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Minha trajetória escolar e como o plano educacional afetou ela

Inicialmente, devo esclarecer que muitas etapas da minha vida escolar


foram puladas ou estendidas, visto que, ao invés de ir para educação infantil e
faze-la completa, isso é, ir para creche, meus pais acabaram optando por me
colocar direto numa escola particular de ensino fundamental (com quatro anos
de idade) e, por ser muito nova, tive que fazer duas vezes o Pré 1.Analisando
tal situação, hoje, vejo que essa foi uma escolha muito prudente da instituição e
dos meus pais, visto que ,mesmo com o fato de com aquela idade eu ter
condições plenas de pular de série, vejo que isso foi muito importante para o
meu desenvolvimento pessoal, uma vez que, ao refazer o pré eu aprendi a
dividir espaços, brinquedos ( a minha anterior era muito pequena quando
comparada com a nova) e pude aperfeiçoar algumas habilidades- tais como:
recorte e cola, identificações de texturas e o aprendizado da língua inglesa.
Todavia, ao entrar no ensino fundamental 1 alguns problemas
começaram a surgir, uma vez que eu tive um pouco de dificuldade para ser
alfabetizada-nada muito fora do normal, mas ainda sim um pouco difícil- e por
isso comecei a ter aulas de reforço no contra turno na escola .Hoje, eu tenho
pleno conhecimento que esse suporte a mais foi extremamente privilegiado, já
que, uma amiga minha da mesma idades tinha esse mesmo problema e a
escola que ela estudava –que era uma instituição pública- não ofertava isso na
época (tudo isso ocorreu em 2009).Felizmente, depois de ajuda e muita
dedicação, eu consegui superar isso no mesmo período, o que foi muito
positivo, pois, esse reforço, me ensinou como eu aprendia e os melhores
métodos. Já no final do ensino fundamental 1, eu me deparei com a seguinte
situação: a minha escola e, consequentemente, eu estávamos ficando para
trás, visto que a outra escola particular da cidade estava muito mais avançada
do que a minha, isso é, no 5º ano, os alunos da outra escola estavam
apreendendo geometria, redação e um inglês mais puxado, enquanto a minha
escola ainda estava nos ensinando coisas que já tínhamos apreendido. Por
causo disso, eu e os meus pais decidimos que eu ia mudar de escola no 6º
anos, isso é, o ensino fundamental 2.
No ensino fundamental 2, os problemas que surgiram foram resolvidos
e uma nova versão da Gabriela estudante surgiu, já que, no início do sexto ano
eu me apaixonei por literatura, especialmente Harry Potter. Faço parte, com
muito orgulho, da geração que começou a ler com essa história, visto que, ao
ler me inspirei em uma personagem, a Hermione, que via no estudos e na
dedicação uma forma de ajudar os outros e se destacar. Acho interessante
ressaltar que a secretaria da educação da minha cidade fez programas sociais
que incentivavam pré adolescentes a ler, utilizando-se de livros no estilo de
Harry Potter- foi assim que eu li e descobrir muitos livros no fundamental
2.Outro ponto pertinente dessa etapa é de que eu fiz o nono ano – algo que era
relativamente novo(fui da terceira turma que fez)- e por causa disso, tive uma
introdução bem forte ao ensino médio, visto que, já no 9º ano- algo que destoa
do plano nacional- ciências foi dividida em Química ,Física e Biologia e a
Língua Portuguesa em produção textual e gramática. Ou seja, cheguei no
ensino médio com uma boa base de conceitos que iram ser desenvolvidos e
aprofundados nos próximos anos.
Já no ensino médio, acredito que tenha sido a etapa escolar básica com
mais intervenção das políticas públicas, uma vez que eu fiz parte da primeira
turma do início do novo ensino médio da minha escola e cidade, já que, a
instituição que eu estudava decidiu implementar as principais modificações
logo em 2018, isso é, o aumento da carga horaria, visto que eu passei a ter 6
períodos diários e um dia de conta turno – dia esse em que tínhamos mais
períodos de língua portuguesa. Acredito que isso tenha sido benéfico para
mim, uma vez que me acostumei com um estudo quase integral e saber
aproveitar o tempo com o professor e em sala de aula, algo que vem sendo
muito útil agora na faculdade, especialmente no ERE, já que ele demanda, por
minha parte, um planejamento absurdo dos meus horários. Por fim, um ponto
crucial no meu ensino médio, foi de que, em virtude do COVID-19 e as medidas
governamentais de isolamento social, eu fiz todo o meu terceiro ano no formato
EAD. Sendo bem realista, o EAD foi ótimo para mim, uma vez que eu tinha um
bom acessos a recursos tecnológicos e um espaço ideal para o meu estudo.
Porém, devo destacar que o mais benéfico foi o fato de eu ter tido oportunidade
de realmente apreender qual método de estudo é o melhor para mim e ter me
tornado autodidata, visto que percebi que apreendo melhor sozinha e sem
todas as preocupações com o transporte e as despesas do ensino presencial.
Por fim, é pertinente abordar a etapa a qual eu me encontro, isso é, o
ensino superior. Ao analisar a minha trajetória, é possível perceber que durante
todo esse tempo eu tive o privilégio de estudar somente em escolas privadas,
não as melhores, mais ainda sim instituições que cumpriram com o seu papel.
Entretanto, no ensino superior as coisas mudaram, uma vez que, pela primeira
vez, eu estou estudando em uma instituição pública. Devo esclarecer que isso
não foi uma escolha- mas seria a mesma se eu tivesse opção, mas sim a
minha única opção, visto que, desde o meu 9º ano, eu já sabia que não existia
a possiblidade de estudar numa universidade privada, já que os meus pais não
teria condições de arcar com as despesas, dado que uma cadeira era quase o
preço da mensalidade da minha escola- a qual eles pagaram com muito sufoco
para me ofertarem um ensino que ajudaria a entrar na federal- e eles ainda
teriam que arcar com o resto dos estudos da minha irmã mais nova.Logo,já era
de esperar que haveria uma furação da minha bolha social, já que eu estaria
inserida num ambiente múltiplo e que dependia de verbas públicas para
funcionar, ou seja, a destinações das verbas por parte do governo estaria
atingindo fortemente a minha educação e todo resto que envolve a minha vida
dentro da instituição. Todavia, até agora, eu fui surpreendida pela excelência
do corpo docente e nível cultural absurdo dos estudantes, mas, devo destacar
que o descaso que as universidades públicas vem recebendo por certa parte
da política brasileira é extremamente desmotivador, já que eles generalizam
todos os estudantes a partir de um estereótipo que é muitas vezes baseado em
mentiras.
Para concluir, as estruturas governamentais sempre tiveram presente na
estrutura escolar da minha vida e nas modificações que eu tive que enfrentar,
porém, foi no ensino superior que eu vi, fortemente, que a minha educação
está totalmente nas mãos de uma esfera do governo que ainda não
compreendeu, completamente, a importância da educação e dos benefícios
que ela traz.

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