fase 2, terminando o cabo no
ARM 002. Assim sendo, far-se-á o lançamento de um cabo de 6 fibras num percurso de
572 m, partindo do ARM 001 em traçado aéreo para o ARM 002, e terminando o cabo em
um ODF (Ligação Fase 1) do mesmo ARM 002. Assim, ter-se-á criado condições para o
sinal abranger as fases 1 e 2.

Figura 13: Diagrama em blocos reduzido da rede primária. (Verificar o apêndice 3)


Fonte: (Autor)

30
Os postes a se utilizar no presente projecto pertencem a Electricidade de Moçambique, e já
encontram-se instalados de forma a tornar possível a instalação da rede. Será apenas
necessário a instalação de 4 postes de 9 m, sendo um para fazer o desvio do cabo do lado
fora do condomínio para o ARM 001, dois para dar acesso aos armários 001 e 002 e um
para auxiliar na distribuição na fase 2.

O apêndice 3 ilustra o processo completo do enlace ponto a ponto entre a central de


instalações das Telecomunicações de Moçambique e o condomínio, constituindo este
processo a rede primária. A fase 3 encontra-se ainda em construção, e para que os clientes
desta fase tenham acesso a internet futuramente, poderá ser lançado um cabo do ARM 001
para um ponto estratégico da fase 3 de onde se realizará a distribuição da rede.

IV.2.1.1. ARM 001


O ARM 001 consiste num armário óptico passivo outdoor como ilustra o apêndice 2, na
qual será instalado num ponto estratégico da Fase 1 com as coordenadas -25.781746 e
32.575559 a 6784 m da central do Zimpeto, e será o centro de distribuição da rede na fase
1 assim como para o condomínio. Neste armário, estarão contidos 3 ODF’s
nomeadamente:
 1 ODF (Intaka - Zimpeto) de 24 portas com terminação SC que será o terminal do
cabo de fibras ópticas proveniente da central do Zimpeto. Neste ODF, serão
conectadas apenas 8 fibras activas (ligadas a OLT);
 1 ODF (Fase 1- zona norte) de 48 portas com terminação SC para a distribuição de
PDO’s (1 a 24) na fase 1 zona norte, conectadas 24 fibras activas;
 1 ODF de 48 portas com terminação SC para a distribuição de PDO’s, sendo 32
portas para fase 1 zona sul (16 fibras activas) e 4 portas para ligação com a fase 2
(4 fibras activas). Após a distribuição dos PDO’s, sobrarão 12 Portas SC nesta ODF
e ficaram como reserva para uma ocasião futura.

Para além de ODF’s, estarão contidos também 6 splitters do tipo 1:8 neste armário. Destes
6 splitters, existe um splitter que não foi utilizado na sua totalidade, sendo as fibras
restantes reservadas para os 27 compartimentos comerciais. Será instalada uma câmara
para entrada do cabo no ARM 001.

31
IV.2.1.2. ARM 002
O ARM 002 consiste também num armário óptico passivo outdoor como ilustra o apêndice
2, na qual será instalado num ponto estratégico da Fase 2 com as coordenadas -25.777955
e 32.575301 a 572 m do ARM 001, e será o centro de distribuição da rede na fase 2. Neste
armário, estarão contidos 2 ODF’s nomeadamente:

 1 ODF (Ligação fase 1) de 12 portas com terminação SC que será o ODF de


ligação entre as fases 2 e 1. Possui 4 fibras activas provenientes do ARM 001;

 1 ODF (Fase 2) de 48 portas com terminação SC que será o ODF de distribuição de


PDO’s na rede da fase 2. Possui 18 fibras activas e após a distribuição dos PDO’s,
sobrarão 12 portas SC.

Para além de ODF’s, estarão contidos também 2 splitters do tipo 1:8 neste armário. Será
instalada uma câmara para entrada do cabo no ARM 002. As ligações ao nível dos
armários, encontram-se ilustradas no apêndice 4.

IV.2.2. Instalação da Rede Secundária


Neste tópico, aborda-se como será implantada a rede secundária. A rede secundária
consiste na alocação dos pontos de distribuição ópticos (PDO’s) no condomínio através de
juntas de derivação (JD), utilizando a topologia em árvore para as fases 1 e 2 uma vez que
a fase 3 ainda encontra-se em construção.

Figura 14: Diagrama em blocos reduzido da rede secundária. (Verificar os apêndices 5 e 6)


Fonte: (Autor)

32
IV.2.2.1. Instalação da Rede Secundária na Fase 1
Para a instalação da rede secundária na fase 1, serão realizados 2 lançamentos iniciais de
cabos a partir do ARM 001 que são:
 Lançamento de 1 cabo de 48 fibras para a região norte da fase 1 em traçado aéreo;
 Lançamento de 1 cabo de 48 fibras para a região sul da fase 1 em traçado aéreo.

Para a distribuição das fibras do cabo proveniente do ARM 001 para os PDO’s, irá se
instalar juntas de derivação no sentido vertical em cada via, de forma que as casas da
presente via tenham acesso a rede. A fase 1 consiste em 40 PDO’s, na qual serão alocadas
2 fibras para cada PDO sendo uma activa e a outra reserva.

IV.2.2.1.1. Lançamento de 1 cabo de 48 fibras para a região norte da fase 1 em


traçado aéreo
Este lançamento inicial, far-se-á a partir do ARM 001 para a região norte do mesmo
armário e irá abranger 24 PDO’s.

O cabo de 48 fibras irá partir do ARM 001 passando pela câmara da fase 1 com uma
transição para o poste, passando desta forma para o traçado aéreo. Este cabo terá uma
extensão de 40 m e será terminado numa junta de derivação JDF que será instalado em um
poste. A partir da junta de derivação JDF será feita a derivação das fibras para os PDO’s 22
(46 m da JDF), 23 (2 m da JDF) e 24 (30 m da JDF) sendo 2 fibras para cada PDO. Para as
42 fibras restantes provenientes do cabo do ARM 001, será feita a ligação de forma a dar
continuidade a próxima junta.

Para dar continuidade das fibras restantes do cabo proveniente do ARM 001, será feita a
ligação com um cabo de 48 fibras que terá um comprimento de 68 m até a próxima junta
de derivação JDE. A partir da junta JDE, será feita a derivação das fibras para os PDO’s 18
(46 m da JDE), 19 (2 m da JDE), 20 (32 m da JDE) e 21 (52 m da JDE) sendo 2 fibras para
cada PDO.

Para a continuidade, será feito o terceiro lançamento de um cabo de 48 fibras para a


ligação das fibras restantes na junta anterior JDE, terminando o cabo na junta de derivação
JDD. A partir da junta JDD, será feita a derivação das fibras para os PDO’s 15 (44 m da

33
JDD), 16 (2 m da JDD) e 17 (54 m da JDD) sendo 2 fibras para cada PDO. Será
novamente lançado um cabo de 48 fibras a partir da junta JDD até a junta JDC num
percurso de 59 m de forma a dar continuidade na distribuição do sinal proveniente do
ARM 001. A partir da junta JDC, será feita a derivação das fibras para os PDO’s 11 (44 m
da JDC), 12 (2 m da JDC), 13 (42 m da JDC) e 14 (66 m da JDC) e as restantes fibras
darão continuidade até a próxima junta JDB.

Para dar continuidade das fibras até a junta JDB, será feito o lançamento de um cabo de 24
fibras num percurso de 72 m. A partir da junta JDB far-se-á a derivação das fibras para os
PDO’s 7 (46 m da JDB), 8 (2 m da JDB), 9 (56 m da JDB) e 10 (104 m da JDB) e as
restantes fibras darão continuidade até a próxima junta JDA. Para isso, será feito o
lançamento de um cabo de 24 fibras a partir da junta JDB até a junta JDA num percurso de
74 m. A junta JDA deriva as fibras para os PDO’s 1 (102 m da JDA), 2 (94 m da JDA), 3
(44 m da JDA), 4 (2 m da JDA), 5 (48 m da JDA) e 6 (70 m da JDA) e sempre alocando 2
fibras para cada PDO.

Assim, temos a distribuição dos PDO’s na região norte do ARM 001 como ilustra o
apêndice 5.

IV.2.2.1.2. Lançamento de 1 cabo de 48 fibras para a região sul da fase 1 em traçado


aéreo
Este lançamento inicial, será feito a partir do ARM 001 para a região sul do mesmo
armário e irá abranger 16 PDO’s.

Irá partir do ARM 001, um cabo de 48 fibras de 44 m de comprimento para distribuir as


fibras pelos PDO’s, sendo que a partir da junta JDG será feita a derivação das fibras para
os PDO’s 25 (46 m da JDG), 26 (2 m da JDG) e 27 (34 m da JDG) alocando-se 2 fibras
para cada PDO. As restantes fibras darão continuidade a próxima junta JDH.

Para a continuidade a junta JDH, será feito o lançamento de um cabo de 48 fibras a partir
da junta JDG num percurso de 53 m. Chegado o cabo na junta JDH, far-se-á a derivação
das fibras para os PDO’s 28 (2 m da JDH) e 29 (42 m da JDH) e as restantes fibras darão
continuidade. Da junta JDH será lançado um cabo de 48 fibras num percurso de 64 m até a

34
junta JDI. A partir da junta JDI será feita a derivação das fibras para os PDO’s 30 (2 m da
JDI) e 31 (52 m da JDI), sendo q as restantes fibras continuarão até a próxima junta.

Será lançado um cabo de 48 fibras num percurso de 58 m da junta JDI até a juta JDJ de
modo a dar continuidade na distribuição. Chegado o cabo na junta JDJ, será feita a
derivação das fibras para os PDO’s 32 (2 m da JDJ) e 33 (52 m da JDJ) e as fibras restantes
darão a continuidade.

Da Junta JDJ será feito o lançamento de um cabo de 48 fibras num percurso de 68 m até a
junta JDK, onde deste serão derivadas fibras para os PDO’s 34 (2 m da JDK) e 35 (22 m da
JDK). As fibras restantes darão continuidade num cabo novamente de 48 fibras num
percurso de 84 m e terminando na junta JDL. A partir da junta JDL serão derivadas as
fibras para os PDO’s 36 (2 m da JDL) e 37 (70 m da JDL).

E para finalizar na região sul do ARM 001, será lançado um cabo de 24 fibras a partir da
junta JDL num percurso de 62 m até a junta JDM, que irá fazer a derivação das fibras para
os PDO’s 38 (2 m da JDM), 39 (24 m da JDM) e 40 (62 m da JDM).

Assim, temos a distribuição dos PDO’s na região sul do ARM 001 como ilustra o apêndice
5.

IV.2.2.2 Instalação da Rede Secundária na Fase 2


Para a instalação da rede secundária na fase 2, será feito apenas 1 lançamento de cabo
inicial. Este cabo será de 48 fibras e irá partir do ARM 002 passando pela câmara da fase
2, subindo o cabo num poste de forma que o traçado seja aéreo num percurso de 87 m e irá
terminar numa junta JDN. A partir da junta JDN se efectuará o processo de derivação das
fibras para os PDO’s 14 (46 m da JDN), 15 (2 m da JDN), 16 (40 m da JDN), 17 (64 m da
JDN) e 18 (110 m da JDN) sendo 2 fibras para cada PDO.

As fibras restantes darão continuidade até a junta JDO num cabo de 48 fibras percorrendo
64 m e terminando o cabo na junta JDO. Da junta JDO será feita a derivação das fibras
para os PDO’s 7 (40 m da JDO), 8 (2 m da JDO), 9 (38 m da JDO), 10 (60 m da JDO), 11
(100 m da JDO), 12 (136 m da JDO) e 13 (168 m da JDO) da fase 2.

35
Feito isto, irá se fazer o último lançamento que consiste num cabo de 24 fibras da junta
JDO num percurso de 90 m até a junta JDP. A partir da junta JDP será feita a derivação das
fibras para os PDO’s 1 (92 m da JDP), 2 (48 m da JDP), 3 (2 m da JDP), 4 (88 m da JDP),
5 (136 m da JDP) e 6 (184 m da JDP) sendo sempre 2 fibras para cada PDO.

Assim, estará concretizado a distribuição dos PDO’s na fase 2 do condomínio como ilustra
o apêndice 6. Após as medições, foi acrescentada uma margem de 7 m para cada medição
efectuada como forma de permitir uma segurança na rede primária, secundária e na
baixada do assinante. As distâncias utilizadas já encontram-se a margem de 7 m
acrescentada.

IV.2.3. Distribuição das fibras para as casas


Após a distribuição dos PDO’s, para terminar a rede será necessário a distribuição das
fibras do assinante. A instalação do cabo de fibra do PDO até ao assinante, tanto para fase
1 assim como para a fase 2, será feita como a instalação da rede eléctrica, isto é, o cabo
sairá do PDO descendo pelo poste e entrando em condutas que darão acesso a casa do
assinante. Este último troço da rede será em traçado subterrâneo.

Figura 15: Diagrama em blocos da distribuição das fibras para as casas. (Verificar o apêndice 13)
Fonte: (Autor)

A distância máxima entre o PDO e a casa do assinante em todo condomínio é de 50 m,


valor que será utilizado para os cálculos de atenuação óptica e para estimativa do total da
fibra necessária para as baixadas. A distribuição das fibras para as casas encontra-se
ilustrada nos apêndices 13 (fase 1) e 14 (fase 2).

36
IV.3. Cálculos de atenuação óptica
O perfeito funcionamento de um enlace óptico, necessita a selecção adequada dos
componentes a serem utilizados na rede. Segundo Gonçalves (2009), é necessário calcular
o balanço de potência da ligação. O balanço de potência da ligação é a diferença entre a
potência lançada na fibra e a sensibilidade (quantidade mínima de potência necessária) do
receptor ligado através do cabo de fibra óptica.

Gonçalves (2009) acrescenta que, quando se calcula o balanço de potência, utiliza-se a


análise do pior caso para fornecer uma margem de erro, mesmo que todas as partes do
sistema não operem em níveis piores. Portanto, para calcular a estimativa do pior caso do
balanço de potência, assume-se valores de potência mínima de transmissão e a
sensibilidade mínima do receptor, como pode ser observado na fórmula 1:

𝑷𝑩 = 𝑷𝑻𝒙 − 𝑺 (1)
Onde:
𝑷𝑩 − Balanço de potência (Power Budget) em dB;
𝑷𝑻𝒙 – Potência mínima de transmissão em dBm;
𝑺 – Sensibilidade mínima do receptor em dBm.

Ao contrário do balanço de potência da ligação, o balanço de perdas da ligação é o total de


perdas de qualquer componente do enlace. Para Gonçalves (2009), em todos os casos o
total de perdas da ligação deve ser menor que a potência óptica da ligação. O total de
perdas da ligação inclui:
 Perda máxima dos conectores;
 Perda máxima das emendas por fusão;
 Perda máxima dos divisores ópticos passivos;
 Perda na fibra óptica. Deve-se ter em conta a distância da fibra óptica e de acordo
com o comprimento de onda, considerar o coeficiente de atenuação do cabo óptico
(dB/km).

A perda total é dada pela seguinte expressão:

𝑳 = 𝜶𝑭 × 𝑫 + 𝜶𝑪 × 𝑵𝑪 + 𝜶𝑬 × 𝑵𝑬 + 𝜶𝑺 × 𝑵𝑺 (2)

37
Onde:
𝑳 – Total de perdas da ligação em dB;
𝜶𝑭 – Coeficiente de atenuação da fibra em dB/km;
𝑫 – Comprimento da Ligação em km;
𝜶𝑪 – Coeficiente de perdas no conector em dB;
𝑵𝑪 – Número de conectores;
𝜶𝑬 – Coeficiente de perdas nas emendas em dB;
𝑵𝑬 – Número de junções;
𝜶𝑺 – Coeficiente de perdas no Splitter óptico em dB;
𝑵𝑺 – Número de Splitters.

Gonçalves (2009) afirma que, após o cálculo do balanço de potência da ligação, é


fundamental calcular a margem de segurança do sistema, que representa a quantidade de
potência disponível após subtrair as perdas da ligação da potência disponível. Uma
margem de segurança superior a zero indica que a potência disponível é suficiente para o
receptor operar. Matematicamente a margem de segurança do sistema óptico é dada pela
seguinte expressão:

𝑴𝑺 = 𝑷𝑩 − 𝑳 (3)

Onde:
𝑴𝑺 – Margem de segurança do sistema em dB;
𝑷𝑩 – Balanço de potência em dB;
𝑳 – Total de perdas da ligação em dB.

A margem de segurança é vital para o sistema, sendo necessária para acomodar variações
das condições ambientais e de temperatura, de reparações e envelhecimento dos
componentes do sistema e alterações futuras.

IV.3.1. Cálculo de atenuação do sinal no projecto


De acordo com as especificações técnicas dos elementos da rede, têm-se os seguintes
dados:

38
Tabela 6: Especificações técnicas dos elementos da rede para o cálculo de atenuação.

Potência mínima de transmissão 1,5 dBm


Sensibilidade mínima do Receptor - 28 dBm
Coeficiente de perda na fibra óptica 0,35 dB/km
Coeficiente de perda por fusão 0,1 dB
Coeficiente de perda nos splitters 10,5 dB
Coeficiente de perda nos conectores 0,23 dB
Fonte: (Autor)

Como Gonçalves (2009) afirma que para o cálculo de balanço de potência, utiliza-se a
análise do pior caso para fornecer uma margem de erro, no presente projecto seleccionou-
se 3 cenários que concorrem para o pior caso devido a sua dimensão:
 Primeiro Cenário – Região norte do ARM 001 (fase 1);
 Segundo Cenário – Região sul do ARM 001 (fase 1);
 Terceiro Cenário – Região do ARM 002 (fase 2).

O valor do balanço de potência será igual nos três cenários devido a utilização dos mesmos
equipamentos transmissor e receptor em cada cenário. Utilizando a formula 1 tem-se o
balanço de potência nos três cenários:

𝑷𝑩 = 𝑷𝑻𝒙 – 𝑺 = 1,5 dBm - (- 28 dBm ) = 29,5 dBm

IV.3.1.1. Primeiro Cenário – Região norte da fase 1


O primeiro cenário consiste na rede que parte do ARM 001 em direcção ao PDO nº1 da
fase 1, como ilustra o apêndice 7.

Tabela 7: Cálculos do sinal óptico para o primeiro cenário.


Fase 1 (Norte) Coeficiente de perda Quantidade Total
Fibra óptica 0,35 dB/km 7,318 km 2,56 dB
Fusão 0,1 dB 13 1.3 dB
Splitters 10,5 dB 2 21 dB
Conectores 0,23 dB 8 1,84 dB
𝑳1 = 𝜶𝑭 × 𝑫 + 𝜶𝑪 × 𝑵𝑪 + 𝜶𝑬 × 𝑵𝑬 + 𝜶𝑺 × 𝑵𝑺 26,7 dB
𝑴𝑺1 = 𝑷𝑩 − 𝑳1 2,8 dB
Fonte: (Autor)

Neste cenário a margem de segurança é superior a zero, portanto, a potência disponível é


suficiente para o receptor operar.

39
IV.3.1.2. Segundo Cenário – Região sul da fase 1
O segundo cenário consiste na rede que parte do ARM 001 em direcção ao PDO nº40 da
fase 1, como ilustra o apêndice 8.

Tabela 8: Cálculos do sinal óptico para o segundo cenário.


Fase 1 (Sul) Coeficiente de perda Quantidade Total
Fibra óptica 0,35 dB/km 7,329 km 2,57 dB
Fusão 0,1 dB 14 1,4 dB
Splitters 10,5 dB 2 21 dB
Conectores 0,23 dB 8 1,84 dB
𝑳2 = 𝜶𝑭 × 𝑫 + 𝜶𝑪 × 𝑵𝑪 + 𝜶𝑬 × 𝑵𝑬 + 𝜶𝑺 × 𝑵𝑺 26,81 dB
𝑴𝑺2 = 𝑷𝑩 − 𝑳2 2,69 dB
Fonte: (Autor)

Neste cenário a margem de segurança é superior a zero, portanto, a potência disponível é


suficiente para o receptor operar.

IV.3.1.3 Terceiro Cenário – Fase 2


O terceiro cenário consiste na rede que parte do ARM 002 em direcção ao PDO nº1 da fase
2, como ilustra o apêndice 9.

Tabela 9: Cálculos do sinal óptico para o terceiro cenário.


Fase 2 Coeficiente de perda Quantidade Total
Fibra óptica 0,35 dB/km 7,831 km 2,74 dB
Fusão 0,1 dB 12 1,2 dB
Splitters 10,5 dB 2 21 dB
Conectores 0,23 dB 10 2.3 dB
𝑳3 = 𝜶𝑭 × 𝑫 + 𝜶𝑪 × 𝑵𝑪 + 𝜶𝑬 × 𝑵𝑬 + 𝜶𝑺 × 𝑵𝑺 27,24 dB
𝑴𝑺3 = 𝑷𝑩 − 𝑳3 2,26 dB
Fonte: (Autor)

Assim como o primeiro e o segundo cenário, o terceiro cenário apresenta potência


suficiente para o receptor operar. Conclui-se que, o terceiro cenário é o pior caso por
apresentar margem de segurança do sistema inferior ao primeiro e segundo cenário.

40
IV.4. Simulação da rede
A simulação tem um papel decisivo no projecto, análise e implementação de sistemas de
comunicação, principalmente quando os sistemas são caros e complexos. Com vista a
avaliar o desempenho da rede, em termos de potência do sinal, taxa de bits errados (BER) e
factor de qualidade (factor Q), foi escolhido o simulador optisystem 14.0, devido a sua
aquisição gratuita e facilidade de aprendizagem.

Optisystem é um pacote inovador de simulação criado por optiwave2 para o design, testes e
optimização de praticamente qualquer tipo de enlace óptico. É um simulador baseado em
modelagem realista de sistemas de comunicação de fibra óptica, criado para atender às
necessidades de pesquisadores, engenheiros de telecomunicações, integradores de
sistemas, estudantes, e uma grande variedade de outros utilizadores.

IV.4.1. Elementos do sistema e equipamentos de teste


Os elementos tomados como base para a análise e avaliação da rede no optisytem são:
transmissor óptico (Tx), fibra óptica, divisor óptico passivo 1:8 (Splitter 1:8), atenuador e
receptor óptico (Rx). Os elementos estão ilustrados na figura 16.

Figura 16: Elementos do sistema para a simulação.


Fonte: (Optisystem 14.0)

Na simulação, para além dos elementos existem também os equipamentos de teste, que
são: Medidor de potência óptica, analisador de diagrama de olho que por sua vez realiza o
cálculo de BER e factor Q.

2
Optiwave - líder emergente no desenvolvimento de ferramentas de software inovadoras para o design,
simulação e optimização de sistemas, redes ópticas e outras aplicações.

41
Figura 17: Equipamentos de teste na simulação.
Fonte: (Optisystem 14.0)

O apêndice 12, ilustra o esquema completo da simulação com todos os elementos.

IV.4.2. Parametrização dos elementos do sistema


A parametrização consiste na alocação dos valores das especificações técnicas dos
elementos escolhidos para o projecto nos elementos da aplicação optisystem. Como na
aplicação optisystem os elementos possuem vários parâmetros, apenas serão alocados os
parâmetros das especificações técnicas dos elementos escolhidos para o projecto, com a
finalidade de obter-se valores dentro dos intervalos recomendados pela ITU, e os outros
parâmetros dos elementos no optisystem, irão se manter no padrão.

Infelizmente o transmissor óptico e o splitter 1:8 encontram-se parametrizados com valores


padrão na aplicação. Para o transmissor óptico tem-se uma potência de saída de -2.596
dBm e o splitter possui 9,03 dBm. Assim sendo, foi necessário ajustar os parâmetros
desses dois elementos, de forma a se igualar aos valores que constam nas especificações
técnicas dos elementos do projecto. Para o transmissor óptico introduziu-se o valor de
4.096 dBm para se obter 1.5 dBm (valor da especificações técnicas do SFP) na saída do
transmissor e para o splitter 1.47 dB para se obter 10.5 dB (valor das especificações
técnicas do splitter) na saída do splitter. A parametrização dos elementos encontra-se
ilustrada no apêndice 10.

IV.4.3. Avaliação da Qualidade da Transmissão


Segundo Madaleno (2007), uma das medidas mais frequentes para avaliar a qualidade de
transmissão é analisando o BER. O BER é utilizado para medir erros na transmissão de
dados que ocorrem por diversas razões como: indução electromagnética, falhas de
sincronização entre o transmissor e receptor, defeitos dos componentes, ruído.

42
Apesar de o BER ser o principal parâmetro para a análise da qualidade de um canal digital,
este pode ser complementado no diagnóstico de problemas por outros parâmetros, tal
como, o factor Q (factor de qualidade). O factor Q mede a capacidade de um filtro em
rejeitar frequências que não são interessantes à aplicação desejada. Quanto maior o factor
Q, menor a largura de banda passante.

De acordo com Madaleno (2007), é importante que os sistemas de comunicação óptica


funcionem a níveis muito baixos de BER, valores inferiores a 10 -15 e que o factor Q esteja
dentro de uma janela entre 3 e 20.

Feitas as medições na aplicação optisystem 14.0, obteve-se um BER de 8,01598x10-40 e um


factor Q de 13,1528 como ilustra o apêndice 11, demonstrando que estão dentro do
intervalo recomendado, o que implica um bom desempenho da rede.

Segundo Pinheiro (2010), outra medida importante para determinar e analisar a qualidade
do sistema é o diagrama de olho, sendo este, uma ferramenta importante para se avaliar o
desempenho de um sistema óptico digital no domínio do tempo. Consiste na sobreposição
de várias amostras de um sinal, contendo vários símbolos colhidos no domínio do tempo.

Através deste, torna-se possível observar se o olho está degradado por ruído ou não. Sendo
que, quanto mais aberto o olho, maior é a probabilidade de detecção do sinal e quanto mais
fechado o olho se tornar, mais difícil é a detecção do sinal.

IV.5. Acesso a Internet


Após a criação da rede de acesso no condomínio, os assinantes estarão em condições de ter
acesso a internet através da central das Telecomunicações de Moçambique. Para isso, a
OLT deve se comunicar com os elementos da rede de transporte como forma de se ter o
acesso a internet.

O esquema da figura 18 é constituído pelo equipamento do assinante (pode ser um


computador pessoal, o telemóvel ou um outro dispositivo), pelo ONT e OLT que são os
extremos da rede de acesso, pelo servidor broadband remote access server (BRAS),

43
servidor Authentication, Authorization and Accounting (AAA) e por um router
constituindo a rede de transporte para o acesso a internet.

Internet Upload

Computador

Servidor Wifi
Router OLT
BRAS

Wifi
ONT F660

Servidor AAA

Telemóvel

Rede de ligação do serviço de Internet


Rede do Provedor do serviço de Internet aos assinantes do condomínio Guoji

Download

Figura 18: Ligação do assinante a Internet.


Fonte: (Autor).

Servidor BRAS
Um servidor de acesso remoto de banda larga (BRAS), é um servidor especializado
baseado em uma rede de provedor de serviços de internet (ISP), que facilita a convergência
de várias origens de tráfego da internet. Tem como funções distribuir endereços IP público
aos assinantes para o acesso a internet, fazer o encaminhamento do tráfego da internet a
equipamentos de acesso, viabilizar e controlar o acesso de uma determinada rede a
internet. É por este servidor que todos pacotes de dados passam antes de entrar ou sair para
internet.

Servidor AAA
É o servidor que realiza a autenticação, autorização e auditoria. É através dele que um ISP
pode implantar gestão de políticas, recursos da rede e qualidade de serviço para os
assinantes. Possui uma base de dados onde encontram-se cadastrados os dados dos
44
assinantes, cada um com seu número e limitações de recursos de acordo com o pacote
solicitado. A autenticação verifica a identidade digital do usuário no sistema, a autorização
garante que um usuário autenticado somente tenha acesso aos recursos autorizados e a
auditoria refere-se à colecta de informações sobre o uso dos recursos de um sistema pelos
seus assinantes como é o caso da tarifação.

Router
O router é um equipamento tem com função encaminhar pacotes de dados duma rede para
outra. No presente caso, é a porta de entrada para a internet.

Uma vez estabilizada a conexão entre a OLT e a ONT, o assinante ao fazer uma solicitação
de acesso a internet através do seu equipamento, é enviada uma requisição ao BRAS. O
BRAS por sua vez consulta ao AAA se o assinante possui permissão para o acesso a
internet. O AAA verifica na sua base de dados através do número de assinante, se o
presente assinante encontra-se cadastrado, se sim então ele fornece a autenticação. Após a
autenticação, o BRAS atribui um IP público ao assinante para que tenha o acesso a
internet. Depois, o AAA fornece a autorização para que o assinante tenha acesso a internet
de acordo com os seus recursos, e para finalizar o AAA entra no processo de auditoria
onde inicia a tarifação do assinante.

Tipos de Internet
Existem dois tipos de internet que são: internet compartilhada e internet dedicada.

Internet compartilhada é aquela em que a conexão é compartilhada, isto é, os assinantes na


rede compartilham a mesma conexão virtual para o acesso a internet, onde é alocada uma
velocidade de transmissão na qual é partilhada pelos assinantes da conexão em causa. No
anexo 12 está ilustrado os pacotes de internet compartilhada das Telecomunicações de
Moçambique.

Na internet dedicada cada assinante possui a sua própria conexão para o acesso a internet,
o que implica velocidade de transmissão independente para cada assinante. O assinante
consegue obter a velocidade de transmissão contratada sem ter que se preocupar com

45
outros assinantes. A escolha do tipo de internet e a velocidade, irá depender das condições
de cada assinante.

IV.6. Vantagens e desvantagens do projecto


IV.6.1. Vantagens
 A GPON é uma tecnologia passiva, isto é, não utiliza equipamentos que alteram
características do sinal entre a central de instalações da operadora (onde se encontra
a OLT) e o assinante (onde se encontra a ONT). Isto permite a facilidade de
manutenção em caso de avaria, já que não haverá algum equipamento que necessita
de alimentação entre a central da operadora e o usuário no condomínio;
 Utiliza a fibra óptica como meio de transmissão, sendo esta imune a interferências.
Isto permite que não haja ruído ou qualquer outra interferência electromagnética no
sinal, e mesmo a chuva não dificulta a transmissão do sinal;
 A fibra óptica é ilimitada em termos de velocidade de transmissão e distância,
sendo a tecnologia GPON a limitar a velocidade e a distância. A GPON permite um
alcance de 20 km entre a central da operadora e o usuário. Como o condomínio
Guoji Cidade Ideal encontra-se a 6784 m (sem contar com a distribuição da rede
para os assinantes) da central de instalações das Telecomunicações de
Moçambique, esta tecnologia é considerada a ideal;
 A GPON possui altos débitos de transmissão na ordem gigabit (2.5 Gbps download
e 1.25 Gbps upload) por cada interface da plataforma, quando comparado com as
tecnologias de par trançado, cabo coaxial e acesso móvel. Isto permite que seja
utilizado apenas uma plataforma para o condomínio Guoji, sem a necessidade de
duplicar ou triplicar a plataforma de acesso;
 A GPON possui a opção de wi-fi num raio de 30 m no mínimo, permitindo
mobilidade ao usuário dentro de sua casa ou escritório.

IV.6.2. Desvantagens
 Necessidade de instalação de fibra óptica entre a central do Zimpeto e o
condomínio Guoji Cidade Ideal, e criação de uma malha para a distribuição de sinal
dentro do próprio condomínio;
 Custo de Implementação.

46
Conclusão
O presente trabalho tinha como objectivo propor uma alternativa de disponibilização de
serviço de internet facto que foi alcançado com recurso a tecnologia GPON na
configuração FTTH. Os parâmetros críticos foram devidamente dimensionados e
analisados para os casos extremos como forma de garantir que qualquer que seja o caso a
surgir enquadra-se dentro dos parâmetros estudados. Pode-se concluir que tecnicamente o
serviço é implementável. As larguras de banda que o serviço suporta (uptream 1244 Mbps,
downstream 2488 Mbps) têm capacidade para comportar não somente o serviço de internet
assim como serviços que exigem maior largura de banda como serviço de televisão, dados
e voz combinadas. A existência de condições e infra-estruturas reaproveitáveis até o
Estádio Nacional do Zimpeto reduz consideravelmente a complexidade e o custo de
implementação.

A simulação feita usando a aplicação Optisystem 14.0 para avaliar o desempenho da rede
apresenta os valores que asseguraram o bom desempenho do sistema.

Recomendações
 Para o presente projecto, recomenda-se que a distribuição dos PDO’s (rede
secundária) se realize conforme a demanda de acesso a internet pelos habitantes no
condomínio, como forma de não desperdiçar os recursos da empresa provedora;
 Recomenda-se para melhor aderência e versatilidade, o uso de routers wireless para
permitir que dispositivos móveis como telefones celulares e tablets possam usufruir
do serviço.

47
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49
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18.01.2016

52
Apêndices
Apêndice 1 – Imagens capturadas no condomínio Guoji Cidade Ideal

a) Os vinte e sete compartimentos comerciais

b) Casas da fase 2

53
c) Poste de electricidade no condomínio

d) Estádio Nacional do Zimpeto

54
Apêndice 2 – Armário óptico Outdoor

55
Apêndice 3 - Rede Primária

56
Apêndice 4 - Ligações nos armários

57
Apêndice 5 - Rede Secundária ARM 001

58
Apêndice 6 - Rede Secundária ARM 002

59
Apêndice 7 - Esquema para cálculo do primeiro cenário

60
Apêndice 8 - Esquema para cálculo do segundo cenário

61
Apêndice 9 - Esquema para cálculo do terceiro cenário

62
Apêndice 10 -Parametrização dos elementos do sistema.

63
64
65
66
Apêndice 11 - Análise do diagrama de olho, do BER e Factor Q.

67
Apêndice 12 - Esquema da simulação do projecto

68
Apêndice 13 – Distribuição das fibras ópticas do PDO para casa dos
assinantes da fase 1

69
Apêndice 14 – Distribuição das fibras ópticas do PDO para casa dos
assinantes da fase 2

70
Apêndice 15 – Questionário para Entrevista ao Engº do Projecto
condomínio Guoji Cidade Ideal - Intaka

71
Apêndice 16 – Lista do Material Necessário para a rede de acesso

Designação Quantidade Abragência


1 Cabo de 24 F.O 6784 m
2 Cabo de 6 F.O 572 m
3 Postes de 9 m 3
4 Armário óptico passivo outdoor 2
5 Junta JL 1
6 Camara para conduta dos cabos 2
Rede Primária
7 ODF 24 PORTAS SC 2
8 ODF 48 PORTAS SC 3
9 SPLITTER 1:8 8
10 PATCH CORD SC-SC 3 m 12
11 OLT C300 1
12 ODF 12 PORTAS SC 1
13 Junta JD 13
14 PDO 24
15 SPLITTER 1:8 24
Rede Secundária Fase 1
16 Cabo de 2 F.O 1450 m
17 Cabo de 24 F.O 208 m
18 Cabo de 48 F.O 607 m
19 Junta JD 3
20 PDO 18
21 SPLITTER 1:8 18
22 Postes de 9 m 1 Rede Secundária Fase 2
23 Cabo de 2 F.O 1356 m
24 Cabo de 24 F.O 90 m
25 Cabo de 48 F.O 151 m
26 Cabo de 2 F.O 15700 m
27 Tomada óptica 314
Baixada das casas Fase 1
28 PATCH CORD SC-SC 3 m 314
29 Modem F660 314
30 Cabo de 2 F.O 6950 m
31 Tomada óptica 139
Baixada das casas Fase 2
32 PATCH CORD SC-SC 3 m 139
33 Modem F660 139

72
Anexos
Anexo 1 - Especificações Técnicas do Cabo de Fibras do tipo Loose
Cabo Óptico Dieléctrico Auto-Sustentado Geleado
Os cabos ópticos Telcon proporcionam excelente performance de transmissão e protecção
das fibras ópticas contra mudanças ambientais. Este cabo foi desenvolvido para instalação
em postes com vãos de 80,120 ou 200 metros.
Aplicação:
 Instalação aérea ou auto-sustentado;
 Sistemas de comunicação óptica;
 Operam nas faixas de comprimento de onda de operação de 850, 1310 ou 1550 nm.

Construção (vão de 80 m)

Nº de fibras Nº de F.O Diâmetro (mm) Massa


ópticas por tubo Mínimo / Máximo Líquida (kg
/ km)
2 a 12 2 11,1 / 11,5 110
18 a 36 6 11,7 / 12,1 125
48 a 60 12 12,4 / 12,8 140
72 12 12,9 / 13,3 150
84 12 14,0 / 14,4 175
96 12 15,0 / 15,4 200
108 12 15,6 / 16,0 215
120 12 16,4 / 16,8 245
132 12 17,2 / 17,6 270
144 12 18,1 / 18,5 295

73
Características Ópticas
Características SM (dB /
km)
Atenuação Máxima em 1310 nm 0,35
Atenuação Máxima em 1550 nm 0,25

Identificação das unidades / fibras ópticas


Nº de Nº de Nº de Nº de
fibras por fibras por tubos enchimentos
cabo tubo Loose
2 2 1 5
4 2 2 4
6 2 3 3
8 2 4 2
10 2 5 1
12 2 6 0
18 6 3 3
24 6 4 2
30 6 5 1
36 6 6 0
48 12 4 1
60 12 5 0
72 12 6 0
84 12 7 0
96 12 8 0
108 12 9 0
120 12 10 0
132 12 11 0
144 12 12 0

74
Código de Cores

Tubo com Tubo Tubo com


Fibra 02 fibras com 06 12 Fibras
fibras
1 Verde Verde Verde
2 Amarela Amarela Amarela
3 - Branca Branca
4 - Azul Azul
5 - Vermelha Vermelha
6 - Violeta Violeta
7 - - Marrom
8 - - Rosa
9 - - Preta
10 - - Cinza
11 - - Laranja
Água-
12 - - marinha

Identificação das unidades básicas (tubo loose)


Piloto Direcional (2) Normal (3 em diante)
(1)
Verde Amarelo Natural ou branca

Fonte: Telcon. (2010). Cabo óptico Dieléctrico Auto-Sustentado NR – Seco Capa Normal. Retirado de
http://www.comunitelsa.com.ar/admin_temp/5474.pdf em 15.01.2016

75
Anexo 2 - Especificações Técnicas da OLT C300

Configuração do armário e das cartas na OLT ZXA10 C300 de 23 slots

Slot Carta Descrição


0, 1 Saída Frontal para carta de energia (PRWG) 4.5U
Cartas de linha de serviço excepto carta de Slots para PON, PTP e cartas TDM
2-9 energia, cartas Ethernet de uplink e cartas de
interface comuns.
10, 11 Cartas de controlo e comutação (SCXM e SCXL) Slot de controlo e comutação
Cartas de linha de serviço excepto carta de Slots para PON, PTP e cartas TDM
12-19 energia, cartas Ethernet de uplink e cartas de
interface comuns.
Proporciona interfaces de entrada e saída
para o relógio, gestão de interface,
20 Cartas de interface comum (CICG e CICK)
monitoramento de interface e protecção de
interface.
Cartas Ethernet de uplink (HUTQ, GUFQ, GUTA Proporciona FE, GE e 10 GE interfaces
21, 22 ethernet de uplink.
e GUST)

Dimensões da OLT ZXA10 C300


Armário Dimensão - altura x largura x profundidade (mm) Peso (kg)
23 Slots 2200 x 600 x 300 80

76
OLT ZXA10 C300 23 Slots

Diagrama do Armário do C300 de 23 Slots.

 Slots 0 e 1 – Para cartas de alimentação do equipamento (carta PRWG);


 Slots 10 e 11 – Para cartas de gestão e controlo do equipamento (carta SCXL);
 Slot 20 – Para carta com portas para processamento relógio, monitoramento
ambiental e OAM (carta CICG);
 Slot 21 e 22 – Para cartas Uplink (carta XUTQ);

77
 Slots 2 á 9 e 12 á 19 – Para cartas de assinantes (carta GTGO).

Especificações das cartas da OLT ZXA10 C300


Tipo Nome Descrição
Carta de Controlo e SCXL Carta de Controlo e comutação do tipo L
comutação SCXM Carta de Controlo e comutação do tipo M
XUTQ Carta ethernet de uplink com 4 interfaces ópticas
10GE
HUTQ Carta com 2 interfaces 10 GE e 2 interfaces GE
HUGQ Carta com 2 interfaces GE e 2 interfaces FE
Carta Uplink GDFO Carta SFP com 8 interfaces ópticas
GUFQ Carta ethernet de uplink com 4 interfaces ópticas GE
GUTQ Carta ethernet de uplink com 4 interfaces eléctricas
GE
GUSQ Carta com 4 interfaces ópticas e eléctricas GE
CTLA Carta de emulação de circuito com interface para
STM-N
Carta CES (Serviços de CTBB Carta de emulação de circuito equilibrado com 32
emulação de circuito) interfaces E1 para STM-N
CTTB Carta de emulação de circuito equilibrado com 32
interfaces T1 para STM-N
ETGO Carta para assinante com 8 interfaces EPON
FTGH Carta ponto á ponto com 16 interfaces ethernet
ETXD Carta EPON com 2 interfaces de 10G
Carta do assinante
ETTD Carta EPON com 2 interfaces de 10G
GTGO Carta para assinante com 8 interfaces GPON
GTGQ Carta para assinante com 4 interfaces GPON
Carta de Interface CICG Carta de Interface comum
comum CICK Carta de Interface comum
Carta de Energia PRWG Carta de alimentação com 1 porta PWR

Tensão de Operação
Tipo Tensão
Tensão nominal: - 48 V DC
DC
Variação: - 48 V ± 20 % DC

Fonte: ZTE. (n.d.). ZXA10 C300 Optical Access Convergence Equipment. Retirado de
https://www.scribd.com/document/260123177/zxa10-c300-v1-2-0-Equipo-OLT em 18.01.2016

78
Anexo 3 - Especificações Técnicas do SFP para a OLT C300

Hisense LTE3680M-BH+ Gpon OLT Class B+

ProductName GPON OLT


LTE3680M -BC+
PartNumber LTE3680M -BH+
Package SFP
Interface SC
Reach 20 km
Temp C, H
Tx Output 1.5 ~ 5 dBm
Tx Rate 2.5 Gb/s
Tx Wavelength 1490 nm
Rx Input -28 dBm
Rx Rate 1.25 Gb/s
Rx Wavelength 1310 nm

Fonte: Hisense Broadband (2016). LTE3680M SFP GPON OLT Transceiver. Retirado de
http://www.hisensebroadband.com/html/Products/GPON_EPON/20160913_21.html em 16.09.2016

79
Anexo 4 - Especificações Técnicas do Splitter zte 1:8
Wuxi Advance Optical Fiber, Ltd. 1x8 PLC Splitter Data
Sheet
Operating Wavelength
(nm) 1260 - 1650
Fiber Type G.657A with ɸ 2.0 Fiber length (m) > 1.0
mm cable
Connector Type SC/UPC Package Dimension 100x80x10
(mm)
Storage Temperature -40 ̴ + 85ºC Operating -40 ̴ + 85ºC
Temperature

Item IL (dB) PDL (dB)


Wavelength
(nm) 1310 1490 1550 1310 1490 1550
Spec. MAX 10.5 MAX 0.2
Port 1 10.45 10.06 10.25 0.04 0.02 0.13
Port 2 10.05 10.48 9.98 0.11 0.04 0.14
Port 3 10.17 10.41 10.10 0.13 0.06 0.02
Port 4 10.32 10.00 10.36 0.02 0.04 0.02
Port 5 10.12 10.35 10.42 0.06 0.10 0.01
Port 6 10.32 10.41 10.08 0.01 0.05 0.14
Port 7 10.35 10.23 10.23 0.09 0.11 0.10
Port 8 10.34 10.12 10.02 0.09 0.03 0.04
MAX. 10.45 10.48 10.42 0.13 0.11 0.14
MIN. 10.05 10.00 9.98 0.01 0.02 0.01
AVE. 10.27 10.26 10.18 0.07 0.06 0.08
Port Uniformity
(Spec. ≤ 0.8 dB) 0.40 0.48 0.44 N/A
MIN. Return
loss (Spec. ≥ 50 52
dB)
MIN.Directivity
(Spec. ≥ 55 dB) 56
Operating Temperature
(ºC) -40 ̴ + 85ºC
Storage Temperature (ºC) -40 ̴ + 85ºC

80
Fonte: Wuxi Advance Optical Fiber Ltd. (n.d.). 1x8 PLC Splitter Data Sheet.

81
Anexo 5 - Especificações Técnicas do patch cord

Fonte: AliExpress. (n.d.). Aviation 3 meters long fiber optical patch cord cables with SC-SC Connector
2mm-single model. Retirado de http://www.aliexpress.com/store/product/Aviation-3-meters-long-fiber-
optical-patch-cord-cables-with-SC-SC-Connector-2mm-single-
model/208276_723817544.html?spm=2114.12010108.0.74.jCVACv em 22.01.2016

82
Anexo 6 - Especificações Técnicas do ODF-SC

Detailed Product Description

Material: Cold Rolled Color: Black


Steel
Capacity: 24 Fibers Adapter: SC Simplex Adapter
Cable Ports: 4 Pcs Application: FTTH FTTX FTTB ODN PON
Network
Dimension: 430*250*1U Thickness: 1.0 mm

Type Dimension Max capacity Carton size Qty/carton weight


(mm) (core) (mm) (pc) (kg)
GPSM- 12 5 29
1U-SC12 485*420*350
GPSM- 24 5 29
430*300*1U
1U-FC24 485*420*350
GPSM- 48 5 29
1U-2SC24 485*420*350
GPSM- 430*300*2U 48 4 26.5
2U-FC48 500*355*550
GPSM-4U 130*300*4U 192 500*350*540 1 18.9

Working temperature -25 to +40 °C


Storage temperature -25 to +55 °C
Relative humidity ≤85% (30°C)
Atmospheric pressure 70 ~ 106kPa
Service life 20 years

Fonte: Yingda Tecnology Limited. (n.d.). ODF Fiber optic patch panel 24 Port / network patch panel.
Retirado de http://www.fibreopticbox.com/sale-4031822-sc-fc-lc-st-odf-fiber-optic-patch-panel-24-
port-network-patch-panel.html em 15.01.2016

83
Anexo 7 - Especificações Técnicas de Caixa de Emendas

Product Details:
Place of Origin: China
Brand Name: YINGDA
Certification: ISO, SGS
Model Number: JB102

Detailed Product Description

Shape: Dome / Vertical Max Capacity: 96 Fibers


Cable Port: 1 Oval + 4 Round Port Cable Diameter: Φ10mm~Φ25
mm
Material: PP Body + ABS Tray Splice Tray Qty: Max. 4 Pcs
Closure Dimension: 540x180 mm Weight: 3.5 kg
Carton Qty: 6 Pcs Carton Size: 60*49.5*61mm
Sealing Method: Heat Srhinkable
Tube Waterproof Class: IP68

Model No Max capacity Splice tray Size (HxD) Cable ports Max
(single cable diameter
fusion)

Tray JB102A 1 oval ports for 1


YDSC-JB102A Capacity:24 loop (uncut) cable
1 oval port
+ 4 round with max ¢25mm;
96 fibers fiber 540x180m
(4x24) Tray JB102B m
ports 4 round ports, each
YDSC-JB102B Capacity:24 port for 1 cable
fiber

84
with max ¢19mm

Order information:
YDSC-JB102X-XX-XX-X
YDSC-JB102 (A,B) - Capacity (12,24,36,48,72 fiber...)
Splice tray (01=1pc, 02=2pcs...)
Accessories (S=standard; O=optional, on customer request)

Fonte: Yingda Tecnology Limited. (n.d.). Fiber optic Splice Closure junction box. Retirado de
http://www.fibreopticbox.com/sale-4038592-48-core-pp-dome-pole-mount-outdoor-fiber-optic-splice-
closure-jounction-box.html em 15.01.2016

85
Anexo 8 - Especificações Técnicas de PDO

Plastic Optic Fiber Distribution Box 8 Port for FTTH

Place of Origin China


Brad Name CL TX
Model Number GFS23-TX2/08
Price pls via skype: xuxudong0418
Packaging Details Carton
Delivery Time According the quantity
Payment Terms T/TL/C Western Union
Supply Ability 100000
Minimum Order
Quantity 200
Size (mm) 220*220*55 (W*H*D)
Weight (kg) 0,62

Características
 Indústria de interface padrão do usuário, ser feita de plástico de alto impacto.
 Pode acomodar 1x8 e 1x16 divisor PLC.
 Anti-UV, Ultra Resistente violeta e resistente chuva.
 Até 16 FTTH gotas.
 Parede e pólo montável.
 2 Portas de entrada, 16 portas de saída.

Fonte: Fiberlink Technology. (n.d.). FLK-FDB-208A FTTH Fiber Distribution Box. Retirado de
http://www.fiberlinktech.com/PIC/2015812113029734.pdf em 18.01.2016

86
Anexo 9 - Modem ZTE F660

Fonte: AliExpress. (s.d.). Equipamentos de fibra Óptica. Retirado de


https://pt.aliexpress.com/item/ZTE-F660-5-0-GPON-ONU-ONT-FTTH-HGU-Route-Mode-4FE-1TEL-
USB-wifi-Same/32807870874.html em 19.01.2016

87
Anexo 10 - Especificações Técnicas do modem ZTE F660
Interface PON Interface Ethernet Wi-Fi
• Padrão: ITU-T G.984/G.988 GPON • 4 portas LAN GE Frequência: 2.4 GHz
• 1 porta PON • Transmissão: 1000 • IEEE 802.11 b/g/n
• Comprimento de onda: TX 1310 nm Mbps (Gigabit Ethernet) • MIMO 2x2
• RX 1490 nm • Alcance: 100 m • Segurança WEP/WPA/WPA2
• Downstream 2.5 Gbps • Conector: RJ45 • Possibilidade de criação de 4 redes
• Upstream 1.25Gbps sem o (4 SSIDs)
• Sensibilidade óptica: -28 dBm
• Potência Óptica TX: +1 ~ +5 dBm
• Conector: SC/PC
• Alcance máximo: 20 km

VoIP USB Informações Gerais


• 2 Portas FXS • 1 Interface USB 2.0 • Fonte de alimentação: AC: 110V/220V
• Possibilidade de 2 contas de telefone • DLNA DMS – 1.5A
• SIP/H.248 • Transferência de • DC: 12V
• Codec: G.711, G.729, G723 arquivo e Impressão • Consumo máximo: <10W
• RTP/RTCP/(RFC 1890) • Backup e configuração • Botões: Wi-Fi, WPS, Reset, Power
• Cancelamento de eco de restore ON/OFF
• VAD/CNG • Possibilidade de utilizar • LEDs: energia, link PON, trafégo
• DTMF 3G Dongle para PON, link internet, Wi-Fi, Telefone 1 e
• T.38 Fax redundância 2, link LAN 1 à 4
• Identificador de chamadas, chamada • Dimensões (LxCxA): 180x127x38 mm
em espera, conferência, • Temperatura de operação: 0°C à 40°C
encaminhamento de chamadas, • Humidade de operação (não
transferência de chamadas. condensada): 10% a 90%
• Peso bruto: 270g

Fonte: Cianet. (2015). ONU GPON ZXHN F660. Retirado de https://www.cianet.com.br/site/wp-


content/uploads/2015/11/FT_ONTGPON_ZXHN-F660-v.1web.pdf em 16.02.2016

88
Anexo 11 – Tomada óptica

Fonte: AliExpress. (n.d.). Wall Face Plate Dual Fiber Optical SC Cable Connector Coupler Socket
Faceplate.
Retirado de https://www.aliexpress.com/item/Wall-Face-Plate-Dual-Fiber-Optical-SC-Cable-
Connector-Coupler-Socket-Faceplate/32835880541.html em 19.01.2016

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Anexo 12 – Pacotes de internet compartilhada das Telecomunicações de
Moçambique

Fonte: Bandalarga. (s.d.). Tarifas. Retirado de http://bandalarga.tdm.mz/site/HTML/tarifa.html em


16.02.2018

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