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DESENVOLVIMENTO DO PSÍQUICO E DA CONSCIÊNCIA HUMANA

O homem como unidade bio-psico-sócio e cultural

Bases anatómicas fisiológicas da conduta

A interdependência funcional psíquica orgânica social consiste na Ciências Sociais e Humana, de


seu ponto de incidência no caso do ser humano individual. O ser humano é hoje concebido como
uma totalidade de determinações psíquicas, biológicas e sociais e não uma simples abstracção do
todo social.

O homem age como um sistema, no domínio psicológico, psíquico ou social. A saúde ou a


doença, o bem-estar ou mal-estar físico não depende de simples condições orgânicas, o psíquico
e o social podem interferir no domínio fisiológico. Do mesmo modo, a predisposição mental a
capacidade de atenção, as emoções presentes não são questões de simples foro psíquico, mas
fenómenos interdependentes do corpo e do meio ambiente exterior, físico ou social.

O comportamento resulta de um jogo de interdependência entre a situação e a personalidade,


sendo esta, o sistema complexo no qual se integram as diferentes componentes orgânicas,
psíquicas, sociais de cada ser. Deste modo, o comportamento não pode ser simplesmente
contracções musculares ou secreções glandulares, como defendiam os primeiros behavioristas.

A estrutura de uma conduta simples, como o de atender uma chamada telefónica, concorre
factores de diversa índole e se integram níveis diferentes de acção. Toca o telefone. Ouvir o
toque do telefone, erguer e deslocar o corpo, mover os braços e as mãos, agarrar e levantar os
auscultadores, articular os sons, são comportamentos fisiológicos do meu comportamento onde
intervêm músculos, esqueleto, órgãos sensoriais, sistema nervoso. Por outro lado, pergunto-me
quando o telefone toca, quem será, decido em atender ou não, e resolvo em atender porque pode
ser alguém amiga: porém organizar palavras e frases e interpretar sentimentos em relação a
conversa; ficar satisfeito ou aborrecido; a entoação; diferença no atendimento – são componentes
essencialmente psicológicas e socioculturais. Por ventura se estivéssemos paralisados ou
afónicos não poderíamos atender o telefone. Se estives a ouvir mal, teríamos de pedir ao
interlocutor que falasse mais alto ou arriscaríamos a compreender mal a mensagem.
Instrumentos biológicos de resposta ao meio

Os organismos vivos são sistemas abertos que estabelecem troca com o meio. Do meio recebem
a matéria e a energia necessária manutenção da sua estrutura e funcionamento interno. Do meio
recebem também informação sensorial significativa. Por sua vez o organismo auto-regula-se,
fazendo circular a informação e distribuindo a energia entre os vários órgãos do sistema, de
forma a regular o funcionamento e mobilizar recursos necessários a resposta ou actuação sobre o
meio ambiente.

As variações do meio activam o organismo e provocam uma resposta chamada estímulo, à


actuação do organismo em resposta aos estímulos do meio chamamos de comportamento.

Qualquer comportamento implica três funções e a mobilização de três conjuntos definidos de


estruturas corporais com elas relacionadas: mecanismos de recepção – órgãos receptores,
mecanismos de conexão – as células nervosas e mecanismos de reacção – organismos ejectores
(músculos e glândulas).

Reflexo sensório motor ( Reflexo)

O reflexo é um comportamento simples e automático. Se por acaso, nos picarmos no dedo, o pé


afasta-se bruscamente do objecto causador da dor. O estímulo, actuante na pele activou os
minúsculos mecanismos sensoriais ligados a sensação e dor – são os órgãos receptores. As
modificações produzidas nos receptores provocam a activação das fibras nervosas adjacentes –
neurónios aferentes – que produzem o influxo nervosa à medula espinal e passa pelas fibras
motoras ou neurónios eferentes, até a mecanismos de reacção. Neste caso os músculos dos pés
que contraindo-se, respondem afastando o pé do estímulo da dor.

Os órgãos receptores são constituídos por células especializadas que transformam a energia física
ou química dos estímulos em energia electroquímica. Regulam a luz, ao som, ao calor, à pressão,
ao contacto, ao movimento muscular e a outros estímulos dentro ou fora do organismo, dando
origem às diversas sensações. Tem, pois, uma função de recepção e codificação da informação
relativa ao meio externo ou interno. Segundo Adelino Cardoso et all 1993.
FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS DA CONDUTA (Instrumentos biológicos de resposta ao
meio).

Hereditariedade e comportamento: mecanismos básicos

Tecnicamente, cada vida humana começa na concepção, quando um dentre centenas de milhões
de células espermáticas do pai penetra em um dos óvulos da mãe. A união entre um óvulo e um
espermatozóide produz uma única célula-ovo, denominado zigoto. O óvulo e o espermatozóide
são formados por células reprodutivas, denominadas células germinativas primordiais.

A informação genética em estrutura filo forme chamadas cromossomos. Os cromossomos estão


no núcleo da célula, uma região destinada e localizada no centro. As células humanas possuem
23 pares de cromossomos (em um total de 46). Óvulo e espermatozóide recebem, cada um,
apenas um membro de cada par das células germinativas. Consequentemente, quando se unem os
zigotos passam a ter um conjunto completo de 23 pares. Cada par tem formato e tamanho
diferentes, conforme mostra a figura.

Os primeiros 22º pares de cromossomos contem membros que se combinam. O 23º par, cujos
membros nem sempre se combinam, determinam o sexo da pessoa. As mulheres possuem dois
grandes cromossomos X. Os homens têm um cromossomo X e um Y, é ele quem determina o
sexo do bebê.

Genes e Proteínas.

Cada cromossomo conte 50.000 unidades chamadas de gene espalhado ao longo deles em
segmentos interrompidos. Gene é considerado a unidade básica da hereditariedade e é composta
por uma substância química, o ácido desoxirribonucléico (DNA), os genes são codificados para
controlar a produção de substâncias químicas chamadas proteínas.

- As proteínas determinam a maneira pelo qual cada animal desenvolve;

- As proteínas estruturais formam a estrutura física da célula do sangue, músculo, ossos e nervos;

- As enzimas um segundo tipo de proteínas, controla as reacções físicas e químicas dentro do


organismo, capam e armazenam energia, quebram o alimento e controlam o processo de
desenvolvimento.
(os organismos não herdam padrões completos de comportamento, mas sim são dotados de
estruturas corporais e controle físico-químico que tornam mais ou menos provável uma gama de
respostas ao ambiente).

Gene e desenvolvimento

No início as células de um organismo são superficialmente idênticas, mais algumas células


humanas vão se desenvolvendo para formar o cérebro, outra a medula espinal, outra o coração
etc. em apenas oito semanas após da concepção cerca de 95% da estrutura e órgãos humanos
estão concluídos embora com menos de três centímetros de comprimento. Ver Gene e evolução;
diversidade genética humana.

Os ácidos nucleicos são moléculas complexas produzidas pelas células, essenciais a todos os
organismos vivos. Estas moléculas governam o desenvolvimento do corpo e suas características
específicas, fornecendo a informação hereditária e dirigindo a síntese de proteínas. Este modelo
gerado por computador mostra duas cadeias de ácido desoxirribonucléico (ADN) e sua estrutura
em dupla hélice.

O papel da hereditariedade e do meio na conduta dos animais

A diferença entre o homem e animal, nota-se na atitude deste ser humano. O homem, ao longo
dos tempos, tem evoluído no sentido de uma maior produção do saber e uma maior eficácia no
domínio do fazer. A história da humanidade tem revelado um progresso dialéctica, onde homem
e natureza se condicionam na tentativa de uma adaptação que se pretende que seja mais eficaz e
onde o homem se pretende impor pelo domínio da técnica do conhecimento.

Hereditariedade e o meio ambiente. Desenvolvimento da criança

Hereditariedade é a estimativa da contribuição da hereditariedade para as diferenças individuais


num traço específico, num determinado momento dentro de uma determinada população.

A hereditariedade, não se refere à influência relativa da hereditariedade e do ambiente num


determinado indivíduo, ela não nos diz como os traços se desenvolvem, apenas indica em que
medida os genes contribui para um traço.
Hereditariedade e o meio ambiente

Hoje vê-se a relação entre os factores genéticos e o ambiente como fundamentalmente


entrelaçadas. Vamos ver os vários modos através dos quais a hereditariedade e o meio actuam
em conjunto.

Amplitude da relação é a amplitude de potências expressões de um traço hereditário sob


diferentes condições ambientais. O tamanho do corpo, por exemplo depende em larga medida, de
processos biológicos, os quais são regulados geneticamente. Ainda assim, é possível dependendo
das oportunidades e constrangimentos ambientais e do próprio comportamento da pessoa.

Em sociedades em que a nutrição melhorou, uma geração inteira cresce bastante em altura em
relação a anterior. As crianças com melhor nutrição partilham os genes dos seus pais, mas
respondem a um mundo mais saudável. A hereditariedade pode influenciar uma amplitude de
reacção é ampla ou estrita.

Correlação genótipo-ambiente correm certas influências genéticas e ambientas tendem a actuar


na mesma direcção. Que actuam em três formas.

Tipos de correlação genético-ambiente

1. Correlação passiva – frequentemente os pais transmitem os genes que predispõem uma criança
para um traço, também proporcionam um ambiente que encorajam o desenvolvimento do traço.
Ex: um músico pode proporcionar um filho à ser músico.

2. Correlação reactiva ou evocativa – crianças com diferentes constituições genéticas evocam


diferentes respostas por parte dos adultos. Os pais podem fazer um esforço para fortalecer
experiências musical a uma criança que demonstra interesse a capacidade para a música. Por sua
vez, esta resposta fortalece a inclinação genética da criança para música.

3. Correlação activa – a medida que a criança cresce e tem a liberdade para escolher as suas
próprias actividades e ambientes, selecciona activamente experiências consistentes com a sua
tendência genética.

4. Condições da família – tratamento das famílias, doenças, acidentes e as experiências fora do


casal; e efeitos não partilhados ( irmãos diferentes).
Características influenciadas pela hereditariedade e pelo meio

Traços físicos e fisiológicos – obesidade, peso excessivo para a idade, sexo, altura e tipo de
corpo, por vezes definido como possuindo um índice de massa, inteligência, a hereditariedade
parece exercer forte influencia na inteligência geral e na capacidade especifica ( Mcclen et al,
1997) mas a experiência também conta, personalidade, aspectos específicos da personalidade
parecem ser herdados ( extroversão, neuróticos); temperamento etc. Perturbações da
personalidade exemplo autismo ( grupo de perturbações globais). Daí que o homem, fenómeno
social comparado com outros animais, não possui mecanismos e equipamentos suficientes para
sobreviver e agir de acordo com o seu potencial hereditário, ele possui a capacidade e as
aptidões, quando vive entre os outros homens, de criar condições e técnicas de ajustamento e
adaptação ao meio.

A habilidade e a experiência do homem são uma conquista gradual que se inicia no momento do
nascimento e se desenvolve através do processo da aprendizagem. A sociedade ensina a criança à
experiência vivida e acumulada pelo grupo, acelerando o seu processo de aprendizagem e
evitando um esforço pessoal que decorreria de experiências frustradas das iniciativas pessoais. É
este processo de aprendizagem gradual da vivência em sociedade e da interiorização dos valores
que se denomina socialização.

Bibliografia

Disponível em :http://salatinho.blogspot.com/2007/11/psicologia-geral.html

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