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UNIVERSIDADE SAVE

Crimilde Cossa

Lavines Mazive

Maida Maluleque

Mandjú Luís Cuambe

Desenhos de pesquisa experimentais, quase experimentais e não experimentais


Psicologia
3° Ano

Universidade Save
Chongoene
2022
UNIVERSIDADE SAVE
FACULDADE DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO E PSICOLOGIA

Desenhos de pesquisa experimentais, quase experimentais e não experimentais

Licenciatura em Psicologia

Trabalho de revisão bibliográfica elaborado pelo 13°


grupo, como requisito parcial à avaliação da disciplina
de Psicologia Experimental e aplicada, do curso de
Licenciatura em Psicologia (Especialização em
Psicologia Social e Comunitária) sob orientação do
MSc. Artur Chanjale.

Universidade Save
Chongoene
2022
Índice
1. Introdução...........................................................................................................................1

2. Objectivos do estudo...........................................................................................................2

2.1. Objectivo geral............................................................................................................2

2.2. Objectivos específicos.................................................................................................2

3. Metodologia........................................................................................................................3

4. Desenhos experimentais.....................................................................................................4

As regras para um experimento verdadeiro incluem:.............................................................4

4.1. Vantagens e desvantagens do desenho experimental..................................................5

5. Desenhos quase- experimental............................................................................................6

5.1. Vantagens e desvantagens de desenhos quase-experimentais.....................................7

6. Desenhos não experimentais...............................................................................................8

6.1. Desenhos descritivos...................................................................................................9

6.1.1. Estudos Caso-controle..........................................................................................9

6.1.2. Estudos Comparativos..........................................................................................9

6.2. Desenhos correlacionais............................................................................................10

6.2.1. Desenhos Correlacionais Descritivos....................................................................10

6.2.2. Desenhos Correlacionais Preditivos...................................................................10

6.2.3. Modelos de Teste de Correlação........................................................................10

7. Conclusão..........................................................................................................................11

8. Referência bibliográfica....................................................................................................12
1. Introdução

O Presente trabalho de revisão bibliográfica visa a debruçar em torno do desenho de


pesquisa, que é definido como o arcabouço ou guia utilizado para o planeamento,
implementação e análise do estudo. É um plano para responder a pergunta ou hipótese da
pesquisa. Tipos diferentes de perguntas ou hipóteses demandam tipos diferentes de desenho
de pesquisa.

Para conduzir um estudo experimental é necessário planejar o projecto, levantar referencias


actualizadas sobre o assunto, buscar fundamentação em uma teoria para planejar a
intervenção, elaborar e planejar a intervenção a ser realizada, estabelecer um sistema de
observação, testar a intervenção, colectar e analisar dados, e disseminar os resultados.

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2. Objectivos do estudo
2.1. Objectivo geral
 Contextualizar materiais em torno dos desenhos experimentais, não experimentais e
quase experimentais.
2.2. Objectivos específicos
 Conceituar cada tipo de desenho (experimental, não experimental e quase
experimental);
 Explicar a diferença entre cada uma delas.

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3. Metodologia

A metodologia utilizada nesta pesquisa foi através de um estudo bibliográfico com coleta de
dados em livros, leis e artigos científicos. Pretende-se com esta pesquisa contextualizar
materia em torno dos desenhos experimentais e quase experimentais.

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4. Desenhos experimentais

O desenho do experimento verdadeiro é aquele no qual os sujeitos do estudo são


encaminhados aleatoriamente para o grupo experimental ou para o grupo controle.
A intervenção é realizada somente nos indivíduos do grupo experimental. A avaliação de
ambos os grupos em relação ao comportamento da variável dependente é realizada antes
(dados de linha de base) e após a introdução da intervenção desejada.
A diferença observada entre os grupos determina a ligação entre as variáveis dependente e
independente.3,8,10,12 Os dados obtidos a partir de experimentos verdadeiros, também
denominados ensaios clínicos controlados randomizados, são classificados como evidência de
nível II, produzindo evidências de alta qualidade.

As regras para um experimento verdadeiro incluem:


a) Amostragem randomizada de indivíduos representativos da população;
b) Equivalência entre os grupos experimento e controle;
c) Controle completo do pesquisador a respeito do tratamento;
d) Controle do grupo que receberá o tratamento e do grupo
que receberá o placebo;
e) Controle do ambiente no qual o estudo é conduzido e;
f) Mensuração precisa dos resultados e comparação com as hipóteses elaboradas.
Esse tipo de estudo é adequado para demonstrar relações de causa e efeito. O desenho de
quatro grupos salomónico tem por objectivo minimizar os possíveis
efeitos do teste antes da intervenção nos resultados obtidos no teste pós intervenção.
Neste desenho, além dos grupos intervenção e controle, são aleatoriamente distribuídos
outros dois grupos, sendo um experimental e outro controle. Dessa forma, o teste antes da
intervenção é realizado em um grupo experimental e um grupo controle. A
intervenção é aplicada nos dois grupos experimentais e o teste depois da intervenção
aplicado aos quatro grupos.
Dessa forma, ameaças à validade interna são diminuídas quando os efeitos do teste antes
sobre o teste depois da intervenção são eliminados. O desenho experimental do tipo somente
depois difere do experimento verdadeiro por não aplicar teste antes da intervenção em
nenhum dos grupos, a fim de evitar efeitos do teste antes nos resultados do teste depois da
intervenção. Da mesma forma que no experimento verdadeiro, há distribuição
aleatória de participantes nos grupos experimental e controle e a intervenção é aplicada
somente ao grupo experimental.

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4.1. Vantagens e desvantagens do desenho experimental
a) Possibilidade de avaliar de forma rigorosa uma variável em um grupo de indivíduos;
b) Delineamento prospectivo, no qual os dados são coletados em eventos posteriores ao
planejamento do estudo;
c) Uso de raciocínio hipotético-dedutivo que procura refutar a hipótese do pesquisador;
d) Potencial para evitar vieses ao comparar dois grupos idênticos, exceto pela
intervenção;
e) Possibilita a inclusão do estudo em futura metanálise.

Esse tipo de desenho é relevante por gerar evidências de alta qualidade e por ter o
potencial de evitar vieses de seleção entre os grupos experimental e controle. Destaca-se a
segurança na inferência das relações causais observadas devido ao uso de controle,
manipulação, comparação e randomização.

Como desvantagem, aponta-se a impossibilidade de aleatorização e de


manipulação de determinadas variáveis, como doenças ou hábitos de saúde. Deve-se ainda
ser levada em consideração a questão ética, que envolve a manipulação de determinadas
variáveis e as dificuldades de realizar experimentação em alguns serviços de saúde.
Ressalta-se ainda a possibilidade de efeito Hawthorne, ou seja, as respostas dos
participantes serem modificadas somente por se saberem participantes de um estudo.3,16.
Soma-se a necessidade de identificação de todas as variáveis envolvidas em determinado
fenômeno para a realização de um experimento. Nesse sentido, estudos descritivos são ainda
necessários para identificação de diferentes aspectos na prática clínica, particularmente na
enfermagem.

Outras desvantagens incluem o custo geralmente elevado para conduzir um


experimento verdadeiro, o número pequeno de participantes envolvidos nos estudos e o
curto tempo de seguimento que pode mascarar o verdadeiro efeito da intervenção
realizada.

Deve-se considerar que desfechos substitutos podem ser destacados em


detrimento de desfechos que são realmente importantes para os pacientes.

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5. Desenhos quase- experimental

Um quase-experimento é um estudo empírico de intervenção usado para estimar o impacto


causal de uma intervenção na população-alvo sem atribuição aleatória. A pesquisa quase
experimental compartilha semelhanças com o desenho experimental tradicional ou ensaio
clínico randomizado, mas carece especificamente do elemento de atribuição aleatória para
tratamento ou controle.

Em vez disso, os projetos quase experimentais normalmente permitem que o pesquisador


controle a atribuição à condição de tratamento, mas usando algum critério diferente da
atribuição aleatória (por exemplo, uma marca de corte de elegibilidade).

Quase-experimentos estão sujeitos a preocupações com relação à validade interna, porque os


grupos de tratamento e controle podem não ser comparáveis no início do estudo. Em outras
palavras, pode não ser possível demonstrar de forma convincente uma ligação causal entre a
condição de tratamento e os resultados observados. Isso é particularmente verdadeiro se
houver variáveis confusas que não podem ser controladas ou contabilizadas.

Com a atribuição aleatória, os participantes do estudo têm a mesma chance de serem


atribuídos ao grupo de intervenção ou ao grupo de comparação. Como resultado, as
diferenças entre os grupos nas características observadas e não observadas seriam devidas ao
acaso, e não a um fator sistemático relacionado ao tratamento (por exemplo, gravidade da
doença). A randomização em si não garante que os grupos serão equivalentes na linha de
base. Qualquer mudança nas características pós-intervenção é provavelmente atribuível à
intervenção.

Quase-experimentos também são eficazes porque usam o "teste pré-pós". Isso significa
que há testes feitos antes de qualquer dado ser coletado para ver se há alguma pessoa confusa
ou se algum participante tem certas tendências. Em seguida, o experimento real é feito com
os resultados do pós-teste registrados. Esses dados podem ser comparados como parte do
estudo ou os dados do pré-teste podem ser incluídos em uma explicação para os dados
experimentais reais. Quase experimentos têm variáveis independentes que já existem, como
idade, sexo, cor dos olhos. Essas variáveis podem ser contínuas (idade) ou categóricas
(gênero). Em suma, as variáveis de ocorrência natural são medidas em quase experimentos.

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Existem vários tipos de projetos quase experimentais, cada um com diferentes vantagens,
desvantagens e aplicações. Esses projetos incluem (mas não estão limitados a): [5]Diferença
em diferenças (pré-pós com e sem comparação)

 Projeto de grupos de controle não equivalente;


 Projetos de grupo de controle sem tratamento;
 Designs de variáveis dependentes não equivalentes;
 Projetos de grupos de tratamento removidos;
 Projetos de tratamento repetidos;
 Tratamento reverso, desenhos de grupos de controle não equivalentes;
 Projectos de corte;
 Designs somente pós-teste;
 Projetos de continuidade de regressão;
 Projeto de descontinuidade de regressão;
 Projeto de controle de caixa;
 Designs de séries temporais;
 Projeto de múltiplas séries temporais;
 Projeto de série de tempo interrompido;
 Correspondência de pontuação de propensão;
 Variáveis instrumentais;
 Análise de painel.

De todos esses projetos, o projeto de descontinuidade de regressão é o que mais se aproxima


do projeto experimental, pois o experimentador mantém o controle da atribuição do
tratamento e é conhecido por "produzir uma estimativa imparcial dos efeitos do tratamento"
No entanto, requer um grande número de participantes do estudo e uma modelagem precisa
da forma funcional entre a atribuição e a variável de resultado, a fim de produzir o mesmo
poder de um projeto experimental tradicional.

5.1. Vantagens e desvantagens de desenhos quase-experimentais

As vantagens do desenho quase experimental recaem principalmente sobre sua


aplicabilidade, visto que um experimento verdadeiro exige um rigor muitas vezes impossível
de ser seguido em determinadas situações no contexto da enfermagem.

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A principal desvantagem é o potencial de generalização reduzido, com resultados menos
conclusivos.

Assim, a associação causal não pode ser feita de maneira tão segura como
ocorre no experimento verdadeiro. A validade em desenhos quase-experimentais é limitada e
existe grande potencial de viés. Nesse tipo de estudo, é comum a presença
de hipóteses concorrentes que podem explicar os resultados obtidos, pois além da intervenção
aplicada outros factores podem estar relacionados a obtenção do desfecho
obtido, o que enfraquece a relação causal da intervenção.

6. Desenhos não experimentais

Desenhos não experimentais são usados para descrever, diferenciar ou examinar associações,
ao invés de procurar relações diretas entre variáveis, grupos ou situações. Não existem tarefas
aleatórias, grupos controle, ou manipulação de variáveis, já que esse modelo utiliza apenas a
observação. Os desenhos não-experimentais mais comuns são os estudos descritivos e
correlacionais.

Desenhos não-experimentais também são classificados de acordo com o momento de coleta


de dados no tempo, transversal ou longitudinal, ou de acordo com a época da experiência ou
evento estudado, retrospectivo ou prospectivo.

No estudo transversal, as variáveis são identificadas num ponto no tempo e as relações entre
as mesmas são determinadas.

No estudo longitudinal os dados são coletados em diferentes pontos no tempo. Num estudo
retrospectivo um evento ou fenômeno identificado no presente é conectado a fatores ou
variáveis no passado.

No estudo prospectivo, ou estudo coorte, fatores e variáveis potenciais identificadas no


presente são conectadas a resultados possíveis no futuro.

Desenhos não-experimentais não têm designação aleatória, manipulação de variáveis ou


grupos de comparação. O pesquisador observa o que ocorre naturalmente sem interferir de
maneira alguma. Existem muitas razões para realizar um estudo não experimental. Primeiro,
um número de características ou variáveis não estão sujeitas, ou não são receptivas, à
manipulação experimental ou randomização. Além disso, por questões éticas, algumas

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variáveis não podem ou não devem ser manipuladas. Em alguns casos, variáveis
independentes já aconteceram e não é possível qualquer controle sobre elas.

Desenhos não experimentais podem parecer experimentos somente pós-teste. Entretanto,


existe uma designação natural para a condição ou grupo sendo estudado, ao contrário da
designação aleatória, e a intervenção ou condição (X), que é algo que acontece naturalmente,
não sendo imposta ou manipulada. Os métodos mais comuns utilizados em desenhos não
experimentais envolvem pesquisas exploratórias e/ou questionários.

Desenhos não experimentais são tipicamente classificados tanto como descritivos e


correlacionais.

6.1. Desenhos descritivos

Estudos descritivos ou exploratórios são usados quando pouco é sabido sobre um fenômeno
em particular. O pesquisador observa, descreve e documenta vários aspectos do fenômeno.
Não há manipulação de variáveis ou procura pela causa e efeito relacionados ao fenômeno.

Desenhos descritivos descrevem o que existe de fato, determinam a freqüência em que este
fato ocorre e categoriza a informação. Pesquisadores colocam questões de pesquisa nível I.
Os resultados fornecem a base de conhecimento para hipóteses que direcionam estudos
subsequentes tanto correlacionais, quase-experimentais como experimentais. Os dois tipos de
desenhos quantitativo descritivos mais comuns são: caso-controle e comparativo.

6.1.1. Estudos Caso-controle.

Envolvem uma descrição de casos com e sem uma exposição ou condição pré-existente. Os
casos, sujeitos ou unidades de estudo podem ser um indivíduo, uma família ou um grupo.
Estudos caso-controle são mais factíveis que experimentos em que o resultado é raro ou leva
anos para se desenvolver. Este desenho também é conhecido como relato de caso ou estudo
de caso.

6.1.2. Estudos Comparativos.

Também são chamados de estudos ex post facto ou comparativos causais. Estes estudos
descrevem diferenças nas variáveis que ocorrem naturalmente entre dois ou mais casos,
sujeitos ou unidades de estudo. Pesquisadores que usam um desenho comparativo
normalmente colocam hipóteses sobre as diferenças nas variáveis entre duas ou mais

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unidades. A principal diferença entre esta abordagem e a quase-experimental é a falta de
controle do pesquisador sobre as variáveis.

6.2. Desenhos correlacionais

Envolvem a investigação sistemática da natureza das relações ou associações entre as


variáveis, ao invés de relações diretas de causa e efeito. Os desenhos correlacionais são
tipicamente transversais(1,8). Estes desenhos são utilizados para examinar se mudanças em
uma ou mais variáveis estão relacionadas a mudanças em outra(s) variável(eis). Este efeito é
definido como covariância. Desenhos correlacionais analisam direção, grau, magnitude e
força das relações ou associações. Os resultados desses estudos fornecem os meios para gerar
hipóteses a serem testadas em estudos quase-experimentais e experimentais. Pesquisadores
podem colocar questões de nível I ou II(2,9-10).

Três dos desenhos correlacionais mais comuns incluem: descritivo, preditivo e modelo de
teste de correlação(1,8).

6.2.1. Desenhos Correlacionais Descritivos.

Estudos correlacionais descritivos descrevem variáveis e as relações que ocorrem


naturalmente entre as mesmas.

6.2.2. Desenhos Correlacionais Preditivos.

Estudos correlacionais preditivos prevêem a variância de uma ou mais variáveis baseado na


variância de outra(s) variável(eis). Assim como com os modelos experimentais, as variáveis
do estudo são classificadas como independentes (preditivas) e dependentes (resultado). No
entanto, estas variáveis não são manipuladas, mas ocorrem naturalmente.

6.2.3. Modelos de Teste de Correlação.

Estudos de teste de correlação examinam ou fazem teste piloto de relações propostas por um
modelo ou teoria. E da mesma forma que os estudos experimentais, o estudo das variáveis
também são classificadas como independente (preditiva) e dependente (resultado). No
entanto, estas variáveis não são manipuladas, mas ocorrem naturalmente.

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7. Conclusão

Os desenhos de estudos experimentais e quase-experimentais são os mais indicados


quando se deseja estudar uma relação de causa e efeito. Devido às características das
intervenções realizadas pela Enfermagem, é muito mais usual a realização de
quaseexperimentos nas pesquisas da área. A relevância desse desenho de pesquisa
assenta-se na valoração da evidência produzida e na possibilidade de aplicação
ampla na prática clínica.

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8. Referência bibliográfica
I. Hochman B, Nahas FX, Oliveira Filho RSd, Ferreira LM. Desenhos de pesquisa. Acta
Cir
II. http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S010286502005000800002&lng=en.http://dx.doi.org/
10.1590/S0102-86502005000800002.3.
III. Abbad G, Torres CV. Regressão múltipla stepwise e hierárquica em Psicologia
Organizacional: aplicações, problemas e soluções. Estud psicol (Natal) [Internet].
2002 [cited 2015-09-23];7(spe):19. Available from:http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1413- 294X2002000300004&lng=en&nrm=isso
IV. Polit DF, Beck CT. Fundamentos de Pesquisa em Enfermagem: Avaliação de
evidências para a prática da enfermagem. 7rd ed. Porto Alegre: Artmed; 2011.

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