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ISSN

1514-3465
 
Iniciação
esportiva: o que pensam os professores de graduação em Educação Física
Sports
Initiation: How Graduation Teachers Think in Physical Education
Iniciación
deportiva: qué opinan los profesores de formación en Educación Física
 
Ueide
Teixeira da Silva Filho*
ueide_filho@hotmail.com
Felipe
Pinheiro de Araujo**
felipepinheirodearaujo@hotmail.com
Roberto
Rocha Costa***
prof.betocosta@gmail.com
 
*Autor
principal. Pós-graduado em Fisiologia do Exercício
pelo
Centro Universitário Internacional (UNINTER)
Graduado
em Bacharelado em Educação Física
pela
Faculdade de Pindamonhangaba
Treinador
CORE 360º, especializando em biomecânica
**Co-autor.
Graduado em Educação Física (Bacharelado)
pela
Centro Universitário UniFUNVIC
Especialista
em Pedagogia do Esporte
pelo
Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU)
Educador
do Instituto Profissional Salesianos de Pindamonhangaba, atuando
como
professor de Educação Física e Esportes
***Orientador.
Doutorando em Educação Física pela FEF-UNICAMP
Membro
do LEPE (Laboratório de Estudos em Pedagogia do Esporte) 
da
FCA-UNICAMP Mestre em Ciências Biológicas pela UNIVAP
Graduado
em Educação Física (Bacharel em Treinamento Esportivo) pela FEF-UNICAMP 
Professor
nos cursos de bacharelado e licenciatura em Educação Física da UNIVAP
e
do UniFUNVIC - Centro Universitário
Autor
do material didático de Educação Física para Sistema de Ensino Poliedro
Professor
convidado em cursos de Pós-graduação da FMU e Estácio
Editor-chefe
da Revista Eletrônica de Ciências Humanas
(Brasil)
 
Recepção:
13/10/2020 - Aceitação: 28/02/2022

Revisão: 17/10/2021 - 2ª Revisão: 22/02/2022
 

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trabalho está sob uma licença Creative Commons
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4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0)
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt

Citação
sugerida: Silva Filho, U.T. da,
Araujo, F.P. de, e Costa, R.R. (2022). Iniciação esportiva: como pensam os
professores
de graduação em Educação Física. Lecturas: Educación
Física y Deportes, 27(288), 63-79.
https://doi.org/10.46642/efd.v27i288.2633
 
Resumo
   
Diferentes métodos são utilizados na iniciação esportiva, entre eles o
tradicional (tecnicismo) e as Novas Tendências em
Pedagogia do Esporte
(interacionismo). O objetivo dessa pesquisa é apresentar a visão de
professores universitários, de cursos
de Educação Física, sobre a
iniciação esportiva, a idade ideal para a iniciar no esporte e os
processos metodológicos de ensino,
verificando relações com as
metodologias tecnicistas ou interacionistas. Um questionário foi enviado
para vinte e oito
professores de Educação Física que lecionam no ensino
superior. Os professores responderam ao questionário construído pelos
pesquisadores, com questões abertas que buscavam identificar informações
sobre o que esses professores pensam sobre as
características
metodológicas de ensino-aprendizagem na iniciação esportiva. Após a
coleta dos dados, as respostas foram
agrupadas, de acordo com os temas e
similaridades, para que então fossem analisadas qualitativamente. Houve
três definições
diferentes para iniciação esportiva: simplista (visão
estereotipada da iniciação esportiva), reduzida aos conteúdos ou a um
significado (anteceder a especialização esportiva) e a visão complexa do
fenômeno. Sobre a idade para se iniciar, as opiniões
divergem entre a
infância e a qualquer momento, abarcando a iniciação esportiva tardia.
Todos os professores mencionaram o
jogo como método de ensino ideal,
porém, alguns ainda acreditam que a fragmentação dos conteúdos é
necessária.
Apresentar a visão dos professores dos cursos de Educação
Física sobre iniciação esportiva fornece pistas de uma possível
mudança
nos métodos de ensino de esportes, pois verificou-se uma tendência a
tratar da iniciação esportiva de forma
complexa, privilegiando os métodos
interacionistas de ensino.
   
Unitermos: Ensino Superior.
Professor universitário. Iniciação esportiva. Pedagogia do esporte.
 
Abstract
   
Different methods are used in sports initiation, among them the traditional
one (technicism) and the New Trends in Sport
Pedagogy (interactionism). The
objective of this research is to present the vision of university
professors, of Physical Education
courses, about sports initiation, the
ideal age to start in sports and the methodological processes of teaching,
verifying
relationships with technicist or interactionist methodologies. A
questionnaire was sent to twenty-eight Physical Education
teachers who teach
in higher education. The teachers answered the questionnaire constructed by
the researchers, with open
questions that sought to identify information
about what these teachers think about the methodological characteristics of
teaching and learning in sports initiation. After data collection, the
responses were grouped according to themes and
similarities, so that they
could then be analyzed qualitatively. There were three different definitions
for sports initiation:
simplistic (stereotyped view of sports initiation),
reduced to content or meaning (preceding sports specialization) and the
complex view of the phenomenon. Regarding the age to start, opinions differ
between childhood and at any time, covering late
sports initiation. All
teachers mentioned the game as the ideal teaching method, however, some
still believe that the
fragmentation of content is necessary. Presenting the
view of teachers of Physical Education courses on sports initiation gives
indications of a possible change in sports teaching methods, as there was a
tendency to deal with sports initiation in a complex
way, privileging
interactionist teaching methods.
   
Keywords: University Education.
College professor. Sports initiation. Sport pedagogy.
 
Resumen
   
En la iniciación deportiva se utilizan diferentes métodos, entre ellos el
tradicional (tecnicismo) y las Nuevas Tendencias en la
Pedagogía del
Deporte (interaccionismo). El objetivo de esta investigación es presentar
la visión de profesores universitarios,
de cursos de Educación Física,
sobre la iniciación deportiva, la edad ideal para iniciarse en el deporte y
los procesos
metodológicos de enseñanza, verificando relaciones con
metodologías tecnicistas o interaccionistas. Se envió un cuestionario a
veintiocho profesores de Educación Física que imparten docencia en
enseñanza superior. Los docentes respondieron el
cuestionario, con
preguntas abiertas que buscaban identificar información sobre lo que estos
docentes piensan sobre las
características metodológicas de la enseñanza
y el aprendizaje en la iniciación deportiva. Las respuestas fueron
agrupadas
según temas y similitudes, para luego ser analizadas
cualitativamente. Existían tres definiciones diferentes de iniciación
deportiva: simplista (visión estereotipada de la iniciación deportiva),
reducida a contenido o significado (precedente a la
especialización
deportiva) y la visión compleja del fenómeno. En cuanto a la edad de
inicio, las opiniones difieren entre la
infancia y en cualquier época,
abarcando la iniciación deportiva tardía. Todos los docentes mencionaron
el juego como el
método de enseñanza ideal, sin embargo, algunos todavía
creen que la fragmentación de los contenidos es necesaria.
Presentar la
visión de los profesores de los cursos de Educación Física sobre la
iniciación deportiva aporta indicios de un posible
cambio en los métodos
de enseñanza deportiva, ya que había una tendencia a tratar la iniciación
deportiva de forma compleja,
privilegiando los métodos de enseñanza
interaccionistas.
   
Palabras clave: Educación Superior.
Profesor universitario. Iniciación deportiva. Pedagogía del deporte.
 
Lecturas:
Educación Física y Deportes,
Vol. 27, Núm. 288, May. (2022)

 
Introdução 
 
   
Paes, e Balbino (2009) apontam o esporte como um fenômeno sociocultural, com
grande presença na vida cotidiana das pessoas, sendo
manifestado em diferentes
formas, seja na prática profissional, por atletas especializados, na
iniciação esportiva em clubes e praças públicas, em
centros de
reabilitação, como forma de lazer, entre outros. A iniciação esportiva tem
sido tema de interesse de pesquisadores, treinadores e
professores de diversos
cenários, desde a escola, projetos socioeducativos e clubes, inclusive com
preocupações na formação de atletas. Mas,
apesar de muitos interessados e
diferentes propostas, sabemos que não há consenso em como ensinar os esportes.
 
   
A iniciação esportiva é para Ramos, e Neves (2008) um “processo
cronológico” de contato com novas experiências esportivas. Enquanto
Galatti
et al. (2017) consideram “o primeiro contato sistematizado com uma modalidade
esportiva mediada por um professor-treinador
responsável”, com objetivos de
domínio e autonomia da prática esportiva. Já Bettega et al. (2015)
caracterizam esse período como uma fase de
experiências diversificadas e com
objetivos formativos que envolvem o esporte, mas ao mesmo tempo vão além
deste. Esse processo que já foi
entendido como restrito à infância, hoje pode
ser compreendido como possível também para iniciantes mais velhos, o que tem
sido chamado de
“iniciação esportiva tardia”. (Belli et al., 2017; Galatti
et al., 2017; Silva, Galatti, e Paes, 2010)
 

Imagem
1. Para os futuros treinadores, o modelo
técnico já não é o único 
conhecido, e já existem alternativas
metodológicas para a iniciação esportiva
Fonte:
Pexels.com - Foto: Erik Santos

 
   
A especialização precoce é entendida como um processo de treinamento com
objetivos de rendimento e consequente participação em
campeonatos em um
momento em que a criança ainda não está preparada para essa demanda. Uma
consequência relatada para esse fenômeno
é o abandono da prática esportiva
(Ramos, e Neves, 2008). Kunz (1994) vai além e indica também outros problemas
como: formação escolar
deficiente, a falta de diversidade no desenvolvimento
que deveria ser plural, reduzida participação em atividades, brincadeiras e
jogos do mundo
infantil, indispensáveis para o desenvolvimento da personalidade
na infância. Santana (2005) acrescenta mais alguns riscos da especialização
precoce na criança: estresse de competição, saturação esportiva e lesões.
Para que problemas como esses sejam evitados e/ou para que seja
possível
atingir os objetivos com mais qualidade, os professores de iniciação esportiva
devem basear suas intervenções em conhecimentos
científicos, evitando a
especialização precoce.
 
   
Durante o processo de iniciação esportiva diferentes métodos são utilizados.
Entre eles um tradicional (tecnicista), consequência de um
modelo
analítico-sintético, que é construído sobre as bases do treinamento
desportivo, “os professores focalizam seu trabalho no ensino de
técnicas
desportivas individuais e sistemas de jogos coletivos, em geral usando modelos
que repetem e imitam os modelos de treinamento dos
adultos com certas
adaptações para as crianças” (Coutinho, e Silva, 2009, pp. 120-121). Este
método apresenta algumas vantagens como:
possibilita o domínio da técnica e
as informações são diretas, facilitando a compreensão. Algumas desvantagens
desse método são: os alunos
não têm o desejo de jogar saciado, as aulas
apresentam pouca motivação para alguns alunos e um alto grau de exigência
para outros, as tarefas
realizadas não se relacionam com a realidade do jogo
(Guimarães, 2010), além de se observar que o método tecnicista “não
acrescenta à criança
a habilidade na solução de problemas durante o jogo”.
(Borges, Santos, e Caregnato, 2016, p. 391)
 
   
Em contrapartida às metodologias tradicionais, os métodos interacionistas são
utilizados por professores de esportes. As propostas
interacionistas apresentam
como características o aluno ser o foco central das ações, o ensino além do
esporte, a inclusão de todos, o jogo como
método de ensino, a adaptação de
materiais, regras e espaços, a resolução de problemas e a valorização do
conhecimento prévio dos alunos
(Hirama et al., 2014). Esses elementos estão
presentes em métodos como o método Situacional, que procura desenvolver
paralelamente os
processos cognitivos inerentes à compreensão das táticas do
jogo através de jogadas básicas baseadas em situações padrões de jogo.
(Coutinho,
e Silva, 2009; Guimarães, 2010)
 
   
A Iniciação Esportiva Universal é um método de ensino que objetiva iniciar
um processo de ensino-aprendizagem-treinamento com crianças
que não têm bom
conhecimento tático e ainda possuem pouco ou limitado repertório motor.
Procura integrar conceitos advindos da psicologia
educacional das teorias do
desenvolvimento humano. Nesse método, o processo de
ensino-aprendizagem-treinamento nos jogos esportivos
coletivos deve ser embasado
em conhecimentos teóricos (relacionados com a prática) que capacitem o aluno a
melhorar seu rendimento, sendo
capazes de compreender melhor o jogo, e
adquirindo repertório motor necessário para jogar com qualidade. Esse
desempenho ocorrerá através
da compreensão e da vivência de atividades que
apresentem situações do jogo que levem, tanto ao domínio dos elementos
coordenativos geral-
básicos (possibilitando a aquisição da técnica e
servindo de apoio à decisão tática) como também ao domínio dos processos
psicológicos
cognitivos e sociais envolvidos tanto nas atividades que são
oferecidas, quanto em processos de socialização com outras pessoas
(professores,
colegas de turma) e nas relações socioculturais. (Greco, e
Benda, 1998; Guimarães, 2010)
 
   
Esses métodos, assim como outros também fundamentados sobre as bases teóricas
das teorias interacionistas, estão entre os chamados de
Novas Tendências em
Pedagogia do Esporte (Scaglia, Reverdito, e Galatti, 2014), que valorizam o
jogo, metodologicamente partindo da
concepção de que o esporte é nada mais do
que um jogo em uma forma mais socializada. Nessas metodologias, prioriza-se o
desenvolvimento
de habilidades abertas, dando a devida importância ao contexto
de jogo. Essas novas tendências procuram estimular a compreensão tática e
cognitiva, bem como facilitar a tomada de decisão autônoma devido a vivência
de situações o mais próximo possível da realidade do jogo.
(Borges et al.,
2016)
 
   
Silva et al. (2020), compararam a aplicação de dois métodos diferentes
em aulas de voleibol na Educação Física Escolar, um método tradicional
e um
método interacionista. Os autores destacaram que a tomada de decisão e o
envolvimento no jogo foram mais estimulados, o que indicou
que a compreensão da
lógica do jogo foi sensível a mudanças, principalmente através do método
interacionista.
 
   
Essas teorias seguem em construção e muitos futuros professores e treinadores
esportivos estão sendo formados com uma grande diversidade
de informações,
que muitas vezes divergem do que se é visto nos ambientes de ensino e
treinamento esportivo. Assim, o objetivo dessa pesquisa
é apresentar a visão
dos professores universitários, de cursos de Educação Física, sobre a
iniciação esportiva.
 
Pedagogia
do esporte 
 
   
Bento, Garcia, e Graça (1999) indicam que a Pedagogia do Esporte abarca todas
as faixas etárias e envolve os diversos locais onde a prática
está associada
com o esporte, dessa forma, se apresenta como uma área do conhecimento que
estuda o fenômeno esportivo a partir de todas as
esferas em que está
envolvido. Galatti et al. (2014) especificam mais o conceito ao indicar que essa
disciplina está vinculada às Ciências do
Esporte e pode estar relacionada a
diversos objetivos que vão desde o processo de ensino até o treinamento,
envolvendo não só as formas de
ensinar, mas também a organização,
aplicação e avaliação em diferentes contextos ou manifestações. Para
Scaglia, Reverdito, e Galatti (2014)
pedagogizar o esporte deve ser compreendido
como um ato que, dentro do processo esportivo, leva em consideração o sujeito
que aprende,
estimulando a construção do conhecimento a partir do que o aluno
já sabe, ampliando as possibilidades culturais e a inteligência de corpo
inteiro
a partir da mediação do pedagogo do esporte. Esses estudos demonstram
que a Pedagogia do Esporte não discute somente sobre as
metodologias de ensino
dos esportes, apesar de que, segundo Costa et al. (2019), provavelmente é como
essa disciplina é mais conhecida,
principalmente pela quantidade de
publicações que abordam o tema das metodologias de ensino.
 
   
A metodologia utilizada no ensino do esporte possui grande relevância e deve
apresentar relação de proximidade entre as teorias didático-
pedagógicas e os
objetivos do professor, resultando em uma abordagem reflexiva da forma de
ensinar e alcançar essas metas. Não se trata
apenas de reproduzir
procedimentos, mas de estabelecer uma relação entre professor e aluno.
(Scaglia, Reverdito, e Galatti, 2014)
 
   
Galatti, Paes, e Darido (2010) mencionam que o esporte está ligado diretamente
a duas questões, sendo elas, técnico-táticas e
socioeducativas. E nenhuma
delas pode ser desprezada. Paes, e Balbino (2005) propõem que deve ser
cultivado um modo de pensar e agir
comprometido com a condição humana das
pessoas. Isso não exclui desenvolver as capacidades e ensinar as habilidades,
mas vai além: a tarefa
da pedagogia é favorecer o bem-estar das pessoas e a
sua vida social. Ensinar e sobrecarregar o aluno apenas de conteúdos
técnico-táticos,
valorizando somente a destreza dos movimentos e o desempenho
não permite o desenvolvimento da compreensão crítica sobre o conteúdo.
Ensinar vai muito além de tornar a criança submissa às ordens e decisões do
professor, é necessário tornar o ambiente esportivo democrático,
onde atletas
sejam formados para transformar os espaços em que estiverem inseridos,
(Scaglia, Reverdito, e Galatti, 2014)
 
Metodologia 
 
   
Essa pesquisa foi realizada por meio de um questionário, que segundo Marconi, e
Lakatos (2017), é um instrumento utilizado para realizar a
coleta de dados,
constituído por perguntas que devem ser respondidas por escrito ou, no caso
dessa pesquisa, sem a presença do pesquisador. O
questionário poderia ser
enviado e, após preenchido, deveria ser devolvido da mesma maneira, portanto,
devido a maior probabilidade de
retorno, foi escolhido o e-mail como forma de
envio. Nesse estudo, 28 professores de Educação Física que lecionam no ensino
superior no curso
de Educação Física em disciplinas relacionadas ao ensino de
esportes aceitaram participar, respondendo ao questionário. A Tabela 1
apresenta os
dados que caracterizam a formação acadêmica dos voluntários
participantes da pesquisa. A Tabela 2 apresenta a região e os estados em que os
entrevistados viviam no momento da realização da pesquisa.
 

Tabela
1. Formação acadêmica dos pesquisados

Formação acadêmica Quantidade

Pós-graduados 3

Mestrado 18

Doutorado 6

Pós-Doutorado 1

Total 28
Fonte:
Autores

Tabela
2. Distribuição dos pesquisados por
Região e Estados do Brasil

Região Estado Subtotal Total

São Paulo 10
 
Sudeste Rio de Janeiro 2
13
Espírito Santo 1

Rio Grande do Sul 3


Sul 4
Santa Catarina 1

Rio Grande do Norte 9


Nordeste 10
Alagoas 1

Centro Oeste Mato Grosso do Sul 1 1

Total 28
Fonte:
Autores
 
   
Os pesquisadores enviaram um convite com o questionário via e-mail para os
coordenadores dos cursos de Educação Física de todo o país e
solicitaram que
eles encaminhassem para os professores de seus cursos. No e-mail, todas as
explicações sobre os procedimentos e objetivos da
pesquisa foram fornecidas
pelos pesquisadores, e nenhum dos participantes teve sua identidade divulgada,
para prevenir de qualquer
constrangimento, de maneira que procedimentos éticos
foram seguidos durante o processo de realização da pesquisa. Todos os
participantes
estavam livres para aceitar ou recusar a participação, tanto no
momento do envio do questionário, quanto após ter respondido.
 
   
O roteiro, construído pelos pesquisadores, com questões abertas buscava
identificar informações sobre a forma que os professores pensam as
características metodológicas de ensino-aprendizagem na iniciação esportiva
dos esportes coletivos. Dessa forma, inferindo que são esses os
conhecimentos
ensinados a seus alunos, futuros professores e treinadores na iniciação
esportiva. Os dados do questionário foram tratados
qualitativamente de forma
descritiva. Todos os professores responderam a todas as perguntas, e após as
análises, as respostas foram divididas
em grupos a partir da similaridade dos
seus conteúdos.
 
Resultados 
 
   
Primeiramente, questionamos sobre o que é iniciação esportiva para os
professores/voluntários que participaram desta pesquisa. Organizamos
as 28
respostas em 3 grupos por características e similaridades.
 
   
O primeiro grupo apresenta uma ideia identificada como Simplista sobre o
processo de iniciação esportiva, tratando-a quase que de modo
estereotipado,
sem um sentido, como demostram as respostas: “apresentado os esportes”
(Voluntário 3), “aproximação de indivíduos a
determinados conhecimentos da
cultura corporal” (Voluntário 21), “aprendizagem de um determinado esporte”
(Voluntário 28) e “contatos da
criança com o esporte” (Voluntário 2).
 
   
O segundo grupo, identificado com o pensamento Reducionista, que segundo
Paes, e Balbino (2005) “despreza dimensões sensíveis como a
moralidade, a
afetividade, a sociedade e privilegia a dimensão racional (avaliação e
treinamento); tem uma tendência à especialização precoce;
elege a
competição como o principal referencial de avaliação”. Esses foram
agrupados de duas formas: o Reducionista 1, este restringindo o
fenômeno
esporte a uma característica apenas (conteúdos), como “a iniciação
esportiva é onde você desenvolve e amplia o Vocabulário motor”
(Voluntário
9), “preparar a criança ou adolescente aos fundamentos” (Voluntário 10).
Essas frases dos professores indicam que todo o processo
está reduzido a uma
característica (conteúdo). A segunda forma, Reducionista 2, é
caracterizada assim pois reduz o processo a um único
significado, por exemplo,
escolher uma modalidade, ou “decisão pela prática de uma modalidade
específica” (Voluntário 1). Neste grupo vemos
que a ideia de iniciação
esportiva é reduzida a um conteúdo, como aprender habilidades motoras, ou a um
significado, apenas como sendo a fase
que antecede a especialização esportiva.
 
   
Já no terceiro grupo, identificado como sendo de pensamento Complexo, a
ideia da iniciação esportiva é o início de um processo de
aprendizagem que
leva a pessoa a se relacionar com o esporte, possibilitando diferentes
cenários, objetivos e/ou significados. Temos frases como
“o entendimento e
respeito a regras técnicas e táticas, assim como os princípios éticos, de
cidadania e de coletividade.” (Voluntário 6), “é o
princípio da base da
prática esportiva com direcionamento para o aprendizado, lazer ou até mesmo
futuras competições” (Voluntário 8). Todas
essas são uma visão complexa
da iniciação esportiva, entendendo o esporte como um fenômeno heterogêneo,
sociocultural e plural. (Galatti et
al., 2018)
 
   
Para a segunda questão, dividimos as respostas em dois grupos, seguindo as
características similares de cada resposta, onde questionamos os
professores
sobre qual o momento ou período ideal para a iniciação esportiva.
 
   
O primeiro grupo entende que a iniciação esportiva deve ser iniciada na
infância, eles compreendem que o período ou momento ideal da
iniciação
esportiva em esportes coletivos deve ser iniciado entre os 6 e 7 anos, mas com
algumas divergências, pois alguns afirmam que este
período deve-se começar em
alguns esportes aos 4 ou 5 anos, e outros que se deve iniciar o quanto antes “quanto
mais cedo melhor”
(Voluntário 19), frase do voluntário. Entendemos que
vários voluntários tomaram o cuidado para não expor seu real entendimento,
contudo sua
explicação reflete o pensamento de uma visão ao treinamento,
performance e alto rendimento.
 
   
Apesar de encontrarmos respostas que indicam que a idade para a iniciação
esportiva de esportes coletivos não deve ser estipulada, como
esta que diz “Estipular
um momento ideal é controverso” e continua dizendo, “no entanto, o
princípio da aprendizagem motora, cognitiva e sócio
afetiva nos obriga a
declarar que o quanto antes for iniciado o aluno, melhor será desenvolvido”
(Voluntário 22), os voluntários, em momento
algum mencionam a iniciação
esportiva tardia – momento em que o acesso sistematizado a uma nova prática
esportiva ocorre na idade adulta
(Silva, Galatti, e Paes, 2010) – ou dão a
entender que possa ser iniciada em qualquer idade.
 
   
Já o segundo grupo entende que a iniciação esportiva pode ocorrer em qualquer
momento. Neste, dos 28 professores apenas 3 mencionam e
defendem a ideia de que
o momento ou período ideal para a iniciação esportiva em esportes coletivos
possa ser em qualquer momento/período
ou faixa etária, não sendo controversos
em suas explicações, como o exemplo anterior. Estes compreendem que qualquer
um, a qualquer
momento, pode sim, ser iniciado ao aprendizado de um esporte,
citamos o exemplo “Temos experiências com pessoas com mais de 40 anos que
se
encontraram iniciando sua aproximação e adesão às práticas esportivas”
(Voluntário 20).
 
   
Na terceira questão encontramos que entre os 28 professores/voluntários desta
pesquisa, quando perguntados sobre quais as características
metodológicas para
o ensino da iniciação esportiva de esportes coletivos que os mesmos
compreendem como o melhor e/ou ideal, todos os
pesquisados mencionam o jogo como
método de ensino de alguma forma, seja como forma principal ou secundária de
ensino. Foram citadas
metodologias como: Iniciação Esportiva Universal de
Greco, e Benda; Escola da Bola de Kroger, e Roth; Teaching Game For
Understanding
(TGFU).
 
   
Agora, na quarta questão, perguntamos aos professores como eles consideram os
aspectos táticos, técnicos, preparação física, psicológicos,
emaciais e
motivacionais no processo de iniciação esportiva de esportes coletivos.
Analisando as respostas, percebemos que houve uma confusão
entre iniciação
esportiva e especialização esportiva, sendo que algumas respostas fugiram
totalmente do contexto e foram descartadas, as
demais foram divididas em dois
grupos.
 
   
O primeiro tem a ideia de desenvolver os aspectos apresentados de modo separado,
fragmentado, os voluntários dizem que os aspectos
mencionados devem ser
trabalhados de forma separadas/individual, sendo que para cada aspecto deve
haver um método de trabalho “envolve
várias etapas, e todas elas têm que
ser trabalhado individualmente” (Voluntário 14), todos concordam com a
importância desses aspectos a
serem trabalhos e não ignorados. Temos aqui uma
contradição com as respostas apresentadas na questão 3, pois nenhum dos
voluntários havia
defendido ou citado a metodologia tecnicista, já nesta
questão 4, quando perguntados sobre como considerar os aspectos citados, temos
5
voluntários dizendo para trabalhar cada aspecto de forma individual.
 
   
O segundo grupo pensa o desenvolvimento dos aspectos apresentados de forma
unida, contextualizada. Neste, os professores lidam com os
aspectos que nós
apresentamos a eles de maneira unida, integrada, “conjunta e simultânea”
(Voluntário 6), as respostas apresentadas neste
grupo utilizam o jogo como
forma principal, trabalhando os aspectos citados durante o jogo, e são
coerentes em suas respostas e afirmações.
 
   
Na quinta questão, que colocamos de modo opcional aos professores/voluntários,
sendo: “Se achar conveniente ou necessário mais alguma
informação que não
foi abordada nas questões anteriores, fique à vontade para apresentar essas
ideias”, os professores que responderam a esta
questão foram poucos, sendo a
maioria das respostas a complementar com as anteriores. Dentre essas separamos
duas para serem
apresentadas, devido ao seu conteúdo ter acrescentados novas
informações em relação as perguntas anteriores. A frase de Paulo Pimentel
citado
por um dos professores da pesquisa “Não forme apenas atletas, forme
também homens consciente de seus direitos e deveres” (Voluntário 9). Por
fim, um dos professores relatou o seguinte: “As dimensões humanas mais
sensíveis perderam espaço na iniciação esportiva, provavelmente pelo
desejo
constante da descoberta de talentos ou da supervalorização da competição
esportiva e todos os aspectos financeiros inerentes.”
(Voluntário 6).
 
Discussão 
 
   
O presente estudo teve como objetivo compreender as opiniões dos professores de
graduação em Educação Física sobre a iniciação esportiva.
As respostas
dos voluntários foram variadas e até ambíguas, apresentando opiniões
diferentes sobre os temas abordados pelas perguntas.
 
   
Métodos de ensino que demonstravam tendências tanto para o tecnicismo, quanto
para o interacionismo, foram citados pelos professores
nesse estudo. Através de
entrevista semiestruturada, Motato, e Quilindo (2021) analisaram a metodologia
de ensino de treinadores de futebol na
Colômbia. Os autores identificaram que
métodos de ensino variados são aplicados, porém, o tecnicismo foi o mais
observado, em conjunto com
exercícios competitivos e de objetivos táticos. A
adoção desse estilo de ensino misto teve relação com o interesse competitivo
dos treinadores.
 
   
Nesse estudo, nenhum dos pesquisados deu a entender ou defenderam que a
metodologia tecnicista deva ser o modelo de ensino, e isto é um
dado
significativo, mostrando que o modelo tecnicista não é mais o único
conhecido, que já existem alternativas metodológicas para a iniciação
esportiva, sendo ensinados a futuros treinadores.
 
   
Considerando que todos os pesquisados lecionam no ensino superior, é possível
dizer que os futuros profissionais de Educação Física não terão
somente o
modelo tecnicista como referência para suas aulas, e sim metodologias que visam
o jogo. Com isso, ao longo dos tempos as Novas
Tendências em Pedagogia do
Esporte podem ser cada vez mais disseminadas.
 
   
Porém,
os futuros treinadores não terão como referência somente as aulas de seus
professores da graduação, pois suas experiências como
alunos/jogadores antes
de sua formação profissional também são relevantes nas suas escolhas
metodológicas (Tardif, 2014). Não é possível
afirmar que esse grupo de
professores que participaram da pesquisa não ensinarão também o modelo
tecnicista, mas é possível inferir que as
propostas baseadas nas Novas
Tendências em Pedagogia do Esporte provavelmente serão cada vez mais
difundidas.
 
   
Apesar de não considerarem como a melhor opção, alguns professores relataram
estratégias tecnicistas. Ao pensar que o jogo é um todo, e
que vamos
fragmentar o mesmo para ensinar aspectos de forma individual e isolada, temos
aqui uma das principais características do modelo
tecnicista, onde se deve
ensinar parte do jogo de forma separada. Segundo Scaglia (2011) fragmentar o
todo em partes, ou seja, ensinar o jogo
a partir de dos fundamentos técnicos é
uma estratégia pedagógica de um professor tecnicista. Nesse caso, as partes
são trabalhadas de forma
descontextualizada, com o objetivo de automatizar o
movimento.
 
   
Os professores participantes dessa pesquisa apresentaram opiniões divididas
sobre os objetivos da iniciação esportiva como algo superficial,
reducionista
ou complexo. Alertamos que considerar a iniciação esportiva a partir de uma
visão superficial ou reducionista pode direcionar o
processo para a
especialização esportiva precoce.
 
   
Com o objetivo de identificar as categorias ideais para a iniciação e
especialização em categorias específicas no basquetebol, Vieira, dos
Santos,
e Menezes (2021) entrevistaram três treinadores. Os pesquisadores observaram
que a especialização esportiva precoce é uma
preocupação comum, e que a
especialização deve levar em consideração os fatores morfológicos,
biodinâmicos e pedagógicos, sendo o momento
ideal, entre as categorias sub-16
e adulta.
 
   
Reduzir a iniciação esportiva somente ao ensino-aprendizado de fundamentos ou
de um único esporte pode arriscar que o processo tenda à
especialização
precoce. Essa prática especializada das habilidades de um determinado esporte
quase sempre resulta no abandono da prática.
Román, Pinillos, e Robles (2018)
analisaram a carreira esportiva e as taxas de evasão de 10 melhores atletas de
diferentes modalidades da Royal
Spanish Athletics Federation. No estudo,
todos os participantes tinham entre 14 e 19 anos em 2004, porém, 10 anos
depois, houve uma redução
significativa na quantidade de atletas nas
classificações mais altas do ranking. De 1144 atletas verificados no início
do estudo, 1100 haviam
desistido em 2014, demonstrando como o sucesso na
juventude não garante o alto desempenho na idade adulta, questionando a
especialização
esportiva precoce.
 
   
Coté, Baker, e Abernethy (2007) demonstram como a diversificação nos anos de
iniciação esportiva é importante para evitar o abandono da
prática. Segundo
os autores, experimentar uma iniciação diversificada entre os 6 a 12 anos, com
volume considerável de jogo deliberado
(atividades intrinsecamente motivadoras,
que fornecem gratificação imediata e são especificamente projetadas para
maximizar o prazer),
redução de prática deliberada (qualquer atividade
realizada com o propósito específico de melhorar o desempenho) e vivência de
modalidades
esportivas variadas mantêm o indivíduo engajado no esporte,
podendo optar entre uma prática esportiva recreativa na adolescência e vida
adulta
ou por um processo de especialização esportiva, progredindo para a
ênfase em uma modalidade, entre os 15 a 17 anos, com redução do jogo
deliberado até o possível ingresso no alto rendimento. Esses dois caminhos,
provenientes da diversificação na iniciação, levarão a benefícios
psicossociais e físicos semelhantes.
 
   
Entretanto, os mesmos autores advertem sobre o maior risco de evasão caso a
especialização esportiva seja realizada de maneira precoce,
com alto nível de
prática deliberada já a partir dos 6 anos de idade, reduzindo a oportunidade
de experienciar jogos e brincadeiras e
concentrando o foco da criança em uma
modalidade esportiva. Essa trajetória pode resultar em prejuízos para a saúde
física (como lesões, por
exemplo) e no prazer pelo esporte.
 
   
O treinamento especializado também pode resultar em outros problemas, como:
formação escolar deficiente, unilateralização de um
desenvolvimento que
deveria ser plural, reduzida participação em atividades da cultura infantil,
estresse de competição, saturação esportiva e
lesões. Esses efeitos podem
não se manifestar diretamente, mas ao longo dos tempos. (Ramos, e Neves, 2008)
 
   
Freire (2011) apresenta quatro princípios norteadores para a Pedagogia do
Esporte, sendo: (1) Ensinar Esporte a todos: o professor deve
possibilitar que
todos seus alunos aprendam esporte, seja orientando aqueles que possuem fatores
genéticos que favorecem a prática a jogar
cada vez melhor, ou proporcionando
aos menos habilidosos conhecimentos para jogar e ter acesso a prática
esportiva; (2) Ensinar bem esporte a
todos: o professor deve ensinar bem, de
modo que o aluno seja capaz de expressar habilidades para praticar o esporte com
qualidade; (3)
Ensinar mais que esporte: o indivíduo que vivencia um meio
esportivo aprende a conviver em grupos, a construir regras (e não somente
construir, mas discutir e até a discordar dessas regras, podendo
reconstruí-las), experimenta situações que contribuem para o seu
desenvolvimento moral e social. O professor deve conversar com a criança sobre
a aula, desafiá-la, estimular sua criatividade e inteligência; e (4)
Ensinar a
gostar do esporte: cabe ao professor tornar o processo de
ensino-vivência-aprendizagem algo prazeroso, para que essas aprendizagens
sejam
transferidas para a vida dos alunos. Assim, compreendemos que o esporte é um
fenômeno complexo e não se deve abrangê-lo de forma
superficial, como se a
iniciação esportiva fosse somente apresentar esportes a crianças.
 
   
Sobre a idade de inserção na prática, as respostas também ficaram divididas
entre aqueles que concordavam com a infância sendo o melhor
momento e os
professores que defendiam também a iniciação esportiva tardia. A inserção
na prática esportiva pode ocorrer, tanto para crianças
e adolescentes, quanto
adultos e idosos (Belli, e Galatti, 2021). Sendo assim, não é ideal limitar
uma idade para as pessoas iniciarem sua prática
esportiva.
 
Conclusões 
 
   
Saber o que pensam os professores universitários, formadores das próximas
gerações de professores e treinadores esportivos, sobre o ensino
dos esportes
ajuda a refletir sobre a formação desses novos profissionais, assim, ao
apresentar a visão dos professores dos cursos de Educação
Física sobre
iniciação esportiva pode-se observar indícios de uma possível mudança nos
métodos de ensino de esportes.
 
   
Mesmo que ainda seja notável uma visão simplista e/ou reducionista do processo
de iniciação esportiva, há também uma visão complexa que
se revela nas
respostas. Além disso, de forma expressiva, nenhum dos sujeitos da pesquisa
indicaram que defendem o modelo analítico ou
metodologia tecnicista, pelo
contrário, demonstraram que conhecem outros modelos e metodologias, o que,
provavelmente, pode-se indicar que
as Novas Tendências em Pedagogia do Esporte
serão mais disseminadas entre os futuros professores de Educação Física.
 
   
Contudo, apesar de demonstrarem compreender a iniciação esportiva e sua
complexidade, poucos professores consideraram a iniciação
esportiva tardia, um
fator que não pode ser menosprezado entre os profissionais, visto que um
indivíduo pode iniciar em uma prática esportiva
quando adulto, fato que
deveria ser discutido nos cursos de graduação em Educação Física.
 
   
Uma limitação em nossa pesquisa, foi não termos verificado como são as
aulas, ou as ementas das disciplinas nos cursos em que esses
professores
lecionam, possibilitando que as respostas tenham sido relacionadas ao que acham
que os pesquisadores gostariam de ouvir e não o
que realmente fazem. Apesar
disso, as respostas apontam para um conhecimento que eles têm, mesmo que não
seja essas suas práxis.
 
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