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Hoje em dia vivemos situações difíceis em âmbito social, mudanças incessantes, crises
económica em toda parte, luta pela sobrevivência, competição diária, violência social, vida nas
grandes cidades, novas tecnologias de comunicação, ritmo frenético da existência etc. que nos
levam a situações novas e de mudança, muitas vezes extremas, às quais temos de nos adaptar e
tolerar, mas sem perdermos um eixo psicológico que todos necessitamos como seres humanos.
Todos estes factores da sociedade atual normalmente nos levam a uma identificação com o
mundo exterior e, como consequência, a uma perda de identidade e a uma desorientação que, se
não percebermos e buscarmos uma solução, nos levará a uma vida vazia e sem sentido, rotineira,
onde sobressai o viver para trabalhar ou sobreviver, esquecendo-se do “viver”. Por isso
necessitamos resgatar o autêntico conhecimento, um ensinamento baseado nos princípios
universais, em normas bioéticas, educacionais, regressar aos autênticos valores que existem há
séculos para termos um guia, um eixo que nos oriente na busca de um desenvolvimento integral
do ser humano, e nos ajude a ter comportamentos positivos que nos levem a melhorar nossa vida
em relação aos demais e a si mesmo. Se nós queremos nos desenvolver, evoluir na vida, ser
diferentes, sair de dogmas caducos impostos e da falsa educação, mas sem cair na frieza do
homem atual, preso a um mundo materialista e robótico das novas tecnologias cada vez mais
absorventes, necessitamos desenvolver um eixo de conduta, um guia seguro que nos oriente na
vida, regras de convivência, normas, valores para buscarmos melhorar os relacionamentos
humanos, sociais, laborais, familiares que nos permitam crescer internamente, alcançar um
desenvolvimento positivo, uma satisfação pessoal e evolução humana na sociedade.
Necessitamos aprender a viver em sociedade de forma prática, mas inteligente, desenvolvendo os
potenciais do ser humano em âmbito laboral, profissional, intelectual, científico, em todos os
campos mas sob uma orientação em valores internos e de bom comportamento social, sem
esquecermos os aspectos emocionais tão importantes para um desenvolvimento integral humano.
Ao longo da história muitas pessoas, pensadores, grandes homens conseguiram e nos mostraram
o caminho a seguir;
Características de autodomínio
O autodomínio é a nossa capacidade de nos controlarmos, de exercermos o autocontrolo. É
quando conseguimos conter as nossas emoções e desejo, que ao cedermos poderá prejudicar aos
nós mesmos ou aos outros. É importante “pensar antes de agir” e ter a consciência de si mesma,
para escolher de forma inteligente, a melhor reação para cada situação. Tente “agir” (tomar uma
atitude de forma pensada e consciente) e evite “reagir” (tomar uma atitude de forma impulsiva e
sem tempo para pensar).
Dicas para exercer o Autodomínio
1. Pratique o autoconhecimento
Ter autoconhecimento irá nos ajudar na prática do autocontrole, pois este conhecimento de si
mesmo lhe permite saber como reage às situações do dia-a-dia, e assim saberá
o “porquê” e “quando” poderá ter uma reacção mais intempestiva, e conhecendo-se a si mesmo
saberá quando e como se controlar.
Meditar nos ajuda a estar no momento presente, a estarmos mais serenos e em contacto com a
nossa essência. Tente observar os seus pensamentos, seus sentimentos, as reações em seu corpo,
pois quanto melhor conseguir ser um “observador de si mesma”, mais serena estará a sua mente
e mais tempo de “espaço vazio”,terá entre a ocorrência de um pensamento e outro. Introduzir
esta prática em seu dia a dia, trará inúmeros benefícios para a sua vida, como por exemplo: a
melhora da qualidade do seu sono, o aumento da concentração, a diminuição do estresse, além de
ser uma ferramenta maravilhosa para o seu autoconhecimento e desenvolvimento pessoal.
A empatia é a nossa capacidade de nos colocarmos no lugar dos outros, de “sentir” as suas
dores, de conseguir emocionar-se com a situação alheia. Quando temos empatia, temos mais
facilidade em nos controlarmos, em tentar perceber o outro, a sua situação e/ou motivações,
antes de agirmos sem pensar, antes de entrarmos em discussões e julgamentos. A empatia é o que
move as pessoas a ajudarem-se umas às outras, ela está ligada ao amor ao próximo, a
ultrapassarmos a necessidade de olharmos apenas para o nosso umbigo e enxergamos o outro: a
sua dor, suas dificuldades, seus pontos de vista.
O autodomínio é uma virtude singular que procura ultrapassar o conflito gerado pela oposição
entre a razão e as paixões. A sua ausência constitui uma das três coisas que nos podem tornar vis,
a par dos vícios e da bestialidade. Aristóteles analisa esta virtude nos capítulos IV e VI do livro
II da Magna Moralia (1), começando por criticar a tese socrática que negava a existência do
autodomínio, pois dizia que ninguém pode escolher o mal sabendo o que é o mal. Na verdade, ao
contrário do que pensava Sócrates, as pessoas que não têm autodomínio escolhem o mal,
sabendo que estão a escolher o mal, não porque o prefiram racionalmente, mas porque se deixam
vencer pelo império das paixões, não tendo força de vontade para lhe resistir. Pode-se perguntar,
no entanto, se esse conhecimento é um verdadeiro saber ou uma mera opinião? No primeiro
caso, a pessoa que faz o mal merece ser censurada. No segundo caso, a pessoa que não tem
autodomínio faz o mal apenas porque possui uma vaga opinião do mal e não um saber verdadeiro
e, nessa medida, não mereceria ser censurada.
No entanto, todos sabemos que as pessoas incapazes de autodomínio estão muito mais sujeitas
do que as outras a optar pelas más acções, quer por frouxidão quer pelo facto de não saberem
aplicar aquilo que sabem. Oiçamos Aristóteles: "por conseguinte, não tem domínio de si, aquele
que tendo um conhecimento das coisas boas, não o põe em acto. Cada vez que ele não põe em
acto esse saber, pode-se dizer, sem cair no absurdo, que ele faz o mal, sabendo o que é o bem. O
seu caso é semelhante ao das pessoas que dormem". (2). O filósofo avança, ainda, uma outra
explicação: é possível ter-se um conhecimento geral sem se saber como aplicá-lo a casos
particulares. Neste caso, a pessoa pode deter o saber, mas erra ao aplicar esse saber à resolução
de um conflito particular.
As pessoas sem autodomínio poderão cair, com facilidade, nesse erro e é, por isso, que embora
conheçam o bem, são incapazes de resistir ao mal, sobretudo quando essa opção pelo bem as
obriga a renunciar a prazeres. Neste caso, as paixões e os apetites tornaram inactivo o
conhecimento e a pessoa deixa de obedecer à razão. Ao invés a pessoa com autodomínio é
aquela que é capaz de obedecer à razão, embora seja confrontada, amiúde, com o desejo de ceder
às paixões e aos apetites. Convém, no entanto, distinguir o autodomínio da resistência. O
autodomínio diz respeito aos prazeres. Aquele que se autodomina é senhor dos seus prazeres,
enquanto que a resistência diz respeito às penas e às dores. Aquele que resiste às penas é um
homem resistente, mas não é, forçosamente, um homem com autodomínio.
Aristóteles faz uma outra distinção entre a ausência de autodomínio e a moleza. Enquanto a
moleza significa a incapacidade para resistir à dor, a ausência de autodomínio significa a
incapacidade para resistir aos prazeres indevidos, impróprios ou excessivos. E o que é o oposto
do autodomínio? Aristóteles defende que é o deboche ou a vida dissoluta. Oiçamos Aristóteles:
"existe um certo tipo de homens que chamamos dissoluto. Será o mesmo tipo de homem que
aquele que não tem autodomínio? O dissoluto é aquele que pensa que os seus actos são os
melhores e os mais úteis para si e que não possui nenhuma razão para se opor ao que lhe parece
ser agradável. O homem sem autodomínio, pelo contrário, possui uma razão que o opõe aos fins
em direcção aos quais o seu desejo o empurra" (3), mas não consegue resistir ao apelo dos seus
desejos e paixões.
Qual é o mais facilmente corrigível? O homem dissoluto não usa devidamente a razão, pois opta
pelo mal, pensando que o mal lhe é mais útil e agradável. O homem sem autodomínio dispõe de
razão, mas é incapaz de resistir aos desejos. Repare-se: o dissoluto não tem qualquer noção do
bem, mas o homem sem autodomínio tem. O primeiro tem as características de um ser vicioso e
vil por natureza, mas o segundo não, embora se possa também tornar vicioso, graças ao hábito.
No entanto, é mais fácil alterar os maus hábitos do que uma má disposição natural. É, por isso,
que o homem dissoluto é mais difícil de corrigir do que o homem sem autodomínio. Será que a
pessoa com autodomínio é sinónimo da pessoa prudente? É verdade que o homem prudente
também possui autodomínio e que, portanto, não apenas possui uma recta razão, mas também é
capaz de agir em conformidade com a recta razão. Contudo, ser prudente exige mais do que ter
autodomínio, porque a pessoa prudente também é capaz de escolher os melhores meios para
atingir os fins rectos.
Quem assume por inteiro a própria vida pode ser a qualquer hora e em qualquer lugar, apenas o
que é. Assumir a própria vida é um ato de coragem, pois implica ser responsável pelo que de
bom ou ruim que há de acontecer. Seu destino esta constantemente sob teu controle. Tu escolhes,
recolhes, eleges, atrais, buscas, expulsas, modificas tudo aquilo que te rodeia a existência. Cuida
das palavras que saem da tua boca, elas têm poder de vida e morte, elas têm poder de benção e
maldição. Teus pensamentos e vontades são a chave de teus atos e atitudes... São as fontes de
atração e repulsão de tua jornada e vivencia. Não reclame nem te faças de vítima. Antes de tudo
analisa e observa. A mudança está em tuas mãos. Reprograma tua meta, reprograma tua mente.
Busca o bem e viveras melhor. “Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo,
qualquer um pode recomeçar agora e fazer um novo fim.”As mudanças começam quando as
pessoas conseguem ser honestas consigo mesmas e aceitam que, de algum modo, são
responsáveis pela situação em que se encontram. Quando culpamos os outros pelas nossas
dificuldades, é muito mais difícil reconhecer o nosso poder, a nossa capacidade para lutar pela
felicidade. Temos de escolher se queremos ser parte da solução ou parte do problema. Assumir a
nossa própria responsabilidade implica aceitar que aquilo que fazemos hoje é a semente para a
mudança (ou para a estagnação) de amanhã. Auto responsabilidade implica esforço, sim, mas
também implica poder e liberdade.
Acrescenta Freire (2004) a necessidade de falar com o educando na educação dialógica, que
perpassa pelo processo de escuta um do outro. Se sou um professor aberto, com sonho
democrático, devo, em certo momento, falar ao educando, mas toda vez que eu falo ao educando,
eu devo estar preocupado em transformar o meu falar ao educando em falar com o educando [...].
Esse exercício de falar a falar com implica necessariamente aprender a escutar. Há um momento
em que o educando precisa escutar o educador, mas há um momento em que o educador precisa
escutar o educando e há momentos em que os dois se escutam entre si (FREIRE, 2004, p. 157).
O falar com o outro e escutar o outro, na prática pedagógica, além de ser uma ação democrática,
configura-se também como ato de respeito ao saber e à cultura do outro, adquirindo uma
dimensão intercultural crítica. A priorização da “relação dialógica” no ensino permite o respeito
à cultura e à valorização do conhecimento que o educando traz. Por isso, para Freire (1995, p.
82): “um trabalho a partir da visão do mundo do educando é sem dúvida um dos eixos
fundamentais sobre os quais deve se apoiar a prática pedagógica de professoras e professores”. O
contexto do discurso freireano em seus primeiros escrito surge no Brasil a partir de análise
antropológica da nossa “inexperiência democrática” na obra Educação e atualidade brasileira. O
texto já apontava elementos necessários à construção de uma educação democrática apesar de
não conter ainda, em suas concepções, a força discursiva em torno do caráter político da
educação.
Na concepção problematizadora, o diálogo não se configura apenas como método, mas como
estratégia para respeitar o saber do aluno, isto é, o importante é a comprovação de que os alunos
quando chegam à escola, também têm o que dizer e não apenas o que escutar. Assim, para pôr
em prática o diálogo, o educador não pode colocar-se na posição de detentor de todo saber, ele
precisa ter uma posição humilde de quem sabe que não sabe tudo, reconhecendo que o analfabeto
não é um homem “perdido”, fora da realidade, mas alguém que tem uma experiência de vida e
por isso também é portador de um saber. “O diálogo se impõe como caminho pelo qual os
homens ganham significação enquanto homens” (FREIRE, 2001, p.79). A educação dialógica se
funda numa práxis educativa de constante ação-reflexão-ação, por isso a escuta verdadeira
peculiar do diálogo caracteriza o encontro dos homens para a pronúncia do mundo. A capacidade
de refletir sobre uma situação e se posicionar coerentemente em relação a ela é requerida pela
necessidade do exercício da cidadania, em uma sociedade de amplo acesso a informação e
participação nas diferentes esferas da interação social.
Desse modo, ao abordarmos o diálogo como uma categoria indispensável à educação popular.
Percebemos que a educação proposta por Freire se diferencia da tradicional, uma vez que
abomina, dentre outras coisas, a dependência dominadora, que inclui a relação de dominação do
educador sobre o educando. O referido educador propõe uma nova concepção de relação
pedagógica baseada no diálogo, isso significa que o educador também aprende do educando da
mesma maneira que este aprende dele. Sendo assim, a relação dialógica funda o ato de ensinar,
que se completa no ato de aprender. Não há ninguém que possa ser considerado definitivamente
educado ou definitivamente formado. Cada um, a seu modo, junto com os outros, pode aprender
e descobrir novas dimensões e possibilidades da realidade na vida.
Aristóteles e Platão diziam existir basicamente dos tipos de políticos, aqueles que consideravam
a política como ocupação onde o objetivo é realizar o bem comum e o de Maquiavel, que
considera a política uma arte de conquistar e manter estável o poder, fazendo de tudo para que
isso ocorra. Política e ética são duas coisas que deveriam andar de mãos dadas em um mundo
idealizado e que, mesmo que não seja possível o alcance a este mundo perfeito, a tentativa da
busca sobre ambos os temas em conjunto deveria ser o objetivo, a meta de todos os que operam
no ramo da política. Infelizmente, esta não parece ser a situação do atual sistema representativo
da política no Brasil, tantos escândalos e corrupção fazem a imagem da nossa política cair e o
povo deixa de acreditar na mesma. Recentemente, temos visto muitos julgamentos e vários
esquemas serem desmantelados (fato positivo e primeiro passo rumo a, quem sabe, uma
melhora no nosso sistema), que é exatamente o que se espera da política, a eticidade. Um país
que não leva a política juntamente com a ética não tem a autoridade, ou sequer a moral, para
cobrar o mesmo do cidadão, ou mesmo puni-lo quando algo for descumprido, pois não há
legitimidade em uma política que não segue os princípios da ética.
Ética e sociologia
Ética e antropologia
E evidente que o consenso é mais fácil entre interlocutores da mesma cultura, mas o núcleo
mínimo de valores e traços invariantes capazes de facilitar esse consenso é comum a todos os
homens, ainda que implicitamente: o próprio valor do entendimento mútuo, sem o qual não se
abririam processos dialógicos, e os intrínsecos a cada pretensão de validade - o da verdade, o da
justiça e o da veracidade. Uma vez ingressando na relação comunicativa, graças a esses valores
comuns, os interlocutores podem por sua vez acercar-se cada vez mais, porque é inerente à
comunicação o processo que George Herbert Mead chamava o role taking, a capacidade de cada
participante de colocar-se na situação de vida e constelação de interesses de todos os outros.
Universalista, a ética comunicativa filia-se conscientemente ao universalismo da Ilustração, e
portanto acentua mais os fatores que unem os homens que os que os separam, e entre esses
fatores está justamente a disposição universal para o entendimento linguisticamente mediatizado.
Na psicologia, a ética também tem um importante papel, já que profissionais que tem essa
característica ganham maior credibilidade em seu ramo profissional. O psicólogo deve procurar
entender os problemas humanos e se solidarizar com eles. Apesar de muitos não cumprirem o
requisito, tentam apenas exercer a profissão para benefícios financeiros. A ética é um princípio
eficaz dentro de uma profissão e quando cumprida de forma correta há benefícios tanto para
quem pratica, quanto para quem recebe.
Conclusão