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Aprovisionamento, Logística e Gestão de Stocks UFCD 7851

encomendados; a tecnologia de informação para garantir uma comunicação eficaz com o


cliente.

Nível de qualidade do produto: Sugere que a qualidade do produto se avalie com


base na conformidade com os requisitos e na capacidade dos processos.

Existem diversos critérios que podem ser atendidos de forma a garantir a eficácia da
avaliação dos fornecedores. Não existem duas metodologias de avaliação de fornecedores
iguais. A tendência é cada empresa escolher os critérios, e respetivos indicadores, que melhor
se enquadram nas suas políticas de gestão. A escolha destes critérios é importante porque
serão utilizados para comparar fornecedores candidatos ou cotar o desempenho dos
fornecedores já existentes. Muitos dos modelos de avaliação existentes não consideram
aspetos qualitativos, não contribuindo por isso para identificar as causas dos
problemas do desempenho. A inclusão, essencial, das auditorias no processo de avaliação,
permite validar as reais capacidades do fornecedor, ao mesmo tempo que possibilita fazer
uma análise qualitativa da estrutura organizacional do fornecedor: Muito Bom; Bom;
Suficiente; Insuficiente ou Mau.

Aspetos a ter em consideração no desenvolvimento do modelo de avaliação:

Que fornecedores avaliar? Fornecedores existentes vs Novos fornecedores;


Fornecedores do quê? – Matérias-primas críticas para o produto? Matérias-primas
secundárias? Serviços de transporte?
Qual a posição do fornecedor no mercado? Dominante e sem concorrência? Com forte
concorrência no mercado?
Qual o intervalo de tempo decorrente entre avaliações? Mensalmente, Semestralmente,
Anualmente
Quem executa o processo de avaliação? O comprador? O departamento da Qualidade?
Preferencialmente uma equipa composta por elementos pertencentes aos
departamentos de Engenharia, Compras e Qualidade;

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Gestão de stocks – introdução

Noção e tipos de stocks

Os bens adquiridos pela empresa são, em geral, encaminhados para os armazéns da empresa
onde ficam depositados até serem posteriormente utilizados, quer pelos serviços da empresa
quer pelos seus clientes. É o conjunto destes bens que constitui o seu stock.
Podemos definir stock como sendo toda a matéria, produto ou mercadoria que se encontra
armazenado na empresa à espera de uma futura utilização pelos seus servidores.

A utilidade da manutenção de stocks elevados é manifesta para:

Fazer face à penúria, geralmente resultante das irregularidades da entrega;


Assegurar o consumo regular de um produto, embora a sua produção seja irregular;
Usufruir benefícios económicos pela compra de grandes quantidades;
Evitar compras demasiado frequentes;
Finalidades especulativas.

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Mas deter pequenas quantidades em stock tem também a vantagem de:

Economizar espaço de armazenagem;


Evitar a deterioração de certos produtos;
Menor possibilidade de se constituírem monos;
Menor capital investido.

A manutenção da quantidade adequada de stocks por uma empresa tem de ser objeto de
uma decisão altamente ponderada, já que stocks em excesso ou em falta traduzem
sempre falta de planeamento por parte de quem toma decisões.

O que é um Stock?

O stock é “um mal necessário”.


É um “mal”, dado que representa um encargo para a empresa e, como todos os
encargos, deverá ser evitado na medida do possível
“Necessário” dado que, para satisfazer a necessidade de determinado artigo,
quando não é possível cumprir com prazos de entrega adequados a essas mesmas
necessidades, ou quando se verificam oscilações na procura, a única forma é dispor desse
artigo em stock.
Gerir um stock é fazer com que ele esteja constantemente apto a responder à procura,
gerindo a própria expectativa do cliente. Na contabilidade de stocks o cuidado fundamental é
o permanente lançamento de entradas e saídas de forma a saber-se sempre quais as
existências.

Poder-se-á afirmar que existe sempre um desfasamento entre o ritmo das entregas e o das
utilizações das mercadorias, assim, o stock serve de regulador entre as entregas e as
utilizações que se fazem a ritmos diferentes. Mas pode dizer-se, que todo o stock que
ultrapasse o estritamente necessário para ter esse papel regulador, torna-se inútil e fonte de
gastos escusados.

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Os stocks existem por quatro razões fundamentais:

Transacção: são necessários que existam produtos em armazém para que a empresa
os possa transaccionar, atingindo os seus objectivos económicos e financeiros;
Precaução: A constituição de stocks de segurança é uma forma de as empresas se
precaverem contra as flutuações da procura ou contra qualquer imprevisto que possa surgir
no fornecimento das matérias-primas;
Processamento: Nas empresas industriais com processos produtivos mais ou menos
complexos é necessária a constituição de diversos stocks intermédios, quer de matérias-
primas quer dos produtos em curso de fabrico. A correcta gestão destes diferentes stocks é
importantíssima, já que a ruptura de qualquer um deles pode pôr em causa todo um processo
produtivo;
Especulação: Muitas vezes são constituídos stocks com vista a aproveitar flutuações
futuras da procura. Acontece frequentemente em empresas ligadas aos mercados de capitais,
onde os produtos stockados são financeiros.

Inconvenientes dos stocks

Um stock excessivo é muito caro, uma vez que, para além do imobilizado, provoca
custos de manutenção, de armazenamento e, naturalmente, custos financeiros.
Um dos principais inconvenientes dos stocks é a perecibilidade ou a fragilidade de
certos produtos. Produtos com curto tempo de vida, normalmente produtos alimentares, são
particularmente vulneráveis, pelo que não são alvo de stock, ou são processados e embalados
de forma a aumentar o tempo de vida.
Um outro fator diz respeito à obsolescência, o facto de se constituir stock de artigos
que, por qualquer razão, deixam de escoar, agrava o custo de imobilização de capital, estes
artigos são comummente designados por “monos”. Uma solução para eliminar este problema
será a venda em “saldo”, mas esta solução permite apenas a recuperação de uma pequena
parte do capital. No entanto ela é a melhor solução, dado que, conservar esses artigos em
stock apenas faria congelar o capital, para além de ocuparem espaço e fazerem perder tempo
a quem faz o seu inventário.

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A rutura é outro inconveniente de relevo. A falta do artigo no momento em que o


cliente o pretende, pode conduzir à perda da venda. E se ocorrer com frequência, conduz à
perda de clientes sucessivamente.

Nesta perspetiva, é fundamental na gestão de stocks:

Escolher criteriosamente quais os artigos a constituir stock;


Fixar e ajustar níveis de stock e dos seus reaprovisionamentos.

Antes de descrever os tipos de stock que existem em armazém, convém fazer a


identificação dos artigos existentes em stock, ou seja conhecer um por um os artigos
existentes em armazém.

Os elementos que identificam os artigos em armazém designam-se por nomenclatura,


ou seja, um conjunto de termos que definem com precisão os artigos consumidos pela
empresa, convenientemente registados e ordenados segundo critérios adequados. Portanto, a
nomenclatura engloba a:
Designação e a codificação.

Designação:

Serve para identificar o produto através de uma descrição convencionada no âmbito da


linguagem falado a escrita. Essa descrição deve ser desenvolvida a partir do geral para o
particular, isto é, começando pela caracterização mais global para a mais específica do
artigo ou produto.

Por exemplo:
Parafuso de aço cabeça sextavada, de 10 mm.

Codificação:

O Código constitui uma simplificação complementar da designação e tem por finalidade,


através de símbolos (numérico, alfabético, etc.), identificar de forma abreviada cada artigo.

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