07/06/2022 13:48 Influências da fisiologia na psicologia

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Influências da fisiologia na psicologia

Autor: 
Bruno Carrasco
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 5 minutos de leitura

A psicologia é uma área de estudo que surge da filosofia, porém no século XIX começ
influências da fisiologia, o que marcou sua adesão a um projeto de ciência independente
período, os fisiólogos começaram a estudar a anatomia do sistema nervoso, constatando
fibras nervosas compunham estruturas separadas, os neurônios, que se uniam ou entrav
contato em pontos de sinapses.

Pierre Flourens (1794-1867), professor do Collége de France, de Paris, separou várias pa

cérebro e da medula espinhal e observou suas relações, entendendo que o cérebro cont
processos mentais superiores; as partes do mesencéfalo são responsáveis pelos reflexos v
auditivos; o cerebelo controla a coordenação, e o bulbo raquidiano controla as batidas do c
a respiração e outras funções vitais.

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Essas descobertas estavam relacionadas com a concepção  mecanicista e materialista so

seres humanos. Pensava-se que o sistema nervoso, assim como a mente, era forma
estruturas atomísticas que se combinavam para gerar algo mais complexo. Essa con
mecanicista era muito presente na Europa durante o século XIX, em especial na Alemanha.

Na década de 1840, um grupo de cientistas jovens acreditavam que todos os fenômenos, in

os da matéria viva, poderiam ser explicados em termos físicos. Eles afirmavam que as únicas
ativas no organismo eram as forças físico-químicas comuns, formando o núcleo da fis
embasada no materialismo, no mecanicismo, no empirismo, na experimentação e na mediç

A filosofia apresentava uma concepção mecanicista sobre o corpo humano e os cientistas

testes experimentais para entender como funcionavam os mecanismos fisiológic
experimentos tinham como intuito quantificar o funcionamento da mente e do corpo huma
poucos a psicologia foi se distanciando da filosofia, se aproximando mais da fisiologia.

Ernst Weber (1795-1878), professor de anatomia e fisiologia da Universidade de Leip

Alemanha, aplicou os métodos experimentais da fisiologia a problemas de natureza psico
com interesse especial sobre os órgãos sensoriais. Um de seus estudos foi sobre o limiar
pontos de discriminação da pele e a diferença apenas perceptível detectada pelos músculo

Nesta sua pesquisa, ele constatou a distância entre dois pontos necessária para que o in
possa relatar que teve duas sensações distintas. Os sujeitos eram solicitados a contar se s
um ou dois pontos da pele ao ser tocados. Quando os dois pontos estavam próximos um d
os sujeitos relatavam uma sensação de que só um ponto era tocado. Com o aumento da di
entre os dois estímulos, eles se mostravam incertos se sentiam uma ou duas sensações. Por
alcançada uma distância na sensação.

Esse procedimento demonstrou o limiar no qual os dois pontos de estimulação poderi

distinguidos. Em outras pesquisas, ele demonstrou que esse limiar de dois pontos va
diferentes partes do corpo do mesmo sujeito. Seu trabalho foi experimental, em con
controladas ele introduzia variações nos estímulos e registrava os efeitos diferenc
experiência que cada sujeito que relatava. Seus experimentos estimularam muitas pesqui
importância do experimento.

Seus experimentos marcaram uma mudança fundamental no objeto de estudo da psic

passando a associar a psicologia às ciências naturais, abrindo caminho para o as pe
experimentais com relação ao estudo da mente.

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Gustav Theodor Fechner (1801-1887) estudou medicina na Universidade de Leipzig, na Ale

onde assistiu a palestras de Weber sobre a fisiologia, porém se incomodava com a
materialista de seus professores. Ele compreendeu que um aumento na intensidade do e
não produz o mesmo aumento na intensidade da sensação, ao invés disso, o estí
caracterizado por uma série geométrica, enquanto uma série aritmética caracteriza a sensa

O acréscimo do som de uma sineta ao de outra que já está soando produz um aumento m
sensação do que a adição de uma sineta a dez outras que já estejam tocando. Logo, os efei
intensidades do estímulo não são absolutos e sim relativos à quantidade de sensação que já
Com isso, ele demonstrou que a quantidade de sensação depende da quantidade de estímu

Para medir a mudança na sensação, temos de medir a mudança do estímulo. Logo, é p

relacionar quantitativamente os mundos mental e material. Fechner foi além da separaçã
mente e corpo, vinculando estes empiricamente e propôs duas maneiras de medir sen
primeiro determinamos se um estímulo está presente ou ausente, se é sentido ou não; se
medir a intensidade do estímulo a partir da qual o sujeito relata a primeira sensação.

Hermann von Helmholtz (1821-1894), pesquisador no campo da física e da fisiologia, traba

lado do de Fechner e Wundt. Ele investigou os músculos oculares externos e o mecanismo m
o qual os músculos oculares internos fazem a acomodação do cristalino. Além disso, ta
realizou pesquisas sobre a velocidade do impulso nervoso, a visão e a audição.

Antes dele, pensava-se que o impulso nervoso fosse instantâneo. porém ele apresentou a p
medida empírica da velocidade de condução ao estimular o nervo motor e o m
correspondente da perna de uma rã, num experimento feito de modo a ser possível reg
momento preciso da estimulação e o movimento resultante. 

Ele registrou o intervalo entre a estimulação do nervo próximo ao músculo e a resposta

último, fazendo o mesmo para a estimulação mais afastada do músculo. O resulta
descoberta de Fechner foi o desenvolvimento de um programa de pesquisa no campo que
chamar de psicofísica, o relacionamento entre os mundos mental e material.

Por conta da pesquisa de Fechner, que mostrou aplicabilidade em questões psicológicas, W

Wundt (1832-1920) concebeu sua psicologia experimental, voltando-se para a fundação d
nova ciência, interessado em promover a psicologia como ciência independente. Emb
considere Wundt o fundador da psicologia, essa ciência se desenvolveu, por uma série de e
de filósofos e fisiologistas.

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Referências:
CARPIGIANI, Berenice. Psicologia: das raízes aos movimentos contemporâneos. São Paulo: P
2000.
SCHULTZ; SCHULTZ. História da Psicologia Moderna. São Paulo: Cultrix, 1992.

 Temas: História Psicologia Wundt

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Professor de filosofia e psicologia, terapeuta, crítico da psicologia tradicional, estudioso da
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