Contabilidade das Sociedades

Susana Silva – 2021/2022 - Contabilidade das Sociedades

 A redução do capital constitui uma alteração ao

contrato de sociedade substituição do montante
do capital que consta do contrato de sociedade por
um montante inferior depende de deliberação
dos sócios e não carece de escritura pública, sendo
bastante, para o registo a ata da assembleia geral.

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 A redução do capital provoca uma diminuição das

garantias oferecidas pela sociedade aos seus
credores, como tal, só pode efetivar-se após
verificados os condicionalismos previstos nos Art.
94.º a 96.º do CSC.

A convocatória da assembleia geral deve mencionar:

- A finalidade da redução, indicando, pelo menos, se esta se
destina à cobertura de prejuízos, à libertação de excesso de
capital ou a finalidade especial.

- A forma de redução, mencionando se será reduzido o valor

nominal das participações ou se haverá reagrupamento ou
extinção de participações.

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Deliberação de Redução do Capital – Art.º 95.º:

“1. A redução do capital não pode ser deliberada se a situação líquida da
sociedade não ficar a exceder o novo capital em, pelo menos, 20%.
2. É permitido deliberar a redução do capital a um montante inferior ao
mínimo estabelecido nesta lei para o respectivo tipo de sociedade se tal
redução ficar expressamente condicionado à efectivação de aumento do
capital para montante igual ou superior àquele mínimo, a realizar nos 60 dias
seguintes àquela deliberação.
3. O disposto nesta lei sobre o capital mínimo não obsta que a deliberação de
redução seja válida, se simultaneamente, for deliberada a transformação da
sociedade para um tipo que possa legalmente ter um capital do montante
reduzido.
4. A redução do capital não exonera os sócios das suas obrigações de
liberação do capital.”

Tutela dos credores – Art.º 96.º CSC

1 - Sem prejuízo do disposto no número seguinte, qualquer credor social pode, no prazo de

um mês após a publicação do registo da redução do capital, requerer ao tribunal que a

distribuição de reservas disponíveis ou dos lucros de exercício seja proibida ou limitada,

durante um período a fixar, a não ser que o crédito do requerente seja satisfeito, se já for

exigível, ou adequadamente garantido, nos restantes casos.

2 - A faculdade conferida aos credores no número anterior apenas pode ser exercida se

estes tiverem solicitado à sociedade a satisfação do seu crédito ou a prestação de garantia

adequada, há pelo menos 15 dias, sem que o seu pedido tenha sido atendido.

3 - Antes de decorrido o prazo concedido aos credores sociais nos números anteriores, não

pode a sociedade efectuar as distribuições nele mencionadas, valendo a mesma proibição a

partir do conhecimento pela sociedade do requerimento de algum credor.

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Motivos:
• Para libertação de excesso de capital

• Para cobertura de prejuízos avultados

Modalidades:
• Redução do valor nominal das participações;

• Reagrupamento das participações;

• Extinção das participações.

Excesso de capital – capital integralmente realizado

26 Acionistas /sócios
51 Capital subscrito 267x Capital a reembolsar

1) 1)

1) Redução do capital

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Excesso de capital – capital parcialmente realizado

26 Acionistas /sócios
261 Acionistas c/ subscrição/262
51 Capital subscrito
Quotas não liberadas
1) 1000 S.I. 1000 1) 1000

1) Redução do capital – não se verificou restituição efetiva do

capital, mas sim anulação das dívidas dos acionistas/sócios,
pelo capital subscrito e não realizado.

Prejuízos avultados:
 Perdida metade do capital, se os acionista/sócios não
entrarem na sociedade com o que cabe a cada um nos
prejuízos sofridos, a única alternativa à dissolução da
sociedade é a redução do capital.

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51 Capital subscrito 56 Resultados transitados

1) 1)

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Exemplos de redução por excesso de capital:

Saída de sócios:

Exemplo 1 - Pelos valores do último balanço.

Exemplo 2 - Pelos valores de um balanço extraordinário.

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Exemplo 1 - Com base nos valores do último balanço:

O sócio A, que participa com 20 % no capital da Solar,

Lda., retira-se da sociedade em fevereiro, recebendo a sua
parte no capital próprio pelos valores constantes do
último balanço:
Capital subscrito........................10 000 €
Reservas legais ........................ 4 000 €
Resultado líquido do período ……1 000 €

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26 Sócios
267x Capital a reembolsar 51 Capital subscrito
1) 2 800 1) 2 000
56 Resultados transitados
55 Reservas 2) 200
551 Reservas legais
1) 800 26 Sócios
265x Lucros disponíveis
(1) Pela saída do sócio A. 2) 200
(2) Parte do sócio A no lucro do exercício.

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26 Sócios 26 Sócios
267x Capital a reembolsar 265x Lucros disponíveis
3) 2 800 3) 200

12 Depósitos à ordem
121 Banco X
3) 3 000

(3) Pagamento ao sócio A - Cheque sobre o Banco X.

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Exemplo 2 - Com base nos valores de um balanço

extraordinário:

O sócio A, que participa com 20 % no capital da Renive,

Lda., retira-se da sociedade em 30 de junho.
O balanço de gestão e o balanço de liquidação são os
seguintes:

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Balanço de Renive, Lda. em 31/12/N-1 (Último balanço/Balanço de

Gestão)

ATIVO
Ativo não corrente
Ativos fixos tangíveis 8.000
8.000
Ativo corrente
Inventários 4.200
Clientes 3.300
Caixa e depósitos bancários 2.500
10.000
Total do ativo 18.000
CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO
Capital subscrito 9.000
Reservas legais 1.800
Resultados transitados 1.500
Resultado líquido do período 2.000
Total do capital próprio 14.300
Passivo
Passivo corrente
Fornecedores 3.700
Total do passivo 3.700
Total do capital próprio e passivo 18.000
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Balanço de Renive, Lda em 30/06/N (Balanço extraordinário/Balanço de

Liquidação)
ATIVO
Ativo não corrente
Ativos fixos tangíveis 11.500
11.500
Ativo corrente
Inventários 5.000
Clientes 3.300
Caixa e depósitos bancários 2.500
10.800
Total do ativo 22.300
CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO
Capital subscrito 9.000
Reservas legais 1.900
Resultados transitados 3.400
Resultado líquido do período 4.300
Total do capital próprio 18.600
Passivo
Passivo corrente
Fornecedores 3.700
Total do passivo 3.700
Total do capital próprio e passivo 22.300

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Redução do capital - Sociedades por quotas – Exemplo 2

Do último balanço:
Capital subscrito 9.000
Reservas legais 1.800
Res. transitados 1.500
Res. líquido do período 2.000

Do balanço extraordinário:
Capital subscrito 9.000
Reservas legais 1.900
Res. transitados 3.400
Res. líquido do período 4.300

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Redução do capital - Sociedades por quotas – Exemplo 2

Do último balanço:

(9.000+1.800+1.500+2.000) x 20 % = 2.860

Do balanço extraordinário:

(9.000+1.900+3.400+4.300) x 20 % = 3.720

Diferença (resultante de um maior ativo) = 860

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Redução do capital - Sociedades por quotas – Exemplo 2

26 Sócios
268x Outras operações 51 Capital subscrito
1) 1 920(*) 1) 1 800

26 Sócios
267x Capital a reembolsar
1) 3 720

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Redução do capital - Sociedades por quotas – Exemplo 2

 Saída de sócios com base nos valores de um balanço

extraordinário :
Dado que se tratam de balanços extraordinários, não têm
relevação contabilística  não há ajustamento dos saldos das
contas aos valores de liquidação.
A diferença acrescida da parte do sócio nas reservas e nos
resultados deverá ser levada à conta dos sócios que
continuam na sociedade.

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Redução do capital - Sociedades por quotas – Exemplo 2

 Saída de sócios com base nos valores de um balanço

extraordinário :
Sempre que não for estipulado o contrário, a contrapartida a
pagar ao sócio que se retirou é o valor de liquidação da
quota (calculado nos termos do art. 1021º do código civil)
referenciado ao momento em que o sócio declara à
sociedade a intenção de se retirar. É necessária a

intervenção de um ROC.

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Saída de sócios:
 O pagamento da contrapartida é fracionado em duas
prestações, a efetuar dentro de seis meses e um ano, após
fixação definitiva daquela.
 Os sócios que continuam na sociedade ficam com as suas
participações aumentadas proporcionalmente às
participações que detinham na sociedade.
 Nem sempre esta operação se efetua da forma
exemplificada. É mais frequente ser substituída pela
aquisição de quota pelos outros sócios ou pela sociedade.

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