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Introdução
O presente trabalho tem como exercício a análise retrospectiva do Plano Nacional de prevenção
e combate à violência baseada no género 2018-2021. A violência baseada no género é obstáculo
à caracterização dos objectivos da promoção de igualdade de género e autonomia das mulheres,
impede o desenvolvimento de uma sociedade harmoniosa, dificulta e anula o gozo dos direitos
humanos e liberdades fundamentais.
Foi feita uma pesquisa do tipo exploratório, que segundo Gil (2008), pode envolver
levantamento bibliográfico. O nosso trabalho foi feito usando a técnica de recolha de
informações de pesquisa bibliográfica com base em relatórios. O estudo ainda tem como base o
método histórico, este método faz referência de que as atuais formas de vida social tem origem
no passado, isto é, coloca os fenómenos
Avaliação do Plano Nacional de Prevenção e Combate a Violência Baseada no Género
2018-2021
Segundo Pedone (1986) a análise e avaliação de políticas públicas pode ser melhor entendida
como um subconjunto dos estudos de política públicas sendo rigorosa, técnica e prescritiva.
Inicia-se com o que aconteceu ou acontece e está interessada em descobrir modos alternativos de
acção em uma política particular. A análise de políticas públicas pode preceder a implementação,
ou pode ser feita a posterior, tomando o nome de avaliação de políticas públicas, com a
preocupação geral de saber se o programa da política pública resolve ou aliviou o problema a que
se propunha.
Dye (2012) como citado por Sitoe e Lumbela (2013) refere que avaliar é aprender em relação as
consequências de uma política pública, ou seja, avaliar é aprender em relação às consequências
de determinada política, programa ou projecto implementado. Este aprender, é na verdade, um
exame objetivo, sistemático e empírico dos efeitos das políticas, programas ou projectos
existentes para os seus grupos-alvo em termos de metas a serem alcançadas, onde se procura
determinar até que ponto as acções implementadas vão de encontro aos objectivos previamente
estabelecidos. Deste modo a avaliação contribui para a clarificação e crítica dos valores por
detrás de certas metas e objectivos
Segundo Sitoe e Lumbela (idem), a avaliação é o estagio que imediatamente decorre depois da
implementação das políticas públicas e antecede a redefinição dos problemas que deram origem
à essas políticas públicas bem como o redesenho de políticas que melhor possam contribuir para
resolver tais problemas. E está pode ser compreendida como sendo o exame objetivo sistemático
e empírico dos efeitos das políticas, programas, projectos existentes para os seus grupos-alvo em
termos das metas a serem alcançadas, onde se procura determinar até que ponto as ações
implementadas vão de encontro aos objectivos previamente estabelecidos.
Para Parsons (2005) como citado por Sitoe e Lumbela (idem) a avaliação tem dois aspectos
interrelacionados: A avaliação de política e seus programas constituintes; a avaliação das pessoas
que trabalham nas organizações responsavam pela implementação das políticas e programas. O
autor olha para a avaliação como uma forma de análise racional e como uma ferramenta de gestão
de recursos humanos. Para Parsons, quando avaliamos, procuramos olhar para vários aspectos, de
entre eles:
Segundo Rua (2009), a análise de políticas públicas pode ter por objetivo tanto melhorar o
entendimento acerca da política e do processo político, como apresentar propostas para o
aperfeiçoamento das políticas públicas. Segundo este mesmo autor existem diferenças entre
avaliação e políticas públicas e análise de políticas públicas. As análises são estudos das causas e
consequências das actividades do governo e avaliações se referem ao impacto ou processo. A
avaliação da política pública é a fase em que o processo de implementação e o desempenho da
política pública são examinados com o intuito de conhecer melhor o estado da política e o nível
de redução do problema que gerou. A avaliação compreende a definição de critérios, indicadores
e padrões (performances standars).
Segundo Theodoulou (2012) como citado por Sitoe e Lumbela (idem), a avaliação tem como
objetivo central determinar se as políticas, programas ou projectos implementados estão a
alcançar os objectivos pré-determinados. Através da avaliação podemos determinar se os efeitos
das políticas, programas ou projectos são intencionais ou não intencionais e se os resultados são
positivos ou negativos para o grupo alvo e para a sociedade como um todo.
2. Tipologias de avaliação
A avaliação é comumente entendida como a actividade que ocorre após a implementação de um
programa ou projecto, isso ocorre porque quando nos referimos à avaliação estamos geralmente
falando de avaliação de resultados e impactos, a qual ocorre na ultima fase do ciclo, porem a
avaliação pode ocorrer durante todo o ciclo de políticas públicas, e a literatura científica
apresenta várias tipologias de avaliação. Theodoulou (2012), por sua vez vai apresentar três tipos
de avaliação, que são: avaliação do processo, avaliação dos outcomes, e avaliação de impacto.
Este tipo de avaliação está preocupado com a implementação do programa. Procura analisar até
que ponto o programa está a atingir o grupo alvo e como é que está a ser gerido. Uma avaliação
do processo procura olhar para os seguintes aspectos:
Focaliza a sua atenção para o nível em que a política está a atingir os seus objectivos em relação
ao grupo alvo. Está preocupada com os outputs e até que ponto estes vão assegurar atingir os
resultados esperados, para tal. Pode fazer análise de efectividade, incluindo os custos. .
(Theodoulou, 2012, apud Sitoe e Lumbela, 2013)
Segundo Sitoe e Lumbela (2013), este tipo de avaliação, normalmente é feito após término da
implementação da política, programa ou projecto, procura verificar até que ponto o programa
está a ter impacto na população alvo. A avaliação de impacto difere da avaliação dos resultados
intermédios pois esta ultima está preocupada em avaliar como os objectivos e as metas estão a
ser alcançadas, enquanto que a avaliação de impacto procura analisar até que ponto a população
alvo está a ser afetada de algum modo pela implementação da política.
Pedone (1986), também apresenta três modelos distintos utilizados na análise e avaliação de
políticas públicas, com a preocupação geral de saber se o programa da política pública resolveu
ou aliviou o problema a que se propunha. O primeiro deles trata a questão da análise e avaliação
como parte integrante do processo de viabilidade política das políticas governamentais. O
segundo modelo preocupa-se com os procedimentos objectivos que acontecem na burocracia,
lidando com questões operacionais da acção política. O terceiro modelo trata da questão
normativa das políticas públicas, de como a sua análise e sua avaliação abrangem questões
substantivas e incluem a análise ética
O foco de atenções deste modelo volta-se para o processo político e para o que resulta desse
processo em termos de directrizes, políticas e programas governamentais. Esse modelo tem por
premissa que o planeamento é feito sem desvios ou restrições, e que os objectivos estabelecidos
serão atingidos com certeza, como se fossem situações e ambientes certos e estáveis. Em
consequência a análise seria desnecessária e não traria nenhum acréscimo na compreensão do
processo político. Esta visão é imobilizante na medida em que o ʺstatus quoʺ é mantido. O que
vem sendo feito, continua a ser realizado, sujeito às mesmas pressões do sistema político,
mudando incrementalmente, sem atender às demandas sociais de mudanças estruturais a longo
prazo.
A avaliação crítica marca um novo estágio no desenvolvimento desse campo de estudo, onde
introduz-se um julgamento com respeito a qualidade e à adequação das decisões além de uma
avaliação que vai procurar responder se as políticas resultantes são: apropriadas, inevitável dado
o conjunto de demandas ou pelo menos as melhores possíveis consideradas as restrições. Ou
seja, a análise critica trata da questão normativa das políticas públicas, de como a sua análise e
sua avaliação abrangem questões substantivas.
Coerência
Relevância
Analisa até que ponto o programa/projecto em causa é importante para o problema e para o
grupo alvo e qual o alcance do resultado resolve o problema. Visa responder ou verificar até que
ponto o alcance do resultado resolve o problema.
Eficácia
Analisa até que ponto os objectivos traçados foram alcançados. Resultados que trazem mais
valia (valued outcomes) foram alcançados.
Eficácia é a capacidade de fazer as coisas certas ou de conseguir resultados. Isto inclui a escolha
dos objectivos mais adequados e os melhores meios de alcançá-los. Isto é, administradores
eficazes seleccionam as coisas certas para fazer e os métodos certos para alcançá-las (Megginson
et al, 1998).
Efectividade
Visa qualificar a relevância do programa ou projecto. Até que ponto o alcance do resultado
coincide com os objectivos pré-estabelecidos. Efectividade é o mais complexo dos três conceitos,
em que a preocupação central é averiguar a real necessidade e oportunidade de determinadas
acções estatais, deixando claro que sectores são beneficiados e em detrimento de que outros
atores sociais. Essa averiguação da necessidade e oportunidade deve ser a mais democrática,
transparente e responsável possível, buscando sintonizar e sensibilizar a população para a
implementação das políticas públicas. (Torres, 2004).
Eficiência
Segundo Stoner (1999) eficiência é a capacidade de minimizar o uso de recursos para alcançar os
objectivos da organização, ou seja, ser eficiente significa executar da melhor maneira possível,
evitando desperdícios e maximizando a produtividade.
Chiavenato (2000) eficiência é uma relação técnica entre entradas e saídas, é uma relação entre
custos e benefícios, ou seja, uma relação entre os recursos aplicados e o resultado final obtido: é
a razão entre o esforço e o resultado, entre a despesa e a receita, entre o custo e o benefício
resultante.
Sustentabilidade
Aferir ou medir a dimensão em que os benefícios de uma actividade podem após a retirada ou
término do financiamento original ou inicial. Que factores poderão influenciar a sustentabilidade
do programa ou projecto após o exercício inicial.
Segundo (Dal Marcondes, 2017) sustentabilidade na gestão pública pode ser definida através da
racionalidade da aplicação dos recursos de forma a economizar materiais, reduzir desperdícios,
acabar com resíduos e criar condições para o bem estar, a boa saúde e para a educação. Uma
gestão que tenha como eixo a sustentabilidade tende a ser uma administração com bons
resultados.
4. Contextualização do Plano Nacional de Prevenção e combate a Violência Baseada
no Género 2018-2021
A violência baseada no género envolve homens e mulheres, sendo as mulheres usualmente mas
não sempre, as vitimas. A violência se origina a partir de relações de poder desiguais dentro das
famílias, comunidades e Estados. A violência é geralmente dirigida especificamente contra as
mulheres por diversas razões, e as atinge desproporcionalmente, e está se torna ainda mais
profunda em situações de conflito e pós-conflito. A Declaração da ONU sobre a Eliminação da
Violência Contra a Mulher adoptada em 2003, define a violência contra a mulher como:
qualquer ato de violência baseada em género que resulte ou possa resultar em danos mentais ou
sexuais, ou sofrimento para a mulher, incluindo ameaças, como actos de coerção ou privação
arbitrária de liberdade, seja na vida pública ou privada.
Nas últimas décadas, a questão da violência contra a mulher saiu das sombras para tornar-se
prioridade nos compromissos para atingir o desenvolvimento sustentável. Defensores dos
direitos humanos das mulheres mobilizaram-se dentro e fora dos países e regiões para conseguir
mudanças significativas em padrões e políticas nacionais, regionais e internacionais abordando a
questão da violência baseada em género, e como efeito algumas conquistas foram conseguidas.
Tais conquistas são:
Segundo WLSA Moçambique (Women and Law in Southern Africa Research and Education
Trust), os Estados têm o dever de domesticar os instrumentos internacionais de defesa dos
direitos humanos das mulheres, tanto no domínio pública como privado. Segundo as pesquisas
da WLSA sobre violência doméstica mostram uma alta incidência deste fenómeno e que grande
um grande número de mulheres vive em ʺinfernos privadosʺ sem que o Estado as proteja.
Trouxeram assim a matéria para argumentar para a necessidade de uma lei consebtânea como a
realidade do país tendo em atenção o impacto negativo da violência baseada no género. É no
âmbito deste dever que o Estado moçambicano aprovou normas e criou instituições, programas
de protecção dos direitos das mulheres, em particular e protecção contra a violência baseada no
género.
Os primeiros marcos da legislação sobre direitos humanos das mulheres em Moçambique datam
da primeira Constituição da República (CRM) de 1975, que estabelecia que:
ʺHomens e mulheres devem ser iguais perante a lei em todas as esferas da vida política,
económica, social e cultural.ʺ
Esse princípio de igualdade foi também consagrado na CRM tanto de 1990, assim como de 2004.
A constituição de 2004 foi ainda mais longe e estabeleceu uma série de importantes princípios e
direitos: princípio da universalidade e igualdade (art, 36° CRM) ʺtodos cidadãos são iguais
perante a lei, gozam dos mesmos direitos e estão sujeitos aos mesmos deveres,
independentemente da cor, raça, sexo, origem étnica, lugar de nascimento, religião, grau de
instrução, posição social, estado civil dos pais, profissão ou opção políticaʺ. Princípio da
igualdade de género (art 36° CRM): ʺo homem e a mulher são iguais perante a lei em todos os
domínios da vida política, económica, social e cultualʺ. Direito de recorrer aos tribunais (art. 70°
CRM) ʺo cidadão tem direito de recorrer aos tribunais contra os actos que violem os seus direitos
e interesses reconhecidos pela constituição e pela leiʺ.
Houve a necessidade das mulheres, através dos grupos de pressão existentes, lutarem para a
breve trecho, a Assembleia da República aprovasse uma legislação, que se conforme com o texto
Constitucional e as normas do Direito Internacional acolhidas por Moçambique com vista ao
usufruto dos direitos de cidadania em geral. Deste modo a violência tornou-se uma preocupação
fundamental do governo e constitui prioridade nos Planos de Acção de Recuperação da Pobreza
(PARPA) que apontam a necessidade de revisão de toda a legislação discriminatória contra as
mulheres e a adopção de nova legislação particularmente contra a violência baseada no género, a
criação de condições para a sua implementação efectiva, incluindo a capacitação institucional
dos intervenientes e sua disseminação. (Loforte, 2015
Dada a gravidade da situação, o governo coloca igualmente nos seus planos Quinquenais, a
questão de prevenção e combate a este mal social como um dos seus grandes desafios e uma das
maiores prioridades, a curto, médio e longo prazo, cientes de que não é possível vencer a pobreza
absoluta e construir um Moçambique de paz, harmonia, segurança e prosperidade num ambiente
de violência contra a mulher.
Vivam num mundo e numa sociedade livre de violência, tanto na esfera doméstica como
na esfera pública, onde os seus direitos humanos sejam respeitados;
Sintam que suas necessidades são respondidas do ponto de vista médico, jurídico e legal,
assim como as necessidades de protecção e de autonomia económica;
Sintam a complementaridade na resposta integrada e provisão de serviços para a vítima;
Não passem pela vitimização, isto é, que os agentes sociais que atendem as vitimam
denunciem a violência, respeitem os seus direitos, a sua dignidade e privacidade.
O plano ainda define seis áreas estratégicas de intervenção, a partir das quais são organizados
objectivos e resultados, bem como acções, porem na nossa análise serão levadas em conta as
estratégias I, II e III que apresentam o seguinte:
O objectivo é a redução dos níveis de aceitação da violência baseada no género que se expressa
nos seguintes resultados:
Aumentando nível de consciencialização e conhecimento sobre a violência baseada no
género nos espaços públicos e privados como uma violação dos direitos humanos;
Aumento do envolvimento de líderes comunitários e fazedores de opinião na educação
pública para a prevenção da VBG nos espaços privados e públicos;
Homens e rapazes participando na prevenção e combate a violência baseada no género;
Sector privado e meios de comunicação engajados na prevenção à violência baseada no
género;
Expandida a utilização das tecnologias de comunicação e informação para a prevenção da
violência baseada no género;
Introduzido mecanismos de redução e controlo de agressores de violência; e
Reduzidos os índices da violência baseada no género.
O objectivo é harmonizar a legislação para assegurar um quadro legal consistente que promova
os direitos humanos, igualdade de género e eliminação da violência baseada no género. Com esta
finalidade, pretende-se obter como resultados:
Revista a legislação que versa sobre diversas formas de violência baseada no género;
Divulgada legislação sobre a Violência Doméstica baseada no género.
A eficácia analisa até que ponto os objectivos traçados foram alcançados. Com base nesse
critério busca-se responder se os objectivos propostos estão sendo alcançados e se estes
resultados trazem mais-valia. Tendo em conta o Estratégia que tem como um dos objectivos
reduzir os níveis de aceitação da violência baseada no género, aumentando o nível de
consciencialização e conhecimento sobre a violência baseada no género, o Ffóorum Mmulher
considera que para reverter o quadro da violência baseada no género, é preciso, em primeiro
lugar mudar as atitudes e comportamentos e mentalidades na sociedade, promovendo a
adopção de valores baseados na igualdade de género, em relações de respeito mútuo, sem
violência, porem por Moçambique ser uma país que grandemente se caracteriza por ter uma
linhagem patriarcal, ainda se registar certa relutância por parte de alguns indivíduos, no que
diz respeito a emancipação e promoção dos direitos da mulher, portanto este facto coloca em
causa a eficácia de um dos objectivos basilares da estratégia I, do PNPCVBG (2018-2021). E
para mudar tal cenário a ONU Mulher em Moçambique, em 2019 realizou uma campanha no
âmbito da iniciativa da Spotlight que consciencializou mais de 16.000 homens sobre os
direitos da mulher e a violência baseada no género, e isso influenciou para que muitos
homens tivessem uma noção de como seus comportamentos desviantes põe em causa os
direitos humanos das mulheres, estão a partir dai é possível notar certa eficácia do objectivo,
uma vez que até os próprios homens apoiados pela Organização Ophenta, se tornaram
activistas sociais pelos direitos das mulheres, e estes ainda trabalham na comunidade para
aumentar a consciencialização sobre a violência baseada no género, e informar os moradores
locais sobre a lei. Portanto para se atingir as metas esperadas seria indicado que se
promovesse mais campanhas que visem sensibilizar os homens sobre a questão dos direitos
das mulheres.
No que diz respeito a Estratégia II, que tem como pressuposto a resposta a violência baseada
no género, onde o objectivo é expandir e melhorar a resposta à violência, o plano tem se
mostrado eficaz, segundo mostra o Relatório de Revisão Nacional Voluntária da Agenda
2030 para o Desenvolvimento sustentável, de 2020 (RRNVADS), dados dos últimos 5 anos
apresentados na figura a baixo, apontam para o crescente de casos reportados aos gabinetes
de atendimento à família e menores vitimas de violência domestica de forma consciente de
2015-2019, com a excepção do período de 2016 a 2017, em que se registou uma ligeira
redução.
A eficiência tem a ver com a diferença entre custos aplicados e ganhos obtidos, procura perceber
se os recursos económicos foram aplicados de forma viável ou não. Segundo o PNPCVBG
(2018-2021) a operacionalização das estratégias previstas foi estimado em 24.132.000,00MT
(vinte e quatro milhões cento e trinta e dois mil meticais), segundo o plano de financiamento e
planificação integrada esse valor seria em parte orçamento do Estado e por outro orçamento das
organizações parceiras, o alcance dos objectivos traçados significaria uso viável dos recursos,
isto é, os benefícios valorizam os sacrifícios.
Em termos de efectividade. Na área estratégia III, este Plano visa a melhoria do Quadro Legal no
sentido de harmonizar a legislação para assegurar um Quadro Legal consistente que promova
direitos humanos, igualdade de género e eliminação da violência baseada no género, tendo em
vista os seguintes objectivos:
Entretanto, de acordo com o Relatório Sobre os Direitos Humanos em Moçambique 2018- 2019,
existe um quadro jurídico de políticas, programas, planos e leis relevantes para a realização dos
direitos humanos e igualdade de género. No entanto apesar destes resultados, existe ainda
problemas quanto à implementação deste plano pois, constata-se uma letargia do Estado
moçambicano em observar os instrumentos de extrema importância na consolidação dos direitos
humanos. Apesar das reformas legais, elas não são ainda suficientes para promover mudanças
nas relações quotidianas dos indivíduos e reduzir as assimetrias de género, homens e mulheres
continuam a ocupar lugar diferenciado perante a lei. As situações da mulher permanecem frágil e
exposta a diversas situações de vulnerabilidade.
Como visto, os resultados que estão a ser alcançados não condizem necessariamente com os
objectivos pré-estabelecidos. Assim, Como recomendações, propomos:
Portanto o papel determinante para a protecção dos direitos humanos das mulheres não pode
só ser atribuído ao governo, mas também as organizações da sociedade civil que infelizmente
tem se mostrados ineficazes e prova disso, são os constantes casos que tem vindo a ser
reportados sobre a violação dos direitos das mulheres, ou seja, a sociedade civil muitas vezes
só aparecem após tais actos macabros terem ocorrido e a eles só cobre o papel de fazer
queixas crimes formais, e isso tinha de ser mudado. Ao governo por sua vez é recomendado
que não encare tais violações de animo leve, mas que faça sentir todo o peso da lei sobre os
infractores dos direitos das mulheres
7. Conclusão
Ao longo das investigações levadas acabo no âmbito do trabalho em causa um dos ganho mais
importante recebido pelo grupo foi o choque de realidade que tivemos ao perceber que apesar da
implementação da política pública atingir em parte os objectivos previamente estabelecidos, a
realidade mostra ainda muitas deficiências havendo uma disparidade entre o que está ser feito e
os resultados esperados. A avaliação de uma é ainda mais complexa do que aparenta, por
acarretar custos de estudo, pesquisa detalhadas e por conta da burocracia típica das instituições,
pois apesar de podermos nos socorrer dos relatórios existentes, há toda uma necessidade de se
dirigir aos locais ou às instâncias incumbidas da implementação para poder entender o que está
ser feito de facto, o que permite uma avaliação mais aprofundada, concisa e que não foge muito
da realidade. Pudemos ainda notar que existem factores sociais, económicos e políticos que
dificultam a implementação de facto das políticas, especialmente neste Plano aqui no nosso
contexto, em que a mulher sempre foi vítima de várias formas de violência, assim, há uma
necessidade do Estado criar e fortalecer os mecanismos existentes para garantir a protecção e
segurança das mulheres e raparigas.
8. Referências Bibliograficas