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O IVA E SUA INFLUÊNCIA NA FORMAÇÃO DO

PREÇO DE VENDA AO PÚBLICO (PVP)

VAT AND ITS INFLUENCE ON THE FORMATION OF THE SALE


PRICE TO THE PUBLIC (PVP)

AGOSTINHO MIGUEL HOSSI MATEUS

Benguela, 2019
Enquadramento geral

A entrada em vigor do IVA em Angola terá impacto legal, social e acima de


tudo económico. Neste capítulo gostaríamos de me referir ao impacto económico e o
poder de compra das famílias. Para o presente artigo, abster-me-ei de qualquer
intervenção jurídico-legal, social e sobretudo políticaI.
Estão enquadrados neste regime todos os contribuintes cadastrados na
Repartição Fiscal dos Grandes Contribuintes, bem como aqueles que voluntariamente
solicitem a sua adesão a este regime, desde que verificados um conjunto de requisitos
como o Volume de negócios ou operações de importação.
O Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) entrou em vigor ontem, 1 de Outubro de
2019 na sequência da reforma tributária aprovada em 2011 que visava a melhoria do
sistema tributário angolano, por forma a proceder à adaptação à nova realidade
económica e social do país, desde logo, harmonizada com a Constituição da República de
Angola, a qual estabelece a concepção de um sistema tributário assente nos princípios da:

1. Legalidade;
2. Igualdade;
3. Suficiência;
4. Capacidade contributiva;
5. Justa repartição da riqueza e do rendimento nacional;
6. Princípios da transparência e da eficiência fiscal.

A nível da tributação sobre o consumo, e ainda no plano constitucional, o processo de


implementação do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) responde aos objectivos da
política orçamental e do desenvolvimento económico do País.
1.1. Linhas Gerais do Executivo para a Reforma Tributária
As Linhas Gerais do Executivo Para a Reforma Tributária (LGERT), aprovadas pelo
Decreto Presidencial n.º 50/11, de 15 de Março, definem os instrumentos e os objectivos de
política fiscal que norteiam o processo de reforma, quer do sistema tributário, quer da
Administração Tributária,II por forma a adaptá-los à realidade económica e social do País.
Por outro lado, já se perspectivava no ponto 1.4.3. (prioridades de intervenção no plano
legislativo) das LGERT, que “a tributação do consumo, no âmbito da reforma, far-se-ia
essencialmente a partir da introdução ou evolução do actual imposto de consumo para
um imposto do tipo IVA, sem efeitos de cascata e adequado à estrutura socioeconómica
angolana”.
O ponto 2.2. do referido Diploma Legal (sobre domínio do sistema tributário), contempla
um conjunto de acções a serem adoptadas a curto e médio prazo.
A Curto prazo, devem ser adoptados, em primeiro lugar, os diplomas transversais de
adaptação do sistema existente à nova realidade económica, política e constitucional,

I
A implementação de um novo imposto no sistema tributário angolano com os requisitos do IVA
e com o grande impacto que tem na actividade das empresas, ou até mesmo para singulares que tenham
actividades económicas, implica transformações profundas a todos os níveis. Por esta razão, não tratarei
de questões políticas e suas nuances por razões técnicas e académicas.
II
O IVA | Portal da Administração Geral Tributária (gov.ao)
dando-se enfase prioritariamente aos impostos internos, definindo-se medidas pontuais de
simplificação e de resolução das injustiças mais graves e notórias.
A Médio prazo, destacam-se as seguintes acções:

1. a) Realização de estudos conducentes à substituição do actual imposto de consumo


pelo IVA adequado à estrutura socioeconómica angolana, em conjunção com o
aprofundamento da harmonização comunitária no quadro da SADC;
2. b) Elaboração do anteprojecto de diploma que introduz o IVA;
3. c) Desenho dos procedimentos administrativos, informáticos, de sistemas de
informações, necessários para pôr em prática o novo modelo de tributação do
consumo;
4. d) Divulgação do novo modelo de tributação junto dos funcionários e dos
contribuintes, através de processos de formação e informação específica, como uma
questão decisiva para o êxito da Reforma;
5. e) Instituição de certos impostos especiais de consumo, justificado por razões
financeiras e por razões extra-financeiras (álcool e bebidas alcoólicas, tabacos e
eventualmente, veículos pesados ou de luxo, e sobre os derivados do petróleo);
6. f) Racionalização e modernização do imposto de selo, por forma a abranger
realidades como as operações financeiras que não sejam tributadas no IVA e faze-
las constar de um instrumento normativo autónomo com as características dos
actuais códigos tributários.

Foi no âmbito das medidas de curto e médio prazo da reforma que se efectuou a revisão e
republicação do Regulamento do Imposto de Consumo pelo Decreto Legislativo
Presidencial nº 3-A/14 de 21 de Outubro. Com este Diploma, aprimoraram-se alguns
aspectos em relação ao regime iniciado na década de 80, clarificando-se a figura de sujeito
passivo, as obrigações de liquidação e pagamento, bem como a correcta identificação do
titular do encargo do imposto por via do mecanismo da repercussão.
Ademais das melhorias efectuadas, vários estudos e o contexto actual que Angola vive,
revelaram a necessidade de se alterar o paradigma existente no domínio da tributação da
despesa, mediante a introdução do IVA no sistema fiscal, em substituição do imposto de
consumo.

1.2. Vantagens da implementação do IVA


A implementação deste novo imposto, para além de ser um forte instrumento para a
arrecadação de receitas, funcionará como um importante elemento para a atracção ou
retenção do investimento nacional e estrangeiro nos diversos sectores da economia, em
virtude de ser mais favorável que o actual imposto de consumo.
O IVA é actualmente, o principal instrumento tributário de arrecadação de receitas da maior
parte dos países do mundo, sendo implementado em cerca de cento e sessenta (160) países,
dos quais cinquenta e quatro (54) são africanos, sendo que na região da SADC, Angola é o
único país membro que até ao momento não o implementou.
Dos países africanos com o IVA implementado, destacam-se a Tunísia, a Nigéria, o Quénia,
o Uganda, Moçambique, Cabo Verde, Tanzânia, Senegal, África do Sul, Zâmbia, e outros,
todos com modelos diferenciados e moldados a sua realidade económica, de modo a evitar
constrangimentos que possam advir da sua adopção pura, tal como ocorre nos países
desenvolvidos.
Dentre as vantagens do IVA, destacam-se o facto de ser um imposto:

1. Indirecto;
2. Plurifásico de incidência ampla que abrange de forma generalizada, as transacções
onerosas de bens, as prestações onerosas de serviços e as importações, abarcando
pontos de produção, distribuição e comercialização;
3. Neutro, porquanto é baseado no método subtractivo da liquidação e dedução.

1.3. Acompanhamento da implementação pelo Fundo Monetário Internacional


O processo de implementação do IVA tem sido acompanhado pelo Fundo Monetário
Internacional (FMI), o qual, para além das assistências técnicas de Setembro de 2016,
Dezembro de 2017 e Julho 2018, tem apresentado imensas recomendações.
Da missão de 2016, cujo mote foi “um IVA para Angola – porquê, qual e
como”, resultaram as seguintes recomendações:

1. Adopção de um IVA adequado às condições locais e ao mesmo tempo simples e


suficientemente moderno para lidar com a economia globalizada, cobrado pelo
método de crédito do imposto e que utilize o princípio da tributação no destino, que
tenha uma única taxa e um número reduzido de isenções;
2. Oferecer reembolsos aos exportadores ao final de cada período do imposto e aos
demais contribuintes com créditos líquidos de imposto, após tentarem compensá-los
com débitos referentes aos três meses subsequentes à formação do crédito líquido;
3. Ter como limiar uma facturação anual igual ou superior ao montante em Kwanzas
equivalente a duzentos e cinquenta mil Dólares Americanos (US$ 250.000), um dos
mais altos do mundo, mas que facilitaria a administração do imposto no início da
sua vigência e seria compatível com o que dispõe a Lei n.º 30/11, de 13 de
Setembro das Micro, Pequenas e Médias Empresas[2];
4. Contribuintes abaixo do limiar, excepto as microempresas, deveriam pagar um
tributo simples sobre as suas vendas com taxa igual à metade da taxa do IVA.

Da missão de 2017, cujo mote foi o “apoio a implementação do IVA em Angola”,


destacam-se as seguintes recomendações:

1. Definir as características do IVA utilizando as recomendações constantes nos


relatórios de assistência técnica do FMI de Dezembro de 2017;
2. Criar uma conta alimentada com parcela da receita bruta do IVA a ser usada
exclusivamente para reembolsos de créditos líquidos do imposto;
3. Usar a previsão da receita líquida do IVA e não a previsão de receita bruta, aquando
da elaboração do orçamento anual;
4. Implementar o IVA por etapas, começando com um limiar muito alto e um pequeno
número de contribuintes e ampliando a incidência em duas etapas adicionais;
5. Isentar os contribuintes do IVA da verba “recibo de quitação” do imposto de selo;
6. Isentar os produtos da cesta básica cuja composição é definida na pauta aduaneira
de 2017;
7. Tributar os serviços de intermediação financeira remunerados por comissões e
isentar os demais, assegurada a dedução do IVA pago sobre os inputs;
8. Eliminar a incidência do imposto de selo sobre os serviços de intermediação
financeira sujeitos a IVA;
9. Isentar os seguros de vida e tributar todos os demais.

1.4. Plano Intercalar do Executivo


Em 2017, foi aprovado pelo Decreto Presidencial n.º 258/17 de 27 de Outubro, o “Plano
Intercalar contendo as Medidas de Política e Acções para Melhorar a Situação Económica
Actual para o período de Outubro 2017 a Março 2018”, que visou permitir a conclusão do
ciclo de estabilização macroeconómica, lançar as bases para o desenvolvimento, promover a
confiança, o crescimento económico e a inclusão social, com vista a retomar o caminho de
prosperidade e da inclusão, que foi interrompido com a crise de 2014.
O Plano contemplou um conjunto de acções de curto prazo acometidas ao Ministério das
Finanças, dentre as quais se destaca a inserção do IVA no Orçamento Geral do Estado de
2019 (alínea d) do ponto 4.1.3.).
Este Plano é o instrumento orientador da gestão económica e social de Angola e preconiza,
as acções necessárias a implementação do IVA, a criação de “Medidas de Política e Acções
para Melhorar a Situação Económica Actual”.
Orienta ainda, a criação de um ciclo de estabilização macroeconómica, de formas a lançar
as bases para o desenvolvimento, a promoção da confiança, o crescimento económico e a
inclusão social, com vista a retomada do caminho da prosperidade e da inclusão, estando
em perfeito alinhamento com o Plano de Desenvolvimento Nacional 2018 - 2022.
Por fim, a proposta de Lei foi objecto de consulta pública a nível nacional e mereceu
contribuições dos diversos intervenientes da economia Nacional, dentre os quais se
destacam, vários órgãos da administração directa e indirecta do Estado, ordens
profissionais, associações e confederações empresarias e a sociedade civil em geral.
1.5. Objectivos a Atingir
A fiscalidade é um sistema em que os aspectos políticos, económicos, financeiros, jurídicos,
administrativos, psicológicos, comunitários estão todos interligados. Essa interdependência
é mais nítida ainda num processo de reforma, estando desde logo, presentes na definição
dos objectivos para a implementação do IVA e na estratégia de intervenção que definirão o
sistema tributário.
É sabido que as principais receitas orçamentais em Angola, advêm dos impostos
petrolíferos que têm características muito especiais, quer no plano fiscal, quer no plano
administrativo. Por isso, aconselha a prudência, que os Estados produtores de petróleo
preparem novas fontes de receita, para sustentar os níveis de receitas futuras, o que implica
uma maior atenção aos impostos indirectos.
Neste contexto, há necessidade de se alterar o paradigma existente no domínio da tributação
da despesa, mediante a introdução no sistema fiscal do IVA em substituição do imposto de
consumo o que deve permitir o alargamento da base tributária, a atracão de investimentos, a
eliminação da dupla tributação no imposto de consumo e o combate à evasão e a fraude
fiscal, bem como o enquadramento gradual da economia informal.
Para Angola a Administração Geral Tributária, desenhou um modelo de IVA ao mesmo
tempo adequado às condições locais, o mais simples possível e moderno o suficiente para
lidar com a economia globalizada. A legislação do IVA de Angola deverá consagrar um
IVA simples, local e moderno:

1. Simples, na medida em que deverá consagrar um âmbito lato de aplicação do


imposto, com número mínimo de excepções e cálculos do imposto simplificados,
nomeadamente no que respeita à base tributável, à localização das operações
tributáveis e ao exercício do direito à dedução;
2. Local, na medida em que deverá ser adequada às realidades locais e ao contexto
socioeconómico de Angola, designadamente, através da exclusão da base tributável
de alguns bens e serviços por razões de cariz socioeconómico ou de simplificação, e
a inclusão de regimes especiais para pequenos contribuintes e de regras especiais,
aplicáveis à tributação do sector petrolífero;
3. Moderno, na medida em que deverá consagrar um IVA, quanto possível digital,
através da digitalização das obrigações declarativas e de facturação, e a inclusão das
mais inovadoras práticas internacionais no combate à evasão e à fraude fiscal.

2. Conceito e afins

2.1. Afinal, o que é o IVA?


O IVA é um imposto indireto que se aplica sobre o consumo de bens e serviços, é
liquidado por entidades, registadas para efeitos de IVA, que efetuam fornecimentos de
bens ou serviços. O IVA também se aplica sobre as importações de bens.
2.2. Como funciona o IVA?
As entidades registadas para efeitos de IVA cobram e adicionam IVA ao valor de bens e
serviços, que fornecem. Essas entidades podem proceder à dedução do IVA incluído nos
bens e serviços adquiridos no âmbito do objeto social, salvo algumas restrições tais
como a compra de matérias-primas e outros consumíveis não utilizados no âmbito da
actividade.
A matéria sobre o IVA é, em Angola, de complexo entendimento nos
profissionais e estudantes de Economia, Contabilidade e Gestão, pois, até aqui, o
conteúdo programático da Disciplina de FISCALIDADE em Angola não contempla a
matéria sobre o IVA. Bom, mesmo havendo este motivo, pelo esforço mental e o
espírito de autodidatismo tentarei explicar neste artigo, e com exemplos numéricos,
como o IVA poderá influenciar na formação do preço de venda ao público. Para tal,
seguiremos a seguinte ordem de explicação:
1) Valor Acrescentado (VA);
2) Formação do Preço de Venda sem e com o IVA (PVP).
2.3. A Origem do IVA - Em Angola
As Linhas Gerais do Executivo Para a Reforma Tributária (LGERT), aprovadas
pelo Decreto Presidencial n.º 50/11, de 15 de Março, definem os instrumentos e os
objectivos de política fiscal que norteiam o processo de reforma, quer do sistema
tributário, quer da Administração Tributária, por forma a adaptá-los à realidade
económica e social do País.
Por outro lado, já se perspectivava no ponto 1.4.3. (prioridades de intervenção
no plano legislativo) das LGERT, que “a tributação do consumo, no âmbito da
reforma, far-se-ia essencialmente a partir da introdução ou evolução do actual imposto
de consumo para um imposto do tipo IVA, sem efeitos de cascata e adequado à
estrutura socioeconómica angolana”.
Na altura o sistema fiscal era obsoleto pois provinha essencialmente do período
colonial, com inúmeros diplomas avulsos e desconexos, o que contribuía para a
ineficácia do sistema fiscal.
O ponto 2.2. do referido Diploma Legal (sobre domínio do sistema tributário),
contempla um conjunto de acções a serem adoptadas a Curto e Médio Prazo.
A Curto Prazo, devem ser adoptados, em primeiro lugar, os diplomas
transversais de adaptação do sistema existente à nova realidade económica, política e
constitucional, dando-se enfase prioritariamente aos impostos internos, definindo-se
medidas pontuais de simplificação e de resolução das injustiças mais graves e notórias.
A Médio Prazo, destacam-se as seguintes acções:
1. ) Realização de estudos conducentes à substituição do actual imposto de
consumo pelo IVA adequado à estrutura socioeconómica angolana, em
conjunção com o aprofundamento da harmonização comunitária no quadro da
SADC;
2. ) Elaboração do anteprojecto de diploma que introduz o IVA;
3. ) Desenho dos procedimentos administrativos, informáticos, de sistemas de
informações, necessários para pôr em prática o novo modelo de tributação do
consumo;
4. ) Divulgação do novo modelo de tributação junto dos funcionários e dos
contribuintes, através de processos de formação e informação específica, como
uma questão decisiva para o êxito da Reforma;
5. ) Instituição de certos impostos especiais de consumo, justificado por razões
financeiras e por razões extra-financeiras (álcool e bebidas alcoólicas, tabacos e
eventualmente, veículos pesados ou de luxo, e sobre os derivados do petróleo) -
Racionalização e modernização do imposto de selo, por forma a abranger
realidades como as operações financeiras que não sejam tributadas no IVA e
faze-las constar de um instrumento normativo autónomo com as características
dos actuais códigos tributários.
Foi no âmbito das medidas de curto e médio prazo da reforma que se efectuou a
revisão e republicação do Regulamento do Imposto de Consumo pelo Decreto
Legislativo Presidencial nº 3-A/14 de 21 de Outubro. Com este Diploma, aprimoraram-
se alguns aspectos em relação ao regime iniciado na década de 80, clarificando-se a
figura de sujeito passivo, as obrigações de liquidação e pagamento, bem como a
correcta identificação do titular do encargo do imposto por via do mecanismo da
repercussão.
Ademais das melhorias efectuadas, vários estudos e o contexto actual que
Angola vive, revelaram a necessidade de se alterar o paradigma existente no domínio da
tributação da despesa, mediante a introdução do IVA no sistema fiscal, em substituição
do imposto de consumo

3. O QUE É O VALOR ACRESCENTADO?


O Valor Acrescentado é o valor que o agente económico (produtor ou
revendedor) acrescenta ao custo de produção ou aquisição. Em outras palavras, é a
margem de lucro legal. Para o cálculo do Valor Acrescentado é imperioso, primeiro,
apurar os custos de produção ou aquisição e, segundo, apurar as quantidades
produzidas.
Tomemos um exemplo de uma Empresa que Produz Camas (MUHELA, LDA.).
Imagine que a empresa tenha suportado os seguintes custos de produção:
a) Matéria-prima (MP) = 300.000 kzs
b) Mão-de-Obra Directa (MOD) = 260.000 kzs
c) Gastos Gerais de Fabrico (GGF) = 240.000 kzs
Custo Total (CT) = 800.000 kzs (a+b+c).
E a produção do período foi de 160 camas (Quantidades = Qtd). Tendo apurado
o CT e as Qtd, calcula-se agora o Custo Unitário (CU), dividindo o Custo Total (CT)
pelas Quantidades Produzidas (Qtd). Ou seja:
CU = CT/Qt
CU = 800.000/160
CU = 5.000 kzs. Ou seja, cada cama produzida, custou 5.000 kzs.
Deste VALOR, Segundo lei específica (tabela de lucros mínimos), a empresa
deverá Acrescentar 30% como margem de lucro. Ou seja, o VALOR
ACRESCENTADO ao CU é: 1.500 kzs, que resultará de (5.000x30%).
3.1. FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA (PVP).
a) PRIMEIRA HIPÓTESE
Numa primeira hipótese, vamos assumir a inexistência de qualquer Imposto
sobre o Consumo. Sendo assim, o Preço de Venda de cada unidade seria 6.500 kzs
(5.000 que é o preço de custo - CU - mais 1.500, que é o valor acrescentado - margem
sobre o CU). Assim, a empresa MUHELA, LDA. ao vender as 160 unidades camas,
teria como Receita Total 1.040.000 kzs (6.500x160), e o seu lucro seria de 240.000 kzs
que resulta de (1.040.000 – 800.000). Neste sentido, para MUHELA, LDA., 240.000
kzs é o VALOR ACRESCENTADO ao Custo Total (800.000x30%).
b) SEGUNDA HIPÓTESE COM A IMPLEMENTAÇÃO DO (IVA)
Agora vamos assumir a existência do IVA. O Valor Acrescentado, como já foi
calculado, é de 1.500 kzs. É sobre este valor onde vai incidir O IMPOSTO do IVA, que
é de 14%.
Assim, o IVA será: 1.500x14%=210.
Em vista disso, pode-se concluir que, com o Imposto, o PREÇO DE VENDA
será: 6.500+210 = 6.710. Vendendo a este preço (deverá a empresa efectuar a entrega
dos 210 kzs ao cofre do Estado por via do órgão tributário competente, no caso a AGT),
dessa forma, a MUHELA, LDA., estará a salvaguardar a sua margem de Lucro, de
1.500 kzs (que é 30% sobre o preço de custo - 5.000 kzs)III
Desta análise, que fique claro que, primariamente o IVA não incidirá sobre os
produtos da cesta básica, bem como aos produtos e especiarias iminente a prática da
agropecuária. Até agora, é este o entendimento que se tem da autoridade tributária.

III
Poderá resultar duvida nas questões ora apresentadas, estarei dispostos a responder todas, quer
jurídicas e o seu regime, o impacto social nas famílias, enquanto agentes económicos e principalmente
questões que tem que ver com a Economia nacional, exceptos àquelas de índole políticas e suas nuances.
Elaborado por: Agostinho Hossi Mateus
Advogado e Académico
Publicado: aos 2 de Outubro de 2019
In: Administração Municipal do Balombo
By: Projecto “Pensar fora da Caixa”

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