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30 Perguntas aos que Creem

na Imortalidade da Alma
INTRODUÇÃO

O autor do presente estudo é o Prof. Azenilto Brito. Teólogo, jornalista,


tradutor e mantenedor do Ministério Sola Scriptura, é um dos nomes da
apologética cristã adventista no Brasil. Entre as funções que exerceu, foi
redator associado da Revista Adventista, e seus artigos escritos no
período em que trabalhou para a Casa Publicadora Brasileira podem ser
encontrados no acervo on-line da Revista Adventista:
http://acervo.revistaadventista.com.br

Azenilto Brito é autor de dois livros: “O Desafio da Torre de Vigia” (em


breve darei a vocês informações de como podem ter esse rico material
para evangelizar irmãos e amigos Testemunhas de Jeová) e “O Desafio
das Drogas”, com ricas informações aos familiares que padecem por
causa do vício de um ente querido.

Atualmente, o Prof. Brito reside no Havaí, EU. Mesmo aposentado,


trabalha para a Adventist News Network (Rede Adventista de Notícias)
como tradutor do noticiário adventista mundial para a língua portuguesa.
reside no Havaí, EUA.

Aproveite bem esse rico material em que ele questiona a doutrina da


imortalidade natural da alma, e reflita em cada uma das questões com
sua Bíblia aberta. Deixe por um momento qualquer ideia preconcebida, e
será ricamente abençoado (a) com o conhecimento que o Espírito Santo
lhe proporcionará.
Ótima leitura!

Assista aqui o seminário gratuito sobre a imortalidade da alma

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Este questionário é antecedido por uma iluminadora concatenação de


textos que vão aos ALICERCES do ensino bíblico da criação do homem
original, modelo de todos os outros homens [e mulheres] criados desde
então. Após análise desses alicerces do ensinamento bíblico, terá à sua
disposição 30 perguntas que lhe ajudarão a avaliar (ou reavaliar) a
crença grega na imortalidade natural da alma.

São estes os alicerces bíblicos para a compreensão da natureza do


homem e seu destino após a morte:

1º alicerce: Gênesis 2:7 apresenta a ‘montagem’ ou criação do homem,


SÓ de dois elementos —“pó da terra” + “fôlego de vida”. Assim, o
homem se faz “alma vivente”. Não é dito que o homem TEM alma
(imortal) e sim que É alma (vivente). Na formação do homem não
ENTRA nenhuma “alma imortal”.

2º alicerce: Na ‘desmontagem’ do homem (morte), como tratado por


Salomão em Ecl. 12:7, o pó volta à terra, como era, e o espírito-
ruach (fôlego vital) volta para Deus que o deu. O texto fala tanto do pó
quanto do espírito-‘ruach’ de TODOS os homens (não só dos salvos). Na
morte do homem não consta que SAI qualquer “alma imortal”.

3º alicerce: Davi usa linguagem semelhante à de Salomão em Ecl. 12:7


no Sal. 104:25-29 falando da morte DOS ANIMAIS: Deus remove a
respiração-ruach, e esses ANIMAIS voltam ao pó.
4º alicerce: Temos então Salomão em Ecl. 3:19-21 falando
didaticamente sobre como a sorte de homens e animais é idêntica na
morte. “Assim como morre um, morre o outro” porque tanto homens
como animais “têm o mesmo fôlego de vida-ruach”.

5º alicerce: Davi prossegue dizendo que na morte não há a mínima


consciência—Sal. 146:3, 4; pois os mortos “não louvam ao Senhor” nem
os que “descem ao silêncio” (um paralelo muito instrutivo—Sal. 6:5,
115:17), sendo que a sua própria morte representaria para ele a não-
existência (Sal. 39:13).

6º alicerce: E no antiquíssimo livro de Jó, aquele Patriarca confirma


como a morte é a inexistência em termos bem claros: Jó 7:21, 14:7-14. E
ele ainda fala de quando se encontraria com o seu Redentor—não
quando morresse e fosse de imediato para o céu com sua alma, mas sim
quando Ele Se levantasse sobre a Terra, e O veria com o seu próprio
corpo renovado: Jó 19:25-27.

Agora o amigo leitor poderá refletir devidamente nas 30 perguntas


direcionadas àqueles que creem na imortalidade da alma.

AS 30 PERGUNTAS

1ª: Se Deus colocou no ser humano uma alma imortal, então por que
razão existiria a “árvore da vida” no Jardim do Éden?

Observações: Se o homem continuasse comendo da árvore da vida, se


tornaria imortal (cf. Gên. 3:22). Contudo, foram expulsos do Jardim do
Éden, para não mais comerem da árvore da vida, e dois querubins
ficaram na guarda do Jardim para que não tomassem da árvore e
vivessem eternamente (cf. Gên. 3:24). Tudo isso seria totalmente
desnecessário se já possuíssem uma alma imortal.

2ª: Por que em Gên. 2:17 lemos claramente sobre o homem


experimentando a morte de forma definitiva (até à ressurreição),
sem qualquer pista de uma morte só de parte do seu ser (do corpo)?

Observações: No original hebraico lemos moth tâmuth—traduzido


literalmente por “morrendo morrereis”. A morte seria o fim total de
qualquer existência humana, corpo e alma, pois, como consequência do
pecado, o processo de morte teria início a partir do primeiro falecimento.
A verdade incontestável é que não existiria nenhum estado de vida entre
a morte e a ressurreição, como Davi também refere ao falar da própria
morte como uma condição de não-existência (Sal. 39:13).

3ª: Por que Moisés, no seu detalhado relato da criação do homem,


não deixa a mínima pista de uma “alma imortal” como componente
essencial da vida humana, exclusivo de sua existência, na criação?

Observação: Seria esse o momento certo de tratar do assunto, sendo que


Moisés oferece tantos detalhes dos atos divinos na obra da Criação em
geral, e do homem, em particular.

4ª: Por que Moisés emprega a mesma linguagem (palavras exatas)


para “alma vivente” tanto em relação ao homem quanto aos animais
(comparar Gên. 2:7 com 1:20 e Lev. 11:46)?
Observações: Tradutores de algumas versões da Bíblia traduziram as
palavras hebraicas nephesh hayyah como “criatura vivente” quando
referindo-se aos animais, contudo, não há a mínima variante. É
exatamente a linguagem de que Moisés se vale para tratar de “alma
vivente” referindo-se ao homem.

5ª Por que Moisés trata na mesma base o fôlego de vida do homem e


dos animais, com linguagem tão semelhante (Gên. 2:7; 6:17)?

Observações: O fôlego de vida não pode ser algo imaterial, imortal, que
sobrevive à matéria, pois não há tal definição bíblica para “alma”, e
nunca tal palavra é modificada pelos adjetivos “imortal” ou “eterno” na
Bíblia toda. A expressão “fôlego de vida (neshamah)” em Gên. 2:7
apenas indica que Deus soprou nas narinas de Adão, não uma alma
imortal, mas a respiração, pois é claro o paralelo entre tal termo, e ruach,
como em Jó 33:4. Esse paralelismo entre o “espírito de Deus” e
“o sopro do Todo-poderoso”, se acha com frequência na Bíblia, como
em Isa. 42:5; Jó 27:3; 34:14-15. Isso sugere que os dois termos são
usados intercambiavelmente, ambos fazendo referência ao dom da vida
concedido por Deus a Suas criaturas mediante esse fôlego vital.

6ª: Como prova que o fato de Deus ter soprado particularmente o


fôlego de vida no homem faz com que tal fôlego seja uma “alma
imortal”, quando não há a mínima informação sobre isso
transmitida pelo autor, o que seria algo de muitíssima importância
para definir a natureza humana?

7ª: Como prova que o fato de Deus ter soprado particularmente o


fôlego de vida no homem faz com que tal fôlego seja um “espírito
imortal”, quando há clara informação de que “o mesmo fôlego de
vida” do homem é atribuído aos animais, tanto no relato da criação,
quanto milênios depois, nas palavras do sábio Salomão (ver Ecl.
3:19-21)?

Observações: Salomão dedica-se a uma profunda reflexão da vida


humana e mostra que “tudo é vaidade”, já que nem mesmo na morte o
homem leva vantagem sobre os animais. Se ele cresse na imortalidade da
alma, não empregaria tal linguagem para evitar ambigüidade ou para não
transmitir noções materialistas. Mas até a descrição dele da morte do
homem, com a retirada do fôlego de vida, se assemelha à forma como o
salmista se refere à morte dos animais (comparar Ecl. 12:7 com Sal.
104:25-29).

8ª: Por que o salmista Davi confirma não só que animais e homens


têm o mesmo fôlego de vida (comparar Ecl. 12:7 e 3:19-21 com Sal.
104:25-29), como também que na morte prevalece a inconsciência
(Sal. 6:5, 13:3; 146:3-4) e a total inexistência (Sal. 39:13) ?

Observações: Davi reflete ainda profundos pensamentos sobre a


condição de não-existência dos que morrem no Sal. 88:3-6, e indica que
os que morrem não louvam ao Senhor, utilizando o significativo paralelo
sinônimo de “mortos” e “descem ao silêncio” (Sal. 115:17).

9ª: Por que o homem precisaria de uma alma imortal, já que não iria
morrer, segundo o projeto original da criação divina, e sim viver
eternamente como um ser físico, num paraíso físico (aliás, como
também se daria com os animais) ?
Observações: O pecado é um intruso neste planeta que trouxe morte
física e espiritual ao homem. Mas o “plano de contingência” divino é a
ressurreição final, uma providência tomada APÓS o pecado, como parte
de Seu plano restaurador. A ressurreição integra o “esmagar a cabeça” da
serpente no conflito entre o bem e o mal (Gên. 3:15), já que a vitória
sobre a morte ocorre em função da ressurreição dos mortos, não de o
indivíduo superá-la por contar com algum elemento espiritual que
prevalece sobre a morte (ver 1 Cor. 15:52-55).

10ª: Quando exatamente a “alma imortal” é introduzida no ser vivo?


Ao ser o óvulo fecundado? Ao sair o bebê do ventre materno e
respirar por primeira vez, já que se cria o paralelo fôlego—de
vida/alma imortal?

Observações: A dificuldade de estabelecer o início da posse dessa “alma


imortal” é imensa, sobretudo quando os dualistas fazem a ligação ‘fôlego
de vida/alma imortal’. Pois o feto NÃO RESPIRA na bolsa maternal,
estando envolvido por fluídos até ser dado à luz.

11ª: Sendo que consta ser Moisés o autor do antiquíssimo livro de


Jó, não parece estranho que em tal livro ele não deixe a mínima
pista de uma noção dualista, pois retrata o patriarca expressando
uma visão holista, não dualista (ver observação a seguir)?

Observações: O livro de Jó é um golpe de morte sobre a noção dualista.


O patriarca compara a morte a um rio que se seca e a um lago cujas
águas são drenadas, e quando se refere diretamente ao estar com Deus,
fala do tempo quando o Redentor “Se levantará sobre a Terra”, sem
deixar a mínima pista de uma alma indo ao Seu encontro (ver 14:7-14 e
19:25-27).

12ª: Onde exatamente se situa a “alma imortal”? Já que se


estabelece o paralelo ‘fôlego de vida/alma imortal’, e Jó declara a
certa altura, “enquanto em mim houver alento, e o sopro de Deus no
meu nariz” (Jó 27:3), é aí que se situa essa “alma imortal”, no nariz
de cada um?

Observações: Se o paralelo ‘fôlego de vida/alma imortal’ for válido,


realmente essa alma entra e sai no organismo, pelo menos em boa
quantidade, o tempo todo, saindo contaminado (gás carbônico) e
entrando novo fôlego de outra substância (oxigênio) para purificar o
sangue. Coisa bem estranha para parecer algo fluídico que tem
consciência e para sempre permanece após a morte.

13ª: Por que Jesus diz a Seus seguidores que iria subir para lhes
“preparar lugar”, mas a ênfase está no momento do reencontro com
eles quando retornasse para os receber, e não quando morressem e
suas almas fossem para o céu para as irem ocupando (João 14:1-3)?

Observações: A opinião popular é de que na morte a alma dos falecidos


salvos vai para o céu, quando encontram a Cristo e todos os demais que
para lá foram antes. Contudo, é estranho que Jesus não diga nada sobre
essas moradas estarem disponíveis antes do tempo de Seu retorno,
deixando implícito que só então levará os Seus consigo para ocuparem
ditas moradas.
14ª: As palavras de Jesus em João 5:28 e 29, sobre a ressurreição
final de salvos e perdidos, são antecedidas pela Sua declaração: “. . .
vem a hora, e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de
Deus; e os que a ouvirem, viverão” (vs. 25). Por que VIVERÃO só a
partir de então, quando deviam estar vivos num estado
intermediário, como “almas imortais”?

Observação: A linguagem de Cristo pelo contexto torna claro que os que


VIVERÃO são os que estiverem nas sepulturas, não em alguma parte do
universo—céu, inferno, purgatório, hades. . .

15ª: Por que Jesus, quando confortava as irmãs do falecido Lázaro,


além de ter empregado antes a metáfora do sono—“Nosso amigo
Lázaro está dormindo. . .”—não lhes indicou que o falecido estava
na glória celestial, mas referiu-lhes a esperança da ressurreição
(João 11:17-27)?

Observações: É comum consolarem-se os enlutados falando de como


seus falecidos estão felizes por terem trocado este mundo de sofrimento
e dor pela habitação nos “páramos da glória. . .”. Contudo, não é este o
quadro do diálogo de Cristo com as irmãs de Lázaro. O tema da
conversação deles não é o suposto destino celestial do fiel seguidor de
Cristo, mas a FUTURA ressurreição dos mortos.

16ª: Quando Cristo ressuscitou Lázaro, já morto por quatro dias, tirou-o
do céu, do inferno ou do purgatório? Se foi do céu fez-lhe uma maldade
trazendo-o de volta para sofrer na Terra. Se do inferno (pouco provável,
pois era um seguidor do Mestre), concedeu-lhe uma segunda
oportunidade de salvação, o que é antibíblico.

Observações: Lázaro ressuscitou e não trouxe nenhuma informação do


mundo do além. Se tivesse algo a contar, sem dúvida João teria o maior
interesse em reproduzir o seu testemunho no seu evangelho.

17ª: Quando Jesus diz que o Seu Pai “não é Deus de mortos, e, sim,
de vivos” (Mat. 22:32), estava querendo demonstrar a imortalidade
da alma ou tais palavras refutam exatamente tal ideia?

Observações: A resposta está no relato paralelo de Luc. 20:37-40,


especialmente no segmento, “E que os mortos hão de ressuscitar, Moisés
o indicou no trecho referente à sarça, quando chama ao Senhor o Deus
de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. Ora, Deus não é Deus de
mortos, e, sim, de vivos; porque para ele todos vivem”. Os saduceus não
perguntaram, no contexto: “E quando esses sete irmãos forem morrendo
e suas almas forem chegando no céu. . .” Percebe-se que o enfoque jaz
totalmente sobre a ressurreição dos mortos. E também digno de nota é o
detalhe de que Cristo fala dos que hão de ser dignos de “alcançar a era
vindoura [a consumação dos séculos] E A RESSURREIÇÃO DENTRE
OS MORTOS”.

18ª: Por que Cristo e Paulo acentuam que os mortos ressuscitarão


ante a voz do arcanjo e a trombeta divina, despertando do sono da
morte (Mat. 24:30, 31; 1 Tes. 4:16), quando supostamente suas
almas vêm do céu, inferno, purgatório para reincorporarem,
estando já bem despertas?
Observações: A metáfora do sono é constante, tanto no VT quanto no
NT, representando a morte. Diante de claras passagens que tratam da
inconsciência dos mortos percebe-se por que se dá o uso de tal metáfora,
como no Sal. 13:3–“o sono da morte”; em Dan. 12:2–“dormem no pó da
terra”; João 11:11–“Lázaro adormeceu”; 1 Tes. 4:13—“os que dormem”;
1 Cor. 15:18—“os que dormiram em Cristo”. . .: é que na morte
prevalece uma condição de INCONSCIÊNCIA para os que morreram.
Outros textos que falam da morte como um sono: Sal. 146:1-4; Ecl.
9:5,10; Isa. 38:18,19; 1 Re. 2:10; 1 Re. 11:43; Jó 14:10-12; Jer. 51:39.

19ª: Por que Paulo, ao discutir específica e detalhadamente em 1


Tes. 4:13-18 e, especialmente, em 1 Coríntios 15, como será o
reencontro final de todos os salvos com o Salvador em parte alguma
fala de almas vindas, seja de onde for, para reincorporarem?

Observações: Como no início da história do homem não consta qualquer


“alma imortal” sendo introduzida no ser original, nada consta sobre
almas vindas do céu, inferno ou purgatório para reincorporarem quando
do surgimento dos que se foram, na ressurreição.

20ª Paulo diz aos tessalonicenses que não deviam lamentar pelos


amados que “dormiam”, recomendando: “Consolai-vos, pois, uns
aos outros com estas palavras” (vs. 18). Por que nunca diz que já
desfrutavam as bênçãos celestiais, e sim que estavam “dormindo” e
seriam despertados?
Observação: A consolação derivaria da esperança da ressurreição, não
do fato de que os que “dormiam” estivessem no desfrute das glórias
celestiais.

21ª: Por que, ao enviar consolações à família de Onesíforo (já


morto), Paulo nada fala também de que ele já estivesse desfrutando
das bênçãos paradisíacas; pelo contrário, de novo foca-se
inteiramente na esperança de alcançar a misericórdia de Deus
“naquele dia” (cf. 2 Tim.1:17)?

Observação: Se Onesíforo tivesse morrido e ido para o céu, a


misericórdia divina já lhe teria sido propícia, mas Paulo obviamente não
fala daquele dia no sentido de ser o de sua morte.

22ª: Paulo diz claramente que sem a ressurreição dos mortos—


confirmada e garantida pela do próprio Cristo—“os que dormiram
em Cristo pereceram” (1 Cor. 15:16 a 18). Por que pereceram, já
que deviam estar garantidos no céu?

Observações: O tema dominante do capítulo é a ressurreição dos mortos,


assim a lógica da pergunta é inescapável. 1 Tes. 4:14 diz que Cristo
“trará juntamente em Sua companhia os que dormem”, mas todo o teor
da passagem e do ensino bíblico é de que Ele os trará, não do céu, mas
das sepulturas (ver João 5:28, 29; Dan. 12:2).

23ª: Mais adiante no mesmo capítulo Paulo confirma o dito nos vs.


16 a 18, acentuando que arriscou morrer lutando com feras, dando a
entender que se morresse estaria também perdido (vs. 32). Ao
comentar, “comamos, bebamos que amanhã morreremos”, não
indica claramente que sem a realidade da ressurreição, não há
esperança alguma de vida eterna?

Observações: À luz da pergunta anterior, esta se revela prova irrefutável


de que Paulo não pensava em termos de uma “alma imortal” indo para o
céu quando da morte, pois não tinha ele próprio tal esperança. Sua
expectativa é expressa em 2 Tim. 4:6-8 onde fala que “naquele dia”
esperava receber o seu galardão eterno. Para ele, não fosse pela
ressurreição, nem valia a pena viver pois a morte seria o fim de tudo.

24ª: Quando realmente, segundo Paulo em 1 Cor. 15:53, 54, ocorre a


vitória sobre a morte—quando da ressurreição dos mortos ou
quando a “alma” é liberada da “prisão corporal”?

Observações: Pela interpretação popular do “morrer e ir pro céu”, a


morte é contraditoriamente derrotada PELA PRÓPRIA MORTE, pois
com a liberação da “alma imortal” quando da morte do corpo, não ocorre
realmente morte, mas preservação da vida e consciência de quem dá o
último suspiro, noutra dimensão.

25ª: À luz de 2a. Cor. 5:8 e contexto imediato, se o termo “despido”


se refere a uma condição incorpórea onde Paulo JÁ ESTARIA com
Cristo, então por que razão ele diz tão claramente que NÃO
QUERIA ESTAR DESPIDO?

Observações: Se Paulo queria estar com Cristo, mas não despido, é


porque não estaria com Cristo sem um corpo, mas REVESTIDO com o
corpo glorioso da ressurreição. Por isso fica ÓBVIO que ele cria que só
estaremos com Cristo com corpos ressurretos, não em forma de espírito
incorpóreo (despido) num estado intermediário.

26ª: Por que em 2ª. Cor. 4:14, exatamente no capítulo anterior ao de


2ª. Cor. 5:1-8, Paulo fala de reencontrar os crentes que conhecia
(muitos dos quais ganhou para a fé cristã), mas a ênfase dada é “nos
ressuscitará também por Jesus, e nos apresentará convosco”?

Observação: Pelo raciocínio dualista, ele os reveria quando morresse e


fosse imediatamente para o céu, sem essa longa espera até a ressurreição
do dia final.

27ª: Por que Pedro fala do regozijo e exultação dos crentes, ligando


isso à “revelação da Sua glória [de Cristo]”, e acentua que “quando
se manifestar o Sumo Pastor” é que a “imarcescível coroa de glória”
seria atribuída aos crentes (ver 1 Ped. 1:3-7, 13; 4:12, 13 e 5:4)?

Observações: A revelação da glória de Cristo se dará quando de Seu


advento. Ora, se Pedro cresse na imortalidade da alma não teria por que
falar em regozijo e exultação dos crentes ligando isso diretamente àquela
ocasião. Se fossem com suas almas para o céu, seguindo-se à morte, não
iriam ali exultar e alegrar-se? Na perspectiva do Apóstolo, porém, só
quando da “revelação da Sua glória” é que tal sentimento de felicidade
se confirmaria, “quando se manifestar o sumo Pastor”.

28ª: Por que o apóstolo João acentua a confiança para os crentes “no


dia do juízo” e não no dia da morte, quando a “alma imortal”
supostamente iria entrar no céu, além de utilizar as sentenças
“quando Ele Se manifestar” e “na Sua vinda” como referencial da
eterna redenção (ver 1 João 2:28; 3:2, 3; 4:17)?

Observação: Isto mostra que, assim como Paulo e Pedro, João não cria
nem ensinava a doutrina de origem pagã da imortalidade da alma.

29ª: Por que as palavras “alma” e “espírito” aparecem tantas vezes


na Bíblia, em diferentes sentidos e contextos, mas nunca
acompanhadas dos adjetivos “imortal”, “eterno”, “perpétuo”, além
de que, em vez de declarar que alma não morre jamais, lemos é
sobre morte da alma, tanto no VT quanto no NT (Eze. 18:4 e Tia.
5:20)?

Observações: A crença na ressurreição final de todos os mortos é


característica do cristianismo genuíno que não devia acolher noções
claramente do paganismo. Tais noções derivam da primeira mentira
proferida pelo diabo sobre este planeta, “É certo que não morrereis”
(Gên. 3:4).

30ª: Não é muita coincidência que todos os povos pagãos sempre se


caracterizaram em sua crença na imortalidade da alma, até
atribuindo almas e espíritos a animais ou coisas inanimadas, como
florestas, rios, lagos, vulcões?

Observações: Não se sabe de nenhum povo pagão, do presente ou do


passado, que tenha deixado de crer em “almas” e “espíritos”, para crer
que “vem a hora . . . em que os que estão nas sepulturas ressuscitarão; os
que fizeram o bem, na ressurreição da vida; os que fizeram o mal, na
ressurreição da condenação” (João 5:28, 29).

NOTA: As perguntas 1ª., 2ª., 21ª e 25ª. e suas observações baseiam-se


em discussões sobre o tema do livro de Lucas Banzoli, A Lenda da
Imortalidade da Alma.

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