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Aula 03

Aula 03 - Redimensionamento da profissão ante as transformações


societárias: condições e relações de trabalho, espaços sócio-
ocupacionais, atribuições (parte 1).

Olá, prezado aluno!

Unimos a aula 03, assim estudaremos Reestruturação produtiva,

assuntos que certamente deve aparecer nas questões da sua prova.

Portanto estude o assunto com muito empenho.

Sumário
A
01. Redimensionamento da profissão ante as transformações
02
societárias

1.1 Condições e relações de trabalho 11

1.2 Espaços sócio-ocupacionais 26

1.3 atribuições 35

02. Atuação em equipe multiprofissional e interdisciplinar 40

03. A prática profissional do Assistente Social na Instituição 70

04. Serviço Social e Sociojurídico. Judicialização. 86

05. Exercícios para fixação do conteúdo 100

06. Questões comentadas 118

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1. Redimensionamento da profissão ante as transformações

societárias

Contextualizar o Serviço Social do ponto de vista dos elementos que

compõe a formação do assistente social até as questões postas ao

exercício profissional na segunda década do século XXI não é tarefa

fácil. Trilhar esse caminho exige da categoria análise profunda,

rigorosa, crítica e um debate coletivo que assegure princípios

consolidados ao longo dos últimos anos e resultantes de árduas lutas.

O atual estágio do capitalismo mundial, marcado pela financeirização e

sustentado pelo monopólio das grandes corporações imperialistas, tem

demonstrado um quadro cada vez maior de concentração, centralização

e acumulação do capital, intensificando a desigualdade social. O que se

evidencia na atualidade é um crescente quadro de miserabilidade, de

exploração e opressão dos trabalhadores em detrimento da riqueza

acumulada nas mãos de um pequeno grupo.

Mesmo em face de uma crise sistêmica do capitalismo contemporâneo,

o que se observa são estratégias em todos os campos, seja no político,

econômico, ideológico, cultural e social, para sustentar a lógica da

acumulação da riqueza mediante a exploração do trabalho e

intensificação da miséria.

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Nesse sentido, também se redesenha e

redefine o papel do Estado, com seu traço

neoliberal, no que tange às respostas dadas à

classe trabalhadora em relação aos direitos

sociais. O Estado se apresenta de forma

minimalista, reforçando os preceitos do

ASSISTENCIALISMO, DO VOLUNTARISMO e da

FILANTROPIZAÇÃO, desconsiderando as orientações de cunho

universal previstas constitucionalmente.

Sendo assim, é necessário situar o Serviço Social frente às profundas

transformações societárias ocorridas nas últimas décadas, em especial

no mundo do trabalho e na esfera estatal com o advento do

neoliberalismo, pois tais alterações trouxeram rebatimentos para a

classe trabalhadora, tendo em vista o agravamento da questão social.

Portanto, pensar o Serviço Social na ordem

capitalista contemporânea, é compreendê-lo

numa lógica contraditória, que ao mesmo

tempo em que se sustenta a exploração e

degradação das relações de trabalho, o desemprego, a informalidade, o

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desmonte da esfera pública em face do enaltecimento da esfera

privada, a ausência de serviços sociais públicos, a desregulamentação

dos direitos sociais, também se verifica momentos, espaços e formas

coletivas de lutas, resistências, rebeldias e confronto com o

estabelecido. Isso significa que o cenário atual que se orienta e se

legitima pelos interesses do capital não está dado, mas passível de

superações.

Nesse cenário conflituoso e tensionado pelos interesses antagônicos do

capital e do trabalho, e tendo como fundamento o conjunto normativo,

legislativo e regulamentador do Serviço Social a partir dos anos de

1990, a formação demanda dos profissionais um conjunto de requisitos,

atribuições, competências e qualificações para pensar/agir

criticamente e propositivamente em uma realidade dinâmica,

contraditória e determinada por condicionantes sócio-históricos e

ideopolíticos.

(2010) – FGV - CAERN: Assistente Social. Ao considerar o

processo de reestruturação produtiva como uma resposta à crise de

acumulação capitalista, esse processo - que também marca a prática

profissional do assistente social - encerra uma estratégia de

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reorganização da produção e dos mercados. Dessa forma, esse

processo interfere diretamente no(a)(s)

a) diagnóstico das relações sociais e na crise do Estado de Bem-Estar.

b) formas produtivas alternativas oriundas do meio rural, como novas

tecnologias artesanais de trabalho.

c) organização da sociedade e no conjunto das relações que se

estabelecem entre o capital, o trabalho e o Estado.

d) modos de pensar e agir, cultural e socialmente, incentivando a

organização coletiva e sindical dos trabalhadores.

e) adoção de modelos de gerenciamento de recursos organizacionais e

no sistema de inclusão social das empresas.

Gabarito: C

(2011) – CESPE - SEDUC-AM: Assistente Social. Considerando os

fundamentos históricos e teórico-metodológicos do serviço social e os

aspectos relacionados ao redimensionamento da profissão em vista

das transformações societárias, julgue os próximos itens.

As transformações societárias contemporâneas não afetam o

assistente social em sua condição de trabalhador assalariado, uma vez

que o assistente social detém total liberdade em sua ação profissional.

Gabarito: errado

(2010) – CESGRANRIO - Petrobras: Assistente Social Júnior. Na

sequência de profundas transformações societárias - no marco das

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quais se destacam a reestruturação produtiva e a mundialização do

capital -, o mundo do trabalho experimentou mudanças substantivas.

É um conjunto de características do novo mundo do trabalho o(a)

precarização e a flexibilização das relações de trabalho, a

desconcentração territorial da indústria e a terceirização de

atividades.

Gabarito: certo

(2014) – FCC - TRF - 3ª: Analista Judiciário - Serviço Social.

Nas últimas décadas do século XX e início do século XXI, nos vimos

confrontados com um conjunto de transformações da sociedade que

gestaram manifestações da questão social. Essas manifestações

expressam principalmente as grandes mudanças nas relações do

trabalho, quais sejam, a flexibilização e a precarização do trabalho.

Gabarito: certo

(2008) – FCC - TRT - 18ª Região (GO) Analista Judiciário -

Serviço Social. Nem todos os problemas agudizados pela economia

global (ou não) e pela hegemonia do liberalismo de mercado podem ser

subsumidos pela questão social capitalista, mas grande parte deles são

produtos da mesma contradição que gera essa questão. Questão que,

com seus impactos sobre o trabalho, assume novas manifestações e

expressões, configurando um novo perfil para a questão social,

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destacando-se as transformações das relações de trabalho e as

transformações nos padrões de proteção social.

Gabarito: certo

(2009) – FCC - MPE-SE: Analista do Ministério Público –

Especialidade Serviço Social. Em relação às transformações

societárias e o Serviço Social na contemporaneidade, no Brasil, jugue

os itens que se seguem (adaptada)

I. No encaminhamento de uma reflexão prospectiva sobre o Serviço

Social há alguns equívocos que devem ser evitados: a fuga para o

futuro e a especulação.

Gabarito: certo

II. As alterações profissionais derivam da intrincada interação que se

processa entre as transformações societárias, com seu rebatimento

na divisão sociotécnica do trabalho, e o complexo que é constitutivo

de cada profissão.

Gabarito: certo

III. A década de 80 consolida, no plano ideopolítico, a ruptura com o

histórico conservadorismo do Serviço Social, significando que se

democratizou a relação no interior da categoria e legitimou-se o

direito à diferença ideopolítica.

Gabarito: certo

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(2009) – FCC - MPE-SE: Analista do Ministério Público –

Especialidade Serviço Social. As análises feitas por especialistas,

organismos internacionais e pela mídia mundial têm mostrado que as

transformações ocorridas atualmente no mundo do trabalho são

resultantes da modernização capitalista no Brasil, que rompeu com a

dependência econômica do país mas gerou o desemprego.

Gabarito: errado

(2009) – FCC - MPE-SE: Analista do Ministério Público –

Especialidade Serviço Social. As análises feitas por especialistas,

organismos internacionais e pela mídia mundial têm mostrado que as

transformações ocorridas atualmente no mundo do trabalho são

resultantes das novas configurações do capitalismo com suas

mudanças no processo produtivo e subalternização do trabalho aos

interesses do mercado.

Gabarito: certo

(2011) – CESPE - EBC: Analista - Serviço Social. Diante do

conjunto de transformações da sociedade, impõe-se ao serviço social

compreender o ideário da sociedade solidária e intervir em favor da

consolidação desse ideário.

Gabarito: errado

(2011) – CESPE - Correios: Analista de Correios - Assistente

Social. O serviço social brasileiro contemporâneo apresenta uma

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feição acadêmico-profissional e social renovada, voltada à defesa do

trabalho, dos trabalhadores e do amplo acesso à terra para a produção

de meios de vida e ao compromisso com a afirmação da democracia, da

liberdade, da igualdade e da justiça social no terreno da história.

M. V. Iamamoto. O serviço social na cena contemporânea. In: Serviço

social: direitos e competências profissionais. CFESS/ABEPSS, 2009,

p. 18 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens a seguir,

acerca do serviço social na contemporaneidade.

Os desdobramentos das mudanças societárias ocorridas ao longo dos

anos 90 do século passado, e as repercussões dessas mudanças nos

dias atuais, manifestam-se, no âmbito do exercício profissional do

assistente social, na alteração de suas condições de trabalho, as quais

refletem as novas demandas encaminhadas à profissão e as respostas

mobilizadas para respondê-las.

Gabarito: certo

(2014) – FCC - TRF - 3ª REGIÃO: Analista Judiciário - Serviço

Social. Frente ao movimento mais amplo de reestruturação do

processo de acumulação do capital globalizado, no Brasil

contemporâneo, jugue os item que se seguem.

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I. É de responsabilidade do Estado a criação e a implementação de

políticas econômicas e sociais capazes de enfrentar a pobreza, as

desigualdades sociais.

Gabarito: certo

II. As transformações ocorridas no mundo do trabalho são

resultantes da subalternização do mercado à ordem do trabalho.

Gabarito: errado

III. A desmontagem de direitos sociais e trabalhistas coloca para a

questão social novas configurações, penalizando os trabalhadores.

Gabarito: certo

(2013) – FGV - FUNDAÇÃO PRÓ-SANGUE: Assistente Social.

Com relação às recentes transformações econômicas e sociais e

seus impactos no trabalho do Assistente Social, jugue os item

que se seguem.

I. A base material e organizacional da atividade profissional

sofreu mudanças com a contrarreforma do Estado brasileiro.

Gabarito: Certo

II. O uso e o consumo da força de trabalho do Assistente Social

tenderam a ser flexibilizadas e precarizadas pelos empregadores.

Gabarito: certo

III. A direção social do projeto ético-político foi alterada com

a hegemonia das perspectivas neoconservadoras.

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Gabarito: errado

(2012) – FCC - MPE-PE: Analista Ministerial - Serviço Social. A leitura

do serviço social e as relações de trabalho tratadas por Ana Elizabete

Motta e Ângela Amaral (1998) apontam para a atual recomposição do

ciclo de reprodução do capital, a qual provoca impactos nas práticas

sociais que intervêm no processo de reprodução material e espiritual

da força de trabalho, onde se inclui a experiência profissional dos

assistentes sociais.

Gabarito: certo

1.1. Condições e relações de trabalho

De acordo com a Lei de Regulamentação da Profissão de Assistente

Social, somente podem exercer essa profissão as pessoas que possuem

o diploma em curso de graduação em Serviço Social, reconhecido e

registrado pelo órgão competente, o Ministério da Educação — MEC. O

exercício dessa profissão exige um prévio registro nos Conselhos

Regionais de Serviço Social — CRESS que tenham jurisdição sobre a

área de atuação do interessado nos termos da lei. A designação

profissional de assistente social é privativa dos habilitados em curso de

graduação, não devendo, em hipótese alguma, ser usado para identificar

práticas assistenciais.

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A profissão de serviço social é inscrita na divisão social do trabalho,

possui uma atuação especializada e atua nos problemas sociais que

afetam a qualidade de vida dos segmentos minoritários e pauperizados

da população brasileira.

Na contemporaneidade, esse profissional deve primar pela efetivação e

pela garantia dos direitos assegurados pela legislação vigente no Brasil.

Utilizamos a expressão “na contemporaneidade”, pois nem sempre esse

profissional atuou em sua prática nessa perspectiva.

O serviço social tem sua gênese vinculada

à Igreja Católica, surgiu como prática

leiga ligada à benesse e à caridade a fim

de minimizar os problemas sociais

advindos do surgimento e do firmamento

do sistema capitalista. Essa instituição religiosa utilizava um discurso

messiânico para intervir na problemática social, porém seu interesse

maior era contribuir para a reprodução da força de trabalho atendendo

aos interesses do sistema capitalista. A Igreja Católica utilizava os

agentes profissionais leigos (membros da instituição) para praticar um

trabalho de ajuda para recristianizar a sociedade, uma vez que, nessa

época, a Igreja estava perdendo força para os movimentos socialistas

difundidos entre o operariado.

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Castro (2000) assegura que, no início, o serviço social conectava-se aos

objetivos políticos sociais da Igreja e das funções de classe vinculada

mais diretamente a ela. Os elementos que mais colaboravam para o

surgimento do Serviço Social têm sua origem na ação católica,

intelectualidade laica estritamente ligada à hierarquia católica, que

propugnava com visão messiânica a recristianização da sociedade por

meio do projeto de reforma social.

Assim, os interesses da burguesia e os da Igreja Católica estavam

intrinsecamente focados numa reforma social junto ao proletariado.

Na década de 1930 foram criadas as primeiras escolas de Serviço

Social. Em 1936, em São Paulo, seguida da escola do Rio Janeiro, após

dois anos. Isso foi possível devido à organização do Centro de Estudos

da Ação Social – CEAS. Tal órgão enviou à Bélgica duas moças ligadas à

Igreja Católica para cursar Serviço Social e retornar com o intuito de

montar o curso aqui no Brasil. A organização desse curso pretendia

atender às necessidades da Igreja Católica e preparar seus membros

para exercer a ação social.

Até o início dos anos 60, as escolas de serviço social foram criadas

de acordo as bases da doutrina católica, com o objetivo de formar

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profissionais que atuassem no enfrentamento da questão social

agravada com o processo de exploração e subordinação do operariado

desencadeado com o sistema capitalista.

A perspectiva de atuação normativa, voltada aos preceitos da caridade

e benesse difundidos pela Igreja Católica, pautou o Serviço Social até

final dos anos 1960.

Em 1965, surgiu na América Latina um movimento que marcou a

profissão, suscitando reflexões e mudanças na constituição e nas

formas de atuação do assistente social. Esse movimento, conhecido

como Movimento de Reconceituação, tem por base contestar a

formação e a atuação profissional tradicional do serviço social.

Sobre esse movimento, Iamamoto (2001, p. 207) enfatiza que o

Serviço Social latino-americano é sensibilizado pelos desafios da

prática social. Sua resposta mais significativa se consubstancia na

mais ampla revisão já ocorrida na trajetória dessa profissão, que

tem aproximadamente seis décadas de existência. Essa resposta é

o movimento de reconceituação. Este se perfilou desde o seu

nascedouro como um movimento de denúncia, de autocrítica e de

questionamentos societários que tinha como contraface um processo

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seletivo de busca da construção de um novo Serviço Social latino-

americano, saturado, cheio de historicidade e que apostasse na

criação de novas formas de sociabilidade a partir do próprio

protagonismo dos sujeitos coletivos.

Nesse sentido, podemos apreender que o Movimento de Reconceituação

possibilitou uma reflexão que conduziu a profissão do serviço social a

uma revisão ampla da sua trajetória. Os profissionais questionaram suas

ações de forma crítica e buscaram uma nova configuração a partir da

ruptura com a prática tradicional de atuação dos assistentes sociais sob

as bases de influência da Igreja Católica. Essa nova postura do serviço

social frente à sua formação e à prática de atuação voltada para os

problemas característicos da realidade latino-americana busca adequar

a profissão a uma postura mais crítica e revolucionária.

Assim, a formação da profissão se compromete com uma transformação

da realidade social. Para tal, foi necessário a profissão adotar mudanças

no embasamento teórico-metodológico, nos procedimentos práticos

interventivos e na aproximação da profissão com a corrente teórica

marxista. Tal movimento aproximou os assistentes sociais a uma

vertente crítica e a uma maneira mais abrangente e totalitária para a

investigação dos problemas sociais advindos da exploração capitalista.

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Também mudou o modo de enfrentamento da questão social,

voltando-se para a busca de uma transformação social das

realidades apresentadas aos assistentes sociais.

Nos anos 1980, mediante a falência da ditadura e do florescimento da

democracia, a luta da categoria e as mobilizações de ações democráticas

e populares, que foram refreadas por amplo período, ficam mais

fortalecidas. De acordo com Netto, no seu texto “A Construção do

Projeto Ético-Político do Serviço Social”, a mobilização dos proletários

urbanos, a volta de sua organização sindical; a tomada de consciência

dos trabalhadores rurais, e a entrada de suas entidades

representativas; de movimentos de característica popular, (exemplo:

associações de moradores), trouxe requisição de intensas modificações

políticas e sociais.

Segundo Ortiz (2010), é nesse contexto que o Serviço Social aperfeiçoa

a sua intenção de ruptura com o Serviço Social conservador, junto à

construção de um novo projeto profissional visivelmente ligado a um

determinado projeto societário, oposto a opressão e discriminação de

qualquer natureza, e com vistas à construção de uma nova sociedade,

que transpôs e se materializa com a formalização do projeto ético-

político do Serviço Social.

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A militância político-profissional alcança a sua maturidade,

evidenciada na organização sindical nacional dos assistentes

sociais, na articulação com as lutas gerais dos trabalhadores

e na inserção junto às demais entidades representativas da

profissão; os eventos nacionais, gradativamente, revelam um

contorno crítico e politizado. A produção marxista supera os

equívocos das primeiras aproximações, o ethos profissional é

auto representado pela inserção do assistente social na

divisão sócio-técnica do trabalho, como trabalhador

assalariado e cidadão. A formação profissional recebe novos

direcionamentos, passando a contar com um currículo

explicitamente orientado para uma formação crítica e

competente com as classes subalternas. Em 1986, o Código

de Ética, praticamente igual desde 1948, é reelaborado,

buscando-se garantir uma ética profissional objetivadora da

nova moralidade profissional (ORTIZ, 2010, p. 168).

De acordo com Paulo Netto (2001), o combate contra a ditadura e a

entrada da democracia política permitiu o advento, no interior do corpo

profissional, da disputa entre projetos societários distintos, que se

afrontavam no movimento das classes sociais. As pretensões

democráticas e populares, irradiadas a partir dos interesses dos

trabalhadores, foram congregadas e até avivadas pelas dianteiras do

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Serviço Social. Pela primeira vez, no interior do corpo profissional,

retumbavam projetos societários distintos daqueles que respondiam aos

interesses das classes e setores dominantes. O Serviço Social aliou na

sua formação, as matrizes teóricas e metodológicas compatíveis com a

ruptura com o conservadorismo profissional, nela aplicaram-se

claramente vertentes críticas, infundidas da tradição marxista,

gerando um pluralismo que permitiu o encontro, do ponto de vista

teórico e metodológico ligados com os projetos societários das massas

trabalhadoras. Além disso,

[...] o projeto ético-político do Serviço Social no Brasil se

configurou em sua estrutura básica – e, qualificando-a como

básica, queremos assinalar o seu caráter aberto: mantendo

seus eixos fundamentais, ela é sufi cientemente flexível

para, sem se descaracterizar, incorporar novas questões,

assimilar problemáticas diversas, enfrentar novos desafios.

[...] tem em seu núcleo o reconhecimento da liberdade como

valor central. [...] este projeto profissional se vincula a um

projeto societário que propõe a construção de uma nova

ordem social, sem exploração/dominação de classe, etnia e

gênero. [...] ele se posiciona a favor da equidade e da justiça

social, na perspectiva da universalização do acesso a bens e

a serviços relativos às políticas e programas sociais; a

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ampliação e a consolidação da cidadania são explicitamente

postas como garantia dos direitos civis, políticos e sociais

das classes trabalhadoras. [...] considerada a

democratização como socialização da participação política e

socialização da riqueza socialmente produzida (PAULO

NETTO, 2001, p. 15-16)

Perante esse contexto, os profissionais

buscam solidificar essas conquistas com a

construção de um novo do Código de Ética

Profissional, fundado em 1986, que inclusive

não era um tema privilegiado, e o mesmo veio passar por um processo de

revisão em 1993, por ter uma restrita carga de acumulação no seu

terreno sobre reflexão crítica. Mesmo assim, ele significou um

importante avanço da categoria, que o torna um marco na história do

Serviço Social no Brasil, comemorado a anulação com o conservadorismo,

e afirmando o comprometimento profissional com o povo brasileiro, em

especial a classe trabalhadora.

De acordo com o Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais,

aprovado em 15 de março de 1993, no fim dos anos oitenta os organismos

profissionais estavam sentindo uma necessidade de revisão no Código

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de 1986. Pois, a categoria ansiava por uma discussão do código, com mais

austeridade às sugestões dos princípios conquistados e plasmados

naquele documento, tanto para compor mais adequadamente os seus

parâmetros éticos quanto para consentir uma melhor

instrumentalização deles na prática cotidiana do exercício profissional.

A revisão decorreu, compatibilizada com o do texto de 1986, tendo sua

compreensão de que a ética deve ter como apoio uma ontologia do ser

social, que são os valores de determinações da prática social, resultante

da atividade fundadora tipificada no processo de trabalho.

Por outro lado, os processos que vivenciamos na atualidade, decorrentes

das mudanças estruturais advindas das transformações sócio-

históricas, nas relações entre o Estado e a sociedade, submetida à

ordem financeira do grande capital, incidem diretamente no ser e fazer

profissional.

Ressaltamos que esse contexto altera a demanda de trabalho do

Assistente Social, modifica o mercado de trabalho, altera os processos

de trabalho e as condições em que se realizam, nos quais os assistentes

sociais ingressam enquanto profissionais assalariados.

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Embora regulamentado como uma profissão liberal na sociedade, o

Serviço Social não se realiza como tal.

O Assistente social não detém todos os meios

necessários para a efetivação de seu

trabalho: financeiros, técnicos e humanos

necessários ao exercício profissional

autônomo.

A condição de trabalhador assalariado não só enquadra o Assistente

Social na relação de compra e venda da força de trabalho, mas molda a

sua inserção socioinstitucional na sociedade brasileira. Essas relações

de trabalho tendem a ser desregulamentadas e flexibilizadas.

Enfim, tem-se um redimensionamento das condições do nosso exercício

profissional, porque ele se efetiva pela mediação das condições do

assalariamento. Essa condição de assalariamento envolve

necessariamente a incorporação de parâmetros institucionais e

trabalhistas que regulam as relações de trabalho, estabelecendo as

condições em que este trabalho se realiza e regulando a realização do

trabalho coletivo normatizado pelas instituições empregadoras, públicas

e privadas.

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Portanto, se a questão social é o fruto de uma organização social que

tem em sua base o sistema produtivo, cabe ao assistente social

trabalhar com os desdobramentos dessa questão, levando em conta a

ética profissional/ social, para isso deve ter grande flexibilidade frente

às mudanças do cotidiano na dinâmica da sociedade. Mudanças já

existentes de cultura, classe, modo de vida, cotidiano, valores e práticas

políticas e as que acontecem de acordo com o momento histórico.

Destas múltiplas formas de invenção e reinvenção da vida construídas

no cotidiano da sociedade civil onde está inserido, o assistente social,

deve levar em consideração como estão estruturadas nesta sociedade,

para que possa tanto aprender as várias expressões que assumem na

atualidade, as desigualdades sociais, quanto projetar e forjar formas

de resistência e de defesa da vida. Sendo assim, decifrar a questão

social é também demonstrar as particulares formas de luta, de

resistência material e simbólica acionadas pelos indivíduos sociais à

questão social.

Neste sentido Iamamoto (2001) constata que há, portanto, uma

alteração no perfil do assistente social para enfrentar um processo

de intensas modificações nas relações político-econômicas e sócio-

históricas. Dizendo que para isso torna-se necessário o

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acompanhamento dos processos sociais, a pesquisa da realidade social e

organização e fortalecimento da categoria profissional como

componentes essenciais da profissão e não como atividades

complementares.

O contexto contemporâneo onde o Serviço Social se gesta e se

desenvolve como profissão tem por pano de fundo o desenvolvimento

capitalista industrial e a expansão urbana. Esse posicionamento

emerge em resposta às exigências apresentadas pela realidade

histórica quando o próprio contingente profissional vem das “camadas

médias” da sociedade que também sofre os embates de uma política

econômica amplamente desfavorável aos setores populares.

Sendo assim, o propósito de explicitação das atribuições profissionais

vêm aliados à busca de fundamentos teórico-filosóficos e científicos

mais sólidos que orientam a atuação, ultrapassando a mera atividade

técnica, procurando resgatar, sistematizar e fortalecer o potencial

inovador contido na vivência cotidiana dos trabalhadores, criando

alternativas de resistência ao processo de dominação, consonantes com

o projeto ético-político profissional.

A ética das profissões não está dissociada do contexto

sócio-cultural e do debate filosófico. A ética profissional

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guarda uma profunda relação com a ética social e,

conseqüentemente, com os projetos sociais. Não há,

portanto, um hiato entre a ética profissional e a ética social,

pois seria cindir a própria vida do homem na sua totalidade,

isto é, em seus diversos pertencimentos: trabalho, gênero,

família, ideologia, cultura, desejos, etc. Na verdade, é o

“homem inteiro”, na acepção luckacsiana, que participa da

cotidianidade. Isto significa que o homem, no processo de

produção de sua vida material e cultural, constrói valores que

passam a nortear as relações consigo mesmo e com os outros

homens, constituindo-se, assim, como sujeito ético no

processo de sociabilidade. (Brites e Sales apud Barroco,

2004).

Contudo, as mudanças conjunturais, com a minimização do Estado

decorrente do sistema capitalista neoliberal e globalizante,

alteraram significativamente as condições objetivas postas ao

exercício profissional de consolidar o projeto ético-político da

profissão.

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Assim, constitui-se o crescimento de uma

tendência de atuação do Assistente Social

nas áreas da assessoria e consultoria, não

pela lógica da natureza da profissão enquanto

profissional liberal, mas como conseqüência

da, também crescente, flexibilização e desregulamentação das relações

de trabalho do sistema neoliberal globalizado.

No entanto, cabe ao Assistente Social ocupar estes espaços

emergentes, pois se os mesmos são chamados a essa ocupação de

espaços vazios no seu âmbito profissional, eles devem fazê-lo de modo

criativo e crítico, desenvolvendo competências tais como: a assessoria

e a consultoria em outras áreas de especialização. Para isso o

profissional precisa possuir uma visão da totalidade e não restrita.

(2011) – CESPE - SEDUC-AM: Assistente Social. Considerando os

fundamentos históricos e teórico-metodológicos do serviço social e os

aspectos relacionados ao redimensionamento da profissão em vista

das transformações societárias, julgue os próximos itens.

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As transformações societárias contemporâneas não afetam o

assistente social em sua condição de trabalhador assalariado, uma vez

que o assistente social detém total liberdade em sua ação profissional.

Item errado

Comentários: As transformações societárias contemporâneas

afetam o assistente social em sua condição de trabalhador

assalariado, uma vez que o assistente social detém total liberdade de

relativa liberdade em sua ação profissional.

Gabarito: errado

1.2 Espaços sócio-ocupacionais

A análise dos espaços ocupacionais do assistente social- em sua

expanção e metamofoses - requer inscrevê-los na totalidade histórica

considerando as formas assumidas pelo capital no processo de

revitalização da acumulação no cenário da crise mundial.

As estratégias defensivas incidem na relação de Estado e sociedade de

classes, alterando a forma assumida pelo Estado e a destinação do fundo

público, a tecnologia e as formas de organização da produção de bens e

serviços (reestruturação produtiva), o consumo e a força de trabalho e

as expressões associativas da sociedade civil.

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O mercado dentro desta perspectiva liberal acaba por regular as

relações sociais impulsionando a competição e o individualismo e

desarticulando formas de luta e negociação coletiva.

O bem-estar social passa a ser transferido no foro privado dos

indivíduos com seu trabalho voluntario restando ao Estado a

responsabilidade da pobreza extrema.

Neste cenário cresce o desemprego, a desregulamentação e

informalização das relações de trabalho, crescem as políticas

focalistas. Ocorre uma reorientação do gasto público em favor do

grande capital financeiro e em detrimento da economia política do

trabalho.

A despolitização da classe subalterna e sua divisão por categorias

faz parte da estratégia política e ideológica de legitimação do

capital, o consenso de classe é alimentado pela mídia, iniciativas

empresarias e pela re-estruturação do Estado e suas

correspondentes políticas sociais que passam a organizar-se no crivo

da privatização, focalização e descentralização, terreno onde se

inscreve o trabalho dos assistentes sociais.

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(2010) – CESPE - SERPRO: Analista - Serviço Social. O

redimensionamento das funções do Estado, como resultado de uma

agenda de ajustes neoliberais, ficou conhecido como contrarreforma

do Estado devido aos aspectos regressivos para os trabalhadores.

Gabarito: certo

As alterações verificadas nos espaços ocupacionais do assistente social

têm raízes nesses processos sociais, historicamente datados,

expressando tanto a dinâmica da acumulação, sob a prevalência de

interesses rentistas, quanto a composição do poder político e a

correlação de forças no seu âmbito, capturando os Estado Nacionais,

com resultados regressivos no âmbito da conquista e usufruto dos

direitos para o universo dos trabalhadores.

Mas os espaços ocupacionais refratam ainda as particulares condições

e relações de trabalho prevalentes na sociedade brasileira nesses

tempos de profunda alteração da base técnica da produção com a

informática, a biotecnologia, a robótica e outras inovações tecnológicas

e organizacionais, que potenciam a produtividade e a intensificação do

trabalho. É esse solo histórico movente que atribui novos contornos ao

mercado profissional de trabalho, diversificando os espaços

ocupacionais e fazendo emergir inéditas requisições e demandas a esse

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profissional, novas habilidades, competências e atribuições. Mas ele

impõe também específicas exigências de capacitação acadêmica que

permitam atribuir transparências às brumas ideológicas que encobrem

os processos sociais e alimentem um direcionamento ético-político e

técnico ao trabalho do assistente social capaz de impulsionar o

fortalecimento da luta contra-hegemônica comprometida com o

universo do trabalho.

Segundo IAMAMOTO, o espaço profissional é um produto histórico,

condicionado tanto:

 Pelo nivel de luta pela hegemonia que se estabelece entre as

classes fundamentais e suas respectivas alianças ;

 Pelo tipo de respostas teórico-práticas densas de conteúdo

político dadas pela categoria profissional.

Essa afirmativa fundava-se no reconhecimento de ser o trabalho

profissional tanto resultante da história quanto dos agentes que a ele

se dedicam. Se a correlação de forças entre as classes e grupos sociais

cria, nas várias conjunturas, limites e possibilidades em que o

profissional pode se mover, suas respostas se forjam a partir das

marcas que perfilam a profissão na sua trajetória, da capacidade de

análise da realidade acumulada, de sua capacitação técnica e política em

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sintonia com os novos tempos. Assim o espaço profissional não pode ser

tratado exclusivamente na ótica da demandas já consolidadas

socialmente, sendo necessário, a partir de um distanciamento crítico do

panorama ocupacional, apropriar-se das demandas potenciais que se

abrem historicamente à profissão no curso da realidade.

Os(as) assistentes sociais atuam nas manifestações mais contundentes

da questão social, tal como se expressam na vida dos indivíduos sociais

de distintos segmentos das classes subalternas em suas relação com o

bloco do poder e nas iniciativas coletivas pela conquista, efetivação e

ampliação dos direitos de cidadania e nas correspondentes políticas

públicas.

Os espaços ocupacionais do assistente social têm lugar no Estado –

nas esferas do poder executivo, legislativo e judiciário –, em empresas

privadas capitalistas, em organizações da sociedade civil sem fins

lucrativos e na assessoria a organizações e movimentos sociais. Esses

distintos espaços são dotados de racionalidades e funções distintas na

divisão social e técnica do trabalho, porquanto implicam relações sociais

de natureza particular, capitaneadas por diferentes sujeitos sociais,

que figuram como empregadores (o empresariado, o Estado, associações

da sociedade civil e, especificamente, os trabalhadores). Elas

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condicionam o caráter do trabalho realizado (voltado ou não à

lucratividade do capital), suas possibilidades e limites, assim como o

significado social e efeitos na sociedade. Ora, as incidências do trabalho

profissional na sociedade não dependem apenas da atuação isolada do

assistente social, mas do conjunto das relações e condições sociais por

meio das quais ele se realiza.

(2011) – CESPE - TJ-ES: Analista Judiciário - Serviço Social.

Com relação aos aspectos éticos e às diferentes áreas e limites da

atuação profissional do assistente social, julgue os itens a seguir.

Os espaços ocupacionais do assistente social têm lugar no Estado, em

empresas privadas, organizações da sociedade civil sem fins lucrativos

e na assessoria a organizações e movimentos sociais, entre outros.

Gabarito: certo

Nesses espaços profissionais os(as) assistentes sociais atuam na sua

formulação, planejamento e execução de políticas públicas, nas áreas

de educação, saúde, previdência, assistência social, habitação,

meio ambiente, entre outras, movidos pela perspectiva de defesa e

ampliação dos direitos da população. Sua atuação ocorre ainda na

esfera privada, principalmente no âmbito do repasse de serviços,

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benefícios e na organização de atividades vinculadas à produção,

circulação e consumo de bens e serviços. Mas eles(as) também marcam

presença em processos de organização e formação política de

segmentos diferenciados de trabalhadores (CFESS, 15/05/2008).

Nesses espaços

ocupacionais os (as)

assistentes exercem suas

competências e

atribuições profissionais

resguardadas pela legislação, já anteriormente referidas. Essas

distintas inserções profissionais condicionam: as condições em que

se materializa a autonomia profissional o trabalho concreto realizado

e seus efeitos no processo de reprodução das relações sociais. Isto

porque são espaços ocupacionais de natureza, racionalidade e

finalidades exclusivas. Forjam, assim, específicas condições e

relações sociais por meio das quais se realiza o exercício profissional

no mercado de trabalho, que necessitam elucidação.

Assim, nesses espaços ocupacionais esses profissionais realizam:

 assessorias, consultorias e supervisão técnica;

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 contribuem na formulação, gestão e avaliação de políticas,

programas e projetos sociais;

 atuam na instrução de processos sociais, sentenças e decisões,

especialmente no campo sociojurídico;

 realizam estudos socioeconômicos e orientação social a

indivíduos, grupos e famílias, predominantemente das classes

subalternas;

 impulsionam a mobilização social desses segmentos e realizam

práticas educativas;

 formulam e desenvolvem projetos de pesquisa e de atuação

técnica;

 além de exercem funções de magistério, direção e supervisão

acadêmica.

Os assistentes sociais realizam assim uma ação de cunho socioeducativo

na prestação de serviços sociais, viabilizando o acesso aos direitos e aos

meios de exercê-los, contribuindo para que necessidades e interesses

dos sujeitos sociais adquiram visibilidade na cena pública e possam ser

reconhecidos, estimulando a organização dos diferentes segmentos dos

trabalhadores na defesa e ampliação dos seus direitos, especialmente

os direitos sociais. Afirma o compromisso com os direitos e interesses

dos usuários, na defesa da qualidade dos serviços sociais.

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(2014) – CEPERJ - FSC: Assistente Social. Tomando por base a

análise realizada por Iamamoto (2009), pode-se compreender que as

alterações verificadas nos espaços sócio-ocupacionais do assistente

social estão relacionadas, a processos sociais historicamente datados,

expressando a dinâmica da acumulação, a composição do poder político

e a correlação de forças em seu âmbito, refratando ainda as

particulares condições e relações de trabalho prevalecentes na

sociedade brasileira.

Gabarito: certo

(2010) – CONSULPLAN - Prefeitura de Resende - RJ: Assistente

Social. Considerando os espaços sócio-ocupacionais do Assistente

Social e as reflexões necessárias ao trabalho profissional, Jugue os

item que se seguem.

Embora o trabalho do Assistente Social possua particularidades, ele

está isento de relações tensas entre o projeto ético-político

profissional e o estatuto assalariado, o que facilita o exercício da

autonomia relativa tão cara à profissão.

Gabarito: errado

A mercantilização da força de trabalho, pressuposto do estatuto

assalariado, subordina o trabalho do Assistente Social aos ditames da

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alienação, impondo condicionantes socialmente objetivos à autonomia

do Assistente Social na condução do trabalho.

Gabarito: certo

1.3 Atribuições

Atuando nos problemas sociais que afetam a qualidade de vida das

classes sociais em vulnerabilidade socioeconômica, o assistente social

deve primar pela efetivação de direitos assegurados pela legislação

vigente no país. Nessa perspectiva, ele precisa estar revestido de

conhecimentos científicos e instrumentais técnicos para decifrar a

realidade na qual está inserido para intervir, de forma propositiva, em

uma perspectiva transformadora e emancipatória e, assim, promover a

qualidade de vida dos usuários de seus serviços. A atuação do assistente

social pode ter caráter:

a) socioeducativo;

b) político-educativo;

c) psicossocial;

d) técnico-consultivo;

e) didático-pedagógico;

f) político-administrativo;

g) político-representativo.

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O caráter socioeducativo deve estar presente em todas as intervenções

do assistente social.

Ao atuar na luta por acesso aos direitos sociais em organizações e

movimentos populares, essa atuação tem caráter político-educativo.

Quando o assistente social atua em pronto-socorro, clínica ou

ambulatório de saúde mental ele possui caráter psicossocial.

Quando esse profissional presta serviços de assessorias, consultorias,

supervisão e assistência técnica, seu trabalho possui um aspecto

técnico-consultivo.

O caráter didático-pedagógico diz respeito à docência, à pesquisa e à

produção científica.

Quando o assistente social atua na área de administração, planejamento

e gestão de serviços sociais públicos em organizações governamentais e

não governamentais, bem como nos setores privados, sua intervenção é

político-administrativa.

Ao atuar na direção de entidades representativas da profissão, como no

Conselho Federal de Serviço Social — CFESS e no CRESS, o trabalho

do assistente social possui caráter político-representativo.

Competências do assistente social

As competências expressam capacidade para apreciar ou dar

resolutividade a determinado assunto, não sendo exclusivas de uma

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única especialidade profissional, pois são a ela concernentes em

função da capacitação dos sujeitos profissionais.

A Lei 8.662/93, no artigo 4º, expõe quais são competências do

assistente social. São elas:

I - elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais

junto a órgãos da administração pública, direta ou indireta,

empresas, entidades e organizações populares;

II - elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e

projetos que sejam do âmbito de atuação do Serviço Social com

participação da sociedade civil;

III - encaminhar providências, e prestar orientação social a

indivíduos, grupos e à população;

IV - (Vetado);

V - orientar indivíduos e grupos de diferentes segmentos sociais

no sentido de identificar recursos e de fazer uso dos mesmos no

atendimento e na defesa de seus direitos;

VI - planejar, organizar e administrar benefícios e Serviços

Sociais;

VII - planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir

para a análise da realidade social e para subsidiar ações

profissionais;

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VIII - prestar assessoria e consultoria a órgãos da administração

pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades,

com relação às matérias relacionadas no inciso II deste artigo;

IX - prestar assessoria e apoio aos movimentos sociais em matéria

relacionada às políticas sociais, no exercício e na defesa dos

direitos civis, políticos e sociais da coletividade;

X - planejamento, organização e administração de Serviços Sociais

e de Unidade de Serviço Social;

XI - realizar estudos sócio-econômicos com os usuários para fins

de benefícios e serviços sociais junto a órgãos da administração

pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades.

Atribuições do assistente social

As atribuições são prerrogativas exclusivas ao serem definidas

enquanto matéria, área e unidade de Serviço Social1.

A Lei 8.662/93, artigo 5º, expõe quais são atribuições privativas do

Assistente Social. São elas:

1
No sentido etimológico, segundo o Dicionário Caldas Aulete (1958), a matéria diz respeito “à substância ou objeto
ou assunto sobre o que particularmente se exerce a força de um agente”. A área refere-se ao campo delimitado
ou âmbito de atuação do assistente social e a unidade do Serviço Social não se reduz a uma visão administrativa
enquanto órgão de uma entidade, definido em seu organograma, tal como se identifica no senso comum. Pode
ser ainda compreendida como “a ação simultânea de vários agentes que tendem ao mesmo fim” ou “agrupamento
de seres individuais, considerados pelas relações mútuas, que existem entre si, pelos seus caracteres comuns, suas
mútuas dependência”. Em síntese, a unidade de Serviço Social pode ser interpretada como o conjunto de
profissionais de uma unidade de trabalho.
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I – Coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos,

pesquisas, planos, programas e projetos na área de Serviço Social;

II - planejar, organizar e administrar programas e projetos em

Unidade de Serviço Social;

III - assessoria e consultoria e órgãos da Administração Pública

direta e indireta, empresas privadas e outras entidades, em

matéria de Serviço Social;

IV - realizar vistorias, perícias técnicas, laudos periciais,

informações e pareceres sobre a matéria de Serviço Social;

V - assumir, no magistério de Serviço Social tanto a nível de

graduação como pós-graduação, disciplinas e funções que exijam

conhecimentos próprios e adquiridos em curso de formação regular;

VI - treinamento, avaliação e supervisão direta de estagiários de

Serviço Social;

VII - dirigir e coordenar Unidades de Ensino e Cursos de Serviço

Social, de graduação e pós-graduação;

VIII - dirigir e coordenar associações, núcleos, centros de estudo

e de pesquisa em Serviço Social;

IX - elaborar provas, presidir e compor bancas de exames e

comissões julgadoras de concursos ou outras formas de seleção

para Assistentes Sociais, ou onde sejam aferidos conhecimentos

inerentes ao Serviço Social;

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X - coordenar seminários, encontros, congressos e eventos

assemelhados sobre assuntos de Serviço Social;

XI - fiscalizar o exercício profissional através dos Conselhos

Federal e Regionais;

XII - dirigir serviços técnicos de Serviço Social em entidades

públicas ou privadas;

XIII - ocupar cargos e funções de direção e fiscalização da gestão

financeira em órgãos e entidades representativas da categoria

profissional.

02. Atuação em equipe multiprofissional e interdisciplinar.

No que diz respeito à prática profissional interdisciplinar, observamos

que no início das intervenções do serviço social esse profissional era

percebido como um acessório às demais profissões, ou com uma condição

subalterna. Iamamoto & Carvalho (1996) demonstram que os primeiros

profissionais que empreenderam ações conjuntas a outras profissões

ainda não tinham o reconhecimento profissional de que hoje partilhamos.

Destacamos como exemplo o caso do serviço social médico, no qual o

profissional era requisitado quase como um auxiliar do médico, tendo,

inclusive, que executar ações de higienização de pacientes.

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Ely (2003) afirma que a ótica da interdisciplinaridade demorou a

alcançar as práticas profissionais, ao menos no que podemos

compreender como interdisciplinaridade próxima aos conceitos atuais.

A autora destaca que no serviço social vivenciamos a busca de saberes

junto a outras ciências, e conforme destacamos antes, somente a partir

da década de 1960 é que surge na profissão as primeiras aproximações

em relação à interdisciplinaridade.

A autora assim nos diz que na década de 1960 surgiram as

especializações que começaram a abordar o assunto e que visavam

preparar os futuros profissionais para a chamada prática

interdisciplinar. Na década de 1970, essa interlocução se ampliou, e na

década de 1980 encontrou ancoro no serviço social. Porém, apesar de

muita discussão em eventos, congressos e similares, observamos pouca

produção teórica sobre o tema no Brasil. Na década de 1990, essa

produção é ampliada consideravelmente, porém se dedica a relatar

experiências profissionais, sem muita reflexão teórica.

O Serviço Social está submetida a diversas condições laborais que

afetam os demais trabalhadores. E, nesse sentido, Iamamoto (2001) diz

que dentre as diversas exigências impostas ao profissional, destaca-se

a necessidade de uma formação crítica competente.

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A competência é, para a autora, a possibilidade que o profissional

adquire para decifrar a realidade e construir propostas de trabalho

criativas e inovadoras. Essas propostas devem orientar os assistentes

sociais no sentido de se apropriar da questão social e nela intervir.

Com vistas a atender a demanda da profissão, a saber, a competência

profissional e a construção de novas propostas, Iamamoto (2001)

reflete que é fundamental romper com a visão endógena deste ofício.

Isso faz referência a uma necessidade de rescindir com a perspectiva

da intervenção, da prática e da teoria com base apenas no próprio

serviço social.

Isso significa estar aberto a outros conhecimentos, outras

experiências, que vão além dos muros do serviço social. Iamamoto

(2001) não declara que se trata de uma necessidade de um trabalho

interdisciplinar, ou seja, a autora não usa esse termo, mas sinaliza para

a necessidade dos assistentes sociais, irem além da nossa área de saber

e de intervenção.

Para a autora, o fato de estarem abertos ao diálogo com outros

profissionais, com outros saberes, traz ainda mais competência

profissional, posto que romper com uma visão focalista nos dá muita

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clareza sobre as atribuições profissionais, as características das

profissões e saberes com os quais nos relacionamos e ainda sobre as

nossas próprias atribuições, as nossas teorias, o nosso saber.

Relacionar-se com o outro pressupõe, fundamentalmente, conhecimento.

Iamamoto (2001) ainda nos fala que nossa aproximação com outras

profissões e com outros saberes deverá resultar em uma superação

da indefinição profissional. A nosso ver, isso significa que por meio

de uma aproximação competente, com informações e conhecimento

sobre sua prática profissional, o assistente social poderá definir seu

espaço sócio-ocupacional, o espaço das outras profissões e o espaço

que será comum entre ambos.

Os produtos, ou os resultados pretendidos, não dependem apenas da

vontade individual de cada trabalhador. Nesse processo, é importante

considerar que há outros fatores que influenciam além dos interesses

comuns, mas é necessário que consideremos ainda as finalidades a serem

alcançadas pelas empresas contratadoras, quer sejam públicas ou

privadas, além das mudanças processadas no mercado de trabalho e que

estarão, por sua vez, relacionadas aos fenômenos mais globais de

organização econômica e política que afetam toda a sociedade

(IAMAMOTO, 2001).

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Iamamoto (2001) mostra que essa aproximação a outras profissões e a

outras formas de conhecimento não significa perda do espaço sócio-

ocupacional. Aliás, as ações de defesa do mercado de trabalho,

sobretudo do trabalhador da área social, não conseguem resultados

significativos se forem desenvolvidas de forma individualizada,

envolvendo apenas uma categoria. Assim,

Os assistentes sociais estão sujeitos, como todos os demais

trabalhadores, às mesmas tendências do mercado de

trabalho, sendo inócua qualquer iniciativa isolada de cunho

corporativista para a defesa do “seu trabalho específico”. O

problema da insegurança do trabalho ou da redução de

postos de trabalho não é peculiar ao assistente social: o seu

enfrentamento exige, ao contrário, ações comuns que

fortaleçam a capacidade de articulação e organização mais

ampla de coletivos de trabalhadores contrarrestando a

desarticulação política e sindical, amplamente estimulada

pelas políticas de cunho neoliberal. Por outro lado, não

significa perder de vista incidências específicas, que estão

afetando diretamente o mercado de trabalho e o espaço

ocupacional dos assistentes sociais, alterando-o no bojo das

mudanças macrossocietárias (op.cit., p. 118-119).

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On (1995) afirma que o serviço social é por natureza uma profissão

interdisciplinar, em decorrência de sua própria constituição teórica, e é

também interdisciplinar pelo fato de estar vinculada ao processo de

trabalho atual. Apesar das dificuldades que temos em exercer nossa

prática de forma interdisciplinar, é uma necessidade de nossa profissão.

A autora também nos mostra que o fato de empreendermos ações de tal

natureza não fere nossas especificidades profissionais, conforme

também diz Iamamoto (2001) e de acordo com o que destacamos

trechos acima. On (1995) derivando em partes das afirmações postas

por Iamamoto (2001), ainda percebe a interdisciplinaridade como uma

possibilidade para o serviço social ampliar os seus horizontes, seus

conhecimentos, e assim qualificar ainda mais a sua prática.

A perspectiva interdisciplinar não fere a especificidade das

profissões e tampouco seus campos de especialidade. Muito

pelo contrário, requer a originalidade e diversidade dos

conhecimentos que produzem e sistematizam acerca de

determinado objeto, de determinada prática, permitindo a

pluralidade de contribuições para compreensões mais

consistentes deste mesmo objeto, desta mesma prática

(op.cit., p. 156-157).

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No que diz respeito às ações relacionadas à intervenção

interdisciplinar, especificamente Ely (2003) destaca que elas, no

âmbito do serviço social, expressam-se por meio do trabalho em

equipes. Apesar de considerar a relevância de intervenções

interdisciplinares no âmbito da pesquisa e também da produção de

conhecimento, Ely (2003) irá orientar sua argumentação para a

prática profissional especificamente empreendida pelos

profissionais. E, nesse sentido, com relação à prática interdisciplinar

do serviço social destaca que:

As equipes de trabalho são pré-condição para a sua

existência, sendo constituídas por profissionais com

qualificações diversas, que interagem e estabelecem uma

troca intensa, pautada em objetivos comuns, com

interdependência, coesão e cooperação (ELY, 2003, p. 114).

Em relação às equipes interdisciplinares, a autora nos diz que há

diversas possibilidades da prática interdisciplinar no serviço social se

efetivar, ou seja, há diversos arranjos de trabalho interdisciplinar.

Recorrendo a Vasconcelos (1997), Ely (2003) aponta as seguintes

possibilidades de intervenção interdisciplinar no serviço social:

Multidisciplinaridade;

Pluridisciplinaridade;

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Interdisciplinaridade auxiliar;

Interdisciplinaridade;

Transdisciplinaridade.

 A multidisciplinaridade (prática multiprofissional) se efetiva

quando vivenciamos um trabalho em que há diversas áreas

profissionais envolvidas. Apesar disto, a intervenção acontece de

forma isolada, ou seja, não há colaboração ou cooperação entre as

diversas áreas, apesar de possuírem um objeto de intervenção em

comum. Como a cooperação é mínima, não é favorecida a troca de

informações entre os saberes que estão envolvidos na ação.

(2012) - VUNESP - SPTrans: Assistente Social. Uma relação de

reciprocidade, de mutualidade, que pressupõe uma atitude diferente

a ser assumida frente ao problema de conhecimento, isto é, substituir

a concepção fragmentária pela unitária do ser humano.

Esse texto expressa o entendimento de multidisciplinaridade.

Gabarito: errado

 A pluridisciplinaridade, de acordo com Ely (2003), faz referência

a ações em que se observa a justaposição dos saberes

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provenientes das áreas envolvidas em prol de um objeto comum.

Nesse caso, segundo a autora, observamos também uma

cooperação mínima, basal entre os profissionais envolvidos, mas,

nesse caso, cada profissional delibera sozinho sobre as decisões a

serem tomadas, ou seja, não há partilha das decisões frente às

situações apresentadas.

(2015) – FUNRIO - UFRB: Assistente Social. Determinado

conceito delimita a separação entre as ciências e a conformação de

que cada disciplina dê sua contribuição, preservando a integridade de

seus métodos e conceitos, e dialoga de forma a desconsiderar a

supremacia de certa ciência em detrimento da outra. Este conceito é

denominado pluridisciplinar.

Gabarito: errado

 A interdisciplinaridade auxiliar é uma forma de intervenção na

qual as várias especialidades colaboram para a ação junto ao

objeto que é comum. Nesse caso, há trocas entre os profissionais

envolvidos no processo, porém, uma especialidade é responsável

por coordenar o processo de intervenção.

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 A interdisciplinaridade precisa ser compreendida como uma

intervenção em que as relações profissionais e de poder são

horizontais, ou seja, estão situadas em um mesmo plano, onde

todos possuem condições de deliberar sobre as decisões a serem

tomadas, dentre outros aspectos. Nessa prática, as ações são

comuns, dentro da especificidade de cada saber, mas, nesse

caso, são partilhadas e evidenciamos uma troca sistemática dos

conteúdos entre os profissionais.

(2012) - VUNESP - SPTrans: Assistente Social. Uma relação de

reciprocidade, de mutualidade, que pressupõe uma atitude diferente

a ser assumida frente ao problema de conhecimento, isto é, substituir

a concepção fragmentária pela unitária do ser humano.

Esse texto expressa o entendimento de interdisciplinaridade.

Gabarito: certo

(2015) – FUNRIO - UFRB: Assistente Social. Determinado

conceito delimita a separação entre as ciências e a conformação de

que cada disciplina dê sua contribuição, preservando a integridade de

seus métodos e conceitos, e dialoga de forma a desconsiderar a

supremacia de certa ciência em detrimento da outra. Este conceito é

denominado interdisciplinar.

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Gabarito: certo

 A transdisciplinaridade seria para a autora uma forma de

organização das atividades em que observamos a coordenação de

todas as especializações envolvidas no processo da tomada de

decisões e de desempenho das ações. A transdisciplinaridade

resultaria, assim, na criação de um campo comum de troca de

experiências e difusão dos saberes, respeitando-se, no entanto, a

autonomia teórica, disciplinar e operativa de cada especialista

envolvido na intervenção.

(2015) – FUNRIO - UFRB: Assistente Social. Determinado

conceito delimita a separação entre as ciências e a conformação de

que cada disciplina dê sua contribuição, preservando a integridade de

seus métodos e conceitos, e dialoga de forma a desconsiderar a

supremacia de certa ciência em detrimento da outra. Este conceito é

denominado transdisciplinar.

Gabarito: errado

Ely (2003) diz que a prática interdisciplinar do serviço social demanda

que esses profissionais desenvolvam um nível avançado de cooperação e

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coordenação, no qual se efetive a valorização e o respeito de cada área

do saber, de cada conhecimento. Essa valorização traz a constituição de

um diálogo entre os conhecimentos e entre os profissionais que

integram as equipes profissionais, respeitando-se a autonomia de cada

profissional. Partindo dessas aproximações, torna-se possível a

recombinação dos elementos observados na prática profissional,

orientado para uma síntese em prol da interdisciplinaridade.

A interdisciplinaridade pode ainda se efetivar por meio de ações

desenvolvidas no âmbito da pesquisa, da docência e da prática

profissional, e que para se constituir em um hábito do serviço social,

precisa ser introduzido já durante o processo de formação dos

profissionais, buscando superar a separação de saberes e ações

constituídas entre as práticas profissionais. Dessa forma, a

interdisciplinaridade será desenvolvida além das equipes de trabalho,

que são ferramentas importantes de tal prática, mas que não devem

ser as únicas modalidades de ação interdisciplinar.

A legislação e a interdisciplinaridade

a) Lei n° 8.662/93

Lei que Regulamenta a Profissão ou Lei n° 8.662/93 é um dos

mecanismos mais importantes e delimitadores de aspectos a respeito da

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prática profissional do assistente social, balizando competências e

atribuições privativas dos assistentes sociais, além de oferecer

informações sobre a atuação do conjunto CFESS-CRESS.

Essa legislação se mostra relevante, pois define como competências uma

série de atividades que estarão relacionadas a atividades que o

assistente social poderá desenvolver, dentre as quais podemos elencar:

atuação junto a políticas sociais, junto ao plano, programas e projetos,

junto aos grupos e

indivíduos, junto aos movimentos sociais e no que concerne à realização

de estudos junto à população com a qual estabelece contato.

No entanto, a grande relevância dessa legislação refere-se ao fato de

destacar as atribuições privativas do assistente social, ou seja,

atividades, ações e práticas que apenas o profissional com formação

específica pode desempenhar. Essas atribuições delimitam aspectos

relacionados à prática do assistente social e mostram-se essenciais

quando se realiza uma intervenção interdisciplinar.

É importante ressaltar que a lei em questão delimita que atividades

em matéria de serviço social fazem parte das atribuições privativas

desse profissional, tais como a supervisão de alunos em graduação, a

coordenação de escolas, cursos de pós-graduação e outras atividades

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que exijam um conhecimento específico em “matéria de serviço social”.

De tal forma, essas atividades devem ser observadas ao realizar o

trabalho interdisciplinar para que, assim sendo, as atribuições

privativas de nossa profissão sejam respeitadas.

Art. 5º Constituem atribuições privativas do Assistente Social:

I - coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar

estudos, pesquisas, planos, programas e projetos na área de

Serviço Social;

II - planejar, organizar e administrar programas e projetos

em Unidade de Serviço Social;

III - assessoria e consultoria e órgãos da Administração

Pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades,

em matéria de Serviço Social;

IV - realizar vistorias, perícias técnicas, laudos periciais,

informações e pareceres sobre a matéria de Serviço Social;

V - assumir, no magistério de Serviço Social tanto a nível

de graduação como pós-graduação, disciplinas e funções que exijam

conhecimentos próprios e adquiridos em curso de formação regular;

VI - treinamento, avaliação e supervisão direta de

estagiários de Serviço Social;

VII - dirigir e coordenar Unidades de Ensino e Cursos de

Serviço Social, de graduação e pós-graduação;

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VIII - dirigir e coordenar associações, núcleos, centros de

estudo e de pesquisa em Serviço Social;

IX - elaborar provas, presidir e compor bancas de exames

e comissões julgadoras de concursos ou outras formas de seleção

para Assistentes Sociais, ou onde sejam aferidos conhecimentos

inerentes ao Serviço Social;

X - coordenar seminários, encontros, congressos e eventos

assemelhados sobre assuntos de Serviço Social;

XI - fiscalizar o exercício profissional através dos

Conselhos Federal e Regionais;

XII - dirigir serviços técnicos de Serviço Social em

entidades públicas ou privadas;

XIII - ocupar cargos e funções de direção e fiscalização

da gestão financeira em órgãos e entidades representativas da

categoria profissional.

O referido documento nos

diz também que constitui

direito do assistente

social manter o sigilo

profissional. O sigilo

protegerá o usuário em tudo aquilo de que o assistente social tome

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conhecimento, como decorrência do exercício da atividade

profissional.

Em trabalho multidisciplinar só poderão ser prestadas informações

dentro dos limites do estritamente necessário.

(2014) – CESPE - TJ-SE: Analista Judiciário - Serviço Social.

Com relação às disposições da legislação que regulamenta a profissão

de serviço social (Lei n.º 8.662/1993), e do código de Ética dos

Assistentes Sociais, de 1986, julgue o item seguinte.

Apesar de o sigilo profissional constituir um direito do usuário a ser

defendido pelo assistente social, tal prerrogativa poderá ser

dispensada em caso de atuação em equipe multiprofissional, haja vista

que todas as informações relativas ao usuário devem ser transmitidas

à equipe.

Gabarito: errado

b) Código de Ética

o Código de Ética, em seus princípios fundamentais, destaca que o

documento em questão deveria se articular a movimentos de outras

categorias profissionais que partilhassem dos princípios contidos no

Código de Ética do Assistente Social e com a luta geral dos

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trabalhadores, ou seja, o assistente social deveria se “vincular” a outras

categorias profissionais que, primassem pela liberdade, autonomia, pela

emancipação e plena expansão dos indivíduos e grupos, pela democracia,

equidade e justiça social, pela eliminação de todas as formas de

preconceito, pela garantia ao pluralismo, pela qualidade dos serviços

prestados e por outros princípios tratados no respectivo documento.

Nesse sentido, podemos concluir que logo nos princípios fundamentais

é aberta uma possibilidade de interlocução com outras categorias

profissionais, princípio relevante ao pensarmos a prática

interdisciplinar. E, apesar de nela não haver informação específica

sobre a prática interdisciplinar, é possível inferir que esse princípio

deve ser adotado em práticas de tal natureza.

Qualquer atuação profissional interdisciplinar deve ser reforçada pelos

princípios trazidos pelo Código de Ética do Assistente Social, que

buscam, como sabemos, emancipar os indivíduos e grupos que vivenciam

as situações de vulnerabilidade social em suas mais diversas formas de

expressão.

O referido documento ainda trata da relação a ser estabelecida entre

o assistente social e outros profissionais, partindo de seu capítulo III.

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Disso, poderemos extrair outras informações sobre a prática que se

propõe interdisciplinar ou apenas para a prática que realizamos, e que

pressupõe o contato com outros profissionais. Essas informações falam

das orientações sobre direitos e deveres, e destacam o que é vedado ao

assistente social sempre que essas relações são estabelecidas.

O Código de Ética delimita que é um dever do assistente social, em suas

relações com outros profissionais, “ser solidário, mas denunciando atos

que contrariem esse código”, ou seja, durante o relacionamento

estabelecido com outras profissões, cabe ao assistente social ser

solidário, porém isso não exime sua responsabilidade em denunciar

faltas éticas que comprometam ou agridam os princípios contidos em

nosso código.

O referido documento ainda destaca, como dever do assistente social,

“incentivar, sempre que possível, a prática profissional interdisciplinar”,

o que deixa bastante claro que tal prática deve ser estimulada e

incentivada, desde que não fira os princípios trazidos nesse documento.

Além disso, destaca também que é dever do assistente social “respeitar

as normas e princípios éticos das outras profissões”, posto que não

temos o direito de transgredir normas e princípios a que outras

profissões também estão submetidas.

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Sobre isso, o código ainda enfatiza que, quando se fizer necessário

realizar crítica a outro profissional, que seja feito de “maneira objetiva,

construtiva e comprovável, assumindo sua inteira responsabilidade”, ou

seja, nessa relação profissional, todos os comportamentos assumidos e

atitudes adotadas devem ser orientados de forma que nenhum valor

profissional seja comprometido de forma negativa.

Art. 10 São deveres do/a assistente social:

a- ser solidário/a com outros/as profissionais, sem, todavia,

eximir-se de denunciar atos que contrariem os postulados éticos

contidos neste Código;

b- repassar ao seu substituto as informações necessárias à

continuidade do trabalho;

c- mobilizar sua autoridade funcional, ao ocupar uma chefia, para

a liberação de carga horária de subordinado/a, para fim de

estudos e pesquisas que visem o aprimoramento profissional, bem

como de representação ou delegação de entidade de organização

da categoria e outras, dando igual oportunidade a todos/as;

d- incentivar, sempre que possível, a prática profissional

interdisciplinar;

e- respeitar as normas e princípios éticos das outras profissões;

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f- ao realizar crítica pública a colega e outros/as profissionais,

fazê-lo sempre de maneira objetiva, construtiva e comprovável,

assumindo sua inteira responsabilidade.

O Código de Ética destaca algumas vedações ao assistente social, ou

seja, proibições que são impostas partindo da prática estabelecida com

outras profissões. Destaca-se a proibição de o assistente social intervir

na prestação de serviços realizada por outro profissional, com poucas

exceções: o profissional poderá intervir na prestação de serviços

empreendida por um terceiro somente se for solicitado, quando se

tratar de trabalho multidisciplinar, desde que tal metodologia seja

usada, ou quando se tratar de caso de urgência e que demande tal

intervenção.

Em ambos os casos, o referido documento pontua a importância de que

o outro profissional seja comunicado sobre a intervenção realizada. O

Código de Ética proíbe ainda que os assistentes sociais sejam coniventes

com falhas éticas ou erros praticados por quaisquer profissionais e que

venham a ferir

ou se contrapor aos princípios que estão nele contidos.

Art. 11 É vedado ao/à assistente social:

a- intervir na prestação de serviços que estejam sendo efetuados

por outro/a profissional, salvo a pedido desse/a profissional; em

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caso de urgência, seguido da imediata comunicação ao/à

profissional; ou quando se tratar de trabalho multiprofissional e a

intervenção fizer parte da metodologia adotada;

b- prevalecer-se de cargo de chefia para atos discriminatórios e

de abuso de autoridade;

c- ser conivente com falhas éticas de acordo com os princípios

deste Código e com erros técnicos praticados por assistente social

e qualquer outro/a profissional;

d- prejudicar deliberadamente o trabalho e a reputação de outro/a

profissional.

(2014) – FUNCAB - SEDS-TO: Analista em Defesa Social -

Serviço Social. A prática profissional interdisciplinar, segundo o

Código de Ética do Assistente Social, deve ser: incentivada sempre

que possível.

Gabarito: certo

(2014) – FUNCAB - PRODAM-AM: Assistente Social. Ao atuar em

equipe interdisciplinar, em consonância com o Código de Ética

Profissional, a opinião técnica do assistente social sobre o objeto de

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intervenção conjunta deve: ser abrangente suficiente, de forma a

abarcar todas as áreas do conhecimento.

Gabarito: errado

(2014) – FUNCAB - PRODAM-AM: Assistente Social. Ao atuar em

equipe interdisciplinar, em consonância com o Código de Ética

Profissional, a opinião técnica do assistente social sobre o objeto de

intervenção conjunta deve: destacar a sua área de conhecimento

separadamente.

Gabarito: certo

(2014) – COSEAC - UFF: Assistente Social. O Código de Ética

Profissional do Assistente Social em vigor estabelece alguns deveres

do assistente social com outros profissionais como o de: incentivar,

sempre que possível, a prática profissional interdisciplinar.

Gabarito: certo

(2013) – FUNCAB - PC-ES: Assistente Social

Nas relações com trabalhadores de outras profissões o assistente

social, no que concerne às normas e aos princípios éticos das outras

profissões, temo( a) dever de respeita - los.

Gabarito: certo

c) Resolução de n° 554/2009

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A resolução de n° 554/2009 trata especificamente do depoimento sem

dano, e trata-se de uma forma de oitiva utilizada no sistema judiciário

a fim de realizar inquéritos em situações processuais, mas de uma forma

que não seja agressiva. A resolução em questão é uma expressão de

grande articulação e debate do conjunto CFESS e CRESS em

decorrência de ter sido observado grande quantidade de profissionais

que atuavam no judiciário desenvolvendo ações de tal natureza. A

presente resolução destaca que, em decorrência de nossa formação, não

possuímos condições para desempenhar essas ações, que devem estar

resignadas aos funcionários que possuam habilidade para tal.

Obs: Resolução SUSPENSA, em todo o país por determinação da

sentença prolatada em 30 de abril de 2013 pelo Juiz da 1ª Vara

Federal da Seção Judiciária do Ceará.

d) A resolução de n° 557/2009

A resolução de n°

557/2009 disciplina a

emissão de pareceres e

laudos técnicos por parte

do assistente social, e nela

são realizadas inferências sobre a atuação multiprofissional que

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precisa ser por nós apropriadas ao pensarmos no trabalho

interdisciplinar.

Este documento inicia as considerações reforçando a importância do

desenvolvimento de um trabalho multiprofissional, destacando que por

meio dessa prática se torna possível uma compreensão totalitária sobre

a situação na qual está sendo realizada a intervenção. Dessa forma,

segundo o documento, torna‑se possível uma compreensão de todas as

necessidades apresentadas por um determinado ser humano.

No entanto, a resolução CFESS n° 557/2009 assevera a importância de

que a prática multiprofissional seja desempenhada com base na

competência técnica, teórico-metodológica e ético-política. O

documento afiança ainda que como não há leis específicas que

disciplinam o trabalho de tal natureza,

cada conselho de classe profissional deve se esforçar por determinar

como deve ser tal atuação, de modo que os princípios profissionais de

cada ofício não sejam feridos. No entanto, não há lei que defina a

competência, mas ela é fundamental em todas as profissões.

No que diz respeito à emissão de parecer, a resolução CFESS n°

557/2009 destaca algumas orientações e que podem e devem ser

observados no trabalho interdisciplinar. Segundo postula a resolução

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em questão, apesar de realizarmos um trabalho partilhado com outras

categorias profissionais, na emissão de qualquer parecer ou laudo,

precisamos ter a garantia de nossa autonomia, apesar de haver

necessidade do estímulo a práticas interdisciplinares.

Devemos respeitar as outras profissões, mas também precisamos que

as outras profissões respeitem nossas intervenções, garantindo que as

especificidades de nosso conhecimento sejam colocadas em prática em

favor daqueles a quem prestamos nosso serviço.

O documento ainda diz que, caso sejam

elaborados documentos específicos, de

forma conjunta, a opinião do assistente

social deve ser destacada de forma

separada dos demais profissionais. O

parecer do assistente social deverá ainda versar sobre o que for de sua

competência, de sua especificidade, e suas intervenções precisam ser

assinadas, constando também o número de registro possuído junto ao

órgão regional.

A presente resolução ainda assevera que a discussão dos casos pode ser

feita de forma partilhada entre os diversos profissionais envolvidos

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com a atuação. No entanto, o documento reforça, mais uma vez, que

os pareceres emitidos sobre os casos precisam acontecer de forma

fragmentada, individual, ou seja, cada profissional deve destacar

suas opiniões profissionais mesmo que recorra a aspectos trazidos

pela discussão empreendida em grupo.

Art. 1°. A elaboração, emissão e/ ou subscrição de opinião técnica sobre

matéria de SERVIÇO SOCIAL por meio de pareceres, laudos, perícias

e manifestações é atribuição privativa do assistente social,

devidamente inscrito no Conselho Regional de Serviço Social de sua área

de atuação, nos termos do parágrafo único do artigo 1º da Lei 8662/93

e pressupõem a devida e necessária competência técnica, teórico-

metodológica, autonomia e compromisso ético.

Art 2°. O assistente social, ao emitir laudos, pareceres, perícias e

qualquer manifestação técnica sobre matéria de Serviço Social, deve

atuar com ampla autonomia respeitadas as normas legais, técnicas e

éticas de sua profissão, não sendo obrigado a prestar serviços

incompatíveis com suas competências e atribuições previstas pela Lei

8662/93.

Art. 3º. O assistente social deve, sempre que possível, integrar equipes

multiprofissionais, bem como incentivar e estimular o trabalho

interdisciplinar.

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Parágrafo único – Ao atuar em equipes multiprofissionais, o assistente

social deverá respeitar as normas e limites legais, técnicos e normativos

das outras profissões, em conformidade com o que estabelece o Código

de Ética do Assistente Social, regulamentado pela Resolução CFESS nº

273, de 13 de março de 1993.

Art. 4°. Ao atuar em equipes multiprofissionais, o assistente social

deverá garantir a especificidade de sua área de atuação.

Parágrafo primeiro - O entendimento ou opinião técnica do assistente

social sobre o objeto da intervenção conjunta com outra categoria

profissional e/ ou equipe multiprofissional, deve destacar a sua área de

conhecimento separadamente, delimitar o âmbito de sua atuação, seu

objeto, instrumentos utilizados, análise social e outros componentes que

devem estar contemplados na opinião técnica.

Parágrafo segundo - O assistente social deverá emitir sua opinião

técnica somente sobre o que é de sua área de atuação e de sua atribuição

legal, para qual está habilitado e autorizado a exercer, assinando e

identificando seu número de inscrição no Conselho Regional de Serviço

Social.

Parágrafo terceiro - No atendimento multiprofissional a avaliação e

discussão da situação poderá ser multiprofissional, respeitando a

conclusão manifestada por escrito pelo assistente social, que tem seu

âmbito de intervenção nas suas atribuições privativas.

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(2015) – FUNRIO - UFRB: Assistente Social. O profissional

assistente social vem trabalhando em equipe multiprofissional, onde

desenvolve sua atuação, conjuntamente com outros profissionais,

buscando compreender o indivíduo na sua dimensão de totalidade e,

assim, contribuindo para o enfrentamento das diferentes expressões da

questão social, abrangendo os direitos humanos em sua integralidade, não

só a partir da ótica meramente orgânica, mas a partir de todas as

necessidades. De acordo com a Resolução 557/2009, no que diz respeito

a emissão de opinião técnica, é correto afirmar o seguinte: o

entendimento ou opinião técnica do assistente social sobre o objeto da

intervenção conjunta com outra categoria profissional e/ ou equipe

multiprofissional, deve destacar a sua área de conhecimento

separadamente, delimitar o âmbito de sua atuação, seu objeto,

instrumentos utilizados, análise social e outros componentes que devem

estar contemplados na opinião técnica.

Gabarito: certo

(2012) – VUNESP - SPTrans: Assistente Social. De acordo com a

Resolução CFESS n.º 557/2009, o assistente social, ao emitir laudos,

pareceres, perícias e qualquer manifestação técnica sobre matéria de

Serviço Social, deve atuar com ampla autonomia, respeitadas as normas

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legais, técnicas e éticas de sua profissão. O assistente social deve,

sempre que possível, integrar equipes multiprofissionais bem como

incentivar e estimular o trabalho interdisciplinar. O entendimento ou a

opinião técnica do assistente social sobre o objeto da intervenção

conjunta com outra categoria profissional e/ou equipe multiprofissional

deve conciliar as opiniões no melhor interesse do usuário.

Gabarito: errado

(2012) – VUNESP - SPTrans: Assistente Social. De acordo com a

Resolução CFESS n.º 557/2009, o assistente social, ao emitir laudos,

pareceres, perícias e qualquer manifestação técnica sobre matéria de

Serviço Social, deve atuar com ampla autonomia, respeitadas as normas

legais, técnicas e éticas de sua profissão. O assistente social deve,

sempre que possível, integrar equipes multiprofissionais bem como

incentivar e estimular o trabalho interdisciplinar. O entendimento ou a

opinião técnica do assistente social sobre o objeto da intervenção

conjunta com outra categoria profissional e/ou equipe multiprofissional

destacar a sua área de conhecimento separadamente.

Gabarito: certo

(2015) – CONSULPLAN - HOB: Técnico Superior da Saúde -

Assistente Social. Consta entre as considerações que motivaram a

Resolução do CFESS nº 557/2009, de 15 de setembro de 2009, o fato

de que o profissional assistente social vem trabalhando em equipe

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multiprofissional, em que desenvolve sua atuação, conjuntamente com

outros profissionais, buscando compreender o indivíduo na sua dimensão

de totalidade e, assim, contribuindo para o enfrentamento das

diferentes expressões da questão social, abrangendo os direitos

humanos em sua integralidade, não só a partir da ótica meramente

orgânica, mas a partir de todas as necessidades que estão

relacionadas à sua qualidade de vida. Assim, existem elementos que

devem ser destacados, delimitados ou contemplados na opinião

técnica do assistente social em situação de intervenção conjunta

com outra categoria profissional e/ou equipe multiprofissional. Com base

no contexto supracitado, juguem os itens que se seguem (Adaptada).

I. Deve delimitar seu objeto.

Gabarito: certo

II. Deve delimitar o âmbito de sua atuação.

Gabarito: certo

III. Deve contemplar a análise social em sua atuação.

Gabarito: certo

IV. Deve subordinar as demais áreas à sua área de conhecimento em nível

de hierarquia.

Gabarito: Errado

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3. A prática profissional do Assistente Social na Instituição

O termo organização, originário do grego organon, significa

instrumento.

No Dicionário Aurélio, o mesmo termo tem o significado de associação

ou instituição com objetivos definidos, e, ainda, o de ato organizado,

conformação, estrutura, planejamento. Já, tanto no dicionário de

economia (1994) quanto no de administração e finanças (1996),

encontra-se o mesmo significado para esse conceito. Nestes dicionários,

organização é conceituada como um conjunto de relações de ordem

estrutural (direção, planejamento, operação e controle) que mantém

uma empresa em funcionamento. Consiste num sistema por meio do qual

se operacionalizam e coordenam os desempenhos pessoais. Implica, pois,

em controle e previsibilidade.

Mas a organização também pode ser entendida como um arranjo

sistemático de duas ou mais pessoas que cumprem papéis formais e que

compartilham de propósitos comuns. (ROBBINS, 2000, p. 31). Pode ser

entendida, ainda, como agrupamento de pessoas, recursos (dinheiro,

equipamentos, materiais, informações e tecnologia) com o objetivo de

produzir bens e/ou prestar serviços. (TENÓRIO, 1997). Também se

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pode conceituar as organizações a partir de Parsons (1974) sendo

“unidades sociais (ou agrupamentos humanos) intencionalmente

construídas e reconstruídas, a fim de atingir objetivos específicos”.

Já, para Lapassade (1983, p.101).

A organização social é uma coletividade instituída com vistas a

objetivos definidos tais como a produção, a distribuição de bens e a

formação de homens. A organização pode ser entendida, também, como

uma estratégia de ação direcionada para a produção de bens ou de

serviços.

Estes conceitos se referem à organização de maneira ampla, incluindo

entidades com multiplicidade de objetivos como os exércitos, as

escolas, os hospitais, as igrejas, as prisões, as organizações não

governamentais e inúmeras outras denominadas de sem fins lucrativos.

Excluindo-se destes conceitos as tribos, as classes, os grupos étnicos,

os grupos de amigos e as famílias. Como se observa, as organizações,

como conceituadas até aqui sempre são formais, isto é, revestem-se de

um caráter legal (formal) e racional.

É importante chamar a atenção para, entre os diversos significados da

palavra organização apresentados até aqui, dois que merecem destaque:

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 o primeiro se vincula à idéia da ordem e sistematização, ao ato

organizador em si, que é exercido nas instituições;

 o segundo designa uma entidade em que as pessoas se engajam

para a realização de um trabalho coordenado, tomando-se como

exemplo a realidade social e econômica da fábrica, de um banco ou

de um sindicato.

Por meio dos conceitos e entendimentos até agora apresentados,

também se pode inferir que todas as organizações possuem três

características comuns.

 A primeira incide em um propósito distinto, normalmente expresso

em termos de meta ou em um conjunto de metas.

 A segunda é sua composição por pessoas.

 A terceira é o desenvolvimento em todas as organizações de uma

estrutura sistemática, que define papéis formais e limita o

comportamento de seus membros.

O termo organização se refere, então, a uma unidade que possui um

propósito definido, inclui pessoas ou membros e tem estrutura

sistemática.

As organizações estão em toda parte. Elas permeiam tão prodigamente

a sociedade, que é difícil a uma pessoa trabalhar, defender os seus

interesses e mesmo se divertir de forma isolada. É surpreendente que

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o ser humano esteja de tal forma envolvido em organizações que delas

dependa para fazer o seu trabalho, seu estudo, defender os seus

interesses, as suas reivindicações e a sua participação social. A citação

a seguir corrobora esta assertiva.

Nascemos em organizações, somos educados por

organizações e quase todos nós passamos a vida a

trabalhar em organizações. Passamos muitas

horas de lazer a pagar, a jogar e a rezar em

organiza- ções. Quase todos nós morremos numa

organização e quando chega o momento do

funeral, a maior de todas as organizações – o

Estado – precisa dar uma licença especial.

(ETIZIONI, 1980, p.70)

É importante lembrar que o Estado e o mercado possuem as suas

organizações que produzem bens e serviços. Enquanto as organizações

do Estado produzem bens e serviços associados ao bem público, as do

mercado produzem bens e serviços que a sociedade demanda para

consumo. As organizações formais podem ser, portanto, públicas e

privadas.

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O que distingue, fundamentalmente, as organizações públicas das

organizações privadas é o resultado que produzem e sua constituição.

É importante relembrar que as PÚBLICAS produzem um resultado

diretamente relacionado com o bem público; já as PRIVADAS, com

a demanda de consumo em geral.

Quanto à sua constituição, as públicas são criadas pelo Estado, regidas

pelo direito público, com competências definidas pela legislação. Já as

privadas podem realizar tudo aquilo que a lei não proíbe. Assim, a

competência e atuação da organização pública são restritas aos ditames

da legislação enquanto que a privada tem liberdade de definir seus

objetivos, suas estratégias e ações, desde que a lei não seja ferida.

No direito do Brasil, organização social ou

O.S. é um tipo de associação privada, com

personalidade jurídica, sem fins lucrativos,

que recebe subvenção do Estado para

prestar serviços de relevante interesse

público, como, por exemplo, a saúde pública. A expressão "organização

social" designa um título de qualificação que se outorga a uma entidade

privada, para que ela esteja apta a receber determinados benefícios do

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poder público, tais como dotações orçamentárias, isenções fiscais ou

mesmo subvenção direta, para a realização de seus fins.

O modelo de OS foi pensado a partir da década de 1990, e tem relação

com a ideia de organização não governamental, diferenciando-se desta

última definição apenas em relação ao campo de atuação. Em 1998,

devido ao alegado desgaste da expressão "de utilidade pública",

aprovou-se a criação da denominação "organização social", através da

Lei federal nº 9 637.

O objetivo da criação dessa lei, na época, foi o de viabilizar a

transferência de certas atividades exercidas pelo Poder Público e que,

de acordo com os autores da proposta, poderiam ser melhor exercidas

pelo setor privado, sem necessidade de concessão pública, com a

valorização do chamado terceiro setor.

Quais são os requisitos básicos?

a) não podem ter finalidade lucrativa e todo e qualquer legado ou doação

recebida deve ser incorporado ao seu patrimônio; de igual modo, os

excedentes financeiros decorrentes de suas atividades;

b) finalidade social em qualquer das áreas previstas na lei: ensino, saúde,

cultura, ciência, tecnologia e meio ambiente;

c) possuir órgãos diretivos colegiados, com a participação de

representantes do Poder Público e da comunidade;

d) publicidade de seus atos;

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e) submissão ao controle do Tribunal de Contas dos recursos oficiais

recebidos (o que já existe);

f) celebração de um contrato de gestão com o Poder Público, para a

formação da parceria e a fixação das metas a serem atingidas e o

controle dos resultados.

O Espaço institucional para o Serviço Social

Na trajetória das atividades o profissional de Serviço Social enfrenta,

permanentemente, o desafio de lidar com as questões sociais relativas

à exclusão social. Não foi de forma diferente quando se inseriu nas

organizações. Neste momento, em que se vive um processo contínuo e

dinâmico de reordenamento da ação e da produção do conhecimento, de

busca de renovação profissional a partir de um projeto ético, mais do

que nunca é necessário repensar o papel do assistente social nos espaços

das diversas formas organizacionais.

Na trajetória das atividades o profissional de Serviço Social enfrenta,

permanentemente, o desafio de lidar com as questões sociais relativas

à exclusão social. Não foi de forma diferente quando se inseriu nas

organizações. Neste momento, em que se vive um processo contínuo e

dinâmico de reordenamento da ação e da produção do conhecimento, de

busca de renovação profissional a partir de um projeto ético, mais do

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que nunca é necessário repensar o papel do assistente social nos espaços

das diversas formas organizacionais.

É fundamental pensar o processo social em curso, suas contradições e

as respostas que vêm sendo dadas às suas demandas. No que se refere

a muitas organizações que atuam na área social, parece que há uma elite

(econô- mica, política) que vem delas se apossando para institucionalizar

os seus valores e defender os seus interesses, com a ausência da

postura crítica do Serviço Social.

A discussão levada a efeito até aqui tem a sua pertinência pelo fato de

as organizações formais ou não serem espaços de trabalho nos quais os

assistentes sociais se inserem. Embora se deva levar em conta as

mudanças que vêm ocorrendo na estrutura das organizações, é muito

importante lembrar Sarmento (2000, p. 101), quando afirma que hoje se

pode perceber um forte direcionamento das funções socioinstitucionais

do Serviço Social, não mais para a execução de políticas sociais, mas

para uma base organizacional situada na função gerencial, seja das

próprias políticas sociais, seja de seus serviços ou ainda de pessoas no

interior das organizações públicas, privadas e não-governamentais.

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Neste contexto cabe ao assistente social, além das exigências da

temática, por formação, contribuir no gerenciamento e desenvolvimento

institucional e organizacional e na construção de uma nova lógica técnica

e ideopolítica. Isto será possível, a partir de uma melhor compreensão

das organizações, apresentem-se elas sob que forma for. A busca deste

saber se constitui, portanto, num compromisso profissional e ético.

Prática Profissional e Prática Social

O conceito de prática profissional pode ser entendido como um

componente específico presente dentro da prática social.

A prática social é uma categoria teórica que

permite compreender e explicitar a

constituição e as expressões do ser social e

a dinâmica social na qual se insere.

A prática profissional, assim, é resultante da especialização do

trabalho coletivo, previamente determinada pela divisão sociotécnica do

trabalho, situando-se no âmbito das relações sociais concretas com uma

dimensão historicamente determinada, que vai se particularizar em

diversos campos de trabalho vinculados ao todo social (BAPTISTA,

2009).

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Dessa forma, podemos afirmar que o Serviço Social, enquanto profissão

que ocupa um espaço na divisão sociotécnica do trabalho, desenvolve uma

prática profissional que encontra respaldo para atuação na sociedade e,

ao estabelecer relações próprias do seu processo de intervenção que

são específicas ao seu campo de ação, conecta-se e constrói vínculos na

sociedade na qual está inserido.

Nas palavras de Raichelis (1988, p. 62), a profissão ao longo de sua

trajetória assume a “atribuição de realizar a intermediação entre o

poder institucional que executa as políticas oficiais e a população

‘receptora’ dessas políticas” e como produto histórico “é condicionado

pela configuração estrutural da sociedade na qual se desenvolve e pelo

movimento tenso e conflitual das conjunturas particulares de cada

período” (idem).

Prática Institucional.

A prática institucional é resultado da prática de seus agentes

concretos e só existe quando encarnada em atores concretos que

constituem.

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Elementos que estruturam a prática institucional


Objeto institucional

Âmbito institucional

Atores

institucionais.

Objeto Institucional é aquilo sobre cuja

propriedade a instituição reivindica o

monopólio da legitimidade. O objeto

institucional não é um objeto material, mas

imaterial, impalpável, pois é esse caráter que

facilita a sua apropriação pela instituição e

sua tendência a alargar indefinidamente os limites de seu âmbito.

O objeto institucional da instituição Serviço Social é muito discutido ao

longo da sua história. Weisshaupt formula a hipótese de que o objeto

institucional do Serviço Social será algo como a cidadania efetiva da

população, entendida como o uso adequado dos aparatos de Estado

(WEISSHAUPT, 1988: 70). O assistente social tem a função política de

mediar as relações entre a população e o Estado no usufruto de seus

aparatos.

Âmbito Institucional compreende as relações

e práticas sociais concretas que sustentam o

objeto institucional. Seu único limite real são

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os limites de soberania de outras instituições sobre estas práticas

sociais. Toda instituição tende a ampliar seu âmbito de ação, e se

estenderia indefinidamente até esbarrar com o âmbito de outras

instituições, de modo que o âmbito de uma instituição é definido pela

história das lutas de sua institucionalização, no conflito com outras

instituições. O âmbito do Serviço Social portanto não é fixo, nem

definido a priori pelos profissionais e professores do Serviço Social, e

sim pelo contexto, que é conflitante.

Os atores institucionais se dividem em

internos e externos.

Atores institucionais internos “são aqueles

que diretamente “fazem” a instituição,

desenvolvendo positivamente sua ação no

quadro de um aparelho determinado” (WEISSHAPT, 1988: 28). São os

agentes em geral (em geral profissionais) e a clientela. São

subcategorizados de acordo com o grau de “saber” em relação ao objeto

institucional, o que lhes confere poder e posição estratégica em relação

à ação institucional.

Atores institucionais internos se dividem em:

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i. Agentes privilegiados são aqueles cuja prática concretiza

plenamente a ação institucional. Têm um saber pleno quanto ao

objeto institucional e a partir desse saber uma posição

estratégica em relação à ação institucional. Os assistentes sociais

são agentes privilegiados em instituições de Serviço Social, como

a antiga LBA, o SESC, o SESI.

ii. Agentes subordinados (ou agentes institucionalmente

complementares) são atores cujas práticas também estão ligadas

a ação ou objeto institucional, mas estão subordinados aos agentes

privilegiados. O Assistente Social é agente subordinado em

organizações institucionais como hospitais e hospícios. No hospício

o agente privilegiado é o psiquiatra, mas como a saúde mental (o

objeto institucional) depende da ação do assistente social junto à

família, à comunidade, às relações sociais do doente mental, o

assistente é chamado a agir em nome do objeto institucional,

porém subordinado ao poder-saber do psiquiatra.

iii. Clientela é o conjunto de indivíduos atingidos efetivamente pela

ação institucional. São os atores cuja relação com a instituição é

objeto da ação institucional.

Atores institucionais externos (ou contextuais)

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são agentes que não têm ação direta nas instituições, estão fora delas,

mas podem interferir “negativamente” nelas. “Os mandantes podem

paralisar a ação institucional, impedindo os agentes institucionais de

agir, mas não podem agir em seu lugar, senão tornando-se, por sua vez,

agente institucional” (GUILHON, 1978: 75).

2014 – FGV - AL-BA: Técnico de Nível Superior - Assistência

Social. O Assistente Social é considerado um agente subordinado ou

privilegiado nos espaços institucionais, em função de sua

a) localização na hierarquia institucional.

b) adesão ao poder institucional.

c) relação com o objeto institucional.

d) trajetória na estrutura organizacional.

e) competência teórica e profissional.

Gabarito: C

2016 – IADES - CRESS-MG: Agente Fiscal - Assistente Social.

O trabalho de fiscalização do(a) agente fiscal pode ser incrementado

a partir da utilização de técnicas e recursos para a análise

institucional. Esse tipo de trabalho envolve o (a)

a) reconhecimento do objeto institucional e das contradições entre os

atores institucionais.

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b) institucionalização dos profissionais.

c) desvencilhamento entre a estrutura social e as regulamentações

organizacionais.

d) priorização dos riscos econômicos em relação às vulnerabilidades

sociais.

e) fortalecimento do poder instituído.

Gabarito: A

2013 – FGV - FUNDAÇÃO PRÓ-SANGUE: Assistente Social.

Considerando a inserção do Assistente Social em uma organização

de prestação de serviços de saúde, assinale a afirmativa correta.

a) É um agente privilegiado, pois é o responsável por realizar

plenamente a função social da instituição.

b) É um agente subordinado, pois reproduz os discursos e as

práticas dos agentes privilegiados.

c) É um agente privilegiado, pois representa os interesses dos

grupos institucionais dominantes.

d) É um agente subordinado, pois viabiliza a apropriação do objeto

institucional pelos agentes sociais.

e) É um agente privilegiado, pois realiza plenamente o objeto e os

objetivos da ação institucional.

Gabarito: D

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As relações entre o assistente social, o usuário e seu objeto da prática

estão submetidos a limites organizacionais e institucionais, e situados

em um dado contexto histórico. Sua autonomia fica sujeita às relações

de propriedade, saber e poder entre os atores; fica limitada pelo ponto

de vista da racionalidade da organização, da legitimidade da instituição

e da articulação “contextual” que determina o lugar do Serviço Social

na divisão sociotécnica do trabalho.

Desta forma, o assistente social se queixa que suas dificuldades estão

ligadas a uma deficiência teórica no período de formação, que não

permite dar conta da complexidade da prática, e desloca sua queixa para

questões técnicas. É freqüente o aluno de Serviço Social se queixar da

falta de ferramental para a realidade de seu estágio, porém a questão

operacional no Serviço social é até privilegiada em termos de técnicas,

pois as pega de vários campos de conhecimentos diferentes.

No cotidiano da prática, junto às questões emergentes, pode parecer ao

assistente social que lhe falte técnica para exercer sua profissão. A

questão é que, para aplicar qualquer técnica, o profissional está

submetido às normas organizacionais, a saberes institucionais e ao

contexto histórico. O assistente social critica o contexto histórico (a

luta de classes), mas não estuda concretamente as relações entre saber

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e poder e a micropolítica que se dá dentro de uma organização

institucional. Toda prática profissional tem uma dimensão técnica, uma

dimensão institucional e uma dimensão contextual. Falta, portanto, o

estudo da dimensão institucional da prática profissional:

“Concretamente, evidencia-se um problema de formação, já que a

representação implícita do campo profissional transmitida na escola, em

geral, não corresponde às condições institucionais de fato impostas à

prática”. (WEISSHAUPT, 1988: 108)

4. Serviço Social e Sociojurídico. Judicialização.

I. Trajetória histórica

O termo “sociojurídico” é relativamente recente na história do Serviço

Social brasileiro. Ele surge, segundo Borgianni (2004), a partir da

iniciativa da Editora Cortez de publicar uma edição da Revista Serviço

Social & Sociedade nº 67, de 2001, com artigos que versassem sobre a

inserção profissional no Poder Judiciário e o Sistema Penitenciário.

Segundo a autora, no entanto, não foi possível fazer referência direta

a esses espaços, porque

[...] é toda nossa intervenção [de assistentes

sociais] com o universo do jurídico, dos

direitos, dos direitos humanos, direitos

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reclamáveis, acesso a direitos via Judiciário

e Penitenciário. (BORGIANNI, 2004, p. 44 e

45).

Coincidentemente, a Comissão Organizadora do X CBAS, realizado em

2001, no Rio de Janeiro, programou a realização de um painel para a

apresentação de trabalhos de profissionais que abordassem essas

mesmas questões.

O termo usado para nominar o painel foi “sociojurídico”. A partir de

então, várias foram as iniciativas para se aproximar e conhecer melhor

a atuação profissional nessas instituições. Entretanto, a deliberação do

32º Encontro Nacional CFESS/CRESS, realizado em 2003, em

Salvador/BA, foi um marco, conforme segue:

Realizar o primeiro Encontro Nacional de

Serviço Social na área sóciojurídica,

precedido de Encontros

Regionais/Estaduais, no 33º Encontro

Nacional CFESS/CRESS (2004),

considerando a necessidade de ampliar, articular e aprofundar este

debate. (CFESS, 2003, p. 19).

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O evento aprovado em 2003 ocorreu em 2004, em Curitiba/PR intitulado

I Seminário Nacional do Serviço Social no Campo Sociojurídico. Neste

seminário, entre outras discussões, foi recomendado que os CRESS de

todo país fomentassem e articulassem comissões que discutissem e

sistematizassem os elementos que caracterizassem o exercício

profissional de assistentes sociais nesse campo (FÁVERO, 2012, p. 123).

Se o leitor prestar atenção, já em 2004 é possível identificar o embrião

de uma polêmica que ainda não se esgotou entre os autores que se

debruçam a estudar esse tema. Em 2003, a redação da deliberação

aprovada falava na realização de um encontro nacional do Serviço Social

na “área” sociojurídica; o título do evento de 2004 se referia ao “campo”

sociojurídico.

Ainda, é possível identificar outras tentativas de definição, com menor

repercussão no debate da categoria, como “esfera” sociojurídica

(IAMAMOTO, 2004) ou “sistema” sociojurídico. Contudo, salta aos

olhos que hoje o debate se centra na tentativa de definir se é “área” ou

“campo” sociojurídico.

A concepção de “sistema” parece-nos que já

foi superada na literatura profissional sobre

o tema, sendo bastante residual a utilização

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desse termo. A principal crítica a ele dá-se justamente por se reportar

a uma concepção estrutural-funcionalista de organização das

instituições sociais, sem atentar-se para as intensas mediações e

contradições que existem entre as diferentes esferas de poder e as

relações entre tais instituições.

O termo “sociojurídico” mantém-se vivo no universo profissional (e se

expandindo para outros sujeitos), desde o momento em que os temas

passaram a compor a agenda de debates do Serviço Social brasileiro. A

insistência no termo revela uma característica importante que informa

os debates recentes da profissão: a importância que a dimensão jurídica

ganhou no cotidiano das práticas profissionais.

Isso não desmerece uma observação de fundamental importância para o

Serviço Social. A inserção profissional no Judiciário e Sistema

Penitenciário data, no Brasil, da própria origem da profissão. Iamamoto

e Carvalho (1982) revelam, por exemplo, que um dos primeiros campos

de trabalho de assistentes sociais na esfera pública foi o Juízo de

Menores do Rio de Janeiro, então capital da República. Emergente

diante do agravamento dos problemas relacionados à “infância pobre”, à

“infância delinquente”, à infância abandonada”, manifestos publicamente

no cotidiano da cidade, o Serviço Social é incorporado a essa instituição

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Aula 03

como uma das estratégias de tentar manter o controle almejado pelo

Estado sobre esse grave problema que se aprofundava no espaço urbano.

Assim tornou-se tributária

do próprio movimento da

história recente em nosso

país, que engendrou tanto

uma crescente

judicialização dos conflitos sociais, quanto a justiciabilidade dos

direitos sociais.

2015- FGV- DPE-MT: Assistente Social. A sistematização dos

atendimentos realizados pela equipe do Serviço Social de uma

instituição pública demonstrou que uma série de orientações e

encaminhamentos realizados pelos assistentes sociais estava

associada aos serviços da Defensoria Pública.

Por meio da análise do material resultante dessa sistematização, foi

possível observar que essa dinâmica se vincula à tendência de

encaminhar ao Poder Judiciário, ou à área jurídica, os casos que

poderiam ou deveriam ser atendidos no âmbito da esfera política.

Essa tendência ocorre em virtude da

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a) pauperização relativa da classe trabalhadora e da judicialização dos

conflitos sociais.

b) judicialização dos conflitos sociais e da justiciabilidade dos

direitos sociais.

c) criminalização da pobreza e do Estado Penal.

d) judicialização dos direitos sociais e da radicalização da

universalização das políticas públicas.

e) resolução da questão social e da radicalização da democracia.

Gabarito: B

Décadas 1930/1940

 Surgimento com a criação dos Juizados de Menores e das

primeiras escolas de Serviço Social – Rio de Janeiro/ São Paulo.

Décadas 1950/ 1960/1970

 Estruturação do Serviço Social Penitenciário e reconhecimento

Institucional da prática do Serviço Social Judiciário e

Penitenciário.

 Ditadura Militar - ascensão e crise – emergência dos movimentos

sociais de luta contra o regime e pela redemocratização da

sociedade brasileira.

Décadas de 80

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Aula 03

 Movimento de Reconceituação do Serviço Social - influência do

pensamento authusseriano e gramsciano na profissão.

 Identificação das práticas do Serviço Social no campo

penitenciário e judiciário com o poder coercitivo do Estado/

conivência com o sistema de opressão e controle das populações

marginalizadas.

 Restabelecimento do Estado Democrático de Direito/

Constituição de 1988 x Serviço Social: ênfase na concepção de

Estado, instituição e prática profissional como espaço

contraditório – possibilidades e limites.

 Implantação do novo currículo, consolidação da organização

político-sindical dos assistentes sociais, reformulação e Código de

Ética (1986).

 Revalorização da prática profissional no campo sóciojurídico – a

categoria reconhece o direito de acesso a justiça como parte

integrante da cidadania.

 III Congresso Brasileiro de Assistente Sociais – 1989 – Congresso

da Virada.

Dos anos 90 à atualidade

 Promulgação do ECA/1990 – contribuição na revalorização da

prática do serviço social no campo sóciojurídico.

 Código de Ética Profissional de 1993;

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Aula 03

 Regulamentação da profissão de serviço social com a Lei 8.

662/93;

 Elaboração das atuais diretrizes curriculares da formação

profissional em Serviço Social.

2001

 Realização do 10º CBAS; Mobilização,organização e debate sobre

o campo; Publicação de edição especial da revista Serviço Social e

Sociedade sobre temas sóciojurídicos (Nº 67);

 O termo campo (ou sistema) sócio-jurídico passa a ser utilizado

por Eunice Fávero para identificar conjunto de áreas de atuação

em que as ações do serviço social se articulam a ações de natureza

jurídica, abrangendo: o sistema Penitenciário e Prisional, o sistema

de segurança, os sistemas de proteção e acolhimento, as

organizações que executam medidas socioeducativas conforme

previstas no ECA, além do Ministério Público e das Defensorias

Públicas.

2003

 Publicação de Eunice Fávero “O estudo social em perícias, laudos

e pareceres técnicos”.

2004

 I Encontro Nacional de Assistentes Sociais do campo sóciojurídico

em Curitiba; Demarcação do Serviço Social no campo como

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Aula 03

trabalho especializado na interseção com o direito e a justiça na

sociedade.

 Atualidade: Realização de novos eventos e crescimento da

literatura especializada na área; ênfase na dimensão investigativa

x qualificação do exercício profissional.

2006

 27º Encontro de Assistente Social do Estado do Maranhão – Mini-

curso sobre Serviço Social no Campo Sociojurídico – Prof. Graça

Turk

 Comissão Sociojurídicos, constituída pelo CRESS

2008

 I Encontro Estadual de Assistentes do Ministério Público do

Maranhão

 29º Encontro de Assistente Social do Estado do Maranhão – Mini-

curso sobre Serviço Social no Campo Sociojurídico

 Estágios Supervisionados no campo

II. Processo de trabalho do Assistente Social no campo

sociojurídico

O Trabalho do assistente social no campo sóciojurídico se caracteriza

por uma prática de operacionalização de direitos, de compreensão dos

problemas sociais enfrentados pelos sujeitos no seu cotidiano e suas

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inter-relações com o sistema de justiça. Além disso, esse espaço

profissional permite a reflexão e a análise da realidade social, da

efetivação das leis e de direitos na sociedade, possibilitando

desenvolvimento de ações que ampliem o alcance dos direitos humanos

e a eficácia da ordem jurídica em nossa sociedade. (CHUAIRI 2001).

As respostas que a profissão organiza em relação às necessidades de

uma determinada organização cuja função social determina uma forma

ou formas de ações específicas é que vão caracterizar uma maneira

particular de intervenção, que exige sempre conhecimento específicos,

relacionados à natureza do trabalho da organização e as características

do seu foco ou objeto central de trabalho. Todavia o núcleo de

fundamentação é o mesmo, em qualquer delas” (Fávero).

III. Fundamentação teórico-metodológica

Becessidade de romper com a atividade burocrática e rotineira

(tarefeiro) que reduz o trabalho do As. Social a mero emprego . O

EXERCÍCIO DA PROFISSÃO É MAIS DO QUE ISSO “é uma ação de

um sujeito profissional que tem competência para propor, negociar

com a instituição seus projetos, para defender seu campo de

trabalho, suas qualificações e funções profissionais. Requer pois ir

além das rotinas institucionais.

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a) Fundamentos constitutivos do Serviço Social:

Dimensões ético-política (poder),

Teórico-metodológica (saber) e

Técnico-operativa (fazer).

Estas dimensões:

Interagem enquanto mediações da prática profissional nos

diferentes espaços sociocupacionais. (Martinelli, 2005)

Caracterizam e fundamentam a intervenção nesses espaços, e a

elas se somam os conhecimentos relativos e elas se somam os

conhecimentos relativos às peculiaridades e especificidades de

cada área de intervenção.

a) Processo metodológico específico do Serviço Social.

Finalidade: conhecer com profundidade, e de forma crítica, uma

situação ou expressão da questão social, objeto da intervenção

profissional - especialmente nos seus aspectos sócio-econômicos

e culturais.

Fundamentação teórica, ética e técnica, com suporte no

projeto da profissão: direciona sua devida utilização para o

acesso, garantia e ampliação de direitos dos sujeitos usuários dos

serviços sociais, nas diversas áreas em que venha a ser utilizado.

(In Fávero, 2003)

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Fundamentação teórico-metodológica Código de Ética do Assistente

Social nega a base filosófica/conservadora – baseada na ética da

neutralidade. Apresenta a adesão política e ética a um novo projeto

societário, que propicie o plena expansão, emancipação e autonomia dos

indivíduos sociais, com base em novos valores , supondo assim, a

erradicação de todos os processos de exploração, opressão e alienação.

Trajetória para a afirmação de um novo perfil profissional, não mais

subalterno e apenas executivo, mas competente: teórica, técnica,

política e eticamente

IV. Expressões da questão social

No trabalho (sem trabalho/trabalho precário/sem renda/baixa

renda/desregulamentação)

Na cidade (ausência/insuficiência de políticas sociais: moradia,

transporte, alimentação, saúde, educação,violência urbana -

desterritorialização, desenraizamento)

A família desagregação, conflitos, abandono, família

monoparentais, gravidez na adolescência,

Dependências: alcoolismo, drogadição;

Pobreza: carência socioconômica/ cultural, precariedade

habitacional, de saúde; exclusão social, expectativa de vida

limitada;

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Violência: intrafamiliar, abuso sexual, negligência, tráfico e uso de

drogas, violência urbana, contra a mulher; conflitos, vitimização,

mulher/mãe, gênero

V. Competências e atribuições do Serviço Social no campo

sóciojurídico.

Realizar perícias e estudos sociais, bem como informações e

pareceres da área de sua competência, em consonância com os

princípios éticos de sua profissão.

Planejar, e executar programas destinados à prevenção e

integração social das pessoas e grupos envolvidos em questões

judiciais.

Planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para

análise social, dando subsídios para ações e programas no âmbito

jurídico;

Participar de programas de prevenção e informação de direitos à

população usuária dos serviços jurídicos;

Treinamento, supervisão e formação de profissionais e estagiários

nesta área.

Assessorar e prestar consultoria aos órgãos públicos do campo

sóciojurídico, bem como a serviços de assistência jurídica e

demais profissionais deste campo.

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VI. Atuação do Assistente Social.

Na realidade social e no espaço contraditório entre a coerção, o

controle e o disciplinamento individualizado e individualizante –

construído ao longo da história e a intervenção profissional na direção

do acesso, da garantia e efetivação de direitos da população com a qual

o profissional trabalha.

Fazer
Porder
Saber

Prezados alunos, sobre a Metodologia de trabalho do Assistente

Social, já vimos na aula 03. Esse assunto é muito cobrado em provas

de concurso, por isso revise-o, pois vai cair em sua prova.

Estudo Social

Relatório Social

Instrumental Técnico-Operativo (Observação, escuta sensível,

entrevista...)

Perícia Social

Laudo Social

Parecer Social

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Aula 03

Bons estudos e até a próxima.

01.
05.(2013) - CESPE
Exercícios para -MPU:
fixaçãoAnalista - Serviço Social
do conteúdo

01. (2015)- CESPE -DEPEN: Serviço Social

Com relação às condições e relações de trabalho e espaços sócio-

ocupacionais do assistente social, julgue o item subsecutivo.

Nas ultimas décadas, os estudos e pesquisas na área centraram-se na

análise do processamento do trabalho do assistente social em suas

múltiplas determinações, em uma profícua associação entre os

fundamentos do serviço social e o trabalho profissional cotidiano em

seus diferentes espaços sócio-ocupacionais.

02. (2015)- CESPE -DEPEN: Serviço Social

Acerca das diferentes práticas exercidas pelo assistente social, julgue

o próximo item.

Ao assistente social que atue em equipe multiprofissional é facultado

assinar pareceres em conjunto com membros de outras categorias

profissionais.

03. (2014)- CESPE -TJ-SE: Analista Judiciário - Serviço Social

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Aula 03

Julgue o item seguinte , relativo ao trabalho em equipe como estratégia

para promover mudanças nos processos de trabalho.

A submissão às normas é secundária no trabalho em equipe, de modo a

impedir interferência na autonomia de seus integrantes.

04. (2014)- CESPE -TJ-SE: Analista Judiciário - Serviço Social

Julgue o item seguinte , relativo ao trabalho em equipe como estratégia

para promover mudanças nos processos de trabalho.

O desenvolvimento do trabalho em equipe na perspectiva

interdisciplinar isenta os diferentes profissionais de exporem suas

análises particulares, a partir da compreensão de que, frente a objetos

comuns, ocorre unificação das identidades.

05. (2014)- CESPE -TJ-SE: Analista Judiciário - Serviço Social

Com relação às competências do assistente social, julgue o item que se

segue.

A apropriação de novos espaços profissionais implica a consolidação do

saber profissional expresso pelo uso de instrumentos técnico-

operativos, tais como pareceres e laudos que, elaborados em conjunto,

devem advir do consenso entre os participantes da equipe, dispensando-

se posicionamento específico vinculado à sua atribuição.

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06. (2014)- CESPE -TJ-SE: Analista Judiciário - Serviço Social

Com relação às disposições da legislação que regulamenta a profissão de

serviço social (Lei n.º 8.662/1993), e do código de Ética dos Assistentes

Sociais, de 1986, julgue o item seguinte.

Apesar de o sigilo profissional constituir um direito do usuário a ser

defendido pelo assistente social, tal prerrogativa poderá ser

dispensada em caso de atuação em equipe multiprofissional, haja vista

que todas as informações relativas ao usuário devem ser transmitidas à

equipe.

07. (2013)- CESPE -MPU: Analista - Serviço Social

A respeito da atuação profissional do assistente social, julgue o item

subsequente.

A emissão de pareceres conjuntos entre o assistente social e outros

profissionais é permitida apenas quando a situação for discutida pela

equipe multidisciplinar e encaminhada a outras instituições para

continuidade do atendimento.

08. (2013)- CESPE -DEPEN: Serviço Social

As resoluções do Conselho Federal de Serviço Social são importantes

instrumentos de orientação e normatização do exercício profissional

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dos assistentes sociais. Com base nessas resoluções, julgue os itens

seguintes.

Ao atuar em equipes multiprofissionais, o assistente social deve

garantir a especificidade de sua área de atuação separadamente, bem

como seu objeto, instrumentos utilizados, análise social e outros

componentes que devem constar da opinião técnica

09. (2013)- CESPE -SERPRO: Analista - Serviço Social

Acerca das novas demandas e áreas de atuação que se apresentam para

o serviço social, julgue os itens que se seguem.

O profissional de serviço social não deve se concentrar na delimitação

de um saber específico quando atua em equipes interdisciplinares, pois

esta perspectiva requer basicamente que os profissionais se atenham a

um referencial teórico comum.

10. (2012- CESPE -TJ-AC: Analista Judiciário - Assistência Social

Em caso de emissão de pareceres, laudos e perícias e de manifestações

de assistentes sociais, deve-se garantir a delimitação, em separado, da

opinião técnica desse profissional quando a atuação for realizada em

equipes multiprofissionais, ainda que o objeto de intervenção seja

comum a outras categorias.

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11. (2012) - CESPE -TJ-AC: Analista Judiciário - Assistência

Social

O trabalho interdisciplinar é realizado em situações em que o objeto de

intervenção é comum a diferentes profissões, o que leva a uma diluição

das competências e da identidade dos profissionais de diferentes áreas.

12. (2012)- CESPE -TJ-AL: Analista Judiciário - Serviço Social

A respeito da atuação em equipe multiprofissional e interdisciplinar,

assinale a opção correta.

a) Uma equipe de trabalho multiprofissional é sempre interdisciplinar.

b) A equipe multidisciplinar compõe-se de mais de um profissional da

mesma área envolvida no trabalho a ser realizado.

c) A equipe interdisciplinar reúne disciplinas com objetivos

diferenciados e profissionais mediados pelo diálogo entre si.

d) Na equipe transdisciplinar, as relações internas são hierarquizadas.

e) Os trabalhos em parceria são intrinsecamente interdisciplinares.

13. (2012)- CESPE -MPE-PI: Analista Ministerial - Serviço Social

A parceria incrementada no mesmo espaço profissional, onde diferentes

ângulos de intervenção são produzidos, ainda que não ocorra

sistematização de uma proposta comum, configura uma prática

interdisciplinar.

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14. (2011)- CESPE -EBC: Analista - Serviço Social

O trabalho em equipe interdisciplinar permite que o parecer acerca de

determinada situação seja emitido conjuntamente pelos profissionais

nela envolvidos, de modo que o assistente social pode manifestar-se por

escrito a respeito de áreas de atuação diferentes da sua.

15. (2011)- CESPE -EBC: Analista - Serviço Social

A inserção de profissões na divisão social e técnica do trabalho e a

constituição de determinada cultura profissional são consideradas

possíveis inviabilizadoras de práticas interdisciplinares

16. (2011)- CESPE -EBC: Analista - Serviço Social

No trabalho em equipe, é indispensável impedir a instalação de conflitos,

a fim de se manter a harmonia entre competências e backgrounds

profissionais distintos e a colaboração interdisciplinar.

17. (2015) – FGV - DPE-MT: Assistente Social

João é assistente social da Vara de Família há 15 anos. Como forma de

contribuir com o seu constante aprimoramento intelectual e

profissional, ele costuma exercer a supervisão de estágio de acadêmicos

em Serviço Social. João observou que, entre as principais dúvidas dos

alunos sob sua supervisão, está a atuação do assistente social em

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equipes multiprofissionais e os procedimentos e a elaboração de

instrumentos como a perícia social, o laudo social e o parecer social.

Com relação a emissão de pareceres, de laudos e de opiniões técnicas

do assistente social em conjunto com outros profissionais, o CFESS

dispõe que o Assistente Social deverá emitir sua opinião técnica

somente sobre sua área de atuação e sua atribuição legal, para as quais

está habilitado e autorizado.

18. (2015) – FUNRIO - UFRB: Assistente Social

Determinado conceito delimita a separação entre as ciências e a

conformação de que cada disciplina dê sua contribuição, preservando a

integridade de seus métodos e conceitos, e dialoga de forma a

desconsiderar a supremacia de certa ciência em detrimento da outra.

Este conceito é denominado interdisciplinar.

19. (2011)- CESPE -Correios: Analista de Correios - Assistente

Social

Considerando as diferentes concepções de interdisciplinaridade, julgue

os itens subsequentes.

Todo trabalho desenvolvido em parceria entre profissionais de áreas

distintas, por ser desenvolvido em um mesmo espaço profissional, é

considerado interdisciplinar.

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20. (2011) - CESPE -Correios: Analista de Correios - Assistente

Social

Considerando as diferentes concepções de interdisciplinaridade, julgue

os itens subsequentes.

A atuação em equipe interdisciplinar permite ao assistente social e aos

profissionais de outras áreas regulamentadas a elaboração, emissão

e(ou) subscrição de opinião técnica sobre matéria de serviço social, por

meio de pareceres, laudos e perícias. Na formulação desses documentos,

a participação das diversas áreas é ampla, sem a delimitação do objeto

de cada uma.

21. (2010)- CESPE -SERPRO: Analista - Serviço Social

A atuação em equipe exige do assistente social a observância dos

princípios ético-políticos e, principalmente, a desconstrução da ideia de

que, ao desenvolver ações coordenadas deve adotar a identidade do

grupo, em detrimento de suas particularidades profissionais.

22. 2008)- CESPE -TJ-DFT: Analista Judiciário - Serviço Social

De acordo com a lei de regulamentação da profissão, a realização de

vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e pareceres

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sobre matéria de serviço social pode ser partilhada com profissionais

de equipe multidisciplinar.

23. (2013) – CESPE - MPU: Analista - Serviço Social

Com relação às condições e relações de trabalho e espaços sócio-

ocupacionais do assistente social, julgue o item subsecutivo.

A mercantilização e refilantropização do atendimento às necessidades

sociais, por serem estratégias de respostas político institucionais a

questão social, não apresentam consequências para as condições e

relações de trabalho do assistente social.

24. (2010) – CESPE - TRE-BA Analista Judiciário - Assistência

Social

As condições de trabalho e as relações sociais em que estão inscritos

os assistentes sociais devem estar dissociadas da contrarreforma do

Estado, por considerar que essa não tem relação direta com o espaço

ocupacional do serviço social.

25. (2013) – CESPE - MPU: Analista - Serviço Social

Com relação às condições e relações de trabalho e espaços sócio-

ocupacionais do assistente social, julgue o item subsecutivo.

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Nas ultimas décadas, os estudos e pesquisas na área centraram-se na

análise do processamento do trabalho do assistente social em suas

múltiplas determinações, em uma profícua associação entre os

fundamentos do serviço social e o trabalho profissional cotidiano em

seus diferentes espaços sócio-ocupacionais.

26. (2013) – CESPE - MPU: Analista - Serviço Social

Com relação às condições e relações de trabalho e espaços sócio-

ocupacionais do assistente social, julgue o item subsecutivo.

Acerca do mercado de trabalho do assistente social, os estudos

constatam que mesmo com a predominância majoritária do trabalho

assalariado em instituições públicas de natureza estatal, encontra-se

em crescimento nos últimos anos o exercício profissional privado

autônomo do assistente social, por subcontratação individual por parte

das empresas de serviços ou de assessoria na prestação de serviços aos

governos, de caráter temporário.

27. (2011) – CESPE - TJ-ES: Analista Judiciário - Serviço Social

O assistente social, ao considerar o Estado como bem-estar e a

instituição como aparelho funcional, baseia sua prática profissional em

uma concepção acrítica das relações sociais.

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28. (2011) – CESPE - Correios: Analista de Correios - Assistente

Social

Julgue os itens de 59 a 65, relativos ao Código de Ética do profissional

de Serviço Social.

29. (2014) – CESPE - TJ-SE: Analista Judiciário - Serviço Social

No que tange às áreas e demandas profissionais do assistente social,

julgue o item subsequente.

A centralidade da questão social como matéria do serviço social permite

que se considere a inserção profissional do assistente social nos

Poderes Legislativo e Judiciário, haja vista essas esferas não possuírem

função executiva das políticas sociais públicas.

30. (2010) - CESPE – DPU: Assistente Social

No cenário contemporâneo, considera-se tendência e desafio do serviço

social

a) o enfrentamento da partilha de demandas, tanto na esfera pública

quanto no setor privado, diante das perspectivas desregulamentadoras

dos mercados de trabalho.

b) uma rigorosa formação teórico-metodológica, com padronização das

teorias sociais voltadas à consolidação dos modelos flexíveis de

acumulação do capital.

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c) a exigência de competência profissional fundamentada em uma

racionalidade própria da burocracia.

d) a necessidade de competência técnica que reforça o saber fazer,

independentemente da vontade política dos sujeitos.

e) a defesa de alternativas privatistas da questão social, conforme

preconizado no projeto ético-político profissional hegemônico.

31. (2015) – CONSULPLAN - HOB: Técnico Superior da Saúde -

Assistente Social

A possibilidade de imprimir uma direção social ao exercício do Serviço

Social, moldando o seu conteúdo e o modo de operá-lo, decorre da

relativa autonomia de que dispõe o assistente social resguardada

pela legislação profissional e passível de reclamação judicial. Essa

autonomia é dependente da correlação de forças econômicas, políticas

e culturais em nível societário e se expressa, de forma particular, em

distintos espaços ocupacionais construídos na relação com sujeitos

sociais determinados. Em relação aos espaços ocupacionais

supracitados, em que os assistentes sociais exercem suas competências

e atribuições profissionais resguardadas pela legislação, marque V para

as alternativas verdadeiras e F para as falsas.

( ) No Estado (no Poder Executivo e Ministério Público, no Judiciário

e no Legislativo).

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Serviço Social
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( ) Nas empresas capitalistas.

( ) Nas organizações político-sindicais.

( ) Nas organizações privadas não lucrativas.

( ) Nas instâncias públicas de controle democrático (Conselhos

de Políticas e de Direitos, conferências, fóruns e ouvidorias).

A sequência está correta em

a) V, F, F, V, V.

b) F, V, F, V, F.

c) F, V, V, V, F.

d) V, V, V, V, V.

32. (2014) – FGV - TJ-RJ: Analista Judiciário - Especialidade

Assistente Social

TEXTO 1 - A partir dos anos 1970, com a primeira grande crise do

capitalismo após os “30 anos gloriosos”, as proposições neoliberais

ganham fôlego no mundo. Nas palavras de Netto (1996: 99): “Também o

Estado burguês, mantendo o seu caráter de classe, experimenta um

redimensionamento considerável. A mudança mais imediata é a

diminuição de sua ação reguladora, especialmente o encolhimento de

suas ‘funções legitimadoras’ (O’Connor, 1977): quando o grande capital

rompe o ‘pacto’ que suportava o Welfare State, começa a ocorrer a

retirada das coberturas sociais públicas e tem-se o corte nos direitos

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sociais (...).” Depreende-se, portanto, que as repercussões desta crise

impactam diretamente os trabalhadores e amplificam a “questão social”.

Considerando a temática discutida no texto 1, para os defensores do

neoliberalismo, a fórmula para sair da crise deveria incluir:

a) a ampliação da proteção social; a financeirização; e a taxação das

grandes fortunas;

b) a valorização da cidadania; o combate às ditaduras políticas; e a

universalização das políticas sociais;

c) o desmonte dos direitos sociais; o rompimento do poder dos

sindicatos; e a restauração da taxa natural de desemprego;

d) o aumento dos gastos estatais na área social; o pleno emprego; e a

privatização;

e) o Estado mínimo; a moratória da dívida externa; e a reforma

tributária.

33. (2014) – FGV - TJ-RJ: Analista Judiciário - Especialidade

Assistente Social

A orientação neoliberal assumida pelos Governos no Brasil nos últimos

25 anos repercutiu sobre as políticas sociais (notadamente aquelas

vinculadas à Seguridade Social) e também sobre o exercício profissional

do assistente social no âmbito dessas políticas. A partir da análise deste

contexto, muitos autores vinculados à teoria crítica avaliam que há uma

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tendência à redefinição no próprio trabalho profissional do assistente

social, que passa a ser requisitado para:

a) gerir a pobreza através de critérios de elegibilidade para benefícios

seletivos;

b) combater a desigualdade social por meio de políticas universais;

c) elaborar projetos de intervenção que visem a emancipação das

populações carentes;

d) atuar junto aos movimentos sociais a fim de capacitá-los para o

exercício da cidadania plena;

e) mobilizar entidades classistas para análise da conjuntura e

reivindicação de direitos coletivos.

34. (2010) – CESGRANRIO - Petrobras: Assistente Social Júnior

"Os novos padrões de trabalho, pautados na introdução de novas

tecnologias, implicam a máxima utilização da força de trabalho: cada

trabalhador torna-se responsável pelo gerenciamento do seu trabalho e

também um elo na integração cada vez maior na relação equipe/sistema.

[...] O trabalhador deve ser capaz de analisar, tomar decisões, controlar

situações inesperadas e, ao mesmo tempo, deve ter uma capacidade de

comunicação e de trabalho coletivo, porque a natureza coletiva do

trabalho e sua autonomia tornaram- se quase extrínsecos à organização

do trabalho"

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CESAR, M. J., in MOTA, A. E., org.: A nova fábrica de consensos. S.

Paulo: Cortez, 1998, p. 138.

Tendo o texto como referência, analise as afirmativas a seguir.

I - A organização e o controle do trabalho mencionados no texto são

típicas do pós-fordismo.

II - A gestão da força de trabalho, empregada nas condições

explicitadas no texto, implica a consideração da subjetividade do

trabalhador.

III - A cultura empresarial adequada a esse modo de gestão da força

de trabalho foi antecipada pela administração taylorista.

Está correto o que se afirma em

a) I, apenas.

b) III, apenas.

c) I e II, apenas.

d) II e III, apenas.

e) I, II e III.

35. (2009) – FUNRIO - INSS: Analista - Serviço Social

As modificações no papel do Estado, como conseqüência da

mundialização, incidem liminarmente no conjunto da classe

trabalhadora, provocando a sua polarização em:

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a) trabalhadores regulares especializados e salários mais elevados; e

outros trabalhadores com habilidades facilmente encontradas no

mercado e sujeitos às flutuações salariais

b) trabalhadores altamente organizados sindicalmente, enquanto

outros pertencem ao grupo dos chamados dessindicalizados.

c) um grupo de trabalhadores temporários e outro de trabalhadores

de tempo parcial.

d) funcionários públicos estatais, em contraposição aos trabalhadores

do Terceiro Setor.

e) um grupo constituído por empregados estáveis, e outro somente por

terceirizados.

36. (2013) - CESPE - SERPRO: Analista - Serviço Social

Os processos de trabalho relacionam-se a questões de poder e saber,

que configuram um campo de possibilidades e limites de ação definidos

em estratégias subjetivas e objetivas. O que está em jogo na

intervenção não são manifestações isoladas, mas questões complexas,

que para serem compreendidas implicam a consideração do

reconhecimento legal, da disponibilidade de recursos, das relações inter

e intrainstitucional e das condições de trabalho e vida da população.

Nesse sentido, é importante trabalhar o empowerment ou o

fortalecimento do oprimido.

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Acerca da análise institucional e das estratégias de resolução de

conflitos, julgue os próximos itens.

O profissional de serviço social deve examinar a instituição em que está

inserido para compreender suas normas, regras, tradições e finalidades,

considerando que o assistente social não deve interferir na dinâmica

institucional ao desenvolver seu projeto de trabalho.

Gabarito:

01.ERRADA 11. ERRADA 21.CERTA 31.D

02. ERRADA 12.C 22. ERRADA 32.C

03. ERRADA 13. ERRADA 23. ERRADA 33.A

04. ERRADA 14. ERRADA 24. ERRADA 34.C

05. ERRADA 15.CERTA 25. ERRADA 35.A

06. ERRADA 16. ERRADA 26.CERTA 36. ERRADA

07. ERRADA 17.CERTA 27.CERTA

08.CERTA 18.CERTA 28. ERRADA

09. ERRADA 19. ERRADA 29. CERTA

10.CERTA 20. ERRADA 30.A

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06. Questões comentadas

01.2015- FGV- DPE-MT- Assistente Social.

A sistematização dos atendimentos realizados pela equipe do Serviço

Social de uma instituição pública demonstrou que uma série de

orientações e encaminhamentos realizados pelos assistentes sociais

estava associada aos serviços da Defensoria Pública.

Por meio da análise do material resultante dessa sistematização, foi

possível observar que essa dinâmica se vincula à tendência de

encaminhar ao Poder Judiciário, ou à área jurídica, os casos que

poderiam ou deveriam ser atendidos no âmbito da esfera política.

Essa tendência ocorre em virtude da

a) pauperização relativa da classe trabalhadora e da judicialização dos

conflitos sociais.

b) judicialização dos conflitos sociais e da justiciabilidade dos direitos

sociais.

c) criminalização da pobreza e do Estado Penal.

d) judicialização dos direitos sociais e da radicalização da

universalização das políticas públicas.

e) resolução da questão social e da radicalização da democracia.

Comentários: tornou-se tributária do próprio movimento da história

recente em nosso país, que engendrou tanto uma crescente

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judicialização dos conflitos sociais, quanto a justiciabilidade dos

direitos sociais.

Gabarito: B

02.2015- FGV- DPE-MT- Assistente Social.

No processo de adoção, na definição do legislador menorista, o objetivo

principal dos serviços auxiliares ou da equipe interprofissional é o de

a) prestar consultoria sobre o processo de adoção.

b) assessorar a Justiça da Infância e da Juventude.

c) realizar, apenas, visitas domiciliares.

d) acompanhar a designação e a ação do juiz.

e) promover a execução do depoimento sem danos.

Comentários: O objetivo principal dos serviços auxiliares, na

definição do legislador menorista (ECA, art. 150) é assessorar a

Justiça da Infância e da Juventude mediante o fornecimento de

subsídios por escrito através de laudos, ou verbalmente na audiência.

Também desenvolve trabalhos de aconselhamento, orientação,

encaminhamento, prevenção, acompanhamento, ficando sob imediata

subordinação ao Juiz.

Esta intervenção, dependendo da forma e da oportunidade como ocorre,

apresenta duas situações distintas:

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a) o atuar do assistente social e psicólogo eqüivale-se ao perito judicial,

na medida em que observa, investiga e conclui seu trabalho com a

apresentação de um lado, diagnosticando as situações que envolvem a

criança ou o adolescente e sua família, com os encaminhamentos

pertinentes ao caso; ou

b) desempenha funções de execução, quando realiza o trabalho de

acompanhamento, orientação, encaminhamento visando propiciar

mudanças na realidade constatada no procedimento.

De uma forma ou de outra, tal mister é de suma relevância para a área

da Infância e da Juventude, uma vez que a intervenção técnica, adentra

em questões que fogem à esfera do direito, mas que se mostram

extremamente relevantes para o destino final do processo. Exerce,

ademais, um papel preventivo importante, quando detectam situações

de risco a exigir imediata resposta jurisdicional.

Gabarito: B

03.2015- FGV- DPE-MT- Assistente Social.

A atuação do Assistente Social no campo sociojurídico tem sido

reafirmada tanto junto a adolescentes em conflito com a lei e alvo de

medidas socioeducativas quanto junto a crianças e adolescentes em

situação de vulnerabilidade social.

Em ambas as áreas o Assistente Social é chamado para

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a) atribuir visibilidade e transparência a estes sujeitos de direitos.

b) colaborar na reconstrução das raízes sociais da infância e juventude.

c) garantir os direitos humanos desses sujeitos.

d) emancipar o processo de criminalização da pobreza.

e) desburocratizar os padrões de sociabilidade.

Comentários: Segundo IAMAMOTO, os assistentes sociais são

chamados a colaborar na reconstrução das raízes sociais da infância e

juventude, na luta pela afirmação de direitos sociais e humanos e ainda

salientando a importância da família como espaço de socialização,

proteção, reprodução e formação de indivíduos, provocando o

enraizamento dos laços familiares, contudo o serviço social no poder

judiciário envolve medidas compensatórias e protetoras de caráter

socioeducativas.

Gabarito: D

04. (2014)- CESPE -TJ-SE: Analista Judiciário - Serviço Social

Julgue o item seguinte , relativo ao trabalho em equipe como estratégia

para promover mudanças nos processos de trabalho.

O desenvolvimento do trabalho em equipe na perspectiva

interdisciplinar isenta os diferentes profissionais de exporem suas

análises particulares, a partir da compreensão de que, frente a objetos

comuns, ocorre unificação das identidades.

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Comentários: Para efetivar a chamada interdisciplinaridade é

fundamental para qualquer profissão ater-se para o fato de que não se

encontra isolada de outras profissões, além disso, ter a plena

consciência de que para bem interagir com as mesmas, é sempre

necessário saber definir e ser competente em seu campo. Este é um

elemento fundamental para que haja, de fato, troca entre os saberes –

o que define a equipe interdisciplinar.

Ademais, de acordo com a Resolução CFESS n.º 557/2009, art. 4°, nos

diz: Ao atuar em equipes multiprofissionais, o assistente social deverá

garantir a especificidade de sua área de atuação.

Parágrafo primeiro - O entendimento ou opinião técnica do assistente

social sobre o objeto da intervenção conjunta com outra categoria

profissional e/ ou equipe multiprofissional, deve destacar a sua área de

conhecimento separadamente, delimitar o âmbito de sua atuação, seu

objeto, instrumentos utilizados, análise social e outros componentes que

devem estar contemplados na opinião técnica.

Parágrafo segundo - O assistente social deverá emitir sua opinião

técnica somente sobre o que é de sua área de atuação e de sua

atribuição legal, para qual está habilitado e autorizado a exercer,

assinando e identificando seu número de inscrição no Conselho Regional

de Serviço Social.

Gabarito: Errado

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05. (2014)- CESPE -TJ-SE: Analista Judiciário - Serviço Social

Com relação às competências do assistente social, julgue o item que se

segue.

A apropriação de novos espaços profissionais implica a consolidação do

saber profissional expresso pelo uso de instrumentos técnico-

operativos, tais como pareceres e laudos que, elaborados em conjunto,

devem advir do consenso entre os participantes da equipe, dispensando-

se posicionamento específico vinculado à sua atribuição.

Comentários: Resolução CFESS nº 557/09

Art. 4°. Ao atuar em equipes multiprofissionais, o assistente social

deverá garantir a especificidade de sua área de atuação.

Parágrafo primeiro - O entendimento ou opinião técnica do assistente

social sobre o objeto da intervenção conjunta com outra categoria

profissional e/ ou equipe multiprofissional, deve destacar a sua área

de conhecimento separadamente, delimitar o âmbito de sua atuação,

seu objeto, instrumentos utilizados, análise social e outros

componentes que devem estar contemplados na opinião técnica.

Parágrafo segundo - O assistente social deverá emitir sua opinião

técnica somente sobre o que é de sua área de atuação e de sua

atribuição legal, para qual está habilitado e autorizado a exercer,

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assinando e identificando seu número de inscrição no Conselho Regional

de Serviço Social.

Parágrafo terceiro - No atendimento multiprofissional a avaliação e

discussão da situação poderá ser multiprofissional, respeitando a

conclusão manifestada por escrito pelo assistente social, que tem seu

âmbito de intervenção nas suas atribuições privativas.

Gabarito: Errado

06. (2014)- CESPE -TJ-SE: Analista Judiciário - Serviço Social

Com relação às disposições da legislação que regulamenta a profissão de

serviço social (Lei n.º 8.662/1993), e do código de Ética dos Assistentes

Sociais, de 1986, julgue o item seguinte.

Apesar de o sigilo profissional constituir um direito do usuário a ser

defendido pelo assistente social, tal prerrogativa poderá ser

dispensada em caso de atuação em equipe multiprofissional, haja vista

que todas as informações relativas ao usuário devem ser transmitidas à

equipe.

Comentários: Lei n.º 8.662/1993, CAPÍTULO V

Do Sigilo Profissional

Art. 15 - Constitui direito do assistente social manter o sigilo

profissional.

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Art. 16 - O sigilo protegerá o usuário em tudo aquilo de que o assistente

social tome conhecimento, como decorrência do exercício da atividade

profissional.

Parágrafo único - Em trabalho multidisciplinar só poderão ser

prestadas informações dentro dos limites do estritamente

necessário.

Gabarito: Errado

07. (2013)- CESPE -MPU: Analista - Serviço Social

A respeito da atuação profissional do assistente social, julgue o item

subsequente.

A emissão de pareceres conjuntos entre o assistente social e outros

profissionais é permitida apenas quando a situação for discutida pela

equipe multidisciplinar e encaminhada a outras instituições para

continuidade do atendimento.

Comentários: Mais uma questão cobrando o artigo 4º da Resolução

CFESS nº 557/09

Art. 4°. Ao atuar em equipes multiprofissionais, o assistente social

deverá garantir a especificidade de sua área de atuação.

Parágrafo primeiro - O entendimento ou opinião técnica do assistente

social sobre o objeto da intervenção conjunta com outra categoria

profissional e/ ou equipe multiprofissional, deve destacar a sua área

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de conhecimento separadamente, delimitar o âmbito de sua atuação,

seu objeto, instrumentos utilizados, análise social e outros

componentes que devem estar contemplados na opinião técnica.

Parágrafo segundo - O assistente social deverá emitir sua opinião

técnica somente sobre o que é de sua área de atuação e de sua

atribuição legal, para qual está habilitado e autorizado a exercer,

assinando e identificando seu número de inscrição no Conselho Regional

de Serviço Social.

Parágrafo terceiro - No atendimento multiprofissional a avaliação e

discussão da situação poderá ser multiprofissional, respeitando a

conclusão manifestada por escrito pelo assistente social, que tem seu

âmbito de intervenção nas suas atribuições privativas.

Gabarito: Errado

08. (2013)- CESPE -DEPEN: Serviço Social

As resoluções do Conselho Federal de Serviço Social são importantes

instrumentos de orientação e normatização do exercício profissional

dos assistentes sociais. Com base nessas resoluções, julgue os itens

seguintes.

Ao atuar em equipes multiprofissionais, o assistente social deve

garantir a especificidade de sua área de atuação separadamente, bem

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como seu objeto, instrumentos utilizados, análise social e outros

componentes que devem constar da opinião técnica

Comentários: Outra questão cobrando a Resolução CFESS nº 557/09

Art. 4°. Ao atuar em equipes multiprofissionais, o assistente social

deverá garantir a especificidade de sua área de atuação.

Parágrafo primeiro - O entendimento ou opinião técnica do assistente

social sobre o objeto da intervenção conjunta com outra categoria

profissional e/ ou equipe multiprofissional, deve destacar a sua área

de conhecimento separadamente, delimitar o âmbito de sua atuação,

seu objeto, instrumentos utilizados, análise social e outros

componentes que devem estar contemplados na opinião técnica.

Parágrafo segundo - O assistente social deverá emitir sua opinião

técnica somente sobre o que é de sua área de atuação e de sua

atribuição legal, para qual está habilitado e autorizado a exercer,

assinando e identificando seu número de inscrição no Conselho Regional

de Serviço Social.

Parágrafo terceiro - No atendimento multiprofissional a avaliação e

discussão da situação poderá ser multiprofissional, respeitando a

conclusão manifestada por escrito pelo assistente social, que tem seu

âmbito de intervenção nas suas atribuições privativas.

Gabarito: Certo

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09. (2013)- CESPE -SERPRO: Analista - Serviço Social

Acerca das novas demandas e áreas de atuação que se apresentam para

o serviço social, julgue os itens que se seguem.

O profissional de serviço social não deve se concentrar na delimitação

de um saber específico quando atua em equipes interdisciplinares, pois

esta perspectiva requer basicamente que os profissionais se atenham a

um referencial teórico comum.

Comentários: Galerinha, mais uma questão cobrando a Resolução

CFESS nº 557/09

Art. 4°. Ao atuar em equipes multiprofissionais, o assistente social

deverá garantir a especificidade de sua área de atuação.

Parágrafo primeiro - O entendimento ou opinião técnica do assistente

social sobre o objeto da intervenção conjunta com outra categoria

profissional e/ ou equipe multiprofissional, deve destacar a sua área

de conhecimento separadamente, delimitar o âmbito de sua atuação,

seu objeto, instrumentos utilizados, análise social e outros

componentes que devem estar contemplados na opinião técnica.

Parágrafo segundo - O assistente social deverá emitir sua opinião

técnica somente sobre o que é de sua área de atuação e de sua

atribuição legal, para qual está habilitado e autorizado a exercer,

assinando e identificando seu número de inscrição no Conselho Regional

de Serviço Social.

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Parágrafo terceiro - No atendimento multiprofissional a avaliação e

discussão da situação poderá ser multiprofissional, respeitando a

conclusão manifestada por escrito pelo assistente social, que tem seu

âmbito de intervenção nas suas atribuições privativas.

Gabarito: Errado

10. (2012- CESPE -TJ-AC: Analista Judiciário - Assistência Social

Em caso de emissão de pareceres, laudos e perícias e de manifestações

de assistentes sociais, deve-se garantir a delimitação, em separado, da

opinião técnica desse profissional quando a atuação for realizada em

equipes multiprofissionais, ainda que o objeto de intervenção seja

comum a outras categorias.

Comentários: O disco do CESPE arranhou, outra questão cobrando a

Resolução CFESS nº 557/09

Art. 4°. Ao atuar em equipes multiprofissionais, o assistente social

deverá garantir a especificidade de sua área de atuação.

Parágrafo primeiro - O entendimento ou opinião técnica do assistente

social sobre o objeto da intervenção conjunta com outra categoria

profissional e/ ou equipe multiprofissional, deve destacar a sua área

de conhecimento separadamente, delimitar o âmbito de sua atuação,

seu objeto, instrumentos utilizados, análise social e outros

componentes que devem estar contemplados na opinião técnica.

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Parágrafo segundo - O assistente social deverá emitir sua opinião

técnica somente sobre o que é de sua área de atuação e de sua

atribuição legal, para qual está habilitado e autorizado a exercer,

assinando e identificando seu número de inscrição no Conselho Regional

de Serviço Social.

Parágrafo terceiro - No atendimento multiprofissional a avaliação e

discussão da situação poderá ser multiprofissional, respeitando a

conclusão manifestada por escrito pelo assistente social, que tem seu

âmbito de intervenção nas suas atribuições privativas.

Gabarito: Certo

11. (2012) - CESPE -TJ-AC: Analista Judiciário - Assistência

Social

O trabalho interdisciplinar é realizado em situações em que o objeto de

intervenção é comum a diferentes profissões, o que leva a uma diluição

das competências e da identidade dos profissionais de diferentes áreas.

Comentários: De acordo com, Carvalho, para efetivar a chamada

interdisciplinaridade é fundamental para qualquer profissão ater-se

para o fato de que não se encontra isolada de outras profissões, além

disso, ter a plena consciência de que para bem interagir com as

mesmas, é sempre necessário saber definir e ser competente em seu

campo. Este é um elemento fundamental para que haja, de fato, troca

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entre os saberes – o que define a equipe interdisciplinar. Parece

brindar-nos de obviedade que só oferecemos aquilo que de fato, temos

propriedade. Ou seja, o conhecimento e domínio das possibilidades e

limites da própria profissão tornam-se indispensáveis para que haja

interação com as demais profissões".

Gabarito: Errado

12. (2012)- CESPE -TJ-AL: Analista Judiciário - Serviço Social

A respeito da atuação em equipe multiprofissional e interdisciplinar,

assinale a opção correta.

a) Uma equipe de trabalho multiprofissional é sempre interdisciplinar.

b) A equipe multidisciplinar compõe-se de mais de um profissional da

mesma área envolvida no trabalho a ser realizado.

c) A equipe interdisciplinar reúne disciplinas com objetivos

diferenciados e profissionais mediados pelo diálogo entre si.

d) Na equipe transdisciplinar, as relações internas são hierarquizadas.

e) Os trabalhos em parceria são intrinsecamente interdisciplinares.

Comentários: Conforme estudamos a opção correta e a letra c (A

equipe interdisciplinar reúne disciplinas com objetivos diferenciados e

profissionais mediados pelo diálogo entre si”

Gabarito: C

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13. (2012)- CESPE -MPE-PI: Analista Ministerial - Serviço Social

A parceria incrementada no mesmo espaço profissional, onde diferentes

ângulos de intervenção são produzidos, ainda que não ocorra

sistematização de uma proposta comum, configura uma prática

interdisciplinar.

Comentários: A parceria incrementada no mesmo espaço profissional,

onde diferentes ângulos de intervenção são produzidos, ainda que não

ocorra sistematização de uma proposta comum, configura uma prática

interdisciplinar configura uma prática multiprofissional.

Gabarito: errada

14. (2011)- CESPE -EBC: Analista - Serviço Social

O trabalho em equipe interdisciplinar permite que o parecer acerca de

determinada situação seja emitido conjuntamente pelos profissionais

nela envolvidos, de modo que o assistente social pode manifestar-se por

escrito a respeito de áreas de atuação diferentes da sua.

Comentários: O disco do CESPE arranhou, outra questão cobrando a

Resolução CFESS nº 557/09

Art. 4°. Ao atuar em equipes multiprofissionais, o assistente social

deverá garantir a especificidade de sua área de atuação.

Parágrafo primeiro - O entendimento ou opinião técnica do assistente

social sobre o objeto da intervenção conjunta com outra categoria

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profissional e/ ou equipe multiprofissional, deve destacar a sua área de

conhecimento separadamente, delimitar o âmbito de sua atuação, seu

objeto, instrumentos utilizados, análise social e outros componentes que

devem estar contemplados na opinião técnica.

Parágrafo segundo - O assistente social deverá emitir sua opinião

técnica somente sobre o que é de sua área de atuação e de sua

atribuição legal, para qual está habilitado e autorizado a exercer,

assinando e identificando seu número de inscrição no Conselho Regional

de Serviço Social.

Gabarito: Errada

15. (2011)- CESPE -EBC: Analista - Serviço Social

A inserção de profissões na divisão social e técnica do trabalho e a

constituição de determinada cultura profissional são consideradas

possíveis inviabilizadoras de práticas interdisciplinares

Comentários: A inserção de profissões na divisão social e técnica do

trabalho, tem que atender as demandas constituídas pela instituição a

qual está vinculada, podendo ser um fator limitador as práticas

interdisciplinares, assim como, determinadas culturas profissionais.

Gabarito: Certo

16. (2011)- CESPE -EBC: Analista - Serviço Social

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No trabalho em equipe, é indispensável impedir a instalação de conflitos,

a fim de se manter a harmonia entre competências e backgrounds

profissionais distintos e a colaboração interdisciplinar.

Comentários: A questão está errada, quando afirma que no trabalho

em equipe, é indispensável impedir a instalação de conflitos. O conflito

é considerado natural. Membros da equipe presumem que conflitos,

desacordos e promoção de idéias divergentes tendem a ocorrer em

grupos vibrantes, fortes e bem-sucedidos, pois existe criatividade

desse forma há possibilidade de conflitos.

Gabarito: Errado

17. (2015) – FGV - DPE-MT: Assistente Social

João é assistente social da Vara de Família há 15 anos. Como forma de

contribuir com o seu constante aprimoramento intelectual e

profissional, ele costuma exercer a supervisão de estágio de acadêmicos

em Serviço Social. João observou que, entre as principais dúvidas dos

alunos sob sua supervisão, está a atuação do assistente social em

equipes multiprofissionais e os procedimentos e a elaboração de

instrumentos como a perícia social, o laudo social e o parecer social.

Com relação a emissão de pareceres, de laudos e de opiniões técnicas

do assistente social em conjunto com outros profissionais, o CFESS

dispõe que o Assistente Social deverá emitir sua opinião técnica

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somente sobre sua área de atuação e sua atribuição legal, para as quais

está habilitado e autorizado.

Comentários: Resolução nº 557/2009 do CFESS que trata da

emissão de pareceres, laudos, opiniões técnicas conjuntos entre o

assistente social e outros profissionais.

Art. 4°: Ao atuar em equipes multiprofissionais, o assistente social

deverá garantir a especificidade de sua área de atuação.

Parágrafo primeiro: - O entendimento ou opinião técnica do assistente

social sobre o objeto da intervenção conjunta com outra categoria

profissional e/ ou equipe multiprofissional, deve destacar a sua área de

conhecimento separadamente, delimitar o âmbito de sua atuação, seu

objeto, instrumentos utilizados, análise social e outros componentes

que devem estar contemplados na opinião técnica.

Parágrafo segundo: - O assistente social deverá emitir sua opinião

técnica somente sobre o que é de sua área de atuação e de

sua atribuição legal, para qual está habilitado e autorizado a

exercer, assinando e identificando seu número de inscrição no Conselho

Regional de Serviço Social.

Parágrafo terceiro: - No atendimento multiprofissional a avaliação e

discussão da situação poderá ser multiprofissional, respeitando a

conclusão manifestada por escrito pelo assistente social, que tem seu

âmbito de intervenção nas suas atribuições privativas.

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Gabarito: Certo

18. (2015) – FUNRIO - UFRB: Assistente Social

Determinado conceito delimita a separação entre as ciências e a

conformação de que cada disciplina dê sua contribuição, preservando a

integridade de seus métodos e conceitos, e dialoga de forma a

desconsiderar a supremacia de certa ciência em detrimento da outra.

Este conceito é denominado interdisciplinar.

Comentários: Segundo, Jeanete (2002) " A interdisciplinaridade é

uma relação de reciprocidade de mutualidade, que pressupõe uma

atitude diferente a ser assumida frente ao problema de conhecimento,

isto é, substituir a concepção fragmentária pela unitária do ser humano.

Esta diferente atitude não poderá ser preconceituosa, mas aberta,onde

todo conhecimento é importante. Deverá ser fundamentada na

intersubjetividade, num regime de co-propriedade, de interação, onde

é possível o diálogo, condição esta para que exista a

interdisciplinaridade."

Gabarito: Certo

19. (2011)- CESPE -Correios: Analista de Correios - Assistente

Social

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Considerando as diferentes concepções de interdisciplinaridade, julgue

os itens subsequentes.

Todo trabalho desenvolvido em parceria entre profissionais de áreas

distintas, por ser desenvolvido em um mesmo espaço profissional, é

considerado interdisciplinar.

Comentários: Nem todo trabalho desenvolvido em parceria entre

profissionais de áreas distintas, por ser desenvolvido em um mesmo

espaço profissional, poderá ser considerado interdisciplinar, já que

trabalhos desenvolvidos em grupos, poderão ser interdisciplinares,

multidisciplinares ou amenas grupos.

Gabarito: Errado

20. (2011) - CESPE -Correios: Analista de Correios - Assistente

Social

Considerando as diferentes concepções de interdisciplinaridade, julgue

os itens subsequentes.

A atuação em equipe interdisciplinar permite ao assistente social e aos

profissionais de outras áreas regulamentadas a elaboração, emissão

e(ou) subscrição de opinião técnica sobre matéria de serviço social, por

meio de pareceres, laudos e perícias. Na formulação desses documentos,

a participação das diversas áreas é ampla, sem a delimitação do objeto

de cada uma.

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Comentários: Opinião técnica sobre matéria de serviço social e

competência privativa do assistente social, e nos laudos e pareceres,

devem deixar claras as áreas de intervenção do serviço social.

De acordo com a Resolução CFESS n.º 557/2009, art. 4°: Ao atuar em

equipes multiprofissionais, o assistente social deverá garantir a

especificidade de sua área de atuação. Parágrafo primeiro - O

entendimento ou opinião técnica do assistente social sobre o objeto da

intervenção conjunta com outra categoria profissional e/ ou equipe

multiprofissional, deve destacar a sua área de conhecimento

separadamente, delimitar o âmbito de sua atuação, seu objeto,

instrumentos utilizados, análise social e outros componentes que devem

estar contemplados na opinião técnica.

Gabarito: Errada

21. (2010)- CESPE -SERPRO: Analista - Serviço Social

A atuação em equipe exige do assistente social a observância dos

princípios ético-políticos e, principalmente, a desconstrução da ideia de

que, ao desenvolver ações coordenadas deve adotar a identidade do

grupo, em detrimento de suas particularidades profissionais.

Comentários: De acordo com, Carvalho, para efetivar a chamada

interdisciplinaridade é fundamental para qualquer profissão ater-se

para o fato de que não se encontra isolada de outras profissões, além

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disso, ter a plena consciência de que para bem interagir com as

mesmas, é sempre necessário saber definir e ser competente em seu

campo.

Gabarito: Certo

22. 2008)- CESPE -TJ-DFT: Analista Judiciário - Serviço Social

De acordo com a lei de regulamentação da profissão, a realização de

vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e pareceres

sobre matéria de serviço social pode ser partilhada com profissionais

de equipe multidisciplinar.

Comentários: Conforme a LEI No 8.662, DE 7 DE JUNHO DE 1993,

que dispõe sobre a profissão de Assistente Social e dá outras

providências Art. 5º Constituem atribuições privativas do Assistente

Social:

I - coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos,

pesquisas, planos, programas e projetos na área de Serviço Social;

II - planejar, organizar e administrar programas e projetos em Unidade

de Serviço Social;

III - assessoria e consultoria e órgãos da Administração Pública direta

e indireta, empresas privadas e outras entidades, em matéria de

Serviço Social;

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IV - realizar vistorias, perícias técnicas, laudos periciais,

informações e pareceres sobre a matéria de Serviço Social.

Gabarito: Errado

23. (2013) – CESPE - MPU: Analista - Serviço Social

Com relação às condições e relações de trabalho e espaços sócio-

ocupacionais do assistente social, julgue o item subsecutivo.

A mercantilização e refilantropização do atendimento às necessidades

sociais, por serem estratégias de respostas político institucionais a

questão social, não apresentam consequências para as condições e

relações de trabalho do assistente social.

Comentários: Os espaços sócio-ocupacionais do assistente

social pretende caracterizar o assistente social enquanto trabalhador

assalariado e portador de um projeto profissional enraizado no

processo histórico e apoiado em valores radicalmente humanos e tratar

alguns dos determinantes históricos e forças sociais que explicam as

metamorfoses dos espaços ocupacionais em que inserem os assistentes

sociais na atualidade (Iamamoto).

A mercantilização da força de trabalho, pressuposto do estatuto

assalariado, subordina esse trabalho de qualidade particular aos

ditames do trabalho abstrato e o impregna dos dilemas da

alienação, impondo condicionantes socialmente objetivos à autonomia

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do assistente social na condução do trabalho e à integral

implementação do projeto profissional. (Iamamoto).

Vive-se uma tensão entre a defesa dos direitos sociais universais e

a mercantilização e refilantropização do atendimento às

necessidades sociais, com claras implicações nas condições e relações

de trabalho do assistente social (OLIVEIRA; SALLES, 1998; BRAVO,

1996; PEREIRA, 1998).

A questão está errada, quando descreve: "não apresentam

consequências para as condições e relações de trabalho do assistente

social". Existem sim consequências para as condições e relações de

trabalho do Assistente Social, uma vez que vai na contramão do Projeto

Ético Político da profissão, numa perspectiva de ruptura como o

conservadorismo.

Gabarito: Errada

24. (2010) – CESPE - TRE-BA Analista Judiciário - Assistência

Social

As condições de trabalho e as relações sociais em que estão inscritos

os assistentes sociais devem estar dissociadas da contrarreforma do

Estado, por considerar que essa não tem relação direta com o espaço

ocupacional do serviço social.

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Comentários: Questão errada, como vimos na aula, a contrarreforma

do Estado tem relação direta com o espaço ocupacional do serviço social.

Gabarito: Errada

25. (2013) – CESPE - MPU: Analista - Serviço Social

Com relação às condições e relações de trabalho e espaços sócio-

ocupacionais do assistente social, julgue o item subsecutivo.

Nas ultimas décadas, os estudos e pesquisas na área centraram-se na

análise do processamento do trabalho do assistente social em suas

múltiplas determinações, em uma profícua associação entre os

fundamentos do serviço social e o trabalho profissional cotidiano em

seus diferentes espaços sócio-ocupacionais.

Comentários: Conforme Iamamoto (O Serviço Social na cena

contemporânea. In: Programa de capacitação em Serviço Social: direitos

sociais e competências profissionais. Brasília, Unb/CFESS, 2009, p. 30),

os estudos relacionados ao processamento do trabalho do assistente

social em suas múltiplas determinações não foram centrais na literatura

especializada do Serviço Social, o que implicou numa frágil ligação entre

os fundamentos da profissão e o trabalho profissional cotidiano. A

autora ainda aponta que as limitadas análises acerca do assalariamento

do assistente social e sua entrada no universo da mercantilização,

enquanto trabalho especializado, hipoteca a compreensão do significado

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social da profissão no Brasil. Iamamoto (2009) informa que, nas duas

últimas décadas, a literatura profissional centrou-se na análise da

profissão enquanto trabalho concreto (útil), segundo diferentes focos:

a tese do sincretismo da prática indiferenciada (elaborada por Netto

em várias obras); a tese da identidade alienada (de Martinelli); a tese

da correlação de forças (de Faleiros); a tese da assistência social (de

Santos e Yazbeck); a tese da proteção social (de Costa) e a tese da

função pedagógica do assistente social (de Abreu).

Portanto, a assertiva está errada, pois os estudos e pesquisas

centraram-se em outra análise, como vimos.

Gabarito: Errada

26. (2013) – CESPE - MPU: Analista - Serviço Social

Com relação às condições e relações de trabalho e espaços sócio-

ocupacionais do assistente social, julgue o item subsecutivo.

Acerca do mercado de trabalho do assistente social, os estudos

constatam que mesmo com a predominância majoritária do trabalho

assalariado em instituições públicas de natureza estatal, encontra-se

em crescimento nos últimos anos o exercício profissional privado

autônomo do assistente social, por subcontratação individual por parte

das empresas de serviços ou de assessoria na prestação de serviços aos

governos, de caráter temporário.

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Comentários: Item certo

Gabarito: Certo

27. (2011) – CESPE - TJ-ES: Analista Judiciário - Serviço Social

O assistente social, ao considerar o Estado como bem-estar e a

instituição como aparelho funcional, baseia sua prática profissional em

uma concepção acrítica das relações sociais.

Comentários: Serra (1982) explicita três concepções de Estado e de

instituições que os profissionais costumam adotar e as formas como

estes atuam diante destas, são elas: A primeira (...) é a fundada na

definição de Estado como Bem-Estar e de instituição como Aparelho

Funcional.Os profissionais adeptos dessa posição, acreditam que têm

uma prática profissional acima dos conflitos dos grupos sociais, em

razão da sua visão ingênua de sociedade sem classes e de sua

concepção acrítica das relações sociais. A segunda (...) é resultante

da definição de Estado como instrumento e de instituição como

Aparelho de reprodução da força de trabalho e das relações sociais. Os

profissionais partidários dessa concepção consideram as instituições

como aparelhos de Estado que reproduzem as relações de dominação e

estão a serviço tão somente da classe dominante. Vêem as instituições

como bloco monolítico, sem possibilidade de sofrer qualquer intervenção

sob a ótica de transformação das relações de poder na sociedade. A

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terceira noção de prática institucionalizada é derivada da concepção de

Estado Ampliado e de Instituição como Aparelho Contraditório. Os

profissionais adeptos dessa concepção consideram a prática

institucional dentro de uma visão ampla e dinâmica da realidade.

Admitem as instituições como aparelhos de Estado cuja função precípua

é a execução de políticas sociais com o objetivo principal de manter os

interesses da classe dominante. Consideram, contudo, que as demandas

dos grupos dominados como resposta à correlação de forças dos grupos

sociais. Nessa direção, esses profissionais identificam que as

instituições ao incorporarem os interesses das classes subalternas dão

margem, neste confronto à viabilização da transformação de suas

estruturas de poder através da luta conjunta da clientela instituída, dos

profissionais de Serviço Social e de outros grupos institucionais, tendo

como suporte a conjuntura social, expressa nas lutas mais amplas da

sociedade. (SERRA,1982, p.33- 35)

Gabarito: Certo

28. (2011) – CESPE - Correios: Analista de Correios - Assistente

Social

Julgue os itens de 59 a 65, relativos ao Código de Ética do profissional

de Serviço Social.

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Comentários: O assistente social, ao se deparar com condições de

trabalho inadequadas e que possam prejudicar os usuários, deve limitar-

se a informar essa situação à instituição empregadora.

De acordo com o capítulo IV do Código de Ética Profissional que trata

"Das Relações com Entidades da Categoria e demais Organizações da

Sociedade Civil", ressalta no art. 13, alínea a, como dever do assistente

social: "denunciar ao Conselho Regional as instituições públicas ou

privadas, onde as condições de trabalho não sejam dignas ou possam

prejudicar os usuários ou profissionais". Desse modo, a denúncia deve

ser apresentada tanto aos responsáveis pela instituição para qual o

assistente social presta serviço assim como para o Conselho Regional de

Serviço Social (CRESS).

Gabarito: Errada

29. (2014) – CESPE - TJ-SE: Analista Judiciário - Serviço Social

No que tange às áreas e demandas profissionais do assistente social,

julgue o item subsequente.

A centralidade da questão social como matéria do serviço social permite

que se considere a inserção profissional do assistente social nos

Poderes Legislativo e Judiciário, haja vista essas esferas não possuírem

função executiva das políticas sociais públicas.

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Comentários: Apesar dos Poderes Legislativo e Judiciário e demais

campos da área sociojurídica não possuírem a função de executar

diretamente políticas sociais públicas, a questão social perpassa o

cotidiano dos sujeitos que são ali atendidos. Posto isto, sabendo que a

questão social é o objeto de intervenção do Serviço Social, pode-se

afirmar que a presença desses profissionais naquelas áreas se faz

pertinente e necessária. Exemplificando a questão, podemos apontar

casos em que os pais perdem o poder familiar devido ao uso e abuso de

drogas; a entrega de crianças para adoção pois os pais não possuem

condições financeiras de ficar com os mesmos, dentre outras situações

em que é possível visualizar as expressões da questão social e que

justificam a intervenção do assistente social.

Gabarito: Certo

30. (2010) - CESPE – DPU: Assistente Social

No cenário contemporâneo, considera-se tendência e desafio do serviço

social

a) o enfrentamento da partilha de demandas, tanto na esfera pública

quanto no setor privado, diante das perspectivas desregulamentadoras

dos mercados de trabalho.

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b) uma rigorosa formação teórico-metodológica, com padronização das

teorias sociais voltadas à consolidação dos modelos flexíveis de

acumulação do capital.

c) a exigência de competência profissional fundamentada em uma

racionalidade própria da burocracia.

d) a necessidade de competência técnica que reforça o saber fazer,

independentemente da vontade política dos sujeitos.

e) a defesa de alternativas privatistas da questão social, conforme

preconizado no projeto ético-político profissional hegemônico.

Comentários: Na cena contemporânea, diante da adoção dos ideais

neoliberais que atingem também as políticas sociais, nota-se uma

fragmentação de tais políticas, o que contribui para segmentar o

atendimento às demandas dos usuários. Com isso, são formuladas

políticas específicas para cada grupo, pulverizando a questão social,

transformando-a em várias questões, que serão atendidas por políticas

distintas, como se essas "questões sociais" e demandas não tivessem a

mesma gênese. Portanto, o fracionamento das demandas é uma realidade

presente nos espaços de trabalho dos assistentes sociais, os quais não

conseguem responder, em muitos casos, integralmente às demandas dos

usuários.

Gabarito: A

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31. (2015) – CONSULPLAN - HOB: Técnico Superior da Saúde -

Assistente Social

A possibilidade de imprimir uma direção social ao exercício do Serviço

Social, moldando o seu conteúdo e o modo de operá-lo, decorre da

relativa autonomia de que dispõe o assistente social resguardada

pela legislação profissional e passível de reclamação judicial. Essa

autonomia é dependente da correlação de forças econômicas, políticas

e culturais em nível societário e se expressa, de forma particular, em

distintos espaços ocupacionais construídos na relação com sujeitos

sociais determinados. Em relação aos espaços ocupacionais

supracitados, em que os assistentes sociais exercem suas competências

e atribuições profissionais resguardadas pela legislação, marque V para

as alternativas verdadeiras e F para as falsas.

( ) No Estado (no Poder Executivo e Ministério Público, no Judiciário

e no Legislativo).

( ) Nas empresas capitalistas.

( ) Nas organizações político-sindicais.

( ) Nas organizações privadas não lucrativas.

( ) Nas instâncias públicas de controle democrático (Conselhos

de Políticas e de Direitos, conferências, fóruns e ouvidorias).

A sequência está correta em

a) V, F, F, V, V.

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b) F, V, F, V, F.

c) F, V, V, V, F.

d) V, V, V, V, V.

Comentários: O assistente social pode atuar nos mais distintos

espaços ocupacionais, sendo o Estado, historicamente, o seu principal

empregador, isto é, é aquele que mais requisita os profissionais de

Serviço Social para atuarem nos mais distintos campos. As empresas

capitalistas também constituem um espaço de trabalho potencial para

os assistentes sociais, os quais são chamados a atuar nas

mais diversificadas áreas como recursos humanos; saúde do

trabalhador; qualidade de vida no trabalho; responsabilidade social e

ambiental, dentre outras frentes de trabalho. As organizações privadas

não lucrativas também têm demandado o trabalho do assistente

social. Após a década de 1990, quando o Estado brasileiro passa por uma

contrarreforma, fruto da adoção ao ideário neoliberal, ocorre um

crescimento exponencial de organizações privadas no país, visto que o

Estado passa a se desonerar de responder às sequelas da questão social,

repassando essa incumbência à sociedade civil. É neste contexto que as

organizações privadas não lucrativas passam a atuar, em parceria com o

próprio Estado, executando e coordenando projetos e programas, como

aqueles relacionados a habitação, infância e juventude, direitos

humanos, dentre outros. E assim, passam a necessitar dos mais distintos

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profissionais para executarem tais serviços, entre eles o assistente

social. As organizações político-sindicais e as instâncias públicas de

controle democrático também são espaços em que encontramos

assistentes sociais atuando. Na Lei n. 8.662/93, que regulamenta a

profissão, nos Arts. 4º e 5º, que tratam, respectivamente, das

competências e atribuições privativas do assistente social, é possível

encontrarmos além das competências desse profissional, alguns desses

espaços em que ele pode atuar.

Gabarito: D

32. (2014) – FGV - TJ-RJ: Analista Judiciário - Especialidade

Assistente Social

TEXTO 1 - A partir dos anos 1970, com a primeira grande crise do

capitalismo após os “30 anos gloriosos”, as proposições neoliberais

ganham fôlego no mundo. Nas palavras de Netto (1996: 99): “Também o

Estado burguês, mantendo o seu caráter de classe, experimenta um

redimensionamento considerável. A mudança mais imediata é a

diminuição de sua ação reguladora, especialmente o encolhimento de

suas ‘funções legitimadoras’ (O’Connor, 1977): quando o grande capital

rompe o ‘pacto’ que suportava o Welfare State, começa a ocorrer a

retirada das coberturas sociais públicas e tem-se o corte nos direitos

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sociais (...).” Depreende-se, portanto, que as repercussões desta crise

impactam diretamente os trabalhadores e amplificam a “questão social”.

Considerando a temática discutida no texto 1, para os defensores do

neoliberalismo, a fórmula para sair da crise deveria incluir:

a) a ampliação da proteção social; a financeirização; e a taxação das

grandes fortunas;

b) a valorização da cidadania; o combate às ditaduras políticas; e a

universalização das políticas sociais;

c) o desmonte dos direitos sociais; o rompimento do poder dos

sindicatos; e a restauração da taxa natural de desemprego;

d) o aumento dos gastos estatais na área social; o pleno emprego; e a

privatização;

e) o Estado mínimo; a moratória da dívida externa; e a reforma

tributária.

Comentários: Na década de 1970, mais uma crise do capitalismo

assolava o mundo. Desse modo, a saída para o capital retornar a sua

acumulação e taxas de superlucros era: no âmbito da produção e do

trabalho uma reestruturação aliada no campo ideo-político

ao paradigma neoliberal. O neoliberalismo irá conduzir políticas de

privatização, de desregulamentação e até eliminação dos direitos do

trabalho e sociais conquistados historicamente pela classe

trabalhadora. Esse novo período será marcado por uma ofensiva

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generalizada do capital e do Estado contra a classe trabalhadora,

precarizando suas condições de vida e de trabalho, visto que ocorrerá

um desmonte das coberturas sociais, como no caso dos países centrais

que possuíram o Welfare State. Também são constantes desse novo

contexto a fragilização dos organismos sindicais e de representação da

classe trabalhadora e o desemprego estrutural, já que as inovações

tecnológicas e o maior investimento em trabalho morto acarretarão a

dispensa do trabalho vivo e desvalorização do trabalhador. Além disso,

a flexibilização dos vínculos empregatícios e as diversas formas de

contratação dificultam a associação e compreensão de classe para si,

comprometendo a união dos trabalhadores e facilitando para o capital a

implementação desse processo. Para os defensores do neoliberalismo,

este novo contexto de desmonte dos direitos sociais; rompimento do

poder dos sindicatos e a restauração da taxa "natural" de desemprego,

é apontado como a única solução para a saída da crise. Os neoliberais

também justificam a adoção dessas medidas indicando que a vigência do

fordismo e das políticas keynesianas, em que havia um sistema de

proteção social e políticas de pleno emprego, foi o impulsionador dessa

crise. Contudo, sabe-se que essa não foi nem será a única e última crise

do capital, e que esta possui um significado mais profundo e estrutural.

Gabarito: C

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33. (2014) – FGV - TJ-RJ: Analista Judiciário - Especialidade

Assistente Social

A orientação neoliberal assumida pelos Governos no Brasil nos últimos

25 anos repercutiu sobre as políticas sociais (notadamente aquelas

vinculadas à Seguridade Social) e também sobre o exercício profissional

do assistente social no âmbito dessas políticas. A partir da análise deste

contexto, muitos autores vinculados à teoria crítica avaliam que há uma

tendência à redefinição no próprio trabalho profissional do assistente

social, que passa a ser requisitado para:

a) gerir a pobreza através de critérios de elegibilidade para benefícios

seletivos;

b) combater a desigualdade social por meio de políticas universais;

c) elaborar projetos de intervenção que visem a emancipação das

populações carentes;

d) atuar junto aos movimentos sociais a fim de capacitá-los para o

exercício da cidadania plena;

e) mobilizar entidades classistas para análise da conjuntura e

reivindicação de direitos coletivos.

Comentários: As transformações societárias rebatem sobre todas as

categorias profissionais, entre elas a dos assistentes sociais, que

possuem nas políticas sociais um lócus privilegiado de atuação. A partir

da adoção ao neoliberalismo pelo Brasil na década de 1990, constata-se

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um retraimento do Estado em suas funções sociais, implicando na

redução dos investimentos em políticas sociais universais e no

retrocesso dos direitos sociais. O neoliberalismo propõe políticas

sociais seletivas, focalizadas e pontuais, de "alívio" a pobreza extrema,

pois não se tem a pretensão de erradicar a pobreza, apenas minimizá-la.

Fato é que os assistentes sociais são demandados pela esfera estatal

para atuar junto à essas políticas, realizando atividades de

administração de recursos e implementação de serviços. Tais políticas

possuem critérios rígidos de elegibilidade, já que a tônica neoliberal

está em concordância com a exclusão e não com a inclusão. Desse modo,

os assistentes sociais têm sido requisitados para administrar a pobreza

por meio de políticas excludentes, paliativas e emergenciais.

Portanto, a letra A está correta, pois é a única alternativa que aponta

as requisições feitas pelas políticas neoliberais ao assistente social. As

demais alternativas (B, C, D, E) indicam estratégias de atuação que os

assistentes sociais podem tecer diante desse contexto.

Gabarito: A

34. (2010) – CESGRANRIO - Petrobras: Assistente Social Júnior

"Os novos padrões de trabalho, pautados na introdução de novas

tecnologias, implicam a máxima utilização da força de trabalho: cada

trabalhador torna-se responsável pelo gerenciamento do seu trabalho e

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também um elo na integração cada vez maior na relação equipe/sistema.

[...] O trabalhador deve ser capaz de analisar, tomar decisões, controlar

situações inesperadas e, ao mesmo tempo, deve ter uma capacidade de

comunicação e de trabalho coletivo, porque a natureza coletiva do

trabalho e sua autonomia tornaram- se quase extrínsecos à organização

do trabalho"

CESAR, M. J., in MOTA, A. E., org.: A nova fábrica de consensos. S.

Paulo: Cortez, 1998, p. 138.

Tendo o texto como referência, analise as afirmativas a seguir.

I - A organização e o controle do trabalho mencionados no texto são

típicas do pós-fordismo.

II - A gestão da força de trabalho, empregada nas condições

explicitadas no texto, implica a consideração da subjetividade do

trabalhador.

III - A cultura empresarial adequada a esse modo de gestão da força

de trabalho foi antecipada pela administração taylorista.

Está correto o que se afirma em

a) I, apenas.

b) III, apenas.

c) I e II, apenas.

d) II e III, apenas.

e) I, II e III.

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Comentários: O texto apresentado na questão faz referência à

reestruturação da produção, a qual foi a resposta do capital à crise que

assolava o mundo na década de 1970. Assim, é adotada uma nova forma

de gestão e organização da produção e do trabalho, mais flexível e

adequada àquele contexto de crise, em contraposição à rígida e

despótica lógica fordista/taylorista que imperou no mundo capitalista

durante o século XX. Esse novo contexto incorporou às indústrias

inovações científicas, tecnológicas, da robótica e da microeletrônica,

sendo possível substituir o trabalho vivo em determinados setores e

explorar de forma mais intensa os trabalhadores. Pode-se afirmar

também que a subjetividade do trabalhador passa a ser mais valorizada,

no sentido de que seu saber e fazer sejam utilizados para a

produtividade. Agora, tem-se uma gestão mais manipulatória e

envolvente, e de certo modo, participativa. Isso não quer dizer que o

estranhamento da mercadoria não continue presente, pelo contrário, ele

está inclusive mais intensificado e o trabalho mais explorado,

considerando que a cooptação por parte do capital que envolve o

trabalhador está mais intensa. Assim, a consciência de classe e

organização dos trabalhadores também são impactadas, devido à

ilusória imagem de participação dentro das empresas.

Desse modo, o item I e II estão corretos, já que o texto faz menção à

organização e controle do trabalho após o fordismo e que nesse novo

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contexto a subjetividade do trabalhador passa a ser considerada. O

item III está incorreto, pois o taylorismo não antecipou esse modo de

gestão da força de trabalho.

Gabarito: C

35. (2009) – FUNRIO - INSS: Analista - Serviço Social

As modificações no papel do Estado, como conseqüência da

mundialização, incidem liminarmente no conjunto da classe

trabalhadora, provocando a sua polarização em:

a) trabalhadores regulares especializados e salários mais elevados; e

outros trabalhadores com habilidades facilmente encontradas no

mercado e sujeitos às flutuações salariais

b) trabalhadores altamente organizados sindicalmente, enquanto outros

pertencem ao grupo dos chamados dessindicalizados.

c) um grupo de trabalhadores temporários e outro de trabalhadores de

tempo parcial.

d) funcionários públicos estatais, em contraposição aos trabalhadores

do Terceiro Setor.

e) um grupo constituído por empregados estáveis, e outro somente por

terceirizados.

Comentários: A partir da década de 1970 o capital, buscando sair da

crise que assolava o mundo capitalista, implementa um processo

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vastíssimo de reestruturação da produção, aliado no campo ideo-político

ao paradigma neoliberal. Esse processo, de mundialização do capital, vai

impactar diretamente sobre o mundo da produção, a esfera estatal e

rebater diretamente sobre a classe trabalhadora. Sobre essa última,

será alterado seu perfil e sua organização enquanto classe, o que

possibilita a implementação daquele processo mais facilmente, visto que

os organismos representativos dos trabalhadores também se encontram

fragilizados e desorganizados. Sob a mundialização do capital, o que se

verifica, é a diminuição do número de trabalhadores formais e de tempo

integral que gozam de direitos trabalhistas e benefícios, enquanto de

outro lado observa-se o aumento substancial dos trabalhadores

contratados em tempo parcial, subcontratados, terceirizados,

temporários, dentre outros, e com estatuto salarial flexível e precário.

O que esse novo contexto demanda são trabalhadores que sejam tão

flexíveis quanto o próprio mercado, e que possam ser descartados a

qualquer momento sem que isso gere custos. Apesar de que ainda

existam também, mesmo que esse grupo venha diminuindo, no centro do

processo produtivo, trabalhadores de tempo integral e estáveis.

Gabarito: A

36. (2013) - CESPE -MPU: Analista - Serviço Social

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Com relação às condições e relações de trabalho e espaços sócio-

ocupacionais do assistente social, julgue o item subsecutivo.

Nas ultimas décadas, os estudos e pesquisas na área centraram-se na

análise do processamento do trabalho do assistente social em suas

múltiplas determinações, em uma profícua associação entre os

fundamentos do serviço social e o trabalho profissional cotidiano em

seus diferentes espaços sócio-ocupacionais.

Comentários: Conforme Iamamoto (O Serviço Social na cena

contemporânea. In: Programa de capacitação em Serviço Social: direitos

sociais e competências profissionais. Brasília, Unb/CFESS, 2009, p. 30),

os estudos relacionados ao processamento do trabalho do assistente

social em suas múltiplas determinações não foram centrais na literatura

especializada do Serviço Social, o que implicou numa frágil ligação entre

os fundamentos da profissão e o trabalho profissional cotidiano. A

autora ainda aponta que as limitadas análises acerca do assalariamento

do assistente social e sua entrada no universo da mercantilização,

enquanto trabalho especializado, hipoteca a compreensão do significado

social da profissão no Brasil. Iamamoto (2009) informa que, nas duas

últimas décadas, a literatura profissional centrou-se na análise da

profissão enquanto trabalho concreto (útil), segundo diferentes focos:

a tese do sincretismo da prática indiferenciada (elaborada por Netto

em várias obras); a tese da identidade alienada (de Martinelli); a tese

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da correlação de forças (de Faleiros); a tese da assistência social (de

Santos e Yazbeck); a tese da proteção social (de Costa) e a tese da

função pedagógica do assistente social (de Abreu).

Portanto, a assertiva está errada, pois os estudos e pesquisas

centraram-se em outra análise, como vimos.

Gabarito: Errada

37. (2015)- CESPE -DEPEN: Serviço Social

Acerca das diferentes práticas exercidas pelo assistente social, julgue

o próximo item.

Ao assistente social que atue em equipe multiprofissional é facultado

assinar pareceres em conjunto com membros de outras categorias

profissionais.

Comentários: Art. 4°. Ao atuar em equipes multiprofissionais, o

assistente social deverá garantir a especificidade de sua área de

atuação.

Parágrafo primeiro - O entendimento ou opinião técnica do assistente

social sobre o objeto da intervenção conjunta com outra categoria

profissional e/ ou equipe multiprofissional, deve destacar a sua área

de conhecimento separadamente, delimitar o âmbito de sua atuação,

seu objeto, instrumentos utilizados, análise social e outros

componentes que devem estar contemplados na opinião técnica.

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(...)

Parágrafo terceiro - No atendimento multiprofissional a avaliação e

discussão da situação poderá ser multiprofissional, respeitando a

conclusão manifestada por escrito pelo assistente social, que tem seu

âmbito de intervenção nas suas atribuições privativas.

RESOLUÇÃO CFESS Nº 557/2009 de 15 de setembro de 2009

Ademais, realizar vistorias, perícias técnicas, laudos periciais,

informações e pareceres sobre a matéria de Serviço Social,

Constituem atribuições privativas do Assistente Social:

Gabarito: Errada

38. (2014)- CESPE -TJ-SE: Analista Judiciário - Serviço Social

Julgue o item seguinte , relativo ao trabalho em equipe como estratégia

para promover mudanças nos processos de trabalho.

A submissão às normas é secundária no trabalho em equipe, de modo a

impedir interferência na autonomia de seus integrantes.

Comentários: Um aspecto muito importante que envolve o trabalho

em equipe é o fato de ser realizado em um espaço institucional, no qual

há submissão às normas e idealização sobre o trabalho. Ocorre com

relativa freqüência, em razão das hierarquias institucionais, um choque

entre o arcabouço institucional e a autonomia relativa dos integrantes

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da equipe, devido à necessidade de horizontalização dos seus saberes e

das suas práticas.

Fonte: Serviço Social e Saúde – desafios intelectuais e operativos. SER

Social, Brasília, v. 11, n. 25, p. 221-243, jul./dez. 2009

Gabarito: Errado

39. 2014-CESPE- TJ-SE: Analista Judiciário - Serviço Social

Acerca do trabalho na era da reestruturação reprodutiva e da

mundialização do capital, julgue o item.

A reestruturação produtiva diz respeito ao processo de mudança no

modo de produção capitalista com vistas a sua dinamização.

Comentários: A reestruturação produtiva foi necessária na década

de 1970 para possibilitar a retomada de expansão e acumulação de

superlucros pelo capital que encontrava-se em grave crise. Desse modo,

foi necessária uma reorganização no interior do capitalismo, através da

reestruturação do trabalho e da produção, e de seu sistema político e

ideológico, os quais passarão a disseminar o ideário neoliberal. Sendo

assim, passa a ser adicionado ao universo empresarial as diversas

inovações científicas, tecnológicas e da robótica, substituindo em larga

escala o trabalho vivo pelo trabalho morto. Esse novo período também

será marcado pela flexibilização das relações trabalhistas, fomentando

vínculos instáveis e precários de trabalho, promovendo a retirada das

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coberturas sociais historicamente conquistadas pelos trabalhadores

bem como diminuindo e eliminando diversos direitos sociais.

Gabarito: Errado

40. 2011-FCC- TRT - 1ª REGIÃO (RJ): Analista Judiciário -

Serviço Social

No contexto do processo da reestruturação produtiva empresarial,

novas atribuições foram exigidas ao assistente social, tal como a de

a) assessorar profissionais da área gerencial e de recursos humanos.

b) estabelecer políticas de recursos humanos, objetivando o

comportamento do trabalhador com a empresa.

c) identificar insatisfações coletivas, estimulando o potencial

reivindicatório dos trabalhadores.

d) estimular o trabalhador à crítica, quando solicitado a refletir

necessidades e escolhas oferecidas pela empresa.

e) intermediar as relações humanas, adaptando-se às novas exigências

da organização.

Comentários: Com o processo de reestruturação produtiva

engendrado pelo capital após mais uma crise cíclica desse modo de

produção na década de 1970, o processo produtivo e a gestão da força

de trabalho são reconfigurados. A partir disso, tem-se a incorporação

no processo produtivo das inovações tecnológicas, científicas e da

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robótica de modo a minimizar o tempo de produção, poupar força de

trabalho vivo e, assim, aumentar as taxas de lucro, e flexibilização das

relações de trabalho, dos contratos trabalhistas e dos direitos dos

trabalhadores. Nesse contexto, o assistente social também sofre com

essas metamorfoses no mundo do trabalho e da produção, sendo que no

que concernem suas atribuições no âmbito das empresas, estas também

serão afetadas e reconfiguradas. Observa-se que nesse período o

trabalho realizado pelo assistente social junto aos trabalhadores passa

a ser minimizado e esse profissional passa a ser requisitado para atuar

nas empresas capacitando gerências e profissionais ligados a essa área.

Nota-se, assim, que se antes o assistente social era demandado pelas

empresas para atuar de forma a controlar os trabalhadores,

minimizando pontos de conflitos e mediando a relação entre patrões e

empregados - e ainda é-, atualmente esse profissional é requisitado

também para capacitar, prestando assessoria e consultoria para

gerentes e profissionais relacionados a área de recursos humanos e

cargos que lidam com os trabalhadores.

Gabarito: A

41. 2013-CESPE- SERPRO: Analista - Serviço Social

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Considerando as mudanças no mundo do trabalho, a partir da

reestruturação produtiva e do contexto histórico, julgue os itens que

se seguem

As propostas de saída neoliberal para a crise do Welfare State incluíam

a restauração da taxa de desemprego e um Estado com restrições nos

gastos sociais. Contudo, o crescimento do desemprego, ao contrário do

esperado, levou ao aumento da demanda por proteção social e,

consequentemente, por aumento dos gastos públicos.

Comentários: Diante da crise estrutural que assolava o mundo na

década de 1970, a saída para o capital retornar a sua acumulação e taxas

de superlucros era uma reestruturação da produção aliada a uma

reconfiguração do papel estatal. Sendo assim, o Welfare State que no

período taylorista/fordista assegurava o pleno emprego e diversos

benefícios de seguridade social para os trabalhadores começa a sofrer

um desmonte. Conforme Elaine Rosseti Behring (Brasil em contra-

reforma: desestruturação do Estado e perda de direitos. 2ª edição. São

Paulo: Cortez, 2008), houve um redirecionamento do fundo público para

o empresariado que enfrentava o ciclo depressivo capitalista,

descobrindo o Welfare State e as políticas sociais.O ideário neoliberal

também apontava, falaciosamente, que o Welfare State era causador

de déficit para a economia porque assegurava o pleno emprego e, com

isso, desmotivava o trabalhador diminuindo a produtividade, pois o

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protegia; por permitir a concorrência desleal, pois era protegida; por

fomentar os movimentos sociais a reivindicarem mais direitos, o que era

considerado perigoso pela burguesia.

Desta forma, o paradigma neoliberal apresentava-se como a única

alternativa para combater a crise afirmando a necessidade de diminuir

os gastos na área social e restaurando a taxa de desemprego "natural"

como forma também de combater as organizações e movimentos dos

trabalhadores. No entanto, como afirma a assertiva, o aumento do

desemprego também proporciona o crescimento daqueles que

necessitam de políticas sociais mas que não terão acesso à elas, as quais

se tornarão cada vez mais seletivas, focalizadas e excludentes.

Gabarito: Certo

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