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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO-UFMA

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE-CCBS


DEPARTAMENTO DE OCEANOGRAFIA E LIMNOLOGIA-DEOLI
DISCIPLINA: GEOMOFOLOGIA COSTEIRA
DISCENTE: Beatriz Camara Xavier

Por ocupar lugar de destaque na zona de interação entre terra, mar e ar, o ambiente
costeiro constitui-se num frágil ecossistema onde a dinâmica é regida por fatores
naturais, destacando-se as marés, ondas, correntes e os ventos, além das
atividades antrópicas (SANTOS, TAUROCO, SOUZA E MOCHEL, 2001).

A palavra estuário é derivada do adjetivo latino aestuarium, cujo significado é maré


ou onda abrupta de grande altura, fazendo referência a um ambiente altamente
dinâmico, com mudanças constantes em resposta às forçantes naturais (MIRANDA,
CASTRO e KJERFVE, 2002). São corpos de água rasa e salobra, situados na
desembocadura de vales fluviais afogados e podem ser considerados como
evidências de submergência do continente ou de elevação do nível do mar
(SUGUIO, 1980).

A hidrodinâmica de um estuário é o resultado da interação entre a morfologia da


bacia estuarina, o aporte fluvial e o regime de marés. A grande variabilidade
temporal e espacial destes forçantes e dos processos a eles associados, torna o
estudo dos padrões de circulação e distribuição de propriedades nos sistemas
estuarinos bastante complexos (Kjerfve et al., 1982).

Os estuários representam porções finais de um rio que possui drenagem exorreica,


ou seja, o escoamento das águas fluviais se faz de modo contínuo até o mar ou
oceano, diretamente no nível marinho. Com isso os estuários são reconhecidos
como um prolongamento do sistema fluvial na zona costeira, onde adotam
geometria, em geral, alongada Portanto, trata-se de um ambiente de transição entre
o continente e o oceano adjacente, onde a água do mar é diluída pela água doce da
drenagem continental (FONTES, 2012).

Os estuários são ambientes de época geológicos muito recente formados por


alterações seculares do nível relativo do mar durante o Holoceno, de naturezas
eustática (variações do volume de água dos oceanos) ou isostática (variações do
nível da costa terrestre), bem como por processos de origem tectônica. Portanto, os
estuários podem ser considerados como evidências de elevação do nível do mar ou
de submergência do continente (FONTES, 2012).

Uma vez atingido nível do mar atual, suas variações com escalas de tempo de
segundos, horas, dias, meses, anual e interanual passaram a exercer influências
com diferentes intensidades sobre o comportamento hidrodinâmico dos estuários.
Essas escalas de tempo estão associadas a amplitudes de variação do nível relativo
do mar entre centímetros a vários metros. Dentre essas variações, a influência da
maré astronômica em geral é dominante tanto em intensidade como em frequência
de ocorrência. A maré gerada globalmente pelas forçantes astronômicas – forças de
atração gravitacional da lua e do sol, associadas à aceleração centrípeta – em
regiões oceânicas é uma das principais forças geradoras dos movimentos e dos
processos de mistura nos estuários. Ambiente altamente dinâmico representa uma
reentrância do mar, que atinge o vale de um rio até o limite de influência da maré
sendo, geralmente, subdividido em três setores:

a) estuário superior ou fluvial caracterizado pela água doce, mas ainda sujeito à
influência da maré;

b) estuário médio – sujeito à intensa mistura de água do mar com a água doce da
drenagem continental;

c) estuário inferior ou marinho – com ligação livre com o oceano aberto e se estende
até a frente da pluma estuarina. Os limites entre esses setores ao longo do estuário
são variáveis e dependem da intensidade da descarga fluvial, das correntes de maré
e da influência do vento (FONTES, 2012).

Durante um ciclo de maré ocorre uma forte relação entre as velocidades das
correntes, o transporte e as concentrações de sedimentos em suspensão (Nichols,
1986; Dyer, 1988; Kjerfve & Wolaver, 1988). O cálculo do balanço de massas para
um ambiente estuarino fornece estimativas de valores de exportação e/ou
importação de materiais em um ciclo de maré, com os quais é possível detectar
variações no aporte de sedimentos, na ciclagem interna e nos padrões de erosão e
sedimentação associados aos ciclos de maré (Kjerfve & McKellar Jr., 1980; Dyer,
1988).

A classificação geológica (geomorfológica) em:

Planície Costeira → Formada a partir do afogamento de vales de rios a partir da


subida do nível do mar.

Fiordes → Possui forma de “U”.

Laguna costeira → Áreas Dominadas por ondas.

Falhamentos ou Dobramento → São falhamentos ou dobramentos onde se tem


chegada fluvial e está em contato com o mar.

Hayes (1975) propôs uma classificação geomorfológica baseada na altura da maré.


Esta classificação se baseou em formas deposicionais distintas observadas na foz
de canais estuarinos e lagunares ao longo de costas de restinga apresentando
variações longitudinais na altura das marés. Esta classificação foi baseada na
classificação de alturas de maré proposta por Davies (1964), onde o termo
micromaré se refere a marés com altura menor que 2 m, mesomarés a marés com
altura variando de 2 a 4 m e macromarés a marés com altura maior que 4 m.
1ª Macromaré a altura de maré 4m < e < 7 m (Estuário da Beira, Moçambique). São
os estuários menos estudados. A circulação é dominada pelo efeito da maré e o
efeito das ondas é importante na boca do estuário

Dissertação de Mestrado de António Fernandes da Silva (2011) e apresentado ao


Programa de Pós-graduação em Engenharia Oceânica, COPPE, da Universidade
Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do
título de Mestre em Engenharia Oceânica.

O Estuário da Beira é reconhecido pelo seu vasto e rico ecossistema marinho da


zona central de Moçambique. A Baía com cerca de 20 km de comprimento e 10 km
de largura, cobre uma área de cerca de 200 km2 , situada entre os paralelos 19º 49´
e 19º 55´ Sul, e entre os meridianos 34º 45´ e 34º 55´ Este. Fazem parte desta Baía
os rios Púngué e Búzí (MDNM, 1986). A densidade populacional é de cerca de 20
habitantes por km2 (INE, 2007), sendo maior na cidade da Beira com cerca de 2.000
habitantes por km2 . (INE, 2009).

O Estuário e a cidade da Beira apresentam um clima tropical úmido. O período mais


chuvoso prolonga-se entre os meses de Outubro a Março, sendo os meses de
Junho a Setembro os mais secos do ano. A temperatura média anual é de 24,6 ºC,
enquanto a temperatura média mensal no mês mais frio (Julho) é de 20,6 ºC e a
média mensal no mês mais quente (Janeiro) é de 27,7 ºC (CONSULTEC, 2007).

Além das ondas originadas pela ação do vento, local ou remoto, esta forçante
também gera corrente intensificando a mistura vertical nos estuários (MIRANDA,
CASTRO e KIJERFVE, 2002). Considerando os dados medidos de vento no
aeroporto da cidade da Beira, no período compreendido entre o ano de 1961 e 2005,
observa-se que as direções predominantes dos ventos são de SE e E.

A bacia hidrográfica do rio Púngué drena uma área de 31.151 km². O rio nasce a
2.300 m de altitude, possuindo 50 km em território Zimbabuano e 320 km em
território Moçambicano. A forma da sua bacia é um losango com a orientação do
eixo maior NW-SE e a precipitação anual média varia entre 1.800 mm nas
cabeceiras a 1.000 mm junto à foz. (Fonte: http://www.cfmnet.co.mzl).

A bacia hidrográfica do rio Búzí drena uma área total de 29.720 km2 dos quais 13%
encontra-se em território Zimbabuano e 86% em Moçambique. O rio nasce também
em território Zimbabueano, a Noroeste do povoado de Chipinga. O seu comprimento
total é de 31 km no Zimbabué e 366 km em território Moçambicano.

Segundo o relatório da NEDECO (1982), as maiores vazões dos rios Púngué e Búzí
ocorrem na época chuvosa entre os meses de Dezembro e Janeiro, com um
escoamento médio de 600 m3 /s e 300 m3 /s respectivamente, enquanto que na
estação seca o escoamento médio é cerca de 80 m3 /s e 50 m3 /s.

O Instituto Nacional de Hidrografia e Navegação, INAHINA, recolhe dados sobre as


marés e utiliza estes dados para a previsão dos valores dos anos subsequentes. A
amplitude de maré é variável ao longo da costa e seu valor máximo registrado
corresponde à Baía de Sofala, onde atinge cerca de 6 m. No restante da plataforma
continental Moçambicana, mesmo na região limítrofe, a amplitude média de maré é
cerca de 3 m.

Com base nos resultados modelados pelo sistema internacional GROW


(OCEANWEATHER, 2006) e relatados pela CONSULTEC (2007), afirma-se que as
ondas significativas no Estuário da Beira provêm das direções ESE a S (112,5º a
180º) em 84% do tempo, com alturas significativas médias de 0,5 a 2,0 m; de NE a E
(45º a 90º) em 14% do tempo, igualmente com alturas significativas de 0,5 a 2,0 m.

A amplitude da maré no Estuário da Beira é superior a 4 m, Aplicando-se o critério


de classificação dos estuários segundo a amplitude da maré este estuário é do tipo
macro marés.

De acordo com a Empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique,


(http://www.cfmnet.co.mz/easdoc2.html, 2009), a cidade da Beira estende-se sobre
uma planície costeira formada por acumulação aluvionar e marinha durante o último
evento de regressão marinha, ocorrido no início do Quaternário (Pleistoceno). Este
fenômeno aconteceu em toda costa da africana oriental e permitiu que, na área em
estudo, os rios Púngué e Búzí depositassem sedimentos continentais originários de
afloramentos localizados a montante da cidade da Beira.

O georelevo da cidade da Beira e seus arredores são dominados por uma extensa
planície litoral cujas altitudes variam entre 6 a 20 m. O declive médio desta planície é
suave, apresenta uma alternância singular de depósitos argilosos e arenosos. Esta
última regressão foi também responsável pela formação das dunas na costa
oceânica, que por sua vez criam condições para a formação de lagoas ao longo da
costa e de extensas planícies de inundação.

Pode-se considerar que as condições geomorfológicas da maior parte da área da


Beira associam-se aos processos de erosão e assoreamento ativos dos ambientes
litorais e flúvio-marinhos. Estes sectores sensíveis aos processos morfodinâmicos
atuais, com destaque para as áreas permanentemente inundadas ou sob o domínio
sazonal das marés.

O sistema marinho estende-se ao longo da costa e compreende dunas contínuas,


cordões e barras arenosas, sendo que na maioria das vezes, estas formações estão
intercaladas por depressões inundadas pelas marés. Na escala de tempo geológico,
é a época do período compreendido entre 1 milhão e 806 mil e 11 mil e 500 anos
atrás, aproximadamente.

O sistema estuarino é característico das regiões deltaicas dos rios e compreende as


planícies de manguezal, a região costeira baixa e pantanosa, as regiões
influenciadas pelas marés e as baías. O sistema fluvial do Estuário da Beira ocorre
associado à hidrologia e à rede de drenagem natural da área de estudo, dominado
pelas bacias hidrográficas dos rios Ucarranga, Búzí, Púngué e Savane. A
geodinâmica da zona litoral do Estuário da Beira é relativamente complexa porque
apresenta formações derivadas de processos de acumulação ativa, de enchimento
recente (aluviões e coluviões), ao lado de superfícies de desnudação e terraços de
erosão. Faz parte de um sistema diversificado de terras úmidas, sendo de destacar
os sistemas marinhos, estuarinos e fluviais (http://www.cfmnet.co.mz/easdoc2.html,
2009).
2ª MICROMARÉ (Estuário do Rio Cubatão, Joinville). A altura da maré da micromaré
é < 2m . Onde a circulação é dominada pela ação do vento e das ondas, e o efeito
da maré fica restrito as proximidades da boca do estuário.

Artigo de C.A.F. SCHETTINI & J.L.B. CARVALHO (1999), pesquisadores do


Laboratório de Oceanografia Física – CTTMar/UNIVALI para a revista NOTAS TEC.
FACIMAR, 3:87-97, 1999.

O estuário do Rio Cubatão pode ser descrito como um estuário de planície costeira,
apresentando-se meandrante no seu trecho terminal. Próximo à desembocadura
ocorre uma vasta vegetação de manguezal, indicando regiões que são
periodicamente alagadas durante os períodos de maré alta, e que as águas são de
características salobras.
O município de Joinville localiza-se na região nordeste do Estado de Santa Catarina
nas coordenadas 26°15’ S e 48°45’ W, aproximadamente. Faz limites, ao sul, com
os municípios de Araquari e Guaramirim, a oeste com os municípios de Schroeder e
Campo Alegre, ao norte com o município de Garuva e ao leste com o complexo da
Baía da Babitonga e o município de São Francisco do Sul. O município possui uma
área de 1.126 km² onde está inclusa cerca de 75% da Bacia Hidrográfica do Rio
Cubatão.

A sua bacia hidrográfica pertencem ao Complexo Hídrico de Baía da Babitonga que,


por sua vez, abrange os municípios de São Francisco do Sul, Araquari, Barra do Sul,
Joinville, Garuva e Itapoá. Segundo as regiões hidrográficas do Brasil definidas pela
Agencia Nacional de Águas (ANA), a Bacia Hidrográfica do Cubatão esta inseridas
na Região Atlântico Sul. Na regionalização feita pela Secretaria de Desenvolvimento
Sustentável (SDS) para o estado de Santa Catarina, as bacias situam-se na região
hidrográfica 6, denominada Baixada Norte.

A bacia hidrográfica do Rio Cubatão apresenta uma área de aproximadamente 472


km2, estendendo-se a partir de sua foz para oeste. O regime hidrológico do Rio
Cubatão, similar aos demais rios da vertente Atlântica de Santa Catarina, é
dominado pelo regime pluviométrico. O abastecimento é mantido por chuvas
distribuídas ao longo de todo o ano, apresentando dois máximos, no final do verão e
na primavera (Figura 2; GAPLAN, 1986).

Apresenta um clima quente e temperado. Existe uma pluviosidade significativa ao


longo do ano. Mesmo o mês mais seco ainda assim tem muita pluviosidade. A
classificação do clima é Cfa segundo a Köppen e Geiger. Em Joinville a temperatura
média é 20.9 °C. Tem uma pluviosidade média anual de 1976 mm (fonte:http://pt-
climate.date.org).

As marés astronômicas oceânicas regionais apresentam regime de micro maré, com


uma altura média de aproximadamente 0,8 m, variando entre 0,5 até 1,2 m durante
períodos de quadratura e sizígia, respectivamente.

As marés astronômicas sofrem processos de distorção ao entrarem em sistemas


restritos devido aos efeitos friccionais e constritivos, podendo haver diminuição
(hiposíncrono), manutenção (síncrono) ou amplificação (hipersíncrono) da altura de
marés (Nichols & Biggs, 1985). Na Baía da Babitonga observa-se uma amplificação
da altura de maré astronômica no Porto de São Francisco em relação à Enseada
(Truccolo & Melo, 1997), indicando um comportamento hipersíncrono.

O município de Joinville pode ser dividido em quatro principais compartimentos


geomorfológicos: os manguezais, a planície costeira, os contrafortes da Serra do
Mar e o planalto. O município ainda divide-se em dois sistemas distintos: os
sistemas deposicionais, relacionados às áreas de menores cotas, mais aplainadas,
que remetem a períodos geologicamente recentes; e os sistemas de embasamento
cristalino, provenientes em sua grande maioria do Complexo Luis Alves, com
datações que remetem a períodos pretéritos, relacionados às áreas de maiores
cotas e visíveis acidentes topográficos

A geologia da região da Bacia Hidrográfica do Rio Cubatão do Norte é constituída


pelos seguintes elementos:

Complexo Luís Alves: integrado por gnaisses granulíticos de composição


comumente básica (gnaisses noríticos), rochas metamórficas de fácies anfibolito,
camadas e lentes de quartzitos e formações ferríferas, assim como, pequenos
corpos de rochas ultrabásicas e rochas migmatíticas e cataclásticas, com cerca de
2.600 milhões de anos (Arqueano/Proterozóico)

Suíte Intrusiva Serra do Mar: corresponde a três maciços graníticos, que são
conhecidos pelas denominações de: Granito Morro Redondo, Granito Dona
Francisca e Granito Piraí. O primeiro e o último ocorrem só parcialmente na presente
região, estendendo-se para além de seus limites. A Suíte Intrusiva Serra do Mar é
proveniente de uma atividade magmática que se instalou na área há cerca de 570
milhões de anos (Proterozóico/Paleozóico), intrudiram o embasamento na forma de
grandes intrusões ígneas discordantes das estruturas dos gnaisses pré-existentes,
chamadas de batólitos.

Bacia Vulcano Sedimentar de Campo Alegre: formada por deposições, em pequenas


depressões, de sedimentos grosseiros, passando gradativamente para sedimentos
mais finos, que foram intercalados com derrames de basaltos e explosões de riolitos,
gerando grande quantidade de tufos vulcânicos. Este material veio formar a bacia
vulcano sedimentar de Campo Alegre e Joinville. No entanto, as suas relações com
as outras rochas da bacia ainda não estão bem esclarecidas. Posteriormente,
durante o Mesozóico (entre 250 e 141 milhões de anos), diques de diabásio
intrudiram todas as rochas pré-existentes.

Depósito fluvial: Desde o Pleistoceno vem ocorrendo a deposição de sedimentos


grosseiros, formando depósitos fluviais ao longo das planícies de inundação dos rios
que compõem a bacia hidrográfica, composta predominantemente por areias,
cascalhos e sedimentos síltico-argilosos depositados em planícies de inundação,
terraços e calhas da rede fluvial atual.

Depósito paludial estuarino: Por fim, nas áreas próximas à foz do Rio Cubatão
ocorrem sedimentos paludiais estuarinos (mangues), normalmente constituídos por
sedimentos argilo-arenosos, mal selecionados, ricos em matéria orgânica. São
sedimentos depositados em ambiente sob influência de marés.
PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE OS AMBIENTES

A comparação como um dos estuários se torna ainda, mas interessante devido às


diversas diferenças naturais e antrópicos que podem possuir.

A continuação deste estudo pode gerar em médio prazo, a formação de um conjunto


de informações ambientais que auxiliem nas tomadas de decisão dos gestores dos
recursos hídricos, em face de alterações no uso do solo da bacia de drenagem ou a
uma realidade de mudanças climáticas (elevação do nível do mar), mitigando seus
potenciais impactos (Estuário da Beira).

No estuário da Beira, as correntes são concordantes com a direção dos canais. Os


movimentos dos baixos das duas margens da baía, onde predominam os
assoreamentos. A sedimentação que ocorre na curva de Macuti é causada pelos
sedimentos dos baixos de Macuti, que por ação das correntes são transportados
para o interior do canal (Estuário da Beira).

Segundo a NEDECO (1982), as condições naturais aliadas à geometria da Baía de


Sofala mostram que existe um estado de equilíbrio dinâmico da topografia do fundo,
em que se nota a evolução sazonal e lenta em períodos mais longos.

A presença de uma extensa vegetação de maguezal indica uma vasta área de


inundação periódica pelas marés, e provavelmente isto gera a assimetria da onda de
maré, bem como do regime de correntes com predominância das correntes de
vazante. Isto implica que o balanço de sedimentos ao longo do tempo é negativo, ou
seja, o estuário exporta sedimentos para a região externa, e estes provavelmente
depositam-se formando a soleira do sistema, no Rio Palminal.

A baixa descarga fluvial do Rio Cubatão durante o período de coleta, juntamente


com a situação de sizígia e a amplificação da altura da onda de maré no interior da
Baía da Babitonga, tornam este sistema verticalmente homogêneo. Isto implica que
a maré é o principal mecanismo regulador da qualidade da água no interior do
sistema. Durante períodos de maior descarga, uma maior importância pode ser
atribuída à advecção fluvial, porém em situações episódicos.

O estuário de da Beira em Moçambique ele tem sido usado para o desenvolvimento


Rural e projetos Portuários do governo (MIGUEL; CASTRO, NEHAMA, 2017). Essas
classificações estuarinas, a interface ZM/ZC da estação chuvosa com base no
número de Richardson por camada apresentou condições de fraca estabilidade
vertical, havendo formação de estratificação em torno dos instantes da maré, no Rio
Cubatão.
Conclusão

Quando o estuário é dominado pelo rio, ou seja, a forçante fluvial é mais forte que a
forçante de maré, ele é classificado como um estuário altamente estratificado ou de
cunha salina.

Neste tipo de estuário a salinidade das águas de superfície é bem menor que a
salinidade das águas do fundo, apresentando uma diferença acentuada no perfil
vertical de salinidade (DYER, 1997). Neste caso, a grande parte dos sedimentos
proveniente dos rios é levada para a região oceânica na camada de água superior e
pouca sedimentação ocorre dentro do corpo estuarino. Exemplo de um estuário
altamente estratificado é o Rio Mississipi, no Golfo do México, Estados Unidos.

Quando a forçante de maré é mais importante que a forçante fluvial o estuário é


classificado como bem misturado. Neste estuário o perfil vertical de salinidade é
homogêneo, ou seja, a salinidade das águas superficiais é igual à salinidade das
águas do fundo. A salinidade da água só varia lateralmente, sendo mais alta na
região oceânica e mais baixa em direção ao continente (DYER, 1997).

Estuários de cunha salina e parcialmente estratificados podem apresentar uma


feição sedimentar muito distinta, denominada de zona de turbidez máxima. Nesta
região é observada uma concentração de sedimentos em suspensão que pode ser
cerca de 100 vezes superior às regiões a montante e a jusante. Assim como as
barras de meandro em rios, esse tipo de banco está geralmente situado na curvatura
interna do meandro de um canal, evidenciando que os desenvolvimentos desses
bancos e dos meandros estão relacionados (FERNANDES, 2010).
REFERENÇIAS

Artigo características geológicas e geomorfológicas da baia de são marcos Golfão


Maranhense.
disponível em: https://docplayer.com.br/81756114-Caracteristicas-geologicas-e-
geomorfologicas-da-baia-de-sao-marcos-golfao-maranhense-ma.html

MIRANDA, Luiz Bruner de; CASTRO Belmiro Mendes e KJERFVE, Bjorn. Princípios de
Oceanografia Física de Estuários. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2002.

SUGUIO, Kenitiro. Geologia Sedimentar. São Paulo: Editora Edgard Blücher LTDA, 2003.

Fontes, Aracy. Aula 6 Estuários e Planícies de Marés, disponível:


https://cesad.ufs.br/ORBI/public/uploadCatalago/15492216022012Geomofologia_Costeira_6
.pdf

HAYES, M.O. Morphology of sand accumulation in estuaries. Estuarine Research. Academic


Press, New York, vol. 2.

Artigo de C.A.F. SCHETTINI & J.L.B. CARVALHO (1999), pesquisadores do Laboratório de


Oceanografia Física – CTTMar/UNIVALI para a revista NOTAS TEC. FACIMAR, 3:87-97,
1999.

Dissertação de Mestrado de António Fernandes da Silva (2011) e apresentado ao Programa


de Pós-graduação em Engenharia Oceânica, COPPE, da Universidade Federal do Rio de
Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em
Engenharia Oceânica.

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