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Bioética

A utilização de animais em experimentos científicos remonta ao século V a.C. Porém, o seu uso
intensivo foi crescente a partir dos anos 1800. Muitos avanços nos conhecimentos,
especialmente na área da saúde, foram obtidos com modelos animais. A regulamentação do
uso de animais para fins científicos e didáticos é uma preocupação constante no meio
acadêmico. No Brasil, não existe lei específica ou equivalente que regulamente o uso de
animais em experimentações científicas. Entretanto, dois projetos de lei sobre o assunto estão
tramitando no Congresso Nacional desde 1995. Existem algumas normas e princípios
orientadores para a pesquisa em modelos animais, criadas por diversas instituições nacionais e
internacionais, que podem ser utilizadas para orientar os pesquisadores. Embora muitas
pessoas tenham escrito sobre o status moral dos animais ao longo de muitos anos, ainda não
há, nos dias atuais, um consenso sobre a verdadeira posição que os animais ocupam em
relação aos seres humanos.

A questão dos direitos dos animais e a sua utilização em pesquisas vem sendo discutida desde
o século XVII. O filósofo Jeremy Bentham, em 1789, já questionava:

A questão não é podem eles raciocinar ?

Ou então, podem eles falar ?

Mas, podem eles sofrer ?

Claude Bernard, em 1865, também se pronunciou sobre este mesmo assunto:

"Nós temos o direito de fazer experimentos animais e vivisecção? Eu penso que temos este
direito, total e absolutamente. Seria estranho se reconhecessemos o direito de usar os animais
para serviços caseiros e alimentação, mas proibir o seu uso para o ensino de uma das ciências
mais úteis para a humanidade. Experimentos devem ser feitos tanto no homem quanto nos
animais. Penso que os médicos já fazem muitos experimentos perigosos no homem, antes de
estudá-los cuidadosamente nos animais. Eu não admito que seja moralmente aceitável testar
remédios mais ou menos perigosos ou ativos em pacientes hospitalizados, sem primeiro
experimentá-los em cães. Eu provarei, a seguir, que os resultados obtidos em animais podem
ser todos conclusivos para o homem, quando nós sabemos como experimentar
adequadamente. "

A pesquisa em animais deve ter como diretrizes mínimas:

a definição de objetivos legítimos;

a imposição de limites à dor e ao sofrimento;

a fiscalização de instalações e procedimentos;

a garantia de tratamento humanitário, e

a responsabilização pública.

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