Você está na página 1de 44

www.conhecer.org.

br
TÉCNICAS DE PRODUÇÂO SUSTENTÁVEL NA AGRICULTURA
Elaboração: Wagner Nunes Rodrigues, Engenheiro Agrônomo, Mestre em Produção Vegetal.
Lima Deleon Martins, Engenheiro Agrônomo.
Felipe Pianna Costa, Engenheiro Agrônomo.

INTRODUÇÃO

Este curso é composto por sete capítulos que englobam algumas das
principais técnicas de produção agrícola sustentável. Ao fim do curso, haverá um
pequeno teste para verificação da sua aprendizagem. Boa leitura e bons estudos.

A agricultura brasileira, durante muitos anos, foi feita de forma irresponsável,


assimilando práticas hoje consideradas predatórias e danosas ao meio ambiente. O
cultivo nos moldes da agricultura "moderna” foi estabelecido pelos princípios da
Revolução Verde, na qual se empregaram monocultivos de cultivares melhoradas,
com alta produtividade e outras características agronômicas desejáveis. Esse
processo, naturalmente, fez com que as plantas perdessem suas características
naturais de rusticidade e, em alguns casos, inclusive a resistência a pragas e a
doenças. Adicionalmente, as plantas se tornaram mais exigentes para manter a alta
produtividade, ocorrendo problemas associados aos estresses nutricionais, hídricos
e até mesmo quanto ao cultivo em épocas e/ou locais, para os quais as plantas não
estão adaptadas (AMARAL, 2001).
Na busca de sistemas de produção mais sustentáveis, surgiram modelos
alternativos de agricultura, resgatando técnicas já empregadas há muitos anos.
Esses modelos se destacam pela preocupação em proteger o meio ambiente e a
saúde humana.
Apesar do forte caráter agronômico e tecnológico dos novos modelos de
agricultura, em termos gerais, as mudanças propostas apontam para um sentido
comum: a adoção de práticas de manejo voltadas para a manutenção dos recursos
produtivos; aumento da biodiversidade nos sistemas de produção; investimento em
praticas e estratégias culturais e biológicas de controle das populações de
herbívoros, microrganismos e plantas daninhas e investimento em praticas e
estratégias voltadas para a utilização de recursos localmente disponíveis (AMARAL,
2001).
A atividade agrícola nacional superou países que antes eram muito mais
eficientes como produtores de alimentos. Isso foi devido a uma série de fatores
como a concentração de esforços em orientar e qualificar melhor o homem do
campo, dando meios e ferramentas para que ele utilizasse técnicas modernas e
menos agressivas em suas plantações; também a utilização de menos defensivos
químicos e a orientação para reduzir o desmatamento das áreas vizinhas ao cultivo,
difundindo a importância de uma biodiversidade e os benefícios que a mesma pode
trazer para as plantações; além da melhoria das condições gerais de vida do homem
do campo e das famílias ligadas à atividade agrícolas (NUNES, 2008).
No entanto, ainda existe muito trabalho a ser realizado para garantir que os
princípios da sustentabilidade na agricultura atinjam toda a área agricultável do
território nacional, de maneira a proporcionar um maior rendimento, colheitas mais
abundantes e saudáveis (NUNES, 2008).

CAPÍTULO 1: MANUTENÇÃO DA PRODUTIVIDADE

Praticas de manejo sustentável têm como objetivo a manutenção da


produtividade, ou seja, que a produção possa ser repetida em ciclos ao longo do
tempo, sem que a área explorada definhe ou perca sua capacidade produtiva
(Figura 1).
Figura 1. Modelo comparativo entre a produção ao longo do tempo com manejo
sustentável e com exploração desordenada da área de produção.

Considerando uma determinada atividade agrícola, de acordo com as


condições dá área e das tecnologias disponíveis, é possível atingir altas
produtividades, no entanto, nem sempre isso é um processo contínuo. Uma
exploração desordenada dá área poderá provocar depauperamento do ambiente,
reduzindo o potencial de produção ao longo do tempo, tornando a terra cansada ou
até mesmo improdutiva.
A sustentabilidade visa o uso racional da área produtiva, de maneira a
explorar o seu potencial no presente, e ao mesmo tempo preservar a sua
capacidade para o futuro.
Manter uma produção adequada em uma determinada área, evitando que
essa produção decaia nos cultivos posteriores, é o conceito básico da manutenção
da produtividade.

1. Solo Produtivo

O solo produtivo (Figura 2) apresenta características peculiares: esfarela-se


facilmente quando manuseado, tem cheiro fresco e agradável, quando arado se
torna solto (não cai em torrões), a água da chuva infiltra rapidamente, não forma
poças nem grandes enxurradas (PRIMAVESI, 1992).

Figura 2. Solos produtivos (Rico e matéria orgânica e Terra roxa)


(Fonte: Trees for the future).

Para manter o solo produtivo, uma série de medidas podem ser tomadas: o
uso de terraceamento, curvas de nível, plantio direto, aração invertida, retornar toda
o material possível (palhada, restolhos) á área de cultivo; entre uma gama de
tecnologias que vêm sendo desenvolvidas e adaptadas para a manutenção das
boas condições do solo e dos cultivos (PRIMAVESI, 1992).
2. Solo Cansado
O solo cansado apresenta uma crosta na superfície e nuvens de poeira
quando é trabalhado, quando arado acaba virando torrões (Figura 3). Geralmente
necessita de duas ou três gradagens e destorroamento. Tem cheiro de mofo ou não
possui cheiro algum. Surgem sucos de erosão, enxurradas e poças quando chove
(PRIMAVESI, 1992).

Figura 3. Trabalho em solo cansado (www.socioambiental.org).


Pegando-se um torrão e quebrando-o, é possível estimar o grau de
decadência do mesmo (Figura 4), quando ele se esmigalha facilmente, a terra está
ótima. Se o mesmo se quebrar com faces irregulares, a terra já está cansada, mas
ainda é toleravelmente boa. Quando se quebra com faces de ruptura retas, já está
muito cansada e seu cultivo é caro. Se a mesma se desprender em lâminas
paralelas, sua qualidade já está em péssimas condições (PRIMAVESI, 1992).

Figura 4. Grau de qualidade do solo, mostrando a decadência da qualidade da


esquerda para a direita (Adaptado de PRIMAVESI, 1992).

CAPÍTULO 2: TÉCNICAS DE PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL

Antes de começar a descrever as técnicas de produção sustentável que


podemos adotar nos cultivos agrícolas, é importante esclarecer que existem
diferenças entre a agricultura tradicional e a agricultura moderna.
A agricultura tradicional é o conjunto de técnicas de cultivo que vem sendo
utilizado durante vários séculos pelos camponeses e pelas comunidades indígenas,
priorizando a utilização intensiva dos recursos naturais. É praticada em pequenas
propriedades e destinada à subsistência da família camponesa ou da comunidade
indígena, com a produção de grande variedade de produtos.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, iniciou-se um processo de declínio
da agricultura tradicional e uma nova agricultura, chamada moderna, começou a ser
implantada. A agricultura moderna se caracteriza pelo grande uso de insumos
externos, utilização de máquinas pesadas, manejo do solo inadequado, grande uso
de adubação química e biocidas. As técnicas da agricultura moderna entram em
colapso poucos anos após sua implantação. Desta forma, não pode ser considerada
uma agricultura de fato sustentável, ao contrário da agricultura tradicional, que tem
centenas de anos de história e sustentabilidade a longo prazo (WOLFF, 1995).
As modificações na base técnica da produção agrícola geraram uma série de
conseqüências que demonstram a falta de sustentabilidade da agricultura moderna
(WOLFF, 1995), dentre elas:

1. Uso exagerado de insumos;


2. Descarte de resíduos como lixo;
3. Uso de maquinas pesadas;
4. Adubações pesadas;
5. Dependência de biocidas (Figura 5).
Figura 5. Exemplos de práticas não sustentáveis da agricultura moderna.

Como alternativa à agricultura moderna, modelos de agricultura mais


ecológicos começaram a se consolidar através de diversas correntes que se
diferenciam em alguns pontos, mas que possuem princípios comuns, como a
agricultura orgânica, agricultura biodinâmica, agricultura natural, agroecologia,
permacultura, agricultura alternativa e a agricultura Nasseriana.
Todas estas diversas correntes e tendências concordam que a agricultura
sustentável precisa de alguns princípios básicos para se implantar como tal. O
primordial seria o respeito e a observação da natureza. Um verdadeiro agricultor,
agrônomo ou técnico agrícola deve ter a capacidade de observar, perceber e de
entender o que está acontecendo com a planta e com o animal. Isto resulta no uso
da natureza a favor da cultura (WOLFF, 1995).
Também podemos listar o aproveitamento de recursos naturais renováveis, a
reciclagem de resíduos, a adubação orgânica, a humidificação do solo, a adubação
mineral pouco solúvel, o uso de defensivos naturais, o controle biológico e mecânico
de insetos e plantas espontâneas, a permanente cobertura do solo, a adubação
verde, a diversificação dos cultivos, a consorciação de culturas e a rotação de
culturas.

CAPÍTULO 3: TÉCNICAS SUSTENTÁVEIS NO MANEJO DO SOLO

1. Terraceamento

A erosão hídrica é a principal forma de erosão nas regiões tropicais. Esse


processo é provocado principalmente pelo impacto direto da água sobre o terreno e
pelo excessivo escoamento superficial.
Existem diversas práticas utilizadas para controlar a erosão hídrica em solos
agrícolas. As práticas mecânicas são aquelas nas quais se utilizam estruturas
artificiais para a redução do escoamento superficial da água. O terraceamento
(Figura 6) é a mais difundida e mais utilizada prática mecânica para controle da
erosão hídrica (GRIEBELER et al., 2005).
Figura 6. Visão esquemática do terraceamento (BERTOLINI et al., 1989).

Apesar de ser uma prática bastante antiga, o terraceamento ainda apresenta


uma série de dificuldades de utilização. A sua eficiência dependente do
dimensionamento adequado do espaço entre terraços e da sua seção transversal. O
espaçamento deve ser estipulado em função do comprimento de rampa para o qual
a água escoada superficialmente não atinja energia suficiente para erodir o solo
(GRIEBELER et al., 2005).
Atualmente, existem diferentes métodos para se estabelecer o espaçamento
entre terraços, mas normalmente, a tomada de decisão é feita em função da
declividade do terreno e das características do solo (GRIEBELER et al., 2005).
Existem diversos tipos de terraços, os mais usados são (PRIMAVESI, 1992):

1. Terraços de base larga: para terrenos com até 4% de declive. São mais caros e
mais seguros. Têm a vantagem de não arrebentar e de permitirem o cultivo nos
camalhões, não se perdendo área.

2. Terraços de base estreita: mais comuns e de fácil construção. Após medir e


balizar os terraços, podem ser feitos com um arado ou capricho. Têm a
desvantagem de arrebentarem com chuvas pesadas, necessitando de controle
constante.

3. Terraços patamar: para terrenos com mais de 10% de declive. Exigem grande
movimentação de solo. A parte superior do terraço é raspada e colocada na parte
inferior, necessitando de recuperação. São caros, mas seguros. Nos terraços,
geralmente se plantam culturas anuais, e nas ladeiras, que devem ser gramadas,
cultivam-se árvores fruteiras.

É valido ressaltar que mesmo com o correto dimensionamento dos terraços,


sua implantação em terrenos com topografia irregular apresenta dificuldades
relacionadas ao relevo (Figura 7). Os terraços devem acompanhar linhas de nível e,
com a variação na declividade da área, devem ocorrer também variações no
afastamento entre os terraços (GRIEBELER et al., 2005).

Figura 7. Diferentes terraços, adaptados a diferentes condições de relevo


(SALEMI, 2009; EMBRAPA, 2006).
2. Calagem

Quanto mais de cultiva, maior será a acidificação do solo. As raízes das


plantas mantêm em seu interior um equilíbrio de cargas positivas e negativas, então,
ao absorver um cátion elas liberam um hidrogênio (H +) para manter o equilibro
interno, o que aumenta a acidez do solo. A adição de nutrientes pela adubação
também pode promover a acidificação do solo (PREZOTTI, 2007).
Para corrigir a acidez do solo, é comum a prática da calagem (Figura 8), que
é a adição de calcário (CaCO3 e MgCO3), este se dissocia em cátions Ca, Mg e
bicabornato (HCO3) na presença de água. O íon bicabornato reage com H + formando
ácido carbônico, que é uma molécula que rapidamente se dissocia em água gás
carbônico.

Figura 8. Calagem (agriculturabrasileira.blogspot.com, www.minersul.com.br).

A calagem aumenta a atividade microbiana do solo, favorecendo a


mineralização da matéria orgânica e liberando os nutrientes ligados a mesma. Esses
nutrientes podem ser facilmente absorvidos pelas plantas ou podem se perder por
lixiviação. Desse modo, deve-se evitar a aplicação de calcário sobre a superfície
total do terreno e também nas entrelinhas de cultivo, durante o plantio e no estádio
inicial de desenvolvimento das plantas, visando preservar a matéria orgânica em
função da capacidade de absorção do sistema radicular das plantas (PREZOTTI,
2007).
Os sistemas para a recomendação de calagem incluem duas etapas: a
decisão de aplicar ou não o corretivo e a definição da dose. O pH, a presença de
alumínio e a saturação por bases são indicadores que podem ser utilizados para
definir se há ou não necessidade de calagem. A acidez potencial, o índice SMP e as
fórmulas que envolvem fatores e componentes da acidez têm sido utilizados para
determinar a dose de corretivo (NOLLA & ANGHINONI, 2004).

3. Cobertura do solo

A cobertura do solo com plantas ou com seus resíduos é o fator isolado de


maior importância no controle da erosão hídrica das terras agrícolas.
Quando a cultura se desenvolve e cobre o solo (Figura 9), cria-se uma
proteção para as características químicas, físicas e biológicas contra os agentes
climáticos nocivos à vida do solo. Solos descobertos sofrem desagregação das
partículas superficiais devido ao impacto das gotas de chuva, além disso, as
precipitações muito intensas desagregam o solo e as partículas menores selam os
poros da superfície. Isto contribui para a redução da infiltração da água e,
conseqüentemente, favorece o escorrimento superficial. A cobertura também
favorece a infiltração pela retenção de água na vegetação e pelo desenvolvimento
do sistema radicular (MUZILLI et al., 1980). A cobertura do solo diminui a velocidade
do escoamento, a concentração e o tamanho dos sedimentos transportados e,
conseqüentemente, as taxas de perdas de solo (CHAVES & CALEGARI, 2001).

Figura 9. Solo coberto (www.embrapa.br) e solo desnudo (www1.agric.gov.ab.ca)

A manutenção da cobertura do solo tem efeitos positivos na fertilidade, física


e biologia do solo, em alguns casos pode evitar a multiplicação de nematóides, além
de promover a redução da incidência de plantas daninhas, gerando economia por
reduzir substancialmente o tempo de capina.
4. Adubação Verde

Várias técnicas têm sido utilizadas com o objetivo de recuperar solos


degradados, e a maioria combina práticas mecânicas, que visam romper camadas
compactadas, com a adição de matéria orgânica (DE MARIA et al., 1999). Várias
fontes de matéria orgânica também têm sido utilizadas, as mesmas favorecem a
formação de agregados, facilitando a penetração das raízes e a vida microbiana;
aumentam a resistência do solo à erosão, por estabilizar a estrutura do solo e
aumentar a capacidade de retenção de água, tornando as culturas mais resistentes
à seca; além de fornecer nutrientes para as plantas, propiciando maior rendimento
de matéria verde e seca (TSUTIYA, 2001).
A adubação verde é a prática de se incorporar ao solo, o tecido vegetal
ainda não decomposto, visando manter ou aumentar a fertilidade do solo. A
importância da adubação verde no aumento da produtividade das culturas
subseqüentes já é reconhecida pelos agricultores, desde 500 aC. Os agricultores do
sul e sudeste da Ásia vêm praticando a adubação verde em arroz há longo tempo,
porém sua ênfase decresceu com a introdução dos sistemas agrícolas intensivos e a
disponibilidade de fertilizantes químicos (SINGH et al., 1991). Os movimentos atuais
para o uso reduzido de insumos e o aumento do uso dos sistemas de produção
biológicos, têm renovado o interesse no uso de adubação verde (FAGERIA et al.,
1999).
As plantas usadas como adubo verde devem ter as seguintes características
(KIEHL, 1985; CALEGARI, 1998):

1. Produzir grande volume de matéria seca;


2. Ser pouco sujeitas ao ataque de pragas e doenças;
3. Apresentar boa adaptabilidade;
4. Ter sementes de fácil germinação;
5. Apresentar crescimento rápido;
6. Dispensar fertilizantes minerais;
7. Necessitar de pouco/nenhum trato cultural;
8. Não ter as características de uma planta daninha;
9. Boa capacidade de cobertura do solo;
10. Não ser hospedeira de nematóides.
Tabela 1. Algumas espécies indicadas para uso na adubação verde (Adaptado de
CHAVES & CALEGARI, 2001)

Espécies de verão
Essa leguminosa apresenta sementes
graúdas, tem hábito de crescimento
rasteiro, crescimento rápido e boa
Amendoim-cavalo
cobertura do solo, boa capacidade de
Arachis hipogaea
produção de biomassa e possui ciclo
longo. É uma planta resistente aos
nematóides de ciclo anual.

Leguminosa que apresenta sementes


graúdas, hábito de crescimento rasteiro,
grande velocidade de crescimento e
ótima capacidade de cobertura do solo,
Mucuna-cinza
grande produção de biomassa, boa
Stizolobium pruriens
tolerância a cercosporiose e viroses.
Requer o manejo dos ponteiros dos
ramos, quando for intercalada a
culturas perenes.
Leguminosa que apresenta sementes
graúdas, hábito de crescimento semi
Mucuna-anã ereto, capacidade razoável de produção
Stizolobium de biomassa, boa velocidade de
deeringianum crescimento e razoável capacidade de
cobertura do solo.

Leguminosa cujas sementes são


Crotalária
miúdas, possui habito de crescimento
spectábilis ereto, razoável velocidade de
Crotolario spectabilis crescimento e média.
Leguminosa de ciclo perene, tem hábito
de crescimento ereto, possui sementes
Leucena achatadas, de tamanho médio, duras,

Leucaena necessitam de quebra de dormência

Ieucocephala para facilitar a germinação, crescimento


inicial lento, resistente aos nematóides
do gênero Meloidogyne.

Leguminosa com sementes de tamanho


médio, apresenta crescimento rasteiro,

Labelabe tem boa velocidade de crescimento e


grande capacidade de produção de
Dolichos Iablab
biomassa. Possui ciclo longo e é
hospedeira de nematóides.

Leguminosa arbustiva semiperene.


Produz grande quantidade de biomassa

Guandu e seu sistema radicular é agressivo.

Cajanus cajan

Gramínea anual que apresenta alta


resistência à seca; crescimento rápido
Milheto
com elevado potencial de
Pennisetum
perfilhamento.
americanum

Espécies de inverno
Leguminosa anual de porte alto e ereto.
Tem boa capacidade de produção de
Tremoço-bronco biomassa; suporta bem o calor. É

Lupinus albus planta hospedeira de nematóides.

Leguminosa anual de bom crescimento


e com grande capacidade de cobertura

Ervilhoca peluda do solo. Tem grande capacidade de

Vicia villosa produção de biomassa. Desenvolve-se


em solo com baixa fertilidade. Possui
ciclo longo.
Leguminosa com boa velocidade de
crescimento e grande capacidade de
cobertura do solo. Apresenta boa
Ervilha forrageira
rusticidade, suportando bem
Pisum sativum
temperaturas elevadas.

Crucífera que apresenta elevada


capacidade de reciclagem de
nutrientes, principalmente nitrogênio e
Nabo forrageiro
fósforo. Apresenta boa capacidade de
Raphanus sativus
cobertura do solo e grande produção de
biomassa. Desenvolve-se bem em
solos de média fertilidade.
Gramínea rústica com boa capacidade
de perfilhamento, pouco exigente
quanto à fertilidade do solo; apresenta
Aveia preta
resistência à seca. Possui habito de
Avena strigosa
crescimento ereto e razoável produção
de biomassa.

5. Rotação de culturas

A tentativa de reverter o processo de degradação e de recuperar a


capacidade produtiva do solo tem gerado uma mudança de postura no processo
produtivo (AITA & GIACOMINI, 2006). Um exemplo desta mudança é a adoção do
sistema plantio direto e a rápida evolução do mesmo nas duas últimas décadas,
tanto em grandes como em pequenas propriedades rurais. Esse sistema de cultivo é
baseado em um conjunto de técnicas, entre elas a rotação de culturas.
A rotação de culturas é o cultivo de espécies diferentes de forma
programada e alternada, otimizando o uso do solo e visando a maior eficiência
produtiva, melhorando a fertilidade, reduzindo a degradação por erosão, diminuindo
a incidência de pragas e doenças, reduzindo as plantas invasoras e provocando
menor alteração ambiental. O uso da rotação de culturas também conduz à
diversificação das atividades na propriedade (CHAVES & CALEGARI, 2001).
O cultivo contínuo de uma espécie vegetal pode aumentar a incidência de
doenças e pragas, quando estes permanecem nos restos culturais. A rotação de
culturas pode quebrar o ciclo, usando culturas que não são atacadas pelas mesmas
doenças e pragas.
Os objetivos da rotação de culturas são (BERTONI & LOMBARDI NETO, 1990):

1. Organizar a distribuição das culturas na propriedade;


2. Economizar trabalho;
3. Efetuar melhor controle das plantas infestantes, insetos e pragas;
4. Ajudar a manter o nitrogênio e a matéria orgânica do solo;
5. Aumentar as produções;
6. Diminuir as perdas por erosão;
7. Conservar a produtividade do solo;
8. Garantir boas colheitas e a sustentabilidade ambiental oriunda da reciclagem de
nutrientes,
9. Entre outros efeitos.

Para a obtenção de máxima eficiência na melhoria da capacidade produtiva


do solo, devem ser contempladas, no seu planejamento, plantas comerciais que
produzam grandes quantidades de biomassa e plantas destinadas a cobertura
vegetal do solo (GAUDÊNCIO, 1991).
As culturas selecionadas para a rotação devem ser de possível exploração
econômica na região, com suas épocas de plantio e colheita e sistemas de produção
adaptados à região (ALCOVER, 1976).
Na escolha das culturas, deve-se dar preferência as espécies que produzam
grande quantidade de biomassa e a plantas fixadoras de nitrogênio (Figura 10).
Alguns exemplos de sistemas de rotação de culturas são (CHAVES & CALEGARI,
2001):
Figura 10. Exemplos de espécies usadas sequencialmente na rotação de culturas.

1. Soja em rotação com o milho ou espécies de verão;


2. Culturas de inverno, antecedendo milho ou algodão, como as ervilhacas, o nabo
forrageiro, a aveia preta e o trigo;
3. Trigo, cevada, aveia preta e azevém, antecedendo a cultura de soja.
4. Cevada e aveia preta após o milho.
5. Labelabe, mucunas e crotalarias para cobertura verde no verão, em cultivo
solteiro ou em consórcio de uma dessas espécies com o milho.

CAPÍTULO 4: TÉCNICAS SUSTENTÁVEIS NO MANEJO DE DOENÇAS

Nos primórdios da agricultura, o cultivo era conduzido de forma mais


sustentável e não eram utilizadas práticas que alteravam muito o equilíbrio entre as
plantas e os patógenos. Porém, o simples fato de aumentar a densidade de uma
espécie vegetal numa determinada área é suficiente para interferir nesse equilíbrio.
Na natureza, as populações de plantas e patógenos estão em equilíbrio, ambas
desenvolveram estratégias para garantir suas existências e co-evolução por
milhares de anos (AKIBA et al., 1999).
O aumento da população humana ocorrida nas últimas décadas levou a uma
maior demanda de alimentos, logo, a agricultura se intensificou, levando aos
desequilíbrios biológicos nos ecossistemas agrícolas, principalmente quanto à
redução da diversidade biológica.
Doenças de plantas são responsáveis por perdas de aproximadamente 12%
do total de produtos agrícolas cultivado. A necessidade de reduzir essas perdas
causadas levou à adoção, quase exclusivamente, das técnicas de controle químico.
A difusão do uso destes produtos foi bem sucedida, pela sua facilidade de uso,
relativo baixo custo, resultados eficientes e rápidos. No Brasil, houve muitos casos
de uso irracional dos produtos químicos, desrespeitando registros, dosagens,
períodos de carência e técnicas de aplicação; o que levou a conseqüências
desastrosas e, atualmente, a uma intensa busca por alternativas para o controle de
doenças (MIZUBUTI & MAFFIA, 2001).
O grande desafio para um correto manejo das doenças consiste em se
prever com antecedência, quando esta poderá causar dano econômico à cultura.
São escassos os modelos desenvolvidos que permitem prever com exatidão a
relação entre a intensidade das doenças e os danos na produção, bem como na
época crítica e as condições edafoclimáticas que favorecem as epidemias
(ZAMBOLIM et al., 2009).
As epidemias só ocorrerão se:

1. O ambiente for favorável ao patógeno;


2. O patógeno estiver presente na área;
3. A planta for susceptível (Figura 11).
Figura 11. Representação clássica da interação dos fatores para a ocorrência de
doenças de plantas.

Para viabilizar a produção agrícola sustentável e ecológica, é importante


considerar que os patógenos são parte importante do ecossistema e eliminá-los é
ecologicamente inviável e indesejável. O objetivo é manejá-los para que se aproxime
do equilíbrio existente nos ecossistemas naturais, logo, o manejo ecológico de
doenças de plantas é o conjunto de estratégias e de práticas, empregadas com base
nos princípios de controle de doenças de plantas, com o objetivo de reduzir as
perdas em níveis toleráveis, sem interferir, acentuadamente, no ambiente
(MIZUBUTI & MAFFIA, 2001).

1. Imunização

Constitui na utilização de plantas resistentes a patógenos.


O plantio de variedades resistentes (Figura 10) é, sem dúvida, o método
ideal de controle de doenças de plantas, por envolver baixo custo, fácil uso, não
requerer a intervenção do produtor, ser eficaz e ecologicamente desejável.
Figura 12. Exemplos de plantas com resistência a determinados patógenos.

Existem limitações para o uso generalizado da imunização, pois nem sempre


variedades resistentes a vários patógenos estão disponíveis e algumas variedades
resistentes possuem menor número de características agronômicas desejáveis.
Contudo, as vantagens do uso dessas variedades suplantam, em muito, as
desvantagens (MIZUBUTI & MAFFIA, 2001).
O desenvolvimento de variedades resistentes requer grandes investimentos
em pesquisa, tanto em instalações e equipamentos quanto em recursos humanos,
demandando bastante tempo na condução das pesquisas até o lançamento de uma
cultivar com resistência a determinado patógeno (BEZERRA & OLIVEIRA, 2010).
2. Exclusão

O principio da exclusão é impedir que o patógeno entre no local de cultivo,


onde este ainda não ocorre, ou pelo menos reduzir a chance de que isso ocorra.
As principais medidas de controle são de ordem legislativa, ao exemplo da
quarentena, da certificação e da fiscalização de áreas. O produtor deve observar a
legislação fitossanitária vigente; adquirir material de fornecedores idôneos; evitar a
introdução de material vegetal estranho na área e sempre tratar sementes e mudas.
O tratamento de mudas e sementes pode ser feito com o uso de tratamento
térmico, que é um processo eficiente e relativamente simples. Em geral,
temperaturas entre 70°C e 75°C por determinados períodos de tempo, dependendo
das condições e objetivos do tratamento, são eficazes para inativar a maioria dos
patógenos (KUNIYASU, 1980; NAKAMURA, 1982; MIZUBUTI & MAFFIA, 2001). O
sucesso desse tipo de controle está relacionado com a combinação entre tempo e
temperatura. Geralmente, as sementes são mais tolerantes ao calor que muitos
patógenos. Por outro lado, como partes propagativas tendem a ser menos tolerantes
que os patógenos, devem ser tratadas a temperaturas inferiores e a tempo mais
prolongado (MIZUBUTI & MAFFIA, 2001).
Como exemplo desse tipo de prática temos o controle do cancro cítrico,
controlando o tráfego de mudas provenientes de regiões onde essa doença ocorre e
promovendo a correta limpeza dos equipamentos usados nessas áreas para evitar a
propagação do inóculo.

3. Erradicação

O princípio de erradicação é a eliminação do patógeno de uma área


infestada, ou a redução da sua população.
Dentre as medidas de erradicação, temos: rotação de culturas, inundação,
pousio, bom preparo de solo e uso de plantas antagonistas. No entanto, algumas
dessas medidas não são ecologicamente desejáveis, ao exemplo da eliminação de
restos culturais por meio de bom preparo do solo com aração e gradagem para
controle de patógenos que afetam a parte aérea das plantas e que não produzem
estruturas de sobrevivência. Sob o ponto de vista da sustentabilidade, essas práticas
não são adequadas, sendo mais recomendado o sistema de plantio direto
(MIZUBUTI & MAFFIA, 2001).
Esse método abrange desde a eliminação apenas das plantas infectadas ou
mortas até a erradicação da cultura na região afetada, por determinado período de
tempo (BEZERRA & OLIVEIRA, 2010).
A eliminação de plantas ou partes de plantas doentes também é chama de
roguing (Figura 13), prática recomendada principalmente em condições de cultivo
em ambientes protegidos (estufas, viveiros, casas de vegetação) para o controle
alternativo de doenças que podem ser facilmente disseminadas. Também é
interessante para o controle de doenças causadas por patógenos radiculares, já que
a eliminação das palntas doentes tende a reduzir o inóculo nos plantios seguintes
(VIDA et al., 2007).

Figura 13. Roguing (www.ciks.org; skagitseedservices.com).

O tratamento de solo e substratos com o aquecimento obtido com a


solarização tem sido eficiente para eliminação de vários patógenos. A cobertura do
solo com um filme plástico transparente eleva a temperatura a níveis letais a
patógenos, causando menor dano a organismos benéficos (MIZUBUTI & MAFFIA,
2001).

4. Proteção

Consiste em proteger plantas ou partes de plantas contra infecções.


Neste princípio, o controle químico, principalmente com o uso de fungicidas
protetores, é de grande importância, mas devem-se evitar abusos quanto a tipos de
produtos, dosagem, intervalos, métodos de aplicação e períodos de carência.
Também se podem empregar caldas fungicidas (Figura 14), controle
biológico e o manejo da nutrição para proteção das plantas.

Figura 14. Exemplos de caldas fungicidas: calda bordalesa e calda Viçosa.

5. Terapia

É o tratamento ou a cura de infecções já estabelecidas ou a remoção


cirúrgica das partes afetadas da planta.
A termoterapia é uma das principais medidas, ecologicamente adequadas,
de controle de doenças, embora seja mais facilmente utilizada no tratamento de
partes propagativas.
A cirurgia de partes afetadas também é uma medida de terapia, aplicada em
casos específicos. Uma variante desta prática é a poda para remoção de partes
doentes. Com este procedimento, é possível reduzir a quantidade de inóculo e
melhorar condições de arejamento e insolação do cultivo.
Um exemplo de terapia é a poda de remoção de partes doentes, como a
feita em citros para remoção de partes afetadas pela gomose.

6. Escape

Visa evitar ambientes ou condições climáticas favoráveis ao patógeno e/ou


desfavoráveis ao hospedeiro.
A escolha do local de instalação da cultura, a utilização de cultivares que
possuam arquitetura que tenham menor tendência a longos períodos de
molhamento foliar, a escolha de época de plantio, o uso de cultivares precoces, são
exemplos de medidas de escape (MIZUBUTI & MAFFIA, 2001).
Considerando a relação ambiente-patógeno-hospedeiro, o princípio de
escape compreende situações em que o hospedeiro é sabidamente suscetível,
porém procura-se evitar a ocorrência simultânea, no tempo e no espaço de altas
populações de patógeno virulento e ambiente favorável (BERGARNIN FILHO et al.,
1995).
Exemplo dessa prática é o aumento do espaçamento da cultura,
promovendo maior arejamento da cultura e reduzindo o tempo de molhamento foliar.
Esse processo gera condições de ambiente desfavoráveis para alguns patógenos,
como o caso do mofo branco no feijoeiro, que ter sua ocorrência reduzida pela
redução da densidade de plantio do feijão.

CAPÍTULO 5: TÉCNICAS SUSTENTÁVEIS NO MANEJO DE INSETOS-PRAGA

O manejo integrado de pragas fundamenta-se em estudos ecológicos


prévios de um agroecossistema para aplicação de medidas integradas de controle,
visando à redução populacional de pragas nesse sistema. O resultado da aplicação
dessas medidas seria um controle duradouro e que atendesse às demandas
socioeconômicas e ambientais (VENZON et al., 2001).
No manejo ecológico de pragas, a manutenção e o aumento da
biodiversidade funcional nos agroecossistemas são pontos-chave para a
estabilização do sistema. Utiliza-se um manejo ambiental, em que as plantas, assim
como os artrópodes, são considerados componentes ativos das interações
multitróficas. São exploradas as características das plantas que promovem
diretamente a diminuição da incidência dos insetos fitófagos e, indiretamente,
através da conservação e do aumento dos inimigos naturais. As medidas
terapêuticas de controle como, por exemplo, o controle biológico aplicado, a
utilização de feromônios e de inseticidas seletivos, são utilizadas no manejo
ecológico como estratégias complementares de controle e não como estratégias
principais de defesa, uma vez que a utilização isolada dessas medidas não leva a
um controle sustentável (VENZON et al., 2001).

1. Biodiversidade no manejo de pragas

Um agroecossistemas é um ecossistema simplificado, modificado pelo


homem para atender suas necessidades, existindo uma dependência da intervenção
humana para sua regulação; ao contrário dos ecossistemas naturais, onde os
fatores reguladores são diretamente relacionados com o fluxo de energia e de
nutrientes proporcionado pela diversidade de plantas e de animais presentes.
A biodiversidade em um agroecossitema é importante na produção de
alimentos e fibras, na reciclagem de nutrientes, no controle do microclima, na
regulação de organismos e das interações multitróficas (VENZON et al., 2001).
A manipulação da biodiversidade no sistema de cultivo permite explorar as
características das plantas que promovem a diminuição da incidência dos insetos
praga e a conservação dos inimigos naturais. Embora exista certa discordância, a
tendência é que em sistemas diversificados apresentem menor população de insetos
fitófagos do que em sistemas simplificados, devido à maior facilidade em localizar e
colonizar sistemas simples, onde plantas hospedeiras da mesma espécie estão
concentradas em uma mesma área, logo, a diversidade de estímulos olfativos e
visuais pode mascarar os sinais específicos utilizados pelos insetos para localizar a
sua planta hospedeira. Além disso, as populações de inimigos naturais também
tendem a aumentar nos sistemas diversificados (ROOT, 1973).
Entretanto, o aumento da biodiversidade não significa, necessariamente, um
amento na mortalidade dos insetos praga. Em alguns casos extremos, pode ocorrer
o oposto. Por exemplo, imagine um sistema com uma diversidade de plantas que
fornecem alimento suplementar aos inimigos naturais, como o néctar, de mais fácil
aquisição; ou quando há aumento na população de diversos inimigos naturais de
uma mesma praga, proporcionado a ocorrência de interações novas e complexas
entre as espécies (ROSENHEIM et al., 1995).

2. Controle biológico aplicado

O controle biológico consiste no emprego de um organismo (predador,


parasita ou patógeno) que ataca outro que esteja causando danos econômicos às
lavouras (Figura 15).
Um exemplo de controle biológico aplicado é o uso do fungo
entomopatogênico Beauveria bassiana, esse fundo é utilizado como agente de
controle biológico da broca do rizoma da bananeira ou moleque da bananeira, visto
que, além de minimizar o impacto provocado pelos inseticidas convencionais, pode
ser facilmente produzido a um custo relativamente baixo. Inclusive, em algumas
regiões do país, vem sendo produzido em escala comercial. O preparo da
suspensão consiste em triturar aproximadamente 300 g de B. bassiana por três
minutos em liquidificador doméstico, adicionando-se 1.000 mL de água destilada e
quatro gotas de espalhante adesivo para aumentar a eficiência.
Uma alternativa à aquisição de suspensões e produtos comerciais é a
produção de misturas coletando insetos na própria lavoura e os triturando para a
produção da suspensão caseira.
Pode ser citado o controle das lagartas da soja. A técnica consiste em
coletar lagartas doentes dentro da lavoura, batê-las no liquidificador com água e
borrifar essa mistura sobre a plantação. Esse processo contamina as outras
lagartas, promovendo seu controle. Entretanto, é preciso cuidado com a quantidade
de lagartas doentes para fazer o suco e com o tamanho da área a ser borrifada, para
não alterar drasticamente o agroecossistema (EMBRAPA, 2000).
Figura 15. Exemplos de controle biológico de insetos-praga.

Predadores, parasitóides e patógenos, nativos ou exóticos, podem ser


multiplicados no laboratório e liberados no campo para controlar pragas-alvo das
culturas. As liberações dos inimigos naturais criados massalmente podem ser
usadas de forma inundativa (visando um controle imediato) ou de forma inoculativa
(visando áreas de refúgio). Essa técnica vem sendo utilizada há mais de 2000 anos
por agricultores chineses, e tem contribuído para a redução de até 88% no uso de
inseticidas (VENZON et al., 2001).

3. Feromônios

Feromônios são compostos químicos produzidos por insetos para


comunicação intra-específica, são classificados de acordo com o contexto específico
da comunicação entre os indivíduos como: sexuais, de agregação, de alarme, de
dispersão, de marcação de território, de trilha, entre outros.
Podem ser aplicados na agricultura para o monitoramento, coleta e para
confundir os insetos praga.

4. Armadilhas

Consiste em preparar armadilhas para amostrar ou reduzir a população de


determinada praga.
Como exemplo temos as armadilhas para mosca das frutas, feitas com
garrafas penduradas no pomar, contendo caldo de frutas, com buracos que sirvam
de entrada das moscas. Essas garrafas armadilhas podem ser preparadas com
vasilhames plásticos, abrindo quatro furos opostos. Os furos não devem ter mais de
meio centímetro de diâmetro (para impedir a entrada de abelhas). O caldo de furutas
deve ser coado e ter consistência pegajosa. As garrafas devem ser penduradas a
uma altura de 1,5 a 1,8 m, dentro da copa das árvores, protegida do sol e da chuva,
virado para a nascente do sol (PEREIRA, 2010).
Outro exemplo é o uso de armadilhas luminosas. É uma prática utilizada
para capturar insetos com hábitos noturnos, consiste no uso de lâmpadas
fluorescentes, comuns ou especiais, podendo ser construídas na propriedade.
Muitas brocas e lagartas são provenientes de insetos que fazem a postura
dos ovos durante a noite. Com a armadilha luminosa podemos capturar grande parte
destes insetos, que são atraídos pela luminosidade da lâmpada. Em alguns casos a
armadilha mostrou uma eficiência de 60 a 80% (PEREIRA, 2010).
5. Extratos naturais

Algumas espécies vegetais como: nim (Azadirachta indica), cinamono (Melia


azedarach), catiguá (Trichilia pallida), chagas ou capuchinha (Tropaeolum majus)
(Figura 16); possuem ação inseticida e o extrato de algumas dessas plantas tem
sido usado de modo eficiente no controle de pragas, devido a seus efeitos tóxicos
aos insetos (MORDUE & NISBET, 2000; TORRECILLAS & VENDRAMIM, 2001;
GALVAN et al., 2000).

Figura 16. Exemplo de plantas que possuem ação inseticida.


Um exemplo de extrato é o extrato de angico, feito com 1 kg de folhas e
vagens novas de angico de molho em 10 litros de água durante 10 dias; passado
esse período, o extrato é coado e a calda é usada no controle de Controle de
pulgões, lagartas e outros insetos.
Outro exemplo é o extrato de nim, feito com 50 gramas de sementes
descarnadas, raladas e mergulhadas em 1 litro de água. A pulverização dessa
solução a 10% (2 litros numa bomba de 20 litros) serve como inseticida, repelente,
fungicida, nematicida, e pode controlar até 200 tipos de insetos e pragas (PEREIRA,
2010).

6. Hormônio natural

O sistema de defesa contra herbívoros é induzido através da produção de


hormônios, como o ácido jasmônico. Pode, também, estar associada ao
recrutamento de inimigos naturais pelas plantas. Algumas plantas produzem
inibidores tóxicos, proteinases antinutritivas e enzimas oxidativas, que levam os
insetos à morte; ou passam a atrair os inimigos naturais das pragas para a planta
(THALER, 1999).

7. Biofertilizantes e fitoprotetores

O uso de biofertilizantes e de caldas fitoprotetoras tem-se difundido,


principalmente, em sistemas agrícolas familiares. O uso de caldas fitoprotetoras,
como a calda bordaleza, a calda Viçosa e a calda sulfocálcica, tem sido propagado
como eficiente para o controle de pragas. Todas essas caldas são eficientes no
controle de doenças, e podem ter efeito sobre algumas pragas (VENZON et al.,
2001).

CAPÍTULO 6: TÉCNICAS SUSTENTÁVEIS NO MANEJO DE PLANTAS


DANINHAS

As plantas daninhas são consideradas indesejáveis, porque interferem nas


atividades agrícolas. Entretanto, estas não podem ser consideradas completamente
ruins. As plantas daninhas não possuem características botânicas, fisiológicas ou
ecológicas que as tornam diferentes das demais. Uma planta que não causa dano a
uma cultura de interesse não é considerada daninha, no entanto, no momento em
que a sua presença incomoda, passamos então a considerá-la uma planta daninha
(DEUBER,1992).
O manejo de plantas daninhas é baseado na utilização de medidas de
controle que irão afetar o ciclo de vida das plantas daninha.
Ao ser implantada, uma cultura encontra no solo uma determinada
quantidade de plantas daninhas que, dependendo das condições do meio, iram
formar a população infestante que irá competir pelos recursos do agroecossistema
(ALVES & PITELLI, 2001).
O objetivo básico de qualquer sistema de manejo de plantas daninhas e
manter um ambiente o mais inóspito possível para a planta daninha, por meio da
utilização isolada ou combinada de métodos de controle. Estes métodos devem
causar o mínimo possível de impacto ao ambiente. O objetivo não erradicar as
plantas daninhas, mas sim conviver com as mesmas dentro de um nível aceitável,
valorizando seus aspectos positivos (PITTY, 1997), ao exemplo de seu emprego na
medicina popular e de servir de alimentos para pragas.

1. Prevenção

As medidas preventivas visam impedir que as populações das plantas


daninhas aumentem drasticamente e impedir a introdução de novas daninhas na
área (ANDERSON, 1977).
A ocupação eficiente do espaço do agroecossitema ao longo do tempo é
uma das principais práticas de prevenção contra a infestação de plantas daninhas.

2. Solarização

A solarização é uma das técnicas de controle físico mais desenvolvida entre


os pesquisadores de todo o mundo. A solarização consiste na desinfecção térmica
das camadas superficiais do solo, por elevação da temperatura, através da
cobertura do solo com plástico transparente durante o período mais quente do ano
(ALVES & PITELLI, 2001).
3. Uso do vapor

O emprego de vapor d'água é viável, eficiente e de baixo custo para


pequenos volumes de terra (DEUBER, 1992). Mas, após a descoberta de gases
esterilizantes que permitem o tratamento de um maior volume de solo em menor
tempo, o tratamento com o vapor d`água não tem sido mais utilizado ano (ALVES &
PITELLI, 2001).

4. Inundação e drenagem

A inundação usada em algumas culturas, como o arroz, é um eficiente


processo de controle de plantas daninhas (DEUBER, 1992). Esse método permite o
controle de várias espécies perenes. A eficiência no controle destas espécies
depende da completa submersão das plantas por um período variável entre 1 e 2
meses, dependendo da espécie e tipo de solo. Pequenas porções de planta que
consigam emergir podem determinar o fracasso parcial do controle. Em solos
arenosos a inundação é mais eficiente (ALVES & PITELLI, 2001).
Diferentes espécies de plantas daninhas apresentam diferentes níveis de
suscetibilidade à inundação (PITTY, 1997). Quando as condições são favoráveis, a
inundação se torna muito mais vantajosa do que o controle químico, pois não deixa
resíduo no solo e a área pode ser reaproveitada imediatamente após a colheita. As
desvantagens são o grande custo na construção e manutenção dos diques e canais,
deficiência na disponibilidade de água em algumas áreas e instalação de flora
adaptada as condições inundadas (DEUBER, 1992).

5. Cobertura do solo

As plantas daninhas são dotadas de elevada agressividade na ocupação de


solos nus, mas bastante sensíveis a presença de outras plantas no ambiente
comum. Desse modo, uma ocupação eficiente do solo prejudica e impede o
estabelecimento da comunidade infestante (ALVES & PITELLI, 2001).
A cobertura do solo é importante na regulação da germinação e na taxa de
sobrevivência das plântulas, além de ter efeito bioquímico sobre as sementes das
plantas daninhas.
CAPÍTULO 7: SISTEMAS DE MANEJO SUSTENTÁVEL

1. Sistemas agroflorestais

Os sistemas agroflorestais (SAFs) preconizam o consórcio de espécies


arbóreas, cultivos agrícolas ou criação de animais numa mesma área
simultaneamente ou alternados no tempo e no espaço (DUBOIS et al., 1996). A
plantação de sistemas agroflorestais (SAFs) tem emergido como uma alternativa de
uso da terra para pequenos agricultores da América Tropical, devido ao seu
potencial de reduzir a degradação do solo e diminuir a pressão sobre as áreas de
florestas (SMITH et al., 1998).
Por ser um modelo de produção que promove a sustentabilidade, pautado
pela harmonia dos princípios ecológicos, econômicos e sociais, os SAFs têm se
tornado referência para políticas públicas em vários países tropicais. Atualmente,
muitos dos sistemas implantados baseiam-se na experiência prática de produtores,
técnicos e pesquisadores, que ao longo dos anos, se familiarizaram com as
espécies possíveis de consórcio e com as necessidades de arranjos específicos
para cada região (OLIVEIRA, 2010).
Os SAFs almejam uma dinâmica cíclica similar a das florestas onde a
diversidade biológica possibilita o maior aproveitamento dos recursos naturais em
função das diferentes características e necessidades nutricionais de cada espécie
dentro da área.

Tabela 2. Vantagens e desvantagens dos SAFs (Adaptado de OLIVEIRA, 2010)


Vantagens Desvantagens
Em temos ecológicos, os SAFS são Requer conhecimento técnico com
capazes de controlar a erosão dos solos. relação às melhores combinações para
As diferentes arquiteturas de copas cada região. Não existe um modelo pré-
reduzem o impacto da chuva e a estabelecido. Técnicos, produtores e
insolação direta, promovem o acúmulo pesquisadores precisam trocar
de matéria orgânica na superfície e conhecimentos e testar modelos que
contribuem com a melhoria da fertilidade otimizem os recursos naturais,
do solo. garantindo a conservação do meio
ambiente, rentabilidade e ganhos
sociais.
A presença de diferentes espécies de A falta de tradição gera desconfiança no
plantas faz com que camadas diversas produtor, dificultando a adoção do
de solo sejam exploradas pelos sistema.
diferentes sistemas radiculares,
otimizando a absorção de nutrientes e
água.
Promovem uma ciclagem de nutrientes A interação de várias espécies numa
eficientes, geradas por seus diversos mesma área torna o manejo mais
componentes. Os SAFS são complexo, exigindo mais conhecimento e
responsáveis pela manutenção da habilidade técnica.
capacidade produtiva da terra ao longo
do tempo.
Sob aspecto econômico, os SAFS
oferecem diversidades de produtos,
gerando várias fontes de renda para o
produtor, ao mesmo tempo que,
contribuem para minimizar os prejuízos
com a quebra de alguma safra.
A maior diversidade e a distribuição de
trabalho no campo durante o ano ocupa
a mão-de-obra familiar, proporcionando
melhoria da qualidade de vida e
contribuindo para reduzir a taxa de
êxodo rural.

2. Agricultura Orgânica

Agricultura orgânica é um sistema de manejo sustentável com tem como


base a preservação ambiental, a biodiversidade, os ciclos biogeoquímicos e a
qualidade de vida humana (Figura 17). Esse modelo utiliza os conhecimentos da
ecologia no manejo da lavoura.
É importante ressaltar que a agricultura orgânica não é apenas uma troca de
insumos químicos por insumos orgânicos. Esse modelo visa o uso eficiente dos
recursos naturais não renováveis, aliado ao melhor aproveitamento dos recursos
naturais renováveis e dos processos biológicos, à manutenção da biodiversidade, à
preservação ambiental, ao desenvolvimento econômico, bem como, à qualidade de
vida humana (RICCI et al., 2006).

Figura 17. Princípios da agricultura orgânica


(Adaptado de VENEGAS, 1996; RICCI et al., 2006).

Na agricultura orgânica, os processos biológicos substituem os insumos


tecnológicos. As práticas monoculturais e o uso intensivo de fertilizantes e
agrotóxicos são substituídos pela rotação de culturas, diversificação, uso de
bordaduras, consórcios, entre outras práticas. O controle de pragas, doenças e
plantas daninhas é fundamentalmente preventivo.

Para refletir sobre a produção agrícola brasileira, veja o vídeo que foi feito pela
BASF, em reconhecimento ao progresso do Brasil:
http://www.youtube.com/watch?v=aoiP-WK3V8o

GLOSSÁRIO DE TERMOS

Arado: instrumento que serve para lavrar/arar os campos agrícolas, revolvendo a


terra com o objetivo de quebrar camadas compactadas e viabilizar o
desenvolvimento das raízes das plantas.

Artrópode: animais invertebrados caracterizados por possuírem membros rígidos e


articulados, ao exemplo dos insetos, aracnídeos e custáceos.

Camalhão: porção de terra disposta entre dois sulcos. Prática bastante difundida na
Europa, é um método de preparação do solo formado durante a lavração, tombando-
se as leivas em direção ao centro do camalhão.

Destorroamento: quebra dos torrões.

Erosão: processo natural de desagregação, decomposição, transporte e deposição


de materiais de rochas e solos que vem agindo sobre a superfície terrestre desde os
seus princípios. Contudo, a ação humana sobre o meio ambiente contribui
exageradamente para a aceleração do processo, trazendo como conseqüências, a
perda de solos férteis, a poluição da água, o assoreamento dos cursos d'água e
reservatórios e a degradação e redução da produtividade global dos ecossistemas
terrestres e aquáticos.

Fitófago: organismo que se nutre de matérias vegetais.


Gradagem: operação agrícola usada no preparo periódico do solo, que tem como
principal função o destorroamento, nivelamento e eliminação de espaços vazios
modificando assim a porosidade do solo arado para posterior instalação de partes
vegetativas de plantas, isto é, realizar o plantio ou o semeio.

Monocultura: produção ou cultura de apenas uma especialidade agrícola,


geralmente ocorre nos latifúndios.

Patógeno: Agente biológico capaz de causar doenças.

pH: potencial hidrogeniônico , grandeza físico-química usada como escala para as


medidas de acidez e basicidade das soluções que evitam o uso dos expoentes
negativos das concentrações.

Planta antagonista: plantas capazes de inibir ou afetar negativamente alguma outra


espécie.

Planta daninha: planta espontânea, invasora ou inço. Toda planta cujas vantagens
não têm sido ainda descobertas ou como a planta que interfere com os objetivos do
homem.

Planta fixadora de nitrogênio: Alguns vegetais interagem com as bactérias


fixadoras de nitrogênio, retirando esse nutriente diretamente do ar e o transformando
em formas absorvíveis. Uma das associações mais conhecidas é a que ocorre entre
várias espécies de leguminosas e as bactérias da família Rhizobiaceae,
caracterizada pela formação de nódulos nas raízes.

Policultura: produção agrícola de vários tipos de produtos, geralmente associada a


pequenas propriedades e à agricultura familiar.

Pousio: Descanso ou repouso dado às terras cultiváveis, variando esse descanso


de um a três anos, interrompendo-se as culturas para tornar o solo mais fértil.
Revolução Verde: programa com o propósito de aumentar a produção agrícola
através do desenvolvimento de pesquisas em sementes, fertilização do solo e
utilização de máquinas no campo que aumentassem a produtividade. A Revolução
Verde proporcionou tecnologias que atingem maior eficiência na produção agrícola,
entretanto, vários problemas sociais e ambientais fora agravados.

Sustentabilidade: conceito sistêmico, relacionado com a continuidade dos aspectos


econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade. Meio de configurar as
atividades humanas, de tal forma que a economia possa expressar o seu maior
potencial no presente, e ao mesmo tempo preservar a biodiversidade e os
ecossistemas naturais para o futuro.

Torrão: Estrutura ou pedaço de terra endurecida.

REFERÊNCIAS

AITA, C.; GIACOMINI, S. J. Plantas de cobertura de solo em sistemas agrícolas. In:


ALVES, B. J. R.; URQUIAGA, S.; AITA, C.; BODDEY, R. M.; JANTALIA, C. P.;
CAMARGO, F. A. O. Manejo de sistemas agrícolas: Impacto no seqüestro de C
e nas emissões de gases de efeito estufa. Porto Alegre: Gênesis, 2006. p.59-80.

AKIBA, F.; CARMO, M. G. F.; RIBEIRO, R. L. D. As doenças infecciosas das


lavouras dentro de uma visão agroecológica. Ação Ambiental, Vicoça, v.2, n.5,
p.30-33. 1999.

ALCOVER, M. Rotação de culturas e sistemas de produção: In: IAPAR. Manual


agropecuário para o Paraná. v.1. Londrina: IAPAR, 1976. p.153-163.

ALVES, P. L. C. A.; PITELLI, R. A. Manejo ecológico de plantas daninhas. Informe


Agropecuário, Belo Horizonte: EPAMIG, v.3, n.25, p.29-39. 2001.
AMARAL, M. Agricultura alternativa: valorizando o homem e o ambiente. In: Informe
agropecuário, v.22, n.212, 2001. p.3.

ANDERSON, W. P. Weed science: princiles. 4 ed. San Francisco: West Publishing,


1977. 589p.

BERTONI, J.; LOMBARDI NETO, F. Conservação do solo. São Paulo: Ícone, 1990.
368p.
BERGAMIN FILHO, A.; KIMATI, H.; AMORIN, L. Manual de fitopatologia. v.1:
Princípios e conceitos. 3 ed., São Paulo: Agronômica Ceres, 1995. 919p.

BERTOLINI, D.; GALETI, P. A.; DRUGOWICH, M. I. Tipos e formas de terraços. In:


Simpósio sobre terraceamento agrícola, Campinas, 1988. Anais... Campinas, SP:
Fundação Cargill, 1989. p.79-98.

BEZERRA, J. L.; OLIVEIRA, M. L. de. Manejo integrado de doenças do


cacaueiro. Disponível em: <http://www.ceplac.gov.br/radar/Artigos>. Acesso em: 04
out. 2010.

CALEGARI, A. Efeito dos resíduos de mucuna preta (Stizolobium aterrimum L.) no


rendimento do milho.. In: REUNÃO CENTRO-SUL DE ADUBAÇÃO VERDE E
ROTAÇÃO DE CULTURAS, 3, 1991, Cascavel. Ata... Cascavel: OCEPAR, 1991.
p.127.

CHAVES, J. C. D.; CALEGARI, A. Adubação verde e rotação de culturas. Informe


Agropecuário, Belo Horizonte: EPAMIG, v.3, n.25, p.53-60. 2001.

DE MARIA, I. C.; CASTRO, O. M.; DIAS, H. S. Atributos físicos do solo e


crescimento radicular de soja em Latossolo Roxo sob diferentes métodos de preparo
do solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 23, n.1, p.703-709. 1999.

DEUBER, R. Ciência das plantas daninhas. Petrópolis: Vozes, 1983. 472p.


DEUBER, R. Ciência das plantas daninhas: fundamentos. Jaboticabal: FUNEP,
1992. 431p.

DUBOIS, J. C. L.; VIANA, V. M.; ANDERSON, A. B. Sistemas e práticas


agroflorestais para a Amazônia. Manual agroflorestal para a Amazônia. Rio de
Janeiro, REBRAF, v.1, p.2-27. 1996.

EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Recuperação de


Voçorocas em Áreas Rurais, 2006. Embrapa Agrobiologia, Sistemas de Produção,
v. 3. Disponível em: <http://www.cnpab.embrapa.br/publicacoes/sistemas
deproducao/vocoroca/implantacao.htm>. Acesso em: 03 out. 2010.

EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Sai pra lá praga!. 2000.


Embrapa. Disponível em: <http://www.cnps.embrapa.br/search/mirims/
mirim02/praga.htm>. Acesso em:14 out. 2010.
FAGERIA, N. K.; STONE, L. F.; SANTOS, A. B. dos. Maximização da eficiência de
produção das culturas. Brasília: EMBRAPA - Arroz e Feijão, 1999. 294p.

GALVAN, T. L.; PICANÇO, M.; PEREIRA, E. J. G.; MOREIRA, M. D.; BACCI, L.


Efeito inseticida de quatro plantas ao bicho-mineiro-do-cafeeiro Leucoptera
coffeellum. In: SIMPÓSIO DOS CAFÉS DO BRASIL, 2000, Poços de Caldas, MG.
Resumos Expandidos… Brasília, DF: Embrapa Café; MINASPLAN, 2000. v.2, p.
1231-1234.

GAUDÊNCO, C. A. Indicações de rotação de culturas para o estado do Paraná. In:


REUNÃO CENTRO-SUL DE ADUBAÇÃO VERDE E ROTAÇÃO DE CULTURAS, 3,
1991, Cascavel. Ata... Cascavel: OCEPAR, 1991. p.165-178.

GRIEBELER, N. P.; PRUSKI, F. F.; TEIXEIRA, A. F.; SILVA, D. D. da. Modelo para o
dimensionamento e a locação de sistemas de terraceamento em nível. Engenharia
Agrícola, Jaboticabal, v.25, n.3, 2005. p.696-704.

KIEHL, E. J. Fertilizantes orgânicos. São Paulo: Agronômica Ceres, 1985. 492p.


KUNIYASU, K. Seed transmission of Fusarium wilt bottle gourd (Lagenaria siceraria),
used as rootstock of watermelon. Journal of Agricultural Research, v.14, n.3,
p.157-162, 1980.

MIZUBITI, E. S. G.; MAFFIA, L. A. Aplicações de princípios de controle no manejo


ecológico de doenças de plantas. Informe Agropecuário, Belo Horizonte: EPAMIG,
v.3, n.25, p.9-18. 2001.

MORDUE, A. J.; NISBET, A. Azadirachtin from the Neem tree Azadirachta indica: its
actions against insects. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, Londrina,
v.29, n.4, p.615-632, 2000.

MUZILLI, O.; OLIVEIRA, E. D.; CALEGARI, A. Adubação do milho. Campinas:


Fundação Cargill, 1989. 29p.

NAKAMURA, H. Effects of dry heat treatment for seed disinfection on germination in


vegetables. Journal of Agricultural Research, v.15, n.4, p.243-247, 1982.

NOLLA, A.; ANGHINONI, I. Métodos utilizados para a correção da acidez do solo no


Brasil. Revista Ciências Exatas e Naturais, v.6, n.1, 2004. p.97-111.

NUNES, R. Sustentabilidade na agricultura. Disponível em: <http://www.


ecologiaurbana.com.br/conscientizacao/sustentabilidade-na-agricultura/>. Acesso
em: 02 de out. 2010.

OLIVEIRA, T. K. Sistemas agroflorestais: Vantagens e desvantagens. Embrapa.


Disponível em: < http://catuaba.cpafac.embrapa.br/chefias/cna/artigos/sistagroflo.
htm>. Acesso em: 02 out. 2010.

PEREIRA, W. H. Práticas alternativas para a produção agropecuária sem


veneno: agroecologia. EMATER-MG. Disponível em: <http://www.
agroecologiaifrn.files.wordpress.com>. Acesso em: 14 out. 2010.
PITTY, A. Introduccion a la biologia, ecologia y manejo de malezas. Honduras:
Zamorano Academic Press, 1997. 300p.

PREZOTTI, L. C. Acidez do solo, calagem e gessagem. In: PREZZOTI, L. C.;


GOMES, J. A.; DADALTO, G. G.; OLIVEIRA, J. A. Manual de recomendação de
calagem e adubação para o Estado do Espírito Santo, 5ª aproximação. Vitória:
SEEA/INCAPER/CEDAGRO, 2007. p.43-48.

PRIMAVESI, A. Agricultura sustentável: manual do produtor rural. São Paulo:


Nobel, 1992. 142p.

ROOT, R. B. Organization of a plant-arthropod association in a simple and diverse


habitats: the fauna of collards (Brassica oleracea). Ecological Monographs,
Durham, v. 43, p.95-124, 1973.

ROSENHEIM, J. A.; KAYA, H. K.; EHLER, L. E.; MAROIS, J. J. JAFFEE, B. A.


Intraguild predation among biological-control agents: theory and evidence.
Biological Control, San Diego, v.5, n.3, p.303-335, 1995.

SALEMI, L. F. O que o plantio em nível, o plantio em faixas e o terraçeamento


têm em comum?. Disponível em: <http://www.webartigos.com/articles>. Acesso em:
03 out. 2010.

SINGH. Y.; KHIND, C. S.; SINGH, B. Efficient management of leguminous green


manure's in wetland rice. Advances in Agronomy, New York, v.45, p.135-189. 1991.
SMITH, N.; DUBOIS, J.; CURRENT, D.; CLEMENT, C. Experiências agroflorestais
na Amazônia Brasileira: restrições e oportunidades. Brasília: Banco Mundial, 1998.
120p.

THALER, J. S. Jasmonate-inducible plant defences cause increased parasitism of


herbivores. Nature. Nature, London, v.399, p.686–688, 1999.
TORRECILLAS, S. M.; VENDRAMIM, J. D. Extrato aquoso de ramos de Trichilia
pallida e o desenvolvimento de Spodoptera frugiperda em genótipos de milho.
Scientia Agricola, Piracicaba, v. 58, n. 1, p. 27-31, 2001.

TSUTIYA, M. T. Alternativas de disposição final de biossólido. In: TSUTIYA, M. T.;


COMPARINI, J. B.; SOBRINHO, P. A.; HESPANHOL, I.; CARVALHO, P. C. T.;
MELFI, A. J.; MELO, W. J.; MARQUES, M. O. Biossólidos na agricultura. São
Paulo: SABESP/Escola Politécnica - USP/ESALQ/UNESP, 2001. p.133-180.

VENEGAS, V. R. La transición hacia sistemas sustentables de producción. In:


Desarrollo Rural Humano y Agroecologico. v.2. Chile: Centro de Educacion y
Tecnologia, 1996. p. 239-258.

VENZON, M.; PALLINI, A.; AMARAL, D. S. L. Estratégias para o manejo ecológico


de pragas. Informe Agropecuário, Belo Horizonte: EPAMIG, v.3, n.25, p.19-28.
2001.

VIDA, J. B.; TESSMAN, D. J.; NASCIMENTO, J. F. do; OLIVEIRA, R. R. Doenças


em cultivo protegido: situação atual e perspectivas. In: ZAMBOLIN, L.; LOPES, C. A.;
PICANÇO, M. C.; COSTA, H. Manejo integrado de doenças e pragas: Hortaliças.
Viçosa: UFV, 2007. p.91-114.

WOLFF, L. F. Agricultura Sustentável e Sistemas Ecológicos de Cultivo


(Agricultura Química x Agricultura Ecológica), 1995. Disponível em:
<http://www.agirazul.com.br /artigos/wolff.htm>. Acesso em: 03 out. 2010.
ZAMBOLIM, L.; ZAMBOLIM, E. M.; JESUS JUNIOR, W. C. de. Manejo integrado das
doenças do cafeeiro. In: TOMAZ, M. A.; AMARAL, J. F. T.; JESUS JUNIOR, W. C.;
PEZZOPANE, J. R. M. Seminário para a sustentabilidade da cafeicultura. Alegre:
UFES, Centro de Ciências Agrárias, 2008b. p.169-190.

Você também pode gostar